ERA VARGAS

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ESCOLA ESTADUAL “PROFESSOR PEDRO ALEIXO”

“Educando com Amor e Respeito ao Ser Humano”


Av. Bandeirantes, 2 300 – Bairro Mangabeiras CEP: 30210-420
Belo Horizonte/MG – Tel. (031) 3221-6930 – Telefax: (31) 3225-2686

Era Vargas
1. Governo provisório (1930-1934)

Contextualização política: Como resultado da Revolução de 1930, Getúlio Vargas, político gaúcho,
assume o poder com o apoio dos militares, institui um regime de emergência e inicia uma série de
mudanças na organização política, administrativa, econômica e social do país.
O Governo provisório, portanto, em teoria, seria um período de conciliação, visando propor
medidas que buscassem atender as diferentes demandas dos grupos sociais e, assim, promover a
estabilidade do país.
Em adição, este governo irá promover intervenções estatais em diversos setores. Ou seja, Getúlio
Vargas promoveu medidas de centralização do poder e que fazem do Estado responsável pela
industrialização do país, pela educação, pela saúde pública e pela economia.
Primeiramente, Vargas irá abolir a Constituição de 1890 e anular as eleições de 1930, nomeando
chefes do tenentismo para serem interventores nos estados e atuarem como governadores. Tal medida
seria de caráter emergencial e novas eleições seriam convocadas em 2 anos assim como uma nova
constituição.
Entretanto, ao contrário do prometido, não serão convocadas eleições em 1932, gerando
descontentamento de diversos setores da sociedade. Pressionado, Getúlio Vargas convocou eleições para
maio de 1933 visando formar uma Assembleia Constituinte.
Assim, em 16 de julho de 1934 foi promulgada a nova Constituição do Brasil, que tem como
principais características a instituição do regime presidencial e federativo, divisão dos poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário), o voto secreto e feminino, o ensino primário obrigatório e gratuito,
regulamentação da atuação das empresas estrangeiras em território brasileiro, instituição do salário
mínimo e do Tribunal do Trabalho, entre outras.
Ainda em julho de 1934 Getúlio Vargas foi eleito presidente pelos constituintes, colocando fim
ao governo provisório.
Medidas significativas: Abolição da Constituição de 1890, fechamento do Congresso Nacional, das
Assembleias Legislativas estaduais e das Câmaras Municipais, criação do Conselho Nacional do Café,
criação das primeiras leis trabalhistas, criação dos ministérios do Trabalho, da Indústria e do Comércio,
da Educação e da Saúde Pública, criação do Código Eleitoral de 1932 e criação do instituto do Açúcar e
do Álcool.
Consequências: Revolução Constitucionalista de São Paulo (1932) e a promulgação da Constituição de
1934.

2. Governo Constitucional (1934-1937)

Contextualização política: Momento de influência do cenário internacional e de forte polarização


política. Esta polarização levou à atuação de dois grupos antagônicos: a Ação Integralista Brasileira e
da Aliança Nacional Libertadora.
A AIB defendia ideais fascistas e buscava um Estado nacionalista, autoritário e anticomunista.
Já a ANL, composta por socialistas, liberais, anti-integralistas, estudantes, intelectuais e ex-
tenentes, atuava em oposição ao governo Vargas e seu autoritarismo. Buscava-se, portanto, um Estado
nacionalista e anti-imperialista, defendendo, por exemplo, a reforma agrária. Tais reivindicações
ameaçavam os interesses das elites e do capital estrangeiro e, por isso, os membros da ANL eram
duramente reprimidos e perseguidos. Como exemplo desta repressão, está a Intentona Comunista.
A Intentona Comunista foi um levante organizado pelos membros do ANL em uma tentativa de
golpe, mas que fracassou em razão da pouca adesão das massas populares e da forte repressão estatal.
Em meio da atuação da esquerda brasileira, Getúlio Vargas, buscando se manter no poder e
impedir a realização das eleições de 1938 que já se articulavam, elaborou um plano de golpe de estado.
Esta manobra consistiu na criação de um plano falso de conspiração comunista e judia, que supostamente
chamaria Plano Cohen, que serviu de pretexto para dissolver o Congresso Nacional e as Assembleias
Legislativas, reprimir violentamente a oposição e, assim, aplicar o golpe. Em 1937 foi promulgada a
nova Constituição do Brasil e instaurada a ditadura do Estado Novo.
Características: Forte crise econômica com redução salarial e insatisfação dos trabalhadores, expansão
das ideias fascistas e comunistas/marxistas no mundo e no Brasil.
Medidas significativas: Promulgação do Código de Minas e Água e instalação das Justiças do Trabalho
e Eleitoral.
Consequências: Instauração da Ditadura do Estado Novo, promulgação da Constituição de
1937(Polaca), suspensão de garantias individuais, aumento da perseguição aos comunistas.

3. Estado Novo (1937-1945)

Contextualização política: Atuação do governo no sentido de aplicação da Constituição de 1937, que


se caracterizava pela dissolução dos partidos políticos, rígida centralização e ampliação dos poderes do
Presidente da República, instituição de pena de morte para crimes contra a segurança nacional, entre
outros.
Neste cenário, Vargas governava através de decreto-lei, uma vez que todos os partidos políticos
foram extintos em nome da ordem e da proteção da nacionalidade brasileira pelo Estado.
Esta atuação foi favorecida pelo contexto internacional da Segunda Guerra Mundial e de
ascensão do fascismo e pela desorganização das forças populares; e apoiada por setores como a
burguesia, a classe média e o exército, que se beneficiavam do governo e da atuação de Vargas de formas
distintas. Em adição, Getúlio Vargas cultuava sua imagem através da propaganda, filmes, livros e
cartilhas que enalteciam a ele e suas políticas.
Em meio a guerra e as primeiras vitórias dos aliados, setores da população brasileira exigiram a
entrada do Brasil no conflito ao lado das democracias (aliados). Tais movimentos também passaram a
reivindicar o retorno da democracia, o que obrigou Getúlio Vargas a iniciar a partir de 1945 uma política
de abertura democrática. Entre as medidas desta política está a criação e organização de partidos
políticos, como o PSD, o PTB e a UDN.
Consequentemente, a abertura política, apesar de garantir parte do apoio popular, permitiu o
aumento da força da oposição à Getúlio, composta principalmente pela burguesia ligada ao capital
estrangeiro, que passou a articular sua deposição do poder. Em outubro de 1945 Getúlio Vargas renuncia
e o Estado Novo chega ao fim.
Características: Impulso à industrialização, intensificação da legislação trabalhista e social, ampliação
da burocracia estatal, intervencionismo estatal, autoritarismo e preocupação com a segurança nacional.
Medidas significativas: Criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), criação da
Companhia Siderúrgica Nacional e da Vale do Rio Doce, criação e promulgação da CLT e das reformas
de ensino, criação do Departamento de Aperfeiçoamento do Serviço Público, do Instituto Nacional do
Sal, da aeronáutica militar, entre outras.
Consequências: Deposição de Vargas e início do período populista.

4. 2º Governo Vargas (1954-1956)

Contextualização política: Após o Governo Dutra, nas eleições de 1950, Getúlio Vargas retorna ao
poder pelo PTB. Neste novo governo Vargas buscou maior aproximação com os trabalhadores, mantendo
seu discurso e sua atuação nacionalista.
Contudo, a oposição continuava forte e atuava cada vez mais diante das medidas nacionalistas e
trabalhistas do seu governo. A crise aumenta quando o líder da oposição, Carlos Lacerda, sofre um
atentado e o Presidente é acusado como mandante (Atentado da Rua Tonelero). Assim, as pressões para
que Vargas renuncie aumentam, havendo ainda a indicação da ocorrência de um impeachment. Diante
das pressões, em 24 de agosto de1954 o Presidente se suicida.
Características: Nacionalismo (intervenção do Estado na economia), populismo e trabalhismo.
Medidas significativas: Investimentos na indústria de base, em transporte e em energia, implementação
do Plano Lafer e aumento de 100% do salário mínimo.

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