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LEGISLAÇÃO SOCIAL I

DIREITO E SOCIEDADE

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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1. Compreender a importância da evolução do direito como ciência e sua função;

2. identificar os mecanismos de controle e as fontes do direito;

3. analisar os elementos da relação jurídica e as consequências no nosso ordenamento.

Antes de mais nada, vamos refletir para que possamos compreender a razão da existência do direito e a função

que desempenha na sociedade.

1 Introdução
O homem é um ser gregário e, desde os primórdios, vive muito próximo a outros da mesma espécie.

Todos nós sabemos que com o decorrer do tempo surgem necessidades e estas devem ser supridas.

Em regra, os seres humanos tendem a se adaptar às mais variadas situações. Lógico que o convívio em sociedade

pode trazer conflitos, diante das inúmeras atividades desenvolvidas no nosso cotidiano.

Como grande transformador de tudo que o cerca, o homem acaba por influenciar a todos que o rodeiam. Dessa

forma, tornou-se indispensável normatizar as condutas diante do próprio processo de evolução da sociedade.

Existem leis que a própria natureza determina e mesmo o homem, como animal racional, não pode contestá-las.

Tal como o nascimento, a morte etc.

Fizemos essa brevíssima evolução e também falamos do que se denomina direito natural (jus naturalismo), ou

seja, que advém da própria natureza, com leis que são alheias à vontade do homem.

Daí o porquê de se falar em origem do direito e de várias escolas (filosofia) tentarem demonstrar a sua

existência, cada uma realçando seus conceitos.

Na realidade, cada sociedade em seu tempo necessita de suas próprias leis, regulamentos, normas para adequá-

las às suas necessidades oriundas dos fatos sociais que ocorrem diariamente.

Antes mesmo de apresentarmos o conceito de direito, destacamos que a palavra direito comporta vários

significados dependendo do contexto em que estiver inserido.

Conceito de Direito:

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“Conjunto de normas obrigatórias, emanadas por um poder competente, de caráter comum e com força

coercitiva”.

Seria esse o único conceito de Direito? A melhor resposta é não, uma vez que o vocábulo Direito também pode

significar:

a) Conjunto de regras jurídicas (Direito como norma ou no sentido objetivo);

b) Poder de um sujeito exigir a prestação de um dever por parte de outro (Direito subjetivo);

c) Ideal de justiça (Direito como justo);

d) Setor do conhecimento humano que investiga e sistematiza os fenômenos jurídicos (Direito como Ciência ou

ramo do conhecimento).

Com essas definições, podemos concluir que não há uma definição padronizada sobre Direito, dependendo esta

da visão daquele que o está conceituando, do sentido que quer dar ao termo.

Sendo assim, pergunto: vocês já pararam para pensar que o direito está sempre presente em nossa vida até

mesmo nas coisas mais simples que fazemos? Não? Preste atenção.

Mesmo quando estamos em casa, podemos ter e temos situações que há necessidade de invocar o direito, seja

porque seu vizinho coloca a música muito alta, faz barulho até altas horas da madrugada, ou mesmo quando

vamos para a rua, quer ver?

Quando você pega o transporte público, compra um pãozinho na padaria, entre outras situações. Você já pensou

que você está celebrando vários contratos todos os dias?

As relações que mantemos com os demais membros da sociedade podem repercutir no universo jurídico, pois

passam a interessar diretamente ao direito.

Imaginemos uma pessoa ou várias pessoas nas quais mantemos uma relação de conhecimento, amizade, colegas

de trabalho, de universidade, enfim. A princípio estas relações não têm interesse para o direito e, sim, como

veremos a seguir, para as regras de trato social.

Exemplo

Seu direito foi violado, você tem direito a pedir uma indenização etc.

Dessa forma, vamos expor alguns conceitos de direito para comprovar o que foi dito, conforme os exemplos a

seguir.

Deixarei para vocês duas indagações: Será que se eu mantiver uma simples relação de amizade com alguém ela

interessa diretamente para o direito? Agora, será que se com essa mesma pessoa, além da relação de amizade, eu

quiser alugar um imóvel na qual ela é proprietária, vai interessar ao direito? Depois voltaremos a essa questão.

Enquanto isso, reflitam sobre o que nós conversamos.

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Por tudo que falamos até agora, surgiu então o que denominamos de Direito Positivo, ou seja, o direito escrito. É

muito importante, pois trata-se de um conjunto de normas previstas num determinado ordenamento

jurídico, estabelecendo regras de conduta na sociedade.

O Direito possui duas funções: prevenir e compor conflitos.

Previne os conflitos quando estabelece dentro do seu ordenamento de normas a previsão para um fato, caso

ocorra. Depois, temos a segunda função que é justamente a composição do conflito. Se ocorrer, certamente você

poderá invocar a tutela do poder judiciário e poderá sofrer uma sanção por infringir a norma, pois já existe

anteriormente uma previsão e todos têm conhecimento e devem obedecer indistintamente.

Dentro da nossa sociedade, nós temos alguns instrumentos de controle social os quais passaremos a expor: O

Direito, a Moral, a Religião e as Regras de Trato Social.

Se o Direito fosse o único instrumento de regramento social, a sociedade iria “robotizar-se”, pois as demais

categorias de normas são mais flexíveis. O Direito seria um fator antissocial. Faremos, então, um comparativo

com os instrumentos acima referidos e o direito. Após a leitura, recomendamos para melhor visualização o

quadro em anexo.

Direito e religião
Por muito tempo a religião exerceu um domínio absoluto sobre as coisas humanas. A falta do conhecimento

científico era suprido pela fé. As crenças religiosas formulavam as explicações necessárias, considerando que

Deus não só acompanhava os acontecimentos terrestres, mas neles interferia. Por sua vontade e determinação,

ocorriam fenômenos que afetavam os interesses humanos. Diante das tragédias, viam-se os castigos divinos; com

a fartura via-se o prêmio.

Nesse período de desenvolvimento da humanidade, o Direito era considerado como expressão da vontade

divina. As Leis e os Códigos eram recebidos pelos sacerdotes, ditadas por Deus.

Atualmente, Estado e Igreja encontram-se desvinculados, cada qual com seu ordenamento próprio, restando,

com exceção, alguns sistemas jurídicos que continuam regidos por livros religiosos, dando como exemplo o

mundo muçulmano.

Entretanto, o Direito e a Religião continuam a apresentar convergências e peculiaridades, aguardando a condição

de norma de conduta, de onde se infere que a doutrina religiosa, enquanto define o comportamento social, é

instrumento valioso para a harmonia e a paz entre os homens.

Direito e as Regras de Trato Social

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As regras de trato social, segundo Paulo Nader, “são padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade e que,

não resguardando os interesses de segurança do homem, visam a tornar o ambiente mais social, mais ameno,

sobre pressão da própria sociedade, tendo como exemplos as regras de cortesia, etiqueta, protocolo, cerimonial,

moda, linguagem, educação, decoro, companheirismo, amizade etc”.

Essas regras têm sua faixa de atuação nas maneiras de o homem se apresentar perante os seus semelhantes, e o

seu valor consiste no aprimoramento do nível das relações sociais.

Os valores cultivados pelas regras de trato social, contudo, não são de natureza independente, mas

complementar. Pressupõem tais regras a atuação dos valores fundamentais do Direito e da Moral.

Direito e Moral
Direito e moral são instrumentos de controle social que não se excluem, antes, se completam e mutuamente se

influenciam, tendo em comum uma base ética; uma idêntica origem, pois ambos são regras de conduta e

comportamento; ambos têm por escopo o bem-estar dos indivíduos, não obstante cada qual tenha seu objetivo

próprio.

Direito e Moral “são conceitos que se distinguem, mas que não se separam”.

Para finalizarmos o tema, cabe destacar que o grande diferencial do direito e os demais instrumentos de controle

é justamente a coercibilidade - “coercível”, pois há a possibilidade de se invocar o uso da força para a execução

da norma jurídica; significa a possibilidade de um agir “forçado”, justamente a segunda função do direito.

2 Fontes do Direito
Duas são as classes de fontes:

• Material

(Povo) – Que é quem elabora o Direito. No Brasil, há uma democracia indireta, então as normas não são

feitas pelo povo diretamente, mas são feitas por pessoas que o povo elege. As normas jurídicas são então,

em última análise, feitas pelo povo, através de seus representantes legais.

• Formal

Onde o que se quer saber é de que forma o direito se exterioriza e aparece, em que lugar se encontra a

norma jurídica exteriorizada. O artigo 4° LEI DE INTODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL define as fontes formais

como principal, que é a lei, e acessória, que pode ser a analogia, os costumes e os princípios gerais do

Direito. Para se usar as fontes formais acessórias, deve-se primeiro olhar a lei e concluir que esta é

omissa.

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Dicionário

Conceito de fonte:

Fonte é, assim, o lugar de onde provém alguma coisa.

A pesquisa das fontes do direito é, portanto, o estudo da origem da norma jurídica.

Principal: Lei é a norma geral e abstrata editada pela autoridade soberana e dirigida à obediência de todos

(quando esta for omissa, vai para as acessórias).

Acessória:
• Analogia
• costumes
• princípios gerais do direito

3 Integração da Norma Jurídica


Quando a fonte principal é omissa, faz-se a integração com as fontes acessórias.

Exemplo

Duas mulheres vivem juntas há 30 anos, uma delas trabalhou, adquiriu bens, enquanto a outra cuidava da casa. A

que trabalhava registrou tudo em seu nome, pois a outra era muito “despreocupada”. Ocorreu a morte da

primeira e seus familiares disseram à outra que ela deveria desocupar o apartamento que moravam e que não

tinha direito algum aos bens.

Neste caso, o que se faz primeiro é procurar se o caso concreto se enquadra na Lei. Verifica-se que a Lei é omissa,

não trata do caso concreto, a Lei tem lacuna, não regulamenta o caso concreto.

O direito não tem lacuna, pois não é conjunto de Leis, é um conjunto de normas jurídicas.

Quando a fonte principal é omissa, nós realizamos a integração do direito, que é o uso das fontes acessórias.

A Integração do Direito segue a seguinte ordem:

É um processo lógico pelo qual a lei é aplicada a um caso não diretamente regulamentado

nela, mas semelhante. Quando a Lei é omissa, vamos olhar se esta Lei trata de uma

situação parecida com que outra lei trata, aí, aplica-se a outra lei por analogia. No exemplo

Analogia acima, enquadramos a Lei de sociedades, aquela que trabalhou, não conseguiria nada se a

outra não tivesse ao seu lado apoiando. A doutrina entende que no caso de união entre

homossexuais, a Lei de Sociedades deve ser usada, não sociedade de direito, mas como

uma sociedade de fato.

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É a prática reiterada de um comportamento com a convicção de sua necessidade.
Costume
Exemplo: cheque pré-datado, ou melhor, pós-datado. Surgiu da necessidade do cotidiano

do mercado para atrair o comprador, uma forma de melhorar as vendas. Não há lei

regulamentando, mas é aceito por todos e por todos é respeitado.

São premissas éticas que pairam sobre a sociedade. São os valores que existem na

sociedade — certo e errado - (direito natural). O juiz, quando não enquadra o caso

Princípios concreto a nenhuma das fontes formais acessórias, utiliza esses sentimentos que estão na

sociedade para julgar. Segundo alguns, o conjunto destes princípios forma o chamado

direito natural, porque é o direito inerente a qualquer sociedade.

Normas jurídicas:

a) Generalidade – tal característica indica que toda norma jurídica é aplicável a todos, de forma indistinta,

dando suporte ao princípio da isonomia, segundo o qual todos são iguais perante a lei.

b) Abstratividade – é a característica da norma jurídica segundo a qual o legislador procura regular

abstratamente os direitos e deveres, não tratando especificamente de cada hipótese que possa ocorrer na vida

cotidiana.

c) Imperatividade – é a imposição da vontade do legislador ou do produtor da norma, de acordo com os

critérios de competência e territorialidade.

d) Coercibilidade – a coerção é a possibilidade de interferência da força, no cumprimento de uma regra de

direito. É a possibilidade que o aplicador ou o titular do direito subjetivo detêm de obrigar o titular da obrigação

ao cumprimento da mesma.

Dicionário

Normas jurídicas são a norma geral e abstrata editadas pela autoridade soberana e dirigidas à obediência de

todos.

Traduzindo - Significa dizer que são geral e abstrata porque são dirigidas a todos indiscriminadamente, que vêm

de uma autoridade com poder para editar a norma e todos devem obedecer.

Dentre as maneira de classificar a lei, duas merecem ser destacadas:

1° - Normas cogentes e dispositivas:

A norma cogente é aquela que, por atender mais diretamente ao interesse geral, não pode ser alterada,

prevalecendo de modo absoluto sobre a liberdade de contratar das partes.

Ex.: art. 1521, VI, do Código Civil, que proíbe o casamento de pessoas já casadas.

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Norma dispositiva é a que se limita a prescrever uma conduta ou estabelecer um direito, sem tirar do seu

destinatário a faculdade de alterá-la.

Ex.: art. 327 do Código Civil, que determina que o pagamento se efetuará no domicílio do devedor, salvo se as

partes convencionarem ao contrário.

2ª – Normas federais, estaduais e municipais:

Numa federação como o nosso país, o domínio geográfico ou a extensão espacial das leis compreende: o domínio

nacional ou o domínio da União, que abrange todo o território do País; o domínio estadual, que compreende o

território de cada Estado e o do Distrito Federal; e finalmente o domínio municipal, que compreende o território

de cada Município.

Em razão de seus domínios territoriais, três são, portanto, as categorias de leis: leis federais, estaduais e

municipais.

As leis federais têm domínio geográfico nacional. Todas elas imperam em todo o território do País.

As leis estaduais têm domínio geográfico circunscrito ao Estado em que foram elaboradas.

As leis municipais têm domínio geográfico circunscrito ao município que as elaborou.

4 Atos Jurídicos e Fatos Jurídicos


Fato: É todo e qualquer acontecimento ou ocorrência. Existem dois tipos de fato: Fato Natural e Fato Jurídico.

Fato Natural

É o fato que não repercute na esfera jurídica, ou seja, não gera efeitos no mundo do Direito. É o acontecimento

não regulamentado pelo Direito. O fato natural, juridicamente, é um nada.

Ex: O aluno dormir na sala de aula. Esse fato é natural, pois não gera efeitos jurídicos.

Fato Jurídico

É o acontecimento em virtude do qual as relações ou situações jurídicas nascem, se modificam ou se extinguem.

Ex: Morte. A morte é um fato jurídico, pois é um acontecimento que gera efeitos, por exemplo, põe fim à

personalidade da pessoa natural.

Ato jurídico lícito: no ato jurídico a lei delineia quase que inteiramente a forma, os termos e os efeitos do ato,

restando ao agente pouca margem deliberativa. Portanto, ato jurídico é o acontecimento decorrente da vontade

lícita de uma pessoa, cujo efeito decorre da lei (artigo 185). No ato jurídico lícito, a pessoa manifesta a vontade,

mas não com o intuito de atingir determinado efeito jurídico, o efeito é uma imposição da lei.

Ex.: reconhecimento de paternidade.

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Negócio Jurídico: no negócio jurídico, o agente tem um campo mais amplo de deliberação e os efeitos decorrem

da vontade dos agentes uma vez que estes podem criar, modificar direitos, estabelecer os termos do ato, e

indicar as decorrências ou consequências, naturalmente dentro das limitações legais. Portanto, é o

acontecimento decorrente da vontade lícita de uma pessoa, cujos efeitos decorrem dessa vontade (e não da lei).

A vontade da pessoa é manifestada no sentido de atingir certos efeitos.

Ex: Contratos. Todos os contratos são negócios jurídicos, pois os seus efeitos decorrem da manifestação de

vontade das partes. O efeito do contrato vem em consequência da vontade.

1º plano: PLANO A EXISTÊNCIA

São três os elementos e vamos retirá-los do artigo 104 NCC. Este artigo não se trata de existência, mas do plano

da validade. Leia e encontre os elementos:

Agente é a pessoa física ou jurídica. Como negócio jurídico é manifestação de vontade no direito só quem

manifesta vontade é pessoa.

Mas o que é uma pessoa jurídica e quando ela adquire personalidade jurídica?

Pessoa jurídica

Consiste num conjunto de pessoas ou bens, dotado de personalidade jurídica própria e constituído na forma da

lei. Conforme o artigo 40 do Código Civil brasileiro de 2002, as pessoas jurídicas (admitidas pelo Direito

brasileiro) são de direito público (interno ou externo) e de direito privado. As primeiras encontram-se no âmbito

de disciplina do direito público, e as últimas, no do direito privado.

A pessoa jurídica adquire personalidade após a reunião das pessoas físicas que dela vão fazer parte, elaboram o

seu estatuto ou contrato social e levam para registrá-lo.

Objeto: O objeto é o conteúdo da vontade. Não adianta nada ter pessoa, se a pessoa não tiver vontade com

conteúdo.

Forma: É o sinônimo de modo, que é o meio de externar a sua vontade.

Ausente um destes elementos, o negócio jurídico é inexistente.

2º plano: PLANO DE VALIDADE

Os requisitos estão no artigo 104 do NCC/2002. Na verdade, os requisitos são qualidades para estes elementos.

São qualidades dos elementos: agente, objeto e forma.

1º Requisito: AGENTE CAPAZ - Esta capacidade é a capacidade de fato, pois a capacidade de direito todo mundo

tem (nascemos com ela ou a própria lei já tutela os interesses do nascituro). Para o negócio jurídico ser válido, a

pessoa deve ser capaz de representar a vontade sozinha.

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Devemos ressaltar que todos nós só podemos praticar todos os atos da vida civil se formos maiores e capazes,

pois até completarmos os 16 anos somos absolutamente incapazes, necessitando dos nossos responsáveis para

que possamos, por exemplo, celebrar os negócios jurídicos.

Entre 16 e 18 somos relativamente capazes, necessitando ainda da assistência de nossos responsáveis (para

melhor entendimento acerca da matéria, solicitamos a leitura dos artigos 5 e 6 do código civil). Somente

adquirimos a capacidade plena aos 18 anos.

2º Requisito: OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINADO

O objeto é o conteúdo da vontade, deve estar de acordo com a lei.

Ex.: Para a mãe emancipar o filho, ele deve ter no mínimo 16 anos, e se o filho tiver 12 anos, o conteúdo da

vontade é contrário à lei.

O objeto deve ser possível fisicamente. Isto significa que ele é passível de ser realizável.

Ex.: Se eu te peço para ir andando até à lua em troca de R$1000.000,00, é impossível fisicamente e o negócio

jurídico é inválido e nulo (artigo 166 CC/2002).

O objeto deve conter os três elementos. Se não for, estará ausente o requisito e o negócio jurídico será inválido e

nulo (artigo 166 CC/02).

3º Requisito: FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI

Excepcionalmente a lei exige a forma, ela diz o meio que se deve usar a forma. Ela prescreve a forma por dois

motivos. O primeiro é porque ela quer tornar o ato mais sério, ela quer tornar o ato mais solene.

Ex: temos a doação. Ela deve ser celebrada por escrito, para que depois a pessoa não se arrependa. Dou a minha

roupa e depois te vejo com a roupa na rua, acho bonita, e tenho vontade tê-la de volta.

Tem um segundo motivo da lei prescrever a forma, é para provar o negócio jurídico, devendo ser provado por

uma forma.

Ex.: É o que ocorre no estacionamento. Para provar que cheguei com o carro, tenho que ter o ticket do próprio

estacionamento na saída.

Relação jurídica:

Percebemos que temos o direito tutelando as regras em sociedade das relações dos homens nesta mesma

sociedade.

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Partindo dessa ideia inicial, não há dúvida de que todo relacionamento que ocorre na sociedade se dá em virtude

de certos fatos ou acontecimentos que podem ser da própria vontade do homem ou até mesmo involuntário.

Somente algumas das relações sociais interessam ao direito, ou seja, aquelas que,

de alguma forma, criaram, modificaram ou até mesmo extinguiram os direitos.

Você não se esqueceu da nossa pergunta, não é? Quantos contratos você celebrou hoje? Certamente

inúmeros.

Desde seu nascimento até a morte, o homem se acha envolvido em imensa teia de relações sociais, muitas das

quais lhe impõem direitos e deveres.

Direitos ele já os possui mesmo antes do nascimento, como se observa no direito à vida

(CF, art. 5º, caput, XLVII, (a)) e outros, de natureza patrimonial (compra e venda de um imóvel, de um veículos

etc...) (CC, art. 4º).

Ao longo de sua vida, o homem vai se envolvendo em relações de natureza pessoal, familiar, patrimonial ou

econômica, que o fazem ingressar plenamente na ordem jurídica, de modo a ser absorvido por esta.

Assinala José Tavares que "toda a vida social é invadida e dominada pelo direito, nas suas mais humildes como

nas suas mais solenes manifestações, sendo infinitas as relações que ele origina e disciplina, quer essas relações

sejam apenas de homem para homem, quer sejam entre o indivíduo e os diferentes agregados sociais, como a

família, o município, o Estado e as múltiplas agremiações ou instituições coletivas, quer de utilidade particular,

quer de utilidade pública, ou ainda somente entre estes diferentes agrupamentos".

Daí a oportuna colocação de Giorgio Del Vecchio, de que a sociedade é, antes de mais nada, um complexo de

relações. Imperioso observar, a esta altura, que, dentre a gama infinita de relações sociais, destaca-se uma

espécie que interessa, diretamente, à preservação da ordem social, e que tutela um mínimo ético de

conveniência, a bem da própria preservação da sociedade. Nesta hipótese estamos nos referindo à relação

jurídica.

Conceito:

A relação jurídica pode ser conceituada, no plano objetivo, como toda relação social disciplinada pelo Direito e,

no

plano subjetivo, como o vínculo entre dois ou mais indivíduos dotados de obrigatoriedade.

Para o conceituado doutrinador Orlando Gomes, a relação jurídica pode ser encarada sob dois aspectos, assim:

"No primeiro, o vínculo entre dois ou mais sujeitos de direito que obriga um deles, ou os dois, a ter certo

comportamento, ou, simplesmente, o poder direto de uma pessoa sobre uma determinada coisa. No segundo, é o

quadro no qual se reúnem todos os efeitos atribuídos por lei a esse vínculo ou a esse poder. Em outras palavras,

é o conjunto dos efeitos jurídicos que nascem de sua constituição, consistentes em direitos e deveres - com estes,

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entretanto, não se confundindo". Mais adiante: "... a relação jurídica tem como pressuposto um fato que adquire

significação jurídica se a lei o tem como idôneo à produção de determinados efeitos, estatuídos ou tutelados.

Assim, todo evento já é um acontecimento natural, uma ação humana, converte-se em fato jurídico, se em

condições de exercer essa função".

Espécies:

Complexa - quando, numa relação jurídica, os direitos e deveres das partes são recíprocos. Ex: contrato de

trabalho.

Simples - quando apenas uma das partes tem direito, e as outras obrigações. Ex: doação com encargo (o bem só

será seu se você fizer o que está determinado).

Relação jurídica de direito público - quando num dos polos da relação jurídica acha-se o Estado, dotado de seu

poder de império.

Exemplos: convocação para o serviço militar, eleições ou cobrança de impostos etc.

Todavia, se o Estado participa da relação despojado de seu poder de império, haverá relação jurídica de direito

privado.

Exemplo: locação de um imóvel.

Os Elementos da Relação Jurídica

A "relação jurídica" destina-se a fornecer-nos uma fórmula para melhor compreender o modo de subjetivação

das normas jurídicas, isto é, o modo como atua a regulamentação da lei sobre a vida social. A vida social é

naturalmente uma sucessão de fatos; a relação jurídica não pode, por isso, considerar-se estaticamente, mas na

sua dinâmica; a vida social é movimento e mutação e este dinamismo reflete-se no nascimento, modificação e

extinção das relações jurídicas.

O conteúdo da relação jurídica é constituído pelo direito subjetivo, que a norma assegura, e pelo correspondente

dever que impõe.

Como elementos da relação jurídica são de indicar:

O direito subjetivo e o dever jurídico são um poder e um dever de certas pessoas que estão entre si em relação:

sujeito ativo, o titular do direito; sujeito passivo, o titular do dever.

Relação jurídica de direito público - quando num dos polos da relação jurídica acha-se o Estado, dotado de seu

poder de império.

Exemplos: convocação para o serviço militar, eleições ou cobrança de impostos etc.

Todavia, se o Estado participa da relação despojado de seu poder de império, haverá relação jurídica de direito

privado.

Exemplo: locação de um imóvel.

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Os Elementos da Relação Jurídica
A "relação jurídica" destina-se a fornecer-nos uma fórmula para melhor compreender o modo de subjetivação

das normas jurídicas, isto é, o modo como atua a regulamentação da lei sobre a vida social. A vida social é

naturalmente uma sucessão de fatos; a relação jurídica não pode, por isso, considerar-se estaticamente, mas na

sua dinâmica; a vida social é movimento e mutação e este dinamismo reflete-se no nascimento, modificação e

extinção das relações jurídicas.

O conteúdo da relação jurídica é constituído pelo direito subjetivo, que a norma assegura, e pelo correspondente

dever que impõe.

Como elementos da relação jurídica são de indicar:

O direito subjetivo e o dever jurídico são um poder e um dever de certas pessoas que estão entre si em relação:

sujeito ativo, o titular do direito; sujeito passivo, o titular do dever.

Objeto
Objeto da relação jurídica é o próprio objeto do direito subjetivo, são as coisas ou utilidades sobre que incide o

interesse legítimo do sujeito ativo a que se refere o dever do sujeito passivo.

O Fato Jurídico
A relação jurídica é como que o fenômeno jurídico mais simples na complexidade da vida jurídica; esta será

composta de relações jurídicas, duma multiplicidade inesgotável de relações jurídicas, que nascem, se

transformam e se extinguem. Os fatos jurídicos são os fatos que dão origem à constituição de uma relação

jurídica (fatos constitutivos), à modificação de uma relação jurídica (fatos modificativos) ou à extinção de uma

relação jurídica (fatos extintivos).

A Garantia
O nome dado a este elemento da relação jurídica revela o propósito primacial de análise das relações de direito

privado. O direito caracteriza-se pela coercibilidade que acompanha os seus preceitos. À infração dos deveres

que as normas jurídicas impõem, segue-se um procedimento sancionatório, a aplicação de sanções jurídicas. A

sanção em matéria de direito privado não atua geralmente por iniciativa direta do Estado, mas a solicitação dos

titulares dos correspondentes direitos subjetivos.

E toma sobretudo a forma de uma reparação, da garantia de obter coativamente a realização do interesse

reconhecido por lei, ou indenização equivalente.

Só para finalizar, na verdade, quando você pegou o transporte público, celebrou um contrato de transporte,

porque o transportador tem como obrigação levá-lo ao seu destino ileso. E quando compra o cafezinho, realiza

um contrato de compra e venda.

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Embora simplórios os nossos exemplos, foram para demonstrar que as nossas relações, os fatos do nosso

cotidiano estão tutelados pelo direito. Em ambos os casos você celebrou um negócio jurídico.

O que vem na próxima aula


• Os elementos que compõem o Estado e sua organização;

• As normas constitucionais e seus elementos;

• Os poderes do Estado.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• compreendeu a importância da evolução do direito como ciência e sua função;
• identificou os mecanismos de controle e as fontes do direito;
• analisou os elementos que compõem os negócios jurídicos e a relação jurídica com a consequência no
nosso ordenamento.

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