10. Lição 10 - Atos Dos Apóstolos

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Lição 10

PAULO VAI A ROMA


(At 27,28)

A dramática viagem de Paulo pelas águas do Mar Mediterrâneo


é um dos raros registros conservados, da antiguidade, sobre as viagens
marítimas. Como em todos os episódios do Livro de Atos, a figura do
apóstolo Paulo aparece no centro dos acontecimentos. Tanto assim que,
no final, momentos antes do naufrágio, ele é quase o comandante do
navio. No decurso da viagem movimentada, o apóstolo é consultado ou
faz sentir a sua opinião acerca de rotas e paradas. Em Malta, deixou de
ser simples prisioneiro e passou a ser um prisioneiro de categoria especial,
com direito a privilégios e atenções de toda sorte.
O relatório apresenta ainda a enorme insegurança das viagens
marítimas daquela época. Jamais se atrevia a tomar um rumo direto ao
alvo, em nosso caso, a Itália. Em vez disto, costeava–se o litoral, evitando
ao máximo a navegação durante a noite. Daí as demoras e os imprevistos
que deviam surgir numa viagem dessas, ao lado dos riscos de vida a que
os viajores se expunham.
Como deviam se sentir aliviados os viajantes, ao porem o pé em
terra firme no porto de destino!

178
Esboço da Lição

1. O Começo da Viagem
2. Os Perigos da Viagem
3. O Naufrágio
4. Paulo na Ilha de Malta
5. Paulo Chega a Roma

Objetivos da Lição

Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:


1. Mencionar o nome de dois cristãos que acompanharam
Paulo em sua viagem a Roma;
2. Descrever como seria a viagem de Paulo a Roma, de acordo
com o que o Senhor lhe mostrou;
3. Distinguir dois fatos relacionados ao perigo da viagem de
Paulo a Roma;
4. Descrever o tipo de recepção que tiveram os náufragos
(Paulo e seus companheiros) na ilha de Malta;
5. Explicar como os cristãos de Roma receberam Paulo quando
da sua chegada à cidade.

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TEXTO 1 | O COMEÇO
INÍCIO DA VIAGEM DE PAULO A ROMA
DA VIAGEM (AT 27.1-8)
(AT 27.1-8)

Havendo apelado a César, Paulo segue Ao descrever a viagem de Paulo, Lucas


de Cesareia para Roma por via marítima. procura sempre destacar a profunda confiança que
Narrando na condição de testemunha
ele tinha no seu Senhor, até mesmo nos momentos
ocular, Lucas cobre a primeira parte da jor- mais difíceis. Paulo deu perfeita demonstração de
nada numa espécie de diário de viagem, fé e segurança em Deus, durante todo o tempo da
mencionando os locais visitados antes da viagem a Roma.
tempestade no mar (At 27.1-8). Aliás, os capí-
tulos 27 e 28 fazem lembrar antigas viagens
Companheiros de Paulo
literárias narradas pelos gregos, o que é fácil
de se entender, sendo Lucas o escritor. Lucas enfatiza a sua companhia a Paulo, assim
Por ser um importante cidadão romano como a de Aristarco de Tessalônica, mencionado
das províncias, Paulo viaja sob a tutela de como companheiro de Lucas e de Paulo (v. 2).
Júlio, o centurião do famoso regimento Sobre Aristarco, assim fala Paulo em Colossenses
augusto, formado por mercenários sírios e
4.10: “Aristarco, que está preso comigo”. Quanto
mencionado em inscrições do século I.
a Lucas, a Bíblia não menciona a razão da sua
Eles partem de Cesareia Marítima em um companhia a Paulo. Seria na qualidade de médico?
navio adramitino (pertencente a cidade de
É possível. Todavia, podemos crer que o Espírito
Adramítio, da Ásia Menor, atual Edremit, na
Santo impulsionou Lucas a acompanhá-lo, não
Turquia). Além de Lucas, o médico amado,
Paulo é acompanhado por um amigo chama- só para que lhe desse apoio na viagem, mas regis-
do Aristarco, cristão macedônio de Tessalôni- trasse os acontecimentos através do longo e penoso
ca. Em todas as dificuldades enfrentadas pelo percurso.
apóstolo, Deus concedeu-lhe amigos fiéis.
Paulo foi entregue aos cuidados do centu-
No dia seguinte, o navio ancora em Si-
rião Júlio, de quem obteve um tratamento muito
dônia, uma cidade fenícia famosa por seu
corante púrpura e pela fabricação de vidro, especial. Acredita-se que Júlio tenha ouvido o
bem como por seus portos. Júlio trata Pau- discurso de Paulo diante de Agripa, quando o
lo bondosamente, permitindo-lhe ir ao en- apóstolo foi, mais uma vez, declarado inocente.
contro dos cristãos locais, para que estes lhe
supram as necessidades. A igreja em Sidônia Paulo chega a Sidom
nascera, provavelmente, a partir da perse-
guição que se seguira à morte de Estêvão. No dia seguinte à saída de Cesareia, o navio
O navio segue rente à costa, a sotavento que levava Paulo chegou à cidade de Sidom, onde
da ilha de Chipre, protegido dos ventos ou- ele teve permissão para ver alguns amigos e receber
tonais do oeste. Depois, segue para oeste, deles alguma assistência. Sidom era uma famosa
cruzando o mar aberto até chegar a Mira, cidade dos cananeus (Gn 10.15), sobre a qual a
na Lícia. Júlio encontra um navio alexan-
Bíblia faz frequentes referências. Desde os dias do
drino alternativo, transportador de cereais,
que partia para a Ásia Menor e Itália, vindo
Novo Testamento, esta cidade tem passado por
do Egito, o celeiro do Império Romano. várias mudanças. Hoje chama-se Saida, no Líbano,
e abriga uma grande população.

180 Atos dos Apóstolos


Pa r t i ndo de Sidom, os m i s sioná r ios
Devido aos ventos contrários, a viagem
navegaram ao longo da costa de Chipre, atraves-
é difícil. A embarcação novamente segue
sando o mar ao longo da Cilícia e Panfília, rente à costa, desta vez a sotavento de
chegando a Mirra, na Lícia (v. 5). Foi aí que o Creta, junto a Salmona, até chegar a Bons
centurião, achando um navio alexandrino de Portos e Laseia.
partida para a Itália, fez embarcar todos os presos.
Esse navio, que pertencia à frota do governo egípcio, estava abarrotado
de trigo destinado a Roma. Lucas narra, a partir daí, os momentos
mais difíceis da viagem: “Navegando vagarosamente muitos dias e
tendo chegado com dificuldade defronte de Cnido, não nos sendo
permitido prosseguir, por causa do vento contrário, navegamos sob a
proteção de Creta, na altura de Salmona. Costeando-a, penosamente,
chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto do qual estava a
cidade Laseia” (v. 7,8).

Um lugar chamado Bons Portos

Na primeira etapa de sua viagem a Roma, após várias dificuldades,


Paulo chega a Bons Portos, lugar para um breve descanso. É por demais
consolador saber que Deus sempre tem “bons portos” no grande e
tumultuado mar desta vida, onde Seus filhos podem ancorar o barco
enquanto refazem as forças para prosseguir viagem, até ancorarem no
calmo “porto” de Sião.
Exemplos disso vemos quando, próximo a Hagar, em pleno
deserto, rompeu-se uma fonte para dar de beber ao menino Ismael,
prestes a perecer de sede (Gn 21.19,20). Também após três dias de
difícil caminhada pelo deserto, Israel chegou a “Elim, onde havia doze
fontes de água e setenta palmeiras”, onde eles puderam acampar (Êx
15.27). Enquanto Israel era assolado pela fome, Deus ordenou a corvos
que alimentassem Elias, que se achava à beira da torrente de Querite.
Depois, proveu-lhe alimento através de uma viúva de Sarepta (1Rs
17.5-7,9). No exercício do ministério de Paulo, a Bíblia registra que,
através das contribuições dos filipenses, as necessidades do apóstolo
foram supridas (Fp 4.10-18). Deus cuida dos Seus em todas e quaisquer
circunstâncias da vida.

Lição 10 – Paulo vai a Roma 181


EXERCÍCIOS
Assinale com “x” a alternativa correta.

10.01 Em sua viagem com destino a Roma, Paulo teve em sua compa-
nhia o médico Lucas e também, proveniente de Tessalônica:
___a) Aristóbulo.
___b) Aristeu.
___c) Aristarco.
___d) Arimateia.

10.02 Paulo foi entregue aos cuidados do centurião


___a) Júlio.
___b) Túlio.
___c) Ananias.
___d) Félix.

10.03 Ao chegar à cidade de Sidom, Paulo teve a oportunidade de


___a) andar pela cidade livremente.
___b) descansar em casa de um parente.
___c) rever alguns amigos.
___d) fazer algumas compras.

10.04 Chegando a Mirra, na Lícia, presos embarcaram para a Itália,


por ordem do centurião, num navio de origem
___a) alexandrina.
___b) asiática.
___c) malteca.
___d) Nenhuma das alternativas está correta.

10.05 A cidade de Bons Portos integrou a primeira etapa da viagem de


Paulo, lugar onde ele aportou e pode descansar um pouco, antes
de prosseguir para
___a) Alexandria.
___b) Roma.
___c) Cesareia.
___d) Sidom.

182 Atos dos Apóstolos


TEXTO 2 | OS PERIGOS DA
VIAGEM TORMENTOSA (AT 27.9-26)
VIAGEM (AT 27.9-26)
Paulo adverte o centurião sobre os peri-
Antes de sair de Bons Portos, como era o gos de se navegar durante o severo inver-
final da estação para se navegar com segurança, no do Mediterrâneo. Mas o bom senso do
admite-se que houve uma reunião de comando navegador e do capitão é prejudicado pela
de bordo, da qual Paulo possivelmente tenha expectativa do grande lucro que obteriam,
se entregassem com segurança a carga du-
participado, na qualidade de navegante experiente
rante o inverno. Por conseguinte, o navio
que era. dirige-se a Fênix, um porto de Creta. Um
vento violento, vindo de Creta, é a ruína da
Foi nessa reunião que Paulo, por uma
embarcação. Nenhuma manobra tática dos
revelação especial de Deus, disse ao comandante marinheiros experientes é capaz de livrar
de bordo e à tripulação do navio: “Senhores, vejo o navio do famoso vento Euroaquilão. São
que a viagem vai ser trabalhosa, com dano e muito dias e noites à deriva. Mas a aparição de um
prejuízo, não só da carga e do navio, mas, também anjo a Paulo permiti-lhe proferir palavras
da nossa vida” (27.10). tranquilizadoras à aterrorizada tripulação.

A profundidade da água é medida por


Entretanto, diz Lucas que o centurião que meio de uma linha com um peso na ponta.
conduzia os presos, entre os quais Paulo, dava mais O perigo de encalhar é real, e os marinheiros
crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao tentam abandonar o navio num pequeno
que dizia o apóstolo. Por isso, a maioria dos que bote. Avisados por Paulo, o centurião e os
compunham a tripulação do navio, fundamentan- soldados soltam o bote, frustrando-lhes o
plano. Durante toda a crise, Paulo age como
do-se nas desculpas de que Bons Portos era inade-
profeta. Além disso, atua como um pastor
quado para ali passarem o inverno, período que para a tripulação; um modelo de zelo altruís-
começava em 11 de Novembro e tornava impra- ta para com o próximo e devoção a Deus em
ticável a navegação, sem perda de tempo – e sem meio à crise. Com o ânimo recobrado após
dar atenção ao que Deus revelara ao apóstolo –, uma ceia de pão, a tripulação alivia o navio,
navegaram, esperando alcançar Fênix, na ilha de atirando ao mar a carga de trigo. Avistando
uma baía com uma praia, recolhem as ân-
Creta, e aí passar o inverno.
coras, içam a vela maior, dirigem-se à praia
e encalham num recife. Novamente, Deus
Uma viagem tormentosa intervém graças à presença de Paulo na em-
barcação, impedindo que os presos sejam
A princípio, parece que a viagem seria feita sem executados e fazendo com que todos che-
problemas. Todavia, não demorou muito e levan- guem salvos à terra, no local hoje conhecido
tou-se um tufão de um lado da ilha, batendo com como Baía de São Paulo.
ímpeto contra o navio. Segundo Lucas, esse tufão
tinha o nome de Euroaquilão. Cedo o navio mostrou-se insuficiente para
suportar a violenta tempestade e, a tripulação, incapaz de conduzi-lo ao
rumo certo. Deixaram-no então à mercê da tormenta. Como a tempestade
continuasse a açoitar furiosamente a embarcação, já por muitas horas,
a tripulação passou a aliviar o navio, lançando sua carga ao mar. Logo,
lançaram também a armação do velame do navio.

Lição 10 – Paulo vai a Roma 183


Num dos momentos mais críticos da história, documenta Lucas:
“E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo
sobre nós grande tempestade, dissipou-se afinal toda a esperança de
salvamento” (v. 20). Tal era o desespero reinante, que os viajantes já não
se alimentavam mais. Então, disse Paulo:
“Senhores, na verdade, era preciso terem-me
atendido e não partir de Creta, para evitar este
dano e perda. Mas, já agora, vos aconselho bom
ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre
vós, mas somente o navio. Porque, esta mesma
noite, um anjo de Deus, de quem eu sou e a quem
sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas!
É preciso que compareças perante César, e eis que
Deus, por sua graça, te deu todos quantos navegam
contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois
eu confio em Deus que sucederá do modo por que
me foi dito. Porém é necessário que vamos dar a
uma ilha.” (vv. 21-26)

A convicção de Paulo

Muito acertadamente, diz o profeta Amós: “O SENHOR Deus não


fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os
profetas” (Am 3.7). Davi, por sua vez, diz: “O segredo do Senhor é para
os que o temem” (Sl 25.14 – ARC).
As palavras de Paulo, “Senhores, na verdade era preciso terem-me
atendido e não partir de Creta” (v. 21), denotam-lhe a convicção de que
o que havia dito procedia de Deus. Paulo informou aos 276 compa-
nheiros de bordo que, embora o navio fosse se perder, nenhuma vida
seria atingida (At 27.37). Ele estava seguro quanto ao plano divino do
seu comparecimento perante César.

EXERCÍCIOS
Marque “C” para certo e “E” para errado.

___10.06 Antes de sair de Bons Portos, por ser final de estação, certa-
mente houve uma reunião do comando de bordo e é provável
que Paulo, por sua experiência em viagens marítimas, parti-
cipara com seu parecer.

184 Atos dos Apóstolos


___10.07 Paulo comunicou a todos, por inspiração divina, que, se iniciada
naquele tempo, a viagem certamente traria terríveis danos.
___10.08 O centurião que conduzia os presos sabiamente acolheu as
palavras de Paulo.
___10.09 A viagem logo tornou-se terrivelmente perigosa e Paulo teve
oportunidade de, em meio à tormenta, testemunhar mais
uma vez do seu Deus, com a mais absoluta segurança.

TEXTO 3 | O NAUFRÁGIO (AT 27.27-44)


Na décima quarta noite de viagem, os marinheiros perceberam que
o navio se aproximava da terra (v. 27). As âncoras foram baixadas para
evitar que a embarcação batesse nos rochedos. Enquanto isso, os marujos
estavam pretendendo fugir em um pequeno bote. Sairiam clandestina-
mente, deixando os passageiros à mercê do acaso. Tendo Paulo percebido
isso, cientificou Júlio da criminosa manobra dos marinheiros. O coman-
dante sabia, é claro, que somente uma rigorosa disciplina e os esforços
conjugados de todos poderiam salvar a todos os viajantes.

Abnegação em meio ao sofrimento


Ao raiar de um novo dia, Paulo, reunindo todas as forças e passando
por entre os companheiros de sofrimento, procura encorajá-los e aconse-
lha-os a se alimentarem. Havia 14 dias que estavam em jejum. Então,
unindo o conselho ao exemplo, Paulo, “tomando o pão, deu graças a
Deus na presença de todos; e, partindo-o, começou a comer” (v. 35).
Logo, todos foram movidos a segui-lo: “Puseram-se também a comer”
(v. 36). Sem dúvida, em tais circunstâncias, Paulo era o homem de maior
importância a bordo. Após terem se alimentado, aliviaram mais uma vez
a carga do navio, arremessando ao mar o restante do trigo.
Avistando uma enseada que tinha praia, e tendo trocado ideias entre
si, os viajantes decidiram rumar para lá. Inesperadamente, porém, foram
dar num recife, causando, naturalmente, grande susto aos viajantes. Com
o choque, o navio encravou a quilha1 na areia, enquanto um vagalhão
sacudiu a embarcação, de forma que pranchas e traves, desconjuntan-
do-se, eram arrebatadas pelas ondas do mar.
1 Quilha – peça da estrutura da embarcação, disposta longitudinalmente na parte mais inferior,
e à qual se prendem todas as grandes peças verticais da ossada que estruturam o casco.

Lição 10 – Paulo vai a Roma 185


Outro exemplo do cuidado de Deus

Segundo a lei romana, deveriam ser mortos os soldados de


cuja guarda os prisioneiros escapassem. Portanto, cheios de temor e
alarmados ante a iminência de uma fuga, os soldados pretenderam
exterminar todos os presos. No entanto, o centurião Júlio, que tratava
Paulo com certa consideração, não concordou com a ideia. Assim,
ninguém foi morto. Por causa de Paulo, os soldados foram impedidos
de executarem seu intento. Então, o centurião ordenou que todos
os que soubessem nadar se lançassem primeiro ao mar; depois, os
demais, agarrados em tábuas ou outros destroços do navio, poderiam
também chegar em terra firme.
Que momentos indescritíveis aqueles! Centenas de náufragos
semimortos de fome e de cansaço, em luta contra a morte! Dentre
eles, Paulo, o heroico soldado de Cristo, emergiu das ondas do Mar
Mediterrâneo, chegando vitorioso à praia. A promessa do Senhor, de
que ninguém morreria, acabava de cumprir-se.

Jonas, o contraste

O Antigo Testamento registra um contraste entre o homem que


enfrenta uma tempestade quando está fora da vontade de Deus e
o homem que está na direção do Senhor. O profeta Jonas também
enfrentou uma tempestade. As circunstâncias, todavia, eram diferentes
das de Paulo:
1. Jonas estava fugindo do cumprimento da vontade de Deus;
Paulo propunha-se a tão somente permanecer nela.
2. Jonas dormia enquanto a tempestade assolava; Paulo, cheio
de coragem, confiante nas promessas do Senhor, procurava
dirigir as operações durante a tempestade.
3. A causa da tempestade que atingiu a embarcação onde se
encontrava Jonas era ele próprio. A embarcação onde se
encontrava Paulo teria sido preservada, caso os tripulantes
tivessem dado ouvido às suas palavras (27.9,10).
4. Jonas foi forçado a dar testemunho de Deus (Jn 1.8,9).
Paulo, intrépido, não perdia oportunidade de testemunhar
do seu Deus e de assegurar aos companheiros de viagem o
livramento do Senhor para todos.

186 Atos dos Apóstolos


5. A presença de Jonas no navio era uma ameaça à vida dos
gentios; a presença de Paulo no navio significava segurança
e garantia de que ninguém pereceria.
6. O navio em que Jonas viajava foi aliviado quando o
lançaram ao mar; pela presença de Paulo no navio, seus
companheiros tiveram a vida assegurada, em vez de serem
tragados pela fúria do mar.
Grande é a diferença entre aquele que se propõe a atravessar uma
tempestade dentro da vontade de Deus e aquele que teima em perma-
necer fora dela. Àquele, estão reservadas bênçãos perenes; a este, está
reservado apenas um profundo caos.

EXERCÍCIOS
Marque “C” para certo e “E” para errado.

___10.10 Havia catorze noites que Paulo e Lucas, juntamente com


outros presos, estavam viajando e, ao se aproximarem da
terra, fizeram baixar as âncoras, para evitar que a embarcação
batesse nos rochedos.
___10.11 Todos os viajantes estavam cansados e desesperançados naquela
embarcação, mas Paulo encorajou-os e animou-os a se alimen-
tarem e renovarem as energias, estimulados pelo seu exemplo.
___10.12 Paulo, tomando o pão, agradeceu a Deus na presença de
todos, e, partindo-o, começou a comer.
___10.13 A embarcação bateu num recife, quando, então, uma grande
onda a destroçou.
___10.14 Por ordem do centurião Júlio, todos os viajantes se atiraram
ao mar e muitos, que não sabiam nadar, morreram. Paulo,
que era bom nadador, conseguiu chegar à praia, mas se sentiu
derrotado pela tragédia do naufrágio.

Lição 10 – Paulo vai a Roma 187


TEXTO 4 | PAULO NA ILHA
NA ILHA DE MALTA (AT 28.1-10)
DE MALTA (AT 28.1-10)
Os náufragos haviam chegado à Malta,
uma pequena ilha, com 29 km de compri- No Texto 2 desta Lição, citamos uma
mento por 13 km de largura, localizada 93 palavra de revelação de Deus através de Paulo
km ao sul da Sicília. Essa colônia, fundada (27.26), quando, confortando aqueles que
por volta de 1.000 a.C., por fenícios vindos
estavam no navio com ele, disse: “É necessário
do norte da África, achava-se sob o domínio
romano desde 218 a.C. Os nativos falavam
que vamos dar a uma ilha”. Esta palavra de
um dialeto fenício, e eram por isso rotulados revelação estava relacionada à ilha de Malta.
de bárbaros pelos gregos, que assim trata- Escreve Lucas: “Uma vez em terra, verificamos
vam qualquer povo de língua incompreen- que a ilha se chamava Malta” (28.1).
sível e cultura diferente. Mas os malteses
demonstraram bondade aos náufragos.
Tratamento cordial
Eventos milagrosos acompanham a per-
manência de Paulo em Malta. Uma víbora, Lucas narra, com diversidade de detalhes,
fugindo ao calor da fogueira à qual ele pu- a maneira carinhosa como os náufragos foram
nha gravetos, pica-lhe a mão, sem contudo recebidos e hospedados pelos habitantes da ilha
causar-lhe dano. Os nativos consideram
de Malta. Os naturais da ilha eram chamados
Paulo um assassino perseguido por Nême-
sis (ou Vingança Divina), mas vendo que
“bárbaros”, na língua grega, mas esse termo
ele não morre, passam a considerá-lo um em nada demonstrava desprezo, já que, para os
deus. Lucas oferece-nos aqui uma singela gregos, bárbaros eram todos os que não falavam a
amostra das crenças religiosas dos gentios, língua grega. Aqueles nativos foram muito gentis
a quem Paulo se dirige. Além disso, mostra e ofereceram todo o conforto que puderam. A
de forma memorável que Paulo era inocen-
extraordinária bondade manifesta pela hospita-
te de qualquer acusação que o fizesse dig-
no de morte. lidade dos habitantes da ilha é contrastante com
a maneira como Paulo fora tratado pelo “povo
Paulo ora pelo pai de Públio, o principal
da ilha, que sofria de febre e disenteria, e o
escolhido” – os judeus, que tudo fizeram para
homem é curado pelo poder de Deus. Por dar fim à sua vida.
conseguinte, muitos nativos buscam em
Paulo a cura de suas doenças. É significati- Paulo miraculosamente salvo
vo o fato de o termo usado para este oficial
ter sido encontrado em inscrições maltesas. Enquanto Paulo lançava um feixe de varas
Novamente, Lucas mostra precisão históri- ao fogo, uma víbora picou-lhe a mão. Os nativos,
ca ao usar a terminologia de inscrições da certamente, julgavam tratar-se de um homicida,
época para oficiais, sobrenomes, e também
uma vez que viam as algemas de Paulo. Assim,
nomes de divindades e instituições cívicas.
quando viram a víbora dependurada de sua mão,
acharam que “a justiça divina” não lhe permi-
tiria escapar à morte nessa segunda vez. Entretanto, ao verem-no
lançar a víbora ao fogo, sem que qualquer mal lhe tivesse aconte-
cido, passaram os nativos a outra conclusão: ao invés de criminoso,
o apóstolo seria um deus (v. 6).

188 Atos dos Apóstolos


A abnegação de Paulo

Paulo aproveitava todas as oportunidades para desempenhar o


seu ministério, ainda que as circunstâncias não parecessem favoráveis.
A dura experiência de uma viagem tumultuada e trágica, e mais do
que isto – sem saúde física e certamente muito abalado – não foram
suficientes para levarem Paulo ao desânimo e à prostração. Durante os
três meses em que permaneceu em Malta, o apóstolo procurou atender
às necessidades do povo nativo.
Lucas diz que Paulo foi recebido na propriedade de Públio, o
principal da ilha. Talvez fosse ele o representante do governador
romano, ou o nativo mais nobre da ilha. Seu pai estava gravemente
enfermo. Paulo orou e o homem ficou curado, bem como todos os
outros doentes da ilha que por ele procuraram. Não sabemos se aqueles
três meses foram suficientes para a organização de uma igreja; contudo,
sabemos que Paulo não deixou de proclamar ali o Evangelho.
Disse o salmista Davi: “O SENHOR firma os passos do homem
bom e no seu caminho se compraz” (Sl 37.23). Paulo foi o tipo do
homem bom, a quem o Senhor acompanhou, confirmando-lhe os passos.
Em meio à tormenta do mar, através dele a esperança foi revelada; em
terra, através dele manifestou-se o carinho e o cuidado sarador do
Senhor. Paulo foi o galho verde ligado à videira verdadeira, destinado
a dar bastante fruto, independente das estações do ano. Quanto mais
sofreu, mais se fez útil à expansão do Reino de Cristo, que o convocara.

EXERCÍCIOS
Associe a coluna “A” de acordo com a coluna “B”.
Coluna “A”
___10.15 Confirmando-se a revelação de Deus a Paulo, o navio em que
estava foi dar nesta ilha.
___10.16 Os habitantes de Malta eram chamados de “bárbaros” por
não falarem esta língua.
___10.17 Paulo e os demais viajantes foram bem recebidos na ilha de
Malta, contrastando com o tratamento recebido da parte do
povo desta nação.

Lição 10 – Paulo vai a Roma 189


___10.18 A mão de Paulo foi picada por uma víbora, razão pela qual
esta povoação entendeu tratar-se de “justiça divina”.
___10.19 Paulo foi recebido em Malta por ele, que era o principal
homem na ilha.

Coluna “B”
A. Grega.
B. Judia.
C. Nativa.
D. Públio.
E. Malta.

TEXTO 5 | PAULO CHEGA


DE MALTA A ROMA (AT 28.11-31)
A ROMA (AT 28.11-31)
Lucas resume a última etapa da viagem
de Paulo a Roma, noutro diário de viagem. Após três meses de permanência na ilha de Malta,
e terminado o inverno, embarcando em um outro
Depois de passar os três meses de inverno
em Malta, Paulo e seu séquito estão prontos a
navio alexandrino de nome Dióscuros (v. 11), Paulo e
retomar a viagem marítima a Siracusa, na Sicí- os demais dirigiram-se, definitivamente, a Roma.
lia. No início de fevereiro, quando os ventos do
oeste chegam progressivamente, eles embar- Uma viagem normal
cam noutro navio alexandrino, que também
fazia parte da frota transportadora de cereais A viagem transcorreu sem novidades até a
entre o Egito e Roma. Esse tinha o emblema Itália. Aportando sucessivamente em Siracusa e
Dióscuros, que na mitologia grega são Castor Régio, chegaram os viajantes a salvo ao porto de
e Pólux, os filhos gêmeos de Zeus. Acreditava- Putéoli, perto de Nápoles, na Itália. Os cristãos ali
-se que a constelação deles, Gêmeos, desse receberam Paulo e sua comitiva com sinais evidentes
boa sorte durante uma tempestade. A ironia
de fraternidade, cuidando deles por uma semana
não passaria despercebida a Paulo, que sabia
inteira. Avisados, os irmãos de Roma vieram ao
que somente Deus e seu Filho Jesus poderiam
salvar de desastres no mar (Atos 27.21).
encontro de Paulo, já a caminho da Via Ápia e em
Três Vendas, mais próximo de Roma (v. 15).
O navio para na cidade portuária de Si-
racusa por três dias, sem dúvida para car- Embora preso e cansado, Paulo sentia-se
regar provisões. Estrabão, um historiador aliviado ante a realidade de que não estava sozinho
grego do ano 63 a.C., diz que Siracusa era
e abandonado. Ao entrarem em Roma, os presos
o depósito de Roma. De lá, Paulo navega
foram entregues ao prefeito dos pretorianos. Pouco
para Régio, na extremidade da Itália, com
depois, Paulo recebeu ordem para morar fora do

190 Atos dos Apóstolos


quartel, ainda que sob a vigilância contínua de um
a ajuda de um vento sul. A viagem de Régio a
soldado. Diz-nos o versículo 30 que ele foi morar
Potéoli, do outro lado do estreito de Messina,
numa casa alugada para este fim. é de aproximadamente 350 km. Potéoli era o
porto italiano mais importante para a nave-
Paulo encontra-se com os judeus de Roma gação marítima, mas acabou sendo suplan-
tado pelo porto de Óstia, remodelado pelo
Três dias depois de chegar a Roma, Paulo imperador Cláudio. Como o navio precisava
teve um encontro com os líderes judeus do local. descarregar sua preciosa carga de alimentos
Lembremo-nos que as informações dadas em para Roma, Paulo pôde ficar com os fiéis de
Jerusalém pelos judeus da Ásia, a respeito das ativi- Potéoli por sete dias. É quase certo que ele
usufruiu da hospitalidade dos fiéis da região,
dades missionárias de Paulo, não correspondiam
uma vez que as estalagens antigas eram re-
à verdade. Assim, quis ele que os judeus de Roma putadas imorais, além de oferecerem um ser-
não tivessem também informações erradas, e fez viço ruim. Se esses fiéis eram convertidos do
questão de inteirá-los da razão de sua prisão. dia de Pentecostes, ou o resultado inevitável
da mobilidade dos crentes do século I (como
Os líderes judeus disseram-lhe que não Priscila e Áquila), não se pode dizer.
tinham recebido nenhuma carta da Judeia, nem Antecipando a chegada de Paulo a Roma,
qualquer má informação da parte dos judeus alguns fiéis tinham vindo pela Via Ápia até
da Ásia. Sem dúvida, estavam interessados em o Fórum de Ápio, a 69 km de Roma, para
conhecer os ensinos do Cristianismo, pois tinham encontrar o apóstolo. Outros vieram até
ouvido que se falava contra “essa seita” por toda Três Vendas, a 48 km de Roma. A reputação
controversa de Paulo deve tê-lo precedido,
parte (v. 22).
bem como a sua condição de apóstolo dos
gentios, embora não fosse o fundador da
As explicações de Paulo igreja em Roma. Mas os fiéis romanos já es-
peravam a chegada do apóstolo há algum
Os judeus de Roma pensavam que o Cristia- tempo, embora Deus houvesse lhe atrasa-
nismo fosse uma seita do Judaísmo. Os líderes do a viagem por dois anos, em Cesareia, e
judeus, então, manifestaram desejo de conhecer feito com que culminasse da maneira mais
mais a respeito dos ensinos cristãos. Em dia inesperada. Não se sabe ao certo quem
eram esses fiéis romanos, mas presume-se
marcado, Paulo explicou-lhes as escrituras do
que tenham transmitido os cumprimen-
Antigo Testamento, que se referiam ao Reino de tos dos vários outros citados em Romanos
Deus e ao Messias. 16.3-15, incluindo Priscila e Áquila. O efeito
deste encontro para Paulo é revigorante, e
Certamente, Paulo mostrou como, somente ele prossegue confiante até Roma.
através de Sua ressurreição, o prometido descendente
Em Roma, o apóstolo é colocado em pri-
de Davi podia cumprir a promessa quanto a um
são domiciliar por dois anos. Ele vive num
Messias eterno. O resultado foi o mesmo de sempre: aposento alugado, provavelmente numa
alguns creram, outros não. E Paulo, entristecido, disse: habitação coletiva, paga com recursos pró-
prios e grande o bastante para acomodar
“Bem falou o Espírito Santo a nossos um bom número de pessoas (At 28.23).
pais pelo profeta Isaías, dizendo: Vai Acredita-se que o local ficasse próximo ao
a este povo, e dize: De ouvido ouvireis,

Lição 10 – Paulo vai a Roma 191


e de maneira nenhuma entendereis; e,
quartel do Pretório, para além das muralhas
vendo, vereis e de maneira nenhuma
nordeste da cidade de Roma. Paulo ficava
sob a guarda de um soldado, ao qual era
percebereis. Porquanto o coração deste
algemado. Este soldado não pertencia ao povo está endurecido, e com os ouvidos
alto escalão dos centuriões que vigiaram ouviram pesadamente, e fecharam os
Paulo em Jerusalém e Cesareia. A mudança olhos, para que nunca com os olhos,
para uma guarda inferior deu-se, provavel- vejam, nem com os ouvidos ouçam,
mente, porque a condição de Paulo como
nem do coração entendam, e se
cidadão romano era comum em Roma, en-
quanto nas províncias era rara. convertam e eu os cure. Seja-vos pois,
notório que esta salvação de Deus é
Sem envergonhar-se das algemas, Paulo
prega o reino de Deus em Roma, corajo-
enviada aos gentios, e eles a ouvirão.”
samente. Ele convoca os líderes judeus da (vv. 25-28 – ARC)
região, presumivelmente os anciãos, os es-
cribas e os administradores das quatro ou
Paulo fez a aplicação destas palavras profé-
cinco sinagogas romanas da metade do sé- ticas, inspirado pelo Espírito Santo, por rejeitarem
culo I. Note-se que Paulo mantém seu cos- a sua mensagem. Paulo permaneceu dois anos em
tume de falar primeiro aos judeus, quando Roma, ensinando aqueles que a ele se achegavam.
chega a uma nova cidade ou povoado.

Ainda era recente a expulsão dos judeus Conclusão


de Roma (em 49 d.C.), e por isso os judeus
de lá pouco sabiam sobre os cristãos roma- Lucas inicia o Livro de Atos com a questão
nos (At 28.21-22). Uma posterior reunião levantada pelos discípulos a respeito do estabele-
deles com Paulo gera outra reação dividi- cimento do Reino de Deus. Eles esperavam que
da (At 28.24-25). Ao citar Isaías 6.9,10, Paulo
Jesus fosse estabelecer um reino terrestre. Jesus
enfatiza a transferência divina da oferta de
salvação aos gentios. Entretanto, o apóstolo
respondeu que não lhes competia saberem dos
não exclui os judeus de uma contínua expe- tempos ou épocas dos acontecimentos (At 1.7),
riência da graça divina, nem no presente, mas que esperassem a descida do Espírito Santo
nem no futuro (Rm 11). A resposta de um e fossem Suas testemunhas, desde Jerusalém até
remanescente judaico ao evangelho, em aos confins da terra, pois que lhes cabia a tarefa de
todo o livro de Atos, afirma isso, assim como
a acolhida de Paulo a todos os que vinham
proclamar o Evangelho.
procurá-lo, fossem judeus ou gentios.
A questão dos discípulos sobre quando Deus
As cartas da prisão – Efésios, Filipenses, haveria de restaurar o reino de Israel foi respondida.
Colossenses e Filemon – foram escritas nes- A promessa já não se limitava a Israel, mas esten-
se período da prisão domiciliar de Paulo
dia-se também às pessoas que a aceitavam, qualquer
em Roma, nos anos de 61 e 62.
fosse a nação ou classe social a que pertencessem.
Qual o Destino Final do Apóstolo Paulo O Reino ia sendo estabelecido no poder do Espírito
na Terra? Santo, à medida que os que criam iam testemu-
Deparamo-nos com este enigma. Por nhando e proclamando as boas-novas de que todos
que Lucas não menciona o que aconteceu que se arrependerem e crerem nascerão espiritual-
mente para o Reino de Deus.

192 Atos dos Apóstolos


EXERCÍCIOS
a Paulo após os dois anos de cativeiro? Qual
Marque “C” para certo e “E” para errado.
foi o resultado do julgamento do apóstolo,
___10.20 Após três meses na Ilha de Malta, Paulo presumindo-se que tenha ido à corte? Se
ele foi absolvido perante Nero, para onde
e os demais viajantes, após o verão,
se dirigiu a seguir e o que lhe aconteceu? O
embarcaram rumo à Cesareia, num
que Lucas sabia sobre o destino de Paulo?
navio chamado “Dinossaurus”.
Alguns estudiosos defendem que Lucas
___10.21 A viagem até a Itália foi tranquila, morreu antes de terminar o livro de Atos,
aportaram em Siracusa, depois em ou antes de iniciar um terceiro volume. Ne-
Régio e, por fim, no porto de Putéoli, nhuma das hipóteses constitui explicação
satisfatória ao problema da conclusão do
perto de Nápoles, Itália.
livro. Há seis declarações sumárias sobre
___10.22 Os cristãos da Itália receberam Paulo o progresso do evangelho em Atos dos
Apóstolos: 6.7; 9.31; 12.24; 16.5; 19.20; 28.31.
com certo cuidado, pois ele não lhes
Note que a última delas é o último versículo
inspirava confiança quanto à sua fé.
do livro. Entendemos que o encerramento
___10.23 Os irmãos residentes em Roma, cientes de Atos foi planejado para ser assim. Não é
uma obra inconclusa.
da chegada de Paulo, foram-lhe ao
encontro já a caminho da Via Ápia e Em relação a um terceiro volume plane-
Três Vendas, mais próximo de Roma. jado, alguns sugerem que o uso que Lucas
faz da palavra protos em Atos 1.1 (falando
___10.24 Três dias após chegar a Roma, Paulo sobre o primeiro tratado) não quer dizer
encontrou-se com os judeus ali, aos anterior (sugerindo apenas dois volumes,
Lucas e Atos), mas primeiro, manifestando
quais quis informar da verdadeira razão
a intenção de um terceiro volume. No en-
da sua prisão. tanto, esta é uma interpretação imprová-
vel. Em vez de levantar a hipótese da morte
___10.25 Os judeus da Itália puderam saber,
prematura de Lucas, é mais seguro concluir
por Paulo, que o Cristianismo não era
que Atos 28.30,31 seja o final desejado por
uma seita, mas um cumprimento do ele. Lucas dá claras indicações da morte
Judaísmo. de Paulo (At 20.22-24), bem como de seu
iminente julgamento perante o imperador
(At 27.24). O que Lucas não indica é se isto
aconteceu imediatamente após a interrup-
ção de seu relato, no ano 62 d.C., ou numa
data posterior.

O correto é concluir que Lucas redige


não com o objetivo de contar a vida de Pe-
dro e de Paulo, mas de tratar de um assunto
teológico que evidencia como o Evange-
lho difundiu-se de Jerusalém aos confins
da terra (simbolizados por Roma, capital
do império). Lucas não é um Eusébio do

Lição 10 – Paulo vai a Roma 193


REVISÃO DA LIÇÃO
século I, escrevendo uma história sobre a
Assinale com “x” a alternativa correta.
expansão da Igreja apostólica. Ele deixa de
lado coisas importantes, tais como: De que
modo tiveram início as Igrejas de Roma e 10.26 A acidentada viagem de Paulo até Roma
Colossos? O que aconteceu a Tiago, irmão tornou-o conhecido como homem firme no
do Senhor e líder da Igreja de Jerusalém? Deus a quem professava, conforme narra
Por que Lucas não faz nenhuma menção
___a) Mateus. ___b) Lucas.
específica a Tito, o célebre colaborador de
Paulo em suas cartas? Ora, ele também não ___c) João. ___d) Marcos.
está escrevendo uma monografia histórica
em vários volumes. O que o Espírito o levou 10.27 Em meio a uma viagem aparentemente
a fazer é uma obra que conta o progresso calma, levantou-se um violento tufão,
do evangelho de Jerusalém a Roma, com
atingindo forte o navio em que viajava
um forte interesse biográfico em seus pro-
ponentes mais notáveis (Pedro, Estêvão, Fi-
Paulo e seus companheiros missionários.
lipe, Paulo, Barnabé, Timóteo, Tiago). Lucas Era o tufão
concentra-se também nas duas principais ___a) “Euroaquilão”.
igrejas que iniciaram sua expansão missio-
nária (Jerusalém e Antioquia). Ele apresen-
___b) “Euroermitão”.
ta propósitos encorajadores, apologéticos ___c) “Euroaquidabã”.
e evangélicos em seus estudos de caso de ___d) “Eurosansão”.
como o Evangelho era defendido perante
os judeus, gregos e romanos.
10.28 Temerosos pela fuga dos presos durante a
Por que Atos termina assim? Porque co- viagem, os soldados pretenderam exterminá-
meçou assim.
-los, para que não fossem mortos segundo a lei.
Porém, não lhes foi permitido, pelo centurião
___a) Tértulo. ___b) Félix.
___c) Júlio. ___d) Demóstenes.

10.29 Na ilha de Malta, enquanto colocava um feixe de varas no fogo,


Paulo
___a) foi picado por uma víbora.
___b) teve suas mãos queimadas.
___c) mostrava-se alegre com os companheiros de viagem.
___d) viu, em sua mão, um grande escorpião.

10.30 Depois de três meses na ilha de Malta, Paulo seguiu viagem


diretamente para
___a) Éfeso. ___b) Panfília.
___c) Trôade. ___d) Roma.

194 Atos dos Apóstolos

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