Adequações estruturais de tanques para cultivo de camarão regional, Macrobrachium amazonicum (HELLER, 1862) - estudo de caso do Laboratório de Aquicultura Tropical (Laqtrop).

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 43

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

JOSÉ LUIZ CORRÊA JORGE

ADEQUAÇÕES ESTRUTURAIS DE TANQUES PARA CULTIVO DE CAMARÃO


REGIONAL, Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862): ESTUDO DE CASO DO
LABORATÓRIO DE AQUICULTURA TROPICAL (LAqTrop).

BELÉM
2019
JOSÉ LUIZ CORRÊA JORGE

ADEQUAÇÕES ESTRUTURAIS DE TANQUES PARA CULTIVO DE CAMARÃO


REGIONAL, Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862): ESTUDO DE CASO DO
LABORATÓRIO DE AQUICULTURA TROPICAL (LAqTrop).

Plano de trabalho apresentado à Comissão de Trabalho


de Conclusão de Curso (CTCC) do curso de Graduação em
Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural da
Amazônia como requisito para obtenção de grau de Bacharel em
Engenharia de Pesca.
Área de concentração: Tecnologia Pesqueira
Orientador: Professor Dr. Ivan Furtado Junior

BELÉM
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia
Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

J82a Jorge, José Luiz Corrêa


ADEQUAÇÕES ESTRUTURAIS DE TANQUES PARA CULTIVO DE CAMARÃO REGIONAL,
Macrobrachium Amazonicum (Heller, 1862): ESTUDO DE CASO DO LABORATÓRIO DE
AQUICULTURA TROPICAL (LAqTrop). / José Luiz Corrêa Jorge. - 2019.
42 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Engenharia de Pesca, Campus Universitário


de Belém, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2019.
Orientador: Prof. Dr. Ivan Furtado Junior

1. Amazônia. 2. Carcinicultura. 3. Camarão Regional. I. Junior, Ivan Furtado , orient. II. Título

CDD 639.54
A minha esposa querida;
A meus filhos amados.
Dedico
AGRADECIMENTOS

A Deus, por todas oportunidades, amor, proteção, conquistas, saúde e força de vontade,
para terminar o ensino superior, sem nunca pensar em desistir.
A minha esposa, companheira e amiga Ângela Jorge, que está a meu lado há trinta e seis
anos de um casamento muito feliz, em que sempre nos apoiamos, com amor e principalmente
respeito, sou grato a Deus por ter colocado você na minha vida. Sempre vou te amar.
Aos meus filhos, por acreditarem em minha capacidade e por toda a ajuda, incentivo e
principalmente o exemplo de dedicação aos estudos e perseverança nos objetivos a serem
alcançados, eu os amo muito.
Aos meus pais Miguel Jorge e Sebastiana Jorge (in memorian), por todos os
ensinamentos, cuidados e amor com a família, que sempre esteve em primeiro lugar.
Aos meus irmãos pelo apoio, ajuda e incentivo durante todos esses anos, muito grato a
Deus por fazer parte dessa família, amo muito vocês.
A Universidade Federal Rural da Amazônia; ao Instituto Socioambiental e dos Recursos
Hídricos - ISARH e a coordenação do curso de Engenharia de Pesca por todas as oportunidades
oferecidas durante todo o período da minha graduação.
Ao meu orientador, Ivan Furtado Junior, por me aceitar como orientando, por todos os
ensinamentos, pela parceria e oportunidade de apresdizado durante a graduação e a orientação
do ESO e TCC.
A todos do LAqTrop que me ajudaram na reallização do trabalho, muito obrigado.
Aos meus amigos e colegas da graduação por toda a ajuda direta na realização deste
trabalho, muito grato a vocês.
RESUMO

Na Amazônia, os camarões do gênero Macrobrachium apresentam-se como sendo os


mais importantes comercialmente, entre eles, se destaca o camarão regional, Macrobrachium
amazonicum (Heller, 1862) que é explorado intensamente pela pesca de subsistência e a pesca
artesanal no estado do Pará, representando um mercado significativo e com grande potencial
para o cultivo. A criação de camarões em cativeiro requer instalações adequadas e condições
especiais para controle do seu desenvolvimento, que pode ocorrer em diferentes fases do
cultivo. Nos sistemas bifásico e trifásico os camarões juvenis podem ser cultivados em tanques
sob altas densidades denominados Sistema Berçário Intensivo. Para a realização do projeto
houve a necessidade de reforma das estruturas, adequação do espaço utilizado e instalação de
equipamentos para pesquisa sobre cultivo de organismos aquáticos, situado na área externa dos
Laboratório de Prospecção e Estatística Pesqueira e Laboratório de Aquicultura Tropical,
ambos localizados na Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA. O sistema foi montado
com a otimização de todos os matérias e equipamentos disponíveis nos mesmos, sendo
necessário a realização de alguns aprimoramentos para experimentos em cultivo super-
intensivo. O sistema foi povoado com os camarões capturados no rio Guamá nas proximidades
do Trapiche da UFRA. Os 142 indivíduos foram capturados e mantidos em um tanque com
volume de 37,86 m³ de água, e submetidos as condições do novo ambiente e ao final do período
experimental foi observada sobrevivência de todos os camarões. O presente trabalho pode ser
utilizado para uma série de outros experimentos visando à formação dos estudantes de
Engenharia de Pesca, além do desenvolvimento da carcinicultura do camarão regional.

Palavras-Chave: Amazônia; Carcinicultura; Camarão Regional.


ABSTRACT

Macrobrachium shrimps ate the most commercially important in the Amazon. Among
them, the regional shrimp, Macrobrachium amazonicum, is highlighted and intensively
exploited by subsistence fishing and artisanal fishing in the state of Pará, representing a
significant market with great cultivation potential. Rearing captive shrimps requires adequate
facilities and special conditions to development control, because it may occur at different stages
of cultivation. Juvenile shrimps can be farmed in high densities tanks called Intensive Nursery
System, in biphasic and triphasic systems. Reforming the structures, adjustment of the used
space and installing of aquatic organism’s cultivation research equipment was needed for the
project realization, located outside the Prospecting and Fisheries Statistics Laboratory and
Tropical Aquaculture Laboratory, both located at Rural Federal University of Amazonia. All
materials and equipments available was optimized to assemble the system and some
improvements were necessary for super intensive cultivation experiments. The system was
populated with shrimps caught near the UFRA pier, in Guamá river. There were captured and
kept 114 individuals in a tank with 37.86m³ of water, where underwent new environment
conditions and all shrimps survived at the end of the experimental period. This work can be
used for plenty other experiments aiming the formation of Fishery Engineering students,
besides regional shrimp culture development.

Keywords: Amazon; Shrimp Farming; Regional shrimp


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 3
2 OBJETIVOS............................................................................................................... 5
2.1 Geral......................................................................................................................... 5
2.2 Específicos................................................................................................................ 5
3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 6
3.1 Pesca e aquicultura ................................................................................................. 6
3.2 A carcinicultura ...................................................................................................... 6
3.3 A carcinicultura de água doce ............................................................................... 7
3.4 Manejo ..................................................................................................................... 8
3.5 Reprodução.............................................................................................................. 9
3.6 Sistema de berçário intensivo (SBI). ..................................................................... 9
3.7 Equipamentos ........................................................................................................ 10
3.8 Alimentação ........................................................................................................... 11
3.9 Controle e biossegurança ..................................................................................... 11
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 13
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 15
5.1 Reforma e relocação do cercado .......................................................................... 15
5.2 Reforma do tanque de concreto utilizado no experimento ............................... 17
5.3 Impermeabilização do tanque.............................................................................. 21
5.4 Confecção dos tanques rede ................................................................................. 25
5.5 Confecção dos Matapis. ........................................................................................ 26
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 32
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 33
3

1 INTRODUÇÃO

Dentre os crustáceos de água doce de interesse para Amazônia, os camarões do gênero


Macrobrachium (BATE, 1888), apresentam-se como os mais importantes comercialmente
(VALENTI, 1985). O camarão Macrobrachium amazonicum (HELLER, 1862), é uma espécie
conhecida popularmente em várias localidades no Pará como camarão regional (MORAES-
RIODADES, 2005).
A espécie é endêmica da América do Sul, ocorrendo desde o Equador até a Argentina,
passando pela Venezuela e estados de todas as regiões brasileiras (Amapá, Amazonas, Pará,
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso, Paraná,
Acre, Goiás e Mato Grosso do Sul) (SILVA et al., 2002).
É comumente encontrado nas águas doces da bacia do Amazonas, especialmente nos
rios Solimões e Amazonas e em vários de seus afluentes (FAVARETTO – BOGDAN -
SANTOS, 1976). É o único camarão explorado comercialmente nos estados do Pará e Amapá,
(ODINETZ - COLLART, 1987).
No estado do Pará é explorado intensamente pela pesca de subsistência e a pesca
artesanal, representando um mercado significativo (MORAES-RIODADES, 2005). Esta
espécie possui grande potencial para o cultivo, dada sua rusticidade e facilidade para se adaptar
as mudanças do meio aquático, sendo seu desenvolvimento em cultivo influenciado pela
densidade e tamanho dos camarões, podendo interferir no seu comportamento (MARQUES et
al., 2010). De acordo com Ibrahim (2011), a principal causa da inibição do crescimento e da
sobrevivência de machos menores de M. amazonicum, é a hierarquia formada entre eles em seu
ambiente, podendo ocasionar taxas mais elevadas de comportamento agonístico entre os
indivíduos.
Segundo Zimmermann (1998), na fase de crescimento em sistemas de cultivo semi-
intensivos, a produção primária de um viveiro desempenha papel de importância na manutenção
da qualidade de água, apresentando papel fundamental no metabolismo das comunidades
aquáticas, pois é responsável pela produção de matéria orgânica e oxigênio (WETZEL, 1981;
MARGALEF, 1983). Por isso, as populações de fitoplâncton devem ser mantidas em níveis
adequados (VALENTI, 1985; ZIMMERMANN, 1998).
A criação de camarões em cativeiro requer condições especiais de controle da
temperatura da água, da sua salinidade, pH, oxigenação e limpeza, entre outros aspectos físico-
químicos. Os viveiros devem ser projetados e construídos para facilitar o manejo da produção,
4

contar com equipamentos e filtros para a manutenção das condições ambientais adequadas, bem
como o constante monitoramento do cultivo.
A engorda do camarão pode acontecer em diferentes fases de cultivo, estas podem ser
Monofásica, Bifásica e Trifásica. Nos sistemas de cultivo bifásico e trifásico os camarões
juvenis são cultivados em tanques sob altas densidades de cultivo denominados Sistema
Berçário Intensivo (SBI), que apresenta diversas vantagens sobre o sistema de estocagem direto
nos viveiros (ABCC, 2016). A realização do projeto se deu pela necessidade da reforma e
adequação do espaço utilizado para pesquisa com cultivo de organismos aquáticos.
5

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

• Adequar as estruturas e equipamentos, localizados na área externa dos


Laboratório de Prospecção e Estatística Pesqueira - LAPEP e Laboratório de Aquicultura
Tropical (LAqTrop), para o cultivo de camarão regional da espécie, Macrobrachium
amzonicum (Heller, 1862).

2.2 Objetivos Específicos

• Impermeabilizar o revestimento interno do tanque, recuperar as instalações e


adaptar tanque de alvenaria para cultivo do camarão regional;
• Confeccionar tanques-rede para o confinamento de camarão regional;
• Confeccionar armadilhas para captura de camarão regional;
• Capturar os camarões e fazer o povoamento dos tanques-rede;
• Avaliar a sobrevivência do camarão regional em tanques de alvenaria: estudo de
caso.
6

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Pesca e aquicultura

A produção pesqueira mundial atingiu um máximo de aproximadamente 171 milhões


toneladas em 2016, das quais a aquicultura representara 47% do total e 53% se os usos não
alimentares forem excluídos (incluindo redução para a preparação de farinha e óleo de peixe).
No total, embora a produção global pesqueira (53%) ainda seja maior do que a produção
aquícola (47%), a aquicultura continua contribuindo mais do que a pesca para o fornecimento
de alimentos para consumo humano, 52% aquicultura X 48% pescas, em 2016. A estimativa é
que para 2030 a aquicultura contribua com 60% do pescado para consumo humano e sua
produção supere a pesca (54%), segundo o relatório (FAO, 2018).
Segundo relatório (FAO, 2018) demonstra que em 2016 a produção global aquícola
(incluindo plantas aquáticas) foi de 110,2 milhões de toneladas, estimando-se um valor
comercial de primeira venda em 243.500 milhões de dólares. O grupo mais produzido foi o de
peixes com 54,1 milhões de toneladas, seguido de algas, com 30,1 milhões de toneladas,
moluscos com 17,1 milhões de toneladas e crustáceos com 7,9 milhões de toneladas produzidas.
O crescimento anual da produção aquícola já não registra taxas tão altas quanto na
década de 80 e 90. O índice caiu para 5,8% durante o período de 2001-2016, contudo, ainda é
o setor que mais cresce diante de outros grandes setores de produção de alimentos (FAO 2018).
O relatório da FAO, estima que o Brasil deve registrar um crescimento de 104% na
produção da pesca e aquicultura em 2025. Segundo o estudo, o aumento na produção brasileira
será o maior registrado na região, seguido de México (54,2%) e Argentina (53,9%) durante a
próxima década. O crescimento no país se deve aos investimentos feitos no setor nos últimos
anos.
Segundo o relatório, a América Latina e Caribe vai apresentar uma expansão importante
na produção aquícola que pode chegar as 3,7 milhões de toneladas em 2025, um crescimento
de 39.9% em relação a 2013-15, período em que foram produzidas em média 2,7 milhões de
toneladas.

3.2 A carcinicultura

Segundo a FAO (2015), a produção mundial de crustáceos cultivados em 2013 chegou


a 6.711.764 toneladas. O Brasil representa apenas um por cento da produção mundial de
7

crustáceos com 64.769 toneladas, com o camarão marinho Litopenaeus vannamei


representando 98,8% da produção nacional (64.669 toneladas, (FAO, 2015).
No Brasil esta é a atividade mais expressiva da maricultura (IBAMA, 2007). Entretanto,
são necessárias certas precauções para garantir sua sustentabilidade econômica e ambiental.
A carcinicultura, até os anos 80, utilizava práticas de cultivo extensivas, por esse motivo
as fazendas expandiam suas áreas, visando o aumento da produção. Entretanto, com o
surgimento de novas tecnologias, principalmente com o uso de aeradores modernos e mais
eficientes, dietas comerciais e elevadas taxas de renovação de água, muitos produtores
conseguiram aumentar as densidades de estocagem, passando a operar em sistemas semi-
intensivos e intensivos (MISHRA et al. 2008). Loneragan et al. (1998) destacam a necessidade
de se intensificar os cultivos de peneídeos, com o objetivo de minimizar os custos e garantir a
sustentabilidade econômica das fazendas.

3.3 A carcinicultura de água doce

Os camarões Palaemonidae são conhecidos popularmente como camarões-de-água-


doce, os gêneros Palaemon, Palaemonetes e Macrobrachium são os mais representativos no
Brasil, sendo este último o que mais se destaca por abranger 19 espécies, entre eles o camarão-
da-Amazônia, o comércio Macrobrachium amazonicum, desperta interesse principalmente, nos
estados do Pará, Amapá e Maranhão (BENTES et al, 2016).
Macrobrachium amazonicum apresenta grande potencial para a aquicultura. Apesar de
ser um camarão pequeno, que pode alcançar até 16 cm e 30 g (VALENTI et al., 2003), sua
carne possui textura mais firme e sabor mais acentuado em comparação a carne do M.
rosenbergii, por isso, tem melhor aceitação nos mercados consumidores (MORAES-
RIODADES et al., 1999). É largamente consumido pelas populações de baixa, média e alta
renda na região amazônica (MORAES-RIODADES; VALENTI, 2001) e população rural da
região Nordeste (GURGEL; MATOS, 1984). Ocorre em quase todo o território nacional,
portanto, seu cultivo, não oferece riscos de introdução de espécies exóticas na natureza por
escape de viveiros de aquicultura na maior parte do país.
Embora se tenha um pacote tecnológico desenvolvido especialmente para o cultivo de
M. amazonicum, há uma carência muito grande de estudos voltados para a compreensão da
dinâmica populacional e das relações ecológicas deste camarão em ambiente natural (BENTES
et al, 2016).
8

3.4 Manejo

Um dos princípios básicos da aquicultura moderna, ambientalmente correta é a redução


da utilização de água. Reduzir, ou a eliminar as trocas de água traz benefícios para o produtor
que diminui os gastos com bombeamento, maximiza a utilização dos nutrientes e reduz a
possibilidade a entrada de possíveis organismos patogênicos no cultivo (IPRSF, 2006).
Entretanto para cultivar camarões sem renovação de água, são necessários elevados
custos na construção e operação do sistema, que são compensados geralmente com aumento da
densidade de estocagem (DECAMP et al., 2007). O aumento das densidades de estocagem em
níveis super-intensivos deve ser explorado ao máximo visando uma maior produtividade por
unidade de área (OTOSHI et al., 2006; KRUMMENAUER et al., 2011).
Contudo, o manejo da produção é mais complicado quando comparado aos sistemas
convencionais, o que torna o sucesso econômico do sistema de cultivo, dependente da
capacidade de assimilação da biomassa de camarões. Operar cultivos intensivos
ambientalmente estáveis tem sido um grande desafio para os produtores de camarão, uma vez
que o excessivo aumento da densidade de estocagem pode ocasionar a diminuição do
crescimento e sobrevivência dos camarões. Esta redução se relaciona a uma combinação de
fatores tais como: diminuição do espaço viável e a disponibilidade de alimento natural
(PETERSON; GRIFFITH, 1999), aumento do canibalismo (ABDUSSAMAD; THAMPY,
1994), degradação da qualidade da água e acúmulo de matéria orgânica no fundo do tanque
(ARNOLD et al., 2006).
Portanto, é importante determinar a densidade ideal de estocagem a ser utilizada,
principalmente em sistemas de cultivo superintensivos, em que o aproveitamento máximo do
espaço disponível para o cultivo é extremamente importante. Seria interessante determinar as
máximas densidades aplicáveis a cada fase do cultivo, a fim de se obter um melhor
aproveitamento das unidades de produção disponíveis, desta forma segmentando a produção e
potencializando a produtividade de todo o sistema, pois quanto menor o estágio de
desenvolvimento dos camarões, maior a densidade de estocagem que pode ser empregada. Por
exemplo, para o camarão-rosa Farfantepenaeus paulensis. Wasielesky et al. (2001) constataram
que 30 camarões m-2 seria a melhor densidade para a engorda em cercados, enquanto que Preto
(2005) determinou que na fase de berçário podem ser estocados até 400 pós larvas m-2.
Durante o berçário, fase intermediaria entre a larvicultura e a engorda definitiva, onde
o camarão encontra-se na fase inicial de crescimento entre 0,008g à 1g, podem ser utilizadas
densidades de estocagens mais altas, diminuindo os custos de produção, possibilitando ainda o
9

aumento do número de safras em regiões de clima temperado, maior controle de doenças e


maior sobrevivência no ciclo final de produção (KUMLU, 2001; KRUMMENAUER et al.,
2011).

3.5 Reprodução

As populações de M. amazonicum são caracterizadas por uma atividade reprodutiva


contínua, podendo encontrar fêmeas em diferentes estágios de maturação gonadal em todos os
meses do ano (ODINETZ-COLLART, 1987, SAMPAIO et al., 2007), porém intensificado nos
períodos chuvosos (ODINETZ-COLLART, 1987; BENTES et al., 2011).
O ciclo de vida do M. amazonicum inclui as fases de ovo, larva, juvenil e adulto, no
período de reprodução a fêmea sofre uma mudança pré-cópula e em seguida o macho deposita
o espermatóforo em seu abdômen, posteriormente a fêmea exterioriza os óvulos, que ao passar
pela massa de espermatozoides são fecundados, ficando os ovos aderidos nos pleópodes da
fêmea por um período de encubação de 12 a 18 dias (MAGALHAES, 1985). A maturação
sexual do camarão-da-amazônia acontece quando o mesmo atinge em média de 4.5 a 6.0 de
comprimento total (SAMPAIO et al., 2007).

3.6 Sistema de berçário intensivo (SBI).

Em geral, berçários são tanques ou viveiros que podem ser retangulares, quadrados ou
circulares, os sistemas de berçário permitem um manejo melhor e mais preciso de juvenis de
camarões e vantagens econômicas que não podem ser obtidas com o uso de viveiros maiores.
as densidades de estocagem variam entre 500 a 10.000 pls.m-3 atingindo um peso final de
transferência de 0,3 a 3,0 g e biomassa final de despesca de 1,0 a 3,0 kg.m-3 (BROWDY et al.,
2017).
Segundo Brody et al. (2017) um sistema de produção de duas ou três fases, e que utiliza
uma ou duas fases de berçário, permite que a biossegurança nas áreas de quarentena dos
berçários seja aumentada proporcionando maiores taxas finais de sobrevivência e maior
produção por unidade de área se comparado com as obtidas em sistemas de engorda de uma
única fase. Um sistema de berçário bem manejado e com densidade de estocagem adequados,
proporciona um crescimento mais rápido e produz juvenis maiores e mais resistentes, com altos
índices de sobrevivência e maior potencial de crescimento compensatório.
Segundo a ABCC (2016) o Sistema de Berçários para produção de camarões apresenta
diversas vantagens sob o sistema de estocagem direto nos viveiros, entre eles, melhor
10

aclimatação das pós-larvas às condições físico-químicas da água do novo ambiente de cultivo,


maior controle da qualidade da água e da nutrição das pls, incluindo uma apropriada
oxigenação, fornecimento de pls maiores e mais resistentes cujo crescimento compensatório,
contribui para um melhor desempenho do camarão na etapa seguinte do cultivo, diminuição do
tempo de engorda o que favorece mais ciclos de cultivo por ano.
Segundo ABCC (2016) adotar fases de berçário no cultivo permite um maior controle
sobre o estresse da aclimatação, a qualidade da água, a disponibilidade de alimento natural, a
alimentação na fase inicial dos cultivos e sobre o consumo de ração, evitando assim, a exposição
das pls a potenciais patógenos, predadores e competidores. Possibilitando melhores índices de
crescimento e sobrevivência, permitindo maior controle sobre o número de pls transferidas para
os viveiros de engorda. O uso de densidades mais elevadas nas primeiras fases permite otimizar
o uso do espaço da fazenda e melhorar os índices de crescimento através do ganho de peso
compensatório dos camarões, após a transferência de um ambiente de alta densidade (berçários
intensivos) para um com menor densidade (viveiros).
Além do efeito da densidade de estocagem, Fóes (2008) demonstrou que camarões
estocados em sistemas de berçários com temperatura e taxas de alimentação abaixo do ideal,
quando transferidos para um ambiente de cultivo adequado, apresentaram um crescimento
acelerado principalmente nas primeiras semanas. Conhecido como “crescimento
compensatório”, este aumento na taxa de crescimento é resultado de estratégias adotadas pelos
organismos tais como: maior consumo de alimento no período pós-estresse (hiperfagia),
aumento na eficiência alimentar, redução de custos metabólicos e diminuição da locomoção (
ALI et al., 2003; JOBLING et al., 1994).

3.7 Equipamentos

Os equipamentos de suporte para berçários devem incluir: bombas de captação bem


dimensionadas, distribuição de linhas de aeração e sopradores com capacidade suficiente e
conectados com um sistema de energia suplementar (geradores). A manutenção dos níveis de
oxigênio e a movimentação da água são extremamente importantes (BROWDY et al., 2017).
Segundo Brody et al. (2017) os berçários de camarões operam com densidade e
biomassa muito alta, impondo a necessidade de monitoramento contínuo da qualidade de água
e parâmetros de saúde dos animais. Além dos equipamentos essências para o monitoramento
da qualidade da água em um viveiro e berçário, são necessários também medidores de potencial
Redox (ORP), grupo geradores e suprimento reserva de oxigênio, sendo uma aeração
apropriada essencial em um sistema de berçário, não apenas para disponibilizar oxigênio para
11

o camarão, mas também para a oxidação de resíduos líquidos, sólidos e gasosos dentro do
sistema.

3.8 Alimentação

A alimentação na fase de berçário deverá ser compreendida por uma dieta balanceada
regulada pela biomassa estocada no tanque. A dieta é composta basicamente do alimento
artificial, a ração. A ração é classificada como a principal fonte nutricional para cultivos em
berçários intensivos, sendo complementada pelo alimento natural que é desenvolvido na água
do tanque por meio de fertilizações.
A ração deverá ser triturada e conter entre 40 e 45% de proteína bruta, sendo fornecida
a partir do primeiro dia de cultivo. As quantidades de ração deverão ser fornecidas a partir da
indicação do fabricante. Porém, os ajustes deverão ser feitos conforme a necessidade observada
através das análises com vistas ao estado nutricional das pls e a checagem de sobras de ração
ou não no próprio tanque de cultivo (ABCC, 2016).
Segundo ABCC (2016), no setor de berçário intensivo o tempo de cultivo pode variar
entre 10 a 15 dias nos berçários primários e 30 a 40 dias nos secundários, dependendo da
programação de povoamentos nas fases seguintes e o comportamento das pós-larvas.

3.9 Controle e biossegurança

Com a redução da área e do volume de cultivo, replicados em uma série de tanques


intensivamente estocados, é possível um maior controle sobre as condições de cultivo,
qualidade de água e alimentação, o que resulta em uma maior eficiência econômica. O manejo
em unidades com menores volumes e/ou áreas de cultivo possibilita também a exclusão de
patógenos e predadores, permitindo melhor estimativa da quantidade de indivíduos cultivados,
proporcionando vantagens importantes no fornecimento da ração durante a fase de crescimento
(BROWDY et al., 2017).
Segundo Brody et al. (2017) um sistema de produção de duas ou três fases, e que utiliza
uma ou duas fases de berçário, permite que a biossegurança nas áreas de quarentena dos
berçários seja aumentada. Como consequência, isso proporciona maiores taxas finais de
sobrevivência e maior produção por unidade de área se comparado com as obtidas em sistemas
de engorda de uma única fase. Camarões maiores e mais velhos possuem um sistema imune
mais desenvolvido. Como estratégia de manejo para a Síndrome da Mortalidade
12

Precoce/Doença da Necrose Hepatopancreática Aguda (EMS/AHPND), a fase de berçário


permite a estocagem de um grande número de juvenis maiores e mais resistentes às doenças.
Em um berçário bem manejado o controle de doenças e diagnósticos, podem ser
implementadas, possibilitando a detecção de animais infectados nos berçários antes da
transferência para os viveiros de engorda, permitindo a opção do término do cultivo ainda nas
fases iniciais, reduzindo o impacto financeiro negativo. Ação importante levando em
consideração as mais recentes e devastadoras doenças de camarão, EMS/AHPND e EHP, que
por meio de análises histopatológicas e técnicas moleculares de diagnóstico podem ser
identificadas nas fases iniciais (BROWDY et al., 2017).
13

4 MATERIAL E MÉTODOS

A adequação foi realizada a partir de análises e verificação do espaço e as condições dos


tanques e o planejamento do projeto foi realizado no Laboratório de Prospecção e Estatística
Pesqueira - LAPEP, em conjunto com o Laboratório de Aquicultura Tropical (LAqTrop), da
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA.
O projeto teve início com a retirada dos arames liso dos mourões da cerca antiga
utilizando para isso, as ferramentas necessárias como alicates, arco de serra, talhadeiras e
marreta. Para a retirada dos mourões da cerca antiga foram utilizados cavadores e dragas para
evitar que os mesmos se quebrassem e poderem ser reutilizados.
Na recolocação dos mourões foram utilizadas as mesmas ferramentas mencionadas
acima, os mourões foram selecionados segundo a sua integridade, os buracos para fixação dos
mesmos foram cavados a uma profundidade média de oitenta centímetros, levando em
consideração o alinhamento, a altura e o espaçamento de três metros entre os mourões. Foram
usados também trenas de três e de vinte metros, níveis e plumo.
Para a montagem dos arames liso, foram reutilizados os mesmos retirados da cerca
antiga, e, devido ao aumento do tamanho da cerca e o descarte de pedaços que não poderiam
ser utilizados, foram complementados com o arame adquirido pelo projeto. Para esse serviço
foi utilizado um esticador de arames.
A limpeza dos tanques de concreto foi feita utilizando materiais abrasivos como escovas
para retirar as algas e impurezas incrustradas no reboco. Foi também retirado o sedimento
localizado no fundo dos tanques de concreto acumulado durante o uso em experimentos para
cultivo de organismos aquáticos.
No tanque de concreto disponível para o projeto, foram verificadas rachaduras e
realizado reparos em toda a extensão interna do mesmo, utilizando a argamassa de areia e
cimento na proporção 5:1, semelhante a utilizada na construção, para evitar que com a dilatação
térmica a argamassa aplicada se solte.
O reboco dos tanques foi recuperado com o uso de argamassa colante para uso interno
e externo (ACIII flexível). Esse produto é usado para assentamento de piso sobre piso, com
resistência e durabilidade, podendo ser usada para vedação de fissuras no concreto.
Simultaneamente em outro trabalho foi projetado um sistema de aeração compatível
com o volume do tanque utilizado, visando o cultivo de camarão regional (Macrobrachium
amzonicum) de forma superintensiva.
14

Um grupo gerador modelo ND 7000E de 5 KW 110/220V a diesel, foi também instalado


como auxiliar no caso da falta do fornecimento de energia elétrica.
Para o experimento de observação da adaptação e sobrevivência, os camarões foram
capturados na várzea do rio Guamá, no entorno do porto (trapiche) da UFRA, usando
armadilhas tipo “matapi” confeccionados com talas de bambu especialmente para esse fim, o
produto usado como isca foi a torta de babaçu triturado, colocado dentro das armadilhas em
garrafas pet (300 ml) com pequenos furos para dispersar na água e atrair os camarões.
No tanque de concreto destinado ao experimento, foram colocados tanques rede com o
objetivo de confinar os camarões em um espaço menor para melhor observá-los.
A intenção de manter esses camarões nos tanques rede foi para determinar os índices de
sobrevivência dos indivíduos, no novo ambiente com eles sendo alimentados com torta de
babaçu. Também foi realizada a medição de temperatura e pH do meio natural e do tanque de
concreto para verificar a variação entre os dois ambientes.
Diariamente, as os camarões eram observados, no período da manhã e registradas a
ocorrência e número de sobreviventes e mortos, sendo os mortos descartados e os vivos
transferidos para outro tanque-sede durante a contagem. Quando os animais realizavam muda,
também eram retirados e separados em outro tanque-rede da unidade experimental e então era
registrada a taxa final de sobrevivência diária.
15

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Recuperação das instalações e adaptação do tanque de alvenaria

Reforma e relocação do cercado tiveram início com a retirada do cercado antigo, usando
ferramentas apropriadas e a utilização de equipamentos de proteção, como luvas e óculos para
evitar acidentes (Figura 1).

Figura 1 - Retirada do arame liso da cerca antiga

Fonte: Autor

Após a retirada dos arames liso, foi determinado o perímetro da nova cerca, de modo
que ela proteja o espaço dos laboratórios, dos tanques e seus diversos experimentos, para isso
foram usados piquetes indicando onde deveria ser feito os buracos para colocação dos mourões,
anteriormente retirados da cerca antiga (Figura 2).

Figura 2 - Piquetes indicando local da nova cerca

Fonte: Autor
16

Os mourões foram recolocados nos buracos cavados a uma profundidade de


aproximadamente 80 cm de profundidade e três metros de distância de um para o outro, foram
utilizados cavadores, enxadas e soquete de madeira e também um nível de bolha e uma linha
para nivelamento dos mourões (Figura 3 e 4).

Figura 3 - Recolocação dos mourões na nova cerca

Fonte: Autor

Figura 4 - Recolocação dos mourões com nivelamento

Fonte: Autor
17

5.2 Reforma do tanque de concreto utilizado no experimento (Figura 5).

Figura 5 - Tanque destinado ao projeto

Fonte: Autor

A reforma do tanque destinado ao projeto, teve seu início com a limpeza, a verificação
de rachaduras nas paredes e infiltrações presentes no mesmo, e a coleta dos materiais e
ferramentas para a realização da limpeza, a vedação das rachaduras e a impermeabilização do
reboco
Com a utilização de ferramentas como inchadas e ancinhos foram retirados o mato que
já havia crescido dentro do tanque e folhas acumuladas dentro do mesmo (Figura 6).

Figura 6 - Limpeza do tanque destinado ao projeto, retirada da vegetação

Fonte: Autor
18

Com a utilização de pás foi retirado do tanque terra acumulada, lama, resíduos de
experimentos anteriores e algas (Figura 7 e 8).

Figura 7 - Limpeza do tanque destinado ao projeto retirada da camada de areia

Fonte: Autor

Figura 8 - Limpeza do tanque destinado ao projeto, raspagem do fundo

Fonte: Autor
19

Após a retirada da sujeira e com o fundo tanque limpo foi possível verificar que não
existiam rachaduras e infiltrações no fundo do mesmo (Figura 9).

Figura 9 - Fundo do tanque depois da limpeza

Fonte: Autor

Foi montado uma estrutura no formato de trave com a finalidade de dar suporte a uma
proteção contra o excesso de calor, para evitar que o material aplicado para vedação das
rachaduras e impermeabilização do reboco, voltassem a rachar com a exposição ao sol (Figura
10, 11 e 12).

Figura 10 - Montagem da estrutura em formato de trave, cavando com a draga

Fonte: Autor
20

Figura 11 - Montagem da estrutura em formato de trave, nivelamento

Fonte: Autor

Figura 12 - Montagem da estrutura em formato de trave, parafusagem

Fonte: Autor

Para confecção da lona utilizada na cobertura, foram reutilizados vários banners de


apresentações em trabalhos e artigos científicos de congressos, doados por alunos da graduação
e alguns professores. Os banners foram colados com cola contato especifica para o serviço na
quantidade suficiente para atingir o tamanho de 5,20 metros de largura por 7,20 metros de
comprimento, tamanho suficiente para cobrir o tanque, foram colocados nos quatro cantos do
tanque madeira para amarração dos cantos da lona, depois de passá-la por cima da estrutura em
forma de trave para mantê-la firmemente presa (Figura 13 e 14).
21

Figura 13 - Lona da cobertura confeccionada com reaproveitamento de banners

Fonte: Autor

Figura 14 - Lona da cobertura confeccionada com banners

Fonte: Autor

5.1.3 Impermeabilização do tanque

Segundo Hussein (2013) a impermeabilização na construção civil é uma técnica em que


se aplicam produtos específicos para proteger as diversas áreas de um imóvel contra a ação de
fluidos que podem danificar os elementos construtivos do mesmo. Os impermeabilizantes são
utilizados em diversos locais da construção, tanto na parte estrutural como na vedação, e
apresentam maior importância nas áreas molhadas, que geralmente ocasionam os principais
problemas relacionados à umidade. As soluções que o mercado oferece são múltiplas, e podem
atender as demandas da construção, suprindo as necessidades específicas de cada obra.
Basicamente, esses produtos dividem-se em dois grupos.
22

Rígidos que são aditivos para argamassa ou argamassa industrializada, misturas


aplicadas em forma de pintura, formando um revestimento impermeável. Argamassas
impermeabilizantes, Cimentos poliméricos, cristalizantes e Resinas epóx.
Flexíveis que são encontrados na forma de mantas, aderidas ou não à estrutura. Também
fazem parte desse grupo misturas moldadas no local, que, depois de secas, formam uma
membrana elástica protetora. Mantas asfálticas, Membranas asfálticas moldadas no local (a
quente ou a frio), Mantas de PEAD, PVC, EPDM, Membranas de poliuretano, de poliureia,
resinas acrílicas, etc. (HUSSEIN, 2013).
Foram retirados os pedaços de madeira utilizados como gabarito para confecção do
reboco das paredes do tanque no ato da sua construção, pois os mesmos estavam podres e
poderiam causar infiltrações (Figura 15).

Figura 15 - Retirada de pedaços de madeira utilizados como gabarito para reboco

Fonte: Autor

Posteriormente, utilizando cimento e areia nas proporções corretas para o serviço, foram
feitos os reparos das rachaduras e nos locais onde estavam os pedaços das madeiras usadas
como gabarito, para garantir a vedação do tanque utilizando espátula e colher de pedreiro
(Figura 16, 17 e 18).
23

Figura 16 - Reparo e vedação das rachaduras

Fonte: Autor

Figura 17 - Reparo e vedação das rachaduras

Fonte: Autor

Figura 18: Reparo e vedação das rachaduras.

Fonte: Autor
24

A vedação do reboco foi feita com a aplicação de uma camada fina de argamassa
especifica para esse tipo de vedação, sendo a utilizado ferramentas adequadas para esse serviço
(Figura 19).
Figura 19 - Impermeabilização do reboco com calda de argamassa

Fonte: Autor

O resultado foi uma camada uniforme de argamassa por toda a extensão das paredes do
tanque com a finalidade de vedar toda possível infiltração existente no mesmo (Figura 20 e 21).

Figura 20 - Paredes do tanque impermeabilizadas em fase de secagem

Fonte: Autor
25

Figura 21 - Paredes do tanque impermeabilizadas em fase de secagem

Fonte: Autor

Após a secagem da argamassa, as paredes e o fundo do tanque foram lavados com a


intenção de diminuir a ação dos produtos químicos, componentes da argamassa aplicada.
Posteriormente o tanque foi cheio e permaneceu com a água sendo renovada por um período
de dois dias.

5.1.4 Confecção dos tanques rede

Com a estrutura fabricada com canos de PVC, foram confeccionados tanques rede com
diâmetro de 20 mm, com o comprimento e largura de 50 cm usando oito conexões ¨ T ¨ e oito
joelhos de 90º, para atracação dos tubos (Figura 22).

Figura 22 - Confecção dos tanques rede

Fonte: Autor
26

As estruturas foram cobertas com telas do tipo mosquiteiro, costuradas com agulhas e
linha para uma perfeita vedação e evitar a fuga dos organismos cultivados (Figura 23).

Figura 23 - Cobertura dos tanques rede com tela tipo mosquiteiro

Fonte: Autor

Na Pesca do Camarão-da-Amazônia o petrecho de pesca mais utilizado na região é o


matapi, armadilha fixa, conhecida localmente, porém, redes de arrasto, tarrafas e puçás também
são utilizados na captura de camarões. O matapi é um tipo de covo de formato cilíndrico,
fechado de ambos os lados por um funil, por onde entram os camarões. Na sua fabricação, são
utilizadas fibras de palmeiras como jupati (Raphia vinifer), bacaba (Oenocarpus bacaba) ou
buriti (Mauritia flexuosa) e de fibras de cipós da região ou fios de nylon. O tamanho dos matapis
varia de 45 a 50 cm de comprimento e de 20 a 30 cm de diâmetro, com entradas que variam
entre 3 e 5 cm, e distância entre talas variando entre 2 e 5 mm (média de 3 mm). A isca mais
usada é a farinha de babaçu (Orbinya speciosa), mais outros materiais como os frutos de
murumuru, inajá, buriti triturados, pedaços de peixe e caranguejos também são utilizados na
captura do camarão (LIMA e MONTAGNER, 2014).

5.1.5 Confecção dos matapis.

Para a captura dos camarões foram confeccionados matapis, que devido à falta das
palmeiras usualmente utilizadas na sua fabricação, tiveram que ser feitos de bambu, devido a
27

abundância do mesmo na UFRA. Os bambus foram cortados em pedaços de 55 centímetros de


comprimento (Figura 24).

Figura 24 - Corte do bambu

Fonte: Autor

Depois os pedaços de bambu foram partidos em talas de aproximadamente um


centímetro de largura, estas foram raspadas para deixa-las mais finas e lisas para melhor
manuseio (Figura 25).

Figura 25 - Corte e raspagem das talas de bambu

Fonte: Autor
28

Também se confeccionou aros para fixação das talas de bambu, aproveitando os arames
liso utilizados em cercas, que haviam no laboratório, num total de quarenta, quatro para cada
matapi (Figura 26).

Figura 26 - Confecção dos aros para fixação das talas

Fonte: Autor

Houve a necessidade da confecção de um gabarito usando uma tira de compensado, um


pedaço de tábua e dois pedaços de ripão do mesmo comprimento, foram feitos cortes no
gabarito para encaixe dos aros, de modo que ficassem firmes, para facilitar a fixação das talas
ao mesmo (Figura 27).

Figura 27 - Gabarito para fixação dos aros

Fonte: Autor
29

As talas de bambu foram fixadas nos aros de arame, utilizando linha de monofilamento
com diâmetro de 0,7 mm. A escolha da linha se deu pela elasticidade da mesma, proporcionando
uma amarração segura (Figura 28,29,30 e 31).

Figura 28 - Fixação das talas de bambu

Fonte: Autor

Figura 29 - Matapi

Fonte: Autor

Figura 30 - Sanga (entrada) do matapi


30

Fonte: Autor
Figura 31 - Fundo do matapi

Fonte: Autor

Os camarões capturados na várzea, totalizando 142 indivíduos foram submetidos as


condições do novo ambiente no tanque de concreto com, 6,80 m de cumprimento, 4,80 m de
largura e 1,16 m de profundidade, totalizando um volume de 37,86 m³ de água, sendo 0,266m3
por individuo, os mesmos foram alimentados com torta de babaçu triturada, mantidos sem
aeração e renovação de água em tanques rede, devido à baixa densidade de indivíduos, ao final
do período experimental foi observada sobrevivência de todos os camarões evidenciando a sua
rusticidade e capacidade de adaptação a ambientes diferentes daquele onde é naturalmente
encontrado.
As medições de temperatura da água não mostraram uma variação significativa entre os
meios natural (várzea) e artificial (tanque de concreto). Adversamente, em relação ao pH a
variação foi elevada, apresentando-se próximo ao neutro na várzea e alcalino no tanque. Essa
31

diferença não afetou a sobrevivência dos espécimes, demonstrando sua rusticidade citada
anteriormente (Tabela 1).

Tabela 1 – Valores de temperatura e pH medidos nos diferentes ambientes.


Várzea Tanque de concreto
Temperatura (°C) 29.9 29.5
Ph 6.5 9.2
Fonte: O Autor.

A duração total do experimento foi de 42 dias e a taxa final de sobrevivência, medida a


partir do número de indivíduos obtido em cada tanque-rede, foi igual a 1 (100%) durante todo
o experimento. Com base neste resultado podemos prever que o camarão regional (M.
amazonicum) é uma espécie rústica com alto grau de resiliência. Tal fato pode estar relacionado
tanto com a distribuição geográfica de M. amazonicum, quanto com o mecanismo de dispersão
da espécie abrangendo uma grande diversidade de ambientes naturais (BENTES et al., 2011).
Não foi registrado nenhum processo de muda de carapaça durante o experimento.
Dentre as espécies nativas do Brasil, M. amazonicum é a espécie que há mais ocorrência
de estudo sobre viabilidade de cultivos, por ter rápido crescimento e simples manutenção em
cativeiro. Embora tenha crescimento menor que outras espécies do gênero, atingindo cerca de
10 cm e 10 g de comprimento e peso médios, respectivamente, e não tendo característica
agressividade como as espécies M. acanthurus e M. carcinus, além de ser resistente a doenças
e predadores (LOBÃO; ROJAS, 1991).
32

6 CONCLUSÕES

Na medida do possível o sistema foi montado com a otimização dos matérias e


equipamentos disponíveis nos laboratórios de Prospecção e Estatística Pesqueira - LAPEP e de
Aquicultura Tropical (LAqTrop), da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA.
A reforma e impermeabilização do tanque foi eficiente, utilizando material com baixo
custo e tempo relativamente curto para a conclusão da obra.
O sistema foi povoado com os camarões capturados com os matapis confeccionados
artesanalmente com bambu, que se mostraram eficientes, a pesca ocorreu no rio Guamá nas
proximidades do Trapiche da UFRA. Durante o tempo de 42 dias de duração do teste de
sobrevivência no novo ambiente e alimentado com torta de babaçu triturado, não foi registrado
a ocorrência de morte dos indivíduos, o que demonstra a rusticidade e resiliência do camarão
regional.
O experimento se encontra em funcionamento podendo ser utilizado para uma série de
experimentos visando à formação dos estudantes de engenharia de pesca, além do
desenvolvimento da carcinicultura do camarão regional.
Alguns aprimoramentos devem ser realizados, principalmente com relação ao
abastecimento de água, filtragem e o fornecimento de aeração nos experimentos de cultivo
superintensivo. O sistema pode ser integrado aos experimentos de aquaponia com o uso da água
e dos efluentes do cultivo.
O cultivo em ambientes fechados pode ser uma solução/alternativa para evitar a
sobreexploração dos estoques em seu ambiente natural, evitando assim que as espécies não
ultrapassem a sua capacidade máxima sustentável de exploração, garantindo que o recurso
esteja disponível para gerações futuras e possa cumprir o seu papel na cadeia trófica do
ecossistema no qual se encontra, evitando desequilíbrios ecológicos.
33

REFERÊNCIAS

ABDUSSAMAD, M & M THAMPY. Cannibalism in the tiger shrimp Penaeus monodon


Fabricius in nursery rearing phase. J. Aquac. Trop. 1994.

ALI, M, A NIECIEZ; RJ WOOTTON. Compensatory growth in fishes: a response to growth


depression. Fish and Fisheries, 4:147-190. 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE CAMARÃO – ABCC. Berçários


Intensivos, Raceways E Crescimento Compensatório - Aumentando O Número De Ciclos
De Cultivo Por Ano. 2016. Disponivel em: http://abccam.com.br/wp-content/uploa
ds/2017/07/Apostila-Curso-BER%C3%87%C3%81RIOS-INTENSIVO.pdf. Acessado em
setembro de 2019.

BENTES, B.; MARTINELLI, J. M. ; SOUZA, L. S. ; CAVALCANTE, D. V. ; Almeida, M. C.


& Isaac, V. J. Spatial distribution of the Amazon River Shrimp Macrobrachium
amazonicum (Heller, 1862) (Decapoda, Caridea, Palaemonidae) in two perennial creeks
of an estuary on the northern coast of Brazil (Guajará Bay, Belém, Pará). Braz. J. Biol.
2011.

BENTES, B; MARTINELLI-LEMOS, J. M; ARAÚJO, C; ISAAC, V. A pesca do camarão-


da-Amazônia, perspectivas futuras no litoral paraense. Cienc. Cult. São Paulo, v. 68, n. 2,
2016.

BROWDY, C.; VAN WYK, P.; STOCK, C.; FLORES, D.; LEE, R. Tecnologia na fase de
berçário de camarões. Panorama da aquicultura, 2017. Disponível em: <https://panoramadaaq

DECAMP, OE, L CONQUEST, J CODY; I FORSTER. Effect of shrimp stocking density on


size-fractionated phytoplankton and ecological groups of ciliated protozoa within zero-
water exchange shrimp culture systems. J. World Aquacult. Soc., 38: 395-406. 2007.

FAO (Food and Agriculture organization of The United Nations). The State of Word Fisheries
and Aquaculture. Roma: Sofia, 2015.

FAO. SOFIA – The State of Word Fisheries and Aquaculture. Meeting The Sustainable
Development Goals, 2018. Disponível em: <http://www.fao.org/3/I9540EN/i9540en.pdf>.
Acessado em setembro de 2019.

FAVARETTO, L.; BOGDAN, A.; SANTOS, E.S. Consumo de oxigênio em Macrobrachium


amazonicum (Heller, 1862): Efeito da saturação de oxigênio dissolvido, Acta Amazonica,
Manaus, v. 6(4), p. 449-453, 1976.

FÓES, GK, C FRÓES, D KRUMMENAUER, L POERSCH & W WASIELESKY. Nursery of


pink shrimp Farfantepenaeus paulensis in biofloco technology culture system: survival
and growth at different stocking densities. J. of Shellfish Res., 30:(2), 1–7. 2011.

GURGEL, J. J. S.; MATOS, M. O. M. Sobre a criação extensiva do camarão-canela,


Macrobrachium amazonicum (HELLER, 1862) nos açudes públicos do nordeste
brasileiro. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AQÜICULTURA, 3, São Carlos. Anais...p. 295–
311. 1984.
34

HUSSEIN, J. S. M. Levantamento De Patologias Causadas Por Infiltrações Devido À Falha


Ou Ausência De Impermeabilização Em Construções Residenciais Na Cidade De Campo
Mourão – Pr. Orientador: Prof. Msc. Roberto Widerski. 2013. 54f. Trabalho De Conclusão De
Curso (Bacharelado Em Engenharia Civil) – Universidade Tecnológica Federal Do Paraná,
Campo Mourão, 2013. Disponível em:<http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/18
73/1/CM_COECI_2012_2_03.pdf>. Acessado em setembro de 2019.
IBAMA. Estatística da Pesca e Aquacultura: grandes regiões e unidades da federação.
Brasília. 147p. 2007.

IBRAHIM, A.N.A.F. Controle social do crescimento do camarão-da-amazônia


Macrobrachium amazonicum – Jaboticabal. Dissertação de Mestrado, Centro de Aquicultura,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista. 39p. 2011.

INTERNATIONAL PRINCIPLES FOR RESPONSIBLE SHRIMP FARMING. Report


prepared under the World Bank, NACA, WWF and FAO Consortium Program on
Shrimp Farming and the Environment. 20 pp. 2006. Disponível em: <http://library.enaca.or
g/shrimp/publications/shrimp-principles-2006.pdf>. Acessado em setembro de 2019.

JOBLING, M, OH MELOY, JD SANTOS; B CHRISTIANSEN. The compensatory growth


response of the Atlantic cod: effects of nutritional history. Aquacult. Inter., 2: 75–90. 1994.

KRUMMENAUER, D, RO CAVALLI, LH POERSCH; W WASIELESKY. Superintensive


Culture of White Shrimp, Litopenaeus vannamei, in a Biofloc Technology System in
Southern Brazil at Different Stocking Densities. J. World Aquacult. Soc., 42: 726-733. 2011.

KUMLU, M, OT EROLDOGAN, & B SAGLAMTIMUR. The effects of salinity and added


substrates on growth and survival of Metapenaeus monoceros (Decapoda: Penaeidae)
post-larvae. In: Aquaculture, 196: 177–188. 2001.

LIMA, J., F.; MONTAGNER, D. Aspectos Gerais da Pesca e Comercialização do Camarão-


da-Amazônia no Amapá. Embrapa, Comunicado Técnico 95 - ISSN 1517-4077. Macapá,
2014.

LOBÃO, V. L.; ROJAS, N. E. T. Camarões de água doce. Da coleta ao cultivo, à


comercialização. São Paulo: Ícone, 112 p, 1991.

LONERAGAN, N, DJ DIE, GM KAILIS, R WATSON; N PRESTON. Developing and


Assessing Techniques for Enhancing Tropical Australian Prawn Fisheries and the
Feasibility of Enhancing the Brown Tiger Prawn (Penaeus esculentus) Fishery in
Exmouth Gulf. Final report on FRDC project 1998/222. CSIRO, Cleveland. 1998.

MAGALHÃES, C. Desenvolvimento larval obtido em laboratório de palaemonideos da


Região Amazônica. Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea,
Decapoda).Amazoniana, 9(2): 247-274. 1985.

MARGALEF, R. Limnología. Omega S.A., Barcelona, España, 1010p. 1983

MARQUES, H.L.A.; LOMBARDI, J.V.; MALLASEN, M.; BARROS, H.P.; BOOCK, M.V.
Stocking densities in cage rearing of Amazon river prawn (Macrobrachium amazonicum)
during nursery phases. Aquaculture, v. 307, p. 201–205, 2010.
35

MISHRA, J K, TM SAMOCHA, S PATNAIK, M SPEED, RL GANDY; AM ALI.


Performance of an intensive nursery system for the Pacific white shrimp, Litopenaeus
vannamei, under limited discharge condition. Aquacult. Eng., 38: 2– 15. 2008.

MORAES-RIODADES, P. M. C. Cultivo do camarão-da-amazônia, Macrobrachium


amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea, Decapoda, Palaemonidae) em diferentes
densidades: fatores ambientais, biologia populacional e sustentabilidade econômica. 2005.
ix, 117 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Centro de Aquicultura, 2005.
Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/144173>.

MORAES-RIODADES, P. M. C.; VALENTI, W. C. Freshwater Prawn Farming in


Brazilian Amazonia Shows Potential for Economic and Social Development. Global
Aquaculture Advocate. 2001.

MORAES-RIODADES, P. M. C.; VALENTI, W. C.; PERALTA, A. S. L.; AMORIM, M. D.


L. Carcinicultura de água doce no Estado do Pará: situação atual e perspectivas. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE PESCA, 9 e CONGRESSO LATINO-
AMERICANO DE ENGENHARIA DE PESCA, 1, 1999, Recife. Anais. Recife, AEP-PE,
FAEP-BR. p. 598 – 604. 1999.

MORAES-RIODADES, P.M.C. 2005 Cultivo do camarão-da-Amazônia Macrobrachium


amazonicum (Heller, 1862) (Crustácea, Decapoda, Palaemonidae) em diferentes
densidades: fatores ambientais, biologia populacional e sustentabilidade econômica.
Jaboticabal. 117p. (Tese de Doutorado), Universidade Estadual Paulista, 2005.

ODINETZ - COLLART, O. La Pêche Crevettiêre De Macrobrachium Amazonicum


(Palaemonidae) Dans Le Bas-Tocantins, Après La Fermeture Du Barrage De Tucuruí (Brasil).
Revista de Hydrobiol. Tropical, v. 20, n. 2, p.134-144, 1987.

OTOSHI, CA, LR TANG, DV DAGDABAN, CM HOLL, CM TALLAMY, DR MOSS, SM


ARCE; SM MOSS. Super intensive growout of the pacific white shrimp Litopenaeus
vannamei: Recent advances at the oceanic institute. In: proceeding o the 6th International
conference Recirculating Aquaculture p.1-5. Virginia Tech University, Blacksburg. 2006.

PETERSON, JJ; DR GRIFFITH. Intensive nursery systems. Global Aquacult. Advocate, 2:


60–61. 1999.

SAMPAIO, C. M. S.; SILVA, R. R.; SANTOS, J. A. & SALES, S. P. Reproductive cycle of


Macrobrachium amazonicum females (Crustacea, Palaemonidae). Braz. J. Biol. 2007.

SILVA, K.C.A.; SOUZA, R.A.L.; CINTRA, I.H.A. Camarão-cascudo Macrobrachium


amazonicum (Heller, 1862) (Crustacea, Decapoda, Palaemonnidae) no município de Vigia-
Pará-Brasil. Boletim Técnico-Científico do Cepnor, v. 2, p. 41-74, 2002.

uicultura.com.br/tecnologia-fase-bercario-camaroes/>. Acessado em setembro de 2019.

VALENTI, W. C. Cultivo de camarões de água doce. São Paulo, Nobel. 82 p., 1985.

VALENTI, W. C.; FRANCESCHINI-VICENTINI, I. B.; PEZZATO, L. E. The potential for


Macrobrachium amazonicum culture. In: WORLD AQUACULTURE 2003 SALVADOR,
BRAZIL, “REALIZING THE POTENTIAL: RESPONSABLE AQUACULTURE FOR
A SECURE FUTURE”. Salvador, Anais. p. 804., 2003.
36

WASIELESKY, W, LH POERSCH, L JENSEN & A BIANCHINI. Effect of stocking density


on growth of pen reared pink shimp Farfantepenaeus paulensis (Pérez-Farfante, 1967)
(Crustacea, Penaeidae). Náuplius, 9: 163-167. 2001.

WETZEL, R. G. Limnología. Ômega S.A. Barcelona, España, p. 679, 1981.

ZIMMERMANN, S. Manejo da fase de crescimento final. In: Valenti, W. C. Carcinicultura


de água doce. Tecnologia para a produção de camarões. IBAMA, Brasília, Brasil, p.191- 215,
1998.

Você também pode gostar