Trabalho de Economia Política II

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Trabalho de Economia Política II. Igor Abreu.

Introdução.

Ao observar a história, é possível verificar que as crises econômicas são endógenas

ao capitalismo, e uma dessas crises se destaca especialmente pela amplitude de seus

efeitos, tanto no centro como na periferia do capitalismo. A crise dos “subprime” de

2008 ocorrida nos Estados Unidos, foi um fenômeno complexo oriundo principalmente

da especulação imobiliária em território norte-americano, e por conta da globalização as

consequências da crise se espalharam pelo globo.

Avaliando a questão neste sentido voltado para a globalização, e também buscando

compreender um pouco mais do sentimento vivido pela sociedade norte-americana antes

e durante 2008, três obras serão relacionadas para produzir o debate entre crise e

globalização, os textos “Poder Monetário Estrutural: do padrão ouro ao dólar flexível”,

“O sistema financeiro globalizado contemporâneo: estrutura e perspectivas”, ambos de

Ernani Torres, e o filme “A Grande Aposta” de Michael Lewis.

Globalização

Com a Revolução Financeira Inglesa dos séculos XVII e XVIII, houve a criação de

instituições fundamentais para o sistema financeiro como a dívida pública, o banco

central e os mercados secundários de ativos. Estas instituições foram criadas com

objetivo de permitir maior acúmulo de recursos afim de financiar os conflitos militares

em que se envolvia, e consequentemente aumentaram o poder da moeda inglesa.

Com esta configuração do arranjo monetário-financeiro a Inglaterra ocupou papel

central nas finanças internacionais. As nações começaram a adotar o padrão ouro

estabelecido pela Inglaterra por vontade própria e pelas vantagens de estar integrado ao

sistema inglês, como por exemplo, uma condição de baixo risco de crédito.
O evento que mudou a configuração do arranjo monetário-financeiro foi a 2ª Guerra

Mundial. Houve a desmontagem do império britânico em troca de apoio financeiro

vindo dos Estados Unidos, eliminando assim a possível concorrência com a libra no

sistema monetário internacional, tornando possível a hegemonia dos EUA. E ao final da

guerra houve também a imposição de uma nova configuração do arranjo monetário-

financeiro internacional, agora baseando-se no dólar, estabelecendo sua

conversibilidade em ouro numa paridade fixa realizada pelos Acordos de Bretton

Woods em 1946.

Os momentos antes do fim dos acordos estabelecidos em Bretton Woods foram

marcados pela inflação, que gerava desaceleração econômica, pelo desemprego, e a

atuação de movimentos sociais e políticos. Assim como também pela competição no

comércio internacional com a Alemanha e o Japão. E o padrão dólar-ouro também

gerava desconfiança, por não se ter certeza de que havia ouro o suficiente em relação

aos dólares gerados pela economia estadunidense. Portanto, os Estados Unidos

precisaram rever sua estratégia em relação ao dólar

O fim do padrão dólar-ouro foi a solução destes problemas, totalmente unilateral e

imposto pelos EUA e seus aliados em 1971, onde o dólar não era mais lastreado em

ouro e as taxas de câmbio seriam flutuantes.

A globalização se localiza como um fenômeno que ocorreu entre 1970-1990,

caracterizada por Torres como um fenômeno financeiro que reestrutura a hegemonia dos

Estados Unidos. Ela é um processo complexo, que não é unicamente uma oportunidade

para os países em desenvolvimento, mas também apresenta desafios significativos

devido à dinâmica de poder global e à precarização das condições de desenvolvimento

para as economias periféricas.

Crise

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