Metodologias Educacionais Aplicadas à Temática Água e Sustentabilidade
Metodologias Educacionais Aplicadas à Temática Água e Sustentabilidade
Metodologias Educacionais Aplicadas à Temática Água e Sustentabilidade
Educação e Docência
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Conteudista/s
Gérsica Moraes Nogueira da Silva
Enap, 2023
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Sumário
Módulo 1: Abordagem da Temática Água em um Cenário Global e sua Aplicação
no Uso Sustentável................................................................................................... 6
Unidade 1: Água no Contexto Global...................................................................... 6
1.1 Breve Contextualização da Problemática da Água ................................................ 7
1.2 Geopolítica da Água .............................................................................................. 10
1.3 Crise Hídrica Global ................................................................................................. 12
Referências ............................................................................................................. 15
3
Módulo 3: Trilhas e Caminhos para a Sustentabilidade Ambiental ................. 52
na Escola ................................................................................................................. 52
Unidade 1: Alfabetização Ecológica ..................................................................... 52
1.1 Alfabetização Ecológica ............................................................................................ 52
1.2 Educação Ambiental e o Contexto do Nexo Água-Energia-Alimento ............. 56
Referências ............................................................................................................. 62
Como objetivo final dos estudos, você estará apto a diferenciar metodologias
educacionais que favoreçam o planejamento e a prática pedagógica para tratativa
da temática água e sustentabilidade.
1
Abordagem da Temática Água
em um Cenário Global e sua
Aplicação no Uso Sustentável
Neste módulo você será contextualizado sobre as pautas mais delicadas, em escala
global, que envolvem as problemáticas ambientais, sociais, econômicas e geopolíticas
atreladas aos recursos hídricos. A ideia é estimular você a refletir sobre esses eixos
temáticos por meio de uma visão crítica a respeito dos diversos aspectos e questões
que envolvem a “água no mundo atual”.
Você, como educador, vai enriquecer a sua abordagem pedagógica trabalhando com
esta temática ligada ao desenvolvimento sustentável, em qualquer nível escolar.
Afinal, no mundo globalizado em que vivemos, não é possível se aprofundar nesses
assuntos (água e sustentabilidade) desconsiderando a dinâmica global.
Ao final da unidade, você deverá ser capaz de listar aspectos relacionados à crise hídrica
global e os conflitos que envolvem a água.
Provérbio chinês.
Você sabia que não se tem conhecimento de um ser vivo que não dependa da
água para sobreviver? Por essa razão, a água tem moldado o curso da evolução
da vida no planeta Terra. As grandes florestas surgem em zonas com abundância
hídrica, populações inteiras de diversas espécies de animais migram em busca de
mananciais. Não foi diferente com as primeiras civilizações, pois se desenvolveram
às margens de rios, lagos e mares.
Além de ser fonte para o desenvolvimento, a água tem sido o pivô de disputas
territoriais ao longo da evolução humana no planeta. Diante da diversidade em
recursos que nos proporciona, sabemos da preciosidade que significa a água.
Entretanto, ao passo que o homem tem ciência do valor inestimável deste recurso
natural, parece ignorar o risco da sua falta.
Na contramão, o consumo médio de água por setores da sociedade que estão fora
da zona de risco tem aumentado nos últimos tempos. Na figura a seguir, você pode
observar o aumento do consumo de água por setor no Brasil, com projeção até o ano
de 2030. O consumo da água no Brasil aumentou em todos os setores da sociedade.
Evolução do consumo de água no Brasil, por setor entre os anos de 1931 e 2030.
Fonte: Redação Ciclo Vivo (2019).
1 Faixa “Irrigação”
Destaca o uso da água para a irrigação, que corresponde a quase metade de
toda a demanda por esse recurso no Brasil, com projeção de aumento do
consumo para acima de 1.300 m³/s em 2030.
Por razões como essa, dois dos conceitos mais debatidos, quando se refere ao
consumo da água, são o de Pegada Hídrica e Água Virtual.
Pegada Hídrica
Refere-se à quantidade de água potável para a produção de alimentos ou
outros bens (Kablin, 2011).
Água Virtual
Diz respeito, basicamente, à água contida, ou “incorporada”, a um bem desde
o início do seu processo de produção, e que na maioria das vezes não é
facilmente observada ou mensurada.
uma a cada três pessoas no mundo não tem acesso à água potável.
Diante de tudo isso é contraditório perceber que, embora o ciclo hidrológico seja
incessante, e enquanto a média do consumo global de água tem aumentado,
existem bilhões de pessoas que não tem acesso pleno a esse recurso. Entretanto, é
preciso ter em mente que existem alguns fatores que levam a essa carência, podem
ser naturais, econômicos e políticos ou até mesmo uma associação entre esses três.
Partindo desse pressuposto, você viu até aqui que, tanto o consumo d’água tem
aumentado, quanto a procura pelos recursos hídricos. Dessa forma, em um mundo
globalizado de economia capitalista, além de um valor inestimável para a vida, a
água representa grande fonte de economia e poder para quem a possui.
Por razões como essas, é que existe uma série de dispositivos legais que envolvem
a gestão e o uso dos recursos hídricos. Mesmo assim, os conflitos ainda existem.
Quando expandimos nosso olhar para todo o globo, percebemos que as relações
diplomáticas, a sobrevivência de populações e a biodiversidade do planeta estão
em jogo.
Tudo isso liga um sinal de alerta no mundo, em que as autoridades precisam agir com
urgência para evitar uma crise hídrica global, tema do próximo tópico.
Falar que a água pode acabar pode parecer um exagero, mas essa é uma realidade
que assombra, especialmente, populações em estado de vulnerabilidade social.
Ele ressalta que o ciclo da água foi modificado devido às alterações que a humanidade
provocou nos ecossistemas e lençóis freáticos. Guterres (Nações Unidas Brasil,
2023) ainda reitera que o uso sustentável da água deve estar associado ao combate
às mudanças climáticas. “Dois lados de uma mesma moeda”, afirma.
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Que práticas sustentáveis foram essas que trouxeram rios urbanos de volta à vida?
Um exemplo pode ser conhecido em Seul, na Coréia do Sul.
Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima!
CARTILHA Planeta Água - água virtual. [S.l: s.n.], 2015. 1 vídeo (1 minuto e
37 segundos). Publicado pelo canal Wilivro. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=MoVRmwEsdmE. Acesso em: 31 out. 2023.
COMO um país inteiro corre o risco de ficar sem água potável. [S.l.: s.n.], 2019. 1
vídeo (2 minutos e 46 segundos). Publicado pelo canal BBC News Brasil. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=S9lb2pqBSkk. Acesso em: 31 out. 2023.
KLABIN, I. A urgência do presente: biografia da crise ambiental. [S.l.]: Elsevier Brasil, 2011.
NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Consumo vampírico está esgotando a água no mundo, afirma
secretário-geral da ONU. Nações Unidas Brasil, [s.l.], 2023. Disponível em: https://brasil.
un.org/pt-br/224386-consumo-vamp%C3%ADrico-est%C3%A1-esgotando-%C3%A1gua-
no-mundo-afirma-secret%C3%A1rio-geral-da-onu. Acesso em: 30 out. 2023.
UNICEF. 1 em cada 3 pessoas no mundo não tem acesso a água potável, dizem
o UNICEF e a OMS. Unicef, [s.l.], 2019. Disponível em: https://www.unicef.
org/brazil/comunicados-de-imprensa/1-em-cada-3-pessoas-no-mundo-nao-
tem-acesso-agua-potavel-dizem-unicef-oms. Acesso em: 30 out. 2023.
Objetivo de aprendizagem
Ao final da unidade, você deverá ser capaz de classificar os diferentes contextos das
Águas no território brasileiro.
Nesta unidade, você vai saber mais sobre a disponibilidade hídrica, considerando
sua variação em diferentes contextos regionais e a conexão dessas diferenças
com fatores geográficos, pedológicos, paisagens diversas e biomas, levando em
consideração a vasta extensão do território nacional.
O Brasil é o país mais extenso situado na zona intertropical, cinturão mais cálido e úmido
do planeta. Essa condição nos coloca no topo do ranking mundial em disponibilidade
de recursos hídricos, com cerca de 12% de toda a água doce do planeta.
• pluralidade de climas;
• ecossistemas;
• relevos;
• solos; e
• redes hidrográficas.
Essa diversidade natural nos oferece riquezas, mas também nos coloca diante
de desafios. Um deles diz respeito ao acesso aos recursos hídricos. Sendo
assim, a heterogeneidade físico-natural ao longo do território nacional guiou os
diferentes processos de regionalização que foram realizados no país. Uma dessas
regionalizações foi proposta pelo geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber (2003), por ele
denominada de Domínios Morfoclimáticos do Brasil.
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• navegação;
Esses usos múltiplos influenciam para que a pressão sobre os recursos hídricos
seja intensificada, especialmente quando levamos em consideração a dinâmica
econômica e a densidade demográfica do Brasil.
Antes de continuar, que tal ouvir um Podcast com especialista da área sobre Águas
do Brasil em diferentes contextos regionais?
Por outro lado, considerando o contexto das grandes cidades, os núcleos urbanos
contribuem de forma clara, partindo de um olhar generalista, na disposição de
produtos industrializados, serviços, investimentos e tecnologia.
O programa foi criado tendo como base o conceito de PSA – Pagamento por Serviços
Ambientais. Nesse programa, os atores que contribuem com a conservação e seus
efeitos positivos dos recursos naturais, podem ser remunerados, estimulando:
• reflorestamentos; e
Por isso, a compreensão da população desse papel da política pública e dos atores
sociais no desempenho do continuum urbano-rural é uma conquista para o futuro
sustentável (ONU-Habitat, 2022).
Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima!
Objetivo de aprendizagem
O conceito base que assegura a água como bem de valor para todos os setores da
sociedade, refere-se à sua concepção como recurso hídrico. É comum aplicarmos o
termo recurso hídrico em todos os assuntos relativos à água. Seu uso recorrente,
pode fazer com que não nos atenhamos ao seu significado real.
A Lei das Águas (Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997) foi criada para viabilizar a
instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos e a criação do Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh), entre outras atribuições.
A Lei das Águas determina que a Política Nacional de Recursos Hídricos deve ter
como base os seguintes fundamentos:
Em razão da água, além de elemento vital, ser um bem, dotado de valor econômico,
como explicita o fundamento II da Lei das Águas, é imperativo que o seu manejo e
gerenciamento sejam eficazes em múltiplas escalas. Por essa razão se criou o Singreh,
você já ouviu falar? É a estrutura de governança instituída no Brasil para a gestão
dos recursos hídricos. Trata-se de um conjunto de órgãos, entidades, incluindo a
ANA, e instrumentos que tem como objetivo principal a gestão dos recursos hídricos
no país de forma integrada e descentralizada.
Lembrando que a gestão deve estar centrada nas diretrizes estabelecidas pelo Plano
Nacional de Recursos Hídricos (PNRH).
A rede de drenagem culmina no fluxo principal da bacia, que geralmente é o rio que a
nomeia. Dessa forma, qualquer distúrbio que ocorra em qualquer parte da bacia, trará
impactos no seu corpo hídrico principal. Isso evidencia que a dinâmica natural na bacia
hidrográfica ocorre de forma sistêmica, em que todos os elementos estão interligados.
Como você já deve ter notado, o material produzido pela ANA apresenta uma
linguagem fácil de ser concebida, o que promove o seu uso no contexto pedagógico.
Envolvimento da comunidade e
investimento em educação ambiental.
Agora que você já assistiu à videoaula sobre as bases conceituais para o ensino
em água, vale a pena conhecer o portal do Sistema Nacional de Informações sobre
Recursos Hídricos (SNIRH).
Como exemplo dessa atuação da ANA, por meio de um convênio com o Programa de
Pós-Graduação em Rede Nacional para Ensino das Ciências Ambientais (Profciamb),
foram desenvolvidas diversas ações, desde realização de cursos EaD, produção de
materiais educacionais, realização de workshops, apoio ao desenvolvimento de
pesquisas, com a formação, desde 2016, de centenas de Mestres que atuam na
Educação Básica de todas as regiões do Brasil, entre outras.
Um dos muitos produtos dessa parceria que vale compartilhar é a recente publicação
da série Guias Educacionais, em 4 (quatro) volumes destinados ao Ensino da
Temática água e sustentabilidade, sendo eles:
Que bom que você chegou até aqui! Agora é a hora de você testar seus
conhecimentos. Para isso, acesse o exercício avaliativo disponível no ambiente
virtual. Bons estudos!
2
Fundamentos das Metodologias
Educacionais para a Formação
em Sustentabilidade
O presente módulo está distribuído em 2 (duas) unidades, nas quais você terá
contato com aspectos teóricos essenciais para o desenvolvimento de metodologias
educacionais, nas quais, quando relacionadas à temática água e sustentabilidade,
poderão contribuir para a sensibilização ambiental e consequentemente a formação
do sujeito, a construção de ideologias e em mudanças de comportamento.
Objetivo de aprendizagem
Por esse motivo, você vai conhecer agora algumas teorias que servem como base
para compreender o processo de aprendizagem em relação à complexidade do
ambiente, com um foco na perspectiva da sustentabilidade.
Por isso, de forma a contribuir nessa construção, algumas reflexões são importantes
como:
Essa autonomia dos sistemas vivos é relativa, porque ela se transforma a partir das
interações com o ambiente, assim como transforma o ambiente a partir dessas
interações, recursivamente. Para Maturana (1997), as aprendizagens são essas
interações geradoras de mudanças e transformações no sistema.
Daniel Silva (2000) apresenta uma sistematização para esses conceitos, veja a seguir:
Transdisciplinaridade, como o prefixo “trans” indica, diz respeito àquilo que está
ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de
qualquer disciplina. Seu objetivo é a compreensão do mundo presente para o qual
um dos imperativos é a unidade do conhecimento (Nicolescu, 1999).
Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima!
Objetivo de aprendizagem
Acesse o livro:
Quando ouvimos uma pessoa falar a partir do seu saber e experiência e respeitamos
seu conhecimento, reconhecemos sua legitimidade no mundo.
Maturana (1998) revela que são as emoções que movem o que é vivo e que promovem
o ponto de partida do processo de aprendizagem. Ressalta ainda a função do amor
como emoção responsável pelo reconhecimento e respeito do outro como legítimo
outro na convivência.
A partir desse conceito de amor, Daniel Silva (1998) propôs a Pedagogia do Amor,
que favorece a construção participativa de conceitos, em quatro momentos.
Que bom que você chegou até aqui! Agora é a hora de você testar seus conhecimentos.
Para isso, acesse o exercício avaliativo disponível no ambiente virtual. Bons estudos!
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Trilhas e Caminhos para a
Sustentabilidade Ambiental
na Escola
Você vai perceber que este Módulo está pautado na ampliação do conhecimento
sobre uma educação baseada na sustentabilidade, tendo a Escola como ambiente
de transformação e construção da alfabetização ecológica.
Ao final da unidade, você deverá ser capaz de reconhecer conceitos e questões estratégicas
acerca da alfabetização ecológica.
A Ecopedagogia aborda também a relação da pessoa com o lugar onde ela vive e
as tradições culturais das quais ela faz parte. Nessa perspectiva são destacadas as
pedagogias que valorizam a bacia hidrográfica, os biomas, os ecossistemas e
demais especificidades que conformam e fortalecem a identidade e o pertencimento
da pessoa com o seu território.
Veja, a seguir, alguns olhares diferentes nos processos educacionais, de acordo com
diversos autores.
Ressalta um olhar sobre as técnicas tradicionais de educação dos índios californianos. Ele aborda
o significado do canto, a ideia de centro do mundo, a construção de uma casa redonda, a lenda
do pombo selvagem. Essa visão é inspiradora para motivar as crianças, adolescentes e adultos
sobre a importância do conhecimento tradicional, que vai além dos meios formais, valorizando a
vivência, a experiência e a inspiração de todos, com suas culturas.
Diferencia o conceito de habitante – como aquele que conhece seu lugar; do residente – que
possui relações mais superficiais com o lugar onde vive. Essa perspectiva motiva a valorização
de afetos com o território, ampliando o sentimento de amor a partir do conhecimento deste
território.
Avalia despertar o amor das crianças pelo planeta Terra. Por meio de poemas, a autora
promove a reflexão sobre a água, sobre a espécie humana, sobre o ciclo ecológico e suas redes,
demonstrando a importância da arte nos processos pedagógicos.
Integrar a arte nos processos pedagógicos, como literatura, poesia, músicas, etc. é
aproximar as crianças, adolescentes e adultos, da questão ambiental, a partir da
ludicidade, da alegria e do diálogo entre culturas.
Procedimento metodológico tem como ponto de partida o seu lugar, ou o lugar onde você mora,
ou o lugar onde se situa a escola, e incorporar os elementos ambientais relacionados, como os
cursos d’água, rios, lagoas, cachoeiras, manguezais, locais de matas e florestas, áreas protegidas
e/ou unidades de conservação.
Ressaltam os desafios para essa construção da escola como uma comunidade de aprendizes,
refletindo desafios e estratégias. Um ponto de partida é reconhecer que a escola não está
fechada em si mesma. Ela é parte da comunidade. Ela é construída a partir das pessoas que nela
atuam: estudantes, professores, gestores, funcionários e famílias.
Ações integradas são demandadas para mitigar a pressão sobre os recursos hídricos,
e a relação com a demanda pelos múltiplos usuários e futuros efeitos adversos, em
decorrência das mudanças climáticas. Observe na imagem a seguir:
De uma forma ilustrativa, você pode visualizar um esquema, desenvolvido por Hoff
(2011), que apresenta uma reflexão sobre o Nexo, centrado no abastecimento de
água, energia e alimentos, todos ligados aos recursos hídricos disponíveis e sofrendo
a interferência das tendências globais, incluindo a urbanização, o crescimento
populacional e as mudanças climáticas.
Chegou o momento de assistir à videoaula que traz mais uma reflexão sobre o Nexo
água, energia e alimento. Acompanhe!
Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima!
Ao final da unidade, você deverá ser capaz de diferenciar pilares para a sustentabilidade
escolar e a ideia de Escola Sustentável.
EN
M
TÁ
CO
V
EL
Governança para um
território sustentável
Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus conhecimentos.
Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons
estudos!
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Água como Matriz
Ecopedagógica e Aplicações
Educacionais
Neste módulo você vai poder ampliar seu conhecimento sobre abordagens
pedagógicas criativas, que relacionam sensibilidade e racionalidade no
desenvolvimento da temática Água em espaços educacionais e em projetos de
educação ambiental.
Ao final da unidade, você deverá ser capaz de reconhecer abordagens inspiradoras para
a formação de cidadãos e sociedades sustentáveis.
Se você ler, já no primeiro capítulo do livro Água como Matriz Ecopedagógica, você
encontrará a transversalidade como princípio pedagógico e a pesquisa-ação,
proposta por René Barbier (2002), como metodologia de formação.
A escuta sensível proposta por René Barbier (2002) como recurso metodológico é
essencial nesse processo, baseado na empatia e na aceitação do outro, capaz de
ouvi-lo de maneira respeitosa, sem julgamento, buscando a compreensão a partir
do seu contexto.
Técnicas e procedimentos
Além disso, oficinas diversas podem servir de inspiração para sua prática na escola, como:
oficina de papel, oficina alimentação viva, oficina ciranda multicolor, oficina pedagógica
de teatro e oficina de brinquedos populares. Essas e muitas outras atividades podem
ser utilizadas e adaptadas em projetos com as escolas e comunidades.
Você chegou ao final desta Unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o
conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima!
Os Casos de aplicação educacional que você vai conhecer agora fazem parte da série
Guias Educacionais desenvolvida pelo Mestrado em Rede Nacional Profciamb
em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). São
indicadas duas atividades educacionais, sendo uma aplicada para o ensino formal
e outra para o ensino não formal.
Para conhecer mais sobre a concepção dos Guias Educacionais, assista à videoaula
a seguir:
Que tal conhecer algumas dessas atividades? Veja a seguir duas atividades para os
diferentes contextos educacionais.
Objetivo
Dinâmica da Atividade
Dentro da flexibilidade das TDICs, as mecânicas abordadas por McGonigal, a gamificação é muito
bem-vinda e tem uma grande importância como recurso motivador para os alunos, envolvendo
diretamente os estudantes de acordo com a teoria da aprendizagem móvel de Sharples, em
que a aprendizagem é construída usando múltiplos contextos entre pessoas e tecnologias.
Dessa forma, temos a produção de um game digital com mecânicas da gamificação que aborda
processos da sucessão ecológica, sob um design inspirado no mundialmente popular Minecraft
para formar conceitos científicos através da experiência.
Preparativos
Os estudantes serão convidados a baixar o game com antecedência em casa, assim, no dia
combinado pelo professor, todos levarão os smartphones com o jogo já instalado.
Kahoot: em sala, os estudantes irão responder a um quiz de perguntas criado no Kahoot© para
que se possa identificar seus conhecimentos prévios sobre a sucessão ecológica e conceitos
complementares. Para isso, faz-se uso do navegador de internet, de modo que não é necessária
a instalação prévia de um aplicativo. O professor deverá iniciar a partida clicando em “Jogar”
e posteriormente em “Assign Kahoot” (ou “Atribuir Kahoot”, de acordo com o idioma do seu
smartphone) e compartilhar o PIN de acesso às questões com sua turma. Apenas o professor
tutor terá acesso às respostas dos alunos, enquanto estes irão acompanhar o ranking de
pontuação. Todos devem iniciar a partida ao mesmo tempo, para que não haja vantagem de
ninguém. Ao finalizarem a atividade, o professor não deve corrigir as questões ainda, pois se
espera que os conceitos que contribuem para formar as respostas ainda serão formados ou
reforçados durante o jogo.
Após serem plantadas espécies mais tolerantes, estas deixam o solo mais fértil, permitindo o
plantio de espécies mais exigentes, sendo o caso da maioria das árvores do jogo. Durante a
atividade, é fundamental que haja diálogo com os colegas de turma, identificando diferentes
possibilidades de usar o espaço usando a troca de sementes para povoar a agrofloresta em
ascensão.
O professor deve se sentir confortável para realizar mais perguntas que estejam de acordo com
as realidades dos estudantes.
HQ girante: para esse momento é interessante que haja um espaço amplo para produção, de
modo que os estudantes possam se acomodar sentados, formando grupos que contenham
entre quatro e seis estudantes. Deve ser utilizada a folha de papel madeira para a construção
da HQ com o eixo norteador “Florestas: onde os rios nascem”, de modo que possam ser trazidas
as experiências que foram vivenciadas no game Go.Floresta, interpretando a simulação do
reflorestamento de uma área degradada e as discussões que foram trazidas com os vídeos a
respeito da relação da água com as florestas.
Apresentações: com os estudantes distribuídos em círculo, cada grupo vai apresentar a história
que foi construída apresentada na forma de HQ, que posteriormente deve ficar exposta na sala
ou outro local adequado.
Observação: todos os momentos são avaliadores, embora culminem com uma apresentação. O
professor tutor também deve ter atenção ao engajamento e ações colaborativas dos alunos com
seus colegas durante as etapas da atividade
Objetivo
Essas etapas compõem a gincana repassada aos participantes para disseminar o conhecimento
sobre a problemática da água de forma lúdica e motivada.
O jogo de tabuleiro a ser desenvolvido nesta proposta tem como finalidade disseminar o
conhecimento de quais práticas são positivas ou negativas para o consumo do recurso hídrico
de forma sustentável.
As atividades devem ser compostas por cinco módulos, sendo que o último utiliza uma
metodologia lúdica composta por três etapas. A partir do terceiro módulo os grupos de
participantes podem receber medalhas e pontuação, para incentivá-los a participar das
atividades.
1º momento
2º Momento
Aplicam-se as atividades da gincana, composta por três etapas (criação de filtro de água caseiro,
quiz, jogo de tabuleiro). A parte lúdica e prática da atividade (criação de filtro de água caseiro,
quiz e jogo de tabuleiro) é uma gincana denominada “Água – Problemas e Soluções!”.
Esta fase é integrada por três módulos, desenvolvidos com divisão dos participantes em equipes.
Para você conhecer mais algumas atividades educacionais, serão apresentados dois
novos casos: um para o ensino formal, e outro orientado à aplicação em espaços
não formais de ensino. Primeiro, assista à videoaula para a modalidade de ensino
formal. Acompanhe:
Agora assista à videoaula que apresenta o caso para espaços não formais de ensino:
Que bom que você chegou até aqui! Agora é hora de você testar seus conhecimentos.
Então, acesse o exercício avaliativo que está disponível no ambiente virtual. Bons
estudos!
LOURENCO, A. B.; DICTORO, V. P.; SILVA, G. M. N. da; BORGES, A.; MALHEIROS, T. F. (Org.).
Água e sustentabilidade: educação infantil e ensino fundamental. São Paulo: Com-
Arte, 2023. Disponível em: profciamb.eesc.usp.br/wp-content/uploads/2023/03/
Agua-e-Sustentabilidade-Educacao-Infantil-e-Ensino-Fundamental-VOL2.pdf.
Acesso em: 1 nov. 2023.
5
Educação para o
Desenvolvimento
Sustentável e a Agenda 2030
Você já ouviu falar na Agenda 2030? Trata-se de um documento criado
pela Organização das Nações Unidas (ONU) que aborda os 17 Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS), consiste num plano de ação para erradicar a
pobreza, proteger o planeta e garantir a sustentabilidade para todos.
Ao final da unidade, você deverá ser capaz de listar metas da Agenda 2030 relacionadas
ao ensino da temática água e sustentabilidade.
O documento consiste em um plano de ação com enfoque nos cinco P’s, que
representam as cinco esferas de maior importância para a humanidade e o planeta:
as pessoas, o planeta, a prosperidade, a paz e as parcerias. A Agenda aponta
a erradicação da pobreza como o maior desafio global, bem como um requisito
fundamental para o desenvolvimento sustentável. Compromete-se em “não
deixar ninguém para trás”, reconhecendo a dignidade do ser humano como algo
indispensável.
ODS 13 ODS 14
A EDS orienta uma alteração nos focos de ensino, não se restringindo apenas a
conteúdos como a mudança do clima, a pobreza e o consumo sustentável. Ela propõe
uma pedagogia transformadora que vise a ação, autoaprendizagem, participação
e colaboração, além de uma inter e transdisciplinaridade, conectando a
aprendizagem formal e informal.
Uma ferramenta que pode ser aplicada nos espaços educacionais é o Índice de
Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR).
Que tal aplicarmos o IDSC-BR para nossa cidade? Será que ela está conseguindo
aplicar o ODS?
Essas práticas podem ser realizadas nas mais diversas situações, acompanhe os
exemplos:
Que tal aprender na prática um pouco mais sobre práticas Pedagógicas Extramuros?
Então assista a esta videoaula:
Que tal aprender um pouco mais sobre a Lei das Águas? Assista ao
vídeo produzido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento
Básico (ANA), clique aqui.
A Lei das Águas estabelece que a gestão dos recursos hídricos deve ocorrer de
forma descentralizada, com a participação do Poder Público, das comunidades e
dos usuários, proporcionando o uso múltiplo da água e integração com a gestão
ambiental. A gestão deve considerar ainda as especificidades de cada região do
País, tanto em aspectos naturais, como socioeconômicos e culturais.
Que bom que você chegou até aqui! Agora é a hora de você testar seus conhecimentos.
Para isso, acesse o exercício avaliativo disponível no ambiente virtual. Bons estudos!
A LEI das Águas do Brasil. [S.l.: s.n.], 2014. 1 vídeo (3 minutos e 36 segundos).
Publicado pelo canal anagovbr. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=bH08pGb50-k. Acesso em: 1 nov. 2023.