CASOS CLÍNICO ADRENAL 2 hipertensão endócrina de origem adrenal CARLA T GALLICCHIO.
CASOS CLÍNICO ADRENAL 2 hipertensão endócrina de origem adrenal CARLA T GALLICCHIO.
CASOS CLÍNICO ADRENAL 2 hipertensão endócrina de origem adrenal CARLA T GALLICCHIO.
HIPERTENSÃO ENDÓCRINA
CASOS CLÍNICOS E REVISÃO
Diagnóstico e tratamento das alterações da função das glândulas adrenais.
Hipertensão endócrina
ADRENAIS
RÁPIDA REVISÃO
ANATOMIA
– Exames de Imagem em Endocrinologia
Causas endócrinas de
hipertensão
• Hiper/Hipotireoidismo
• Resistência à insulina
• Hiperparatireoidismo
• Acromegalia
• Doença de Cushing
Causas endócrinas de hipertensão de origem adrenal
• HAP= hiperaldoteronismo
• Aumento dos níveis de desoxicorticosterona na AC: Def. de 11 –beta-hidroxilase e def. de
17-alfa-hidroxilase.HAC
• Resistência primária ao cortisol-formas graves
• Síndrome de Cushing
• Paragangliomas
resistência primária ao cortisol
desencadeante.
• Relata que já retirou um
devido a complicações de um
CASO CLÍNICO 1
hemangioblastoma também localizado no
Malignidade de benignos.
- Cefaleia 80 - Parestesia 11
- Perpiração excessiva 71 -Visão turva 11
- Palpitações 64 - Peso na garganta 8
-Tonturas ou desmaios 8
- Palidez 42
-Convulsões 5
- Náuseas 42
-Dor no pescoço ou ombro 5
- Fraqueza 28 -Dor nas extremidades 4
- Ansiedade 22 -Dor no flanco 4
- Dor epigástrica 22 -Zumbido, disartria 3
- Dor torácica 19 -Bradicardia 3
- Dispnéia 19 -Tosse, síncope, fome 1
Vilar 6ª Edição
Quadro Clínico
HAS é a manifestação mais frequente (90%) >>> 8% é
assintomático.
- Frequência variável.
Quadro Clínico
Fatores que podem Precipitar a Liberação de Catecolaminas e o Surgimento dos
Paroxísmos:
Secreção espontânea
Exercício
Ato de curvar-se para frente
Pressão sobre o abdome
Miccção, defecação
Palpação do tumor
Esforço físico
Fumar
Exames
Adrenalina e noradrenalina livres < 100 mcg
(< 582 nmol) / Metanefrina total < 1,3 mg (< 7,1
micromoles), mas metanefrina e
normetanefrina fracionadas são preferíveis
No feocromocitoma, aumento da excreção
urinária da adrenalina e noradrenalina e seus
Exames produtos metabólicos são intermitentes. A
excreção elevada desses compostos também
pode ocorrer em outras doenças (p.
ex., neuroblastoma, coma, desidratação, apneia
do sono) e Estresse extremo
CASO CLÍNICO 1
Adaptado de Lenders JW, Duh QY, Eisenhofer G, Gimenez-Roqueplo AP, et al. Endocrine Society.
Pheochromocytoma and paraganglioma: an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin
Endocrinol Metab. 2014;99(6):1915–94.
MEDICAMENTO PLASMA URINA
NMN MN NMN MN
Antidpressivos tricíclicosa ↑↑ – ↑↑ –
Antipsicóticosa ↑↑ – ↑↑ –
Buspironaa ↑ ↑↑ ↑ ↑↑
Inibidores da MAOa ↑↑ ↑↑ ↑↑ ↑↑
Simpaticomiméticosa ↑ ↑ ↑ ↑
Cocainaa ↑↑ ↑ ↑↑ ↑
Levodopab ↑ ↑ ↑↑ ↑
Fenoxibenzaminac ↑↑ – ↑↑ –
Acetaminofenod ↑↑ – ↑↑ –
Labetolold – – ↑↑ ↑↑
Sotalold – – ↑↑ ↑↑
Alfa metildopad ↑↑ – ↑↑ –
Sulfasalazinad ↑↑ – ↑↑ –
• Metanefrinas plasmáticas livres:
• Valores ≥ 3 vezes o valor de
referência confirmam FPGs, uma vez
afastados possíveis interferentes.
• Metanefrinas fracionadas urinárias:
• Valores ≥ 2 vezes o valor de
referência confirmam FPGs, uma vez
afastados possíveis interferentes.
Metanefrinas
Procedimento
O paciente deve permanecer em repouso deitado, pelo
menos 30 minutos antes da coleta basal e durante todo
o teste.
Tempos de coleta
A normetanefrina plasmática é dosada nos tempos basal
e 3 horas após a administração da medicação.
O teste é contraindicado em pacientes com hipotensão
(pressão arterial < 110 x 70 mmHg), bradicardia
(frequência cardíaca <60 BPM) e doença aterosclerótica
severa (cardiovascular e/ou cerebrovascular).
Interpretação
• Cintilografia com
metaiodobenzilguanidina com
iodo-123 mostrando dois
paragangliomas – um pericárdico
(seta superior) e um periaórtico
abdominal (seta inferior).
POzzilli, Paulo. Imagiologia em Endocrinologia. Wiley Professional, Reference & Trade, 20131014. Arquivo VitalBook.
Tratamento
Estabilização pré-operatório
Retirada Cirurgica
Controle Pré-Operatório
Alfa-adrenérgicos:
- Seletivos (α1):
Prazosin (0,5mg até 10mg 2X/dia), Terazosina (1-
20mg/dia) e Doxazosin (1-16mg/dia).
- Não causam taquicardia reflexa.
- Ação mais curta – ajuste mais rápido de dosagem.
- Menos hipotensão no pós-op imediato.
BCC
- Opção de escolha.
- Pode ser associado a prazosin.
- Provoca menos hipotensão.
- Nicardipina (20mg, a cada 8h), anlodipino, lercadipino
Controle Pré-Operatório
Outras Drogas:
- IECA , BRA – Podem ser usados como adição ao esquema anti-
HAS.
- Alfametilmetatirosina
- Bloqueia a síntese de catecolaminas – inibição da tirosina
hidroxilase.
- Muitos efeitos colaterais.
- Geralmente reservada para tumores inoperáveis e metástases.
Tratamento da crise hipertensiva: Nitroprussiato de sódio.
Manuseio Operatório
Contração do volume intravascular – hipotensão.
quais se presume que o bloqueio seja eficaz. Nitroprussiato de sódio pode ser utilizado para crises hipertensivas no pré e
intraoperatório. A maioria dos feocromocitomas pode ser removida por via laparoscópica.
• A pressão arterial deve ser acompanhada continuamente por meio de um catéter intra-arterial . Induzir a anestesia com
um fármaco não arritmogênico (p. ex., tiobarbitúrico) e manter com um fármaco inalatório (p. ex., enflurano, isoflurano).
Durante a cirurgia, a hipertensão paroxística deve ser controlada com injeções de fentolamina (1 a 5 mcg, IV), ou infusão de
muscular, preferem-se fármacos que não liberam histamina. Atropina não deve ser usada no pré-operatório.
• Transfusão sanguínea pré-operatória (1 a 2 unidades) pode ser dada antes de o tumor ser
removido como uma antecipação da perda de sangue. Se a pressão arterial foi bem
controlada antes da cirurgia, uma dieta rica em sal é recomendada para aumentar o volume
de sangue. Pode-se considerar infusão de noradrenalina 4 a 12 mg/L em uma solução
contendo dextrose começando com 0,05 mcg/kg/minuto e titulada até fazer o efeito se
ocorrer hipotensão. Alguns pacientes cuja hipotensão responde mal
à noradrenalina podem se beneficiar de hidrocortisona, 100 mg, IV mas a substituição
adequada de líquidos geralmente é tudo o que é necessário.
Cuidados Pós-Operatórios
Persistência de HAS por mais de 2 semanas – suspeita de
tumor residual ou metástase.
HIPERALDOSTERONISMO
Hiperaldosteronismo primário
Causa mais comum de HAS secundária
Mulheres 30-50a 3:1
Hipersecreção de aldosterona independentemente do
sistema reninaangiotensina e não supressível por sobrecarga
de sódio), com supressão da APR, hipertensão arterial
cerca de 30% dos casos, hipocalemia e alcalose.
Prevalência de HAP entre os indivíduos hipertensos é
estimada entre 5 e 10% e acima de 20% em hipertensos
refratários ao tratamento medicamentoso
Risco aumentado DCV
Funder et al Guidelines on Primary Aldosteronism J Clin Endocrinol Metab, May 2016, 101(5):1889–1916 Milliez
P, Girerd X, Plouin PF, Blacher J, Safar ME, Mourad JJ.. J Am Coll Cardiol. 2005;45:1243–1248.
Segundo caso clínico
Zona Glomerulosa
-Aldosterona é regulada pelo
sist. Renina - Angiotensina.
- Aldosterona estimula a
captação renal de Na+ + H2O.
Supressão de renina
• Em pacientes com início de AP confirmado antes dos 20 anos de idade e naqueles que têm
histórico familiar de AP ou AVC em idade jovem (<40 anos), sugerimos testes genéticos para
Em pacientes muito jovens com AP, sugerimos testes para mutações da linha germinativa
Manifestações Clássicas
Hipertensão 18-25%
Hipertensão Resistente 8%
Hipocalemia (9 a 37%)
Hipervolemia
Alcalose Metabólica
Outras manifestações
Secundárias à hipertensão: CEFALÉIA -mulheres (57-59%) e homens (42-43%) e Retinopatia (rara)
Devido à hipocalemia
Sintomas neuromusculares (cãibras, parestesias, fraqueza)
Diabetes insípido nefrogênico
Arritmia cardíaca (incl. fibrilação atrial)
Intolerância à glicose / secreção prejudicada de insulina
Fatores que interferem na dosagem hormonal: Fase lútea do ciclo menstrual, Hora do dia, Postura do paciente,
Quantidade de sal na dieta.
RAR(Relação Aldosterona/Renina ou APR)- Coleta no meio da manhã e após período de repouso de 5-10min, sem
restrição de sal e com o K corrigido.
RASTREIO POSITIVO:
• Se a APR estiver muito baixa (< 0,1ng/mL/hora) – induz valores muito elevados
mesmo com AP normal ou baixa – ajustar para 0,4ng/mL/hora.
FATORES INTERFERENTES NA DOSAGEM DE ALDOSTERONA (A) E RENINA (R)
Testes Confirmatórios:
A- TESTE DE SUPRESSÃO COM FLUDROCORTISONA (+ potente mas requer internação de 4 dias –
Pouco utilizado)
Dado ao paciente 0,1mg de fludrocortisona VO a cada 6h por 4 dias.
Fazer controle do K a cada 6h e dosagem da Aldosterona e Renina no final do 4ª dia.
Administra-se 2L de SF 0,9% por 4h com dosagens de Renina e Aldosterona no início e após 4h.
Fazer o teste na posição sentada ( sensibilidade do teste)
Teste positivo: Utiliza-se dosagem de Aldosterona 6,0ng/dL (variando de 6,8 a 10ng/dL entre estudos)
Administra-se 25 a 50mg de captopril, medir Renina, Aldosterona e Cortisol antes e após 2h.
Teste positivo: Supressão da Aldosterona < 30% ou valor da Aldosterona > 8,5-13,9ng/dL ou uma
relação A/APR > 25-35ng/dL/ng/mL/h
Se houver queda dos níveis de cortisol, o % da queda deve-se ser subtraído da queda da
Aldosterona (para eliminar o efeito do ACTH na secreção da Aldosterona)
D- TESTE DA FUROSEMIDA ENDOVENOSA
Administra-se 40mg de Furosemida EV e dosar Aldosterona e Renina no início e após 2h (em pé)
Teste positivo: No final do teste APR < 2ng/mL/h e Renina < 13mcUI/mL
Sem contra-indicações.
Teste da postura – Teste não invasivo – ajuda no diagnóstico diferencial com APA
Carcinomas:
- Bastantes raros
- Deve-se suspeitar em pacientes com HP com massa adrenal >4cm
HIPERALDOSTERONISMO FAMILIAR
Deve ser investigados em jovens (<20 anos) com diagnóstico de HP e naqueles com história familiar
de HP ou AVC com idade <40 anos.
Dois tipos principais: Tipo I (hiperaldo supressível por glicocorticoides) e Tipo III (causado por
variantes do gene KCNJ5 codifica o canal de K – Kir3.4)
DIFERENCIAR HIPERPLASIA E ADENOMA: IMAGEM
2- Nódulos bilaterais podem ser interpretados como hiperplasia e na verdade pode ser um
aldosteronoma em uma adrenal e um incidentaloma na outra.
Teste da postura ereta
Colher amostras para AP, APR e cortisol, entre 7:30h e 8:30h, após uma noite de sono e com o
paciente ainda em decúbito e em jejum e, novamente , após 2h na posição ereta( pode
caminhar lentamente, sentar mas não pode tirar o pé do chão)
ou
Avalia-se a concentração de aldosterona plasmática basal após 40min em
repouso.
Dosagem do cortisol é para avaliar possível interferência do ACTH. Se o cortisol se eleva
no final do teste, deve-se subtrair o percentual de incremento da Aldosterona do incremento
do cortisol. Se o incremento não ultrapassar 30% - APA
APA – aldosterona não se eleva, ou até mesmo queda dos valores de aldosterona,
decorrente de ausência de receptores para angiotensina II nesses tumores (e também
pelo fato da renina estar mais suprimida)
Orientação da Endocrine Society para não realização de CVS:
1- Jovens (idade entre 35-40 anos)
2- Hipocalemia espontânea
3- Elevação importante da Aldosterona
4- Lesões adrenais unilaterais com características de adenomas
• Indicação:
• Modo de Execução:
A introdução dos cateteres é feita através das veias femurais e são colhidas
amostras de sangue das veias suprarrenais direita e esquerda e da veia cava
inferior (VCI) simultaneamente para dosagem de aldosterona e cortisol.
• Medicação:
• Coletas: Aldosterona (A) e cortisol (F) das veias suprarrenais direita e esquerda
e da veia cava inferior.
– Provas Dinâmicas
• Cuidados:
Dose inicial: 50mg com progressão até 200mg. (podendo chegar a 400mg 1x ao dia), depois reduzir
para 25-100mg/dia até a crurgia.
Acompanhamento: Dosar potássio, renina e função renal com objetivo de confirmar o desbloqueio
da Renina.
MANEJO INTRAOPERATÓRIO
Após liberação da dieta oral – Hidrocortisona 30mg/dia (20+10) ou Prednisona 5mg até cortisol
basal dosado no 5ª dia pós-op > 10mcg/dL.
MANEJO PÓS OPERATÓRIO
Monitorização:
Dosar Aldosterona e Renina no 3ª e 5ª dia pós-op para confirmar cura.
Adosterona < 5ng/dL
Desbloqueio da Renina – pode ser precoce ou ao longo do 1º mês pós-op
Dosar novamente 30 dias pós alta e a cada 3 meses – até sucesso clínico e bioquímico (podendo espassar
depois disso as avaliações)
Incidência de 1.100.000 NV- gene da enzima CYP11B1- 5% das HAC com apresentação
clínica semelhante a def de 21OH: deficiência de cortisol, produção excessiva de
androgênios e aumento dos precursores imediatos da 11-desoxicortisol- composto S e DOC
e diagnóstico na adolescência em 50% dos casos.
Virilização, Pubarca precoce, baixa estatura, avanço da idade óssea
SOP
Aumento da 170h progesterona ; androstenediona e testosterona
Redução da corticosterona, aldosterona e renina e hipopotassemia
Tto com glicocorticoides
Tratamento da Hipertensão Arterial
11OHase
EVITAR:
Hipertensivas
Diurético expoliador de potássio
de HAC 17OHase
1ª Opção: Espironolactona
Outras opções:
Incidência rara - gene da enzima CYP17A1- com apresentação clínica de hipogonadismo por
deficiência de estrogênios, androgênios. Com elevação de DOC e corticosterona levando a HAS.
Atraso puberal
Meninos com genitália atípica ou totalmente feminina e ginecomastia.
Meninoa amenorreia primária
Aumento da corticosterona (60x), progesterona, DOC, 18-OH –corticosterona, FSH, LH.
Redução da testosterona, DHEA, estradiol , e renina e hipopotassemia
Tto com glicocorticoides e TRH
Correção precoce da genitália até os 18 meses e depois definitiva na puberdade.
Tratamento Medicamentoso
Forma Clássica
Glicocorticóide Esteróides
sexuais
Mineralocorticóide
Todas
Adolescência
Exceto
3 ol desidrogenase
Aldosterona sintase
17 hidroxilase
Perdedoras de Sal
21 hidroxilase
3β-HSD
Tratamento das formas clássicas
Medicamento Vezes Crianças Adulto
por dia (mg/m2/dia) (mg/dia)
Glicocorticóide Faixa
Hidrocortisona 3 10-15 15-20
Prednisona 2 4-6 5-7,5
Prednisolona 2 2-4 4-6
Dexametasona 1 0,25-0,375 0,25-0,5
Mineralocorticóide (100g/m2/dia)
Fludrocortisona Só na def da 21 hidroxilase 1 Dose total 0,05-0,2
0.05-0,3
Confirmação
do
Hipercortisolismo
ACTH dependente?
Diagnóstico
Etiológico
DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO – ACTH DEPENDENTE
Vilar 5ª Ed.
TEEM 2016 SBEM CASO 3
CUSHING
Paciente de 18 anos procurou sua assistência referindo ganho de
25 kg no último ano, associado a fadiga, fraqueza muscular,
cefaleia pulsátil em hemicrânio esquerdo e dispneia aos
pequenos esforços. Ao exame, além das características mostradas
na foto, estava hipertensa.
TEEM 2016 SBEM CASO 3
CUSHING
Trazia os seguintes exames:
Cortisol sérico basal = 53 µg/dL (VR 5 a 25 µg/dL)
Cortisol salivar noturno (2 amostras): 0,45 e 0,57 µg/dL (VR < 0,35)
Cortisol sérico após supressão noturna com 1 mg de dexametasona: 12,1 µg/dL
Cortisol livre urinário (3 amostras): 428, 452 e 612 µg/24 horas (VR 28,5 a 213,7)
• Cushing cíclico