Resumo Slides Saude Bucal Coletiva a2

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 18

19/08 AULA 00 – SUS

SUS: é o sistema de saúde público do Brasil, criado pela Constituição de 1988. Seu objetivo é
garantir o acesso universal, integral e gratuito aos serviços de saúde para toda a população.

1986 – 8ª conferência nacional de saúde;


1988 – Promulgação da constituição “Saude é um direito do cidadão e um dever do estado”. Direito
garantido com a implantação e implementação do SUS.

PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS: São valores que orientam e servem como base para o
funcionamento do SUS:
1. Universalidade: Garantia de atenção à saúde em todos os níveis de assistência a todo
cidadão. Saúde para todos significa garantia de acesso.
2. Integralidade: Garantia de atenção à saúde em todos os níveis de complexidade. Foca na
resolutividade dos serviços.
3. Equidade: Não se trata de igualdade, mas de justiça. Equidade significa "tratar desiguais de
forma desigual", assegurando que cada um receba o que precisa.
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS: Também chamados de diretrizes, são eles que possibilitam a
operacionalização do sistema, promovendo seu desenvolvimento. Constituem um conjunto de
recomendações técnicas e organizacionais voltadas para problemas específicos, funcionando
como orientadores da configuração do SUS em todo o território nacional, com influência direta no
funcionamento dos sistemas municipais ou locais de saúde:
1. Regionalização: Articulação entre serviços e regiões, garantindo acesso a todos os tipos de
atendimento. A hierarquização não implica em subordinação, mas em colaboração entre as
esferas governamentais.
2. Descentralização e Comando Único: Visa redistribuir o poder e a responsabilidade da saúde
entre os três níveis de governo, onde cada esfera é autônoma e soberana em suas
decisões, respeitando os princípios gerais e a sociedade.
3. Participação Popular: Envolve a sociedade nos conselhos de saúde, com a composição de
50% de usuários, 25% de trabalhadores da saúde e 25% de representantes do governo e
prestadores de serviços privados ou sem fins lucrativos.
4. Atendimento Integral: Busca conciliar ações curativas e preventivas, tanto individuais quanto
coletivas, sem prejudicar os serviços assistenciais.
5. Territorialização: Aplicação prática dos princípios em um território geográfico, administrativo
e sob a responsabilidade de uma unidade de saúde, com o objetivo de conhecer os
problemas de saúde para planejar ações que possibilitem sua resolução.

AULA 01 CAMPOS DE PRÁTICA EM SAUDE

SISTEMA DE SAUDE - Conjunto de agências e agentes que agem na garantia da Saúde das
pessoas e das populações.

SUS: A proposta fundamental do SUS é melhorar, promover, restaurar e manter a saúde da


população. Ele não depende de seguro social, comprovação de pobreza, poder aquisitivo ou
iniciativas filantrópicas.

No Brasil, em 1918, havia uma ausência de organização e planejamento nas ações de saúde
pública, embora existisse um código sanitário. Em 1923, foi estabelecido um sistema de caixas e
aposentadorias, que incluía a prestação de serviços previdenciários, assistência à saúde e
fornecimento de medicamentos.
A partir de 1964, começou a construção de hospitais privados. Entre 1977 e 1987, ocorreram
importantes movimentos sanitários que pressionaram por mudanças. Em 1988, foi criado o SUS,
marcando um avanço significativo na organização da saúde pública no país.

CONSTITUIÇÃO DA SAUDE COLETIVA – É um campo social composto por diversos agentes, que
integra prática e teoria. Seu aspecto mais específico é a produção de práticas voltadas à promoção
e prevenção de doenças. Com uma natureza interdisciplinar, abrange três grupos principais:
epidemio (estudo sobre a população), adm de saúde (compreender todo o processo de serviços de
saúde), ciências sociais em saúde (estudam fenômenos sociais que influenciam na politica
publica).

No Brasil, a Saúde Coletiva começou a emergir na década de 1950 e se consolidou em 1970 com
a criação da ABRASCO, uma associação fundamental para a organização e estruturação do ensino
e pesquisa nessa área. A Saúde Coletiva no Brasil pode ser dividida em três momentos:

1. Pré-Saúde Coletiva (1955-1970): Enfoque na prevenção de doenças, especialmente no


controle de doenças infecciosas e melhorias sanitárias.

2. Medicina Social (final da década de 1970): Caracteriza-se por uma visão mais ampla,
relacionando saúde com questões sociais e econômicas, abordando os determinantes
sociais da saúde (DSS).

3. Saúde Coletiva (1970-1994): Revisão crítica dos modelos preventivistas e curativos,


ampliando o enfoque para uma saúde pública integral, fundamentada na reforma sanitária e
no fortalecimento do SUS.

SAUDE BUCAL COLETIVA – Início em 1950 com o surgimento dos serviços odontológicos
escolares no Brasil, iniciado na década de 1950, ocorreu a partir da necessidade de estudar as
questões de saúde bucal da população. Esse campo é parte da saúde coletiva. Em 2004, foram
criadas as diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) - Brasil Sorridente, que visa
garantir ações de promoção, prevenção, recuperação e manutenção da saúde bucal.

Objetivo do Brasil Sorridente: Ampliar o acesso gratuito ao tratamento odontológico. Práticas:

1. Promoção da Saúde Bucal: Focada principalmente em crianças e adolescentes, busca


promover a qualidade de vida e intervir nos fatores de risco, por meio de ações educativas e
preventivas em unidades de saúde, domicílios e espaços públicos.

2. Educação em Saúde: Proporciona conhecimento sobre o processo saúde-doença,


permitindo que os usuários mudem hábitos, considerando as diferenças sociais e culturais.

3. Aplicação Tópica de Flúor (ATF): Destinada a populações sem acesso à água fluoretada.

4. Diagnóstico e Tratamento de Doenças Bucais: Enfatiza o diagnóstico precoce e o


tratamento imediato e conservador, visando deter a progressão das doenças bucais.

AULA 02 INTREGRAÇÃO E INTERAÇÃO SERVIÇO-ENSINO-COMUNIDADE

Os profissionais de saúde estavam mais familiarizados com as ferramentas do que com os


pacientes. Anos 1970: As primeiras tentativas de interação entre ensino, serviço e comunidade
emergiram, impulsionadas por movimentos que buscavam reformar as políticas, estratégias e
objetivos dos processos educacionais e de produção em saúde.
Anos 1990: A interação entre ensino, serviço e comunidade foi reconhecida como um projeto
especial. A descentralização dos serviços de saúde e a expansão da rede básica levaram à
municipalização das unidades periféricas da universidade. Assim, a articulação entre ensino e
serviço passou a ocorrer nas unidades da Autarquia Municipal de Saúde (AMS) da prefeitura, uma
prática que permanece até hoje.

Em 1992, houve uma mobilização em torno da reforma curricular, visando readequar os processos
de formação e fortalecer a articulação entre as práticas de ensino, os serviços de saúde e as
necessidades da comunidade.

Em resumo, uma formação integrada e diversificada prepara melhor os futuros profissionais para
os desafios da saúde pública. Para que essa mudança ocorra, é essencial adotar metodologias
participativas que incentivem a participação ativa dos estudantes e promovam um aprendizado
colaborativo.

Na formação em Odontologia, é crucial mudar o paradigma de ensino, passando de práticas


centradas no professor para um modelo que desenvolva competências e habilidades dos
estudantes, valorizando ações em saúde e o contexto de vida de todos os envolvidos: estudantes,
docentes, profissionais de saúde e a comunidade.

AULA 03 POLÍTICAS PUBLICAS EM SAUDE COLETIVA

Política: Surge ao longo da história e reflete as transformações sociais, mesmo que sejam
insuficientes. É um processo de construção coletiva, resultado da ação das pessoas.

A Política como Ação: Envolve a tomada de decisões e a busca por soluções para problemas
coletivos, indo além dos espaços formais de poder e se manifestando nas relações cotidianas e em
movimentos sociais. A ação política dos trabalhadores envolve a luta por melhores condições de
vida, incluindo a melhoria da saúde coletiva.

Participação Popular: É essencial para garantir que as necessidades reais da população sejam
ouvidas e atendidas.

Estado como Centro de Disputa: O Estado e o governo são centros de disputa entre diferentes
correntes políticas, onde grupos e ideologias competem por influência e controle sobre as políticas
públicas. A atividade política do Estado surge como resposta às necessidades sociais, refletindo as
demandas e anseios da população ao longo do tempo. Essas atividades do Estado têm várias
funções, incluindo:

1. Organização da Vida Coletiva: O Estado estabelece regras, instituições e normas que


regulam como as pessoas interagem e convivem em sociedade.

2. Garantia de Direitos: Uma das principais responsabilidades do Estado é assegurar que os


direitos dos cidadãos sejam respeitados e protegidos.

3. Criação de Políticas Públicas: O Estado desenvolve políticas que visam resolver problemas
sociais, como saúde, educação e segurança, buscando atender às necessidades da
população.

4. Promoção do Bem-Estar Social: Além de garantir direitos, o Estado tem a função de


promover condições que favoreçam a qualidade de vida dos cidadãos, incluindo acesso a
serviços essenciais e oportunidades de desenvolvimento.
Portanto, a política e a saúde coletivas estão interligadas, de modo que cada politica publica reflete
uma intenção clara de transformar a realidade e promover melhorias.

POLÍTICAS PUBLICAS: São programas e atividades desenvolvidas pelo poder público para
garantir os direitos dos cidadãos. Elas abrangem várias áreas, com o objetivo de assegurar o
funcionamento adequado das estruturas do país. No (SUS), essas políticas visam garantir a
aplicação correta dos recursos, o funcionamento eficaz das instituições de saúde e a assistência
integral à população. Além disso, buscam assegurar todos os direitos relacionados à saúde,
conforme estabelecido pela Constituição de 1988.

1. POLÍTICA NACIONAL DE ATENCAO BASICA: Estabelece diretrizes para a organização


da atenção básica na Rede de Atenção à Saúde (RAS). A atenção básica, também
conhecida como atenção primária, é a porta de entrada e o eixo central da rede de serviços
de saúde, composta por equipes multidisciplinares.
a. Tipos de unidades e equipamentos: UBS, UBS Fluvial, UOM
2. POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO: Busca qualificar o modo de atenção e gestão
na rede do SUS. Inclui trabalhadores, usuários e gestores e pode ser implantada em
qualquer unidade, serviço ou secretaria.
a. Expressam método da inclusão no sentido da clinica ampliada, acolhimento,
valorização do trabalhador, defesa dos direitos do usario, etc

AULA 04 POLÍTICA PUBLICA EM SAUDE BUCAL?

3. POLÍTICA NACIONAL DE SAUDE BUCAL: A primeira pesquisa nacional de saúde bucal


no Brasil foi realizada em 2003, e as diretrizes em 2004. Por muitos anos, a saúde bucal
ficou à margem das políticas públicas, perpetuando uma visão restrita da odontologia, na
qual o cirurgião-dentista atuava apenas de forma clínica. Tem como objetivo garantir ações
de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal. Sua meta é reorganizar a prática e
qualificar as ações e serviços oferecidos, abrangendo uma série de iniciativas voltadas para
cidadãos de todas as idades e ampliando o acesso ao tratamento odontológico. Está
conectada a diversas ações e programas do Ministério da Saúde, como o Programa Saúde
na Escola, o Plano Nacional para Pessoas com Deficiência, a Saúde do Trabalhador, a
Vigilância Ambiental e a Fluoretação das Águas de Abastecimento Público, entre outros.
a. UBS, USF, Postos de Saúdee, UOM, CEO e Hospitais e Laboratórios Regionais de
Prótese Dentária (LRPD)
b. Lei da Saúde Bucal no SUS: A Lei 14.572/23 inclui a saúde bucal nas ações do SUS
e estabelece dez diretrizes para a (PNSB):
1. Estimular e promover a gestão participativa.
2. Garantir que todas as ações sejam regidas pelos princípios universais da ética em saúde.
3. Assegurar acesso universal e contínuo a serviços de saúde bucal de qualidade, resolvendo
todas as demandas e alocando recursos para eliminar a demanda reprimida.
4. Desenvolver ações que considerem a integralidade em saúde, abrangendo aspectos
intersetoriais e focando no acolhimento e na organização dos serviços de forma centrada no
usuário, realizadas por equipes multiprofissionais.
5. Estabelecer vínculos entre a equipe de saúde bucal e a população atendida, garantindo que
as ações estejam alinhadas às diversas linhas de cuidado em saúde.
6. Capacitar trabalhadores, focando em melhorias na formação técnica e acadêmica conforme
as necessidades.
7. Realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos resultados.
8. Manter ações de vigilância epidemiológica e sanitária em saúde bucal, integradas ao
sistema de saúde, com foco na avaliação de riscos e determinantes, por meio de atuação
intersetorial no território.
9. Realizar periodicamente pesquisas nacionais de saúde bucal.
10. Implantar e manter a vigilância sanitária da fluoretação das águas de abastecimento
público, além de ações complementares onde necessário.

AULA 05 SAUDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA

Durante todo o período colonial brasileiro (1500-1822), a escravidão foi a base fundamental do
sistema econômico e social, moldando as estruturas de poder e a dinâmica de relações sociais. O
Brasil se destaca como o segundo país com a maior população negra ou de origem africana do
mundo, o que evidencia a profundidade da influência africana em nossa cultura e sociedade.

As transformações no sistema econômico, que transitaram do mercantilismo ao liberalismo,


impactaram diretamente a estrutura social do país. Nesse contexto, aumentaram as pressões por
abolir a escravidão negra, impulsionadas não por um altruísmo humanitário, mas por interesses
comerciais que emergiram a partir das mudanças no sistema econômico mundial. Com a ascensão
do liberalismo, a necessidade de mão de obra livre e a busca por novos mercados se tornaram
prioridades, culminando em um processo de abolição que foi mais econômico do que ético.

Essas transformações históricas não apenas moldaram a sociedade brasileira, mas também
impactaram a saúde e o bem-estar da população negra, cujas consequências ainda são sentidas
hoje. A marginalização histórica e a desigualdade social persistem, refletindo a necessidade
urgente de políticas públicas que abordem a saúde integral da população negra, reconhecendo e
tratando as disparidades resultantes de séculos de opressão

Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: é necessário firmar um compromisso


de combate às desigualdades no Sistema Único de Saúde (SUS), o que exige um trabalho
colaborativo. É fundamental trabalhar em prol da melhoria das condições de saúde que afetam
essa população. Para implementar e operacionalizar essa política, é essencial adequá-la às
especificidades e necessidades regionais.

Objetivos da Política:

1. Garantir o acesso e a qualidade da atenção à saúde da população negra, considerando


suas especificidades culturais e étnico-raciais.

2. Promover a equidade em saúde, reduzindo as desigualdades entre a população negra e a


população em geral.

3. Fortalecer a participação e o controle social da população negra nas políticas de saúde.

4. Reconhecer e valorizar os saberes e práticas populares de saúde, incluindo aqueles


preservados pelas religiões de matriz africana.

5. Produzir conhecimento científico e tecnológico sobre a saúde da população negra e o


racismo em saúde

Políticas Públicas Afirmativas para a População Negra: foram criadas e implementadas para
reparar as perdas históricas da população negra no Brasil. Essas políticas afirmativas tornam-se
ações intersetoriais, pois as políticas de saúde também influenciam aspectos sociais. Um exemplo
é a política de cotas para ingresso em universidades e concursos públicos, que busca promover a
inclusão e reduzir desigualdades
A autodeclaração é importante:

1. Por quê? Permite consolidar indicadores que ajudam a entender fenômenos sociais, como
desigualdades raciais e suas consequências na saúde e no bem-estar da população negra.

2. Para quê? Serve para a construção de políticas públicas mais eficazes e direcionadas, que
atendam às necessidades específicas da população negra, garantindo que suas vozes e
experiências sejam consideradas nas decisões que impactam suas vidas.

No Brasil, desde 2017, a importância da autodeclaração se torna ainda mais evidente, à medida
que se busca fortalecer a participação da população negra nas políticas públicas e assegurar seus
direitos.

Principais Determinantes Sociais de Saúde Afetados:

1. Não integração no mercado de trabalho: A dificuldade de acesso a empregos formais


perpetua a vulnerabilidade econômica e social, impactando diretamente a saúde e o bem-
estar da população negra.

2. Surgimento/fortalecimento do trabalhador autônomo (informalidade): A informalidade


muitas vezes resulta em condições precárias de trabalho, sem direitos garantidos, o que
pode comprometer a saúde e a segurança financeira.

3. Exclusão escolar: A exclusão do sistema educacional limita as oportunidades de


desenvolvimento e ascensão social, afetando o acesso a informações sobre saúde e
serviços essenciais.

4. Ausência de cidadania: A falta de reconhecimento e valorização dos direitos civis e sociais


contribui para a marginalização, dificultando a participação ativa em processos que afetam a
saúde e a qualidade de vida.

Doenças mais prevalentes na população negra:

1. Anemia falciforme:

o Trata-se de uma doença genética, resultante de uma mutação que ocorreu há


milhares de anos no continente africano.

o Chegou ao Brasil por meio do tráfico de escravos.

o É causada por um gene recessivo.

o A frequência na população brasileira varia de 2% a 6%, enquanto na população


negra, essa frequência é de 6% a 10%.

2. Diabetes mellitus (tipo II):

o É uma doença que se desenvolve na fase adulta e pode ter evolução com danos
significativos em vários órgãos do corpo.

o É a quarta causa de morte no Brasil e a principal causa de cegueira adquirida no


país.

o Atinge com maior frequência:


 Homens negros: 9% a mais do que homens brancos.

 Mulheres negras: 50% a mais do que mulheres brancas.

3. Hipertensão arterial:
o Essa doença atinge entre 10% e 20% dos adultos e é uma causa direta ou indireta de
12% a 14% dos óbitos.
o Em geral, a prevalência é mais alta entre homens e a condição é frequentemente mais
complicada em negros de ambos os sexos.
4. Deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD):
o Essa doença afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo.
o A frequência é relativamente alta entre:
 Negros americanos: 13%;
 População do Mediterrâneo: 5%;
 População da Itália: 40%.
o A deficiência da enzima resulta na destruição dos glóbulos vermelhos, levando à
anemia hemolítica.
o Está ligada ao gene no cromossomo X, o que faz com que afete mais meninos e
homens.

Atendimentos do SUS:

 67% da população atendida era negra, enquanto 47,2% era branca.

 Uma parte significativa da população recebe entre ¼ e ½ salário mínimo, o que os expõe a
diversas carências relacionadas à raça/cor, especialmente entre pessoas pretas ou pardas
com menores rendimentos.

 Autoavaliação de saúde:

o A porcentagem da população parda e preta que se autoavalia como regular, ruim ou


muito ruim é de 37,8%, em comparação com 29,7% da população branca.

 Além disso, a população preta ou parda é 73,5% mais propensa a viver em domicílios com
condições precárias em comparação aos brancos.

 Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, a população negra teve menor
acesso à saúde quando comparada à população branca, evidenciando a necessidade de
políticas que abordem essas desigualdades.

Causas de morte na população negra:

Doenças não transmissíveis (DNT):

1. Doenças cerebrovasculares: incluem acidentes vasculares cerebrais (AVCs), que


representam uma significativa causa de mortalidade.

2. Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): condições cardíacas que afetam desproporcionalmente


a população negra.

3. Diabetes Mellitus: doença crônica que pode levar a complicações graves e é mais
prevalente na população negra.

Doenças transmissíveis (DT):


1. Tuberculose: tem uma relação direta com a pobreza e condições precárias de saúde e
moradia.

2. Hanseníase: ainda é um problema de saúde pública que afeta a população negra,


relacionada a condições socioeconômicas.

3. Dengue: infecção viral que também afeta desproporcionalmente aqueles em situações de


vulnerabilidade.

Conclusão: A desigualdade racial é uma base fundamental da desigualdade social brasileira. O


racismo e o racismo institucional são práticas que colocam pessoas de grupos raciais ou étnicos em
situações de desvantagem no acesso aos benefícios proporcionados pelas instituições e organizações.
Isso se reflete, por exemplo, na morosidade da implementação de políticas públicas direcionadas a
essas populações.

Podemos afirmar que o racismo é o principal determinante social em saúde para a população negra,
uma vez que incide negativamente sobre todos os fatores que compõem o conceito de saúde. Essa
realidade demanda ações efetivas e urgentes que abordem as desigualdades raciais, promovendo uma
saúde integral e equitativa para todos.

Para a efetiva implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, são
necessários:

1. Compromisso político: Gestores devem enfrentar o racismo em saúde e promover


equidade.

2. Participação social: Envolver a população negra na formulação e avaliação das políticas


para garantir que as ações sejam adequadas às necessidades e demandas dessa
população

3. Capacitação profissional: Investir na formação de profissionais de saúde sobre as


especificidades culturais da população negra.

4. Produção de conhecimento: Incentivar pesquisa sobre saúde e racismo para embasar


políticas.

5. Recursos adequados: Garantir financiamento e materiais necessários para a


implementação.

6. Monitoramento: Avaliar regularmente a política com indicadores apropriados e a


participação da população negra. Isso permite verificar se as ações estão sendo realizadas
de forma adequada e se estão contribuindo para a redução das desigualdades em saúde
entre a população negra e a população em geral.

AULA 06 SAUDE DA CRIANÇA

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) foi instituída pelo
Ministério da Saúde com o objetivo de promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento
materno. Ela abrange cuidados desde a gestação até os 9 anos de idade, com especial atenção à
primeira infância e a populações em maior vulnerabilidade, visando a redução da morbimortalidade
e a criação de um ambiente que favoreça o desenvolvimento saudável.
A PNAISC se estrutura em sete eixos estratégicos que orientam e qualificam as ações e serviços
de saúde para crianças em todo o país. A política considera os determinantes sociais que garantem
o direito à vida e à saúde, busca medidas para um nascimento e desenvolvimento infantil
saudáveis, reduz vulnerabilidades e riscos de adoecimento e promove a prevenção de doenças
crônicas e morte prematura.

PNAISC e Saúde Bucal

A PNAISC enfatiza a atenção humanizada à gestação, ao parto, ao nascimento e ao recém-


nascido. Os cuidados com a saúde bucal durante a gestação são fundamentais para prevenir
problemas na fase adulta, e a prevenção deve começar já na gestação, através do pré-natal
odontológico. Os primeiros 1.000 dias da criança são críticos, com recomendações para uma dieta
sem açúcar e a promoção da amamentação. A política também destaca a importância de hábitos
saudáveis, considerando a interação entre genética e ambiente.

O aleitamento materno contribui para:

 Aleitamento materno e alimentação complementar saudável: Estabelece uma base


nutricional adequada.

 Integração das funções de sucção, deglutição e respiração: Promove o


desenvolvimento adequado dessas funções.

 Redução das chances de adquirir hábitos nocivos de sucção: Previne problemas como
a sucção do dedo.

 Qualidade dos tecidos dentários: O leite materno é uma importante fonte de cálcio e
outros minerais essenciais.

 Desenvolvimento da articulação temporomandibular: Contribui para um crescimento


saudável da mandíbula.

 Defesa imunológica: Fortalece a saúde global do indivíduo, aumentando a resistência a


doenças.

 Redução do risco de cáries dentárias: O aleitamento materno ajuda a proteger os dentes.

Promoção e Acompanhamento do Crescimento e do Desenvolvimento Integral

A saúde bucal requer atenção especial durante toda a infância, pois, além de ser uma fase crucial
para o desenvolvimento de hábitos saudáveis, também promove a educação odontológica. Isso ajuda
a evitar cáries, inflamações e outros problemas bucais.

A saúde bucal está intimamente relacionada ao desenvolvimento integral das crianças, sendo
essencial para garantir um crescimento saudável e pleno.

Atenção Integral a Crianças com Agravos Prevalentes na Infância e com Doenças Crônicas

Os problemas bucais mais comuns enfrentados pelas crianças incluem cáries e gengivite, que têm
um impacto negativo na qualidade de vida.

É essencial oferecer atenção integral a essas crianças, considerando que o consumo excessivo de
açúcar contribui para o desenvolvimento dessas condições, além de causar inflamações
tenção Integral a Crianças em Situação de Violência: Prevenção de Acidentes e Promoção da
Cultura de Paz

Os profissionais de saúde, especialmente os dentistas, podem ser os primeiros a atender vítimas


de maus-tratos. A maioria das agressões físicas ocorre na face, cabeça e pescoço. Por isso, é
fundamental que esses profissionais saibam reconhecer os sinais de maus-tratos e identifiquem
formas de ajudar as vítimas nessas situações.

O dentista deve ser capacitado para identificar, diagnosticar e notificar casos de agressão,
contribuindo assim para a proteção e promoção da saúde das crianças em situações de violência.

Atenção à Saúde de Crianças com Deficiência ou em Situações Específicas de


Vulnerabilidade

Crianças com necessidades especiais têm até duas vezes mais chances de desenvolver doenças
bucais do que a população em geral. O cirurgião-dentista deve integrar a equipe multidisciplinar
que cuida da saúde do paciente de forma holística, não isoladamente.

Em caráter preventivo, é fundamental que pais, mães e familiares busquem assistência


odontológica assim que os primeiros dentes surgirem. Além disso, devem adotar um programa de
prevenção de saúde bucal que inclua visitas periódicas ao dentista.

Os princípios de humanização, empatia e acolhimento são essenciais na atenção à saúde dessas


crianças, garantindo um atendimento mais efetivo e respeitoso.

Vigilância e Prevenção do Óbito Infantil, Fetal e Materno

A saúde bucal pode influenciar o curso da gestação e deve ser considerada um fator de risco para
a ocorrência de prematuridade, baixo peso ao nascer, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia. É
fundamental que a vigilância e a prevenção sejam integradas, garantindo um acompanhamento
adequado da saúde bucal das gestantes, o que pode impactar positivamente os desfechos
perinatais

AULA 07 SAUDE DO ADOLESCENTE

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sancionado em 13 de julho de 1990, é o


principal instrumento normativo do Brasil sobre os direitos da criança e do adolescente. Ele
estabelece princípios, direitos e garantias fundamentais, visando proteger e promover o
desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, assegurando seu direito à vida, à saúde, à
educação, à dignidade e ao respeito.

A adolescência é considerada a transição da infância para a vida adulta, caracterizada por


importantes transformações biológicas, cognitivas, emocionais e sociais. Essa fase é marcada pelo
aumento da autonomia e independência em relação à família, além da experimentação de novos
comportamentos e vivências.

Entretanto, na atualidade, os adolescentes enfrentam uma maior exposição a fatores de risco para
a saúde, como o uso de tabaco, o consumo de álcool, a alimentação inadequada e o sedentarismo.
Esses fatores podem impactar negativamente seu desenvolvimento e bem-estar.

A equipe de saúde da família desempenha um papel importante no suporte aos indivíduos na faixa
etária da adolescência, estabelecendo vínculos de confiança. Essa relação é fundamental para que
a equipe atue em conjunto com uma rede de apoio e proteção, promovendo o bem-estar e a saúde
dos adolescentes.
Cadernetas - são instrumentos utilizados para acompanhar e registrar o desenvolvimento dos
adolescentes. visam apoiar meninos e meninas entre 10 e 19 anos durante a fase de mudanças e
descobertas típicas da adolescência. Elas servem como ferramentas para promover a saúde e o
desenvolvimento integral, fornecendo orientações e informações relevantes para esse período de
transição.

Fases da Adolescência

1. Etapa Inicial: dos 10 aos 14 anos

o Menor interesse nos pais, com foco nas amizades do mesmo sexo.

o Necessidade de privacidade.

o Adaptação às modificações corporais.

2. Etapa Média: dos 15 aos 17 anos

o Máxima identificação com o grupo de iguais.

o Puberdade e início das experiências sexuais.

o Modificação da imagem corporal.

3. Etapa Final: dos 17 aos 20 anos

o Surgimento de valores e comportamentos adultos, com reaproximação dos pais.

o Relacionamento mais afetuoso e íntimo.

o Busca de estabilidade social e econômica.

Acompanhamento da Adolescência

O acompanhamento durante a fase da adolescência demanda uma abordagem que:

 Mantenha o sigilo e a privacidade do adolescente.

 Atente para as alterações físicas e puberais.

 Avalie globalmente a saúde física e psicossocial.

 Dê apoio aos que se afastam do “normal”.

 Verifique como estão as interações com a escola, a família e os pares.

 Identifique comportamentos de risco.

Direitos do Adolescente em Relação ao Atendimento

Quanto às questões técnicas, éticas e legais de atendimento ao adolescente, ele tem direito a:

 Privacidade no momento da avaliação.

 Garantia de confidencialidade e sigilo.

 Consentir ou recusar atendimento.

 Atendimento à saúde sem a autorização e desacompanhado dos pais.


 Informação sobre seu estado de saúde.

AULA 08 SAUDE INTEGRAL DA MULHER

Política de Saúde da Mulher - estabelecida em 1984, reflete as condições sociais e demográficas


do Brasil. Em 2022, as mulheres representavam 51,1% da população, aumento desde a
formulação da PNAB em 2004.

Os problemas de saúde das mulheres são intensificados por discriminação no trabalho e


sobrecarga de responsabilidades domésticas, além de fatores como raça, etnia e pobreza, que
agravam as desigualdades. Apesar de viverem mais que os homens, as mulheres adoecem com
mais frequência.

As diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) preveem que o
SUS deve se concentrar na atenção integral à saúde das mulheres, contemplando:

 Promoção da saúde.

 Atendendo às necessidades da população feminina.

 Controle das patologias mais prevalentes e garantia do direito à saúde.

Além disso, é fundamental que a elaboração, execução e avaliação das políticas de saúde da
mulher sejam guiadas pela perspectiva de gênero, raça e etnia.

Os objetivos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) incluem:

 Avanços nos direitos sexuais e reprodutivos.

 Melhoria do planejamento familiar e da atenção obstétrica.

 Atenção ao aborto inseguro.

 Combate à violência doméstica e sexual.

 Prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, câncer ginecológico e


HIV/AIDS.

 Ampliação das ações para grupos minoritários, como mulheres negras, indígenas,
LGBTQIA+ e em situação de prisão.

As mulheres organizadas em coletivos feministas argumentavam que as desigualdades nas


relações sociais entre homens e mulheres se refletiam em problemas de saúde que afetavam
particularmente a população feminina. Por isso, era necessário criticar essas desigualdades,
buscando identificar e propor processos políticos que promovam mudanças na sociedade e,
consequentemente, melhorem a qualidade de vida da população. Essas ações deveriam
contemplar as particularidades dos diferentes grupos populacionais, considerando as condições
sociais, econômicas, culturais e afetivas em que estivessem inseridos.

Em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral à Saúde da


Mulher (PAISM), que incluía:

 Ações educativas e preventivas.

 Diagnóstico, tratamento e recuperação.


 Assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, e no
climatério.

 Planejamento familiar.

 Prevenção e tratamento de DSTs.

 Combate ao câncer de colo de útero e mama.

Deveres da PNAISM

 Na elaboração, execução e avaliação das políticas de saúde da mulher, devem se nortear


por perspectivas de gênero, raça e etnia, além de ampliar o enfoque para romper as
fronteiras entre saúde sexual e saúde reprodutiva, abrangendo todos os aspectos da saúde
da mulher.

 A gestão da Política de Atenção à Saúde deve estabelecer uma dinâmica inclusiva,


atendendo tanto às demandas emergentes quanto às demandas antigas em todos os níveis
de assistência.

 A atenção integral à saúde da mulher implica que os prestadores de serviço estabeleçam


relações que considerem as diversas singularidades, como questões econômicas, culturais,
religiosas, raciais e orientações sexuais.

 O atendimento deve ser pautado pelo respeito a todas as diferenças, sem discriminação de
qualquer tipo e sem imposição de valores ou crenças pessoais.

 Esse enfoque deve ser incorporado nos processos de sensibilização e capacitação, visando
a humanização das práticas em saúde.

No âmbito do setor de Saúde, a execução das ações deve ser pactuada entre todos os níveis
hierárquicos, visando uma atuação mais abrangente e horizontal. Isso permite ajustes às diferentes
realidades regionais.

As ações voltadas à melhoria das condições de vida e saúde das mulheres devem ser executadas de
forma articulada com setores governamentais e não governamentais. Essa articulação é condição
básica para a configuração de redes integradas de atenção à saúde e para a obtenção dos resultados
esperados.

A Política Nacional de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) é um marco importante na


promoção da saúde feminina no Brasil, surgindo em um contexto histórico de conquistas e lutas
pelos direitos das mulheres.

Contexto Histórico Antes da PNAISM

1. Direito ao Voto:

o 1932: Mulheres obtêm direito ao voto, mas com restrições (apenas casadas com
autorização do marido e solteiras viúvas com renda própria).

o 1946: Revisão do código eleitoral que permite o voto a todas as mulheres.

2. Programas Materno-Infantis:
o Década de 70: Início de programas que focavam no cuidado durante a gravidez,
parto e puerpério, mas limitavam-se à saúde materno-infantil.

3. Avanços Constitucionais:

o 1988: A Constituição Federal assegura direitos como educação, saúde e proteção à


maternidade e infância, e implementa o SUS.

o 1990: Publicação da Lei Orgânica da Saúde, regulamentando o SUS e detalhando


as condições de promoção e proteção à saúde.

4. Criação da PNAISM:

o 2004: A partir de diagnósticos epidemiológicos e das lutas feministas, é criada a


PNAISM, expandindo o enfoque das políticas de saúde para além da maternidade e
parto, incluindo saúde sexual e reprodutiva.

Importância da PNAISM

A PNAISM representa um avanço significativo ao reconhecer as mulheres como sujeitos de


direitos, com necessidades que vão além da biologia e do papel social de mãe. A política busca
atender a saúde das mulheres em todos os ciclos da vida, abordando questões que incluem a
violência, a saúde mental, doenças crônicas e a saúde reprodutiva.

Diferença entre PNAISM e PAISM

 PAISM (Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher): Focado principalmente


em ações educativas e preventivas, diagnóstico, tratamento e assistência em saúde
materno-infantil.

 PNAISM: Ampliou a abordagem do PAISM, incorporando uma perspectiva mais ampla e


inclusiva, contemplando as diversas dimensões da saúde da mulher e integrando questões
de gênero, raça e etnia.

Essas mudanças refletem a mobilização dos movimentos feministas e a necessidade de um olhar


mais abrangente sobre a saúde da mulher, reconhecendo suas diversas realidades e necessidades
ao longo da vida.

O Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM), criado em 1984, representou uma
ruptura com o modelo anterior de atenção materno-infantil, ampliando o foco para a saúde de
mulheres em todas as fases da vida e abordando questões de saúde sexual e reprodutiva. O
programa incluiu ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação,
abrangendo áreas como clínica ginecológica, pré-natal, parto, puerpério, climatério, planejamento
familiar e prevenção de câncer.

Em 2004, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) foi elaborada,
oferecendo diretrizes mais amplas e integradas, baseadas em um diagnóstico da saúde das
mulheres no Brasil. Essa política enfatiza a perspectiva de gênero, raça e etnia, buscando atender
às diversas necessidades da população feminina, especialmente grupos historicamente excluídos,
como mulheres indígenas, negras, lésbicas e em situação de vulnerabilidade.

Os objetivos da PNAISM incluem promover condições de vida e saúde, reduzir a morbidade e


mortalidade evitáveis, e humanizar a assistência. A política busca garantir direitos, ampliar o
acesso aos serviços de saúde e priorizar a qualidade da atenção, reconhecendo a autonomia das
mulheres.

Os eixos de atuação da PNAISM englobam saúde sexual e reprodutiva, assistência a mulheres em


contextos de vulnerabilidade, prevenção e tratamento de câncer de colo de útero e mama, atenção
obstétrica e suporte a mulheres vítimas de violência.

Em 2018, cerca de 581 mil mulheres morreram no Brasil, com mais de 90% dos óbitos causados
por doenças, em contraste com os homens, que têm altas taxas de mortalidade por causas
externas. As doenças cardiovasculares lideram as causas de morte entre mulheres, seguidas por
câncer, diabetes, hipertensão e gripe. O aumento das mortes por doenças isquêmicas, como
infarto, ressalta a necessidade de medidas de prevenção e conscientização sobre os fatores de
risco, incluindo hipertensão, diabetes, tabagismo, obesidade e sedentarismo.

O Brasil enfrenta desafios significativos na redução da mortalidade por câncer, especialmente


câncer de colo de útero, onde a prevenção deve incluir a vacinação contra o HPV. Embora tenha
havido avanços desde os anos 2000, os indicadores de saúde feminina ainda são preocupantes,
evidenciando a necessidade de melhorias nos serviços de saúde, tanto primários quanto
especializados.

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) busca enfrentar


desigualdades em saúde, garantir acesso equitativo e humanizar o parto. No entanto, a pandemia
trouxe retrocessos, como a redução da presença de acompanhantes e aumento das cesarianas.

Além disso, é fundamental promover a autonomia econômica das mulheres, que impacta
diretamente sua saúde e qualidade de vida. A sobrecarga de trabalho, resultante da busca pela
autonomia econômica, também afeta a saúde mental e física das mulheres.

A PNAISM abriu portas para outras iniciativas, como a Rede Cegonha e políticas voltadas para a
saúde de populações LGBTQIA+ e mulheres em situação de privação de liberdade, mas os direitos
sexuais e reprodutivos ainda enfrentam violações.

A enfermagem, composta majoritariamente por mulheres, tem um papel crucial na luta pelos
direitos da população feminina, oferecendo assistência qualificada e humanizada. Cuidar de si
mesma é essencial para cuidar dos outros, promovendo um futuro igualitário e saudável para todas
as mulheres. A prevenção é fundamental nesse processo.

A discriminação racial é um obstáculo persistente nos serviços de saúde, onde mulheres negras
são frequentemente mais vulneráveis a práticas como a violência obstétrica e têm maiores taxas de
mortalidade materna e infantil. Além disso, os altos índices de violência que afetam essas
mulheres, incluindo feminicídios, revelam a gravidade da situação.

Para garantir a saúde universal e equitativa, é fundamental reconhecer as diferenças nas


necessidades de saúde de cada mulher e fortalecer os sistemas de saúde para torná-los mais
acessíveis e inclusivos. Isso exige um compromisso ativo de profissionais de saúde, gestores e da
sociedade em geral para enfrentar o racismo estrutural.

A promoção da dignidade e do respeito no atendimento é essencial para assegurar que todas as


pessoas, independentemente de gênero, raça, etnia ou identidade de gênero, tenham acesso aos
cuidados de saúde que merecem. Trabalhar para garantir que ninguém fique para trás é um passo
vital para melhorar o bem-estar de todas as populações.

Atendimento Pré-Natal em Odontologia


O atendimento pré-natal em odontologia é fundamental para garantir a saúde bucal da gestante e,
consequentemente, do bebê. Durante a gravidez, as alterações hormonais podem aumentar o risco
de problemas bucais, como gengivite e cáries. Por isso, um acompanhamento odontológico
adequado é essencial.

Importância do Pré-Natal Odontológico

 Cuidado Preventivo: Realizar consultas regulares para identificar e tratar problemas bucais
precocemente.

 Orientação: Oferecer orientações sobre higiene bucal, alimentação e cuidados específicos


durante a gestação.

 Saúde Materno-Infantil: A saúde bucal da mãe influencia diretamente a saúde do bebê,


incluindo o risco de prematuridade e baixo peso ao nascer.

Caderneta da Gestante

O Ministério da Saúde, em parceria com as Secretarias de Saúde, criou a Caderneta da Gestante,


que inclui:

 Direitos da Gestante: Informações sobre os direitos da mulher antes e depois do parto.

 Cartão de Consultas e Exames: Espaço para anotar consultas odontológicas, dúvidas e


exames realizados.

 Dicas para uma Gravidez Saudável: Recomendações sobre alimentação, cuidados


pessoais e saúde bucal.

 Sinais de Alerta: Informações sobre sinais que requerem atenção médica.

 Orientações sobre Amamentação: Dicas sobre a importância da amamentação e


cuidados com a saúde bucal do bebê.

 Certidão de Nascimento: Orientações sobre como obter a certidão do recém-nascido.

Rede Cegonha

A Rede Cegonha é uma iniciativa do Ministério da Saúde do Brasil que visa garantir cuidados
abrangentes para mulheres durante a gestação e o pós-natal, assegurando direitos ao
planejamento reprodutivo e a uma atenção humanizada.

Principais Objetivos:

 Planejamento Reprodutivo: Oferecer informações e serviços para que as mulheres possam


planejar suas gestações de forma segura.

 Atenção Humanizada: Proporcionar atendimento respeitoso e acolhedor, valorizando a


autonomia da mulher.

 Nascimentos Seguros: Garantir partos seguros com assistência adequada e respeitando as


escolhas das mulheres.

 Crescimento e Desenvolvimento Saudável: Promover ações que assegurem saúde e bem-


estar das crianças desde o nascimento, com acompanhamento nutricional e imunizações.

Componentes da Rede:
 Apoio à Gestante: Serviços de saúde com acompanhamento pré-natal e orientações sobre
saúde bucal e nutrição.

 Apoio ao Parto: Garantia de instalações adequadas e profissionais capacitados para partos


humanizados.

 Puerpério: Atenção às necessidades da mãe e do bebê no pós-parto, incluindo suporte


psicológico e à amamentação

Rede de Atenção Materno-Infantil Mãe Paulistana

Objetivo: Garantir um atendimento integral e de qualidade para gestantes e recém-nascidos,


assegurando direitos à saúde durante a gestação e o pós-parto.

Principais Componentes:

 Captação Precoce da Gestante: Identificação até a 12ª semana de gestação.

 Consultas de Pré-Natal: Mínimo de sete consultas durante a gravidez.

 Vacinas: Acesso a vacinas essenciais.

 Exames: Realização de exames laboratoriais e ultrassonografias.

 Testes Rápidos: Para sífilis e HIV.

 Vale-Transporte: Facilitação do acesso aos serviços de saúde.

 Visita à Maternidade: Orientação antes do parto.

 Consulta de Puérpera e Recém-Nascido: Acompanhamento imediato após o nascimento.

 Bolsa e Enxoval: Apoio material para os cuidados iniciais com o bebê.

PRATICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES PICs

Em termos de política pública, as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) foram incluídas


no Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, através da Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC). Elas abrangem diversas terapias como acupuntura, fitoterapia,
homeopatia, entre outras, com foco na promoção da saúde, prevenção de doenças e tratamentos
complementares.

As PICs representam uma estratégia de saúde pública que visa integrar abordagens terapêuticas
que complementam os tratamentos convencionais, promovendo um cuidado integral. No contexto
odontológico, como descrito no texto, há evidências de benefícios das PICs no tratamento da
saúde bucal, além de esforços para introduzir essas práticas durante a formação acadêmica dos
futuros dentistas.

Um dos pontos destacados no resumo é o uso da metodologia científica para avaliar a eficácia das
PICs na odontologia, identificando tanto as limitações quanto os benefícios dessas práticas. O texto
também menciona que grande parte dos cirurgiões-dentistas habilitados em PIC se concentra no
Estado de São Paulo, sendo em sua maioria mulheres, e que a principal motivação para buscar
habilitação em PIC é atender demandas pessoais e profissionais.

Em políticas públicas, a inserção de PICs no SUS busca ampliar o acesso a tratamentos


integrativos, especialmente em comunidades com limitações ao acesso a tratamentos
convencionais, proporcionando alternativas baseadas em tradições e conhecimentos integrativos
que complementam o tratamento médico convencional.

Você também pode gostar