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SIMULAÇÕES MARCELINAS

BEATRIZ DANTAS
BRENDA DA HORA
LUANA DA HORA
MAIZA CORREIA
RODRIGO BRAGA

GUIA DE ESTUDOS DA IMPRENSA

RIO DE JANEIRO
2023
BEATRIZ DANTAS
BRENDA DA HORA
LUANA DA HORA
MAIZA CORREIA
RODRIGO BRAGA

GUIA DE ESTUDOS DA IMPRENSA

Revisado por: Ana Beatriz Almeida e Beatriz


Fernandes

RIO DE JANEIRO
2023
CARTA DE APRESENTAÇÃO DO SECRETARIADO

Prezados(as) delegados(as),
É com uma sensação de extrema felicidade que o Secretariado da XII SIMAR lhes dá
boas-vindas a mais uma edição do evento. Nosso modelo sempre teve e continua tendo
enorme preocupação em ser um espaço para aqueles que creem e praticam a liberdade de
expressão, o direito à informação, o respeito e o conhecimento às diversas culturas e, acima
de tudo, uma oportunidade para o crescimento acadêmico e pessoal de cada um dos
delegados, delegadas e membros da Organização.
Em sua 12ª edição, pela primeira vez, a SIMAR atua enquanto simulação aberta e abre
as portas do Colégio Santa Marcelina e do evento para estudantes de todo o Rio de Janeiro.
Aos novos participantes, desejamos que vocês se sintam muito bem-vindos e que possam
aproveitar a experiência das Simulações Marcelinas com o melhor que o evento tem a
oferecer. Aos alunos do Colégio, delegados reincidentes ou de primeira viagem, desejamos
que a experiência de conexões interpessoais seja rica, renovadora e muito proveitosa para o
seu desenvolvimento. A todos os delegados, estamos de braços abertos para acolher quaisquer
questões que surjam antes ou durante o evento. A casa, agora, também é de vocês.
Preparamos, com todo o carinho e dedicação, um evento permeado por atividades
dinâmicas, complexas e agregadoras que vão desde festas e gincanas até momentos de
palestra e troca expressiva. Cada detalhe dessa organização foi pensado visando
exclusivamente o bem-estar físico e mental e o crescimento da parte mais importante do
evento: os nossos delegados.
O Secretariado deseja enormemente que vocês desfrutem dessa experiência e que
possam colecionar momentos e memórias. Esperamos que, assim como foi para nós, esse
evento passe a ter lugar cativo em seus corações e que o espaço para a diplomacia e a troca de
ideias seja exponencial em suas vidas. Somos muito felizes e gratos pela oportunidade de
vivenciar e proporcionar esse momento junto e para vocês. Por mais importante que seja a
Organização, o coração de uma simulação é e sempre será os seus delegados, e é por vocês
que continuamos dedicando os nossos esforços na construção de uma modelândia
democrática, inclusiva, diplomática e acolhedora.
Somos incrivelmente gratos pela fé no evento, no Secretariado, no corpo de diretores e
na escola. Temos esperança de que, para muitos, essa será a primeira, mas não a última vez
que participam da SIMAR.
Atenciosamente, o Secretariado.
CARTA DE APRESENTAÇÃO DA MESA DIRETORA

Estimados jornalistas,

As diretoras lhes dão boas vindas à Imprensa da Simar XII. Esperamos que os
senhores desfrutem de toda a experiência e, com isso, aprimorem seus conhecimentos e
vivenciem da melhor forma possível o ambiente jornalístico. Ademais, desejamos que os
senhores delegados possam estreitar os laços de amizade e crescerem juntos durante o evento.
Ao longo desses três dias, ansiamos que os senhores jornalistas sintam-se em posição
de se impor durante as sessões e possam explorar a sua capacidade argumentativa e crítica.
Afinal, a mesa almeja ver a imprensa sendo mais relevante e decisiva durante os debates.
Vale ressaltar que esse documento servirá como base para as suas pesquisas, mas não
deve ser a única fonte de informação. Em adição, torna-se imprescindível que os jornalistas
tenham conhecimento sobre o assunto debatido em seu respectivo comitê, além dos
posicionamentos de cada delegação e do próprio jornal. Isso porque, com os devidos
conhecimentos, as matérias que escreverem se tornarão impactantes e influentes no decorrer
dos debates.
Por conseguinte, reforçamos que estamos à disposição para sanar todas as dúvidas,
auxiliá-los e acolhê-los ao longo do evento. Bem-vindos à família SIMAR! Vão e façam desta
edição a melhor possível!

Atenciosamente,

Beatriz Dantas
Brenda da Hora
Luana da Hora
Maiza Correia
SUMÁRIO

1. A IMPRENSA 7
1.1. O PODER DE INTERFERÊNCIA DA IMPRENSA 7
2. MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DA IMPRENSA 8
2.1. MATÉRIAS 9
2.1.1. O texto jornalístico 9
2.1.2. A apuração 11
2.1.3. O Lead 12
2.1.4. O Corpo 13
2.1.5. Pirâmide invertida 14
2.2. COLETIVAS DE IMPRENSA 14
2.3. FUNCIONAMENTO DO JORNAL IMPRESSO 15
2.4. USO DO SITE 16
2.5. USO DO INSTAGRAM 16
2.5.1 Identidade Visual 16
2.6. Boa Tarde, SIMAR 16
2.7. Sobre as entrevistas 17
2.7.1 Tipos de entrevistas 18
2.7.2. A realização de entrevistas 19
2.8. PARTICIPAÇÃO DA IMPRENSA NOS COMITÊS 20
2.8.1 Notas 20
2.8.1.1. Notas Oficiais de Imprensa 20
2.8.1.2 Notas de Repúdio 21
2.8.2. Crises 21
3. DOCUMENTO DE POSIÇÃO 21
4. LINHAS EDITORIAIS 22
4.1 ESTADÃO 22
4.2. LE MONDE 24
4.3. SANKT-PETERBURGSKIE VEDOMOSTIK 25
5. BIBLIOGRAFIA 27
6. ANEXO 29
1. A IMPRENSA

A Imprensa da SIMAR é a instituição responsável pela cobertura dos comitês através


da qual serão publicadas notícias acerca do desenvolvimento deles ao longo do evento. Com
isso, a Imprensa é um ótimo mecanismo para tornar as discussões mais assíduas e direcionar
o andamento do debate, valendo ressaltar que ela está sempre à disposição dos delegados para
beneficiarem o próprio comitê.
O papel da imprensa durante o debate será de simular o jornalismo aplicado
internacionalmente. Os repórteres serão direcionados aos comitês pré-determinados pelos
diretores – de acordo com a relevância dos temas para os jornais. As matérias e outras formas
de cobertura, como entrevistas, reportagens, vídeos e coletivas de imprensa, devem informar
o conteúdo dos debates ocorridos ao longo do dia, todos visando cobrir com qualidade o
evento e sempre tentando influenciar diretamente as discussões nos próprios comitês da
forma mais construtiva possível. Ademais, siga o posicionamento político dos respectivos
periódicos e, assim, a colaboração com a imersão no evento.
A cobertura desta edição da SIMAR será feita parcialmente online – com o diferencial
de um jornal impresso – e cada jornal criará um perfil na seguinte rede social: Instagram.
Nesta, os jornalistas devem, portanto, explorar os amplos e variados mecanismos, que podem
incluir notícias, entrevistas, fotos e observações, destinadas a difundir informações sobre o
que aconteceu no comitê ao longo da simulação. Os princípios da ética jornalística devem ser
seguidos rigorosamente, para que os leitores possam utilizar das informações fornecidas, ou
seja, seja objetivo e claro, não use termos pejorativos, e sem explicitar a opinião política do
próprio jornalista.
Por fim, é fundamental que os assessores de imprensa acompanhem com extrema
atenção e reportem com precisão os acontecimentos em seus determinados comitês do
SIMAR, estejam sempre atentos às discussões e tenham conhecimento prévio do assunto.
Durante as atividades paralelas aos debates, eles terão a oportunidade de entrevistar e tirar
dúvidas com outros delegados para trazer mais profundidade e detalhamento aos relatos.

1.1. O PODER DE INTERFERÊNCIA DA IMPRENSA


É indubitável que os cidadãos precisam ser informados durante todo o tempo, sendo
uma questão que transcende a política e a vida social. Além disso, a Declaração Universal dos
Direitos Humanos assegura e estabelece ordens jurídicas que garantem o direito de informar,
de se informar e de ser informado, sendo este último particularmente importante para os
senhores jornalistas.
Em seu papel de fornecer conhecimento ao público, os senhores devem prezar pelo
estabelecimento de informações verdadeiras, íntegras e significativas para o debate em
questão, assumindo, assim, que a liberdade de expressão é a comunicação de fatos. Em
adição, o comitê condena a manipulação disso, uma vez que o objetivo é acrescentar ao
debate e conectar-se com os leitores.
É importante salientar que, mesmo com a liberdade para disseminar conhecimentos de
cada respectivo jornal, é extremamente importante que os senhores mantenham a postura e as
inclinações políticas de cada periódico, visto que isso influenciará os temas abordados e as
delegações defendidas.
Em suma, fica claro que a liberdade de expressão é de extrema importância para o
comitê, além da capacidade de disseminar pensamentos e ideias verídicas ser prezada por
todos os delegados.

2. MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DA IMPRENSA

O jornalismo nem sempre foi como o conhecemos hoje. O mundo mudou e, com ele,
mudaram as profissões e as formas de contar histórias. Devemos lembrar que, inicialmente, o
jornalismo tinha uma forte ligação com a literatura. Dessa forma, não era comum a
preocupação em buscar uma forma realista e factual de narrar os acontecimentos, baseando-se
primariamente na linha editorial do determinado veículo de informação. Ainda hoje,
entende-se que atingir uma linguagem neutra é, em todas as instâncias, impossível. Através
de qualificadores, da modalização e da forma como os termos da oração estão dispostos, a
perspectiva do autor sempre estará presente (HALLIDAY, 1994).
Com as transformações do mundo pós-moderno, a forma de pensar dos jornais
também está mudando. Ela começa a adquirir as características que tem hoje, como a técnica
do lead, configurando um novo tipo de estrutura de texto. No mundo globalizado e com
acesso às tecnologias da informação, as notícias chegam a grande escala em uma velocidade
nunca antes vista, contribuindo para a infodemia, ou excesso de quantidade em detrimento da
qualidade da informação, o que pode gerar uma sensação de sobrecarga e dificuldade em
assimilar todo o conteúdo recebido.
“O profissional de jornalismo tem que juntar a pressa à perfeição” (JORGE, 2008) é
uma frase da professora universitária Thais de Mendonça Jorge que traduz tacitamente a
necessidade de engajar o leitor e garantir seu direito de ser informado. Com as graduais
revoluções tecnológicas e a sensação de acelerar o tempo, encurtar distâncias e a conturbada
vida moderna, é cada vez maior a dita necessidade de rápida absorção de informações, o que
expõe o público às fake news em virtude da falta de verificação das fontes e da procedência
da notícia sendo divulgada.
Primeiramente, devemos pensar que a escrita jornalística é um gênero textual
(HALLIDAY, 1994) e, com isso, tem peculiaridades em seu layout e é destinada a
determinado contexto, podendo variar seu público-alvo. Considerando esse conceito, é
imprescindível apontar que o texto jornalístico, seja este a notícia ou a entrevista, tem suas
peculiaridades e estratégias que podem ser adotadas para que ele seja mais eficiente para
atingir seu objetivo. Através da exposição adiante, pretendemos simplificar a parte que mais
suscita dúvidas do que vem a ser o fazer jornalístico: a produção textual e sua aplicação na
Imprensa da XII SIMAR.

2.1. MATÉRIAS

Segundo o autor Rossi Filho (2001), uma matéria é um “texto jornalístico que
constitui uma unidade temática, destinado à publicação”, portanto trata-se de um texto que
busca noticiar um tema específico para um determinado público-alvo, essa escrita e essa
publicação levam em conta a linha editorial do veículo de comunicação.
Adotando essa definição de matéria jornalística e as premissas abordadas no tópico
anterior, as matérias publicadas nos jornais da XII SIMAR seguirão os moldes apresentados
nos subtópicos a seguir.

2.1.1. O texto jornalístico

Ao contrário de textos científicos, o texto jornalístico é um discurso de aparências. Por


isso, independentemente da importância da linha editorial, um jornalista sempre apura e
valoriza o fato (LAGE, 1999). No entanto, é notório que a imparcialidade linguística, ainda
que muitas vezes desejada, não existe, de forma que qualificadores, modalizações,
julgamentos, metafunções e outros elementos sempre farão por revelar a percepção do autor
daquele texto ou daquela fala (HALLIDAY, 1994). Como consequência dessa
impossibilidade, a linha editorial de cada veículo consegue se destacar em uma reportagem
ainda que ela mantenha a narração do fato enquanto prioridade. Uma vez que essa premissa
foi estabelecida, para produzir um texto jornalístico é preciso filtrar a abundância de dados
que são coletados e escolher quais deles vão para a notícia, não só por serem relevantes, mas
por servirem ao propósito do jornal, pensando também na forma, ou estrutura, a partir da qual
esses dados serão relatados.
Um texto jornalístico, ao contrário de uma obra literária, não compreende
preocupação significativa com a estética. Desse modo, figuras de linguagem como o ritmo, a
métrica e a rima são irrelevantes em sua composição. Todavia, esse tipo de trexto possui as
suas próprias regras estilísticas, também conhecidas como as Máximas de Grice (1975). Estas
são: (a) a máxima da quantidade, que dita enquanto equivocada a cessão de mais informações
do que o necessário para os propósitos reais da troca; (b) a máxima da qualidade, que pede
que a informação divulgada seja, ao menos na concepção do autor, verdadeira e que possa ser
comprovada; (c) a máxima da relação, determinando que a informação deve ser relevante e,
por fim, (d) as máximas da maneira, que pedem clareza, brevidade, ordenação e a fuga de
expressões ambíguas (GRICE, 1975).
Ainda contrariando a cânone literário, o gênero jornalístico não compreende o
discurso retórico, que corresponde às interpretações do fato e, para representá-las, utiliza de
ferramentas como o exagero e a repetição (LAGE, 1999). Entretanto, o discurso retórico está
fortemente presente no discurso político e na esfera social, ambas intimamente conectadas
com o jornalismo e, consequentemente, com a sua produção textual. Dessa forma, ao retratar
discursos alheios, os quais contém fatos interpretados, julgamento de valor e representam
apenas versões do fato – o elemento mais valorizado pelo jornalista – é importante que o
repórter disponha de recursos. É assim que, para Bakhtin (1992), utiliza-se do “discurso
citado”. "[O discurso citado] é visto pelo falante como a enunciação de uma outra pessoa,
completamente independente na origem, dotada de construção completa e situada fora do
contexto narrativo” (BAKHTIN, 1992, pp. 144 fls.). Através de sua aplicação, portanto, é
possível conservar a fala de alguém com sua autonomia e sem comprometer a integridade
factual do texto jornalístico, desde a reprodução das falas alheias até o tópico sobre o qual
elas discorrem.
O discurso citado (BAKHTIN, 1992) pode ser retratado dentro da reportagem de duas
maneiras: através do discurso direto e através do discurso indireto. Em discurso direto,
abrem-se aspas e é escrito exatamente o que foi dito pelo autor da fala, que deve ser
referenciado em seguida. Tratando-se do discurso indireto, quem o proferiu deverá ser citado
de início e apontado enquanto autor da fala e/ou das ideias e o que foi dito por ele deverá ter
seus principais pontos retratados nas palavras do jornalista.
Dessa forma, como sugerem Grice (1975) e Bakhtin (1992), o texto jornalístico
configura como imprescindível a atenção à forma do texto: desde sua importância para a
clareza e compreensão do representado até para evitar que haja desvio do foco da reportagem,
que é o fato. Baseando-se nessas premissas, recomenda-se que diversos cuidados sejam
tomados na redação de uma notícia. Por exemplo, prezar pela clareza de um texto consiste em
evitar períodos longos, preocupar-se com a coesão interparagrafal – que não necessariamente
precisa ser feita através dos ditos conectivos, mas pode ser construída a partir do contexto –, a
fuga dos idiomatismos, não fazer uso de gírias ou expressões, entre outros, Ao atentar-se à
forma, também é de extrema importância refletir acerca das escolhas feitas. Represrentar
ações na voz passiva ou na voz ativa, omitir ou evidenciar o sujeito, optar pelo discurso direto
ou pelo discurso indireto, entre diversas outras opções são decisões que vão afetar
diretamente na percepção do leitor da reportagem e, por isso, deve-se sempre prezar que elas
estejam concomitantes com a linha editorial a ser reforçada e com a percepção do jornalista.

2.1.2. A apuração

O momento de apuração é um dos mais importantes durante o trabalho como


jornalistas da XII SIMAR. É necessário realizar anotações acerca dos debates, documentos
aprovados ou propostos e qualquer fato relevante ocorrido durante as sessões dos comitês.
Fotos e entrevistas sobre os debates também são aliados para escolher realizar uma detalhada
apuração dos fatos que poderão ser tema das matérias.
Vale lembrar que o tema escolhido precisa estar de acordo com o posicionamento do
jornal, ou seja, defendendo as delegações e abordando assuntos de interesse da população que
será informada. Essa preocupação deve influenciar até mesmo as anotações e enfoques de
cada periódico durante a fase de apuração.
Por fim, é preferível que os jornalistas anotem pontualmente as ações dos delegados
e, perto do fim da sessão, formulem o texto definitivo com os dados acumulados durante o
debate.
2.1.3. O Lead

A técnica do lead – em Língua Portuguêsa lide – surgiu no Brasil a partir do periódico


Diário Carioca, responsável por proporcionar a reforma jornalística no país a partir da década
de 1950 (LANGE, 1999). Liderada por Danton Jobim e Pompeu de Souza, professores da
então Universidade do Brasil, essa revisão dos paradigmas jornalísticos importou as técnicas
de redação originárias dos Estados Unidos e que já estavam disseminadas no Norte político
do globo. Inicialmente, a sua construção conferia ao texto a característica de telegráfico,
cansativo e, para tal, foi adaptado de jornais ingleses e franceses (LANGE, 1999).
Unindo suas origens às necessidades diacrônicas, o lead é o primeiro parágrafo da
matéria e precisa conter as principais ideias do que o leitor encontrará ao longo daquela
leitura. Para a sua construção, destacam-se algumas características singulares:
Nos textos noticiosos, deve incluir, em duas ou três frases, as informações
essenciais que transmitam ao leitor um resumo completo do fato. Precisa sempre
responder às questões fundamentais do jornalismo: o que, quem, quando, onde,
como e por quê. Uma ou outra dessas perguntas pode ser esclarecida no
sublead, se as demais exigirem praticamente todo o espaço da abertura
(ESTADÃO, MANUAL DE REDAÇÃO, 1997).

Existem reomendações gerais e aplicáveis a todas as instâncias do texto jornalístico


que devem ser seguidas para um lead eficiente. Ao abordá-las, deve-se ter em mente que “o
fato que constitui o lead deve ser novo” (ESTADÃO, MANUAL DE REDAÇÃO, 1997),
palavras pouco conhecidas devem ser explicadas quando seu uso for inevitável – ainda que
rebuscamentos devam ser intensamente evitados no primeiro parágrafo, o emprego de
períodos curtos e atentar-se a fluidez paragrafal (ESTADÃO, MANUAL DE REDAÇÃO,
1997). Entretanto, como qualquer produção textual , não há uma única fórmula fechada e
imutável para a construção do lead, que pode priorizar um dos seguintes aspectos de acordo
com a escolha do autor: (a) a objetividade, preocupando-se em tornar qualquer um que leia
apenas o primeiro parágrafo minimamente informado sobre o assunto; (b) a burocracia,
priorizando apresentar a notícia burocraticamente e sem preocupação em fornecer ao leitor as
informações essenciais, como em:
Policiais de Osasco, na Grande São Paulo, esclareceram ontem o
desaparecimento de Margarida Almeida de Souza, de 19 anos, filha de um
empresário da cidade. No começo de março, ela saiu de casa para morar com o
namorado Álvaro de Andrade Silva, de 23 anos, viciado em cocaína e maconha, e
não deu mais notícias (ESTADÃO, MANUAL DE REDAÇÃO, 1997).
No trecho apresentado, é possível apontar que o leitor é mantido às cegas na resolução
do caso e não saberá o que ocorreu com a jovem sem que leia a reportagem em sua
integridade; (c) as repercussões e suítes, nas quais a notícia sempre será apresentada a partir
do fato mais importante e o seu desenrolar será mantido omisso até que o leitor prossiga com
a leitura do texto jornalístico (ESTADÃO, MANUAL DE REDAÇÃO, 1997); além de
diversos outros recursos aplicáveis a esse tão importante elemento da reportagem. Dentro da
Imprensa da XII SIMAR, alguns dos critérios pensados para a elaboração do lead são a
utilização de verbos de ação, a preferência pela voz ativa, o uso de expressões claras e
objetivas e a presença de dados gerais a serem resgatados no corpo da matéria.
O sublead, por outro lado, é uma invenção brasileira, no qual são agrupadas ao
parágrafo posterior ao lead as informações de menor importância. Nele, se desenvolvem as
informações do primeiro parágrafo ou complementos da informação. Seu uso só é requerido
quando a matéria dispõe de muitas informações que estenderiam o lead muito além do que
seu tamanho padrão, normalmente correspondente a 4 ou 5 linhas (ESTADÃO, MANUAL
DE REDAÇÃO, 1997).

2.1.4. O Corpo

O corpo do texto é o desenrolar dos dados e informações do lead. Dessa forma, a


matéria será desenvolvida nessa parte da composição textual e, pensando no contexto da XII
SIMAR, ele pode ser enriquecido com citações do discurso de algum delegado, entrevistas e
narração dos acontecimentos do comitê, sejam intervenções, decisões tomadas pelos
delegados ou a conjuntura apresentada pela mesa diretora daquele comitê enquanto
correspondente à situação atual da problemática debatida.
É recomendado pela mesa diretora da Imprensa da XII SIMAR que as inforrmações
menos relevantes à construção e compreensão da reportagem sejam deixadas para o final do
texto, que pode ser cortado caso seja necessário um contato maior com a objetividade daquela
reportagem.
Ao pensar na construção do corpo do texto, é interessante relembrar das Máximas de
Grice (1975) e atender a determinados pontos chave, como (a) as escolhas lexicais, que
deverão, sempre, prezar pela simplicidade e evitar o rebuscamento em função da melhor
compreensão leitora, e, em nome desta, são aceitas a criação de neologismos e atualizações;
(b) a eliminação do preciosismo, de palavras estrangeiras, de gírias locais e de jargões
profissionais; (c) a preferência pela adjetivação factual, com dados e evidências; (d) a
predominância da próclise em relação à ênclise, que é parte do registro coloquial da
linguagem utilizada no Brasil; (e) a preferência pela construção de sentenças em terceira
pessoa, optando ainda pelo infinitivo impessoal em detrimento do modo subjuntivo; entre
outros (LANGE, 1999).

2.1.5. Pirâmide invertida

A pirâmide invertida, da qual faremos maior uso durante o modelo, se organiza do


mais importante para o menos relevante e por isso, é usada para escrever matérias.
O título e o subtítulo compreendem a manchete, aquilo que chamará atenção do leitor;
o lead apresenta as informações mais importantes (o que?; quem?;onde?; como?; por que?), o
corpo contém o desenvolvimento do lead, através da apresentação de dados, análises,
entrevistas, isto é, tudo que possa contribuir para uma explicação mais profunda; e, ao final
da reportagem, consta o mais irrelevante da matéria, uma informação complementar.

(Fonte: Sinônimos.com, n.p)


2.2. COLETIVAS DE IMPRENSA

Uma coletiva de imprensa é um evento efetuado por organizações e instituições para


prestar informações e esclarecer dúvidas da imprensa e, por extensão, do público em geral.
Em geral, coletivas “são eventos organizados pelas assessorias quando há necessidade de
reunir jornalistas de diversos veículos ao mesmo tempo para transmitir informações
relevantes e de interesse público imediato, deixando a imprensa informada sobre algum
assunto específico.” (CNDL, 2019)1
Na XII SIMAR, as coletivas serão realizadas na sala cinema2 da escola com duração
de meia hora. Cada jornal escolherá, por dia, um jornalista para realizar a coletiva, o jornalista
responsável selecionará uma delegação do seu comitê para responder sua indagação. Cada
jornalista terá quarenta e cinco segundos para realizar a pergunta e o delegado terá dois
minutos para respondê-la. Vale ressaltar que o delegado de imprensa tem o direito à réplica e
que as coletivas serão gravadas e posteriormente postadas no site da Imprensa.

2.3. FUNCIONAMENTO DO JORNAL IMPRESSO

A SIMAR XII utilizará de diversos mecanismos de funcionamento - tanto visuais


quanto escritos - o que inclui jornais impressos. Vale ressaltar a importância dessa forma de
publicação, uma vez que é imprescindível o acompanhamento dos acontecimentos por meio
de fontes confiáveis, que terão o poder de direcionar e engajar os debates.
O texto escrito deve ser enviado para o e-mail, dentro do prazo para ser
disponibilizado para avaliação, e será publicado posteriormente. Além disso, vale a pena
notar que todo o texto deve ser encaminhado de forma que a edição se faça possível, visto
que é responsabilidade da diretoria verificar o que foi redigido. Ademais, os jornalistas devem
ter em mente a importância do fornecimento de informações atualizadas e reais sobre as
atividades do Comitê, já que é obrigatório o comprometimento com a veracidade dos
ocorridos.

1
Para mais informações sobre coletivas de imprensa:
https://site.cndl.org.br/wp-content/uploads/cndl/2019/11/Coletiva_de_imprensa.pdf
2
Cinema é uma das salas do Colégio Santa Marcelina. Durante o evento, os delegados serão levados pelos
diretores para a referida sala.
O periódico contará com uma seção para cada jornal (entre outras que não serão da
responsabilidade dos jornalistas) e será distribuído pela manhã em cada Comitê, com o
objetivo de tornar as matérias mais influentes.
Por fim, a mesa pede que os delegados de Imprensa sigam de maneira precisa a
deadline, uma vez que as matérias fora do prazo não terão como compor o jornal impresso.

2.4. USO DO SITE

Os últimos anos foram expressivamente reveladores para evidenciar o surgimento de


proeminentes fenômenos sociais e tecnológicos relativos aos meios de informação. As mídias
sociais, assim como os próprios jornais, que têm um papel mais tradicional na divulgação de
informações, tornam-se cada vez mais acessíveis e escaláveis, não só gerando a
democratização do acesso à informação, mas também uma mudança intensa no cenário
jornalístico mundial.
Diante dessa perspectiva, as matérias dos senhores delegados serão todas postadas no
site da Imprensa. O link será disponibilizado para todo e qualquer delegado ler as notícias e
fazer uso delas caso necessário. Vale ressaltar que a administração do site é exclusiva dos
diretores e que, ao final do dia, atualizaremos o site com as matérias previamente corrigidas.

2.5. USO DO INSTAGRAM

Cobrir eventos usando o Instagram é uma maneira eficaz de compartilhar e fornecer


informações e conteúdos ao público em tempo real. Portanto, o Instagram será utilizado como
principal ferramenta audiovisual a partir da publicação de fotos, vídeos e textos.
Ademais, é de extrema importância que os senhores delegados se atenham à
formatação e detalhes da interface de cada jornal no Instagram.

2.5.1 Identidade Visual

Uma identidade visual é um conjunto de elementos gráficos que identificam uma


empresa, instituição ou pessoa que inclui elementos como logotipo, tipografia, cores e
imagens. Nesse sentido, a sua relevância é notável à medida em que ajuda a criar uma
imagem consistente e reconhecível de uma marca ou instituição.
À vista disso, cada jornal já tem sua identidade visual definida e os senhores
jornalistas têm de segui-la à risca. É recomendado que cada periódico tenha pelo menos um
jornalista com aplicativo para design gráfico, como por exemplo, o Canva, instalado, já que
nele serão feitas as interfaces padronizadas para cada Instagram – tanto stories quanto feed.
Mais detalhes da padronização serão dados no tópico 4 deste guia.

2.6. Boa Tarde, SIMAR

.O “Boa Tarde, SIMAR” será um mecanismo no qual o delegado de imprensa fará


uma entrevista com alguma das delegações dentro dos respectivos comitês que estarão
cobrindo. A gravação ocorrerá às 10h, após a primeira deadline, no entanto, a transmissão só
vai acontecer após o almoço. As entrevistas serão em vídeos com uma duração de no máximo
três minutos, portanto eles serão divulgados com o intuito de aflorar os debates durante as
próximas sessões trazendo informações interessantes de momentos anteriores. A divisão
acontecerá de uma forma que em cada dia do evento, um integrante de cada jornal terá de
fazer o “Boa Tarde, SIMAR” e assim, no último dia de simulação, todos os jornalistas terão
realizado o vídeo.
Importante ressaltar que o periodista deve se apresentar de forma breve no início do
vídeo: mencionar qual jornal representa e quais serão os indivíduos entrevistados. Além
disso, a gravação e a edição não serão da responsabilidade do jornalista, seu único objetivo é
formular as perguntas e saber pra quem elas serão feitas.

2.7. Sobre as entrevistas

Desde casos judiciais a pesquisas científicas, o uso da entrevista em diferentes áreas


do conhecimento é notável. Com o objetivo de atender algum tipo de demanda, essa técnica
pode ser aplicada de diferentes modos e, ainda, cumprir diversos objetivos. Entretanto,
quando utilizada no âmbito jornalístico, ela visa obter informações que permitam o
entretenimento e a expansão de fontes relacionadas a um fato, podendo ser veiculada em
mídias audiovisuais - tanto impressa quanto digital.
A entrevista é marcada pela oralidade, onde as técnicas de diálogo são reguladas
unilateralmente. Em outras palavras, há a interação entre duas partes e pressupõe-se que
ambas troquem ideias e desenvolvam o assunto proposto nela. Nesse processo interacional, o
entrevistador - o lado que cria as regras dialogais - faz perguntas para que o entrevistado
responda.
Na vivência diária do repórter, a entrevista depende do momento, podendo ser (a)
ocasional, sendo estas entrevistas não programadas - ou, pelo menos, não combinadas
previamente - em que o entrevistado é questionado sobre algum assunto. A urgência ou a
necessidade são agentes que levam a esse tipo de entrevista, na qual qualquer pessoa pode ser
colhida por uma indagação e de surpresa; (b) temática, abordando um tema, sobre o qual se
supõe que o entrevistado tem condições e autoridade para discorrer. Geralmente consistem na
exposição de versões ou interpretações de acontecimentos. Podem servir para ajudar na
compreensão de um problema, expor um ponto de vista, reiterar uma linha editorial com o
argumento de autoridade (a validação pelo entrevistado) etc; (c) Em profundidade, sendo
feitas com a tentativa de aprofundar assuntos pré-definidos. Nela, o entrevistador procura
conhecer os entrevistados com antecedência, a fim de aprender todos os sentidos do diálogo.

2.7.1 Tipos de entrevistas

Essa técnica pode ser conduzida de várias maneiras, cada uma servindo a um fim no
meio jornalístico. Com isso, estão listados alguns tipos de entrevistas pertinentes ao mundo
dos jornalistas e às senhoras e senhores que serão delegadas e delegados de imprensa.

● Entrevista-diálogo: É a entrevista verdadeira, com contribuições de ambas as partes. O


conforto do entrevistado, aqui, é ideal para que o diálogo ocorra de forma natural.
Sem o estabelecimento de uma hierarquia entre as partes, ambas constroem o tom da
conversa, que evolui a partir de questões colocadas pelo entrevistador, mas não se
limitam a esses tópicos: permite-se o aprofundamento e detalhamento dos pontos
abordados;
● Confissões: É o depoimento ou entrevista testemunhal, na qual o entrevistador se
apaga para deixar falar o outro. Todo o depoimento vem entre aspas, com uma breve
abertura para introduzir o assunto;
● Entrevista conceitual: o entrevistador procura ouvir os dois lados da questão;
● Entrevista investigativa: o jornalista no papel de “cão de guarda” da sociedade,
encarregado da verificação de abusos do poder, vai atrás das informações e denúncias.
Usa frequentemente meio indiretos de averiguação, aproveita muitos offs, ou seja,
momentos de bastidores em que por meio de conversas são obtidas informações;
● Entrevista pingue-pongue: é a clássica pergunta e resposta que, geralmente, é gravada
para facilitar a edição. No jornal e na revista, o formato requer uma apresentação
rápida e descritiva da vida do entrevistado. Questões e respostas podem ser editadas;
● Entrevista coletiva: É uma modalidade clássica de entrevista de “um para muitos".
Um ou dois entrevistados e vários entrevistadores, representando diferentes veículos.
Cabe ressaltar que para o funcionamento dessa lógica nas simulações, há algumas
adaptações na modalidade. As coletivas durante a simulação são organizadas de modo
a incluir os delegados de imprensa de um determinado comitê e representantes
selecionados de países ou ONGs, cabendo mais de dois entrevistados por coletiva.
Essa escolha é feita entre os membros da imprensa e os diretores do comitê, visando
criar entrevistas produtivas e relevantes para os debates. Assim, os jornalistas
prepararam suas perguntas previamente com o auxílio do corpo de diretores. A sua
duração interrompe o curso das sessões, mas sem tomar o seu tempo integral.
● Entrevista exclusiva: as declarações são resultado do esforço do repórter em busca do
fato ou por iniciativa do entrevistado, que não deseja dividir a informação com mais
ninguém. Realiza-se um pacto: o repórter obtém da fonte o compromisso de não
divulgar as informações até que as tenha publicado.

2.7.2. A realização de entrevistas

O ato de entrevistar significa abordar um tema específico em um encontro marcado -


ou não - com alguém que possui interesse ou domínio naquela temática. Tendo isso em vista,
é importante que, para uma melhor condução e resultado de sua busca, alguns conhecimentos
prévios e dicas são necessários.
Em primeiro lugar, é imprescindível a boa postura ao realizar a entrevista. Cortesia,
respeito e objetividade são elementos que trazem conforto, sendo ainda agentes que
influenciam os entrevistados a darem respostas mais eficientes e direcionadas ao objetivo
primordial daquele encontro. Por isso, é interessante que haja uma postura onde o
entrevistado possa ser conduzido de forma fluida, sem um sentimento hierárquico e nem uma
competição entre as partes.
Ademais, o tempo que se pode dedicar à entrevista é algo que deve ser considerado.
Conforme a sua delimitação, a elaboração das perguntas requer adequações. Se o tempo for
mais curto, perguntas mais objetivas serão mais adequadas, já que vão direto ao ponto. Caso o
tempo seja longo, há a possibilidade de escrever interrogações mais longas. Entretanto, ainda
é relevante utilizar perguntas objetivas, já que elas possibilitam a abertura de um espaço ainda
maior de resposta para o entrevistado.
Por fim, é indispensável destacar a importância da pesquisa prévia e da atenção
necessária à resposta dada pelo questionado. Para melhor compreender o entrevistado, é
importante ter um conhecimento prévio, tanto sobre ele quanto sobre o assunto que será
tratado na entrevista em questão. Quando há entendimento de tais fatores, há uma maior
atenção no raciocínio desenvolvido pelo entrevistado e ao ponto que a entrevista quer captar,
o que acaba trazendo anotações enriquecedoras ou, até mesmo, desperte outros
questionamentos e aspectos que podem ser trazidos na notícia.

2.8. PARTICIPAÇÃO DA IMPRENSA NOS COMITÊS

A imprensa é um comitê que influencia na tomada de decisões dos outros delegados.


Portanto, é importante que os delegados entendam que existem diversas formas de influenciar
nos debates além das matérias diárias feitas pelos jornalistas.
A imprensa será uma ferramenta indispensável nos debates e que poderá ser
convocada pelos diretores das respectivas mesas que os jornalistas estarão cobrindo para
ajudar no desenrolar dos comitês. Esses pedidos podem ser variados, de um protesto e a Nota
Oficial de Imprensa. Além disso, delegados também podem pedir intervenções da imprensa
desde que a mesa aprove.
Vale ressaltar que os objetivos dos delegados de imprensa também serão variados. Os
pedidos citados acima podem servir para um simples andamento do comitê que está preso em
um assunto quanto para a criação de crises.

2.8.1 Notas

Tendo em mente o poder de interferência direta dos periodistas durante o decorrer dos
debates, é possível apresentar o mecanismo das "Notas de Imprensa", que visa trazer novas
questões para serem pautadas durante as sessões.
Esse instrumento se divide em duas subcategorias, que se classificam de acordo com a
sua função nas sessões: as Notas Oficiais de Imprensa e as Notas de Repúdio.
2.8.1.1. Notas Oficiais de Imprensa

Primeiramente, as Notas Oficiais de Imprensa apresentam a função de trazer um


comunicado oficial e verdadeiro – que não poderá ser abordado pelos delegados como
infundado ou falso –, objetivando uma mudança de rumo no debate, o início de uma "crise"
no comitê, ou a apresentação de alguma informação desejada pela mesa ou por um
representante de delegação.
Um exemplo desse mecanismo seria a apresentação de um teste nuclear no território
estadunidense em um comitê sobre desarmamento nuclear, uma nota como essa pode ser
responsável por uma grande mudança no debate. Esse tipo de nota pode ser pedido
principalmente pelas mesas dos comitês, mas também pode ser solicitado pelos delegados.

2.8.1.2 Notas de Repúdio

Ademais, também existem as Notas de Repúdio, que visam representar o


posicionamento da imprensa em relação a algum ocorrido durante as sessões ou responder a
um ataque direto aos jornalistas.
Por fim, é válido salientar que todo e qualquer tipo de Nota de Imprensa deve ser
aprovada pela mesa – tanto os diretores de imprensa quanto os diretores do outro comitê –
antes de qualquer apresentação ou postagem.

2.8.2. Crises

Primeiramente, é importante ressaltar que nenhuma crise será orquestrada por cada
jornal, e sim pela Imprensa de forma geral, para não gerar polaridade. As crises poderão ser
pedidas pelas respectivas mesas aos jornalistas, mas também poderão ser elaboradas sem a
participação da Imprensa em alguns casos.
Vale ressaltar que os periodistas serão os responsáveis por liberar uma Nota Oficial de
Imprensa, mas não poderão continuar na sala após o comitê se declarar oficialmente em crise.
As notícias sobre as crises são muito bem-vindas, mas é necessário que os delegados de
imprensa deixem os comitês imediatamente.
3. DOCUMENTO DE POSIÇÃO

O Documento de Posição (DPO), em geral, visa esclarecer o posicionamento de cada


periódico sobre os temas discutidos na simulação.
Deverá ser elaborado um documento para cada jornal, que ficará à disposição na mesa
da diretoria de imprensa. Desta forma, os diretores de imprensa da SIMAR, os representantes
de cada jornal e os delegados de outros comitês terão acesso às linhas gerais do
posicionamento alheio. Visto que todos os delegados da simulação terão acesso aos
documentos de posição criados pelos delegados de imprensa, é de suma importância que o
DPO seja entregue impresso no credenciamento.
A elaboração deste documento requer pesquisa e conhecimento dos jornais
representados, bem como dos comitês a serem cobertos e seus respectivos temas, além do
rigoroso cuidado com as palavras para que a ideia exata do jornal seja transmitida de forma
clara e sem ambiguidades. O texto deve ser breve e objetivo, contendo apenas o essencial. É
importante ressaltar que a posição do periódico só deve ser declarada abertamente no DPO,
nunca explicitamente no próprio jornal – em matérias.
No DPO, é necessário estabelecer a proposta jornalística do jornal em questão e
esclarecer o posicionamento político a partir dela, no documento também deve conter a
assinatura de todos os jornalistas (manuscrita), como garantia de que darão sua palavra em
nome do jornal. Resumidamente, o DPO deve conter:
● O símbolo do jornal;
● o nome oficial da representação (exemplo: Jornal La Stampa);
● a ideologia/valores seguidos pelo jornal;
● o nome dos jornalistas, seguido da assinatura.
● Fonte: Times New Roman – tamanho 12;
● Espaçamento: 1,5 entre linhas e margens: direita e inferior: 2cm / esquerda e superior:
3cm.

Em anexo, encontra-se o modelo de Documento de Posição a ser seguido pelo corpo


de delegados da Imprensa da XII SIMAR.
4. LINHAS EDITORIAIS

4.1 ESTADÃO

O Estado de S. Paulo – popularmente conhecido como "Estadão" – é o mais antigo


dos jornais da cidade de São Paulo ainda em circulação. Foi fundado em 4 de janeiro de 1875,
durante a monarquia de D. Pedro II, e circulou pela primeira vez sob o título de "A Província
de S. Paulo", visando oferecer à província paulista um campo livre aos debates necessários
para solução de problemas socioeconômicos. Além disso, desde sua primeira publicação,
sempre apresentou discursos de defesa aos interesses de fazendeiros, capitalistas e
republicanos. Em novembro de 1889, ano da Proclamação da República, o jornal mudou sua
nomenclatura para "O Estado de São Paulo", que, no ano de 1892, objetivando uma
modernização, foi atualizado para "O Estado de S. Paulo".
Ademais, o jornal apresenta uma imprescindível importância histórica ao abrigar
diversos relatos acerca do desenvolvimento brasileiro, como, por exemplo, a cobertura da
Guerra de Canudos – feita pelo literário Euclides da Cunha –, a defesa do governo de Getúlio
Vargas e da Aliança Liberal em 1930 e, principalmente, o apoio ao golpe civil-militar de 1964
- responsável pela deposição de João Goulart. Entretanto, decorrente da imposição do
controle de conteúdo pelo Estado, o periódico retirou o seu apoio, porém manteve suas
notícias manipuladas até o fim de 1975.
Por fim, é válido ressaltar que, por mais que o periódico tenha apresentado diversos
posicionamentos devido aos diversos contextos em que o Brasil esteve inserido, na
atualidade, sua defesa é voltada para o conservadorismo político e o liberalismo econômico –
parecer esperado pelos senhores delegados ao representarem tal fonte de notícias.
O logotipo atual do "Estadão" apresenta o nome do jornal em letras maiúsculas azuis.
O nome acompanha o símbolo de um homem em seu cavalo, sendo o nome do cavaleiro
Bernard Gregoire. Nascido na França, em 1876, ele começou a vender jornais de porta em
porta pelas ruas de São Paulo, algo então inédito no país. O periódico que carregava sob o
braço chamava-se “A Província de São Paulo” e começou a ser publicado um ano antes e
sobrevive até hoje, com o nome de “O Estado de S. Paulo”. O logotipo costuma ser
acompanhado por um retângulo com o lema do jornal: “Vem pensar com a gente”.
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4.2. LE MONDE

"Le Monde" foi fundado em 1944 - assim que o exército alemão deixou Paris,
enquanto a Segunda Guerra Mundial continuava - a pedido do novo governo do general
Charles de Gaulle como um meio de fornecer uma voz respeitada para a França. Foi impresso
nas impressoras do extinto “Le Temps”, e Hubert Beuve-Méry, correspondente do jornal antes
da guerra, foi nomeado seu editor e diretor. Ele insistiu e conquistou o direito de dirigir o “Le
Monde” como um órgão independente, sem subsídios governamentais ou privados e com o
direito de formular sua própria política editorial.
No final de seu primeiro ano, a precisão e independência do Le Monde eram
amplamente conhecidas, atingindo uma tiragem de mais de 150.000 exemplares, sendo,
atualmente, um dos jornais mais respeitados e lidos na França. O periódico francês cobre uma
ampla gama de tópicos, incluindo política, economia, cultura e notícias internacionais. É
conhecido por seu jornalismo de análise aprofundada e investigativo, e sua linha editorial é
geralmente de centro-esquerda. Além da edição impressa, o "Le Monde" também possui uma
versão digital, que inclui conteúdo multimídia como vídeos, podcasts e gráficos interativos.
A sua postura editorial é conhecida por ser independente e crítica de todos os partidos
políticos, incluindo o partido no poder. O jornal frequentemente adota uma postura
pró-negócios em questões econômicas, mas também está comprometido com a justiça social e
a proteção ambiental. O "Le Monde" também é conhecido por sua cobertura internacional e
muitas vezes adota uma abordagem diferenciada para assuntos externos, refletindo seu
compromisso com o multilateralismo e uma forte ordem internacional. No geral, "Le Monde"
é amplamente considerado como um jornal sério e influente, confiável por sua integridade
jornalística e independência.
O logotipo atual do "Le Monde" apresenta o nome do jornal em letras maiúsculas
pretas, com um acento branco sobre a letra "e". A fonte usada no logotipo é uma versão
customizada da fonte "Le Monde Journal", que foi especialmente desenhada para o jornal. O
logotipo costuma ser acompanhado por um retângulo azul com o lema do jornal "La vérité
vous rendra libre" ("A verdade o libertará") em letras brancas.

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4.3. SANKT-PETERBURGSKIE VEDOMOSTIK

Também conhecido como São Petersburgo Gazette, o Sankt-Petersburrgskie


Vedomosti é um dos jornais mais antigos da Rússia. Foi fundado em 1703 durante o reinado
de Pedro, o Grande, pelo ministro Aleksandr Menshikov. Originalmente publicado
semanalmente, o jornal foi o primeiro a trazer notícias e informações de várias partes do
mundo para o país. Ao longo dos anos, também passou por várias mudanças de propriedade e
editorial até se tornar um dos mais influentes e populares do território russo, sendo conhecido
por suas reportagens sobre política, economia, cultura e artes.
Durante a Revolução de 1917, o jornal foi notável por suas críticas mordazes e
frequentes controversas ao governo czarista e, posteriormente, ao governo soviético. Devido
às polêmicas, os bolcheviques fecharam o jornal em março do mesmo ano. Este só foi
reaberto em 1922, quando se tornou nacionalizado e renomeado como Izvestiya, mas voltou a
usar o nome original após a queda da União Soviética.
O posicionamento político do periódico não é facilmente definido, uma vez que o
jornal manteve uma postura independente e não filiada a nenhum partido político específico
ao longo de sua história. No entanto, o jornal tem sido conhecido por suas críticas
construtivas e frequentes controversas ao governo russo, independente de qual partido ou
líder esteja no poder. Muitos consideram que suas reportagens e editoriais tendem a apoiar a
democracia, a liberdade de imprensa e a transparência governamental.
O logotipo atual do jornal apresenta o nome do jornal em russo junto da bandeira da
cidade de São Petersburgo. O logotipo é, comummente, acompanhado da frase “Старейшая
газета” (“jornal mais antigo”) e “Poccuu” (“Rússia”), no meio das frases apresenta uma faixa
vermelha com o ano em que foi fundado.

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5. BIBLIOGRAFIA

Le Monde. BBC. Disponível em: https://www.bbc.co.uk/search?q=Le+monde&d=news_gnl.


Acesso em: 08 abr. 2023.
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Le Monde. The Guardian. Disponível em: https://www.theguardian.com/media/le-monde.
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m%20S%C3%A3o%20Paulo
História do grupo Estado nos anos de 1870. Acervo Estadão. Disponível em:
https://acervo.estadao.com.br/historia-do-grupo/decada_1870.shtm
TERRA, Pedro. Grupo Estado. Wikipedia, 13/02/2007. Disponível em:
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N. V. Riasonovisky, A History of Russia, 8th edition (New York: Oxford University Press,
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Orlando Figes, A People's Tragedy: The Russian Revolution 1891- 1924 (New York:
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Le Monde. Britannica, 1998. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/Le-Monde.
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Le Monde. Mundo das Marcas, 2007. Disponível em:
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HALLIDAY, M. A. K. An introduction to functional grammar. Edward Arnold, 1994
HANZEN, Elstor. Como os jornais influenciam nossas opiniões. Observatório da Imprensa,
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BARROS, Lucas. A Importância do jornal na sociedade. A Voz Da Serra, 2022. Disponível
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ROCHA, Paula Melani; NORONHA, Mariana Galvão. As especificidades da apuração no
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JORGE, Thaïs de Mendonça. Manual do foca: guia de sobrevivência para jornalistas. São
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GRICE, H. P. (1975). Logic and Conversation. Em: GRICE, H. P. Studies in the way of
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<https://fasam.edu.br/wp-content/uploads/2020/07/Manual-de-Reda%C3%A7%C3%A3o-e-E
stilo-Estad%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2023.
6. ANEXO

Jornal La Stampa

Como representantes do jornal “La Stampa”, temos como objetivo principal


informar, por meio deste documento, às senhoras e senhores delegados, os ideais
propostos e defendidos pelo jornal mais antigo e renomado da Itália.
O La Stampa é um jornal diário italiano, de formato berlinense e sediado em
Turim. Fora publicado em fevereiro de 1867 e fundado por Vittorio Bersezio - jornalista
e romancista - com o nome Gazzetta Piemontese. Em 1895, o jornal foi comprado e
editado por Alfredo Frassati, que lhe deu seu nome atual e uma perspectiva nacional.
Contudo, o jornal foi marcado por diversas modificações de ideologia devido a
processos de compra e venda do periódico, influenciados pelo regime fascista italiano.
Por criticar o assassinato em 1924 do socialista Giacomo Matteotti, Frassati foi forçado
a renunciar e vender o jornal a Giovanni Agnelli. Ele atualmente apresenta uma postura
que pende para o centro-direita, se posicionando de forma liberal às questões abordadas.
Ao retratarmos o La Stampa, buscamos focar nas questões internas e externas do
Estado que interfiram no funcionamento e desenvolvimento socioeconômico italiano.
Partindo de nosso ideal progressista, focamos em matérias de cunho político, cultural,
econômico, glocal e esportivo, fundamental para a interpretação competente acerca das
informações.
Objetivamos, além de informar, ajudar os senhores delegados e delegadas a
desenvolver um posicionamento crítico sobre os diversos assuntos debatidos no
decorrer dos dias. Ademais, buscamos questionar posicionamentos e dirimir quaisquer
dúvidas referentes aos assuntos debatidos nas reuniões.
Atenciosamente,

_______________________________ ______________________________

Nome do Delegado Nome do Delegado

_______________________________ ______________________________

Nome do Delegado Nome do Delegado

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