Hidrologia
Hidrologia
Hidrologia
PETROLINA-PE. 1995
INTRODUÇÃO
A cultura do milho tem elevada importância para a economia do Nordeste, uma vez que
participa fortemente da composição da dieta alimentar humana, como também é um dos
principais componentes da ração animal. Estima-se que cerca de 40 milhões de dólares são
movimentados anualmente em atividades correlacionadas com o milho. Entretanto, as oscilações
climáticas não permitem o estabelecimento de sistemas de produção estáveis e produtivos,
acarretando grande falta de milho, o qual é suprido através de importações, com consequência
direta nos preços finais dos produtos agroindustriais produzidos.
Por outro lado, a agricultura irrigada começa a se consolidar na região, já se contando
com 14 pólos de irrigação nos Estados do Nordeste, incluindo-se aí o Norte de Minas Gerais. A
cultura do milho poderá ser uma alternativa viável na agricultura irrigada, desde que a sua
produtividade alcance, pelo menos, 6.000 kg/ha de grãos, em escala comercial, em rotação com
as principais olerícolas exploradas na região, como tomate industrial, cebola, melancia e melão.
Os riscos climáticos para quem pratica a exploração da cultura sob total dependência de
chuva e o médio desempenho econômico da lavoura em condições de cultivo irrigado,
certamente constituem fatores que, de um modo ou de outro, contribuem para que o milho seja
ainda uma cultura explorada por pequenos produtores da região Nordeste
O AMBIENTE
Como qualquer outro ser vivo, a planta de milho interage com o ambiente onde é
cultivada , exteriorizando, através de respostas fisiológicas, a magnitude da interação planta x
ambiente. Como se sabe, alguns fatores ambientais podem ser controlados de modo
economicamente viável, ao passo que outros não o são.
2
De acordo com Brunini, citado por Sá (1993), quatro variáveis têm influência decisiva no
desenvolvimento das plantas, a saber;
- temperatura do ar e do solo;
-precipitação pluviométrica;
-radiação solar.
-fotoperíodo
Efeito da temperatura do ar
A falta de água no solo, como se sabe, constitui o principal fator de redução no rendimento
das lavouras. Em condições de cultivo de sequeiro, dado ao caráter aleatório de ocorrência das
chuvas, a questão é mais séria, face aos riscos de frustração de safra, principalmente se a escassez
de água no solo ocorre na fase reprodutiva do milho. Já sob condições de irrigação, o manejo de
água deve ser bem controlado, de modo que na fase mais crítica da planta (fase reprodutiva), não
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ocorra desbalanceamento de água. De acordo com Lopes, (1987), a cultura do milho mostrou-se
particularmente sensível à escassez de água no solo na fase compreendida entre 40 e 70 dias
após o plantio, com redução de aproximadamente 40% no rendimento de grãos em relação ao
tratamento sem restrição de água. O trabalho foi conduzido no Campo Experimental da
EMBRAP A, em Petrolina-Pernambuco.
ÉPOCA DE PLANTIO
4
/
CULTIVARES
Duas situações distintas precisam ser analisadas para a definição de qual ou quais
cultivares se recomendar. Deve-se acrescentar que o Nordeste brasileiro apresenta uma grande
variação de solo, clima, sistemas de cultivo, etc, para os quais as cultivares recomendadas devem
ter razoável capacidade de adaptação a esses ambientes e sistemas de manejo.
Dois tipos de cultivares comum ente são evidenciadas: as variedades sintéticas e os
híbridos. Recomenda-se o uso de variedades sintéticas para áreas de menor tecnificação da
lavoura. Sua maior variabilidade genética em relação aos híbridos confere maior estabilidade de
produção , principalmente em regiões de grande variação nas condições edafoclimáticas.
Normalmente, apresentam rendimento mais baixo em comparação aos híbridos. O agricultor
pode usar o mesmo material por vários anos e até mesmo fazer sua própria seleção, escolhendo as
melhores plantas para a colheita de sementes destinadas ao plantio do ano seguinte. Já os
híbridos, resultantes do cruzamento controlado entre pais geneticamente distintos, são indicados
para produtores com bom domínio das tecnologias exigi das para maxirnização do rendimento e
para regiões onde o ambiente não seja tão hostil ao milho.
Cada Estado do Nordeste tem instituição de pesquisa que normalmente indica quais
variedades ou híbridos devem ser usados pelos agricultores. No caso específico de Pernambuco,
os materiais mais indicados são: BR 106 e BR 5028. A primeira cultivar é mais indicada para
locais de menor risco climático e, principalmente, para áreas irrigadas. A outra cultivar é
recomendada para regiões de maior risco climático. Apresenta, ao contrário da BR 106, altura
baixa de planta e de inserção de espiga, com clclo cerca de quinze dias menor em relação à
pnmeira.
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MANEJO DE SOLO E DA CULTURA
Preparo de solo
As pesquisas desenvolvidas pelo ePA TSA em manejo de solo para agricultura de sequeiro
têm apresentado bons resultados para o sistema de preparo de solo que proporciona maior
retenção de água de chuva no local onde ela ocorre. Também conhecido como sistema de
captação de água de chuva In situ", esta prática permite redução do escoamento superficial,
fazendo com que maior volume de água se infiltre na zona de exploração das raízes. Pode ser
feita com trator ou equipamento de tração animal (arado ou sulcador ).
Dois processos principais são recomendados, como indicado a seguir, para preparo de solo
visando captação tn situ": Modelo Guimarães Duque: usa-se trator equipado com arado de disco,
reversível, de modo que as linhas de plantio fiquem espaçadas de 1,50 m. A semeadura é feita em
covas localizadas na borda da leiva, em posição que corresponde, aproximadamente, ao alcance
da linha d'água, por ocassião das chuvas; Modelo Aração Parcial: também conhecido como
aração em faixa, é feito com arado reversível de tração animal, de modo que as linhas de plantio
.. fiquem espaçadas de 1,00 m .
Em situação de cultivo irrigado, usa-se o preparo convencional, compreendendo roço, aração,
gradeação e abertura de sulco. Nos plantios com irrigação por aspersão convencional ou pivô
central, é indicado o plantio direto, no qual a fase de revolvirnento do solo é eliminada, usando-
se herbicidas específicos para eliminar as ervas daninhas existentes ou mesmo plantas de culturas
anteriores cultivadas na área.
G
Nutrição mineral e adubação
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causa a lavagem do íon pela chuva e a degenerescência de células e tecidos. ° cálcio, magnésio e
enxofre também sofrem grandes perdas no final do ciclo.
A adubação para os cultivos irrigados deve obedecer à recomendação apresentada na Tabela
2. Um terço do nitrogênio e todo o fósforo e potássio devem ser aplicados em fundação, antes do
plantio. ° restante do nitrogênio (2/3) deve ser aplicado em cobertura aos 35 dias após o plantio.
Para os cultivos de sequeiro, não se recomenda a adubação com nitrogênio e potássio para o
milho no sem i-árido nordestino, devido aos riscos de perda de produção agrícola pela falta e
irregularidade de chuvas na região, à grande probabilidade de perdas de nitrogênio por lixiviação
e volatilização e à falta de resposta da cultura à adubação potássica. Para o fósforo, cuja
probabilidade de perdas no solo é mínima e que tem um efeito residual significativo na
produtividade das culturas por vários anos, torna-se viável fazer adubação fosfatada baseada na
análise do solo. Assim, para solos com teores de fósforo (P) iguais ou menores que 4 ppm, entre
5 e 9 ppm e entre 10 e 15 ppm, recomenda-se as doses de 80, 60 e 30 kg/ha de P20s ,
respectivamente.
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TABELA 1. Conteúdo de nutrientes na parte aérea de culturas de milho, conforme a
produtividade
Cálcio (Ca) 9 20
Magnésio (Mg ) 10 38
9
TABELA 2. Adubação para o milho irrigado conforme a análise de solo
6 -10 60 - 80 60 - 60 60 - 40 60 - 20
11 - 20 40 - 80 40 - 60 40 - 40 40 20
21 - 40 20 - 80 20 - 60 20 - 40 20 - 20
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Sistema de plantio
o espaçamento entre linhas e entre plantas na lavoura do milho varia de acordo com as
condições do ambiente, de modo especial a fertilidade do solo e os objetivos do produtor, isto é,
a destinação final do produto. De um modo abrangente, pode ser recomendado o espaçamento de
1,0 m entre linhas e 0,50 m entre covas, com duas plantas por covas.
Em locais onde ocorre incerteza das precipitações pluviométricas, recomenda-se lavouras com
população inicial em torno de 30 a 40 mil plantas por hectare, o que significa dizer que o estande
final deve ficar com 25 a 30 mil plantas. Este nível populacional pode ser ajustado a vários
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espaçamentos entre linhas e covas, dependendo de cada situação específica. Já sob condições de
irrigação, é conveniente usar nível populacional mais elevado, reduzindo, preferencialmente, o
intervalo entre plantas. Na hipótese da cultura se destinar ao consumo de "milho verde",
recomenda-se adotar população mais baixa, em torno de 30 mil plantas por hectare, com o
objetivo de se ter espigas mais desenvolvidas. Se a cultura vai ser usada para forragem animal em
forma de silagem, a recomendação é de que a população final não seja superior a 55 mil plantas
por hectare.
As ervas daninhas competem com a lavoura do milho por água, luz, nutrientes e gás carbônico
disponíveis sob quantidades limitadas, e por ação alelopática. Há também influência nociva das
ervas na medida em que elas podem atuar como plantas hospedeiras de patógenos para a cultura
do milho.
A pergunta que se faz é: até que fase do ciclo feno lógico do milho a ocorrência de ervas
daninhas determina perdas econômicas à lavoura? Estudos realizados por Blanco, citado por
Fornisieri Filho (1992), mostram que a influência das ervas no rendimento do milho é mais
intensa na fase compreendida entre 15 e 45 dias após a germinação, sendo que a época critica
corresponde ao período que vai dos 15 aos 30 dias após a emergência das plantas de milho. Na
Tabela 3, constam dados relativos às perdas no rendimento do milho em função dos períodos de
controle de ervas.
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TABELA 3. Influência dos períodos de controle de ervas sobre o rendimento de grãos na cultura
do milho
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CNPMS, em Sete Lagoas-MG, vem recomendando a aplicação de herbicidas de pré-emergência
via água de irrigação, em aspersão convencional ou pivô central.
É importante que o produtor compreenda que o controle de ervas daninhas, além de
eliminar a competição entre plantas de milho e de mato, facilita a colheita e permite que não haja
aumento gradativo da infestação, comprometendo as produções futuras.
Teoricamente, a colheita pode ser iniciada a partir do momento em que o grão atinge a
maturação fisiológica, isto é, por ocasião em que em cerca de 50% dos grãos aparece a "camada
negra" no ponto de inserção do grão no sabugo (Fundação Cargil, 1989). Na maturidade
fisiológica, os grãos apresentam o máximo acúmulo de matéria seca, máxima germinação e
vigor. Apesar de ser o momento ideal para a colheita, na prática isto se torna difícil, face ao
elevado teor de umidade no grão. A colheita mecânica deve ser feita quando a umidade do grão
atingir 22 a 20 %, sendo que, neste caso, é necessária uma secagem complementar, para evitar
deterioração rápida dos grãos no armazenamento. Na colheita manual, o teor de umidade pode
chegar em torno de 16 - 15 %, sem precisar de secagem posterior. Permanecer com o milho na
planta em campo por longo período favorece a incidência de insetos, aves e roedores.
O beneficamento do milho em áreas de grandes produtores é feito ao mesmo tempo em que a
colheitadeira processa a colheita. Para o pequeno produtor fica difícil proceder a colheita
mecânica, a não ser com máquinas de cooperativas ou de particulares, muitas vezes inviável por
questões de infra-estrutura. Resta, então, a colheita manual. Apesar de ser muito mais lenta, é
bem mais eficiente em relação a perdas dos grãos.
14
TABELA 4. Herbicidas mais utilizados na cultura do milho
Epcorn 5 - 7
15
o beneficiamento, neste caso, pode ser feito de imediato, ou posteriormente, conforme cada
situação particular.
O armazenamento tem por objetivo manter as características biológicas, fisicas e químicas que
o grão possui ao ser colhido. Na pequena produção os cuidados com o armazenamento, via de
regra, são negligenciados, o que determina razoável perda na qualidade do produto. O
armazenamento do milho em palha, quando feito sob precárias condições, contribui para a
deterioração dos grãos face ao ataque de roedores, carunchos, etc. O recomendável, nestes casos,
é armazenar o milho em recipientes bem fechados ( silos, vasilhames, tambores, etc ), de modo
que não ocorra troca de gases entre o recipiente e o ambiente externo.
Uma questão importante a considerar no armazenamento está relacionada com a umidade do
grão e a temperatura. O milho deve ser armazenado com teor de umidade em torno de 13% nas
regiões onde a temperatura varia de 25 a 34 graus centígrados, sem riscos de deterioração do grão
para fins comerciais ou mesmo para plantio, desde que o tempo de armazenamento não seja
muito grande, isto é, acima de oito meses.
Produtividade e custos
É comum observar que nem sempre o maior emprego de fertilizantes na lavoura do milho se
traduz em boa lucratividade. Às vezes um manejo adequado de solo ( e de água, quando irrigado)
e de tratos culturais, pode determinar melhor desempenho econômico. Significa dizer que é
necessário a convergência de ações de tecnologia e de uma boa administração da cultura, para
que a lucratividade atinja níveis satisfatórios.
Para a situação predominante no sem i-árido do Nordeste do Brasil, onde se destacam a
pequena produção e condução da lavoura de milho sob condições de sequeiro, quase sempre o
mais importante não é obter alta produdtividade, mas sim estabilidade de produção. Deste modo,
face à vulnerabilidade a que está sujeito, ao caráter familiar da exploração e ao baixo valor de
mercado na época em que é comercializado, o pequeno produtor de milho da região não se sente
16
estimulado a investir na melhoria do seu sistema de produção, a fim de conseguir melhor
produtividade. De acordo com a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( 1991 ),
o rendimento médio do milho no Nordeste, no ano de 1989 foi de 572 kg/ha. Níveis razoáveis de
produtividade são alcançados em áreas irrigadas, nas quais o suprimento adequado de insumos
modernos e melhor tecnologia de produção proporcionam condições favoráveis para que a
planta exteriorize seu potencial produtivo. Lopes et ai (1994 ), avaliando genótipos de milho em
condições irrigadas do polo Petrolina/Juazeiro (PE/BA) encontraram resultados de rendimento
entre 1.456 a 4604 kglha. O trabalho foi conduzido no período de novembro/92 a março/93,
época de temperatura mais elevada na região. Lopes e Queiroz ( s.d.) testaram alguns genótipos
de milho em dois tipos de solo (leve e pesado), sob condições de irrigação, no polo
Petrolina/Juazeiro, nos anos de 1986 e 1989, obtendo rendimento de até 7.100 kg/ha. Na
composição dos tratamentos, foram incluídas variedades, linhagens e híbridos. Dados pertinentes
a esse trabalho encontram-se na Tabela 5.
Dados relativos a custo de produção de milho em condições de sequeiro , obtidos nos
trabalhos de pesquisa do CPATSA, estão na Tabela 6. As informações foram coletadas no
Sistema de Produção de Sequeiro, ano agrícola 93-94, atualizadas para abrill95.
O custo de produção acompanhado em lotes de colonos do Projeto de Irrigação Senador Nilo
Coelho, em Petrolina-PE, também com valores atualizados para abril/95, encontra-se na Tabela
7. Os colonos de cujos lotes foram coletados os dados apresentados na referida tabela podem ser
considerados de nível tecnológico baixo. Os coeficientes técnicos referentes a esses mesmos
lotes são apresentados na Tabela 8.
Para lavoura irrigada por aspersão, via pivô central, os custos são bem mais elevados, sendo
que a produtividade atinge 4.000 a 5000 kh/ha, enquanto os custos chegam a R$ 690,00,
conforme a Tabela 9. Custo e produtividade com esses valores não dão margem de lucro
compensadora, a não ser que se considere o efeito indireto da cultura do milho na melhoria das
condições do solo pela incorporação da palhada após a colheita.
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o Serviço de Produção de Sementes Básicas da EMBRAPA, em Petrolina, produz sementes
básicas de milho com irrigação via pivô central. Os valores apresentados na Tabela 9 foram
obtidos em campos de produção comercial desta instituição.
Média: Cultivares = 5.600 kg/ha Linhagens = 5.720 kg/ha Híbridos = 6.770 khJha
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TABELA 6. Custo de produção de milho em sistema de cultivo isolado, sob dependência de
chuva, obtido em Campo Experimental do CP ATSA, em Petrolina-PE. Área: 1 ha.
Valores atualizados para abril/95.
R$ R$
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Preparo de solo
- aração h/m 4 17,00 68,00 28,0
Insumos
- sementes kg 20 1,00 20,00 8,2
- defensivos kg/l 2 12,00 24,00 9,9
- sacana U 2S 0,80 20,00 8,2
Mão-de-obra
- plantio h/d 2 6,00 12,00 4,9
- limpa " 5 5,00 25,00 10,3
- aplico defens. h/d 4 6,00 24,00 9,9
- colheita " 5 5,00 25,00 10,3
- beneficiamento " 5 5,00 25,00 10,3
19
TABELA 7. Custo de produção de milho em lotes de colonos do Projeto de Irrigação Senador
Nilo Coelho, no ano agrícola 93/94. Valores atualizados para abrill95. Área: 1 ha.
ITEM L o T E
A B C D Média
Preparo de solo
- aração 22,50 37,50 30,00
- gradagem 10,00 15,00
- cult. animal 30,00 7,50
- aberto sulco 30,00
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TABELA 8. Coeficientes técnicos observados em lotes do Projeto de Irrigação Senador Nilo
Coelho, com a cultura do milho,no ano agrícola 93/94.
ITEM L o T E
A B C D
Unido Quant. Quant. Quant. Quant.
Sementes kg 40 20 22 20
Defensivos kg/l 0,9 2 1,46 0,6
Água m3 4.743 5.215 6.190 4.420
21
"
TABELA 9. Custo de produção de milho irrigado via pivô central, no campo de produção de
sementes da EMBRAPA-SPSB, em Petrolina-PE. Safra 94/95. Área: 1 ha.
Total 690,14
22
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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SÁ, J.c. de M. Sistema de produção de milho visando alta produtividade na região dos Campos
apostbb.doc
24
RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA
O CULTIVO DO FEIJÃO-DE-CORDA
PETROLINA-PE. 1995
1. INTRODUÇÃO
2. O AMBIENTE
cultivar, sendo que aquelas de hábito de crescimento indeterminado, normalmente, são mais
resistentes.
2
2.1 Temperatura do ar
Dentre os fatores climáticos, a temperatura do ar é, segundo a maioria dos autores, o que mais
interfere no pegamento das tlores, determinando intluência no número final de vagens por planta,
isto é, no rendimento de grãos da planta. Estudos realizados sob controle de água e de
temperatura por Warrag & Hall ( 1983 ) mostraram que o feijão-de-corda apresentou alta taxa de
abcisão tloral quando a temperatura máxima do dia e da noite foram altas. Temperatura amena
durante a noite, (20-22°C) mesmo com temperatura elevada durante o dia, (36°C) não
proporcionou taxa elevada de aborto de tlores. Wien & Summerfield (1990) observaram perdas
no rendimento de grãos em torno de 45 %, devido a temperaturas elevadas durante o dia e à
noite.
Acredita-se que para as regiões sem i-áridas a questão da elevada temperatura noturna no
período de exploração dessa cultura, seja um dos fatores que contribuem para um baixo
desempenho do feijão-de-corda em termos produtivos. Temperatura noturna acima de 29°C pode
comprometer o desempenho produtivo da planta, uma vez que a taxa de abcisão tloral aumenta.
3. ÉPOCA DE PLANTIO
3
precipitação pluviométrica muito irregular, nos quais a produção de sequeiro fica seriamente
comprometida. Em regiões com regime bimodal de chuvas, isto é, ocorrência de chuva em dois
períodos distintos, a preferência dos produtores é pelo plantio nas "trovoadas ", tendo em vista
que nessas áreas o feijão-de-corda é explorado apenas para alimentação, ao passo que o feijão
comum, plantado no período de inverno, destina-se ao mercado.
A prática do plantio "no pó" não é aconselhada, pois se acontecer chuva leve é possível que as
sementes entrem em processo de entumescimento e não consigam completar a germinação por
falta de umidade para continuação das atividades fisiológicas necessárias à germinação. Desse
modo sugere-se que o plantio só deve ser iniciado após unia chuva de pelo menus J() nuu.
Além das preferências regionais, a questão da tolerância à doenças, principalmente, deve ser
levada em consideração pelo técnico na hora de indicar que material o produtor deve plantar.
Como se sabe é grande a relação de cultivares de feijão-de-corda com nomes de fantasia os mais
variados possíveis. Cada região tem preferência específica por determinado tipo de grão, cor ou
tamanho. A indicação, portanto, deve ser feita após consulta a instituições de pesquisa, de
assistência técnica ou desenvolvimento de cada Estado, ligadas ao setor.
No caso da região sem i-árida de Pernambuco e Bahia tanto em condições de chuva quanto em
áreas irrigadas os materiais indicados são: EPACE 10 e IPA 206.
São genótipos de ciclo curto, hábito de crescimento sem i-determinado, grãos de cor mulato,
inserção de vagem que facilita a colheita, com maturação uniforme, o que permite ser colhido de
uma única vez. Apresentam boa tolerância a um tipo de potyvirus responsável pelo mosaico
dourado do feijoeiro, doença muito comum no Nordeste, com ocorrência generalizada na época
das chuvas. Para os demais estados do Nordeste é recomendável consultar as instituições de
pesquisa e/ou desenvolvimento, face a existência de várias cultivares indicadas por tais
instituições, conforme a especificidade de cada região.
-I
5. MANEJO DE SOLO E DA CULTURA
Segundo Rachie & Roberts, citados por Mafra (1979), para urna colheita de 1.000 kg/ha de
grãos, a cultura exporta do solos as seguintes quantidades de macronutrientes em kg/ha: 40 de N,
o feijão de corda menos exigente do que o feijão comum, sugere-se urna adubação menor para
5
essa cultura em condições de irrigação, como apresentado na Tabela 1. Todo o fósforo e potássio
devem ser aplicados em fundação, antes do plantio. Ü nitrogênio pode ser aplicado junto com o
fósforo e potássio ou em cobertura, cerca de 15 a 20 dias após o plantio, a fim de servir como
"arranque "e suprir alguma deficiência antes do funcionamento da simbiose com a bactéria
Rhizobium. Para cultivo de sequeiro no sem i-árido, recomenda-se uma adubação fosfatada nos
níveis de 60, 40 e 20 kg/ha de P2Ü5 para os solos com fósforo (P) igualou menor que 4 ppm,
entre 5 e 9 ppm e entre 10 e 15 ppm, respecti vamente.
O 5 20 - 60 - 60 20 - 60 - 40 20 - 60 - 20
6 10 20 - 40 - 60 20 - 40 - 40 20 - 40 - 20
11 20 20 - 20 - 60 20 - 40 - 20 20 - 20 - 20
6
5.3 Sistema de plantio
o espaçamento entre linhas e entre plantas na lavoura do feijão-de-corda varia de acordo com
as condições do ambiente, de modo especial a fertilidade do solo e o tipo de hábito de
crescimento da cultivar a ser usada e do sistema de plantio que o produtor prefere. De um modo
abrangente pode ser recomendado o espaçamento de 1,0 m entre linhas e 0,50 m entre covas. Em
locais de solo pobre e/ou baixa precipitação pluviométrica recomenda-se lavouras com população
inicial em torno de 3.0 a 40 mil plantas por hectare, o que significa dizer que o estande final
deverá ficar com 25 a 30 mil plantas em cada hectare. Este nível populacional pode ser ajustado a
vários espaçamentos entre linhas e covas, dependendo de cada situação específica. Já sob
7
condições de irrigação é conveniente usar nível populacional mais elevado, em torno de 50 a SS
mil plantas por hectae, reduzindo preferencialmente o espaçamento entre plantas, tendo em vista
facilitar a passagem entre linhas de equipamentos de tração animal para controle complementar
de ervas daninhas.
Até a fase em que a planta inicia o florescirnento a lavoura de feijão-de-corda deve ser
mantida livre da concorrência com plantas daninhas. A iníestação de ervas, além do aspecto de
oneroso e sobretudo incômodo. O uso de cultivador à tração animal assegura muita rapidez no
trabalho, de modo que torna fácil manter a cultura sempt e no limpo. O grande segredo de
eficiência do controle de ervas com tração animal é faze-lo com as invasoras ainda em estádios
desenvolvidos pelo CPATSA constatou-se que o trabalho de capina efetuado com tração animal
trabalho.
apresentado sensibilidade a maioria dos herbicidas, conforme observação de Mafra (I <)]<). Pode-
litros do produto comercial por hectare, gastando-se cerca de 400 litros de calda. O produto pode
dependendo da infra-estrutura do produtor com relação a equipamentos. Em solos com baixo teor
de argila (solos arenos) recomenda-se 2 litros do produto comercial por hectare, ao passo que
solos argilosos exigem maior volume do produto, ou seja, 3 litros por hecatres. A fim de
se ter uniformidade de distribuição da solucção do produto sobre a ára a ser tratada, condição
indispensável para eficiência técnica e econômica do herbicida, as seguintes sugestões devem ser
observadas.
a - calibrar o pulverizador a fim de se obter a vazão desejada, ajustando-se a velocidade do
aplicador ou do trator, no caso de aplicador ou do trator, no caso de aplicação motorizada,
para se ler a vasão necessária para cobertura da área de aplicação;
c - Observar sempre se o volume da calda aplicada não ultrapassa o intervalo de 300-400 litros
por hectare. O importante é que o solo esteja bem preparado, livre de torrões e de restos
culturais. O produto é mais eficiente quando a sua aplicação ocorre com solo úmido e
radiação solar de média a fraca intensidade.
provocar maiores danos ao grão, o contrário do que ocorre com a "batedura" manual.
O armazenamento tem por objetivo manter as características biológicas, fisicas e químicas que
o grão possui ao ser colhido. Na pequena produção os cuidados com o armazenamento, via de
regra, são negligenciados, o que determina razoável perda na qualidade do produto. O
armazenamento do feijão-de-corda, quando feito sob precárias condições, contribui para
deterioração dos grãos face ao ataque de roedores, gorgulhos etc. O recomendável, nesses casos,
é armazenar o produto em recipientes bem fechados (silos, vasilhames, tambores, etc) de modo
que não ocorram trocas de gases entre o recipiente e o exterior. Uma questão importante a
considerar no armazenamento está relacionada com a umidade do grão e a temperatura. O feijão-
de-corda deve ser armazenado com teor de umidade em torno de 13 % nas regiões onde a
temperatura varia de 25 a 34 graus centígrados, sem riscos de deterioração do grão para fins
comerciais ou mesmo para plantio, desde que o tempo de armazenamento não seja muito
prolongado, isto é, 8 a 12 meses. A secagem do feijão-de-corda pode ser feita antes ou após o
beneficiamento, expondo o produto ao sol, por 1 ou 2 dias.
agricultura dependente de chuva, na maioria dos casos, é baixa. Vários fatores contribuem para
que isto ocorra, sendo o manejo, talvez o principal fator, aliado ao uso de materiais de baixo
potencial produtivo e suscetível a algumas viroses. Por ser considerada uma cultura muita rústica,
normalmente o produtor não lhe dispensa tratos culturais adequados, de modo que a
produtividade sempre fica comprometida. Há que se considerar, também, o aspecto de baixa
cotação do produto quando o pequeno produtor vai comercializá-Io,desestimulando-o a investir
em melhor tecnologia de produção.
No ano agrícola 93/94, em trabalho conjunto da Prefeitura Municipal de Trindade-PE, e do
CPATSA, foi possível obter em lavoura geral conduzida por produtor, até 1800 kglha de grãos,
• usando a cultivar IP A 206, em situaçào de sequeiro, com chuvas regulares, com precipitaçào em
torno de 400 mm, em 3 meses. De um modo generalizado, os rendimentos obtidos em pesquisa
nas regiões de Massaroca (Juazeiro-BA) Petrolina, Araripina e Ouricuri, todas em Pernambuco,
têm variado de 400 kg a 1800 kg, conforme a regularidade e intensidade das chuvas.
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TABELA 2. Custo de produção de feijão-de-corda em áreas de colonos do Projeto de Irri-
gação Senador Nilo Coelho. Valores em R$, abril/95 Área de 1,0 ha.
Preparo de solo
- aração h/m 37,50 21,00 15,00 15,00
- gradagem " 32,10
- limpas dia 6,42 9,00 15,00
...........................................................................................................................................
Sub-total 70,06 30,00 15,00 30,00 36,25
Insumos
- sementes kg 48,00 40,80 45,30 51,00
- fertilizantes " 0,37
- defensivos l/kg 60,08 13,29 29,55 91,45
- água m.3 69,75 42,70 62,30 73,60
...........................................................................................................................................
Sub-total 178,20 96,79 137,15 216,05 157,04
Mão-de-obra
- plantio dIH 8,57 8,00 6,66 5,00
- irrigação " 46,78 40,00 50,00 80,00
- pulverização " 80,57 28,80 46,80 90,00
- capina " 42,85 24,00 40,00
- colheita " 156,42 82,00 166,66 102,85
- beneficiamento " 53,57 18,00 10,00 10,85
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TABELA 3. Custo de produção de 1 hectare de feijão-de-corda, sob condições de chuva
obtido no Campo Experimental do CPATSA. R$ (abril 95).
Preparo de solo
- aração h/m 3 17,00 51,00
- gradagem
lnsumos
- semente kg 25 1,70 42,50
- defensivos I/kg 2 12,00 24,00
Mão-de-obra
- plantio a/H 2 4,00 8,00
- limpa " 5 4,00 20,00
- aplic. defensivo " 4 5,00 20,00
- colheita kg 1.600 0,08 128,00
- beneficiamento saco 20 1,00 20,00
TOTAL 323,50
h/m = hota/máquina
d/H = dia/homem
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6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
PAIVA, 1.B.;SANTOS, 1. H. R dos. Aspectos da cultura do caupi. Vigna sinensis (L.) Savi. no
al'uslub2.du\:
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