Trabalho de D.Penal Sofia 2
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DIREITO PENAL
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Professor: Roberto Sá dos Santos
Data: 13/11/2024
Curso: Direito, 2° Período.
Turno: Matutino
Estudantes: Sophia Ferreira Farias
SUMÁRIO
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1- INTRODUÇÃO…………........................................................................................... 04
2- CONCEITO DE CRIME…………………………….................................................. 05
4- CONCLUSÃO………………………………………………………………………… 08
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entendido como uma violação de normas estabelecidas pela sociedade, sua definição do
que constitui um “crime” pode variar de acordo com o contexto histórico, cultural e legal de
cada país. Este trabalho tem como objetivo explorar o conceito de crime, abordando suas
principais características, teorias que buscam explicá-lo e a forma como ele é definido no
âmbito do direito brasileiro.
Ao decorrer deste trabalho, exploraremos o conceito de crime, levando consideração tanto
sua área formal, expressa nas legislações, quanto sua perspectiva material, relacionada
com o seu impacto na ordem social. Serão abordados os elementos que compõem o crime,
essenciais para que uma conduta seja considerada criminosa. Além disso, será discutido as
principais teorias desenvolvidas para interpretar o crime e seus elementos, como as teorias
causalistas, finalistas e a funcionalista, destacando suas contribuições e diferenças no
âmbito jurídico.
O objetivo é proporcionar uma visão abrangente e crítica sobre esta temática, evidenciando
sua relevância não apenas para o estudo do Direito penal, mas também, para ajudar na
manutenção de uma sociedade guiada pela justiça e pela proteção dos direitos de todos.
O CONCEITO DO CRIME
O conceito de crime no Direito Penal é uma pauta complexa e com muitas vertentes,
abordada por muitos doutrinadores. Em uma visão geral, crime é entendido como
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uma conduta que quebra um bem jurídico cuidado pelo Estado, sendo prevista em
lei como algo punível. A sua definição, no entanto, varia de acordo com a téorica
utilizada.
Para Francisco de Assis Toledo, crime é “uma infração penal que consiste numa
ação ou omissão típica, antijurídica e culpável” (Toledo, 2006). Essa abordagem
cobre os tres elementos principais: a tipicidade (conformidade com o tipo penal), a
antijuridicidade (contrariedade com o direito) e a culpabilidade (atribuição de
responsabilidade ao agente).
Já Cezar Roberto Bitencourt define crime como “a violação de um dever jurídico,
correspondente a uma proibição ou imposição legal, que produz dano ou perigo
concreto a bens jurídicos” (Bitencourt, 2015). Nessa visão, o crime é enfatizado
como uma transgressão do dever social, com o potencial para causar danos reais a
interesses protegidos pela legislação.
No Brasil, a definição de crime também pode ser entendida sob a visão do Direito
Penal Clássico, defende que o crime é uma ofensa a norma penal que já existe, e o
Direito Penal Funcionalista, o foco se encontra na proteção dos bens jurídicos e na
prevenção dos atos que possam comprometer a ordem social. Luiz Regis Prado
destaca que o crime é “um fato típico, ilícito e culpável, com potencial lesivo aos
valores fundamentais da sociedade”.
Ainda em relação aos conceitos temos o conceito material, formal e analítico. O
conceito material, as definições visam identificar por que o legislador prevê punição
para certos fatos, e não para outros. É um conceito aberto que guia o legislador para
definir quais condutas ofendem beans juridicamente tutelados, ou seja, merecem
pena. Segundo Roxin, “o conceito material de crime é prévio ao Código Penal e
fornece ao legislador um critério político-criminal sobre o que o Direito Penal deve
punir e o que deve deixar impune”. Logo, o Estado que irá colocar valor nos bens da
vida, os protege do por meio da lei penal.
O conceito formal é a concepção do direito sobre o delito, onde se respeita o
princípio da reserva legal, para qual o nullum crimen, nulla poena sina preavia lege,
nao há crime sem que a lei anterior o defina, sem pena sem lei anterior que a
comine. Preocupa-se com o aspecto externo, entram definições como a de que o
crime é uma conduta (ação ou omissão) contrária ao Direito, a que a lei atribui como
pena.
E no conceito analítico, trata-se do conceito formal fragmentado em elementos que
proporcionam o melhor entendimento sobre sua abrangência. Esse conceito de
crime é mais aceitado pela doutrina, pode ser conceituada como ação humana,
antijurídica, culpável e punível. Em relação a punibilidade, é a possibilidade de
aplicar a pena, porém, não é elemento do crime.
ELEMENTOS DO CRIME E SUAS TEORIAS
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No Direito Penal, os elementos do crime sao de extrema importância para identificarmos
uma conduta como criminosa. O conceito de crime pode variar de acordo com a teoria
usada, mas tradicionalmente é composto por três principais elementos: tipicidade, ilicitude
(ou antijuricidade) e culpabilidade. Esses três elementos são explorados em diferentes
teorias sobre o crime, cada uma tendo suas especificidades e abordagens.
A tipicidade define a adequação da conduta do agente ao tipo penal descrito na lei. Ou seja,
para que haja crime, é preciso que a ação ou omissão do agente seja correspondente
exatamente à conduta prevista no seu tipo penal. A tipicidadde abraça tanto o aspecto
objetivo, em outras palavras, a correspondência entre a ação e a descrição legal, quanto ao
aspecto subjetivo, onde envolve a intenção ou dolo do agente.
Quando se fala da ilicitude, significa que a conduta típica é contrária ao ordenamento
jurídico, ou seja, ofende um bem jurídico tutelado por lei. Para que uma ação típica seja
considerada criminosa, ela deve ser ilícita, o que implica a a ausência de causas de
justificação, como por exemplo legitima defesa, estado de necessidade ou exercício regular
de um direito. Quando há uma dessas causas, a conduta, embora típica, deixa de ser lícita
e, portanto, nao configura crime.
Em culpabilidade, ele é o elemento que permite atribuir responsabilidade ao agente pela
conduta ilícita que ele praticou. Em outras palavras, se refere à reprovação social e jurídica
da conduta, considerando a capacidade de entendimento e a autodeterminação do agente
em relação ao ato cometido. A culpabilidade envolve elementos como a imputabilidade
(capacidade de responder pelo ato), o dolo ou culpa e a exigibilidade de conduta diversa.
Os elementos do crime são interpretados de maneiras diferentes, nessas maneiras temos a
teoria causalista, ou clássica, a teoria finalista, teoria social da ação e teoria funcionalista.
A teoria causalista, defendida por doutrinadores como Franz von Liszt e Ernest von
Beling, ela entende o crime como um fato humano voluntário que causa uma
modificação no mundo externo, sendo dividida entre tipicidade (conduta) e ilicitude.
Para os causalistas, a culpabilidade seria meramente um elemento de reprovação
moral.
Na teoria finalista, criada por Hans Welzel, propõe que o dolo e a culpa não fazem
parte do tipo penal. Assim, a conduta é vista como orientada por uma finalidade. A
teoria finalista destaca a importância da intencionalidade do agente na prática do
crime e trouxe uma análise mais aprofundada sobre o dolo e a culpa.
Já na teoria social da ação, exerga a ação humana como socialmente relevante e,
por isso, considera que a tipicidade também tem um aspecto social, sendo
necessário avaliar o impacto da conduta para que seja caracterizada como crime.
Nessa teoria, o conceito de ação incorpora um valor social, e a culpabilidade é
interpretada como a reprovação pela violação desse valor.
Na teoria funcionalista, o funcionalismo propõe que o crime deve se compreendido
segundo a sua função de proteção dos bens jurídicos e da ordem social. Claus
Roxin defende que o direito penal deve atuar para previnir leões a bens jurídicos
essenciais, e a teoria funcionalista adota uma visão pragmática, buscando evitar
interpretações puramente dogmáticas do conceito de crime.
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CONCLUSÃO
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O estudo sobre o conceito de crime e seus elementos, como também as teorias que
os explicam, permitem a compreensão da base sobre qual o sistema penal está
estruturado. O crime, que pode ser definido como uma conduta típica, ilícita e
culpável, é um fenômeno que vai além do aspecto meramente legal, ele reflete as
dinâmicas sociais e as transformações culturais de cada sociedade.
Para compreensão dos elementos do crime – tipicidade, ilicitude e culpabilidade- é
importante para garantir a aplicação justa a aplicação justa do direito penal,
assegurando que apenas as condutas que violam efetivamnete o ordenamento
jurídico sejam puníveis. Ademais, essas teorias que explicam o crime, oferecem
subsídios para o desenvolvimento de politicas publicas e estratégias preventivas
mais eficazes.
Conclui-se, portanto, que segundo a análise de conceito de crime e seus elementos
abordados neste trabalho, aliada à reflexão teórica, é de extrema importância não
apenas para a construção de um sistema jurídico eficiente, mas também para o
avanço em direção a uma sociedade mais justa e equilibrada.