Curso 315467 Aula 04 Prof Herbert Almeida 7f5e Simplificado
Curso 315467 Aula 04 Prof Herbert Almeida 7f5e Simplificado
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Almeida
TRT-SE 20ª Região (Analista Judiciário -
Área Judiciária e Oficial de Justiça
Avaliador Federal) Noções de Direito
Administrativo + Administração Pública -
Autor:
2024 (Pós-Edital)
Antonio Daud, Equipe Direito
Administrativo, Equipe Legislação
Específica Estratégia Concursos,
Herbert Almeida, Paulo H M Sousa
29 de Outubro de 2024
Índice
1) Deveres e Poderes Administrativos
..............................................................................................................................................................................................3
3) Poder Hierárquico
..............................................................................................................................................................................................7
4) Poder Disciplinar
..............................................................................................................................................................................................
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6) Poder de Polícia
..............................................................................................................................................................................................
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Introdução
O regime jurídico administrativo é formado por um conjunto de prerrogativas e sujeições próprias que
colocam a Administração Pública em posição de superioridade na relação com os administrados, ao mesmo
tempo em que limitam a sua esfera de liberdade para defender os direitos individuais e preservar o
patrimônio público.
Poder-dever de agir
Os poderes administrativos são outorgados aos agentes públicos para que eles possam atuar em prol do
interesse público. Logo, as competências são irrenunciáveis e devem obrigatoriamente ser exercidas. É por
isso que o “poder tem para o agente público o significado de dever para com a comunidade e para com os
indivíduos”1. Diz-se, portanto, que são poderes-deveres, pois envolvem simultaneamente uma
prerrogativa e uma obrigação de atuação.
Assim, se o administrador se omitir diante de uma situação que necessite de atuação, estará ele cometendo
uma ilegalidade. Nesses termos, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo consideram que a omissão ilegal do
agente público pode refletir na sua responsabilização nas esferas penal, civil e administrativa.
(TRT PE - 2017) Os poderes administrativos são facultados ao administrador, que pode ou não fazer-lhes
uso, conforme critério subjetivo e as peculiaridades do caso concreto.
Comentários: os poderes representam, na verdade, poderes-deveres. Logo, não tratam de uma mera
faculdade, mas de uma obrigação, pois agente público não pode renunciar às suas competências legais.
Gabarito: errado.
Deveres administrativos
Após a análise do aspecto básico do poder-dever de agir, Hely Lopes Meirelles apresenta os três principais
deveres do administrador público: dever de eficiência, dever de probidade, e dever de prestar contas.
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Dever de eficiência
Dever de probidade
Pelo dever de probidade, exige-se dos agentes públicos a observância de padrões éticos de
comportamento. Assim, o dever de probidade se pauta na exigência da atuação segundo o princípio
constitucional da moralidade. Os agentes públicos, além de observarem a lei, devem ser probos, honestos,
leais ao interesse público.
==379ce5==
Tanto a probidade quanto a moralidade tratam, basicamente, da mesma coisa, ou seja, exigem que a
Administração atue de maneira ética e honesta. Dessa forma, como princípio, podemos dizer que a
probidade é a mesma coisa que moralidade. Portanto, a probidade é relacionada à moralidade, no sentido
de que os agentes públicos devem atuar de forma honesta.
Todavia, quando nos referimos à infração, improbidade trata de um conceito mais amplo do que
imoralidade. Esta última trata apenas das ofensas aos padrões de honestidade, ao passo que a improbidade
recebeu um sentido muito mais amplo na Lei de Improbidade Administrativa, pois alcança, além de atos
imorais e desonestos, várias outras formas de ilegalidade.
Nesse contexto, a Constituição Federal dispõe que “Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária” (CF, art. 70, parágrafo único).
Essa é uma regra universal, que alcança não só os agentes públicos, mas qualquer um que “utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos”. Por exemplo, um estudante que receba
recursos para realizar um estudo, deverá comprovar a sua boa aplicação.
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Não há uma lista exaustiva dos poderes administrativos. Porém, os que mais frequentemente constam em
questões de prova são os poderes vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar e de
polícia.
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O poder vinculado ou regrado ocorre quando a lei, ao outorgar determinada competência ao agente
público, não deixa nenhuma margem de liberdade para o seu exercício.
Diversamente, no poder discricionário, o agente público possui alguma margem de liberdade de atuação.
No caso em concreto, o agente poderá fazer o seu juízo de conveniência e oportunidade e decidirá com
base no mérito administrativo. Assim, haverá para a autoridade pública uma margem de liberdade dentro
dos limites da lei e da razoabilidade e proporcionalidade.
A discricionariedade é limitada, em linhas gerais, pelo próprio ordenamento jurídico. Diz-se, assim, que o
juízo discricionário encontra limites:
a) na lei: o próprio legislador define os limites mínimos e máximos para a prática do ato;
==379ce5==
Um ato que não observe estes parâmetros será um ato arbitrário e, consequentemente, será um ato
passível de anulação. Vale lembrar que este não é um controle de mérito do ato, pois a arbitrariedade é
uma forma de ilegalidade. Justamente por isso que o Poder Judiciário tem a prerrogativa de anular um ato
administrativo desproporcional.
Vale acrescentar que a discricionariedade ocorre tanto na edição do ato como na sua revogação. Isso
porque a revogação é o desfazimento de um ato válido por razões de conveniência e oportunidade.
(MPE AL - 2018) Determinada norma jurídica dispôs sobre a prática de ato administrativo, sob a forma
de decreto, e permitiu, ao agente competente, que escolhesse a melhor solução considerando as
peculiaridades do caso concreto. O ato que venha a ser praticado, em razão da liberdade na valoração
dos motivos e na escolha do objeto, será considerado um ato discricionário.
Comentários: se há liberdade de escolha para valorar os motivos e, com isso, definir o objeto do ato, diz-
se que o ato é discricionário. Logo, estaremos diante da manifestação do poder discricionário.
Gabarito: correto.
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A hierarquia é a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes administrativos, com
a distribuição de funções e a gradação de autoridade de cada um.
Segundo Hely Lopes Meirelles, o poder hierárquico “é o de que dispõe o Executivo para distribuir e
escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação
de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal”. Apesar de o renomado autor falar do
“Executivo”, o mais adequado é falar em “Administração Pública”, uma vez que o poder hierárquico se
manifesta no exercício da função administrativa, seja qual o Poder que a estiver exercendo.
→ dar ordens;
→ editar atos normativos internos para ordenar a atuação dos subordinados;
→ fiscalizar a atuação e rever atos;
→ delegar competências;
→ avocar atribuições; e
→ aplicar sanções.
Temos como consequência lógica da hierarquia o poder de comando realizado entre as instâncias
superiores sobre as inferiores. Essas, por sua vez, possuem o dever de obediência para com aqueles,
devendo, portanto, executar as tarefas em conformidade com as determinações superiores. Dessa forma,
pelo poder de dar ordens, os superiores fazem determinações aos subordinados para praticar atos ou
tomar determinadas condutas no caso concreto.
Sobre a edição de atos normativos internos, temos como exemplos os atos ordinatórios, como uma
portaria que defina o horário de atendimento e o padrão de uniforme que deverá ser utilizado pelos
servidores.
Da fiscalização decorre a competência para rever atos, também chamada de poder de controle, que
permite que o superior hierárquico anule ou revogue os atos de seus subordinados, de ofício o por
provocação.
A delegação, por sua vez, ocorre quando se confere a um terceiro atribuições que originalmente
competiam ao delegante. A delegação é um ato discricionário, temporário e revogável a qualquer
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momento, cabendo à autoridade competente decidir se vai ou não delegar, e poderá desfazer o ato de
delegação a qualquer momento, independentemente de haver relação hierárquica entre as partes
envolvidas. Vale lembrar que a delegação só alcança o exercício da competência, uma vez que a sua
titularidade é irrenunciável.
Avocar é chamar para si funções que originalmente foram atribuídas a um subordinado. A avocação só é
possível em caráter excepcional, por motivos relevantes, devidamente justificados e por tempo
determinado. Com efeito, diferentemente da delegação, pressupõe a existência de relação hierárquica.
Finalmente, o superior não pode avocar uma competência atribuída por lei como exclusiva de seu
subordinado.
==379ce5==
Agora, vamos tratar de algumas situações em que a hierarquia não estará presente, ou pelo menos será
relativizada.
Primeiramente, é importante destacar que a hierarquia só ocorre dentro da mesma pessoa jurídica, ou
seja, não há hierarquia entre a administração direta e indireta. Nessa linha, não se pode confundir
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subordinação com vinculação. No primeiro caso, há hierarquia; no segundo, não há hierarquia, mas
apenas tutela. O poder hierárquico se aplica nas relações de subordinação, permitindo o exercício de todas
as formas de controle. Por outro lado, a vinculação gera uma forma de controle restrita, em geral sob o
aspecto político, podendo ser realizada apenas quando expressamente prevista em lei. Um bom exemplo
de vinculação ocorre na relação entre a Administração direta sobre a indireta. Nesse caso, não há
hierarquia, mas apenas vinculação.
Com efeito, também não se fala em hierarquia entre os Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) ou
entre a Administração e os administrados (particulares).
Além disso, o poder hierárquico, em regra, não se apresenta nos Poderes Legislativo e Judiciário quando
no exercício de suas funções típicas (legislar e julgar, respectivamente).
(CAGE RS - 2018) O poder hierárquico pode ser exercido pela União sobre uma sociedade de economia
mista da qual ela seja acionista.
Comentários: entre a Administração direta e as entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista) não existe hierarquia, mas apenas vinculação. Logo,
não há poder hierárquico da União sobre uma sociedade de economia mista.
Gabarito: errado.
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Poder disciplinar
O poder disciplinar é o poder-dever de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais
pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.
Não podemos confundir poder disciplinar com poder punitivo do Estado. Este último é gênero, do qual o
poder disciplinar é apenas uma espécie. O poder punitivo pode se referir à capacidade punitiva do Estado
contra os crimes e contravenções penais, sendo competência do Poder Judiciário; ou, no direito
administrativo, pode designar a capacidade punitiva da Administração Pública que se expressa no poder
disciplinar ou no poder de polícia.
Como destacamos acima, o poder disciplinar se relaciona com o poder hierárquico. Assim, muitas vezes,
quando se aplica uma punição ao agente público, diz-se que a sanção decorre diretamente (ou
imediatamente) do poder disciplinar e mediatamente do poder hierárquico.
Vale lembrar, no entanto, que o poder disciplinar também trata da aplicação de sanções a particulares com
vínculo especial, ou seja, alcança uma situação não decorrente de hierarquia. Logo, não há total
convergência entre os poderes disciplinar e hierárquico no que se refere à aplicação de sanções.
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Nesse contexto, o agente público tem o poder-dever de responsabilizar subordinado que cometeu infração
no exercício do cargo ou, se não for competente para puni-lo, é obrigado a dar conhecimento do fato à
autoridade competente. Pode-se dizer que é vinculada a competência para instaurar o procedimento
administrativo para apurar a falta ou dar conhecimento à autoridade competente para fazê-lo e, se
comprovado o ilícito administrativo, a autoridade é obrigada a responsabilizar o agente faltoso.
Por outro lado, em regra, é discricionária a competência para tipificação da falta e para a escolha e
gradação da penalidade. Nesse sentido, a discricionariedade se apresenta quando a lei prevê um limite
máximo e mínimo para a sanção. Por exemplo, a lei pode prever a aplicação de multa “entre R$ 1.000,00 e
R$ 10.000,00”. No caso concreto, a autoridade deverá analisar os fatos e decidir, discricionária e
fundamentadamente, qual o valor adequado da multa. ==379ce5==
Por fim, é importante tecer alguns comentários sobre o direito de defesa e a motivação dos atos de
aplicação de penalidades.
Antes da aplicação de qualquer medida de caráter punitivo, deve a autoridade competente proporcionar o
contraditório e a ampla defesa do interessado. Não se admite, desde a égide da CF/88, a aplicação de
sanções sem direito de defesa, nem mesmo quando não houver qualquer dúvida sobre a ocorrência da
infração. Diz-se, assim, que não se admite a aplicação de sanções com base na “verdade sabida”.
Ademais, todo ato de aplicação de penalidade deve ser motivado. Não há nenhuma exceção dessa regra.
Sempre que decidir punir alguém, a autoridade administrativa deve expor os motivos da punição. A
motivação se destina a evidenciar a conformação da penalidade com a falta, sendo pressuposto do direito
de defesa do administrado. Vejamos uma questão sobre o poder disciplinar.
(ALESE - 2018) O poder disciplinar vincula-se ao poder hierárquico, um reduzindo-se ao outro, haja vista
que o primeiro é mais amplo que o segundo.
Comentários: de fato, há relação entre os poderes disciplinar e hierárquico. No entanto, não há total
convergência entre eles, ou seja, um não se reduz ao outro. Em alguns momentos, eles tratam de aspectos
distintos. Por exemplo, no que se refere aos servidores públicos, o poder hierárquico tem um alcance mais
amplo, pois não se limita a aplicar sanções, abrangendo também o poder de revisão, delegação, avocação,
etc. Por outro lado, o poder disciplinar alcança um aspecto não abrangido por aquele, já que fundamenta
também a aplicação de sanções a particulares sujeitos à disciplinar interna da Administração, enquanto o
poder hierárquico só fundamenta aplicação de sanções aos servidores. Assim, não há total convergência e
também não podemos afirmar genericamente que um é mais amplo que o outro sem analisar outros
aspectos.
Gabarito: errado.
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Noções gerais
As normas, em sentido amplo, servem disciplinar a vida em sociedade, prescrevendo comandos gerais e
abstratos. Elas são gerais porque se destinam a sujeitos indeterminados, ou seja, a norma não tem um
único destinatário, mas um conjunto de destinatários que se enquadrem em determinada situação jurídica.
Da mesma forma, são abstratas porque não tratam de uma situação específica, mas de situações futuras
que poderão acontecer.
O Estado tem a capacidade de produzir normas que obrigam as pessoas ao seu cumprimento. Com efeito,
algumas normas decorrem diretamente do texto constitucional, são normas primárias, e por esse motivo
podem inovar na ordem jurídica, ou seja, podem criar direitos e obrigações.
Em regra, esse tipo de ato é formalizado por meio de lei (complementar ou ordinária), mas admite outras
espécies como as emendas à Constituição e as medidas provisórias, cujo fundamento é diretamente o texto
constitucional (CF, art. 59). A edição de tais atos, conforme veremos adiante, não se insere no poder
regulamentar, uma vez que não tratam do exercício da função administrativa (decorrem, na verdade, da
função legislativa).
Abaixo das normas primárias, encontramos as normas derivadas ou secundárias, editadas para disciplinar
uma situação já prevista em lei. Essas normas são editadas pela Administração Pública, por meio de atos
administrativos normativos (decretos, regulamentos, resoluções), objetivando regulamentar uma
disposição legal. As normas secundárias, portanto, não podem inovar na ordem jurídica, dado o seu caráter
infralegal.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, o poder regulamentar é “a prerrogativa conferida à Administração
Pública para editar atos gerais para complementar as leis e permitir a sua efetiva aplicação. A
prerrogativa, registre-se, é apenas para complementar a lei; não pode, pois, a Administração alterá-la a
pretexto de estar regulamentando”.
Esse é um conceito amplo1 de poder regulamentar, que alguns autores chamam de poder normativo.
Alguns autores utilizam um sentido restrito do poder regulamentar, explicando tratar-se do poder
conferido ao chefe do Poder Executivo (presidente, governadores e prefeitos) para a edição de normas
complementares à lei, permitindo a sua fiel execução. Essas “normas complementares à lei”, chamadas
de regulamentos, revestem-se na forma de decreto.
Nessa linha, quando o Presidente da República regulamenta uma lei, estará ele exercendo o chamado poder
regulamentar.
1
A doutrina não utiliza as expressões “regulamentar em sentido amplo” e “regulamentar em sentido estrito”. Só estamos
colocando esta designação porque, na prática, alguns autores dão um conceito amplo para a expressão e outros dão um
sentido estrito. Mas as designações forem feitas “por nossa conta”. Por isso, na prova, dificilmente você irá ler as
expressões “sentido amplo” e “sentido estrito” do poder regulamentar.
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Por outro lado, o poder normativo refere-se à toda a capacidade normativa da Administração Pública,
envolvendo não só a competência do Chefe do Poder Executivo para editar decretos regulamentares, mas
também a competência das demais autoridades administrativas para a edição dos mais diversos tipos de
normas administrativas. Logo, é poder normativo a edição de um decreto regulamentar, a edição de uma
instrução normativa por um ministro de Estado, ou ainda a edição de uma resolução por determinado órgão
público.
Temos que tomar muito cuidado com as expressões poder normativo e poder regulamentar. Isso porque
alguns autores utilizam “poder regulamentar” para designar toda a capacidade normativa da Administração
Pública (o que para alguns seria poder normativo). Outros, no entanto, mencionam o poder regulamentar
para se referir apenas à competência do Chefe do Poder Executivo (Presidente, governadores e prefeitos).
Para fins de prova, infelizmente, não há uma sistematização adequada das nossas bancas organizadoras. A
dica que podemos passar é a seguinte: somente diferencie as expressões quando for necessário. Em regra,
isso costuma ajudar muito em prova. Na resolução de questões, vamos notar que esse critério nos ajuda
muito, em que pese as bancas cometam, volta e meia, bastante confusão.
Decretos regulamentares
Decreto autônomos
Em regra, o poder regulamentar não pode inovar na ordem jurídica. Essa é a regra que devemos usar na
maioria das questões de prova.
No entanto, existem situações específicas em que será possível inovar na ordem jurídica, editando
verdadeiros atos primários, cujo fundamento direto da Constituição Federal. São os chamados decretos
autônomos, que são decretos que não se destinam a regulamentar determinada lei. Os decretos
autônomos tratam de matérias não disciplinadas em lei, inserindo-se nas restritas hipóteses do art. 84, VI,
da CF, vejamos:
É importante notar que os casos são bem limitados. Na alínea “a”, a expedição do decreto autônomo só
pode ocorrer quando, simultaneamente: (a) não implicar aumento de despesa; e (b) não criar nem
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extinguir órgãos públicos. Dessa forma, a criação ou extinção de órgãos públicos depende, ainda, de lei.
Da mesma forma, as alterações sobre a organização e o funcionamento, caso impliquem em aumento de
despesas, também dependerão de lei.
Por fim, na hipótese da alínea “b”, a limitação é que os cargos ou funções devem estar vagos.
→ por decorrerem diretamente da Constituição Federal, essas são hipóteses restritas de decretos como
atos normativos primários;
→ essas matérias são de competência privativa do Presidente da República e, portanto, se submetem
ao princípio da reserva administrativa. Portanto, o Poder Legislativo não possui competência para
disciplinar esses casos;
→ se aplica a todos os chefes do Poder Executivo (presidente, governadores e prefeitos).
→ por determinação do art. 84, parágrafo único, da CF, a atribuição de dispor sobre essas matérias pode
ser delegada a outras autoridades (ministros de Estado, Advogado-Geral da União e Procurador-Geral
da República).
Regulamentos autorizados
Um tema de grande polêmica trata da edição dos chamados regulamentos autorizados ou delegados. Tais
regulamentos não se confundem com os simples decretos regulamentares, uma vez que não se destinam
simplesmente a regulamentar uma lei, pelo contrário: os regulamentos autorizados efetivamente suprem
lacunas propositalmente deixadas pelo legislador.
Nesses casos, o legislador irá dispor sobre as linhas gerais do tema, definindo diretrizes e autorizará, na
própria lei, o Poder Executivo e disciplinar os assuntos não regulados na lei. Nesse caso, podemos dizer que
os regulamentos autorizados chegam a efetivamente inovar na ordem jurídica.
Tal fenômeno é denominado pela doutrina como deslegalização. Nesse caso, o legislador, ciente da
complexidade social, delega ao Poder Executivo a competência para editar, por intermédio de seu corpo
especializado, normas de caráter eminentemente técnico, ainda que venham a inovar na ordem jurídica.
Nesse caso, não haverá uma substituição ao trabalho do legislador, mas apenas uma complementação de
seu trabalho por intermédio de especialistas do setor.
Um exemplo clássico dessa situação foi a edição, pelo Presidente da República, do Decreto 11.871/2023,
que atualizou os valores previstos na Lei 14.133/2021 (Lei de Licitações). Nesse caso, a própria "Lei de
Licitações" delegou essa competência para o Presidente da República.
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Outro exemplo, porém, um pouco mais polêmico, são as resoluções e outras normas editadas pelas
agências reguladoras.
Contudo, é importante frisar que a constitucionalidade de tais regulamentos é duvidosa, uma vez que o
tema não é abordado diretamente na Constituição Federal. Vale dizer, diferentemente dos decretos
regulamentares (art. 84, IV) e dos decretos autônomos (art. 84, VI), não há previsão expressa na
Constituição para a edição dos regulamentos autorizados.
Além disso, esses regulamentos não se confundem com leis delegadas, já que não são atos normativos
primários. As leis delegadas são efetivamente leis, delegadas ao Poder Executivo mediante resolução do
Congresso Nacional.
Todavia, é imprescindível explicitar que o tema é recheado de divergências na doutrina, existindo autores
que expressamente manifestam-se no sentido da inviabilidade de edição dos regulamentos autorizados.
Por isso, para fins de provas, somente considere a possibilidade de edição desse tipo de instrumento
quando a questão expressamente tratar do assunto.
Por fim, não se admite a utilização de regulamentos autorizados quando a Constituição expressamente
exigir a edição de lei para tratar do assunto, ou seja, quando a matéria se submeter à reserva legal.
Nessa linha, compete ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar (CF, art. 49, V). Logo, se um regulamento do Executivo invadir a competência
legislativa, caberá ao Congresso Nacional sustá-lo, ou seja, retirar a sua eficácia.
Além disso, um regulamento se submete ao controle de legalidade do Poder Judiciário. Neste primeiro
momento, o fundamento de controle é a lei que ele regulamenta. Por exemplo: se a lei diz que certa
conduta é proibida, e o regulamento dispõe o contrário, este será ilegal. Vale lembrar que as leis,
hierarquicamente, possuem posição superior aos regulamentos.
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caráter autônomo em relação à lei. Isso porque se a ofensa for contra a lei, não caberá controle de
constitucionalidade, mas apenas de legalidade.
Por fim, a própria Administração pública pode exercer controle de legalidade e de mérito, anulando os
regulamentos considerados ilegais ou revogando aqueles que não são mais convenientes e oportunos, por
intermédio da autotutela.
(SEGEP MA - 2018) Entre os poderes administrativos, pode-se citar o poder regulamentar, que apresenta,
como sua principal expressão, a edição de decretos, no exercício de competência privativa do Chefe do
Poder Executivo, para fiel execução de lei em vigor.
Comentários: a principal expressão do poder regulamentar é a edição dos denominados decretos
regulamentares, cujo objetivo é estabelecer normas para a fiel execução de lei em vigor. Com efeito, a
competência para editar decreto regulamentar é privativa do chefe do Poder Executivo, nos termos do art.
84, caput, da Constituição Federal.
Gabarito: correto.
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Poder de polícia
Introdução e conceito
Para Hely Lopes Meirelles, o poder de polícia é “a faculdade de que dispõe a Administração Pública para
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades, e direitos individuais, em benefício da coletividade
ou do próprio Estado”.1 Para o autor, o objeto do poder de polícia administrativa é “todo bem, direito ou
atividade individual que possa afetar a coletividade ou pôr em risco a segurança nacional, exigindo, por isso
mesmo, regulamentação, controle e contenção pelo poder público”, tendo assim a finalidade de proteger
o interesse público.
Na mesma linha, Carvalho Filho entende que o poder de polícia é a “prerrogativa de direito público que,
calcada na lei, autoriza a Administração Pública a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade
em favor do interesse da coletividade”.
Todavia, podemos analisar o poder de polícia em sentido amplo ou em sentido estrito. Em sentido amplo,
o poder de polícia representa toda e qualquer ação restritiva do Estado em relação aos direitos
individuais. Nesse sentido, o poder de polícia envolve tanto a atuação do Legislativo como do Executivo.
Por outro lado, em sentido estrito, o poder de polícia trata apenas da atividade da Administração Pública,
que regulamenta as leis de polícia ou que exerce atividades concretos de limitação e condicionamento.
Assim, pelo sentido estrito, o poder de polícia envolve: (i) a regulamentação de uma lei de polícia –
exemplo: decreto que regulamenta uma lei sobre vigilância sanitária; (ii) a fiscalização do cumprimento das
normas e a edição de atos de controle, como os alvarás; (iii) a aplicação de sanções por violação das normas
de polícia, como a aplicação de uma multa de trânsito.
Perceba que o poder de polícia também abrange a edição de normas, porém são normas administrativas,
secundárias, derivadas das limitações legais.
Vale acrescentar, ainda na parte conceitual, a definição de poder de polícia do Código Tributário Nacional,
nos seguintes termos:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
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O conceito apresentado acima abrange apenas o sentido estrito do poder de polícia, isto é, aquele que se
insere no âmbito da função administrativa.
Feita essa observação, passaremos a analisar o poder de polícia sob o aspecto estrito, ou seja, aquele que
se desenvolve no âmbito da Administração Pública. Conforme o conceito da Prof.ª Di Pietro, o poder de
polícia abrange: (a) regulamentação de leis; (b) controle preventivo (ordens, notificações, licenças ou
autorizações); e (c) controle repressivo (imposição de medidas coercitivas).
O fundamento do poder de polícia está no predomínio do interesse público sobre o particular (princípio
da supremacia do interesse público), que coloca a Administração em posição de hegemonia perante os
administrados. Trata-se de uma supremacia geral da Administração, que alcança indistintamente todos os
==379ce5==
Devemos lembrar que o exercício do poder de polícia pressupõe um vínculo genérico com os particulares,
que alcança todos os cidadãos indistintamente (vínculo automático). Portanto, a aplicação de penalidades
contra as pessoas sem qualquer vínculo específico com a Administração decorre do poder de polícia.
Não podemos confundir o poder de polícia com outras atividades desempenhadas pelo Estado.
Nessa linha, a polícia administrativa não se confunde com o exercício da polícia judiciária. Ambas se
inserem no exercício da função administrativa, contudo aquela trata dos bens, direitos e atividades que
serão restritas ou condicionadas em prol do interesse coletivo; enquanto esta insurge sobre as pessoas
envolvidas no cometimento de ilícitos penais.
Com efeito, a polícia judiciária é realizada por órgãos de segurança (polícias civil, federal ou militar),2
enquanto a polícia administrativa é realizada por diversos órgãos administrativos com competências
fiscalizatórias, envolvendo toda a Administração Pública de direito público (prefeituras, na emissão de
alvarás; entidades de fiscalização de profissão; órgãos de fiscalização de trânsito, etc.).
Outra diferença relevante é que a polícia administrativa realiza uma atividade predominantemente
preventiva, com buscar a evitar a ocorrência de comportamentos nocivos à coletividade. Por outro lado, a
polícia judiciária atua predominantemente de forma repressiva, uma vez que tem por objeto apurar a
ocorrência dos ilícitos penais. Essa, no entanto, não é uma característica absoluta. Existem várias atividades
2 Em regra, a polícia militar não exerce polícia judiciária, mas polícia ostensiva. Não obstante, os textos de direito
administrativo costumam dividir genericamente a polícia administrativa da judiciário, incluindo as atividades da polícia
militar dentro desta última. Devemos lembrar que, em casos específicos, a polícia militar de fato irá exercer atividade de
polícia judiciário, em especial nos inquéritos policiais militares. Assim, especificamente no direito administrativo, lembre-
se que alguns textos/questões podem considerar, de forma genérica, que a polícia militar “faz parte” da polícia judiciária,
ainda que seja naturalmente um órgão de polícia ostensiva. Por outro lado, a polícia civil e a polícia federal são típicos
órgãos de polícia judiciária, uma vez que exercem atividade de apoio ao exercício da função jurisdicional, como os
inquéritos policiais.
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(TRE BA - 2017) A polícia administrativa e a polícia judiciária se exaurem em si mesmas, ou seja, se iniciam
e se completam no âmbito da função administrativa de caráter fiscalizador, tendo em vista que essas
atividades se enquadram no âmbito da função administrativa, representando atividade de gestão de
interesse público.
Comentários: tanto a polícia administrativa como a polícia judiciária tem iniciam no âmbito da função
administrativa (isso desconsiderando o sentido amplo da expressão, pois nesse caso teríamos também a
atividade legislativa). No entanto, a polícia administrativa encerra-se em si mesma, pois a própria
autoridade pública tem condições de emitir atos de polícia, fiscalizar a atuação e até mesmo impor sanções.
Por outro lado, a polícia judiciária é apenas uma atividade de preparação, pois tem continuação no âmbito
da função jurisdicional. Assim, a polícia administrativa encerra-se em si mesma, mas a polícia judiciária não.
Gabarito: errado.
→ discricionariedade;
→ autoexecutoriedade; e
→ coercibilidade.
A discricionariedade deve ser analisada em linhas gerais, pois, em casos específicos o poder de polícia
administrativa poderá se expressar de forma vinculada. Assim, a discricionariedade se apresenta no
momento da escolha do que se deve fiscalizar e, no caso em concreto, na escolha de uma sanção ou medida
dentre diversas previstas em lei. Por exemplo, a norma pode facultar à Administração apreender ou destruir
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um produto que se encontre fora dos padrões de segurança. Diante dessa situação, o agente público deverá
analisar a conveniência e oportunidade e decidir entre uma alternativa ou outra.
Existem situações, porém, que o poder de polícia se tornará vinculado. Por exemplo, na concessão de
licença para construir, estando presentes todos os requisitos previstos em lei, o agente público é obrigado
a conceder o a licença ao particular.
Segundo a Prof.ª Maria Sylvia Zanella Di Pietro a autoexecutoriedade não está presente em todas as
medidas de polícia. Para ser aplicada, é necessário que a lei a autorize expressamente, ou que se trate de
medida urgente. Conclui a autora, por fim, que a exigibilidade está presente em todas as medidas de
polícia, mas a executoriedade não.
O último atributo é a coercibilidade,3 que é a característica que torna o ato obrigatório independentemente
da vontade do administrado. Praticamente não há diferença entre autoexecutoriedade e coercibilidade, ao
ponto de a Professora Di Pietro afirmar que:4
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo ensinam que nem todos os atos de polícia ostentam o atributo de
autoexecutoriedade e coercibilidade. Assim, os atos preventivos (como a obtenção de licenças ou
autorizações) e alguns atos repressivos (como a cobrança de multa não paga espontaneamente) não gozam
a autoexecutoriedade e coercibilidade.
3 Na verdade, a coercibilidade é uma característica dos atributos da imperatividade e da autoexecutoriedade dos atos
administrativos. Um ato tem força coercitiva porque pode ser imposto a terceiros. Por esse sentido, poderíamos dizer que
ele é imperativo. Além disso, um ato tem força coercitiva porque podemos executá-lo, ainda que a outra parte não
concorde e sem precisar de ordem judicial: logo, o ato é autoexecutório. Consequentemente, alguns autores utilizam a
coercibilidade como sinônimo de imperatividade e outros como sinônimo de autoexecutoriedade.
4 Di Pietro, 2014, p. 128.
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São normativos aqueles que prescrevem normas gerais, abstratas e impessoais, que regulamentam uma
lei ou disciplinam determinada atuação que trate de um condicionamento ou restrição de direitos ou de
atividades. Esses atos adotam formas como os decretos, regulamentos, resoluções, instruções ou outros
atos. Por outro lado, são atos concretos aqueles que atingem determinados indivíduos devidamente
identificados. São exemplos as multas, os atos de consentimento (autorizações e licenças) ou ainda a
realização de uma fiscalização em determinado estabelecimento.
Os atos de polícia manifestam-se de forma preventiva por intermédio dos atos de consentimento5, que
representam um controle prévio do Estado sobre o exercício de determinada atividade.
Os atos de consentimento são editados por intermédio de licenças e autorizações, que se formalizam por
intermédio dos alvarás. Apesar de ser mais comum o alvará, os atos de consentimento também podem ser
formalizados por outros documentos, como os certificados, carteiras e declarações (exemplos: certificado
de registro de arma de fogo e carteira nacional de habilitação).
Os atos repressivos, por outro lado, manifestam-se após a ocorrência de uma infração. Uma vez
identificada a infração, a autoridade competente deve lavrar um auto de infração, conceder o contraditório
e a ampla defesa, se confirmada a irregularidade, aplicar a sanção.
Por fim, devemos falar também da fiscalização. Alguns autores consideram que a fiscalização é atividade
preventiva, na medida em que é realizada com o objetivo de prevenir a ocorrência de infrações. Para esse
grupo, a aplicação da sanção não constitui fiscalização, mas apenas uma consequência desta. Assim,
quando um órgão ambiental fiscaliza uma empresa, estará realizando uma atividade preventiva; se, no
5De certa forma, os atos normativos também são atos preventivos, uma vez que são editados antes da ocorrência do fato.
Por exemplo: quando se edita uma norma sobre o exercício de atividade profissional, ela só irá fundamentar a fiscalização
de atos futuros. Daí o porquê de os atos normativos também serem atos preventivos.
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entanto, constatar uma infração, aplicará a sanção (atividade repressiva), que é uma decorrência da
fiscalização, mas com esta não se confunde.6
A legislação ou ordem de polícia representa a edição de normas que condicionam ou restringem direitos.
É nessa fase que as restrições ou limitações são criadas e disciplinadas.
O consentimento de polícia, por outro lado, corresponde à anuência prévia da Administração, que
possibilita ao particular exercer a atividade privada, aplicando-se aos casos em que a ordem de polícia exige
prévio controle do poder público para o uso do bem ou exercício de determinada atividade. Ademais, a
anuência ocorre por meio das licenças e autorizações.
Ressalta-se, porém, que nem sempre o ato de consentimento estará presente no ciclo de polícia, mas
apenas quando há necessidade de prévio controle do Estado.
A fiscalização de polícia, por sua vez, ocorre quando se fiscaliza o cumprimento das normas constantes na
ordem de polícia ou dos requisitos previstos no consentimento.
Por fim, a sanção de polícia ocorre quando são impostas coerções ao infrator das ordens de polícia ou dos
requisitos previstos no consentimento.
Nesse contexto, o próprio STJ já exemplificou a ocorrência dessas fases do ciclo de polícia, utilizando um
caso do Código de Trânsito Brasileiro – CTB: “o CTB estabelece normas genéricas e abstratas para a
obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (legislação); a emissão da carteira corporifica a vontade o
Poder Público (consentimento); a Administração instala equipamentos eletrônicos para verificar se há
6José dos Santos Carvalho Filho, no entanto, advoga que a fiscalização tem duplo aspecto: (i) preventivo: através do qual
os agentes públicos procuram evitar um dano social; (ii) repressivo: em virtude da irregularidade identificada, o que
ensejará a aplicação de sanção de polícia.
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respeito à velocidade estabelecida em lei (fiscalização); e também a Administração sanciona aquele que
não guarda observância ao CTB (sanção)”.7
O poder de polícia originário é aquele desempenhado diretamente pelas entidades políticas (União,
estados, Distrito Federal e municípios), por intermédio de seus órgãos administrativos. Em termos mais
simples, o poder de polícia originário é aquele exercido pela Administração Pública direta.
Por outro lado, o poder de polícia delegado ou outorgado é aquele desempenhado pelas entidades da
Administração Pública indireta, que receberam tal competência por meio de outorga legal. Nesse caso, a
entidade polícia procede a descentralização por outorga, criando uma entidade administrativa para o
desempenho de atividade de polícia.
(SERES PE - 2017) Denomina-se originário o poder de polícia que abrange leis e atos administrativos
provenientes de pessoas políticas da Federação.
Comentários: o poder de polícia originário é aquele exercido diretamente pelas pessoas políticas, que
integram a Federação. Ademais, envolve leis e atos administrativos, uma vez que não se limita ao exercício
da função administrativa, alcançando também a atividade legislativa de limitar e condicionar o gozo de
direitos. Logo, o item está devidamente correto.
Gabarito: correto.
É possível delegar o exercício do poder de polícia para autarquias e fundações autárquicas, em todas as
suas fases. Lembramos, no entanto, que a delegação da ordem/legislação de polícia limita-se ao âmbito
normativo, uma vez que as entidades administrativas não gozam de competência política para legislar em
sentido estrito.
Por outro lado, para as entidades administrativas de direito privado, existem algumas limitações. O STF, ao
deliberar sobre o tema, fixou a seguinte tese de repercussão geral (Tema 532):8
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado
integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
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Dessa forma, a delegação a entidades administrativas de direito privado deverá atender aos seguintes
requisitos:
Perceba que esse serviço público deverá ser prestado em regime não concorrencial. Logo, deverá ser
alguma atividade em que o Estado presta sem “competir” com particulares. Por exemplo: a fiscalização de
trânsito é uma atividade realizada apenas pelo Estado, sem que haja uma competição com uma empresa
privada.
Por outro lado, o poder de polícia não poderá ser exercido por:
Por fim, precisamos delimitar as atividades que podem ser delegadas: consentimento, fiscalização e
sanção. A tese do STF, em si, não delimita essas fases. Porém, podemos perceber essa limitação ao longo
do voto do Ministro Luiz Fux, que foi o relator do caso. Ao final do voto, o Ministro afirma que:
[...] a única fase do ciclo de polícia que, por sua natureza, é absolutamente indelegável: a
ordem de polícia, ou seja, a função legislativa. Os atos de consentimento, de fiscalização
e de aplicação de sanções podem ser delegados a estatais que, à luz do entendimento
desta Corte, possam ter um regime jurídico próximo daquele aplicável à Fazenda Pública.
Porém, fique muito atento a isso. Na tese fixada pelo STF, não constam as fases que podem ser objeto de
delegação. A redação cita diretamente: “é constitucional a delegação do poder de polícia”. Logo, se a
questão de prova colocar diretamente a “delegação do poder de polícia”, sem delimitar (fiscalização,
consentimento e sanção), seguindo a redação literal do RE 633.782, é bastante provável que a banca
considere a assertiva como certa. Agora, se a questão afirmar que é possível delegar, a entidades
administrativas de direito privado, "todas as fases" do poder de polícia, ou mencionar expressamente a
fase de ordem de polícia, ela estará incorreta, conforme vimos acima.
Há, ainda, mais um tema que podemos debater: é possível delegar o poder de polícia a particulares?
Esse tema ainda não tem uma resposta absoluta. No julgamento do STF, que levou à edição da tese que
mencionamos acima, não se debateu a possibilidade de delegação do poder de polícia a particulares. Logo,
9 A expressão “regime não concorrencial” não tem um sentido muito preciso. Você não precisa tentar “entendê-la”
completamente. Porém, apenas para tentar exemplificar, vamos pegar o caso que deu origem à decisão do STF. A BHTRANS
é uma sociedade de economia mista de Minas Gerais que exerce tarefas de fiscalização de trânsito. Nesse caso, não existe
empresa privada realizando a mesma atividade. Logo, não há "regime concorrencial".
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ao deliberar sobre o RE 633.782, o Supremo não disse “que pode”, mas também não disse que “não pode”
delegar o poder de polícia a particulares. O tema, simplesmente, não foi debatido de forma aprofundada.
Porém, por enquanto, prevalece o entendimento de que não é possível delegar o poder de polícia a
particulares.
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(Inédita – Prof. Herbert Almeida) Admite-se a delegação do poder de polícia, no aspecto sancionatório,
a entidades administrativas de direito privado, desde que a delegação ocorra por meio de lei, o Estado
detenha a maioria do capital social da entidade e esta seja prestadora exclusivamente de serviços
públicos em regime não concorrencial.
Comentários: esse é o novo posicionamento do STF. Admite-se a delegação do poder de polícia, a entidades
administrativas de direito privado, quando: (i) a delegação ocorrer por lei; (ii) a entidade seja integrante da
administração pública; (iii) o capital social seja majoritariamente público; (iv) a entidade seja prestadora de
serviço público em regime não concorrencial; (v) as atividades que tratem de consentimento, de fiscalização
ou de sanção.
Gabarito: correto.
As sanções de polícia são espécie das chamadas sanções administrativas. Nessa linha, aquele que cometer
uma infração administrativa submete-se ao sancionamento administrativo do Estado. Se a infração
administrativa ocorrer no âmbito do poder de polícia, aí a sanção será uma sanção de polícia.
É importante fazer essa diferenciação, pois nem toda infração/sanção administrativa é de polícia. Cita-se,
nesta linha, as infrações funcionais dos servidores públicos ou as infrações em contratos administrativos,
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que possuem natureza administrativa, mas não decorrem do poder de polícia. Tais sanções serão aplicáveis
com base no poder disciplinar.
Com efeito, qualquer sanção depende de previsão legal, em observância ao princípio da legalidade e
observando-se o devido processo legal, no qual seja concedido o contraditório e a ampla defesa acusado
(CF, art. 5º, LIV). Por isso, qualquer sanção aplicável sem o direito de defesa será passível de anulação pelo
Poder Judiciário ou pela própria Administração Pública. Ademais, a sanção de polícia deve observar os
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
São exemplos de sanções de polícia:10 (i) multas administrativas; (ii) interdição de estabelecimentos
comerciais; (iii) suspensão do exercício de direitos; (iv) demolição de construções irregulares; (v) embargo
administrativo de obra; (vi) destruição de gêneros alimentícios impróprios para o consumo; (vii) apreensão
de mercadorias irregularmente entradas no território nacional.
Prescrição
Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública federal, direta e indireta, no exercício
do poder de polícia, com o objetivo de apurar possíveis infrações à legislação em vigor. Tal prazo conta-se
da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.11
Por outro lado, quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir crime, a
prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal (art. 1º, § 2º).
Com efeito, esse prazo refere-se à instauração do processo de apuração e não à aplicação da sanção em
si. Assim, se a Administração instaurar o processo e notificar o acusado dentro do prazo de cinco anos, nada
impede de a sanção vir a ser aplicada após mais de cinco anos do cometimento da infração.
Existem vários outros detalhes sobre a prescrição do poder de polícia. No entanto, não vamos aprofundar
o tema neste momento, em virtude da baixa incidência em provas.
Taxa de polícia
A taxa é uma espécie tributo cujo fundamento encontra-se no art. 145, II, da Constituição Federal, que
estabelece que os entes da Federação poderão instituir “taxas, em razão do exercício do poder de polícia
ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição”. Não nos interessa falar, agora, dos serviços públicos, mas apenas
do exercício do poder de polícia.
Nesse contexto, a taxa é o meio utilizado para custear o exercício do poder de polícia. Por exemplo,
quando um colecionador se dirige ao Exército para obter um certificado de registro para exercer a atividade
esportiva terá que recolher uma taxa. Da mesma forma, quando você precisa de um alvará para construir
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será obrigado a pagar uma taxa. Enfim, o tributo utilizado para custear o exercício do poder de polícia é a
taxa.
(TRT 2 - 2018) Constitui exemplo de atuação da Administração pública fundada no exercício do poder de
polícia a Interdição e demolição de construção com risco de desabamento.
Comentários: nesse caso, há um conflito do interesse individual do proprietário, que certamente não quer
ver a sua construção demolida, e o interesse da coletividade, que não pode ser afetada pelo risco do
desabamento. Nesse caso, quando a Administração faz a interdição e determina a demolição da construção
haverá o exercício do poder de polícia.
Gabarito: correto.
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O princípio da supremacia do interesse público justifica o exercício dos poderes administrativos na estrita
medida em que sejam necessários ao atingimento dos fins públicos. Por outro lado, o exercício ilegítimo
das prerrogativas previstas no ordenamento jurídico à Administração Pública se caracteriza, de forma
genérica, como abuso de poder, que é uma espécie de ilegalidade.
a) excesso de poder: quando o agente público atua fora dos limites de sua esfera de competência;
b) desvio de poder (desvio de finalidade): quando o agente atua dentro de sua esfera de competência,
porém de forma contrária à finalidade explícita ou implícita na lei que determinou ou autorizou o ato. Nesse
==379ce5==
caso, será desvio de poder a tanto conduta contrária à finalidade geral (interesse público, finalidade
mediata) quanto à finalidade específica (imediata).
Por exemplo: quando uma autoridade aplica uma sanção além da sua alçada de competência, estará
configurado o excesso de poder. Na mesma linha, também será excesso de poder quando a autoridade
concede uma licença para um servidor sem ter competência ou sem receber a delegação da autoridade
competente para fazê-lo.
Por outro lado, quando uma autoridade remove um servidor de uma unidade para outra, com o objetivo
de puni-lo, estará a autoridade cometendo desvio de poder, uma vez que o ato de remoção (em regra) tem
o fim de adequar a quantidade de servidores em cada unidade, não se prestando ao fim de punir um
servidor. Da mesma forma, quando um prefeito desapropria um bem para beneficiar ou prejudicar alguém,
estará praticando o ato com desvio de finalidade, pois o ato de desapropriação deve ter uma finalidade
pública.
O abuso de poder pode se manifestar por meio de condutas comissivas (fazer) e também por condutas
omissivas (não fazer).
O ato cometido com abuso é arbitrário e, consequentemente, ilícito, sujeitando a autoridade competente
à responsabilização civil, penal e administrativa. Além disso, o ordenamento jurídico assegura mecanismos
para coibir o abuso de poder. Nessa linha, a Constituição Federal assegura a todos, independentemente do
pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de podes (CF, art. 5º, XXXIV). Na mesma linha, será concedido mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo quando o responsável pelo abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (CF, art. 5º, XXXIV).
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(STJ - 2018) O desvio de poder ocorre quando o ato é realizado por agente público sem competência para
a sua prática.
Comentários: se o agente não tem competência para a prática do ato, haverá o chamado excesso de poder.
O desvio de poder, por sua vez, configura-se quando o ato é praticado com uma finalidade diversa do
interesse público ou do seu fim específico definido em lei.
Gabarito: errado.
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Comentário:
a) o poder regulamentar é exercido pelo chefe do Poder Executivo, e não pelo STF. A edição de Súmulas
Vinculantes insere-se na função típica judicial – ERRADA;
b) sancionar e vetar leis não se insere no poder regulamentar conferido ao chefe do Executivo. É um ato
que se insere na função política, exercida durante o processo legislativo – ERRADA;
c) suplementar a legislação decorre do exercício da função legislativa desses entes políticos, e não do poder
regulamentar – ERRADA;
d) de fato, chefe do Executivo pode ter os atos emitidos no exercício do poder regulamentar controlados
pelo Poder Legislativo. Nesse sentido, o art. 49, V diz que compete ao Congresso Nacional sustar os atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa – CORRETA;
e) o poder regulamentar não é exercido pelo Senado, mas sim pelo chefe do Poder Executivo – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
2. (FCC – SEFAZ GO/2018) O poder normativo atribuído ao Executivo deve observar limites e
parâmetros constitucionalmente estabelecidos, dentre os quais
a) destaca-se a expressa indelegabilidade de seu exercício, não sendo permitindo a nenhum outro ente da
Administração indireta a edição de atos normativos.
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b) a possibilidade de sua delegação para agências reguladoras, constituídas sob a forma de autarquias, para
organização das atividades reguladas, bem como para estabelecimento de critérios técnicos.
c) a constitucionalidade de sua delegação aos entes integrantes da Administração pública indireta para
edição de decretos regulamentadores que disciplinem aspectos técnicos em seus setores de atuação.
d) insere-se a competência para edição de decretos autônomos, em hipóteses expressas, passível de
delegação aos entes de direito público que integram a Administração pública indireta, como autarquias,
fundações e agências reguladoras, para exercício nas mesmas condições.
e) a necessidade de existência de lei prévia tratando dos aspectos gerais e abstratos da questão, restando
ao Executivo a obrigação de viabilizar a execução dessas diretrizes, por meio da disciplina do procedimento
para tanto.
Comentário:
a) a competência para edição de atos normativos pode alcançar várias autoridades administrativas, não se
limitando ao Chefe do Poder Executivo. Com efeito, as agências reguladoras e outros órgãos de caráter
técnico costumam ter competência para editar atos normativos técnicos, por intermédio dos denominados
regulamentos autorizados. Assim, as entidades da Administração Indireta podem exercer, em algum
aspecto, o poder normativo – ERRADA;
b) as agências reguladoras possuem competência regulatória dentro do seu setor de atuação. É muito
comum, inclusive, falar em regulamento autorizado para justificar a elaboração de atos normativos
específicos e técnicos editados por tais entidades. Ademais, lembramos que as agências reguladoras são
organizadas como autarquias. Logo, o item está perfeito – CORRETO;
c) quando delegada a competência para editar uma norma, a autoridade que receberá a delegação não
editará um decreto, mas outro tipo de ato normativo. Por exemplo, quando uma agência reguladora edita
uma norma do seu setor, não o faz por decreto, já que este ato é a forma dos atos editados pelo Chefe do
Executivo, apenas. Ademais, a competência regulatória seria exercida apenas por entidades de direito
público, já que envolve o poder de império do Estado, não alcançando toda a Administração Indireta –
ERRADA.
d) a competência para edição das matérias relativas aos decretos autônomos é passível de delegação para
os ministros de Estado, Advogado Geral da União e para o Procurador Geral da República (CF, art. 84, VI e
parágrafo único). No entanto, não existe previsão de delegação para a Administração Indireta – ERRADA;
e) em regra, o poder normativo é subordinado à lei, viabilizando a edição de normas de caráter secundário.
Com efeito, a doutrina fala justamente da utilização dos regulamentos para estabelecer o procedimento
para aplicação da lei. Porém, o item está incorreto por dois motivos: (i) alguns atos normativos
efetivamente inovam na ordem jurídica, não dependendo de lei prévia. É o caso dos decretos autônomos.
Com isso, por generalizar o caso, a questão estaria errada; (ii) nem sempre o Executivo seria obrigado a
regulamentar, mas somente quando a lei dependesse da regulamentação para produzir efeitos – ERRADA;
Gabarito: alternativa B.
3. (FCC – TRT SP/2018) Constitui exemplo de atuação da Administração pública fundada no exercício
do poder de polícia:
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Comentário:
a) essas são duas hipóteses clássicas de atuação do poder de polícia de forma repressiva. Podemos
perceber que ambos os casos decorrem da constatação de um problema, possivelmente uma infração, mas
têm um objetivo principal acautelatório, pois pretendem evitar ou reduzir danos à coletividade. Assim,
restringem a esfera de particulares considerando o interesse público – CORRETA;
b) a permissão de uso de bem público é o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito
ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a utilização privativa de bem público, para fins de
interesse público. Esse ato não decorre do poder de polícia, mas pode caracterizar, por exemplo, atividade
de fomento da Administração. Veja um exemplo: podem ser destinados recursos orçamentários e bens
públicos às organizações sociais, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de
gestão – ERRADA;
d) a concessão de serviço público, como o próprio nome revela, relaciona-se a outra atividade típica da
administração, que é exatamente a prestação de serviços públicos – ERRADA;
Gabarito: alternativa A.
4. (FCC – DPE AM/2018) Entre os poderes próprios da Administração, o que está subjacente à
aplicação de sanções àqueles que com ela contratam, corresponde ao poder
a) disciplinar.
b) regulamentar.
c) de polícia.
d) hierárquico.
e) de tutela.
Comentário:
33 Adminis
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a) o poder disciplinar autoriza à Administração Pública a apurar infrações e aplicar penalidades aos
servidores públicos e às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa. Dessa forma, somente está
sujeito ao poder disciplinar aquele que possui algum vínculo específico com a Administração, seja de
natureza funcional ou contratual. Como ressaltado, o poder disciplinar também alcança particulares que
possuam vínculo contratual com o Poder Público, como acontece com aqueles contratados para a
prestação de serviços à Administração – CORRETA;
b) o poder regulamentar é a competência para editar decretos regulamentares para a fiel execução de leis
– ERRADA;
c) o poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o
uso e gozo de bens, atividades, e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado –
ERRADA;
d) o poder hierárquico é aquele que a Administração dispõe para distribuir e escalonar as funções de seus
órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os
servidores do seu quadro de pessoal – ERRADA;
e) o poder de tutela sempre foi denominado de supervisão ministerial e abrange o controle finalístico dos
atos da Administração Indireta – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
5. (FCC – DPE RS/2018 - adaptada) Acerca dos poderes administrativos de polícia, regulamentar e
disciplinar, considere as assertivas a seguir:
I. A elaboração de lei dispondo acerca da implementação de programa de restrição ao trânsito de veículos
automotores, conhecida atualmente como “rodízio”, não se insere na conceituação do poder de polícia,
mas do poder disciplinar.
II. Não se pode cobrar taxa dos contribuintes em razão do exercício do poder de polícia.
III. O poder de polícia pode ser delegado para entidade integrante da Administração Indireta dotada de
personalidade jurídica de direito privado, integrante da administração pública, prestadora de serviço
público em regime não concorrencial, desde que haja lei formal.
IV. A autoexecutoriedade e a coercibilidade são características do poder de polícia.
Está correto o que consta APENAS de:
a) I, III e IV.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I e III.
e) I e II.
Comentário:
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II – de acordo com a CF, as taxas destinam-se ao custeio do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição (art. 145, II). Logo, é sim possível a cobrança de taxa pelo desempenho do poder de polícia –
ERRADA;
III - a questão, na época, seguir o entendimento do STJ, que já admitia a delegação do poder de polícia, a
entidades administrativas de direito privado, nas condições indicadas na questão. Mais recentemente, o
STF fixou tese com repercussão geral sobre a situação (Tema 532), admitindo a delegação do poder de
polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta
de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria
do Estado e em regime não concorrencial. Observação: a redação da assertiva foi atualizada para ficar de
acordo com a tese do STF – CORRETA;
IV - são atributos do poder de polícia: (i) discricionariedade; (ii) autoexecutoriedade; e (iii) coercibilidade
(DAC) – CORRETA.
Gabarito: alternativa C.
6. (FCC – TRT PE/2018) Na execução de suas funções executivas, a Administração pública é dotada
de algumas prerrogativas, com amparo legal, que lhe permitem a adoção de uma série de medidas e atos
para consecução das finalidades de interesse público. Configura expressão de algumas dessas
prerrogativas
a) o poder de polícia, que lhe permite limitar direitos individuais sempre que a atividade fiscalizada for
criminosa.
b) o poder regulamentar, que é expressamente previsto constitucionalmente dentre as competências
legislativas, possuindo matérias próprias de incidência.
c) o poder de polícia, que admite a adoção de medidas repressivas e urgentes para impedir danos ou riscos
à coletividade, cabendo ao destinatário daquelas defender-se após a prática desses atos.
d) a edição de decretos pelo Chefe do Poder Executivo, que se insere no poder regulamentar, somente
podendo se prestar a explicitar o conteúdo de leis já editadas, para sua melhor aplicação.
e) o poder de polícia e o poder regulamentar, que são autônomos, ou seja, encontram fundamento em
competências próprias da Administração pública, prescindindo de previsão ou autorização legal.
Comentário:
a) quando se tratar de atividade criminosa, haverá aplicação da polícia judiciária, e não do poder de polícia
– ERRADA;
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d) o poder regulamentar ocorre, em regra, pela edição de decretos e regulamentos que se destinam à fiel
execução das leis. Portanto, em regra, o poder regulamentar fundamenta a edição de atos secundários,
que somente “explicitam” o conteúdo de leis, para dar-lhes fiel aplicação. No entanto, não é “somente”
isso. Por meio do poder regulamentar, o chefe do Poder Executivo pode editar os decretos autônomos,
que efetivamente criam situações jurídicas novas – ERRADA;
Gabarito: alternativa C.
Comentário:
a) um decreto não serve para “alterar” lei. Em regra, um decreto destina-se a disciplinar a aplicação de leis,
dando a elas a fiel aplicação. Se um decreto altera uma lei, o Poder Executivo estaria abusando o seu poder
regulamentar, invadindo matéria de competência do legislativo – CORRETA;
c) e e) se utilizássemos o sentido estrito do poder regulamentar, ele somente poderia ocorrer mediante
decretos. Com efeito, a utilização de regulamentos autônomos somente pode ocorrer em situações
estritas, definidas na CF, não configurando o único instrumento de exercício do poder regulamentar. Por
fim, utilizando o sentido amplo do poder regulamentar, como sinônimo de poder normativo, seria possível
utilizar os mais diversos atos normativos, como os regulamentos, resoluções, decretos, etc. – ERRADAS.
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Gabarito: alternativa A.
Comentário:
Só esclarecendo, uma “urbe” é uma cidade. Agora, vamos aos comentários. A prática encontra fundamento
no poder de polícia, uma vez que objetivou condicionar uma atividade em prol da coletividade. Vale anotar,
todavia, que o exercício do poder de polícia é submetido ao princípio da legalidade, que é o instrumento
hábil para instituir restrições, limitações e sanções. A questão não entrou “no mérito”, da instituição de lei.
No entanto, como o poder de polícia pode envolver também a atividade legislativa, devemos concluir que
as limitações foram instituídas por lei. Por outro lado, tais atos submetem-se a controle, que pode ser
realizado por meio da autotutela (controle interno), ou ainda pelo Poder Judiciário. Logo, podemos concluir
que a conduta foi legítima, fundamentada no poder de polícia, e sujeita a diferentes tipos de controle (letra
B).
a) a medida, pelo contrário, é legítima. Não se trata de nada “desproporcional”, até porque o município
instituiu meios para a realização das necessidades fisiológicas por meio da instalação de banheiros
químicos, além de ter realizado campanha educacional – ERRADA;
c) a conduta, de fato, foi legítima, mas não é o caso do poder disciplinar. Ainda que haja previsão de
sanções, ela é para os particulares “em geral” – ERRADA;
d) as taxas destinam-se ao custeio do poder de polícia, como, por exemplo, quando uma pessoa deseja
obter um alvará. Por outro lado, as multas são instrumentos de sanção, aplicáveis pelo descumprimento
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das normas de polícia. Logo, é regular a possibilidade da aplicação de multa pelo município, desde que
instituída por lei e observado o direito de defesa – ERRADA;
Gabarito: alternativa B.
Comentário:
b) o poder disciplinar não encontra relação com a Justiça Penal, pois ocorre por meio do processo
administrativo e não judicial – ERRADA;
c) o poder disciplinar se aplica somente aos servidores públicos ou aos particulares que estejam ligados por
algum vínculo jurídico específico à Administração, como uma empresa particular que tenha firmado algum
contrato administrativo. Logo, não alcança particulares sem este vínculo especial – CORRETA;
d) o poder disciplinar depende de previsão em lei. Assim, o legislador deverá instituir as infrações e definir
as sanções. Logo, deve estar “legalmente atribuído” – ERRADA;
e) há relação entre o poder disciplinar e hierárquico, mas um não se resume ao outro. Por exemplo: o poder
hierárquico permite a aplicação de sanções aos servidores públicos. Por outro lado, o poder disciplinar
permite aplicação a servidores (neste ponto eles coincidem) e aos particulares sujeitos a disciplina interna
(neste ponto eles se diferenciam). Além disso, o poder hierárquico não se resume a aplicação de sanções,
já que permite também a emissão de ordens, fiscalização, revisão de atos, delegação, etc. Logo, um não
guarda relação automática com o outro, ao mesmo tempo que um não é “mais amplo” que o outro, já que
eles têm campos não coincidentes de aplicação – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
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10. (FCC – SEGEP MA/2018) Considere que determinada autoridade pública, no exercício regular de
sua função e nos limites de suas atribuições, tenha interditado um estabelecimento comercial em função
de risco sanitário decorrente de grande quantidade de entulho e lixo em suas dependências. Tal ato
a) corresponde ao princípio da legalidade, exercido in concreto.
b) decorre do poder moderador, devendo ser exercido nos limites da competência da autoridade.
c) se insere no poder normativo próprio da Administração, dotado de coercibilidade.
d) é expressão do poder hierárquico, que encontra fundamento no interesse da coletividade.
e) constitui expressão do poder de polícia, dotado de autoexecutoriedade.
Comentário:
a) o princípio da legalidade é aquele que aduz que a Administração só poderá fazer aquilo que está previsto
em lei. De fato, a atuação da Administração depende do princípio da legalidade, mas o enunciado não está
definindo exatamente este princípio, conforme veremos adiante – ERRADA;
b) o poder moderador era utilizado na época do Brasil Imperial, situação em que o Rei ou Imperador estava
acima dos demais poderes, sobrepondo-se aos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. Atualmente, ele
não existe mais, em virtude da independência e harmonia entre os poderes – ERRADA;
c) tome cuidado. A questão não fala que foi editado ato normativo. Quando o enunciado menciona
“exercício regular”, está se referindo ao “correto” exercício das funções. No caso, não houve ato normativo,
mas sim um ato de polícia concreto – ERRADA;
d) o poder hierárquico, de maneira geral, irá ocorrer entre os agentes da Administração. A hierarquia é a
relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes administrativos – ERRADA;
e) isso mesmo! Esse tipo de interdição é um exemplo típico do poder de polícia administrativo. Nesse caso,
trata-se de uma medida repressiva do poder de polícia. Com efeito, a autoexecutoriedade é a faculdade de
a Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do
Judiciário. Logo, correta a assertiva – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
11. (FCC – SEGEP MA/2018) Entre os poderes administrativos, pode-se citar o poder regulamentar,
que apresenta, como sua principal expressão,
a) a concessão de autorizações e licenças a cidadãos para o desempenho de atividades de interesse público.
b) a possibilidade de disciplinar, de forma autônoma por ato do Executivo, o regime jurídico de seus
servidores.
c) a prática de atos materiais de organização do trabalho dos órgãos e entidades da Administração pública,
como distribuição de tarefas entre os servidores.
d) a edição de decretos, no exercício de competência privativa do Chefe do Poder Executivo, para fiel
execução de lei em vigor.
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e) a disciplina relativa à prestação de serviços públicos por concessionárias e permissionárias, visando à sua
regularidade e modicidade tarifária.
Comentário:
b) o poder regulamentar é a competência para editar decretos regulamentares para a fiel execução de leis.
A disciplina do regime jurídico dos servidores, por outro lado, é matéria reservada à lei (princípio da reserva
legal) – ERRADA;
c) a organização das tarefas está relacionada ao poder hierárquico, não ao poder normativo – ERRADA;
e) cabe à lei dispor sobre o referido tema, já que a CF dispõe que a lei disporá sobre “o regime das empresas
concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão”
(CF, art. 175, parágrafo único) – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
12. (FCC – SEGEP MA/2018) No que concerne ao poder disciplinar detido pela Administração, trata-
se de
a) prerrogativa de aplicar penalidades àqueles sujeitos à disciplina administrativa, inclusive os que
contratam com a Administração.
b) decorrência da hierarquia, atingindo apenas os servidores públicos sujeitos ao regime estatutário, não
autorizando a aplicação de sanções, mas apenas de medidas corretivas.
c) prerrogativa que autoriza a administração a disciplinar a atuação dos cidadãos, impondo restrições a
condutas e atividades, nos termos da lei.
d) faculdade de intervir no domínio econômico, para disciplinar atividades de interesse público mediante a
edição de atos próprios.
e) poder atribuído às agências reguladoras para regular a prestação de serviços públicos, inclusive aplicando
penalidades às concessionárias.
Comentário:
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b) em alguns casos, a doutrina entende que o poder disciplinar deriva do hierárquico. Todavia, o restante
da afirmação é falso. O poder disciplinar abarca os agentes públicos em geral, não apenas os sujeitos ao
regime estatutário – ERRADA;
c) como visto no comentário da letra ‘a’, o poder-dever de punir é interno. A prática apresentada na
assertiva diz respeito ao poder de polícia, que se insere na esfera privada, permitindo que se apliquem
restrições ou condicionamentos nas atividades privadas – ERRADA;
d) e e) a função regulatória está ligada ao Poder Executivo, no exercício do poder de polícia administrativa,
na intervenção do Estado na ordem econômica, e na prestação dos serviços públicos – ERRADAS.
Gabarito: alternativa A.
13. (FCC – TRT RN/2017) Em relação aos servidores públicos que ocupam cargo ou emprego público e
ao exercício dos poderes inerentes à Administração pública,
a) o poder disciplinar aplica-se exclusivamente aos servidores ocupantes de cargos públicos, estando os
empregados públicos, no exercício de suas funções, sujeitos ao poder de polícia pelo Estado.
b) o vínculo efetivo dos servidores públicos autoriza que os ocupantes de cargo exerçam o poder normativo
e regulamentar com a edição de decretos autônomos de organização administrativa.
c) o poder hierárquico distingue-se do poder disciplinar, com este não se confundindo, aplicando-se o
primeiro para as relações funcionais com o Poder Público, sendo o disciplinar para qualquer relação
contratual entre poder público e terceiros não servidores.
d) em que pese o poder de polícia se aplique a todos os servidores públicos, no exercício de suas funções,
titulares de cargos efetivos, ocupantes de empregos públicos ou aqueles que ocupam cargo em comissão,
seu exercício é exclusivo do Chefe do Executivo, em razão de sua indelegabilidade.
e) não obstante a diversidade de regime jurídico a que estão sujeitos, há normas comuns, aplicáveis às duas
categorias, como a exigência de concurso público para ingresso no serviço público, excetuadas as
nomeações para cargos comissionados, nos termos da lei.
Comentário:
a) poder disciplinar incide sobre todos que possuem um vínculo específico com o Estado, o que inclui os
empregados públicos – ERRADA;
b) a edição de decretos autônomos é de competência privativa do chefe do Poder Executivo, podendo ser
delegada apenas para Ministros de Estado, Procurador-Geral da República ou Advogado-Geral da União,
nos termos do art. 84, VI, a, da CF/88 – ERRADA;
c) essa diferenciação não procede. O poder disciplinar alcança todos aqueles que possuem vínculo
específico com o Estado, inclusive as pessoas que possuem relação funcional com o Poder Público. O poder
hierárquico, por sua vez, consiste no poder da administração de escalonar e distribuir suas funções –
ERRADA;
d) o poder disciplinar sujeita os agentes administrativos, no exercício de suas funções. Já o poder de polícia
abrange aqueles que possuem um vínculo geral com a Administração Pública. Esse poder não é exclusivo
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do Chefe do Poder Executivo, e pode ser delegado para pessoas jurídicas de direito público. Contudo,
devemos lembrar que existe controvérsia na doutrina sobre a possibilidade de delegação para pessoas
jurídicas de direito privado – ERRADA;
e) aqueles que ocupam cargo público sujeitam-se a regime jurídico estatutário, e aqueles que ocupam
emprego público sujeitam-se a regime jurídico celetista (contratual). Mas, de fato, algumas regras se
aplicam indistintamente aos dois regimes, como é o caso a exigência de concurso público para provimento
tanto dos cargos quanto dos empregos públicos, na forma do art. 37, II da CF/88 – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
14. (FCC – TRT RN/2017) Durante inspeção a um laboratório e fábrica de produtos veterinários, os
agentes da Administração pública competente constataram em um exemplar, a utilização de
determinado insumo não mais autorizado. Em razão disso, lavraram auto de infração e de apreensão de
todos os produtos da mesma categoria. Os donos do laboratório insurgiram-se contra a medida que
a) excedeu os limites do poder de polícia que compete à Administração pública em razão da apreensão das
mercadorias, o que demandaria autorização judicial.
b) não poderia ter sido realizada sem prévia submissão a processo judicial, salvo se houvesse expressa
previsão em decreto autônomo da Administração pública.
c) configurou regular exercício de poder disciplinar, que se estende não só em relação aos servidores
públicos, mas também em direção daqueles que travarem relações jurídicas com o poder público.
d) constitui regular exercício de poder de polícia pela Administração pública, cuja atuação pode prever
medidas preventivas e repressivas de urgência, a fim de garantir a segurança e a saúde dos administrados.
e) deveria estar integral e expressamente prevista na legislação que trata da competência de fiscalização
da Administração pública em matéria de vigilância sanitária, não se admitindo adoção de medidas
acautelatórias e de urgência.
Comentário:
c) essa é uma manifestação do poder de polícia, e não do poder disciplinar. Não seria o caso da questão,
pois como o laboratório e a fábrica não possuíam contrato com a Administração, não se pode falar de poder
disciplinar, diante da inexistência de vínculo formal com a Administração – ERRADA;
d) o poder de polícia permite que a Administração restrinja o exercício de atividades privadas, em benefício
do interesse público. Pode ser preventivo, que se manifesta em atos de consentimento; ou repressivo,
presente nos atos punitivos, exatamente como no caso da apreensão de mercadorias – CORRETA;
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e) medidas acautelatórias em casos de urgência e emergência podem ser utilizadas no exercício do poder
de polícia – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
15. (FCC – TRF 5ª REGIÃO/2017) O exercício dos poderes inerentes à Administração pública, tal como
o poder hierárquico, se expressa de diversas formais, a exemplo
a) da edição de atos administrativos, independentemente da natureza, pelos superiores dos agentes
públicos originalmente competentes, e em substituição a estes.
b) da edição de atos vinculados, que traduzem a atuação da Administração pública em sua vertente da
hierarquia, considerando que esta autoriza apenas as condutas, atos e negócios expressamente previstos
em lei.
c) da competência dos agentes superiores, para apreciação dos recursos interpostos contra atos de seus
subordinados, como decorrência da relação de hierarquia.
d) do poder de rever diretamente os atos praticados pelos seus subordinados nos processos disciplinares
em que atuam, considerando que em sede de infrações disciplinares, a autoridade superior pode suprir os
atos inferiores não praticados.
e) dos atos praticados pelos agentes públicos incumbidos da gestão da Administração pública, cuja
tradução inclui a prática de atos não só pelos funcionários efetivos, mas por todos os demais administrados
em geral.
Comentário:
b) os atos vinculados decorrem do exercício do poder vinculado. Nesses casos, a lei estabelece os requisitos
e condições de sua realização, sem margem de liberdade para a Administração – ERRADA;
c) os recursos hierárquicos são apresentados em face de ato praticado por um agente subordinado, e sua
efetiva apreciação é feita pela autoridade imediatamente superior à que proferiu a decisão recorrida –
CORRETA;
d) não há previsão quanto à possibilidade de suprimento, pela autoridade superior, de atos não praticados
pela autoridade inferior – ERRADA;
e) não há que se falar em prática de atos por todos os demais administrados – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
16. (FCC – TRF 5ª REGIÃO/2017) O chefe do departamento pessoal de uma determinada autarquia
federal, para o bom funcionamento dos serviços afetos à sua unidade, editou ato normativo interno
estabelecendo horários de saída para o almoço, respeitando, para tanto, as especificidades das jornadas
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de trabalho de cada subordinado. Justificou o ato na necessidade de a unidade contar, sempre, com pelo
menos um servidor. A edição do ato encontra fundamento no poder
a) de polícia, que é próprio da função administrativa, e assim denominado por cuidar-se, na hipótese, de
pessoa jurídica integrante da Administração pública indireta.
b) hierárquico, que é próprio da função administrativa, e por meio do qual a Administração pública mantém
a disciplina e impõe o cumprimento de deveres funcionais.
c) disciplinar, que obriga o cumprimento, pelos subordinados, das ordens dos superiores, sob pena de
punição.
d) hierárquico, que, no entanto, deixou de ser próprio da função administrativa, em razão do princípio da
eficiência, que exclui a ingerência dos superiores.
e) disciplinar, que se sobrepõe e se confunde com o poder hierárquico, pois atribui competência ao
administrador para aplicar penalidade aos seus subordinados.
Comentário:
a) o poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o
uso e gozo de bens, atividades, e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.
Pelo enunciado, não se identifica essas características no ato normativo – ERRADA;
b) o poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos,
ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores
do seu quadro de pessoa – CORRETA;
e) não podemos confundir o poder disciplinar com o poder hierárquico, nem dizer que um se sobrepõe ao
outro. O poder hierárquico é aquele através do qual a Administração distribui e escalona as suas funções
executivas; o poder disciplinar, por sua vez, autoriza o controle e a punição de seus servidores,
responsabilizando-os pelas faltas cometidas – ERRADA;
Gabarito: alternativa B.
17. (FCC – TRF 5ª REGIÃO/2017) Determinado estabelecimento comercial, situado nas proximidades
de equipamentos públicos, tais como escolas e hospitais, foi interditado pela vigilância sanitária, em
razão de estar comercializando alimentos fora da data de validade e deteriorados. Antes da interdição,
o estabelecimento foi notificado e lhe foi oportunizada a apresentação de defesa. No mesmo ato, alguns
alimentos foram apreendidos, sendo constatado, inclusive, que estavam impróprios para o consumo. Em
defesa, a pessoa jurídica interditada alegou que a Administração agiu de forma arbitrária, porque, para
tanto, dependeria de ordem judicial prévia e de perícia produzida sob o crivo do contraditório. A alegação
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a) procede, pois à Administração é vedado agir diretamente, especialmente para limitar direitos, hipótese
em que, somente por ordem judicial, poderia haver a apreensão de mercadorias e a interdição.
b) procede, porque a Administração deveria, antes da interdição, ter autuado o estabelecimento,
solicitando, se não cessasse a conduta, autorização legislativa para a interdição.
c) improcede, pois a Administração está autorizada, em defesa do interesse público, a limitar ou interditar
direitos dos administrados sem ter que previamente recorrer ao judiciário, com fundamento no Poder de
Polícia.
d) improcede, pois a Administração pode produzir atos discricionários, pautados em critério de
conveniência e oportunidade, que limitam ou interditam direitos, atividade que não se sujeita a controle
externo, razão porque, na hipótese, prescinde-se de prévia autorização judicial.
e) procede, pois desde a Constituição Federal de 1988, foi consagrado o princípio democrático, que, com
fundamento no consensualismo, não mais permite a produção de atos administrativos autoexecutórios.
Comentário:
No exercício do poder de polícia, a Administração Pública pode condicionar e restringir o uso e gozo de
bens, atividades, e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Essa atividade é
exercida diretamente pela administração, inerente à função administrativa, não dependendo, portanto de
autorização prévia. Nesse sentido, a polícia administrativa repressiva se apresenta na prática de atos
específicos subordinados à lei e aos regulamentos. São exemplos justamente a apreensão de mercadorias,
o fechamento de estabelecimentos comerciais que descumpram normas de segurança, o guinchamento de
veículo que obstrua via pública, etc.
Gabarito: alternativa C.
Comentário:
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a) o poder normativo não pode ser utilizado para disciplinar situações sobre as quais inexista lei pertinente,
pois ele não pode inovar o ordenamento jurídico – ERRADA;
b) para fixação de parâmetros e diretrizes de gradação de penas disciplinares é necessária a edição de leis
pelo Poder Legislativo – ERRADA;
c) em regra, o poder normativo não permite a edição de normas primárias, apenas secundárias, pois deve
sempre respeitar os limites da lei – ERRADA;
d) complementando a explicação acima, temos que a Constituição Federal, em situações específicas (art.
84, VI), autoriza a edição dos chamados decretos autônomos, que são atos normativos de natureza
primária, já que não dependem de uma lei anterior para serem editado – CERTA;
e) o poder normativo se relaciona tanto com o poder de polícia quanto com o poder hierárquico e com o
poder regulamentar – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
19. (FCC – FUNAPE/2017) Autarquia responsável pela vigilância sanitária em determinado município
realiza diligências periódicas em bares e restaurantes, sem divulgação prévia de agenda e localidades de
visitação. Durante uma dessas inspeções, interditou 10 estabelecimentos em um mesmo bairro, todos
em razão das más condições de higiene, lavrando ainda auto de infração e imposição de multa. Parte dos
bares e restaurantes questionou as multas em juízo e outra parte pleiteou a imediata reabertura dos
estabelecimentos, sob o fundamento de abuso de poder e dupla penalidade, tendo em vista que já
haviam sido autuados. A atuação da autarquia
a) implica exercício do poder fiscalizatório, o que envolve a lavratura de autos de infração e imposição de
multas, mas não inclui competência para interdição de estabelecimentos, o que demanda ordem judicial,
visto que limita direitos fundamentais do cidadão.
b) representa expressão do poder de polícia, exercido pela Administração pública e que possui fundamento
na legislação vigente, permitindo a adoção de medidas coercitivas de urgência, tal como no caso proposto,
sem prejuízo de facultar ao administrado o exercício do direito de defesa.
c) encontra respaldo na lei, tendo em vista que os entes públicos não se submetem ao Judiciário, decidindo
no âmbito da jurisdição administrativa e executando suas próprias sentenças.
d) configura expressão do exercício do poder disciplinar, que se coloca sobre todos aqueles subordinados
às normas e posturas da Administração.
e) é expressão do poder normativo, no âmbito do qual devem estar expressas todas as medidas de força
passíveis de serem executadas pela própria Administração pública.
Comentário:
Um dos atributos do poder de polícia é justamente a autoexecutoriedade (como regra) dos atos de
fiscalização do poder público. Nesse caso, diante do conflito entre o interesse privado do comerciante e o
interesse público da população, que deve ser protegida contra más práticas de higiene em
estabelecimentos comerciais, deve prevalecer o último. Portanto, a autarquia pode, entre outras medidas,
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a) a interdição é uma medida legítima do poder de polícia, que independe de ordem judicial, dada a sua
autoexecutoriedade – ERRADA;
c) o item possui erros conceituais. De fato, as medidas possuem respaldo em lei, porém os entes públicos
sujeitam-se ao controle do Poder Judiciário, não existindo “sentença” ou “jurisdição” no âmbito
administrativo – ERRADA; ==379ce5==
d) o poder disciplinar se aplica aos servidores públicos e aos particulares que possuírem algum vínculo
específico com o Poder Público, como os contratos administrativos – ERRADA;
e) o poder normativo fundamenta a edição de atos normativos e não de fiscalização e imposição de sanções
– ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
20. (FCC – TRE SP/2017) Os servidores públicos estão sujeitos à hierarquia no exercício de suas
atividades funcionais. Considerando esse aspecto,
a) o poder disciplinar a que estão sujeitos é decorrente dessa hierarquia, visto que guarda relação com o
vínculo funcional existente e observa a estrutura organizacional da Administração pública para
identificação da autoridade competente para apuração e punição por infrações disciplinares.
b) submetem-se ao poder de tutela da Administração, que projeta efeitos internos, sobre órgãos e
servidores, e externos, atingindo relações jurídicas contratuais travadas com terceiros.
c) conclui-se que o poder hierárquico é premissa para o poder disciplinar, ou seja, este somente tem lugar
onde se identificam relações jurídicas hierarquizadas, funcional ou contratualmente, neste caso, em
relação à prestação de serviços terceirizados.
d) o poder hierárquico autoriza a edição de atos normativos de caráter autônomo, com força de lei, no que
se refere à disciplina jurídica dos direitos e deveres dos servidores públicos.
e) somente o poder hierárquico e o poder disciplinar produzem efeitos internos na Administração pública,
tendo em vista que o poder de polícia e o poder regulamentar visam à produção de efeitos na esfera jurídica
de direito privado, não podendo atingir a atuação de servidores públicos.
Comentário:
Há bastante discussão sobre a aplicação de sanções e sua decorrência ou não do poder disciplinar ou do
poder hierárquico. Em geral, as questões de concurso costumam afirmar que a imposição de sanções
decorre do poder disciplinar.
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Porém, numa análise mais aprofundada, a aplicação de sanções decorre diretamente do poder disciplinar,
mas mediatamente (indiretamente) do poder hierárquico. Com efeito, são dois poderes que, mesmo sendo
autônomos, estão intimamente relacionados.
Inclusive, a Profª. Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que o poder de aplicar sanções em caso de infrações
disciplinares decorre da hierarquia da organização administrativa.
Logo, o poder disciplinar aplicável aos servidores públicos decorre dessa relação hierárquica (um superior
pode impor sanções ao subordinado, dentro das competências legais). Existe, nesse caso, uma relação
funcional dentro da estrutura organizacional da Administração pública para identificação da autoridade
competente para apuração e punição por infrações disciplinares. Vide, por exemplo, o art. 141 da Lei
8.112/1990, que prevê a competência de cada autoridade para impor as sanções, observando-se sempre a
relação de subordinação existente. Por isso que uma autoridade do Legislativo não pode aplicar uma sanção
funcional a um servidor do Executivo. Com isso, o gabarito é a letra A.
Note que essa questão vai muito além daquelas afirmações taxativas do tipo: “a aplicação de sanção
decorre desse ou daquele poder”. Trata-se, na verdade, de uma análise contextualizada. Por isso que,
independente das divergências doutrinárias, não vejo possibilidade de recurso neste item.
b) a tutela é o controle que se exerce sobre entidades da Administração indireta. Portanto, não se pode
dizer que a tutela opera “efeitos internos”, uma vez que ela alcança outras entidades – ERRADA;
c) o item possui dois erros. Há, de fato, a relação entre os dois poderes. Contudo, nem sempre a aplicação
de sanção decorrerá do poder hierárquico. Quando há um vínculo contratual com particulares, por
exemplo, poderá haver a aplicação de sanções com base no poder disciplinar, mas sem que exista
hierarquia. Vale dizer, o poder disciplinar permite a aplicação de sanções a terceiros que se submetam à
disciplina interna da Administração, como uma empresa contratada para prestar serviços. Nesse caso, não
existe hierarquia e, no entanto, é possível impor sanções. Por fim, não existe hierarquia entre um
terceirizado e a Administração. Caso um funcionário de empresa terceirizada cometa uma infração, não
competirá à Administração Pública impor a sanção, sob pena de configurar vínculo empregatício – ERRADA;
d) a disciplina dos direitos e deveres dos servidores é matéria que depende, em um primeiro momento, de
lei – ERRADA;
e) o poder normativo pode atingir tanto a esfera jurídica de direito privado, como também alcança
internamente os servidores. Por exemplo: um decreto pode estabelecer regras sobre a apresentação da
declaração de imposto de renda, mas os seus efeitos serão externos, alcançando as pessoas que precisam
declarar o imposto; e internos, alcançando os servidores que atuam no processamento das declarações.
Porém, se o ato tem como finalidade exclusiva de direcionar a atuação da Administração e a conduta
funcional dos servidores, tratar-se-á de um ato ordinatório, que decorre principalmente (mas não
exclusivamente) do poder hierárquico – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
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a) hierárquico e disciplinar.
b) regulamentar e de polícia.
c) disciplinar e de polícia.
d) de polícia e hierárquico.
e) hierárquico e regulamentar.
Comentário:
Os poderes administrativos são prerrogativas dos agentes públicos para exercerem a função administrativa
em defesa do interesse público. O processo disciplinar, por sua vez, é a forma de apurar os indícios de
cometimento de irregularidades e, se for o caso, conceder o direito de defesa e impor as sanções
administrativas cabíveis.
(i) do poder hierárquico: uma vez que esse poder concede a competência à autoridade para fiscalizar os
seus subordinados, sendo que o procedimento disciplinar é um dos meios de fiscalização;
(ii) do poder disciplinar: já que o próprio conceito de poder disciplinar envolve a capacidade de apurar e
sancionar a ocorrência de faltas disciplinares às pessoas sujeitas à disciplina interna da Administração
(servidores públicos e particulares com vínculo especial com o Poder Público).
O poder de polícia trata do condicionamento do uso de bens, atividades e direitos individuais, em benefício
da coletividade. No poder de polícia, é possível apurar e punir as pessoas que não se submetem à disciplina
interna do Poder Público, ou seja, a população em geral. Portanto, o poder de polícia não fundamenta o
procedimento disciplinar, eis que este último (procedimento disciplinar) se aplica apenas às pessoas
sujeitas à disciplina interna da Administração.
Já o poder regulamentar trata de prerrogativa do chefe do Executivo para regulamentar as leis, dando-lhes
fiel execução.
Gabarito: alternativa A.
22. (FCC – Prefeitura de Teresina - PI/2016) Os poderes da Administração pública lhe foram atribuídos
para possibilitar o exercício de suas funções, que sempre devem ser norteadas em benefício da
coletividade. Conferem, portanto, prerrogativas à Administração pública, que não são ilimitadas. É
exemplo disso
a) o poder normativo conferido à Administração, por meio da edição de decreto autônomo, que somente
pode ter lugar sempre que houver lacunas ou ausência de lei.
b) o poder hierárquico, que atribui dever de subordinação dos servidores aos seus superiores, cabendo a
estes a apuração de infrações e aplicação de penalidades disciplinares.
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c) o exercício do poder disciplinar, que se estende aos particulares e empresas contratados pelo poder
público para prestação de serviços em repartições públicas.
d) o exercício do poder de polícia, que pode limitar os direitos individuais com algum grau de
discricionariedade, mas sempre deve ter previsão legal.
e) o exercício do poder normativo-disciplinar, que se exterioriza na edição de normas de conduta
disciplinar, com elenco de infrações e sanções.
Comentário:
a) os decretos autônomos não são meios de suprir lacunas nem falta de leis. Eles, na verdade, só podem
ser adotados nos casos previstos na Constituição Federal (art. 84, VI, “a” e “b”), ou seja, para dispor sobre
“organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos” e “extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos” –
ERRADA;
d) uma das características do poder de polícia é a discricionariedade (exemplos: escolha do que será
fiscalizado; escolha do valor de multas, dentro dos limites legais, etc.). Logo, no exercício do poder de
polícia, é possível restringir direitos individuais, com algum grau de discricionariedade – CORRETA;
e) a definição de sanções depende sempre de previsão legal. Logo, não existe poder “normativo-
disciplinar”, já que normas infralegais não são hábeis para criar sanções – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
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e) II, apenas.
Comentário:
O poder de polícia é atividade administrativa que consiste em restringir ou condicionar o gozo de direitos,
bens e atividades privadas em prol do interesse coletivo. Com base nisso, vamos julgar os itens:
Gabarito: alternativa B.
24. (FCC – TRE RR/2015) Claudio, fiscal do Procon de Roraima, ao receber denúncia anônima acerca
de irregularidades em restaurante, comparece ao local e apreende gêneros alimentícios impróprios para
o consumo, por estarem deteriorados. A postura adotada concerne a uma das características do poder
de polícia, qual seja,
a) discricionariedade.
b) inexigibilidade.
c) consensualidade.
d) normatividade.
e) autoexecutoriedade.
Comentário:
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A discricionariedade significa que o agente público possui certa margem de liberdade no exercício do poder
de polícia, como na definição do que será fiscalizado e na fixação de sanções, dentro dos limites da lei.
Ressalta-se que nem todo ato de polícia é discricionário (exemplo: as licenças são atos de polícia
vinculados).
A autoexecutoriedade significa que a Administração poderá decidir e executar diretamente sua decisão por
seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário. A apreensão e a destruição de mercadorias irregulares
ou estragadas são exemplos de atividades autoexecutórias por parte da Administração. Assim como ocorre
com a discricionariedade, nem todos os atos de polícia são autoexecutórios (exemplo: a cobrança de multas
não quitadas depende, em regra, de manifestação do Judiciário).
Por fim, coercibilidade significa que o ato se tornará obrigatório independentemente da vontade do
administrado (exemplo: a interdição de um estabelecimento ocorrerá independente de concordância do
particular – o máximo que ele poderá fazer é interpor recursos ou ações judiciais para afastar a interdição).
Novamente, nem todo ato de polícia terá coercibilidade (exemplo: a concessão de licença não é coercitiva,
já que depende de prévia requisição do beneficiário).
Pelo que vimos, a apreensão de gêneros alimentícios impróprios para o consumo, por estarem
deteriorados, é exemplo de manifestação da autoexecutoriedade (letra E).
Gabarito: alternativa E.
25. (FCC – TRE RR/2015) A edição de atos normativos de efeitos internos, com o objetivo de ordenar
a atuação dos órgãos subordinados decorre do poder
a) regulamentar.
b) hierárquico.
c) de polícia.
d) normativo.
e) disciplinar.
Comentário:
A hierarquia é a relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes administrativos, com a
distribuição de funções e a gradação de autoridade de cada um. Com esse foco, poder hierárquico “é o de
que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de
seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal”.
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O que poderia causar bastante confusão é que a questão trata da edição de “atos normativos de efeitos
internos”, o que também abrangeria o exercício do poder normativo. Todavia, a questão se direciona muito
para os atos ordinatórios, cujo principal fundamento é o poder hierárquico, já que os atos são de efeitos
internos, direcionados especificamente para ordenar a atuação dos órgãos subordinados. Logo, a “melhor
resposta” é o poder hierárquico (letra B).
Gabarito: alternativa B.
26. (FCC – TRT 6/2015) Na lição de Hely Lopes Meirelles, os poderes administrativos nascem com a
Administração e se apresentam diversificados segundo as exigências do serviço público, o interesse da
coletividade e os objetivos a que se dirigem. Esclarece o renomado administrativista que, diferentemente
dos poderes políticos, que são estruturais e orgânicos, os poderes administrativos são instrumentais.
Uma adequada correlação entre o poder administrativo citado e sua utilização pela Administração é:
a) o poder disciplinar possibilita às autoridades administrativas a práticas de atos restritivos de direitos
individuais dos cidadãos, nos limites previstos em lei.
b) o poder normativo autoriza a Administração a estabelecer condutas e as correspondentes punições aos
servidores públicos, para ordenar a atuação administrativa.
c) o poder de polícia comporta atos preventivos e repressivos, exercidos pela Administração para
condicionar ou restringir atividades ou direitos individuais, no interesse da coletividade.
d) o poder regulamentar atribuído, pela Constituição Federal, ao Chefe do Executivo, o autoriza a editar
normas autônomas em relação a toda e qualquer matéria de organização administrativa e complementares
à lei em relação às demais matérias.
e) o poder hierárquico autoriza a aplicação de penalidades aos servidores públicos e demais pessoas
sujeitas à disciplina administrativa em razão de vínculo contratual estabelecido com a Administração.
Comentário:
a) a prática de atos restritivos de direitos dos cidadãos, dentro dos limites da lei, ocorre no exercício do
poder de polícia – ERRADA;
b) o poder normativo serve para estabelecer atos gerais e abstratos em nível infralegal, em geral em
complemente à legislação. Contudo, o estabelecimento de infrações e punições é matéria reservada à lei,
de tal forma que não pode ocorrer no exercício do poder normativo – ERRADA;
d) o poder regulamentar, de fato, é atribuído ao Chefe do Executivo. Porém, serve para estabelecer normas
para dar fiel execução às leis, os denominados decretos regulamentares. Também pode, excepcionalmente,
se utilizar dos denominados decretos autônomos para:
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Aqui, teríamos dois problemas. Primeiro que não necessariamente o exercício de tal atribuição
representaria o poder regulamentar, até porque a medida da letra “b” possui efeitos concretos, não
constituindo qualquer ato normativo, enquanto a conduta da letra “a” encontra base na própria
Constituição Federal. Assim, a doutrina não esclarece se isso seria exercer o poder regulamentar ou não.
Acreditamos que sim, mas o tema não é claro.
Mas o erro certamente não decorre dessa parte, mas sim do fato de que os decretos autônomos não
servem para qualquer matéria, mas apenas para as duas constantes no art. 84, VI – ERRADA;
e) é o poder disciplinar que permite a aplicação de penalidades aos servidores e outras pessoas sujeitas à
disciplina interna da Administração – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
27. (FCC – CNMP/2015) A Administração é dotada de poderes administrativos dentre os quais figuram
os poderes
a) político, vinculado, hierárquico e de polícia.
b) disciplinar, discricionário, regulamentar e de polícia.
c) regulamentar, vinculado, disciplinar e militar.
d) militar, disciplinar, discricionário e hierárquico.
e) disciplinar, político, vinculado e hierárquico.
Comentário:
De uma forma ou outra, o gabarito é a opção B: disciplinar, discricionário, regulamentar e de polícia. Não
existe poder “político” (letras A e E) e “militar” (letras C e D).
Gabarito: alternativa B.
28. (FCC – TRT 9/2015) Nos autos do Recurso Extraordinário 632.265 RJ, o Ministro Relator do
Supremo Tribunal Federal entendeu que o Estado do Rio de Janeiro teria editado decreto indevidamente
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para criar nova forma de recolhimento de tributo, matéria reservada à lei. A conduta do Poder Executivo
em questão
a) excede o poder de polícia do Chefe do Executivo, que se submete ao estrito princípio da legalidade.
b) somente seria válida para criação de direitos ou deveres para os servidores públicos, para o que o poder
normativo do Executivo tem natureza originária.
c) exacerba o poder normativo originário que lhe compete, mas pode ser convalidado em observância ao
princípio da eficiência.
d) é expressão do poder regulamentar, não assistindo razão ao STF, na medida em que se está diante de
decreto autônomo.
e) excede o poder regulamentar e viola o princípio da legalidade, pois adentra matéria reservada à lei.
Comentário:
Esse é o tipo de questão em que você não precisa conhecer o julgado mencionado para respondê-la. Se o
Poder Executivo editou ato normativo para dispor de matéria reservada à lei, ele exorbitou do seu poder
regulamentar, pois adentrou em matéria de lei (e não de regulamento). Além disso, o ato normativo
ofendeu o princípio da legalidade ou, de forma mais específica, ofendeu o princípio da reserva legal, que
seria um desdobramento mais restrito do princípio da legalidade. Dessa forma, o gabarito é a alternativa E.
Vamos analisar as outras opções:
b) em regra, o poder normativo não tem natureza originária. Na verdade, mediante o seu poder normativo,
o chefe do Executivo somente poderia inovar na ordem jurídica quando se tratar da organização e do
funcionamento da Administração, desde que não represente extinção nem criação de órgãos ou aumento
de despesa (CF, art. 84, VI, “a”). Ainda é possível dispor, por decreto autônomo, sobre a extinção de funções
ou cargos vagos, mas neste caso não seria o exercício do poder normativo, mas sim de atividade material.
Assim, a criação de direitos e deveres dos servidores não entra no âmbito do poder normativo, sendo
matéria sujeita à lei – ERRADA;
c) não há que se falar em convalidação neste caso, já que houve extrapolação de matéria constitucional, de
competência do Congresso Nacional – ERRADA;
d) imagine a banca afirmar que o STF não tem razão, só poderia ser brincadeira, pelo menos em se tratando
de concurso, rs. No caso, não era cabível a edição de decreto autônomo – ERRADA.
Gabarito: alternativa E.
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Comentário:
O poder de polícia pode ser preventivo ou repressivo. O primeiro ocorre como um controle prévio que a
Administração realiza, como na concessão de licenças ou outros meios de anuência prévia.
No poder de polícia repressivo, a Administração adota medidas para desconstituir o ato que possa
prejudicar a vida em coletividade. São exemplos do exercício repressivo do poder de polícia: dissolução de
reunião, interdição de atividade, apreensão de mercadorias deterioradas, internação de pessoa com doença
contagiosa.
A vistoria é exemplo típico de controle preventivo, pois nesse caso a Administração realiza um controle
prévio para conceder ou não algum benefício ao interessado. São exemplos de exercício preventivo do
poder de polícia, segundo a doutrina: fiscalização, vistoria, ordem, notificação, autorização, licença.
Gabarito: alternativa A.
30. (FCC – Manausprev/2015) De acordo com a definição de José dos Santos Carvalho Filho, a
prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza a Administração Pública a restringir o uso e
o gozo da liberdade e da propriedade em favor do interesse da coletividade (Manual de Direito
Administrativo, São Paulo, Atlas 25. ed. p. 75) refere-se ao poder
a) discricionário, que permite à Administração pública atuar nas lacunas da lei.
b) de polícia, que não se restringe às atividades normativas e preventivas, alcançando também atuação
repressiva.
c) vinculado, que exige que a Administração pública faça tudo aquilo que estiver expressamente previsto
na lei.
d) de polícia judiciária, que autoriza a Administração pública a restringir a liberdade dos administrados.
e) de império, que qualifica todos os atos praticados pela Administração pública.
Comentário:
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As demais alternativas estão incorretas por não tratarem do poder de polícia, mas também existem outros
erros:
a) o poder discricionário não ocorre nas lacunas da lei, mas sim nas situações em que a lei deixa mais de
uma opção para o agente público – ERRADA;
c) o poder vinculado significa que a autoridade não possui margem de liberdade em sua decisão. A
alternativa tratou do princípio da legalidade – ERRADA;
d) a função de polícia judiciária é aquela adotada pelos órgãos policiais para coibir e investigar a ocorrência
de ilícitos penais – ERRADA;
e) o poder de império ou extroverso é aquele praticado pela Administração com superioridade sobre os
particulares, aplicando-se quando a atuação administrativa pauta-se no direito público. Os atos de polícia
de fato ocorrem com o poder de império, mas tal poder não está em todos os atos praticados pela
Administração, mas apenas naqueles marcados pela superioridade – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
31. (FCC – TRT 19/2014) Carlos Eduardo, servidor público estadual e chefe de determinada repartição
pública, adoeceu e, em razão de tal fato, ficou impossibilitado de comparecer ao serviço público. No
entanto, justamente no dia em que o mencionado servidor faltou ao serviço, fazia-se necessária a prática
de importante ato administrativo. Em razão do episódio, Joaquim, servidor público subordinado de
Carlos Eduardo, praticou o ato, vez que a lei autorizava a delegação. O fato narrado corresponde a típico
exemplo do poder
a) disciplinar.
b) de polícia.
c) regulamentar.
d) hierárquico.
e) normativo-disjuntivo.
Comentário:
A delegação de atividade tem relação com o poder hierárquico. Nesse sentido, como a questão deixou claro
que a lei autorizava a delegação e que Joaquim era subordinado a Carlos Eduardo, ficou fácil constatar que
se trata do poder hierárquico.
Gabarito: alternativa D.
Bons estudos.
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HERBERT ALMEIDA.
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2. (FCC – SEFAZ GO/2018) O poder normativo atribuído ao Executivo deve observar limites e
parâmetros constitucionalmente estabelecidos, dentre os quais
a) destaca-se a expressa indelegabilidade de seu exercício, não sendo permitindo a nenhum outro ente da
Administração indireta a edição de atos normativos.
b) a possibilidade de sua delegação para agências reguladoras, constituídas sob a forma de autarquias, para
organização das atividades reguladas, bem como para estabelecimento de critérios técnicos.
c) a constitucionalidade de sua delegação aos entes integrantes da Administração pública indireta para
edição de decretos regulamentadores que disciplinem aspectos técnicos em seus setores de atuação.
d) insere-se a competência para edição de decretos autônomos, em hipóteses expressas, passível de
delegação aos entes de direito público que integram a Administração pública indireta, como autarquias,
fundações e agências reguladoras, para exercício nas mesmas condições.
e) a necessidade de existência de lei prévia tratando dos aspectos gerais e abstratos da questão, restando
ao Executivo a obrigação de viabilizar a execução dessas diretrizes, por meio da disciplina do procedimento
para tanto.
3. (FCC – TRT SP/2018) Constitui exemplo de atuação da Administração pública fundada no exercício
do poder de polícia:
a) Interdição e demolição de construção com risco de desabamento.
b) Permissão de uso de imóvel público para particular que se responsabilize por sua guarda.
c) Declaração de inidoneidade à particular que fraudou procedimento licitatório.
d) Concessão de serviço público à exploração privada, sujeito às normas fixadas pelo poder concedente.
e) Aplicação de penalidade a servidor público, observado o devido processo legal e o contraditório.
4. (FCC – DPE AM/2018) Entre os poderes próprios da Administração, o que está subjacente à
aplicação de sanções àqueles que com ela contratam, corresponde ao poder
a) disciplinar.
b) regulamentar.
c) de polícia.
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d) hierárquico.
e) de tutela.
5. (FCC – DPE RS/2018 - adaptada) Acerca dos poderes administrativos de polícia, regulamentar e
disciplinar, considere as assertivas a seguir:
I. A elaboração de lei dispondo acerca da implementação de programa de restrição ao trânsito de veículos
automotores, conhecida atualmente como “rodízio”, não se insere na conceituação do poder de polícia,
mas do poder disciplinar.
II. Não se pode cobrar taxa dos contribuintes em razão do exercício do poder de polícia.
III. O poder de polícia pode ser delegado para entidade integrante da Administração Indireta dotada de
personalidade jurídica de direito privado, integrante da administração pública, prestadora de serviço
público em regime não concorrencial, desde que haja lei formal.
IV. A autoexecutoriedade e a coercibilidade são características do poder de polícia.
Está correto o que consta APENAS de:
a) I, III e IV.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I e III.
e) I e II.
6. (FCC – TRT PE/2018) Na execução de suas funções executivas, a Administração pública é dotada
de algumas prerrogativas, com amparo legal, que lhe permitem a adoção de uma série de medidas e atos
para consecução das finalidades de interesse público. Configura expressão de algumas dessas
prerrogativas
a) o poder de polícia, que lhe permite limitar direitos individuais sempre que a atividade fiscalizada for
criminosa.
b) o poder regulamentar, que é expressamente previsto constitucionalmente dentre as competências
legislativas, possuindo matérias próprias de incidência.
c) o poder de polícia, que admite a adoção de medidas repressivas e urgentes para impedir danos ou riscos
à coletividade, cabendo ao destinatário daquelas defender-se após a prática desses atos.
d) a edição de decretos pelo Chefe do Poder Executivo, que se insere no poder regulamentar, somente
podendo se prestar a explicitar o conteúdo de leis já editadas, para sua melhor aplicação.
e) o poder de polícia e o poder regulamentar, que são autônomos, ou seja, encontram fundamento em
competências próprias da Administração pública, prescindindo de previsão ou autorização legal.
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b) está correta, pois o poder regulamentar é a prerrogativa conferida à Administração pública de editar
atos de caráter geral e abstrato que permitam a efetiva aplicação da lei, podendo, portanto, acarretar a
alteração legislativa.
c) não é legítima, em razão do instrumento utilizado para formalizar o poder regulamentar, vez que tal
poder se exterioriza, exclusivamente, por meio dos regulamentos autônomos.
d) está correta, pois o poder regulamentar é a prerrogativa conferida à Administração pública de editar
atos de caráter individual, que permitam a efetiva aplicação da lei, podendo, portanto, acarretar a alteração
legislativa.
e) não é legítima, em razão do instrumento utilizado para formalizar o poder regulamentar, vez que tal
poder se exterioriza, exclusivamente, por meio das resoluções.
nas vias, equipamentos e monumentos públicos. Foi prevista a possibilidade de apresentação de recurso,
no prazo de 30 dias da notificação, pelo administrado autuado descumprindo a regra de conduta
estabelecida. Houve campanha educativa e de divulgação da referida política pública. Na hipótese
descrita, a ação administrativa
a) é arbitrária, pois restringe de forma desproporcional a liberdade dos administrados, em especial
considerando cuidar-se do carnaval, período de maior liberdade para os cidadãos, sendo a autuação nula,
por abuso de poder.
b) é legítima e tem por fundamento o poder de polícia, que está sujeito tanto a controle interno como a
controle judicial.
c) é legítima e tem por fundamento o poder disciplinar, que condiciona direitos, interesses e liberdades,
sempre em benefício da coletividade.
d) é ilegítima, pois, na hipótese descrita, o poder de polícia não autoriza a fixação de multa administrativa,
por ausência de competência municipal, mas somente de taxa pelo exercício do referido poder.
e) é legítima e tem por fundamento o poder de polícia, que, na hipótese, somente está sujeito a controle
interno, em razão da previsão do cabimento de recurso administrativo.
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10. (FCC – SEGEP MA/2018) Considere que determinada autoridade pública, no exercício regular de
sua função e nos limites de suas atribuições, tenha interditado um estabelecimento comercial em função
de risco sanitário decorrente de grande quantidade de entulho e lixo em suas dependências. Tal ato
a) corresponde ao princípio da legalidade, exercido in concreto.
b) decorre do poder moderador, devendo ser exercido nos limites da competência da autoridade.
c) se insere no poder normativo próprio da Administração, dotado de coercibilidade.
d) é expressão do poder hierárquico, que encontra fundamento no interesse da coletividade.
e) constitui expressão do poder de polícia, dotado de autoexecutoriedade.
11. (FCC – SEGEP MA/2018) Entre os poderes administrativos, pode-se citar o poder regulamentar,
que apresenta, como sua principal expressão,
a) a concessão de autorizações e licenças a cidadãos para o desempenho de atividades de interesse público.
b) a possibilidade de disciplinar, de forma autônoma por ato do Executivo, o regime jurídico de seus
servidores.
c) a prática de atos materiais de organização do trabalho dos órgãos e entidades da Administração pública,
como distribuição de tarefas entre os servidores.
d) a edição de decretos, no exercício de competência privativa do Chefe do Poder Executivo, para fiel
execução de lei em vigor.
e) a disciplina relativa à prestação de serviços públicos por concessionárias e permissionárias, visando à sua
regularidade e modicidade tarifária.
12. (FCC – SEGEP MA/2018) No que concerne ao poder disciplinar detido pela Administração, trata-
se de
a) prerrogativa de aplicar penalidades àqueles sujeitos à disciplina administrativa, inclusive os que
contratam com a Administração.
b) decorrência da hierarquia, atingindo apenas os servidores públicos sujeitos ao regime estatutário, não
autorizando a aplicação de sanções, mas apenas de medidas corretivas.
c) prerrogativa que autoriza a administração a disciplinar a atuação dos cidadãos, impondo restrições a
condutas e atividades, nos termos da lei.
d) faculdade de intervir no domínio econômico, para disciplinar atividades de interesse público mediante a
edição de atos próprios.
e) poder atribuído às agências reguladoras para regular a prestação de serviços públicos, inclusive aplicando
penalidades às concessionárias.
13. (FCC – TRT RN/2017) Em relação aos servidores públicos que ocupam cargo ou emprego público
e ao exercício dos poderes inerentes à Administração pública,
a) o poder disciplinar aplica-se exclusivamente aos servidores ocupantes de cargos públicos, estando os
empregados públicos, no exercício de suas funções, sujeitos ao poder de polícia pelo Estado.
b) o vínculo efetivo dos servidores públicos autoriza que os ocupantes de cargo exerçam o poder normativo
e regulamentar com a edição de decretos autônomos de organização administrativa.
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c) o poder hierárquico distingue-se do poder disciplinar, com este não se confundindo, aplicando-se o
primeiro para as relações funcionais com o Poder Público, sendo o disciplinar para qualquer relação
contratual entre poder público e terceiros não servidores.
d) em que pese o poder de polícia se aplique a todos os servidores públicos, no exercício de suas funções,
titulares de cargos efetivos, ocupantes de empregos públicos ou aqueles que ocupam cargo em comissão,
seu exercício é exclusivo do Chefe do Executivo, em razão de sua indelegabilidade.
e) não obstante a diversidade de regime jurídico a que estão sujeitos, há normas comuns, aplicáveis às duas
categorias, como a exigência de concurso público para ingresso no serviço público, excetuadas as
nomeações para cargos comissionados, nos termos da lei.
14. (FCC – TRT RN/2017) Durante inspeção a um laboratório e fábrica de produtos veterinários, os
agentes da Administração pública competente constataram em um exemplar, a utilização de
determinado insumo não mais autorizado. Em razão disso, lavraram auto de infração e de apreensão de
todos os produtos da mesma categoria. Os donos do laboratório insurgiram-se contra a medida que
a) excedeu os limites do poder de polícia que compete à Administração pública em razão da apreensão das
mercadorias, o que demandaria autorização judicial.
b) não poderia ter sido realizada sem prévia submissão a processo judicial, salvo se houvesse expressa
previsão em decreto autônomo da Administração pública.
c) configurou regular exercício de poder disciplinar, que se estende não só em relação aos servidores
públicos, mas também em direção daqueles que travarem relações jurídicas com o poder público.
d) constitui regular exercício de poder de polícia pela Administração pública, cuja atuação pode prever
medidas preventivas e repressivas de urgência, a fim de garantir a segurança e a saúde dos administrados.
e) deveria estar integral e expressamente prevista na legislação que trata da competência de fiscalização
da Administração pública em matéria de vigilância sanitária, não se admitindo adoção de medidas
acautelatórias e de urgência.
15. (FCC – TRF 5ª REGIÃO/2017) O exercício dos poderes inerentes à Administração pública, tal como
o poder hierárquico, se expressa de diversas formais, a exemplo
a) da edição de atos administrativos, independentemente da natureza, pelos superiores dos agentes
públicos originalmente competentes, e em substituição a estes.
b) da edição de atos vinculados, que traduzem a atuação da Administração pública em sua vertente da
hierarquia, considerando que esta autoriza apenas as condutas, atos e negócios expressamente previstos
em lei.
c) da competência dos agentes superiores, para apreciação dos recursos interpostos contra atos de seus
subordinados, como decorrência da relação de hierarquia.
d) do poder de rever diretamente os atos praticados pelos seus subordinados nos processos disciplinares
em que atuam, considerando que em sede de infrações disciplinares, a autoridade superior pode suprir os
atos inferiores não praticados.
e) dos atos praticados pelos agentes públicos incumbidos da gestão da Administração pública, cuja
tradução inclui a prática de atos não só pelos funcionários efetivos, mas por todos os demais administrados
em geral.
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16. (FCC – TRF 5ª REGIÃO/2017) O chefe do departamento pessoal de uma determinada autarquia
federal, para o bom funcionamento dos serviços afetos à sua unidade, editou ato normativo interno
estabelecendo horários de saída para o almoço, respeitando, para tanto, as especificidades das jornadas
de trabalho de cada subordinado. Justificou o ato na necessidade de a unidade contar, sempre, com pelo
menos um servidor. A edição do ato encontra fundamento no poder
a) de polícia, que é próprio da função administrativa, e assim denominado por cuidar-se, na hipótese, de
pessoa jurídica integrante da Administração pública indireta.
b) hierárquico, que é próprio da função administrativa, e por meio do qual a Administração pública mantém
a disciplina e impõe o cumprimento de deveres funcionais.
c) disciplinar, que obriga o cumprimento, pelos subordinados, das ordens dos superiores, sob pena de
punição.
d) hierárquico, que, no entanto, deixou de ser próprio da função administrativa, em razão do princípio da
eficiência, que exclui a ingerência dos superiores.
e) disciplinar, que se sobrepõe e se confunde com o poder hierárquico, pois atribui competência ao
administrador para aplicar penalidade aos seus subordinados.
17. (FCC – TRF 5ª REGIÃO/2017) Determinado estabelecimento comercial, situado nas proximidades
de equipamentos públicos, tais como escolas e hospitais, foi interditado pela vigilância sanitária, em
razão de estar comercializando alimentos fora da data de validade e deteriorados. Antes da interdição,
o estabelecimento foi notificado e lhe foi oportunizada a apresentação de defesa. No mesmo ato, alguns
alimentos foram apreendidos, sendo constatado, inclusive, que estavam impróprios para o consumo. Em
defesa, a pessoa jurídica interditada alegou que a Administração agiu de forma arbitrária, porque, para
tanto, dependeria de ordem judicial prévia e de perícia produzida sob o crivo do contraditório. A alegação
a) procede, pois à Administração é vedado agir diretamente, especialmente para limitar direitos, hipótese
em que, somente por ordem judicial, poderia haver a apreensão de mercadorias e a interdição.
b) procede, porque a Administração deveria, antes da interdição, ter autuado o estabelecimento,
solicitando, se não cessasse a conduta, autorização legislativa para a interdição.
c) improcede, pois a Administração está autorizada, em defesa do interesse público, a limitar ou interditar
direitos dos administrados sem ter que previamente recorrer ao judiciário, com fundamento no Poder de
Polícia.
d) improcede, pois a Administração pode produzir atos discricionários, pautados em critério de
conveniência e oportunidade, que limitam ou interditam direitos, atividade que não se sujeita a controle
externo, razão porque, na hipótese, prescinde-se de prévia autorização judicial.
e) procede, pois desde a Constituição Federal de 1988, foi consagrado o princípio democrático, que, com
fundamento no consensualismo, não mais permite a produção de atos administrativos autoexecutórios.
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b) permite à Administração pública a edição de atos normativos para fixação de parâmetros e diretrizes de
gradação de penas disciplinares, quando relacionado ao poder disciplinar, bem como para instituição de
novas penas mais adequadas para situações atuais.
c) fica restrito às situações em que estejam presentes relações hierarquizadas, em que a competência para
definição de normas tenha caráter originário.
d) pode ter natureza originária nas situações expressamente previstas constitucionalmente, fora das quais
fica restrito a hipóteses de prévia existência de leis que demandem a disciplina e explicitação da forma de
aplicação das mesmas às situações concretas.
e) consubstancia-se, quando aplicado a situações concretas, em exercício de poder de polícia, diretamente
incidente sobre a esfera de direitos dos administrados, devendo estar previamente previsto na legislação
vigente.
19. (FCC – FUNAPE/2017) Autarquia responsável pela vigilância sanitária em determinado município
realiza diligências periódicas em bares e restaurantes, sem divulgação prévia de agenda e localidades de
visitação. Durante uma dessas inspeções, interditou 10 estabelecimentos em um mesmo bairro, todos
em razão das más condições de higiene, lavrando ainda auto de infração e imposição de multa. Parte dos
bares e restaurantes questionou as multas em juízo e outra parte pleiteou a imediata reabertura dos
estabelecimentos, sob o fundamento de abuso de poder e dupla penalidade, tendo em vista que já
haviam sido autuados. A atuação da autarquia
a) implica exercício do poder fiscalizatório, o que envolve a lavratura de autos de infração e imposição de
multas, mas não inclui competência para interdição de estabelecimentos, o que demanda ordem judicial,
visto que limita direitos fundamentais do cidadão.
b) representa expressão do poder de polícia, exercido pela Administração pública e que possui fundamento
na legislação vigente, permitindo a adoção de medidas coercitivas de urgência, tal como no caso proposto,
sem prejuízo de facultar ao administrado o exercício do direito de defesa.
c) encontra respaldo na lei, tendo em vista que os entes públicos não se submetem ao Judiciário, decidindo
no âmbito da jurisdição administrativa e executando suas próprias sentenças.
d) configura expressão do exercício do poder disciplinar, que se coloca sobre todos aqueles subordinados
às normas e posturas da Administração.
e) é expressão do poder normativo, no âmbito do qual devem estar expressas todas as medidas de força
passíveis de serem executadas pela própria Administração pública.
20. (FCC – TRE SP/2017) Os servidores públicos estão sujeitos à hierarquia no exercício de suas
atividades funcionais. Considerando esse aspecto,
a) o poder disciplinar a que estão sujeitos é decorrente dessa hierarquia, visto que guarda relação com o
vínculo funcional existente e observa a estrutura organizacional da Administração pública para
identificação da autoridade competente para apuração e punição por infrações disciplinares.
b) submetem-se ao poder de tutela da Administração, que projeta efeitos internos, sobre órgãos e
servidores, e externos, atingindo relações jurídicas contratuais travadas com terceiros.
c) conclui-se que o poder hierárquico é premissa para o poder disciplinar, ou seja, este somente tem lugar
onde se identificam relações jurídicas hierarquizadas, funcional ou contratualmente, neste caso, em
relação à prestação de serviços terceirizados.
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d) o poder hierárquico autoriza a edição de atos normativos de caráter autônomo, com força de lei, no que
se refere à disciplina jurídica dos direitos e deveres dos servidores públicos.
e) somente o poder hierárquico e o poder disciplinar produzem efeitos internos na Administração pública,
tendo em vista que o poder de polícia e o poder regulamentar visam à produção de efeitos na esfera jurídica
de direito privado, não podendo atingir a atuação de servidores públicos.
22. (FCC – Prefeitura de Teresina - PI/2016) Os poderes da Administração pública lhe foram atribuídos
para possibilitar o exercício de suas funções, que sempre devem ser norteadas em benefício da
coletividade. Conferem, portanto, prerrogativas à Administração pública, que não são ilimitadas. É
exemplo disso
a) o poder normativo conferido à Administração, por meio da edição de decreto autônomo, que somente
pode ter lugar sempre que houver lacunas ou ausência de lei.
b) o poder hierárquico, que atribui dever de subordinação dos servidores aos seus superiores, cabendo a
estes a apuração de infrações e aplicação de penalidades disciplinares.
c) o exercício do poder disciplinar, que se estende aos particulares e empresas contratados pelo poder
público para prestação de serviços em repartições públicas.
d) o exercício do poder de polícia, que pode limitar os direitos individuais com algum grau de
discricionariedade, mas sempre deve ter previsão legal.
e) o exercício do poder normativo-disciplinar, que se exterioriza na edição de normas de conduta
disciplinar, com elenco de infrações e sanções.
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e) II, apenas.
24. (FCC – TRE RR/2015) Claudio, fiscal do Procon de Roraima, ao receber denúncia anônima acerca
de irregularidades em restaurante, comparece ao local e apreende gêneros alimentícios impróprios para
o consumo, por estarem deteriorados. A postura adotada concerne a uma das características do poder
de polícia, qual seja,
a) discricionariedade.
b) inexigibilidade.
c) consensualidade.
d) normatividade.
e) autoexecutoriedade.
25. (FCC – TRE RR/2015) A edição de atos normativos de efeitos internos, com o objetivo de ordenar
a atuação dos órgãos subordinados decorre do poder
a) regulamentar.
b) hierárquico.
c) de polícia.
d) normativo.
e) disciplinar.
26. (FCC – TRT 6/2015) Na lição de Hely Lopes Meirelles, os poderes administrativos nascem com a
Administração e se apresentam diversificados segundo as exigências do serviço público, o interesse da
coletividade e os objetivos a que se dirigem. Esclarece o renomado administrativista que, diferentemente
dos poderes políticos, que são estruturais e orgânicos, os poderes administrativos são instrumentais.
Uma adequada correlação entre o poder administrativo citado e sua utilização pela Administração é:
a) o poder disciplinar possibilita às autoridades administrativas a práticas de atos restritivos de direitos
individuais dos cidadãos, nos limites previstos em lei.
b) o poder normativo autoriza a Administração a estabelecer condutas e as correspondentes punições aos
servidores públicos, para ordenar a atuação administrativa.
c) o poder de polícia comporta atos preventivos e repressivos, exercidos pela Administração para
condicionar ou restringir atividades ou direitos individuais, no interesse da coletividade.
d) o poder regulamentar atribuído, pela Constituição Federal, ao Chefe do Executivo, o autoriza a editar
normas autônomas em relação a toda e qualquer matéria de organização administrativa e complementares
à lei em relação às demais matérias.
e) o poder hierárquico autoriza a aplicação de penalidades aos servidores públicos e demais pessoas
sujeitas à disciplina administrativa em razão de vínculo contratual estabelecido com a Administração.
27. (FCC – CNMP/2015) A Administração é dotada de poderes administrativos dentre os quais
figuram os poderes
a) político, vinculado, hierárquico e de polícia.
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28. (FCC – TRT 9/2015) Nos autos do Recurso Extraordinário 632.265 RJ, o Ministro Relator do
Supremo Tribunal Federal entendeu que o Estado do Rio de Janeiro teria editado decreto indevidamente
para criar nova forma de recolhimento de tributo, matéria reservada à lei. A conduta do Poder Executivo
em questão
a) excede o poder de polícia do Chefe do Executivo, que se submete ao estrito princípio da legalidade.
b) somente seria válida para criação de direitos ou deveres para os servidores públicos, para o que o poder
normativo do Executivo tem natureza originária.
c) exacerba o poder normativo originário que lhe compete, mas pode ser convalidado em observância ao
princípio da eficiência.
d) é expressão do poder regulamentar, não assistindo razão ao STF, na medida em que se está diante de
decreto autônomo.
e) excede o poder regulamentar e viola o princípio da legalidade, pois adentra matéria reservada à lei.
30. (FCC – Manausprev/2015) De acordo com a definição de José dos Santos Carvalho Filho, a
prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza a Administração Pública a restringir o uso e
o gozo da liberdade e da propriedade em favor do interesse da coletividade (Manual de Direito
Administrativo, São Paulo, Atlas 25. ed. p. 75) refere-se ao poder
a) discricionário, que permite à Administração pública atuar nas lacunas da lei.
b) de polícia, que não se restringe às atividades normativas e preventivas, alcançando também atuação
repressiva.
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c) vinculado, que exige que a Administração pública faça tudo aquilo que estiver expressamente previsto
na lei.
d) de polícia judiciária, que autoriza a Administração pública a restringir a liberdade dos administrados.
e) de império, que qualifica todos os atos praticados pela Administração pública.
31. (FCC – TRT 19/2014) Carlos Eduardo, servidor público estadual e chefe de determinada repartição
pública, adoeceu e, em razão de tal fato, ficou impossibilitado de comparecer ao serviço público. No
entanto, justamente no dia em que o mencionado servidor faltou ao serviço, fazia-se necessária a prática
de importante ato administrativo. Em razão do episódio, Joaquim, servidor público subordinado de
Carlos Eduardo, praticou o ato, vez que a lei autorizava a delegação. O fato narrado corresponde a típico
exemplo do poder
a) disciplinar.
b) de polícia.
c) regulamentar.
d) hierárquico.
e) normativo-disjuntivo.
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GABARITO
2. B 12. A 22. D
3. A 13. E 23. B
4. A 14. D 24. E
5. C 15. C 25. B
6. C 16. B 26. C
7. A 17. C 27. B
8. B 18. D 28. E
9. C 19. B 29. A
REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro:
Método, 2011.
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
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MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.
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