Hidrologia

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RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS

PARA OS CULTIVOS DO MILHO


E FEIJÃO-DE-CORDA

Luiz Henrique de Oliveira Lopes


Clementino Marcos Batista de Faria
RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS
PARA O CULTIVO DO MILHO

Luiz Henrique de Oliveira Lopes


Clementino Marcos Batista de Faria
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO ABASTECIMENTO E DA REFORMA AGRÁRIA - MAARA
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA
CENTRO DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO TRÓPICO SEMI-ÁRIDO - CPA TSA

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA O CULTIVd DO MILHO

LUIZ HENRlQUE DE OLIVEIRA LOPES


Eng. Agr. M.Sc. - Manejo de culturas

CLEMENTINO MARCOS BATISTA DE FARIAS


Eng. Agr. - M.Sc. - Fertilidade de solos

PETROLINA-PE. 1995
INTRODUÇÃO

A cultura do milho tem elevada importância para a economia do Nordeste, uma vez que
participa fortemente da composição da dieta alimentar humana, como também é um dos
principais componentes da ração animal. Estima-se que cerca de 40 milhões de dólares são
movimentados anualmente em atividades correlacionadas com o milho. Entretanto, as oscilações
climáticas não permitem o estabelecimento de sistemas de produção estáveis e produtivos,
acarretando grande falta de milho, o qual é suprido através de importações, com consequência
direta nos preços finais dos produtos agroindustriais produzidos.
Por outro lado, a agricultura irrigada começa a se consolidar na região, já se contando
com 14 pólos de irrigação nos Estados do Nordeste, incluindo-se aí o Norte de Minas Gerais. A
cultura do milho poderá ser uma alternativa viável na agricultura irrigada, desde que a sua
produtividade alcance, pelo menos, 6.000 kg/ha de grãos, em escala comercial, em rotação com
as principais olerícolas exploradas na região, como tomate industrial, cebola, melancia e melão.
Os riscos climáticos para quem pratica a exploração da cultura sob total dependência de
chuva e o médio desempenho econômico da lavoura em condições de cultivo irrigado,
certamente constituem fatores que, de um modo ou de outro, contribuem para que o milho seja
ainda uma cultura explorada por pequenos produtores da região Nordeste

O AMBIENTE

Como qualquer outro ser vivo, a planta de milho interage com o ambiente onde é
cultivada , exteriorizando, através de respostas fisiológicas, a magnitude da interação planta x
ambiente. Como se sabe, alguns fatores ambientais podem ser controlados de modo
economicamente viável, ao passo que outros não o são.

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De acordo com Brunini, citado por Sá (1993), quatro variáveis têm influência decisiva no
desenvolvimento das plantas, a saber;
- temperatura do ar e do solo;
-precipitação pluviométrica;
-radiação solar.
-fotoperíodo

Efeito da temperatura do ar

A influência das condições térmicas no milho ocorre em todo o ciclo fenológico, da


germinação ao estádio de maturação, sendo que a intensidade desse efeito varia de conformidade
com a fase da cultura. O florescimento do milho, por exemplo, ocorre mais rapidamente com
temperaturas próximas de 25 graus centígrados, retardando à medida que a temperatura diminui.
Estudos realizados por Herrero & Johnson (1980) mostram que a temperatura média noturna
tem um importante efeito sobre a germinação do pólen do milho. Esses autores observaram que
exposição prolongada a temperaturas superiores a 32 graus centígrados reduz a germinação do
grão de pólen, podendo, em alguns genótipos, chegar a 100%.

Ceulemans et aI. (1988) observaram sensível efeito da temperatura do ar na fisiologia de


plantas de milho através da resistência estomática, independentemente das condições de água no
solo, refletindo, consequentemente, na taxa de assimilação de CO2.

Efeito da precipitação pluviométrica

A falta de água no solo, como se sabe, constitui o principal fator de redução no rendimento
das lavouras. Em condições de cultivo de sequeiro, dado ao caráter aleatório de ocorrência das
chuvas, a questão é mais séria, face aos riscos de frustração de safra, principalmente se a escassez
de água no solo ocorre na fase reprodutiva do milho. Já sob condições de irrigação, o manejo de
água deve ser bem controlado, de modo que na fase mais crítica da planta (fase reprodutiva), não

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ocorra desbalanceamento de água. De acordo com Lopes, (1987), a cultura do milho mostrou-se
particularmente sensível à escassez de água no solo na fase compreendida entre 40 e 70 dias
após o plantio, com redução de aproximadamente 40% no rendimento de grãos em relação ao
tratamento sem restrição de água. O trabalho foi conduzido no Campo Experimental da
EMBRAP A, em Petrolina-Pernambuco.

ÉPOCA DE PLANTIO

Como foi visto anteriormente, o fator precipitação pluviométrica é decisivo na


exploração econômica das culturas. Deste modo, a recomendação da época mais adequada de
plantio para o milho está em estreita correlação com o início do período chuvoso e definição da
"quadra invernosa". Considerando que nem todas as regiões do Nordeste do Brasil apresentam
uniformidade neste aspecto, desnecessário é estabelecer períodos fixos para época de plantio. A
definição segura quem dá é o próprio ambiente.
Por se tratar de uma cultura de ciclo mais longo que o feijão-de-corda ou caupi (Vigna) e
feijão comum (Phaseolus), recomenda-se iniciar o plantio com o milho e, em seguida, plantar a
leguminosa. No caso de plantio consorciado, a melhor opção é o plantio simultâneo, conforme
resultados obtidos por Cardoso et aI. (1987).
Em situação de cultivo irrigado, a definição da época de plantio deve levar em conta
outros fatores, a fim de que o produtor tenha a melhor resposta econômica possível para a
lavoura. Entre estes, a questão rotacional com culturas olerícolas é de grande importância, pois
concorre para a redução do nível de patógenos no solo, além de contribuir para a melhoria das
condições fisicas, químicas e biológicas do solo pela incorporação da palhada.
Sabe-se que o plantio efetuado em época mais amena tem chance de melhor rendimento,
sobretudo pela influência da temperatura noturna, conforme comentado anteriormente. Assim

sendo, a recomendação nestes casos, é de compatibilizar os fatores de ordem agronômica, técnica


e mercadológica, para ser definida a época oportuna de plantio.

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/

CULTIVARES

Duas situações distintas precisam ser analisadas para a definição de qual ou quais
cultivares se recomendar. Deve-se acrescentar que o Nordeste brasileiro apresenta uma grande
variação de solo, clima, sistemas de cultivo, etc, para os quais as cultivares recomendadas devem
ter razoável capacidade de adaptação a esses ambientes e sistemas de manejo.
Dois tipos de cultivares comum ente são evidenciadas: as variedades sintéticas e os
híbridos. Recomenda-se o uso de variedades sintéticas para áreas de menor tecnificação da
lavoura. Sua maior variabilidade genética em relação aos híbridos confere maior estabilidade de
produção , principalmente em regiões de grande variação nas condições edafoclimáticas.
Normalmente, apresentam rendimento mais baixo em comparação aos híbridos. O agricultor
pode usar o mesmo material por vários anos e até mesmo fazer sua própria seleção, escolhendo as
melhores plantas para a colheita de sementes destinadas ao plantio do ano seguinte. Já os
híbridos, resultantes do cruzamento controlado entre pais geneticamente distintos, são indicados
para produtores com bom domínio das tecnologias exigi das para maxirnização do rendimento e
para regiões onde o ambiente não seja tão hostil ao milho.

Cada Estado do Nordeste tem instituição de pesquisa que normalmente indica quais
variedades ou híbridos devem ser usados pelos agricultores. No caso específico de Pernambuco,
os materiais mais indicados são: BR 106 e BR 5028. A primeira cultivar é mais indicada para
locais de menor risco climático e, principalmente, para áreas irrigadas. A outra cultivar é
recomendada para regiões de maior risco climático. Apresenta, ao contrário da BR 106, altura
baixa de planta e de inserção de espiga, com clclo cerca de quinze dias menor em relação à
pnmeira.

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MANEJO DE SOLO E DA CULTURA

Para que a exploração da cultura do milho possa apresentar resultado satisfatório em


termos de desenvolvimento e produtividade, o produtor deve ter cuidados especiais com a
escolha e preparo do solo e proporcionar à lavoura, durante todo o ciclo vegetativo, as melhores
condições possíveis de manejo do solo e da cultura.

Preparo de solo

As pesquisas desenvolvidas pelo ePA TSA em manejo de solo para agricultura de sequeiro
têm apresentado bons resultados para o sistema de preparo de solo que proporciona maior
retenção de água de chuva no local onde ela ocorre. Também conhecido como sistema de
captação de água de chuva In situ", esta prática permite redução do escoamento superficial,
fazendo com que maior volume de água se infiltre na zona de exploração das raízes. Pode ser
feita com trator ou equipamento de tração animal (arado ou sulcador ).
Dois processos principais são recomendados, como indicado a seguir, para preparo de solo
visando captação tn situ": Modelo Guimarães Duque: usa-se trator equipado com arado de disco,
reversível, de modo que as linhas de plantio fiquem espaçadas de 1,50 m. A semeadura é feita em
covas localizadas na borda da leiva, em posição que corresponde, aproximadamente, ao alcance
da linha d'água, por ocassião das chuvas; Modelo Aração Parcial: também conhecido como
aração em faixa, é feito com arado reversível de tração animal, de modo que as linhas de plantio
.. fiquem espaçadas de 1,00 m .
Em situação de cultivo irrigado, usa-se o preparo convencional, compreendendo roço, aração,
gradeação e abertura de sulco. Nos plantios com irrigação por aspersão convencional ou pivô
central, é indicado o plantio direto, no qual a fase de revolvirnento do solo é eliminada, usando-
se herbicidas específicos para eliminar as ervas daninhas existentes ou mesmo plantas de culturas
anteriores cultivadas na área.

G
Nutrição mineral e adubação

A Tabela 1 mostra a quantidade de nutrientes absorvida pelo milho em função da


produtividade. O nutriente absorvido em maior quantidade é o nitrogênio. Realmente, o milho é
uma das culturas que mais responde à adubação nitrogenada. O potássio é o segundo elemento
absorvido em maior quantidade, porém são raros os casos em que o milho tenha apresentado
resposta a este nutriente, enquanto que em relação ao fósforo, embora seja absorvido em
pequenas quantidades, é comum a resposta da planta a este nutriente, isso porque os solos do
sem i-árido nordestino são, de um modo geral, pobres em nitrogênio e fósforo e possuem teores
médio a alto de potássio. Dos rnicronutrientes, o zinco e o boro são os que podem aparecer, em
alguns poucos casos, como limitantes da produtividade. Os dados de Buli (1990) referentes à
marcha de absorção de nutrientes mostram que as exigências dos elementos nos primeiros vinte
dias de idade da planta são muito pequenas. A reserva contida nas sementes do milho é suficiente
para atender às necessidades iniciais da planta. As exigências por nitrogênio são maiores no
período compreendido entre o início do florescimento e início da formação dos grãos, e a
acumulação máxima desse elemento na planta ocorre por volta de 80 dias após a germinação,
com uma quantidade de 180 kg/ha de N. As exigências de fósforo são maiores na época próxima
ao pendoamento, e o pico de acúmulo desse elemento na planta ocorre entre 80 e 100 dias, com
uma quantidade de 30 kg/ha de P205. Em relação ao potássio, a taxa de absorção nos primeiros
30 - 40 dias de desenvolvimento, já é elevada, maior do que as necessidades iniciais de
nitrogênio e fósforo, sugerindo que ele pode ser considerado como um elemento de "arranque".
Segundo ainda Buli (1990), o ponto máximo de acúmulo de potássio na cultura do milho ocorre
ao redor de 60 dias, com uma quantidade de 218 kg/ha de K.
Nos estádios finais do ciclo da cultura, ocorrem reduções das quantidades acumuladas de
alguns nutrientes na planta (Buli, 1990). O nitrogênio pode ser perdido por volatilização. As
perdas de potássio podem atingir a metade de todo o elemento absorvido pela planta, tendo como

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causa a lavagem do íon pela chuva e a degenerescência de células e tecidos. ° cálcio, magnésio e
enxofre também sofrem grandes perdas no final do ciclo.
A adubação para os cultivos irrigados deve obedecer à recomendação apresentada na Tabela
2. Um terço do nitrogênio e todo o fósforo e potássio devem ser aplicados em fundação, antes do
plantio. ° restante do nitrogênio (2/3) deve ser aplicado em cobertura aos 35 dias após o plantio.
Para os cultivos de sequeiro, não se recomenda a adubação com nitrogênio e potássio para o
milho no sem i-árido nordestino, devido aos riscos de perda de produção agrícola pela falta e
irregularidade de chuvas na região, à grande probabilidade de perdas de nitrogênio por lixiviação
e volatilização e à falta de resposta da cultura à adubação potássica. Para o fósforo, cuja
probabilidade de perdas no solo é mínima e que tem um efeito residual significativo na
produtividade das culturas por vários anos, torna-se viável fazer adubação fosfatada baseada na
análise do solo. Assim, para solos com teores de fósforo (P) iguais ou menores que 4 ppm, entre
5 e 9 ppm e entre 10 e 15 ppm, recomenda-se as doses de 80, 60 e 30 kg/ha de P20s ,
respectivamente.

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TABELA 1. Conteúdo de nutrientes na parte aérea de culturas de milho, conforme a
produtividade

Nutrientes Produção ( t/ha de grãos)


2,1 5,9

----------------- kg/ha -------------


Nitrogênio ( N ) 53 163
Fósforo (P) 8 28
Potássio ( P ) 48 96

Cálcio (Ca) 9 20
Magnésio (Mg ) 10 38

----------------- g/Ila ---------------


Ferro (Fe) 487 1.226
Manganês ( Mn ) 78 465
Cobre (Cu) 25 122
Zinco (Zn) 92 329
Boro (B) 39
Molibdênio ( Mo ) 2

Fonte: Adaptado de BulI ( 1990)

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TABELA 2. Adubação para o milho irrigado conforme a análise de solo

Fósforo no Potássio no solo ( meq/100 ml )

solo (ppm) o - 0,07 0,08 - 0,15 0,16 - 0,23 0,24 0,30

kg/ha de P205 e K20, em fundação


o - 5 80 - 80 80 - 60 80 - 40 80 - 20

6 -10 60 - 80 60 - 60 60 - 40 60 - 20

11 - 20 40 - 80 40 - 60 40 - 40 40 20

21 - 40 20 - 80 20 - 60 20 - 40 20 - 20

Adubação nitrogenada (kg/ha): 30 em fundação e 60 em cobertura

Fonte: Comissão Estadual de Fertilidade do Solo (1989)

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Sistema de plantio

A recomendação de um determinado sistema de plantio deve ser feita em função das


conveniências do próprio produtor, recursos disponíveis e objetivo principal da lavoura. Nas
regiões de cultivo sob dependência de chuva, é muito comum o plantio do milho consorciado
com outras culturas, de modo especial com o feijão-de-corda, feijão comum, mandioca, arroz,
palma, algodão ou capim buffel. Esta prática, combatida insistentemente até a década de 70, foi
objeto de avaliação em várias instituições de pesquisa, nacionais e internacionais. Os resultados
obtidos sugerem que o consórcio é vantajoso sob vários aspectos, especialmente os relacionados
com riscos, melhor aproveitamento dos recursos ambientais e eficiência de uso da terra. Tem
restrições de natureza operacional, sobretudo em plantios onde há grande uso de máquinas e
implementos agrícolas. Nas áreas irrigadas não se recomenda esta prática, principalmente por
razões econômicas, fitossanitárias e operacionais.
A quantidade de sementes para plantar 1 hectare de milho é de aproximadamente 20 kg, desde
que a sua germinação seja igualou superior a 85%, no caso de plantios isolados. Em situação de
consórcio, a quantidade de sementes vai depender da proporcional idade de ocupação espacial
entre as culturas consorciadas. O tamanho da peneira, por sua vez, contribui para a determinação
do peso total gasto para plantar 1 hectare de milho.

Espaçamento e população de plantas

o espaçamento entre linhas e entre plantas na lavoura do milho varia de acordo com as
condições do ambiente, de modo especial a fertilidade do solo e os objetivos do produtor, isto é,
a destinação final do produto. De um modo abrangente, pode ser recomendado o espaçamento de
1,0 m entre linhas e 0,50 m entre covas, com duas plantas por covas.
Em locais onde ocorre incerteza das precipitações pluviométricas, recomenda-se lavouras com
população inicial em torno de 30 a 40 mil plantas por hectare, o que significa dizer que o estande
final deve ficar com 25 a 30 mil plantas. Este nível populacional pode ser ajustado a vários

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espaçamentos entre linhas e covas, dependendo de cada situação específica. Já sob condições de
irrigação, é conveniente usar nível populacional mais elevado, reduzindo, preferencialmente, o
intervalo entre plantas. Na hipótese da cultura se destinar ao consumo de "milho verde",
recomenda-se adotar população mais baixa, em torno de 30 mil plantas por hectare, com o
objetivo de se ter espigas mais desenvolvidas. Se a cultura vai ser usada para forragem animal em
forma de silagem, a recomendação é de que a população final não seja superior a 55 mil plantas
por hectare.

Controle de ervas daninhas

As ervas daninhas competem com a lavoura do milho por água, luz, nutrientes e gás carbônico
disponíveis sob quantidades limitadas, e por ação alelopática. Há também influência nociva das
ervas na medida em que elas podem atuar como plantas hospedeiras de patógenos para a cultura
do milho.
A pergunta que se faz é: até que fase do ciclo feno lógico do milho a ocorrência de ervas
daninhas determina perdas econômicas à lavoura? Estudos realizados por Blanco, citado por
Fornisieri Filho (1992), mostram que a influência das ervas no rendimento do milho é mais
intensa na fase compreendida entre 15 e 45 dias após a germinação, sendo que a época critica
corresponde ao período que vai dos 15 aos 30 dias após a emergência das plantas de milho. Na
Tabela 3, constam dados relativos às perdas no rendimento do milho em função dos períodos de
controle de ervas.

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TABELA 3. Influência dos períodos de controle de ervas sobre o rendimento de grãos na cultura
do milho

TRATAMENTOS Rendimento Perdas no


(kg/ha) rendimento (%)

Sem controle todo o ciclo 1.300 67,0


Controle dos 15 aos 30 dias 3.102 21,0
Controle dos 15 aos 45 dias 3.676 6,0
Controle dos 15 aos 60 dias 3.703 5,5
Controle dos 30 aos 45 dias 3.708 5,5
Controle dos 30 aos 60 dias 3.896 0,5
Controle dos 45 aos 60 dias 2.813 28,0
Controle todo o ciclo 3.919 O

Fonte: Adaptado de Fornasieri Filho (1992)

Os herbicidas utilizados são designados de pré-plantio, pré-emergência e pós-emergência.


Os de pré-plantio são aplicados antes da semeadura da cultura e antes ou depois da emergência
das ervas. Os herbicidas chamados de pré-emergência são aqueles usados antes da emergência da
planta do milho ou das ervas daninhas, enquanto os de pós-emergência devem ser aplicados
depois da emergência da cultura e da erva. Na Tabela 4, estão listados os principais herbicidas e
respectivas dosagens mais utilizados na cultura do milho.
O volume de água + herbicida (calda) para aplicar em 1 hectare, em tratamento
convencional, varia, em média, de 250 a 400 l. A modalidade de aplicação depende da dimensão
da área a ser tratada, disponibilidade de equipamentos, etc. Modernamente, a EMBRAP A-

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CNPMS, em Sete Lagoas-MG, vem recomendando a aplicação de herbicidas de pré-emergência
via água de irrigação, em aspersão convencional ou pivô central.
É importante que o produtor compreenda que o controle de ervas daninhas, além de
eliminar a competição entre plantas de milho e de mato, facilita a colheita e permite que não haja
aumento gradativo da infestação, comprometendo as produções futuras.

Colheita, beneficiamento e armazenamento

Teoricamente, a colheita pode ser iniciada a partir do momento em que o grão atinge a
maturação fisiológica, isto é, por ocasião em que em cerca de 50% dos grãos aparece a "camada
negra" no ponto de inserção do grão no sabugo (Fundação Cargil, 1989). Na maturidade
fisiológica, os grãos apresentam o máximo acúmulo de matéria seca, máxima germinação e
vigor. Apesar de ser o momento ideal para a colheita, na prática isto se torna difícil, face ao
elevado teor de umidade no grão. A colheita mecânica deve ser feita quando a umidade do grão
atingir 22 a 20 %, sendo que, neste caso, é necessária uma secagem complementar, para evitar
deterioração rápida dos grãos no armazenamento. Na colheita manual, o teor de umidade pode
chegar em torno de 16 - 15 %, sem precisar de secagem posterior. Permanecer com o milho na
planta em campo por longo período favorece a incidência de insetos, aves e roedores.
O beneficamento do milho em áreas de grandes produtores é feito ao mesmo tempo em que a
colheitadeira processa a colheita. Para o pequeno produtor fica difícil proceder a colheita
mecânica, a não ser com máquinas de cooperativas ou de particulares, muitas vezes inviável por
questões de infra-estrutura. Resta, então, a colheita manual. Apesar de ser muito mais lenta, é
bem mais eficiente em relação a perdas dos grãos.

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TABELA 4. Herbicidas mais utilizados na cultura do milho

Nome Nome Dosagem ( I ou kg lha) Aplicação


técnico comercial

EPTC Erradicane 5 - 7 Pré-plantio

Epcorn 5 - 7

Butylate + Atrazine Sutazim 6 - 8

Metolachlor + Atrazine Primestra SC 5,0 - 8,0 Pré-emergência

Linuron Afalon SC 1,6 - 3,3

Atrazine Gesaprim 3,0 - 6,0


Atrazinax 3,5 - 6,5
Alachlor Laço CE 5,0 - 7,0
Metolachlor Dual 2,5 - 3,5
Pendimethalin Herbadox 2,0 - 3,5

Ametrine Gesapax 2,5 - 3,0 Pós-emergência

Herbipak 2,5 - 3,0


Atrazine + Herbimix 6,0 - 7,0
Simazine Triamex 3,5 - 6,5

Primatop 3,5 - 6,5

Alachlor + Agimix 6,0 - 6,0


Atrazine Boxer 7,0 - 9,0

Fonte: Adaptado de Almeida (1991) e Fornasieri Filho (L992)

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o beneficiamento, neste caso, pode ser feito de imediato, ou posteriormente, conforme cada
situação particular.
O armazenamento tem por objetivo manter as características biológicas, fisicas e químicas que
o grão possui ao ser colhido. Na pequena produção os cuidados com o armazenamento, via de
regra, são negligenciados, o que determina razoável perda na qualidade do produto. O
armazenamento do milho em palha, quando feito sob precárias condições, contribui para a
deterioração dos grãos face ao ataque de roedores, carunchos, etc. O recomendável, nestes casos,
é armazenar o milho em recipientes bem fechados ( silos, vasilhames, tambores, etc ), de modo
que não ocorra troca de gases entre o recipiente e o ambiente externo.
Uma questão importante a considerar no armazenamento está relacionada com a umidade do
grão e a temperatura. O milho deve ser armazenado com teor de umidade em torno de 13% nas
regiões onde a temperatura varia de 25 a 34 graus centígrados, sem riscos de deterioração do grão
para fins comerciais ou mesmo para plantio, desde que o tempo de armazenamento não seja
muito grande, isto é, acima de oito meses.

Produtividade e custos

É comum observar que nem sempre o maior emprego de fertilizantes na lavoura do milho se
traduz em boa lucratividade. Às vezes um manejo adequado de solo ( e de água, quando irrigado)
e de tratos culturais, pode determinar melhor desempenho econômico. Significa dizer que é
necessário a convergência de ações de tecnologia e de uma boa administração da cultura, para
que a lucratividade atinja níveis satisfatórios.
Para a situação predominante no sem i-árido do Nordeste do Brasil, onde se destacam a
pequena produção e condução da lavoura de milho sob condições de sequeiro, quase sempre o
mais importante não é obter alta produdtividade, mas sim estabilidade de produção. Deste modo,
face à vulnerabilidade a que está sujeito, ao caráter familiar da exploração e ao baixo valor de
mercado na época em que é comercializado, o pequeno produtor de milho da região não se sente

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estimulado a investir na melhoria do seu sistema de produção, a fim de conseguir melhor
produtividade. De acordo com a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( 1991 ),
o rendimento médio do milho no Nordeste, no ano de 1989 foi de 572 kg/ha. Níveis razoáveis de
produtividade são alcançados em áreas irrigadas, nas quais o suprimento adequado de insumos
modernos e melhor tecnologia de produção proporcionam condições favoráveis para que a
planta exteriorize seu potencial produtivo. Lopes et ai (1994 ), avaliando genótipos de milho em
condições irrigadas do polo Petrolina/Juazeiro (PE/BA) encontraram resultados de rendimento
entre 1.456 a 4604 kglha. O trabalho foi conduzido no período de novembro/92 a março/93,
época de temperatura mais elevada na região. Lopes e Queiroz ( s.d.) testaram alguns genótipos
de milho em dois tipos de solo (leve e pesado), sob condições de irrigação, no polo
Petrolina/Juazeiro, nos anos de 1986 e 1989, obtendo rendimento de até 7.100 kg/ha. Na
composição dos tratamentos, foram incluídas variedades, linhagens e híbridos. Dados pertinentes
a esse trabalho encontram-se na Tabela 5.
Dados relativos a custo de produção de milho em condições de sequeiro , obtidos nos
trabalhos de pesquisa do CPATSA, estão na Tabela 6. As informações foram coletadas no
Sistema de Produção de Sequeiro, ano agrícola 93-94, atualizadas para abrill95.
O custo de produção acompanhado em lotes de colonos do Projeto de Irrigação Senador Nilo
Coelho, em Petrolina-PE, também com valores atualizados para abril/95, encontra-se na Tabela
7. Os colonos de cujos lotes foram coletados os dados apresentados na referida tabela podem ser
considerados de nível tecnológico baixo. Os coeficientes técnicos referentes a esses mesmos
lotes são apresentados na Tabela 8.
Para lavoura irrigada por aspersão, via pivô central, os custos são bem mais elevados, sendo
que a produtividade atinge 4.000 a 5000 kh/ha, enquanto os custos chegam a R$ 690,00,
conforme a Tabela 9. Custo e produtividade com esses valores não dão margem de lucro
compensadora, a não ser que se considere o efeito indireto da cultura do milho na melhoria das
condições do solo pela incorporação da palhada após a colheita.

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o Serviço de Produção de Sementes Básicas da EMBRAPA, em Petrolina, produz sementes
básicas de milho com irrigação via pivô central. Os valores apresentados na Tabela 9 foram
obtidos em campos de produção comercial desta instituição.

TABELA 5. Rendimento (kg/ha) de alguns genótipos de milho cultivados sob irrigação no

Submédio São Francisco

Genótipos Bebedouro Mandacaru Característica


(1986) (1989)

BR 5028 5.051 4.654 Cultivar


Jatinã C-3 anão 4.637 4.936 Cultivar

Centralmex 4.171 6.086 Cultivar


Dentado Composto 4.738 6.607 Cultivar

CMS 351 5.176 5.608 Linhagem

CMS 352 4.138 5.931 Linhagem

CMS 33 4,718 5.715 Linhagem

BR 106 4.678 5.715 Cultivar


Pioneer 3210 7.126 Híbrido

Pioneer 3238 6.959 Híbrido

Ag 303 6.932 Híbrido

Pioneer 3226 6.851 Híbrido

Contima 322 5.974 Híbrido

Média: Cultivares = 5.600 kg/ha Linhagens = 5.720 kg/ha Híbridos = 6.770 khJha

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TABELA 6. Custo de produção de milho em sistema de cultivo isolado, sob dependência de
chuva, obtido em Campo Experimental do CP ATSA, em Petrolina-PE. Área: 1 ha.
Valores atualizados para abril/95.

ITEM Unido Quant. Valor unit. Valor total %

R$ R$

------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Preparo de solo
- aração h/m 4 17,00 68,00 28,0
Insumos
- sementes kg 20 1,00 20,00 8,2
- defensivos kg/l 2 12,00 24,00 9,9
- sacana U 2S 0,80 20,00 8,2
Mão-de-obra
- plantio h/d 2 6,00 12,00 4,9
- limpa " 5 5,00 25,00 10,3
- aplico defens. h/d 4 6,00 24,00 9,9
- colheita " 5 5,00 25,00 10,3
- beneficiamento " 5 5,00 25,00 10,3

Total 243,00 100

19
TABELA 7. Custo de produção de milho em lotes de colonos do Projeto de Irrigação Senador
Nilo Coelho, no ano agrícola 93/94. Valores atualizados para abrill95. Área: 1 ha.

ITEM L o T E
A B C D Média

Preparo de solo
- aração 22,50 37,50 30,00
- gradagem 10,00 15,00
- cult. animal 30,00 7,50
- aberto sulco 30,00

10,00 67,50 37,50 67,50 45,62


Insumos
- sementes 40,00 20,00 22,00 20,00
- defensivos 23,33 19,77 6,00
- água 48,20 52,15 61,90 44,20
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
88,20 95,45 103,67 70,20 89,38
Mão-de-obra
- plantio 6,60 12,50 5,00 10,00
- irrigação 73,30 75,00 55,00 40,00
- pulverização 57,00 24,00 15,00
- capina manual 20,00 30,00 35,00 17,50
- colheita/benef. 10,00 16,25 20,00 37,62

109,90 190,75 139,00 120,12 139,94

Total 208,10 353,73 280,17 257,82 274,95

Rendimento ( kg/ha ) 1.800 450 1000 1.2000

Fonte: Adaptado de Prefeitura Munipal de Petrolina e EMBRAPA-CPATSA. 1995

20
TABELA 8. Coeficientes técnicos observados em lotes do Projeto de Irrigação Senador Nilo
Coelho, com a cultura do milho,no ano agrícola 93/94.

ITEM L o T E

A B C D
Unido Quant. Quant. Quant. Quant.

Aração h/m 1,50 2,50 2,00


Abertura de sulco " 2,00
Gradagem " 0,66 1,00 1,00
Cult. c/traç. animal d/a 4,00

Sementes kg 40 20 22 20
Defensivos kg/l 0,9 2 1,46 0,6
Água m3 4.743 5.215 6.190 4.420

Plantio d/h 1,33 2,50 1,00 2,00


Irrigação " 14,66 15,00 11,00 8,00
Pulverização " 2,66 9,50 4,00 2,50
Capina manual " 4,00 6,00 7,00 3,50
Colheita/benef. " 2,00 3,25 4,00 7,50

Fonte: Adaptado de Prefeitura Municipal de Petrolina e EMBRAPNCPATSA. 1995

21
"

TABELA 9. Custo de produção de milho irrigado via pivô central, no campo de produção de
sementes da EMBRAPA-SPSB, em Petrolina-PE. Safra 94/95. Área: 1 ha.

ITEM Unido Quant. Valor ( R$ )

1. Água m3 7.000 140,00


2. Energia 44,48
3. Combustível/lubrificante 22,37
4. Fertilizante ( fundação) kg 500 110,00
5. Fertilizante ( cobertura) kg 500 115,00
6. Sementes kg 25 25,00
7. Herbicidas I 9,5 115,03
8. Inseticida 5 44,00
9 . Aplicação de defensivos h/m 1,5 18,00
10, Plantio h/m I 16,48
11. Colheita h/m 26,'Z8
12. Sacaria 13,00

Total 690,14

Fonte: Serviço de Produção de Sementes Básicas, Petrolina-PE. 1995.

22
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALMElDA, F.S. de; RODRIGUES, B.N. Guia de herbicidas. 2.ed. Londrina: Livrocres, 1988.
603p.

BULL, L.T. Nutrição mineral do milho. In: SIMPÓSIO SOBRE FATORES QUE AFETAM A
PRODUTIVIDADE DO MILHO E DO SORGO, 1990, Vitória, ES. Cultura do milho:
fatores que afetam a produtividade. Piracicaba: POTAFOS, 1993. p.63-145.

CARDOSO, M.J.; RIBEIRO, V.Q. Comportamento de sistemas de associação milho com feijão
macassar. Ciência Agronômica, Fortaleza, v.18, n.2, p.47-62, Dez. 1987.

CEULEMANS, RJ.M.; LAKER, M.C.; VANASSCHE, F.M.C. Stomatal conductance and leaf
temperature of maize grown under different irrigation treatments in a semiarid region.
Tropical Agriculture, Trinidad, v.65, n.4, p.305-312, Out. 1988.

COMISSÃO ESTADUAL DE FERTILIDADE DO SOLO (Salvador, BA). Manual de adubação


e cal agem para o Estado da Bahia, 2.ed. rev. aum. Salvador: CEPLAC/EMATER-
BAlEMBRAPAlEPABA/NITROFÉRTIL, 1989. 173p.

FORNASIERI FILHO, D. A cultura do milho. JaboticabaJ: FUNEP, 1992. 273p.

FUNDAÇÃO CARGIL (Campinas, SP). Colheita mecânica, secagem e armazenamento do


milho. Campinas, 1989. 35p. il (Fundação Cargil, Série Técnica, 2).

23
HERRERO, M.P.~ JOHNSON, RR High temperature stress and pollen viability of maize. Crop
Science, v.20, n.6, p.796-800, Nov./Dec. 1980.

IBGE (Rio de Janeiro, RJ). Anuário Estatístico do Brasil - 1991. Rio de Janeiro, 1991. p.515.

LOPES, L.H. de O.~ QUElROZ, M.A. de. AQUINO, N.C. Avaliação de genótipos de milho em
condições irrigadas do polo Petrolina/Juazeiro. ENCONTRO DE GENÉTICA DO
NORDESTE, 10., 1994, João Pessoa, PB. Resumos ... João Pessoa: UFPBlEd. Universitária,
1994. p.88.

LOPES, L.H. de O. Efeito da deficiência hídrica do consórcio milho x feijão Vigna. Fortaleza:
UFC, 1987. 75p. Tese Mestrado.

LOPES, L.H. de O. QUElROZ, M.A. de. Avaliação de genótipos de milho no Submédio São
Francisco [s.n.t.]. Não publicado.

SÁ, J.c. de M. Sistema de produção de milho visando alta produtividade na região dos Campos

Gerais no Centro-sul do Paraná In: SIMPÓSIO SOBRE FATORES QUE AFETAM A


PRODUTIVIDADE DO MILHO E DO SORGO, 1990, Vitória, ES. Cultura do milho:
fatores que afetam a produtividade. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da
Potassa e do Fosfato, 1993. p.249-292.

apostbb.doc

24
RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA
O CULTIVO DO FEIJÃO-DE-CORDA

Luiz Henrique de Oliveira Lopes


Clementino Marcos Batista de Faria
MfNISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO ABASTECIMENTO E DA REFORMA AGRÁRIA - MAARA

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRlA - EMBRAP A


CENTRO DE PESQUISA AGROPECUÁlUA DO TRÓPICO SEM1-ÁlUDO - CPATSA

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA O CULTIVO DO FElJÃO-DE-CORDA

LUIZ HENRlQUE DE OLIVEIRA LOPES

Eng. Agr. M.Sc. - Manejo dc culturas

CLEMENTINO MARCOS BATISTA DE FARIAS


Eng. AgI'. - M.Sc. - Fertilidade de solos

PETROLINA-PE. 1995
1. INTRODUÇÃO

o feijão-de-corda (Vigna unguiculata (L.) Walp.), ultimamente sendo chamado de caupi,


constitui uma leguminosa de ampla dispersão no Nordeste do Brasil, porém sua maior
importância econômica e alimentar ocorre nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande
do Norte e em áreas de menor precipitação pluviométrica nos demais estados da região
Nordeste. É uma espécie de reconhecida capacidade de desenvolver e produzir satisfatoriamente
em condições desfavoráveis de água e de solo, razão, talvez, de sua ampla dispersão em áreas
consideradas marginais agronomicamente.
Para as populações de menor poder aquisitivo, tanto da zona rural como urbana, representa
uma das fontes básicas de proteína vegetal, uma vez que o seu valor comercial normalmente é

inferior ao do feijão comum (Phaseolus vulgaris). Merece destaque o consumo do feijão-de-corda
em estagio de grãos verde, tradicional em todo o Nordeste, comercializado em feiras livres e
supermecados. Do ponto de vista alimentar não há praticamente diferença em comparação com o
feijão comum, apresentando até melhor balanceamento dos aminoácidos metionina e cistina
(Paiva, 1977).

2. O AMBIENTE

o feijão-de-corda é reconhecidamente tolerante a ambientes nos quais outras culturas não


produzem bem, de modo especial a baixa fertilidade e restrições de umidade no solo. Consegue
suportar estresse de seca em qualquer fase do seu ciclo e se recuperar rapidamente, se as
condições do ambiente voltam a ser favoráveis. A capacidade de recuperação varia em função da

cultivar, sendo que aquelas de hábito de crescimento indeterminado, normalmente, são mais
resistentes.

2
2.1 Temperatura do ar

Dentre os fatores climáticos, a temperatura do ar é, segundo a maioria dos autores, o que mais
interfere no pegamento das tlores, determinando intluência no número final de vagens por planta,
isto é, no rendimento de grãos da planta. Estudos realizados sob controle de água e de
temperatura por Warrag & Hall ( 1983 ) mostraram que o feijão-de-corda apresentou alta taxa de
abcisão tloral quando a temperatura máxima do dia e da noite foram altas. Temperatura amena
durante a noite, (20-22°C) mesmo com temperatura elevada durante o dia, (36°C) não

proporcionou taxa elevada de aborto de tlores. Wien & Summerfield (1990) observaram perdas
no rendimento de grãos em torno de 45 %, devido a temperaturas elevadas durante o dia e à
noite.
Acredita-se que para as regiões sem i-áridas a questão da elevada temperatura noturna no
período de exploração dessa cultura, seja um dos fatores que contribuem para um baixo
desempenho do feijão-de-corda em termos produtivos. Temperatura noturna acima de 29°C pode
comprometer o desempenho produtivo da planta, uma vez que a taxa de abcisão tloral aumenta.

3. ÉPOCA DE PLANTIO

A indicação da melhor época de plantio depende do regime pluviométrico de cada região.


Normalmente o feijão-de-corda é cultivado em áreas de sequeiro, razão pela qual a definição da
"quadra invernosa "é que vai indicar a melhor época de plantio dessa cultura. É expressivo,
atualmente o plantio do feijão-de-corda em perímetros irrigados, de modo especial após a
exploração de uma cultura olerícola, aproveitando o efeito residual dos fertilizantes usados nas
culturas economicamente mais rentáveis, como sejam: tomate, cebola, melancia e melão, entre
outras. Além de otimizar o uso dos recursos ambientais, a produção obtida nas áreas irrigadas
contribui para equilibrar a oferta do produto. Esta questão é muito bem perceptível em anos de

3
precipitação pluviométrica muito irregular, nos quais a produção de sequeiro fica seriamente
comprometida. Em regiões com regime bimodal de chuvas, isto é, ocorrência de chuva em dois
períodos distintos, a preferência dos produtores é pelo plantio nas "trovoadas ", tendo em vista
que nessas áreas o feijão-de-corda é explorado apenas para alimentação, ao passo que o feijão
comum, plantado no período de inverno, destina-se ao mercado.
A prática do plantio "no pó" não é aconselhada, pois se acontecer chuva leve é possível que as
sementes entrem em processo de entumescimento e não consigam completar a germinação por
falta de umidade para continuação das atividades fisiológicas necessárias à germinação. Desse
modo sugere-se que o plantio só deve ser iniciado após unia chuva de pelo menus J() nuu.

4. CULTIVARES INDICA DAS

Além das preferências regionais, a questão da tolerância à doenças, principalmente, deve ser
levada em consideração pelo técnico na hora de indicar que material o produtor deve plantar.
Como se sabe é grande a relação de cultivares de feijão-de-corda com nomes de fantasia os mais
variados possíveis. Cada região tem preferência específica por determinado tipo de grão, cor ou
tamanho. A indicação, portanto, deve ser feita após consulta a instituições de pesquisa, de
assistência técnica ou desenvolvimento de cada Estado, ligadas ao setor.
No caso da região sem i-árida de Pernambuco e Bahia tanto em condições de chuva quanto em
áreas irrigadas os materiais indicados são: EPACE 10 e IPA 206.
São genótipos de ciclo curto, hábito de crescimento sem i-determinado, grãos de cor mulato,
inserção de vagem que facilita a colheita, com maturação uniforme, o que permite ser colhido de
uma única vez. Apresentam boa tolerância a um tipo de potyvirus responsável pelo mosaico
dourado do feijoeiro, doença muito comum no Nordeste, com ocorrência generalizada na época
das chuvas. Para os demais estados do Nordeste é recomendável consultar as instituições de
pesquisa e/ou desenvolvimento, face a existência de várias cultivares indicadas por tais
instituições, conforme a especificidade de cada região.

-I
5. MANEJO DE SOLO E DA CULTURA

5.1 Preparo de solo

As pesquisas desenvolvidas pelo Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi Semi-


Árido - CP ATSA em manejo de solo para agricultura de sequeiro têm apresentado bons
resultados para o sistema de preparo de solo que proporciona maior retenção de água de chuva no
local onde ela ocorre, conhecido corno sistema de captação de água de chuva "in situ", esta
prática permite redução do escoamento superficial, fazendo com que maior volume de água se
infiltre na zona de exploração das raízes. Este sitema de preparo de solo pode ser feito com
trator ou equipamento de tração animal (arado ou sulcador). Dois processos principais são
recomendados, corno indicados a seguir, para preparo de solo visando captação "in situ": São:
modelo Guimarães Duque: usa-se trator equipado com arado de disco, reversível, de modo que as
linhas de plantio fiquem espaçadas de 1,50 m. A semeadura é feita em covas localizadas na borda
da leiva, em posição que corresponde aproximadamente ao alcance da linha d'água, por ocasião
das chuvas, e o modelo Aração Parcial, também conhecido corno aração em faixa, é feito com
arado reversível, de tração animal, de modo que as linhas de plantio fiquem espaçadas de 1,0 m.
Neste caso as covas de feijão-de-corda devem ser distribuídas a cada 0,50 m.

5.2 Nutrição mineral e adubação

Segundo Rachie & Roberts, citados por Mafra (1979), para urna colheita de 1.000 kg/ha de
grãos, a cultura exporta do solos as seguintes quantidades de macronutrientes em kg/ha: 40 de N,

17 de P20s, 48 de K20, 16 de CaO, 15 de MgO e 4 de S. ° processo de fixação simbiótica é


capaz de contribuir para urna absorção de 101 kg/ha de N, segundo Tisdale et al. (1984). Por ser

o feijão de corda menos exigente do que o feijão comum, sugere-se urna adubação menor para

5
essa cultura em condições de irrigação, como apresentado na Tabela 1. Todo o fósforo e potássio
devem ser aplicados em fundação, antes do plantio. Ü nitrogênio pode ser aplicado junto com o
fósforo e potássio ou em cobertura, cerca de 15 a 20 dias após o plantio, a fim de servir como
"arranque "e suprir alguma deficiência antes do funcionamento da simbiose com a bactéria
Rhizobium. Para cultivo de sequeiro no sem i-árido, recomenda-se uma adubação fosfatada nos
níveis de 60, 40 e 20 kg/ha de P2Ü5 para os solos com fósforo (P) igualou menor que 4 ppm,
entre 5 e 9 ppm e entre 10 e 15 ppm, respecti vamente.

TABELA 1. Adubação para cultura de feijão-de-corda irrigado de acordo com a análise do


solo (sugestão dos autores)

Fósforo no Potássio no solo (meq/ I00 ml)

solo (ppm P) o 0,07 0,08 0,15 0,16 0,23

...................... kg/ha de N, 1>205 e K2Ü ..........................

O 5 20 - 60 - 60 20 - 60 - 40 20 - 60 - 20
6 10 20 - 40 - 60 20 - 40 - 40 20 - 40 - 20
11 20 20 - 20 - 60 20 - 40 - 20 20 - 20 - 20

6
5.3 Sistema de plantio

A recomendação de um determinado sistema de plantio deve ser feita em função das


conveniências do próprio produtor, recursos disponíveis e objetivo principal da lavoura. Nas
regiões onde o cultivo é feito sob dependência de chuva é muito comum o plantio do feijão-de-
corda associado a outras culturas, de modo especial o milho, a mandioca, a palma ou algodão.
Esta prática, combatida insistentemente até bem pouco tempo atrás, foi objeto de avaliação em
instituições de pesquisa, nacionais e internacionais. Os resultados obtidos sugerem que o
consórcio é vantajoso sob vários aspectos, especialmente os relacionados com riscos, melhor
aproveitamento dos recursos ambientais e eficiência de uso da terra. Tem restrições de ordem
operacional, sobretudo em plantios onde há grande movimentação de máquinas e implementos
agrícolas. Nas áreas irrigadas não se recomenda esta prática, principalmente por razões
econômicas, fitossanitárias e operacionais.
A quantidade de semente para plantar 1 hectare de feijão-de-corda é de aproximadamente 25
quilos, desde que a sua germinação seja igualou superior a 85%, no caso de plantio isolado. Em
situação de consórcio a quantidade de semente vai depender da proporcionalidade de ocupação
espacial entre as culturas consorciadas.

5.4 Espaçaruento e população de plantas

o espaçamento entre linhas e entre plantas na lavoura do feijão-de-corda varia de acordo com
as condições do ambiente, de modo especial a fertilidade do solo e o tipo de hábito de
crescimento da cultivar a ser usada e do sistema de plantio que o produtor prefere. De um modo
abrangente pode ser recomendado o espaçamento de 1,0 m entre linhas e 0,50 m entre covas. Em
locais de solo pobre e/ou baixa precipitação pluviométrica recomenda-se lavouras com população
inicial em torno de 3.0 a 40 mil plantas por hectare, o que significa dizer que o estande final
deverá ficar com 25 a 30 mil plantas em cada hectare. Este nível populacional pode ser ajustado a
vários espaçamentos entre linhas e covas, dependendo de cada situação específica. Já sob

7
condições de irrigação é conveniente usar nível populacional mais elevado, em torno de 50 a SS

mil plantas por hectae, reduzindo preferencialmente o espaçamento entre plantas, tendo em vista

facilitar a passagem entre linhas de equipamentos de tração animal para controle complementar

de ervas daninhas.

5.5 Controle de Crv:1S daninhas

Até a fase em que a planta inicia o florescirnento a lavoura de feijão-de-corda deve ser

mantida livre da concorrência com plantas daninhas. A iníestação de ervas, além do aspecto de

concorrência por água e nutrientes, dificulta sensivelmente o trabalho de colheita, tornando-o

oneroso e sobretudo incômodo. O uso de cultivador à tração animal assegura muita rapidez no

trabalho, de modo que torna fácil manter a cultura sempt e no limpo. O grande segredo de

eficiência do controle de ervas com tração animal é faze-lo com as invasoras ainda em estádios

iniciais de desenvolvimento. Nos trabalhos com pesquisa com agricultura de sequeiro

desenvolvidos pelo CPATSA constatou-se que o trabalho de capina efetuado com tração animal

durante 1 dia corresponde aproximadamente ao executado por 14 operários em igual jornada de

trabalho.

Em áreas irrigadas é interessante o uso de herbicidas específicos. O feijão-de-corda tem

apresentado sensibilidade a maioria dos herbicidas, conforme observação de Mafra (I <)]<). Pode-

se recomendar com segurança o uso de Pendimethalin (herbadox 500 CE), na dosagem de 2 a J

litros do produto comercial por hectare, gastando-se cerca de 400 litros de calda. O produto pode

ser aplicado em pré-plantio incorporado ou em pré-emergência das ervas, e da lavoura,

dependendo da infra-estrutura do produtor com relação a equipamentos. Em solos com baixo teor

de argila (solos arenos) recomenda-se 2 litros do produto comercial por hectare, ao passo que

solos argilosos exigem maior volume do produto, ou seja, 3 litros por hecatres. A fim de

se ter uniformidade de distribuição da solucção do produto sobre a ára a ser tratada, condição

indispensável para eficiência técnica e econômica do herbicida, as seguintes sugestões devem ser

observadas.
a - calibrar o pulverizador a fim de se obter a vazão desejada, ajustando-se a velocidade do
aplicador ou do trator, no caso de aplicador ou do trator, no caso de aplicação motorizada,
para se ler a vasão necessária para cobertura da área de aplicação;

b - Usar bicos de pulverizador recomendados pelo fabricante ho herbicida, geralmente do tipo


"em leque", de ângulo 80° ou 110°, para aplicação em cobertura total; nas aplicações em faixa
usar bico de distribuição uniforme, com ângulo de 80°. Em ambos os casos a pressão nos
bicos deve ser de 30 a 40 libras por polegada quandrada, isto é, 2,0 a 2,8 kg/cm"

c - Observar sempre se o volume da calda aplicada não ultrapassa o intervalo de 300-400 litros
por hectare. O importante é que o solo esteja bem preparado, livre de torrões e de restos
culturais. O produto é mais eficiente quando a sua aplicação ocorre com solo úmido e
radiação solar de média a fraca intensidade.

5.6 Colheita, beueficiamento e armazenamento

A colheita é feita manualmente, em várias operações, tratando-se de material de hábito de


crescimento indeterminado. Atualmente a preferência do produtor é por cultivar de hábito de
crescimento determinado ou semi-determinado, pois apenas uma colheita é suficiente, tendo em
vista a sua maturação uniforme. Como já foi mencionado, as cultivares de porte indeterminado
são mais tolerantes ao estresse de seca.
O beneficiamento, quando possível, deve ser feito com trilhadeira estacionária, geralmente
acoplada à tomada de força de trator ou de veículo tipo "jeep". Apresenta bom rendimento, sem

provocar maiores danos ao grão, o contrário do que ocorre com a "batedura" manual.
O armazenamento tem por objetivo manter as características biológicas, fisicas e químicas que
o grão possui ao ser colhido. Na pequena produção os cuidados com o armazenamento, via de
regra, são negligenciados, o que determina razoável perda na qualidade do produto. O
armazenamento do feijão-de-corda, quando feito sob precárias condições, contribui para
deterioração dos grãos face ao ataque de roedores, gorgulhos etc. O recomendável, nesses casos,
é armazenar o produto em recipientes bem fechados (silos, vasilhames, tambores, etc) de modo
que não ocorram trocas de gases entre o recipiente e o exterior. Uma questão importante a
considerar no armazenamento está relacionada com a umidade do grão e a temperatura. O feijão-
de-corda deve ser armazenado com teor de umidade em torno de 13 % nas regiões onde a
temperatura varia de 25 a 34 graus centígrados, sem riscos de deterioração do grão para fins
comerciais ou mesmo para plantio, desde que o tempo de armazenamento não seja muito
prolongado, isto é, 8 a 12 meses. A secagem do feijão-de-corda pode ser feita antes ou após o
beneficiamento, expondo o produto ao sol, por 1 ou 2 dias.

5.7 Produtividade e custos

A produtividade de grãos do feijão-de-corda obtida em lavouras conduzidas em condições de

agricultura dependente de chuva, na maioria dos casos, é baixa. Vários fatores contribuem para

que isto ocorra, sendo o manejo, talvez o principal fator, aliado ao uso de materiais de baixo
potencial produtivo e suscetível a algumas viroses. Por ser considerada uma cultura muita rústica,
normalmente o produtor não lhe dispensa tratos culturais adequados, de modo que a
produtividade sempre fica comprometida. Há que se considerar, também, o aspecto de baixa
cotação do produto quando o pequeno produtor vai comercializá-Io,desestimulando-o a investir
em melhor tecnologia de produção.
No ano agrícola 93/94, em trabalho conjunto da Prefeitura Municipal de Trindade-PE, e do
CPATSA, foi possível obter em lavoura geral conduzida por produtor, até 1800 kglha de grãos,
• usando a cultivar IP A 206, em situaçào de sequeiro, com chuvas regulares, com precipitaçào em
torno de 400 mm, em 3 meses. De um modo generalizado, os rendimentos obtidos em pesquisa
nas regiões de Massaroca (Juazeiro-BA) Petrolina, Araripina e Ouricuri, todas em Pernambuco,
têm variado de 400 kg a 1800 kg, conforme a regularidade e intensidade das chuvas.

10
TABELA 2. Custo de produção de feijão-de-corda em áreas de colonos do Projeto de Irri-
gação Senador Nilo Coelho. Valores em R$, abril/95 Área de 1,0 ha.

ITEM Unido Col.l Col. 2 Col. 3 Col.4 Média

Preparo de solo
- aração h/m 37,50 21,00 15,00 15,00
- gradagem " 32,10
- limpas dia 6,42 9,00 15,00
...........................................................................................................................................
Sub-total 70,06 30,00 15,00 30,00 36,25

Insumos
- sementes kg 48,00 40,80 45,30 51,00
- fertilizantes " 0,37
- defensivos l/kg 60,08 13,29 29,55 91,45
- água m.3 69,75 42,70 62,30 73,60
...........................................................................................................................................
Sub-total 178,20 96,79 137,15 216,05 157,04

Mão-de-obra
- plantio dIH 8,57 8,00 6,66 5,00
- irrigação " 46,78 40,00 50,00 80,00
- pulverização " 80,57 28,80 46,80 90,00
- capina " 42,85 24,00 40,00
- colheita " 156,42 82,00 166,66 102,85
- beneficiamento " 53,57 18,00 10,00 10,85

Sub-total 388,76 200,80 280,12 328,50 299,54


Total 637,02 327,59 432,27 574,55 492,85

Rendimento (kg/ha) 1.600 768 1.000 540 752


,
Col. = Colono
h/m = hora/máquina
d/a = dia/animal
dlH = dia homem
Fonte: Prefeitura Municipal de Petrolina e CPATSA, 1995.

11
TABELA 3. Custo de produção de 1 hectare de feijão-de-corda, sob condições de chuva
obtido no Campo Experimental do CPATSA. R$ (abril 95).

ITEM Unido Quant. Valor unitário Valor total

Preparo de solo
- aração h/m 3 17,00 51,00
- gradagem

lnsumos
- semente kg 25 1,70 42,50
- defensivos I/kg 2 12,00 24,00

- sacana u 20 0,50 10,00

Mão-de-obra
- plantio a/H 2 4,00 8,00
- limpa " 5 4,00 20,00
- aplic. defensivo " 4 5,00 20,00
- colheita kg 1.600 0,08 128,00
- beneficiamento saco 20 1,00 20,00

TOTAL 323,50

Rendimento: (kglha) 1.200

h/m = hota/máquina

d/H = dia/homem

Fonte: CPATSA (Relatório de subprojeto de pesquisa, 1994)

12
6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

COMISSÃO ESTADUAL DE FERTILIDADE DO SOLO (Salvador, BA). Manual de adubação


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