PIVA.A linguagem
PIVA.A linguagem
PIVA.A linguagem
A ideia de trazer esse cenário é sair da discussão mainstream Revolução Agrária vs.
Industrial vs. Digital para compreender o que estamos vivendo a partir da evolução
da nossa linguagem, que é a nossa tecnologia número 1.
Essas fases, que não são estanques, foram acontecendo de forma gradual e
trouxeram impactos cumulativos. Cada momento novo se integra ao anterior,
trazendo ajustes e algumas características desses momentos desaparecem, mas
perceber cada momento histórico-cultural com a sua respectiva técnica de
comunicação trará uma análise rica das recorrências e nos ajudará a compreender
como estamos vivenciando isso na era digital.
Esse tipo de linguagem começou a ser usado muito antes dos nossos ancestrais
primitivos andarem eretos: a comunicação era realizada por meio de ruídos e
movimentos corpóreos que constituíam símbolos e sinais mutuamente entendidos.
Civilização Oral
- há cerca de 35 e 40 mil anos
A fala possibilitou ao homem dar um salto no desenvolvimento humano, pois, por
meio dela, foi possível transmitir mensagens complexas, contestar e contar histórias.
Neste momento, o homem começou a incluir a arte em seu repertório a partir de
pinturas rupestres e suas primeiras tentativas de armazenar informações e também
fez uso dos benefícios do acúmulo de conhecimentos para se fixar em aldeias.
Civilização Escrita
- por volta de 4.000 aC
Cada sociedade criou uma forma particular de escrita, mas foram os sumérios que
transformaram os sons em símbolos, pioneiros no uso de caracteres para
representar sílabas, dando o primeiro passo para a escrita fonética. Mais tarde,
fizeram uso de papiro, pedra e placas de argila para gravar mensagens, que eram
carregadas por estafetas que percorriam quilômetros de distância para levar a
informação ao seu destino.
Civilização Impressa
- a partir do séc. XV
💡 Medo do novo
Gutenberg escolheu a Bíblia como primeiro projeto, pois temia que as
pessoas julgassem suas reproduções como imitações baratas dos tão
bem elaborados livros manuscritos.
Cultura de Massa
- a partir do séc. XIX
Cultura digital
- atualmente
Estamos vivendo a era digital, um tempo marcado pela mudança radical dos
paradigmas e a redefinição de muitos conceitos tidos por nós como absolutos. Há
informação para todos os lados, com propagação em rapidez e agilidade nunca
vistas; o cidadão comum consegue expressar suas opiniões e colher feedbacks com
facilidade, enquanto interesses e objetivos comuns são compartilhados em todas as
esferas, do campo afetivo ao político.
Os efeitos desses artefatos — aqui com foco nas tecnologias digitais que, sobretudo,
não são neutras — deverão ser observados pelos Cientistas do Direito, os quais
precisarão investigar os fenômenos de forma projetada e a longo prazo, ainda que
este exercício seja desafiador. Juntamente com isso, esses fenômenos terão de ser
contextualizados, mas sem isolá-los do fluxo e dos atores envolvidos em sua
produção.
A bússola que nos orienta para a primeira mudança de lentes, necessária para fazer
a travessia rumo aos futuros do Direito, seria, portanto, iniciada pela compreensão
de que a cada mudança das mídias de comunicação (aqui compreendidas como
meios) são interruptores de grandes mudanças na civilização.