APOSTILA MADALENA GEO
APOSTILA MADALENA GEO
APOSTILA MADALENA GEO
Geodésia: é a ciência que estuda a forma, as dimensões, o campo de gravidade da Terra e suas
variações temporais. E pode ser dividida em: GEODÉSIA GEOMÉTRICA; GEODÉSIA FÍSICA;
GEODÉSIA CELESTE. Sendo que as observações angulares e lineares, junto das observações
astronômicas, relacionam-se com a Geodésia Geométrica. O conhecimento detalhado do campo de
gravidade é tratado na Geodésia Física. As medidas realizadas dos satélites artificiais encontram-se
na Geodésia Celeste. Nesta apostila daremos ênfase apenas a Geodésia Geométrica.
• Administracão Urbana: em áreas urbanas, as obras realizadas pelo homem, tais como:
serviços de utilidade pública devem ser definidos e documentados através de pontos de
controle para futuras referências.
1.2 CONCEITOS
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superfície terrestre e a descrição do campo de gravidade externo envolvem três superfícies: a
superfície física da Terra, a superfície geoidal e a superfície elipsoidal.
É a superfície limitante do relevo topográfico continental ou oceânico e sobre ela que são
realizadas as medições geodésicas de distâncias, de ângulos, entre outras.
É a superfície equipotencial que coincide com o nível médio dos mares não perturbados. Esta
é a superfície que teoricamente passa pelos pontos de altitude nula, determinados pelos marégrafos.
2. SISTEMAS DE REFERÊNCIA
Este é um sistema coordenado cartesiano caracterizado por um conjunto de três retas (eixos
X, Y e Z), mutuamente perpendiculares (fig. 1).
Como sistema de referência geodésico também é conhecido como sistema de coordenadas
cartesianas geocêntricas, devido a sua origem estar assoada ao centro de massas da Terra
(geocentro).
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Estas coordenadas ficaram mais conhecidas e utilizadas após a criação do sistema de
posicionamento global (GPS). As características deste sistema são:
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• Longitude geodésica: é o ângulo formado entre o meridiano de origem (Greenwich) e o
meridiano do ponto considerado, contado sobre o plano equatorial. Esta coordenada é
positiva a leste de Greenwich e negativa a oeste. Podendo ser indicada pelas letras E e W
para leste ou oeste respectivamente.
Os sistemas coordenados curvilíneos também podem ser representados no espaço 3-D através
do sistema cartesiano. O conjunto de formulações que fazem a associação entre estes dois sistemas
(geodésico e cartesiano) consta na Resolução da Presidência da República nº 23 de 21/02/89.
As coordenadas podem ser representadas no plano através nas componentes Norte (N) e
Leste (E) regularmente utilizadas em mapas e cartas, referidas a um determinado sistema de
referência geodésico. Para representar uma superfície curva em plana são necessárias formulações
matemáticas chamadas de projeções. Diferentes projeções poderão ser utilizadas na confecção de
mapas, no Brasil a projeção mais utilizada é a Universal Transversa de Mercator (UTM).
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3. Realização de observações geodésicas através de ângulos e distâncias de origem
terrestre, materializando o referencial.
φ0 = Φ0 ; λ0 = Λ0 ; h0 = H0
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É a superfície do elipsóide adotado na determinação das coordenadas da rede geodésica
horizontal. Esta superfície é definida através de dois parâmetros geométricos do elipsóide (a,α ) e três
parâmetros da sua orientação (n,ξ ,η ).
O conjunto de marcos assim estabelecidos com as respectivas coordenadas leva ao conceito
de sistema geodésico materializado. O que se desejou sempre foi uma perfeita coerência entre o
sistema definido e o materializado; entretanto, os erros inerentes aos processos de medição não
permitem geralmente uma completa identificação entre os mesmos.
O Brasil adotou durante muitos anos o DATUM “Córrego Alegre”. Este nome provém de um
vértice da triangulação, localizado nas imediações de Uberaba, e que constituía a sua origem. Este é
o Datum que foram elaboradas as cartas do IBGE, ainda em uso. Foram adotados os seguintes
parâmetros na definição deste sistema:
2.8.2 ASTRO-CHUÁ
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a = semi-eixo maior = 6.378.388 m
α = achatamento = 1:297,0
2.8.3 SAD 69
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O IBGE, através do Departamento de Geodésia possui a atribuição de estabelecer e manter
as estruturas geodésicas no Brasil. Muitas mudanças ocorreram na componente planimétrica na
última década. A começar pela utilização da técnica de posicionamento através do sistema de
satélites GPS, ampliando sua concepção ‘planimétrica’, pois são estabelecidas simultaneamente as
três componentes definidoras de um ponto no espaço. Esta alteração nos procedimentos de campo
repercutiu no processamento das respectivas observações, acarretando a necessidade de conduzir
ajustamentos de redes em três dimensões. Isso foi alcançado, no caso do reajustamento global da
rede brasileira, com a utilização do sistema computacional GHOST, desenvolvido no Canadá para o
Projeto North American Datum of 1983 (NAD-83). Além das observações GPS, as referentes à rede
clássica também participaram do reajustamento, formando uma estrutura de 4759 estações contra
1285 ajustadas quando da definição do SAD69. A Tabela da figura a seguir mostra uma comparação
entre as observações utilizadas no ajustamento das duas materializações do SAD69 (a original e a
atual, concluída em 1996).
O reajustamento concluído em 1996 combinou duas estruturas estabelecidas
independentemente por diferentes técnicas. A ligação entre elas é feita através de 49 estações da
rede clássica observadas por GPS. A rede GPS (por ser uma estrutura de precisão superior) tem por
função controlar a rede clássica. Algumas observações Doppler também foram incluídas no
ajustamento com este objetivo.
2.8.5 WGS84
2.8.6 SIRGAS2000
O Projeto Mudança do Referencial Geodésico deu dois importantes passos no ano de 2005,
primeiramente com o decreto nº 5334 de 06/01/2005 publicado no Diário Oficial da União, em
07/01/2005, dando nova redação às Instruções Reguladoras das Normas Técnicas da Cartografia
Nacional. O segundo 25/02/2005, com a assinatura, pelo Presidente do IBGE, da resolução nº
1/2005, que torna o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS2000) a nova
base para o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) e para o Sistema Cartográfico Nacional (SCN).
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A definição do sistema geodésico de referência acompanha, em cada fase da história, o
estado da arte dos métodos e técnicas então disponíveis. Com o advento dos sistemas globais de
navegação por satélites (GNSS – Global Navigation Satellite Systems), tornou-se mandatória a
adoção de um novo sistema de referência, geocêntrico, compatível com a precisão dos métodos de
posicionamento correspondentes e também com os sistemas adotados no restante do globo terrestre.
Com esta finalidade, ficou estabelecido como novo sistema de referência geodésico para o
SGB o SIRGAS, em sua realização do ano de 2000 (SIRGAS2000), podendo ser utilizado em
concomitância com o sistema SAD 69, oferecendo à sociedade um período de transição. No período
de transição, não superior a 10 anos, os usuários devem adequar e ajustar suas bases de dados,
métodos e procedimentos ao novo sistema.
O SIRGAS2000 corresponde a uma densificação da realização ITRF2000 (International
Terrestrial Reference Frame) nas Américas ocorrida em maio de 2000. O ITRF2000 corresponde à
realização do Sistema Geodésico de Referência mais preciso existente, o ITRS (International
Terrestrial Reference System).
O SIRGAS2000 se tornou de uso obrigatório nos trabalhos de georreferenciamento de
imóveis rurais a serem apresentados ao INCRA, a partir da publicação da Norma Técnica para
Georreferenciamento de Imóveis Rurais, 2º Edição, Fevereiro/2010.
Caracterização do SIRGAS2000:
Fator de
Semi eixo Estação de
Datum Elipsóide achatamento
maior (m) origem
(1/f)
WGS84 GRS 80 6.378.137,000 298,257223563 -
Córrego Alegre Hayford – Int. 1924 6.378.388,000 297,0 Vért. Corr. Alegre
Astro-Chuá Hayford – Int. 1924 6.378.388,000 297,0 Vértice Chuá
SAD 69 UGGI 1967 6.378.160,000 298,25 Vértice Chuá
SIRGAS 2000 GRS 80 6.378.137,000 298,257222101 -
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∆z = -38,22 m ∆z = +38,22
Onde:
N = grande normal; e
e = primeira excentricidade
Onde:
a e b: parâmetros do elipsóide
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2.10.2 Coordenadas cartesianas para coordenadas geodésicas
Por definição, altitude ortométrica (H) de um ponto é a distância contada sobre a vertical
desse ponto até o geóide, e altitude geométrica (h), é a distância contada sobre a normal do ponto
até o elipsóide. Um dos mais importantes problemas geodésicos é a determinação das “ondulações
do geóide”, ou seja, da separação (N) entre a superfície equipotencial (geóide) e o elipsóide. As três
áreas da geodésia que mencionamos no primeiro capítulo têm solução específica para esse
problema. Neste trabalho não restringiremos a nenhum método. A figura 3, ilustra melhor este
assunto.
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A altitude geométrica é determinada com GPS geodésico de alta precisão, pois o GPS de
navegação fornece a altitude geométrica, porém, de caráter meramente decorativo, pois o erro pode
chegar a 200 metros. Ora, se conhecer a altitude geométrica e a ondulação do geóide, pode-se
chegar a um valor aproximado da altitude ortométrica (H).
A fundação IBGE e a Universidade de São Paulo têm trabalhado ao longo dos últimos anos
num projeto de melhoria do modelo de ondulação geoidal no Brasil.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SEEBER, G. -1993- Satellite Geodesy: Foundations, methods and applications. Walter de Gruyter, N.
York, 531 pp.
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TORGE, W. -1980- Geodesy. Walter de Gruyter, Berlin, 254 pp.
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