Contratos Reais - NP1

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Contratos Reais – NP1

Posse
Teorias:

 1. subjetiva: SAVIGNY:
o “Corpos” + “Animus”
o Para que possamos ter posse, precisa ter a coisa (corpus) e é preciso ter também
a vontade de dono sobre a coisa (animus)
o Teoria utilizada apenas em casos de usucapião
o Todo proprietário é possuidor, mas nem todo detentor da posse é proprietário
o locatário, comodatário, depositário, tem apenas o “corpus”, ou seja, não são
possuidores, segundo a teria de SAVIGNY, são apenas detentores
o Ou seja, se o sujeito tem apenas o “corpus” e não o “animus”, eles têm apenas a
mera detenção do objeto

 2. Objetiva: Hering:
o Para ser o possuidor do objeto, basta o “corpus”
o “Animus” ínsito no “corpus”, ou seja, o “Animus” já está presente no “corpus”
o Locatário, comodatário, depositário: são possuidores da coisa
o Remédios jurídicos de proteção da posse: quem é mero detentor não pode se
valer dos remédios jurídicos de proteção da posse
o Vínculo de subordinação = detenção
o A posse é a mera exteriorização da propriedade, ou seja, todo proprietário é
possuidor
o Razão de proteção da posse
o Precisa proteger a posse para proteger o proprietário
o Posse está a serviço da propriedade, ou seja, todo proprietário é possuidor
mesmo não estando na propriedade
o Posse direta: quem tem a posse do bem
o Posse indireta: o proprietário do bem

Natureza Jurídica da Posse:

 Posse é fato, é a exteriorização, o que enxergamos, visibilidade


 Ninguém sabe dizer se a posse é um direito real, se for um direito, deixa de ser fato
 Art. 1.225 CC

Obs.: A posse velha e a posse nova cabem somente para o proprietário e o invasor, mas não vale
ao invasor que tinha posse e saiu do terreno e o terceiro que invadiu o terreno depois dele- Quando
se trata de imóvel o prazo é 10 anos
Teoria Adotada:

 Art. 1196 CC
 Foi a teoria objetiva, mas quando se fala de usucapião, se adota a teoria subjetiva
 Elementos da propriedade:
o Uso
o Gozo ou fruição
o Disposição
o Reivindicação

Objeto:

 Coisas móveis ou imóveis


 Posse de direitos sobre coisas: coisas podemos ter posse sobre direitos, todo direito é
incorpóreo, imaterial.
 Exercício de um poder
o Ex.: servidão de aqueduto
 Servidão é direito real.
o Ex.: Havia uma fonte de água no terreno de B, mas A foi lá e colocou um aqueduto
para poder receber desta fonte de água também, depois de 10 anos B percebeu e
cortou a água, mas já foi tarde demais pois A, já estava usando a 10 anos.

Modalidades de Posse

 1. Direta e Indireta
o Posse autorizada: só se aplica posse direta ou indireta se for posse autorizada
 Ex.: Locação, o locatário tem posso direta e o proprietário posse indireta.
 Ex. 2: Invado um lugar que não tem ninguém, não se pode falar que há
posse direta e o proprietário posse indireta, porque se trata de posse não
autorizada.
o Tanto o direto quanto o indireto tem direito entre si de agir um contra o outro, se o
possuidor direto está incomodando o possuidor indireto ele poderá abrir uma
ação de reintegração de posse.

 2. Composse:
o “Posse comum” / “Compossessão”
o É uma posse coletiva, onde várias pessoas têm posse sobre uma coisa.
 Ex.: Invasão de fazenda por várias pessoas. Quem invade tem posse, a
diferença é que terá vários possuidores com o mesmo direito.
o Relação interna
o Espécies:
 “Pro Indiviso”: Não dividida - O objeto não está dividido
 “Pro Diviso”: Dividida – O objeto está sendo dividido
 Coisa indivisa.
 Relação externa: Na relação externa vem um terceiro e invade a terra de
várias pessoas, porém invade somente um cantinho. Qualquer um dos
membros está legitimado a mover a pertinente ação.
 3. Justa e Injusta
o Artigo 1.200 CC
o Quando há vícios ou defeitos da posse
o Violenta: conquista da posse de forma violenta do invasor, posse injusta
o Clandestina: tomada da posse de forma clandestina, as escondidas,
permanecer, posse injusta
o Precária: aquela posse que de início foi autorizada, posse injusta
 Ex.: inquilino que deveria ter saído do imóvel a determinado momento por
conta do contrato de locação, mas não saiu. A partir do momento que ele
não saiu passa a ser uma posse viciada, defeituosa
o Diferente da posse violenta ou clandestina a posse precária NUNCA deixa de ser
precária
o Posse autorizada não pode ser posse de usucapião

 4. Boa e Má-Fé
o Ignorância do vicio
o Se o sujeito ignora o vício que realmente impede a aquisição da coisa, vai ter uma
proteção, principalmente se houver o Justo título.
o Boa fé subjetiva (o sujeito não tem conhecimento necessário para ter ciência do
que está praticando)
 Ex.: Arrendatário

 5. “Ad Interdicta” e “Ad Usucapionem”


o Ad Interdicta: pode intervir e entrar com uma ação de reintegração
o Ad Usucapionem: Usucapião

 6. Nova e Velha:
o Art. 558 CPC
o Posse nova: Posse com menos de 1 ano e 1 dia
o Posse velha: se dá a partir de 1 ano e 1 dia

 7. “Jus Possidendi” / “Jus Possessionis”


o Jus Possidendi: posse que decorre de um direito
 Ex.: Inquilino tem a posse em virtude de um direito que concedeu, ou
seja, o contrato de locação.
o Jus Possessionis: posse que não decorre de um direito, posse conquistada.

Modos de aquisição da Posse


 1.196 e 1.204 CC

Meios

 A) pela própria pessoa;


 B) representante legal ou convencional: procuração para pessoa te representar,
(mandato)
 C) Sem mandato: Aqui o sujeito está no imóvel e estou pagando para que em determinado
momento eu ratifique a posse dele de forma retroativa.

Modos

 Originário: adquire a posso por ato próprio, vontade sua


 Derivado: Possa deriva de uma anterior, posse de outrem que está, portanto, transmitindo
a posse por livre e espontânea vontade
o Ex: compra e venda

Efeito

 Art. 1.203 CC
 De modo originário: a posse vem sem qualquer vício ou defeito
 De modo derivado: você adquire a posse com todos os vícios e defeitos do último
possuidor

Modos Originários

 A) apreensão da coisa: Toda invasão é modo originário, a pessoa não tem posse porque
alguém transmitiu e sim conquistou posse por ato próprio, consegue a posse por
usucapião
 B) exercício do direito: Simplesmente começa-se a usar
o Ex: servidão de aqueduto

Modos Derivados

 A) tradição: (móvel ou imóvel)


 A.1) efetiva/ material: entrega física do bem
o Ex: entrega de celular
 A.2) simbólica/ ficta: toda vez que não consigo promover a material
o Ex: apartamento, fazenda
 A.3) consensual:
 A.3.1) “traditio longa manu”
o Ex: grande área de terras.
 A.3.2) “traditi brevi manu”
o Ex: locatário o adquire o bem.
 B) constituto possessório.
 C) acessão: acessar uma coisa à outra/ somar
 C1.) sucessão
 C.2) união

Perda da posse

 1.223 CC
 Abandono;
 Tradição;
 Perda da coisa;
 Destruição;
 Posse de outrem;
 Constituto Possessório;
 Perda da Posse de Direitos;
 Impossibilidade do exercício.
 Desuso.

Ações Possessórias

 A) Manutenção: Turbação
 B) Reintegração: Esbulho
 C) Interdito proibitório: Ameaça de turbação ou esbulho

Efeitos da posse:

 Boa ou má-fé
o Boa-fé: quando o possuidor está convicto de que a coisa realmente lhe pertence;
as benfeitorias necessárias e úteis serão ressarcidas
o Má-fé: possuidor tem ciência da ilegitimidade de seu direito de posse, em razão
de vício ou obstáculo impeditivo a sua aquisição. Responde por todos os frutos
colhidos e percebidos, pela perda e deterioração da coisa, ainda que acidentais
 Benfeitorias:
o Úteis, necessárias, voluptuárias
 Frutos:
o Naturais, civis (aluguel) e industriais
o Enquanto possuidor de boa-fé, o possuidor pode colher os frutos de forma
integral.
o Podem ser pendentes: plantio que só poderá ser colhido após a mudança de
posse/fato: nesse caso, o antigo possuidor terá direito ao que teve de custos para
o plantio. O que será colhido será do atual possuidor.
o Frutos colhidos com antecipação: colheita de frutos após o conhecimento de
uma possível ação de reintegração de posse de seu imóvel. A antecipação pode
ser considerada apartada, ou não.
o Deixados de colher: pode o antigo possuidor ser responsabilizado pelos frutos
deixados de colher.

Propriedade:

 Art. 5º, inciso XXII e XXIII;


 Teorias:
o A) Ocupação: estar ocupada, cumprir a função social
o B) Lei: domínio na lei, a lei institui e regulamenta a propriedade
o C) Especificação: para a qual o trabalho seria o único criador de bens,
consistindo no título legitimo da propriedade
o D) Natureza Humana: segundo a qual o fundamento da propriedade é a natureza
humana, pois é o instinto de conservação que leva o homem a se apropriar de
bens para saciar sua fome e para satisfazer suas necessidades de ordem física e
moral. Esta é a teoria que melhor fornece o fundamento da propriedade
Poderes/Elementos:

 Art. 1.228 CPC


 Espécies de propriedade:
o A) Plena: é quando o proprietário tem em suas mãos todos os poderes
o B) Limitada: tem alguns, mas não todos (temporariamente), é a elasticidade dos
poderes - Ex.: usufruto.
o C) Perpétua: é a de duração ilimitada (sem cláusula de resolubilidade)
o D) Resolúvel: a que encontra no seu próprio título constitutivo uma razão de sua
extinção, ou seja, as próprias partes estabelecem uma condição resolutiva

Características:

 A) Caráter Absoluto: significa “oponibilidade erga omnes” (oponível contra todos), é


direito absoluto (salvo direito público/coletivo)
 B) Exclusividade: em razão do princípio de que a mesma coisa não pode pertencer com
exclusividade e simultaneidade a duas ou mais pessoas
 C) Perpetuidade: porque o domínio subsiste independentemente de exercício, enquanto
não sobrevier causa extintiva legal ou oriunda da própria vontade do titular

Objeto:

 Extensão:
o Na horizontal, são os limites/fronteiras com outras propriedades.
o Para cima e para baixo, aplica-se o critério da utilidade/utilização.
 Restrições/Função Social
o Não pode ferir o direito coletivo
 Descoberta
o Trata-se do achado de coisa perdida por seu dono, sendo que aquele que a
encontra (descobridor) tem a obrigação de restituí-la ao seu dono (legítimo
possuidor)
 Achádego
o Direito de recompensa. Ela não pode ser inferior à 5% do seu valor

Aquisição da Propriedade Imóvel

 Aquisição pela Usucapião: modo originário, autônomo, ato próprio


o sentença meramente declaratória, pois já é proprietário pelo decurso de tempo.
Não depende de registro, mera formalidade.
 Aquisição pela Acessão: Acessão é somatória, modo originário
o Ex.: terreno no qual é construído uma casa. Nesse caso, a casa averba ao terreno,
no mesmo registro.
 Aquisição Derivada: é feita pelo registro, tem força constitutiva
o Modo derivado

Efeitos

 A) mesma características: derivado, adquiri aquilo que o sujeito está vendendo


 B) prova da legitimidade do proprietário anterior: modo originário, não precisa provar
quem é o proprietário anterior
Usucapião

 Modo originário, conquistou a propriedade sem ninguém por trás disso


 Modo autônomo, de caráter declaratório
 A sentença de juiz tem apenas caráter declaratório, pois a usucapião é o modo autônomo
e originário, você conquista a propriedade por uso próprio
 Prescrição aquisitiva: não é necessário entrar com ação para ter uma sentença
confirmando que sou proprietário do bem (10 anos)
 Essência da usucapião é tomar pelo uso (posse + tempo), já é proprietário pelo decurso
do tempo
 A SENTENÇA SÓ DECLARA, VOCÊ JÁ É POSSUIDOR APÓS 10 ANOS, SÓ DECLARA UMA
POSSE QUE EU JÁ TENHO
 A formalização da sentença de usucapião, não tem o mesmo caráter do registro, o mesmo
“peso” nos modos derivados, registro na usucapião é só mera formalização
 Utilidade social: pode utilizar a sociedade por posse precária
 Segurança e estabilidade: é sem dúvida nenhuma segurança da e estabilidade para o
usucapiente
 Prova da propriedade: a sentença dá a prova da propriedade para o usucapiente
 Negligência do proprietário: o proprietário perde a posse, por ter abandonado e sido
negligente com o bem, a lei concede o direito de propriedade para o invasor
 Teoria subjetiva

Espécies de Usucapião

 Extraordinária
o Art. 1.238 CPC
o O registro não tem caráter constitutivo
o Citação/intimação interrompe a prescrição. Prescrição aquisitiva, zera o prazo
 Ordinária
o Art. 1.242 CPC
o O justo título, para a usucapião ordinária, é o instrumento apto, em tese, para
transmitir o domínio, só não tendo eficácia para tal em virtude de algum vício na
sua constituição
 Especial urbano
o Art. 1.240 CPC
o Aquele que possuir, como sua, área urbana de até 250 metros quadrados, por 5
anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural
 Especial rural
o Art. 1.239 CPC
o Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua,
por 5 anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a
50 hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela
sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade

 MODO AUTÔNOMO: usucapião


 CARÁTER DECLARATÓRIO: registro
Registro

 Registro: é modo derivado


 Contrato: mero direto pessoal, direito pessoal não faz surgir por si só direito real
 Registro tem caráter constitucional, se não registrar não tem dono
 Protocolo: no caso de o mesmo imóvel ser vendido para mais de uma pessoa, quem tem o
registro do protocolo se torna dono
 Presunção relativa: não é inquestionável a propriedade - o registro traz a presunção
relativa que nada mais pode acontecer com seus propriedade

Efeitos/ princípios

 Publicidade – dar publicidade


 Legalidade – a lei exige
 Força probante – proprietário pode comprovar que o imóvel é seu
 Continuidade – que se passa de um para outro proprietário.
 Obrigatoriedade – é obrigatório o registro
 Retificação e anulação – Para anular somente judicial (ex.: evicção).

Das Construções e Plantações

 Art. 1.253 CPC - Presunção relativa de que é de propriedade do terreno.


 Art. 1.254 CPC - Paga o material e pode responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.
 Art. 1.255 CPC - Consideravelmente seria o dobro do valor do terreno.
 Art. 1.256 CPC - Os dois sujeitos agem de má-fé. Dessa forma, o dono do terreno fica com
a coisa, ressarcindo o outro.
 Art. 1.257 CPC - Terreno alheio e material também alheio.
 Art. 1.258 CPC - Construção que invade terreno do vizinho
o Invasão de terreno vizinho não superior a 5%.
o Sujeito de boa-fé
o Valor considerável
o Valor da faixa invadida + a desvalorização do que sobrou do terreno invadido.
o Construção não pode ser demolida
 Art. 1.259 CPC - Acima de 5%
o De boa-fé
o Para adquirir a parte invadida, deve somar a desvalorização da área que sobrou,
valorização do terreno que aumentou e a área perdida (somar as três) e perdas e
danos.
o De má-fé, demolir e pagar perdas e danos.

Da Aquisição da Propriedade Móvel


Da Usucapião

 Art. 1.260 CPC - Aquele que possuir coisa móvel como sua (animus domini), contínua e
incontestadamente durante 3 anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade -
Ordinário
 Art. 1.261 CPC - Se a posse da coisa móvel se prolongar por 5 anos, produzirá usucapião,
independentemente de título ou boa-fé - Extraordinário
 Art. 1.262 CPC

Da Ocupação

 Art. 1.263 CPC Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a
propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.
 Coisa sem dono
 Res derelicta – Res Nullius. Coisa abandonada e coisa que nunca teve dono.

Do Achado do Tesouro

 Art. 1.264 CPC


o Depósito antigo de coisas preciosas, que o dono são se lembre, será 50% do
proprietário e 50% de quem achar o tesouro casualmente.
 Art. 1.265 CPC
o O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário, se for achado por ele.
 Art. 1.266 CPC
o Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o
descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o
descobridor.

Da Tradição

 Art. 1.267 CPC


 A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
 Art. 1.268 CPC
 Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a
coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em
circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se
afigurar dono.

Da Especificação

 Art. 1.269 CPC


 Art. 1.270 CPC
 Art. 1.271 CPC

Da Confusão, da Comissão e da Adjunção

 Art. 1.272 CPC


 As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o
consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem
deterioração.
 Art. 1.273 CPC
 Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá escolher
entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização
que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado.
 Art. 1.274 CPC

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