(25) Livro de Apocalipse

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LIVRO DE APOCALIPSE

Introdução

ALFA: CURSOS DE TEOLOGIA-LIVRE


Professor: Pastor Carlos oliveira: [email protected]
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O livro de Apocalipse é verdadeiramente o último livro da Bíblia. É a


consumação da revelação de Deus e a conclusão da palavra de Deus. Sem
essa parte da palavra de Deus a Bíblia seria um livro sem um fim, e muitos
dos problemas que surgem nos outros livros permaneceriam também sem
solução. Quão triste é que para muitos filhos de Deus este livro parece não
existir na sua Bíblia! Eles nem o lêem nem o entendem. Essa é uma das
razões porque a fraqueza espiritual prevalece entre o povo de Deus.
As páginas de Apocalipse constituem o registro do cumprimento de
todas as promessas e profecias. Ele segue-se à Lei, aos Profetas, aos
Salmos, aos Evangelhos, e às Epístolas. Implementa os tipos e completa os
ensinamentos dos escritos anteriormente mencionados, e é a última
mensagem dada pelo Senhor Jesus para Sua Igreja a fim de mostrar quais
seriam, futuramente, Seus relacionamentos com Sua Igreja, com Seu Israel
e com Seu inimigo. É um livro de guerras: a guerra entre Cristo e o
Anticristo; entre Deus e Satanás. Esse livro mostra como os santos se
levantarão com o Senhor em um propósito único de resistir a Satanás e
suas hostes. Todavia, se esta é uma verdade para o futuro, tanto mais
deve ser uma verdade para hoje. Que o Senhor nos dê graça para que, no
tempo presente, nós possamos assumir a atitude de vencedores contra o
diabo; para que pela fé resistamos a ele em nossas vidas e ações; e para
que aprofundemos nossa própria inimizade contra ele.
É extremamente apropriado que o livro de Apocalipse tenha sido
colocado no fim do Novo Testamento. Quando lemos os Evangelhos, nós,
sem dúvida, pensamos no futuro reino de Deus e sua glória. Quando lemos
as Epístolas, nossa expectativa para o futuro é, sem dúvida, intensificada.
Parece que a Bíblia inteira está apontando para aquele futuro ao qual
nossos corações cristãos são atraídos. Mas então, o livro de Apocalipse
conclui todas as profecias que foram anteriormente pronunciadas e coloca
os futuros acontecimentos diante de nós, levando-nos a saber com mais
segurança que um dia a criação não mais gemerá e que os crentes não
mais sofrerão!

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Quão apropriado é tudo isso. O que os santos têm experimentado no


mundo aumenta o seu anseio pela vinda daquele dia. Quão numerosos são
os pecados do mundo, como prevalecem as suas violências! No entanto,
como os santos anseiam pelo triunfo da justiça e da verdade! O livro de
Apocalipse fala do iminente julgamento do mal por Deus assim como
declara a vitória final dos que amam a Deus. Veja quão misericordioso é o
Senhor: Ele nos dá esse livro para nosso conforto e satisfação. Como Ele
sempre cuida de nós!
O Senhor Jesus Cristo é o centro da Palavra de Deus (cf. Lucas 24:27;
João 5:39). Portanto, Ele é a chave para a palavra de Deus. Diretamente ou
indiretamente, toda a Bíblia fala dele. Ela aponta para Jesus e gira ao redor
dele. Tire-O, e ninguém entenderá a Bíblia. “No rolo do livro está escrito
sobre mim” (Hebreus 10:7). Martinho Lutero disse certa vez que no mundo
“há somente um livro - a Bíblia, e uma só pessoa - Jesus Cristo”. O Senhor
Jesus Cristo é tanto o detalhe quanto o esboço da Bíblia. Se nós lermos o
livro de Apocalipse com um coração que busca por Cristo, nós veremos
seu rosto em cada página, e de cada página ouviremos sua voz. Esse livro,
assim como todos os outros livros da Bíblia, toma a pessoa de Cristo como
o sujeito e a glória de Cristo como o objeto. Se nós não vemos a pessoa de
Cristo nas páginas de Apocalipse, então tudo o que vemos será vaidade.
Aproximando-nos desse livro, nos aproximamos de Cristo. Como isso é
bonito!
Possamos nós receber graça para ver mais de Cristo em todas as
páginas desse livro. É deplorável que comentaristas e também ouvintes se
importam muito com os julgamentos, símbolos, mistérios e conseqüências
desse livro, mas esquecem que Cristo é nosso amado Senhor! Que Ele nos
habilite a segui-lO com uma mente simples e a exaltá-lO sobre tudo mais.
Que possamos aprender a amá-lO e a obedecê-lO mais e mais.
Desde o princípio, o livro de Apocalipse registra a pessoa a obra de Jesus
Cristo. Muitos nomes são dados no primeiro capítulo; e todos revelam a
Sua pessoa - Sua deidade. Ele fala da Sua vida na terra como “a
testemunha fiel” (1:5); ele fala da Sua morte substitutiva na cruz da
seguinte maneira: “com Seu sangue nos libertou dos nossos pecados”

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(1:5), “Eu estava morto” (1:18), “um Cordeiro...como que tendo sido
morto” (5:12). Esse livro O menciona como o Cordeiro 28 vezes, e em cada
uma delas isso nos lembra como ele morreu por nossos pecados. Como Ele
nos ama verdadeiramente (1:5)! Mas a sua ressurreição também é
registrada nesse livro como “o Primogênito dos mortos” (1:5), “aquele que
vivo e fui morto, mas eis que vivo para sempre” (1:18), e “o primeiro e o
último, que foi morto e reviveu” (2:8).
Por causa da morte e ressurreição de Cristo, Deus o Pai deu a Ele
incomparavelmente a maior glória, como o apóstolo Paulo tão
eloquentemente nos diz: “Ele se humilhou, sendo obediente até a morte, e
morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu
um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre
todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda
língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fil.
2.8-11). Nós podemos notar como as palavras desses versos das epístolas
são cumpridas nesse último livro da Bíblia. O livro de Apocalipse conta-nos
como ele receberá os louvores dos redimidos, as aclamações das hostes
angelicais, e o louvor de toda criação. Que os corações de todos os que
amam o Senhor sejam elevados, pois nós nos alegramos em vê-lO
glorificado.
Uma grande parte desse livro é dedicada ao julgamento de Cristo, de
acordo com João 5: ”E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho
todo o juízo” (v.22). Quem pode se levantar contra a ira do cordeiro? Nada
do que o nosso Senhor faça é inapropriado. A Sua beleza é manifesta tanto
no Seu favor quanto na sua ira; e isso nos leva a admirá-lO mais e mais.
Antes, ele se mostrou de forma tão humilde! Quão desprezado e
maltratado pelos homens ele foi! Mas agora, Ele é cheio de glória e
majestade! Que o Senhor nos habilite a vermos a sua honra nesses
terríveis julgamentos. Após Apocalipse 19, nós podemos ver como ele é
unido em um com a Sua noiva, como Ele destrói todos os Seus oponentes,
como os seus crentes vitoriosos reinam com ele por mil anos, e como Ele
busca pelos seus no novo céu e nova terra. Verdadeiramente, o Senhor
Jesus é o tema do livro de Apocalipse. Se a palavra de Deus de fato toma

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Cristo como o seu centro, então nós devemos fazer dEle o centro do nosso
falar e do nosso andar. Desde que Deus deu a Ele todas as coisas, então
nós devemos dar a ele tudo de nós em nossas palavras e obras.
Agora, além da pessoa e glória de Cristo, esse livro também toma -
como seu assunto secundário - a Igreja e o reino, embora não separados,
mas juntos a Cristo. Neste livro, como temos dito, o mundo está sob
julgamento; de forma que, de tudo o que é dito deste mundo, Apocalipse
não registra nada a não ser o seu julgamento. E a respeito da Igreja neste
mundo, o livro não diz nada a respeito dos seus privilégios especiais, mas
diz algo sobre a sua responsabilidade. No entanto, as coisas que o Velho
Testamento não menciona sobre o aspecto celestial da Igreja e da glória
do reino são claramente descobertas na última porção do Novo
Testamento.
No Apocalipse, Deus é apresentado como o Juiz dessa era, e Cristo é
retratado como o Executor. O julgamento começa com a casa de Deus e
finalmente alcança todo o mundo. Nesse livro o Espírito Santo é revelado
como “os sete Espíritos” ao invés de “O Espírito” que é apresentado nos
outros livros da Bíblia, simplesmente porque se fala dele de acordo com a
obra do governo de Deus.
Que possamos entender que o livro de Apocalipse não é um livro de
segredos, mas de revelações. Se fosse um livro selado, nós não teríamos
nenhuma esperança em entendê-lo. Mas, desde que é um livro de
revelações, nós precisamos pedir ao Espírito de Deus que nos ensine, para
que possamos saber. O significado básico de “revelação” é “tirar o véu”. E
por isso, nesse livro o Espírito Santo tira para nós o véu da glória e da
pessoa do Senhor Jesus. Que Ele abra nossos olhos para contemplarmos o
precioso ensinamento que há nessas páginas!

Uma razão para a impopularidade do Apocalipse entre tantos é que há


uma concepção moderna de que o mundo inteiro será salvo no futuro. No
entanto, o livro de Apocalipse fala contra uma concepção errada como
essa. Pelo contrário, prediz que no futuro incontáveis números de pessoas
serão eternamente perdidos no “lago de fogo”. Esses que se acham mais
compassivos que Deus vão certamente resistir a esse ensinamento. Eles

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gostariam de pensar que a punição de pecadores durará um certo tempo e


que então haverá simplesmente a sua aniquilação. Mas mais uma vez o
livro de Apocalipse se opõe a tal pensamento ansioso. Ele mostra que os
sofrimentos do lago de fogo são eternos – sem fim. Desde que esse livro é
cheio de ais, pragas, maldições, agonias e avisos, não é surpreendente
que as pessoas não lêem, recebem ou aceitam-no.

Podemos acrescentar que o livro de Apocalipse, em seus ensinamentos,


é tão oposto ao pensamento humano que poucos o estudarão nos dias de
hoje. Mas há esses poucos que ainda pagam o preço para ler essas
páginas.

Os santos que amam ao Senhor tomam uma atitude totalmente


diferente a respeito desse livro. Eles encontram em suas palavras um
suprimento em tempos de falta, apoio em tempos de desespero, conforto
em tempos de tristeza, socorro em tempo de fraqueza. Este volume
enxuga as suas lágrimas, aumenta a sua fé, e reaviva a sua vontade.
Como esses santos que desejam sofrer pelo Senhor amam ler essas
páginas! Por amor a Cristo eles se tornam pobres e solitários. Eles
caminham pelo caminho estreito da cruz. Mesmo em suas aflições, eles
encontram alívio e descobrem grande esperança no Apocalipse, pois a
segunda vinda do senhor não alegraria aqueles que amam a sua
revelação? Por maiores que possam ser as aflições na terra, a esperança
de ser arrebatado para o paraíso mais do que compensa todas elas. Como
podemos deixar de admirar a Nova Jerusalém, a Cidade de Deus? Por mais
coisas que tenhamos que abandonar hoje, o ganho naquele dia em que
reinaremos com Cristo será muito maior. As aflições desse tempo presente
são leves e momentâneas se comparadas com a glória eterna do reino que
está vindo (cf. Rom. 8.18, 2 Cor. 4.17). O livro de Apocalipse é
verdadeiramente uma benção para os cristãos.

Como Podemos Entender o Livro De Apocalipse


Para entender o livro de Apocalipse a primeira coisa que se deve fazer é
lê-lo. Sem fazer isso, ninguém pode entender esse livro. Não é estranho

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que quando perguntamos aos cristãos “porque você não lê o Apocalipse?”


eles respondem que é porque não o entendem? Por acaso eles querem
dizer que é necessário entender primeiro essas páginas para depois lê-las?
Que Deus nos conceda paciência para estudarmos a Sua palavra, a fim de
que não desistamos de ler logo que encontrarmos alguma dificuldade, pois
dessa forma perderíamos muitas bênçãos. Qualquer que ler esse livro do
Apocalipse não deve confiar simplesmente no seu próprio poder mental;
ele deve, em oração, humildemente e abertamente pedir a iluminação do
Espírito Santo. Quando a Sua luz brilha sobre a palavra de Deus, coisas
que outrora não foram entendidas durante anos serão imediatamente
compreendidas.

Além disso, o leitor desse livro deve manter o seu coração puro - ou
seja, ele não deve ler por curiosidade a respeito de eventos futuros. Pelo
contrário, ele deve ler atentamente as páginas desse livro, com o desejo
de conhecer mais da palavra de Deus, para poder guardar a Sua vontade e
receber tudo o que Ele quiser dar através da sua palavra. Deus não
abençoará uma leitura que sirva apenas para alimentar uma mente
curiosa, pois isso não tem proveito para nossa vida espiritual. A meu ver, a
primeira coisa a fazer para compreender o livro de Apocalipse é obter um
conhecimento meticuloso sobre ele. Para começar, leia-o capítulo por
capítulo. Leia até que você possa lembrar do conteúdo de cada capítulo
sem olhar. Então leia cuidadosamente, versículo por versículo. Memorize
os versículos que você considera importante. Use todos os tipos de
métodos para se tornar um meticuloso conhecedor desse livro. Assim que
você se tornar familiarizado com os seus conteúdos, o Espírito Santo então
poderá ensiná-lo.

Agora, estando totalmente inteirado a respeito do livro, você logo


descobrirá as suas divisões naturais. Você será capaz de perceber o
método do livro e de decidir qual parte é história principal e qual parte é
parênteses. Você pode então pôr a história principal em ordem e
determinar o relacionamento entre história e parênteses. Com um
programa de estudo detalhado como esse, você verá qual parte está
claramente explicada e qual parte está apenas implícita. Não há problema

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nenhum com as partes explícitas, mas as partes implícitas devem ser


comparadas com outras porções das Escrituras.

Desde que o livro de Apocalipse é a soma total de toda a Bíblia (nele são
concluídos todos os problemas que não foram concluídos em partes
anteriores da Bíblia), nós devemos pesquisar os outros livros da Bíblia para
esquadrinhar todas as conecções pertinentes. Se interpretarmos as
escrituras com o auxílio das próprias escrituras, nós chegaremos a uma
acurada explicação e conhecimento. No entanto, como nós já temos
observado, a leitura da Bíblia não é apenas para conhecer, mas é para
cultivar a vida espiritual. E por isso, mesmo com as partes que podemos
entender, nós devemos pedir ao Espírito Santo que nos mostre seus
significados espirituais e que nos dê ajuda espiritual.

A Época em que o Livro de Apocalipse foi Escrito:


Eu pessoalmente creio que livro de Apocalipse foi escrito por volta de 95 a
96 DC durante a última metade do reino do Imperador Domiciano, o último
dos doze Césares Romanos.

As Interpretações do Apocalipse

A interpretação do livro de Apocalipse é um ponto de contenda entre os


comentaristas. De maneira geral, há três diferentes escolas de
interpretação; que são (1) os Preteristas, (2) os Interpretadores Históricos,
e (3) os Futuristas. Os Preteristas sustentam que toda, ou pelo menos
grande parte da profecia já se cumpriu com luta entre a Igreja e Roma,
tendo a vitória da Igreja como resultado final. Tal interpretação é muito
abstrata e é objetada por comentaristas ortodoxos.

Os Interpretadores Históricos defendem que a profecia abrange toda


a história da Igreja, mostrando como as malignas forças do mundo lutam
contra a Igreja. Essa interpretação foi muito popular durante os tempos da
Reforma e ainda era fortemente defendida no século dezenove.
Especialmente com o surgimento de Napoleão, essa visão foi reconhecida
como a interpretação final. Dentre os Protestantes, pessoas que têm essa
visão consideram o Papa e a Igreja Romana como sendo o anticristo e a

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Besta. O próprio Martinho Lutero tomou essa visão. Mas os comentaristas


da Igreja Católica tomaram a visão oposta e reconheceram o
Protestantismo como o Anticristo. Eles até mesmo declararam ter
encontrado o número 666 no nome de Martinho Lutero. Muitos do povo de
Deus no final do século dezoito e no começo do século dezenove criam
que Napoleão cumpria o personagem mencionado em Apocalipse 13. E
muitos dos números no livro foram tomados arbitrariamente como um
período fixo de profecia; por exemplo, o numero de três anos e meio foi
considerado uma representação da tribulação na sua própria história
corrente.

Os Futuristas mantém a idéia de que a maior parte da profecia ainda


está para se cumprir no futuro. A partir do capítulo 4, nem mesmo uma
letra foi cumprida. Os capítulos 2 e 3 falam da Igreja. Só depois que o
período da Igreja for cumprido é que qualquer coisa depois do capítulo 4
pode ser cumprida. Os capítulos 6-19 referem-se a eventos que
acontecerão no tempo das últimas sete das setenta semanas de Daniel. E
as últimas sete semanas de Daniel não podem começar sem que a história
da Igreja esteja completada. Essa interpretação é a mais satisfatória, pois
é a que mais coincide com as profecias encontradas em outras passagens
da Bíblia. No entanto, nós não temos a intenção de contender por uma
opinião! De fato, que possa o Senhor sempre nos afastar disso. O que
desejamos é a Sua verdade. Que o seu Espírito nos guie para dentro de
todas as verdades e nos habilite a entender a palavra de Deus.

É inevitável que haja muita discussão sobre a interpretação do


Apocalipse entre essas três escolas. Mas o nosso alvo, como já deixamos
claro, é saber o que Deus quer que saibamos, e não contender em defesa
de qualquer escola humana ou opinião. Portanto, nós não vamos
apresentar todos os argumentos, nem contra nem a favor. Embora eles
pudessem ser bem-vindos por algumas pessoas, não seriam edificantes.

Umas poucas palavras, entretanto, precisam ser ditas para


demonstrar que existe falibilidade tanto na interpretação dos Preteristas
quanto na dos Históricos. Os Preteristas mantêm a idéia dos Professores

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Racionalistas. Ninguém, na Igreja dos primeiros séculos, acreditou nisso.


Pois isso limitou os horizontes de João a ver somente a perseguição dos
Cristãos por Roma. Isso reduz a profecia a um simples valor alegórico, e
meramente prediz a derrota dos romanos. Os Interpretadores Históricos,
por outro lado, adormecem o mais solene aviso da Bíblia Sagrada
direcionado às pessoas do final dessa era, com a finalidade de que não
possamos conhecer o que a ira de Deus será. Sejamos, pois, esclarecidos a
respeito do que a Bíblia realmente ensina.

Em I Coríntios 10:32 Paulo divide a humanidade em três principais


categorias: Judeus, Gentios, e a Igreja de Deus. Durante os tempos do
Velho Testamento não havia Igreja, pois ela foi estabelecida pelo Senhor
somente no período do Novo Testamento. Uma vez que o livro de
Apocalipse é o último livro da Bíblia e que por essa posição ele é a soma
de todas as Escrituras, é natural que ele nos mostre como será o fim
dessas três categorias de pessoas. Os Preteristas, no entanto, sustentam
que o Apocalipse relata apenas a história passada das lutas da Igreja. Os
Interpretadores Históricos também, limitam a profecia à experiência da
Igreja depois do tempo de João. Ambos abraçam a Igreja e deixam passar
os Judeus e os Gentios. Essa visão é muito parcial e faz da revelação de
Deus um livro imperfeito. Se concordarmos com as suas interpretações,
nós seremos deixados na escuridão quanto ao futuro fim dos Judeus e
Gentios. Mas nós devemos esperar ver no último livro da Bíblia (1) o
caminho que a Igreja vai trilhar na terra e sua futura glória; (2) a proteção
dos remanescentes dos Judeus por Deus ao longo da Grande Tribulação e
o seu recebimento das bênçãos de Deus prometidas por meio dos
profetas; e (3) o julgamento dos Gentios que pecaram e não creram, assim
como a alegria desses Gentios que vierem ao Senhor.

Eu não vou argumentar qual é a interpretação certa e qual é a errada. É


claro que deve haver uma verdadeira interpretação que esteja de acordo
com todas as profecias do Velho e do Novo Testamento e que nos seja de
proveito espiritual. Onde podemos encontrar essa verdadeira
interpretação? Qualquer resposta está no livro em si. O que esse livro de
Apocalipse nos conta é sobremodo confiável. Nós não precisamos gastar

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muito tempo pesquisando as interpretações e idéias das diferentes


escolas. Nós podemos até mesmo deixar de lado tais termos como “os
Preteristas” ou “os Futuristas”. A melhor maneira é buscar as escrituras
diretamente. Pois eu creio que, nas páginas do livro de Apocalipse, nosso
Senhor Jesus Cristo tem nos dado a chave para a sua própria
interpretação.

A Chave Para Interpretar o Apocalipse

Em cada livro da Bíblia, há um versículo-chave, pelo qual todo o livro


pode ser aberto. E por isso nós esperaríamos encontrar o verso-chave no
Apocalipse a fim de termos também o esboço desse livro. Onde está esse
versículo? O Senhor Jesus pessoalmente comandou João que escrevesse
esse livro; então, vejamos como João recebeu essa comissão: “escreve,
pois, as coisas que viste, e as coisas que são, e as coisas que serão depois
dessas” (1.19). O Senhor deu a direção para João escrever três elementos:
primeiro, as coisas “que [João] viste”; segundo, “as coisas que são”; e
terceiro, “as coisas que serão depois destas”. E João escreveu de acordo.
No momento em que ele estava para escrever, ele já havia tido uma visão;
por isso, a primeira coisa que ele devia escrever era o registro da visão
que ele tinha acabado de ver. João continuou então a mencionar “as coisas
que são” e concluiu com “as coisas que serão depois dessas”. E, assim,
esse único versículo da Escritura faz alusão às coisas do passado, do
presente e do futuro.

Três Principais Divisões do Livro de Apocalipse

Tomando isso como uma chave, então, o livro de Apocalipse deve ser
dividido em três partes principais. Com vinte e dois capítulos no livro,
como são feitas as três divisões? Antes de tocarmos na primeira e segunda
divisões, comecemos olhando para a terceira divisão. Há um versículo no
capítulo 4 que evidentemente indica que a terceira divisão começa
naquele capítulo: “Depois dessas coisas,” disse João, “eu vi, e eis uma

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porta aberta no céu, e a primeira voz como de trombeta, que eu ouvi falar
comigo, disse: sobe aqui, e te mostrarei as coisas que devem ser depois
dessas” (4.1). “As coisas que devem ser depois dessas” devem ser coisas
depois desses três capítulos. Apocalipse 1.19 indica que a terceira divisão
fala das “coisas que devem ser depois dessas”, e as coisas que João viu do
capítulo 4 em diante são de fato “as coisas que devem ser depois dessas”.
Dessa forma, é evidente que a sua terceira divisão do Apocalipse
começa no capítulo 4 ( e desde que o livro tem apenas três divisões, a
terceira divisão deve ser do capítulo 4 ao 22). Isso deixa apenas os
primeiros três capítulos para a primeira e segunda divisões do livro.
Apocalipse capítulo 1 é concernente ao que João viu. O versículo 11 diz “o
que vês, escreve-o em um livro”, e no verso 19 João é ordenado que
“escreve, pois, as coisas que viste”. Entre esses dois versículos João viu a
visão, a qual constitui aquilo que ele viu. A primeira divisão do livro é, por
isso, o capítulo 1. Desde que aprendemos que todo o livro pela sua própria
indicação deve ser dividido em três divisões principais, e já que também
aprendemos que a primeira divisão é o capítulo 1 e que a terceira divisão
vai do capítulo 4 até o fim do livro, pode-se racionalmente concluir que a
segunda divisão principal do livro deve ser os capítulos 2 e 3. Nesses
capítulos nós encontraremos “as coisas que são”, as quais são as coisas
concernentes à Igreja.

João viveu na era da Igreja, e por isso a Igreja é reconhecida como “as
coisas que são”. Os capítulos 2 e 3 dão a história profética da Igreja do seu
começo ao seu fim. Começa com os Efésios abandonando o seu primeiro
amor (2.4) e termina com os Laodicences sendo vomitados da boca do
Senhor. A historia inteira da Igreja está dessa forma sendo delineada por
essas sete igrejas locais. Desde que “as coisas que devem ser depois
dessas” seguem “as coisas que viste” e “as coisas que são”, os conteúdos
registrados do capítulo 4 em diante devem esperar até que a história da
Igreja possa ser cumprida para que sejam cumpridos. Embora hoje o fim
esteja de fato se aproximando, nós devemos admitir que a Igreja ainda
existe na terra; e que, dessa forma, o seu tempo ainda não está
totalmente cumprido.

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Esse é o ensino das Escrituras. Apocalipse 1.19 é de fato a chave que


destranca o mistério que rodeia esse livro. E, a partir deste verso, nós
temos agora obtido uma verdadeira interpretação.

A Mensagem, o Estilo e a Natureza do Livro de Apocalipse

Embora Cristo seja o tema desse livro, também são registradas as


coisas do fim dessa era. Todas as coisas que estão para acontecer levam
ao tratado do reino de Deus. Por isso, esse é um livro de profecia.

Essa natureza profética é claramente definida tanto no início como no


fim do livro (ver 1.3; 22.7,18,19). Através de muitas visões, a mensagem
desse livro prediz os eventos que se aproximam.

Os iniciantes podem ficar confusos pelos muitos símbolos nesse livro.


Eles podem considerá-los muito alegóricos para serem entendidos. No
entanto, realmente não é tão difícil como possamos pensar. Embora haja
muitos símbolos, muitos deles já foram explicados no próprio livro. Os
leitores deveriam consequentemente confiar no poder de Deus e ler a Sua
palavra com diligência e paciência. Se é necessário paciência na busca por
conhecimentos mundanos, quanto mais paciência é preciso ter na busca
pelas coisas espirituais!(GT) Há pelo menos 14 símbolos que já foram
explicados. E os não explicados talvez nem excedam esse número.

(1) Candeeiros simbolizam as igrejas (1.20).

(2) As estrelas são os mensageiros (ou anjos) das igrejas (1.20).

(3) O fogo representa o Espírito Santo (4.5).

(4) Chifres e olhos também representam o Espírito Santo (5.6).

(5) O incenso simboliza as orações dos santos (8.3, 4).

(6) Dragão fala de Satanás (12.9).

(7) Os sapos são os espíritos imundos (16.13).

(8) A Besta tipifica um rei (17.12).

(9) As cabeças da besta correspondem a colinas (17.9).

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(10) Os chifres da besta correspondem a reis subordinados (17.12).

(11) As águas representam povos (17.15).

(12) A mulher simboliza a grande cidade (17.18).

(13) Linho fino representa a justiça (19.8).

(14) A esposa do Cordeiro é a cidade de Deus (21.9, 10).

Por isso, não tratem esse livro como se fosse de símbolos. Embora haja
mais de trinta símbolos, a metade deles já foi explicada. Em média, há
menos de um símbolo por capítulo para ser encontrado; e,
consequentemente, o livro de Apocalipse verdadeiramente não pode ser
rotulado como um livro de símbolos. As profecias em suas páginas são de
dois tipos: direta e indireta. As profecias indiretas têm a forma de
símbolos; mas, como já mencionamos, esses símbolos não foram
colocados em total escuridão, já que metade deles já foi explicada. Dessa
forma, os leitores não deveriam ficar intimidados por esses símbolos, mas
deveriam distinguir os explicados dos não-explicados, e procurar descobrir
os seus significados.

A despeito da adoção dos símbolos como um estilo de escrita, nós não


devemos espiritualizar o livro em todo. Nós devemos manter em mente
uma coisa importante: o Apocalipse é um livro aberto (ver 22.10), não é
como Daniel, que é um livro selado (ver 12.4). É chamado “a Revelação de
João” e, por essa razão, todas as coisas registradas nele estão abertas
para serem entendidas. É escrito de acordo com fatos, e por isso pode ser
tomado literalmente. Assim como os conteúdos futuros registrados no fim
do livro são milagres atuais, como ressurreição, arrebatamento,
aparecimento, e assim por diante, as coisas dadas na parte inicial do
volume devem também ser atuais – nesse caso, punições –desde que esse
é um livro de unidade. Nós ouvimos que há 119 profecias no Velho
Testamento a respeito do Senhor Jesus. Como estão cumpridas essas
profecias? Toas elas estão cumpridas literalmente. Por exemplo, uma
virgem dando à luz um filho, Belém, a vinda do Egito, as trinta peças de
prata, e assim por diante, foram todas literalmente cumpridas.

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Além desses símbolos, o resto do livro contém os dizeres evidentes de


Deus. Nós aprendemos que significados espirituais e ensinamentos estão
implícitos. Mas essas partes figurativas devem ser explicadas
literalmente. Por exemplo, na abertura do sétimo selo, nós descobrimos
que sete anjos estão prontos para soprar as trombetas. No soar das sete
trombetas há saraiva e fogo, sangue, montanha, mar, estrelas, lua e sol, e
assim por diante. Por um lado, tudo isso deve ser tomado literalmente,
embora ainda possamos derivar muitos significados espirituais e
ensinamentos disso. Por outro lado, não devemos aceitar meramente os
seus significados espirituais e rejeitar o horror das punições literais. Aqui
nós vemos a sabedoria de Deus. Ele esconde significados espirituais na
carta para que também aqueles que têm aprendido de Deus possam
descobrir o mais profundo ensinamento por trás dela. No entanto, esses
crentes comuns também podem aprender diretamente a respeito do
verdadeiro fenômeno das futuras tribulações. A palavra de Deus é
revelada a bebês (Mat. 11.25). Como pode um bebê entender o livro de
Apocalipse se é tão profundo como algumas pessoas dizem? Nós louvamos
ao Senhor, por que a despeito de algumas passagens difíceis no
Apocalipse, muitas delas são para aplicação literal, e por isso bebês em
Cristo podem entender o livro. Nós também louvamos ao Senhor porque,
embora o livro de Apocalipse seja tão singelo que os crentes comuns
possam conhecer muito a respeito dele, da mesma forma oferece muitos
materiais para pesquisa ao melhor dos cérebros humanos. Nosso Deus é
de fato Deus!

O caráter do livro de Apocalipse é justo, do início ao fim manifesta a


justiça de Deus. Não é fácil encontrar nele a graça de Deus; mesmo com a
Igreja, ele revela a estreita disciplina do Senhor. É, de fato, um livro de
julgamento. Nele nós vemos como Deus julga a sua Igreja, os Judeus, e as
nações. Ele revela o Senhor Jesus e manifesta o seu julgamento

Devido ao seu caráter ser diferente dos outros livros do Novo


Testamento, muitas pessoas julgam o Apocalipse muito difícil para
entender. No entanto, não é realmente difícil de saber. A Igreja tem
falhado, então o Senhor só pode recorrer ao julgamento. O registro dos

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capítulos 2 e 3 é a sombra do iminente julgamento de Cristo (2 Cor. 5.10).


Com exceção dos capítulos 4 e 5 que narram conteúdos de transição, todo
o registro do capítulo 6 através do capítulo 19 pertence ao tempo do
último sete dos setenta setes de Daniel. Os setenta setes Daniel caem
dentro da dispensação da lei. A dispensação da graça foi inserida entre o
sexagésimo nono sete e septuagésimo sete. Assim que a dispensação da
graça é concluída, o septuagésimo sete começa, e ainda pertence à
dispensação da lei. Por isso todas as coisas mencionadas do capítulo 6
através do capítulo 19 voltam à dispensação da lei. Não é de admirar que
o seu caráter seja tão justo.

Devido ao seu caráter justo e legal, o livro carrega nele muito do


tempero judaico. Nesse livro a Igreja é apresentada em termos um tanto
diferentes do que é descrita nos escritos de Paulo. Embora o livro de
Apocalipse seja escrito em grego, como nos escritos de Paulo, o livro
emprega muitos Hebraísmos – como Abadom, por exemplo, e assim por
diante. Até mesmo os nomes do nosso Senhor têm conotações judaicas,
como Jeová Deus. O Evangelho de Mateus cita o Velho Testamento 92
vezes; o livro de Hebreus cita-o por volta de 103 vezes; mas o livro de
Apocalipse faz isso cerca de 285 vezes! Isso prova que o livro de
Apocalipse mostra como Deus há de retornar ao território do Velho
Testamento, de acordo com o qual tratará com as nações e com os judeus.
Não esqueçamos que a salvação vem dos judeus. Por essa razão os santos
do Senhor devem aprender a amar os Judeus e a não rejeitá-los. Nós
devemos amar os eleitos do Senhor.

Salvação e Recompensa

Nós agora vimos que o livro de Apocalipse é um livro de justiça.


Todavia, para que possamos apreciar seus justos efeitos, precisamos fazer
uma distinção entre salvação e recompensa. A palavra de Deus apresenta
uma clara distinção entre essas duas palavras. Aquilo que Deus dividiu,
que o homem não ajunte. Consideremos esse assunto cuidadosamente e
vejamos o contraste entre elas.

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A salvação é aquilo que é dado de graça. Não é obtida por meio das
obras do homem. Pois é Deus que nos dá graça, e não é na base do nosso
mérito.

“Ó vós todos os que tendes sede [aponta para o pecador], vinde às


águas [aponta para a salvação de Deus], e vós que não tendes dinheiro
[aponta para as obras e ou atos de justiça]; vinde, comprai e comei
[significa que todos os pecadores podem crer e serem salvos]; sim, vinde e
comprai vinho e leite [significa a alegria da salvação] sem dinheiro e sem
preço [aponta para o fato de que não há necessidade de bons feitos,
desde que não depende da bondade de alguém]” (Is. 55.1).

“O dom de Deus” (João 4:10).

“O dom gratuito de Deus é a vida eterna” (Rom. 6.23).

“Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de
Deus; não vem das obras, para que nenhum homem se glorie.” (Ef. 2.8, 9).

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito; mas, segundo a sua
misericórdia ele nos salvou” (Tito 3.5).

“E quem quiser tome de graça da água da vida” (Apoc. 22.17).

Através desses versos que foram citados e por muitas outras passagens
da Escritura que não foram citadas, é provado sem nenhuma dúvida que
nós recebemos nossa salvação gratuitamente e não pelas nossas obras ou
atos de justiça; nós somos salvos pela graça de Deus, o dom gratuito de
Deus. Tudo o que fazemos é crer. Pois a obra da salvação é
completamente operada por nós pelo Senhor Jesus. A Sua morte na cruz
consumou a nossa salvação. Para que agora sejamos salvos e recebamos
a vida eterna, não há necessidade de que executemos mais obras ou que
acrescentemos mais méritos, mas simplesmente que creiamos e
recebamos. Isso porque nenhuma das nossas boas obras é aceitável para
Deus. Ao longo de todo o Novo Testamento há cerca de 150 menções do
tipo: crê, e serás salvo; crê, e terás vida eterna; crê, e serás justificado.
Assim que nós cremos, somos salvos, recebemos vida eterna, e somos
justificados. Isso tudo é dado gratuitamente: “... o testemunho é esse, que

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Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está no Filho. Aquele que tem o
Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1
João 5.11, 12). Todos os que recebem o Senhor Jesus como Salvador pela
fé têm vida eterna, de acordo com a Palavra de Deus. Verdadeiramente,
“aquele que crer no Filho tem vida eterna” (João 3.36). Crê e terás!

A recompensa, no entanto, é um assunto diferente. Não é algo que


recebemos de graça; deve ser obtida através das boas obras. É dada de
acordo com os atos de cada santo. Vejamos as seguintes Escrituras.

“Meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”
(Apoc. 22.12). Note que essa palavra é dita à Igreja (ver v.16).

“Cada um receberá a sua recompensa de acordo com o seu próprio


trabalho” (1 Cor. 3.8).

“E, tudo quanto fizeres, fazei-o de coração, como ao Senhor e não aos
homens; sabendo que do Senhor recebereis o galardão da herança... Mas
aquele que fizer agravo receberá o agravo que fizer” (Col. 3.23-25).

“Ora, àquele que faz qualquer obra, a recompensa não é reconhecida


como graça” (Rom. 4.4).

Há muitas outras Escrituras que poderiam ser citadas, mas essas


acima são suficientes para provar que a recompensa não é recebida de
graça. De acordo com o ensinamento bíblico, a recompensa é
acrescentada às boas obras do crente.

Quatro Julgamentos:

Havendo estabelecido a diferença entre salvação e recompensa, nós agora


podemos tocar em um problema relacionado – o assunto do julgamento.
Sem julgamento, como pode ser determinado quem é salvo e quem não é?
Sem julgamento, como se pode saber quem será recompensado e quem
sofrerá perda? A Bíblia revela para nós quatro tipos de julgamento: (1) o
Senhor Jesus foi julgado por nós na cruz; (2) os crentes serão julgados de
acordo com as suas obras diante do trono do julgamento de Cristo; (3) as

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nações serão julgadas na terra (Mat. 25.31-46); e (4) o julgamento de


Deus sobre os mortos (ou, o julgamento do grande trono branco) (Rev.
20.11-15). Desses quatro julgamentos, um já passou, mas três estão vindo
no futuro. Todos os que quiserem crer no Senhor Jesus Cristo como seu
Salvador terão seu problema dos pecados resolvido para sempre, e isso é
o efeito de Cristo ter sido julgado pelos pecados na cruz. Portanto, eles são
salvos, eles receberam a vida eterna, e não mais serão julgados (ver João
3.18, Rom. 8.1). Eles não serão mais julgados pelos pecados porque o
Senhor Jesus já sofreu por eles na cruz.

Mas apesar do fato de que os crentes não serão julgados pelos pecados,
a Bíblia indica que eles ainda serão julgados (2 Cor. 5.10; Rom. 14.10-12;
Mat. 25.14-30; 1 Cor. 3.10-15; etc.). Que julgamento é esse? Não é aquele
que julga se alguém é salvo ou perece, já que essa questão já foi resolvida
pelos crentes através da cruz. Além do mais, 1 Coríntios 3.15 declara que
nesse julgamento não há perigo de que alguém pereça. Por essa razão,
esse julgamento é aquele julgamento das obras dos santos. O julgamento
da cruz conclui a nossa vida como pecadores. O trono do julgamento de
Cristo conclui as nossas vidas como crentes.

Diante do trono de julgamento de Cristo nós seremos examinados de


acordo com as vidas que vivemos do dia em que primeiro cremos no
Senhor em diante. Pecados que foram confessados não serão
mencionados. Alguns crentes terão servido o Senhor fielmente – tendo
sofrido muito e abandonado todas as coisas, tendo feito a vontade Deus
sem nenhum motivo que não fosse agradá-lO. Essas pessoas serão
recompensadas e reinarão com Cristo em glória indizível. Quão grande e
bom isso será! Pois o coração do Senhor será agradado, e eles receberão
glória. Busquemos isso! Alguns outros poderão ter hesitado algumas
vezes, mas se eles confessarem os seus pecados, o precioso sangue os
limpará a fim de que eles possam renovar a sua busca e seguir o Senhor
ao longo do caminho estreito da cruz. Esses dois receberão o Seu
galardão. Quanto aos outros, no entanto, eles podem não ter pecado, mas
as suas obras são como madeira, feno e palha, já que eles buscaram pela

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aprovação de homens e trabalharam com um motivo duplo. Esses não


serão recompensados de maneira nenhuma, mas sofrerão tremenda
perda. E ainda haverá outros que, depois de terem sido salvos,
continuaram cometendo muitos pecados – sem confessá-los ou se
arrepender deles; tais pessoas receberão punição em lugar de
recompensa. Embora a sua salvação eterna seja uma questão inabalável,
eles serão severamente disciplinados pelo Senhor. Apocalipse 1-3 revela
atitude do senhor julgando os Seus santos. É o prelúdio do trono do
julgamento de Cristo.

O terceiro desses quatro julgamentos – o julgamento das nações – será


determinado pela maneira como cada nação terá tratado os Judeus
durante a Grande Tribulação. Esse julgamento acontecerá no final da
Tribulação, mas antes do começo do reino milenar. Aquilo que Apocalipse
16.12-16 e 19.11-21 descrevem que acontecerá faz referência a esse
julgamento.

O quarto e final julgamento é aquele do grande trono branco – que é o


julgamento de Deus sobre os mortos (ver Apoc. 20.11-15).

Já que o livro de Apocalipse fala tanto de julgamento, estar inteirado


acerca desses julgamentos encontrados nas Escrituras nos ajudará a
entender os diferentes julgamentos mencionados nesse livro final da
Bíblia.

Os Significados dos Números

“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para


redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tim. 3.16). Deus usa
muitos números na Bíblia; para aqueles que amam a Sua palavra esses
números são cheios de significado. O propósito de Deus não é dar ao
homem histórias maravilhosas para contar, mas é abençoar as Suas
crianças. Não seria uma perda espiritual se as crianças de Deus não
percebessem os significados escondidos nesses números da Bíblia? Parar
as pessoas comuns, esses significados podem parecer arbitrários; mas
para os que são de Deus, nada é acidental; porque a mão de Deus está,

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sem dúvida, por trás de cada um deles. Já que Deus se agrada de usar
números, nós não devemos ser tão cegos a ponto de não descobrir os seus
significados. O livro de Apocalipse usa mais números do que os outros
livros da Bíblia. A fim de podermos dividir a palavra de Deus de maneira
correta, é imperativo que primeiro entendamos os significados desses
números nas Escrituras.

A Bíblia emprega os números de 1 a 7 como as raízes básicas de todos


os outros números bíblicos. Todos os outros números derivam o seu
significado e explicação desses sete números básicos. “7” é um número
perfeito; e isso é sabido e reconhecido por muitos. “8” não é um numero
independente. O “7” forma um ciclo e o “8” é o começo de outro ciclo.
Todos os números maiores que 7 são formulados a partir desses sete
números básicos através da adição ou multiplicação. Por exemplo: o
numero “10” vem do numero 5 multiplicado por dois; o numeral “12” vem
da multiplicação dos números 3 e 4; o número “40” é a multiplicação de
5,2 e 4. Vejamos agora um pouco desses numerais.

O Número “1”

O “1” é o número de Deus: “Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus é o


único Senhor” (Deut. 6.4); “há um só Deus” (1 Tim. 2.5). 1 representa
independência, que não admite mais ninguém; expressa o poder de Deus.
O 1 implica em uma suficiência que não precisa de mais ninguém; mostra
a abundância de Deus. 1 é o começo de todos os números; demonstra a
grandeza de Deus. Pois Ele é a fonte de todas as coisas. Ele é único. Ele é
o Cabeça de todas as coisas. Nós receberemos muita ajuda se olharmos
para a maneira como o “1” é usado na Bíblia.

O Número “2”

Deus é três em um e um em três. Na Trindade, o santo Filho é a


Segunda pessoa. Por isso, “2” é o número do Senhor Jesus. Ele é chamado
de “o Segundo homem” (1 Cor. 15.47). Ele tem duas naturezas – a divina e
a humana. Suas obras tem dois estágios-sofrimentos e glória. Quando
lemos o livro de Levítico, descobrimos que uma pessoa que comete um

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pecado deve trazer duas rolas ou dois pombinhos para Deus como oferta
pelo pecado: um é para ser oferecido como oferta pelo pecado e o outro
como oferta queimada. (Lev. 5.7). Uma oferta pelo pecado é oferecida pelo
pecado; uma oferta queimada é oferecida pela pessoa. Deus perdoa o
pecado e aceita a pessoa. Isso também é de dupla face. Tudo isso
representa a salvação do Senhor Jesus. O número 2 é também o número
da salvação. A segunda pessoa na divindade - o Senhor Jesus - é o
Salvador do mundo.

O Número “3”

O 3 é o número da plenitude pessoal. É o número da Divindade, do Deus


triuno. É formado de 1+1+1. Mas se os 1 são multiplicados (1x1x1) o
resultado ainda é 1. Por isso Deus é 1 em 3 e 3 em 1. Na geometria duas
linhas não formam um cubo. Por isso o 2 é um número incompleto
enquanto que 3 é o primeiro número completo. Portanto, representa a
Deus. Um homem completo é formado de espírito, alma e corpo. Uma
família completa é formada de pai, mãe e criança. Uma fé completa é
composta de conhecimento, obras e experiência.

O Número “4”

“4” é o número do mundo. Deus divide os domínios do mundo em quatro


reinos: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. Os materiais representando
o poder mundial na imagem de Nabucodonosor são ouro, prata, bronze e
ferro (Daniel 2). Os reinos do mundo, aos olhos de Deus, são como quatro
bestas (Daniel 7).

4 pode ser visto como o número do mundo também nessas relações deste
número com o mundo. O mundo tem quatro estações: primavera, verão,
outono e inverno. Tem quatro cantos: leste, oeste, norte e sul (Números
2). Tem quatro elementos básicos: terra, ar,água e fogo.

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O Número “5”

“5” tem muitos significados, todos estreitamente relacionados. 5 é um


número incompleto, e é o número da responsabilidade do homem diante
de Deus. Devido ao fato de não ser completo, ele sugere responsabilidade.
5 é 4+1. 4 representa o homem criado, enquanto 1 representa o Deus
independente. Sendo assim, 5 é o homem perante Deus.
Consequentemente, por um lado, representa a graça de Deus para com o
homem; por outro lado, representa a responsabilidade do homem diante
de Deus. Abaixo de ter recebido a graça de Deus, o homem é
naturalmente considerado responsável para Deus.

A não-plenitude do numeral 5 pode ser vista facilmente. Os cinco dedos


das mãos e os cinco dedos dos pés do homem são apenas metade do
número total de dedos das mãos e dos pés. No quinto dia Deus criou as
criaturas viventes do mar, mas não havia ainda vida na terra. Na abertura
do quinto selo, quão ansioso estão os mártires das eras pelo fato de não
terem ainda recebido suas coroas (Rev. 6:7-11). A ira da quinta taça é
derramada no trono da besta, mas o poder da besta ainda aguarda sua
completa destruição (Rev. 16:10-11). Das virgens, cinco são sóbrias e
cinco são tolas (Mat. 25:2); significando que na vinda do Senhor Jesus
Cristo nem todos os salvos estão prontos.

O Número “6”

“6” é o número do diabo. É também o número do homem, uma vez que o


homem pecou ao ouvir a palavra do diabo; e, dessa forma, ele se uniu ao
diabo. Antes do amanhecer, as trevas parecem ficar mais profundas; da
mesma forma, o número 6, antes do número completo “7”, é também o
pior. 6 é um número que pode ser dividido; é, portanto, um número fraco.

O Número “7”

“7” é o número da perfeição. É formado pela adição 3+4. 4 representa o


homem e 3 representa Deus. E, assim, tipifica a união de Deus com o

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homem. É, portanto, um número perfeito. (Note, porém, que 7 é também


um número de perfeição temporária; “12” é o numero da perfeição
permanente.) Esse número frequentemente faz alusão à proximidade de
Deus e o homem, á união da criatura ao Criador.
Há numerosos exemplos do 7 como um símbolo de perfeição. O primeiro
sete aparece no Sábado de Deus, um santo dia no qual Deus descansou
(Gen. 2:1-3)-um descanso perfeito. Enoque é o sétimo depois de Adão
(Judas 14)-um homem perfeito. Depois de Noé haver entrado na arca,
Deus deu sete dias de graça (Gen. 7:4)-uma espera perfeita. Jacó serviu
Labão por Raquel durante sete anos (Gen.29:20)-um serviço perfeito. O
Egito teve sete anos de abundancia e sete anos de fome (Gen. 41)-perfeita
graça e punição. O candeeiro de ouro no lugar santo tinha sete braços (Ex.
25:37)-uma associação perfeita. Aarão e seus filhos deveriam usar as
vestes santas por sete dias (29:29,35)-perfeita santidade. Se alguém
pecasse, o sacerdote deveria mergulhar seu dedo no sangue e aspergir o
sangue sete vezes na presença do Senhor diante do véu do santuário por
aquela pessoa (Lev. 4:6)-uma purificação perfeita. Aarão e seus filhos
deveriam habitar no tabernáculo por sete dias (8:35)-uma habitação
perfeita. O sangue do Dia da Expiação deveria ser aspergido sete vezes
diante do propiciatório (Lev. 16:14)-uma redenção perfeita. Durante a
festa dos pães asmos, uma oferta preparada pelo fogo deveria ser
oferecida por sete dias (Lev. 23:8)-uma consagração perfeita. Etc.

O Número “8”

“8” é o numere da ressurreição. O Senhor Jesus ressuscitou dos mortos no


primeiro dia da semana, que é o oitavo dia. Noé é a oitava pessoa
preservada por Deus (II Pe. 2:5) e ele tem uma família de oito pessoas (I
Pe. 3:20). Eles saíram da arca (a inundação representando a morte) e se
multiplicaram e encheram a nova terra. Deus ordenou a Abraão que
circuncidasse todas as crianças do sexo masculino no seu oitavo dia de
vida (Gen. 17:11-14). O significado da circuncisão é “a retirada do corpo

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da carne” (Col. 2:11). Isso concorda com “nós somos feitura [de Deus],
criados em Cristo Jesus” (Ef. 2:10).

O Número “10”

“10” é o número da perfeição do mundo;é também a multiplicação dos


números básicos “5” e “2”; e, portanto, representa a total
responsabilidade do homem diante de Deus. Uma pessoa normal tem dez
dedos nos pés e dês dedos nas mãos para trabalhar e para caminhar. Por
causa da rebelião humana, Deus puniu os egípcios com dez pragas. No
auge do poder das nações haverá dez reinos, que são sugeridos pelos dez
dedos dos pés e pelos dez chifres (Dan. 2 e 7:7; Rev. 17:12). Há dez
mandamentos dados a Israel como a sua responsabilidade diante de Deus.
Efraim representa as dez tribos da nação de Israel e era, por isso,
diretamente responsável diante de Deus; Efraim não era incluído em Judá.
Após a Sua ressurreição, Cristo apareceu dez vezes. Quão grande era a
responsabilidade daqueles que conheciam a Sua ressurreição!
O Número “12”

“12” é o número de permanência. Como o número “7” representa


perfeição temporária ou dispensacional, o 12 fala de perfeição
permanente. 7 é feito do número básico “4” (homem) adicionado ao
número básico “3” (Deus)-a união da criatura e do Criador. 12 é 4
multiplicado por 3; e, assim, é o criado sendo unido ao Criador. 7
representa a aproximação do homem e Deus, enquanto que o 12 fala de
como Deus dá graça ao homem para que o criado possa ser unido ao
Criador. O número anterior significa o contato da criatura com o Criador; é
perfeito, mas é apenas temporário; mas o último número mostra a união
do criado com o Criador, de forma que não é apenas perfeito, mas
também permanente.

A Teoria Dia-Ano

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Recentemente o estudo da profecia tem adquirido uma má reputação


entre os crentes por causa da chamada “teoria dia-ano”. De acordo com
essa teoria, muitos números de dias nas escrituras são computados como
se um dia fosse um ano; e dessa forma são encorajadas predições sobre a
data precisa da segunda vinda do Senhor Jesus Cristo - um exercício
mental que é totalmente contrário ao anúncio do Senhor pois ninguém
sabe o dia do Seu retorno, nem mesmo o próprio Jesus. Então, também,
alguns comentaristas do livro de Apocalipse misturaram a palavra de Deus
a fim de confirmar essa teoria dia-ano. Nós não temos intenção de discutir
essa teoria; nós apenas desejamos apontar um entendimento correto
sobre os “dias” que são mencionados na Bíblia.

Os advogados da teoria dia-ano baseiam a sua concepção em Números


14.34 e Ezequiel 4.6. Examinemos primeiro o que diz em Números:
“Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, quarenta dias,
cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades
quarenta anos e tereis experiência do meu desagrado.” Aqui nos é dito
que devido à sua incredulidade, os filhos de Israel foram disciplinados por
Deus durante quarenta anos, um ano para cada dia que eles espiaram a
terra. Mas isso não se aplica igualmente para os outros “dias”
mencionados nas Escrituras, e certamente também não para os “dias”
achados em Apocalipse. Assim também é em Ezequiel: “Quando tiveres
cumprido estes dias, deitar-te-ás sobre o teu lado direito e levarás sobre ti
a iniqüidade da casa de Judá. Quarenta dias te dei, cada dia por um ano.”
Aqui vemos que Ezequiel recebeu a ordem de deitar em uma certa posição
em resposta à iniqüidade de Judá. Isso não tem nada a ver com os outros
“dias” achados na Bíblia.

Vejamos outras passagens.

(1) “Porque, daqui a sete dias, farei chover sobre a terra durante
quarenta dias e quarenta noites; e da superfície da terra exterminarei
todos os seres que fiz” (Gen. 7.4). Por acaso Deus esperou sete anos e

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depois fez chover durante quarenta anos? Não, pois o registro continua e
explica: “E aconteceu que, depois de sete dias, vieram sobre a terra as
águas do dilúvio... e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta
dias e quarenta noites.” (vv.10,12). Aqui um dia não é um ano.

(2) “Então, lhe disse José: Esta é a sua interpretação: os três ramos são
três dias; dentro ainda de três dias, Faraó te reabilitará e te reintegrará no
teu cargo” (Gen. 40.12,13). Por acaso foi após três anos que o chefe dos
copeiros foi liberto da prisão? Não mesmo: “No terceiro dia... reabilitou o
copeiro-chefe” (vv.20,21).

(3) “Então disse Jeová a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o
povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia... Dar-se-á que,
ao sexto dia... será o dobro do que colhem cada dia” (Ex. 16.4,5). Os filhos
de Israel saiam para colher o maná diariamente, e não uma vez por ano.

(4) Deus deu carne ao povo de Israel por “um mês inteiro”(Num. 11.19,
20). Eles não comeram carne por trinta anos.

(5) “Em três dias atravessareis o Jordão” (Josué 1.11). O que realmente
aconteceu, afinal? Os filhos de Israel cruzaram o rio Jordão depois de três
anos? Não, eles o cruzaram depois de três dias.

(6) “Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia;
também o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da
terra” (Mateus 12.40). Por acaso o Senhor Jesus ficou no coração da terra
por três anos? Nós sabemos, através do registro bíblico, que Ele ficou lá
por apenas três dias e três noites.

A partir dessas evidências, portanto, podemos concluir que a teoria dia-


ano é errônea. Se alguns dos “dias” encontrados no livro de Apocalipse
devem ser interpretados como anos, então todos os outros “dias”
encontrados nele também devem ser tratados como anos. Então, nesse
caso, os três anos e meio da Grande Tribulação teriam que ser calculados
como dois mil duzentos e sessenta dias; e o reino milenar deveria se
estender para trezentos e sessenta mil anos. Obviamente, nós sabemos
que tais cálculos como esses não podem ser verdadeiros. Confiemos,

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portanto, no Espírito Santo para nos guiar corretamente quando lemos a


palavra de Deus. Não procuremos por idéias estranhas como essa. Embora
a Bíblia seja cheia de maravilhas, não deve ser explicada de nenhuma
forma curiosa ou bizarra. Nós devemos aprender a sermos mais
obedientes a Deus em nossos pensamentos. Dessa maneira não seremos
propensos a mal-interpretar a Sua palavra.

Os Escritos de Pedro, Paulo e João


11
O escritor do livro de Revelação é o apóstolo João. Há muitas evidências que suportam essa
afirmação; entretanto, nós não as discutiremos aqui. Mas, há uma coisa que devemos
reconhecer sobre o caráter dos escritos de João. No que diferem os escritos de João dos
escritos de Paulo e de Pedro? Nós sabemos que Pedro e Paulo foram escolhidos pelo Senhor
para estabelecer a Igreja. Nos seus Evangelhos e Epístolas, João raramente toca a verdade da
Igreja; e mesmo assim, na primeira e segunda divisões do livro de Revelação, nós
descobrimos que o Senhor ordenou-o que escrevesse a sete igrejas locais. Para que possamos
entender a condição e o estado da igreja como é revelada nos três primeiros capítulos de
Revelação, nós precisamos examinar cuidadosamente as diferenças e o relacionamento entre
os escritos de João e os escritos de Pedro e de Paulo.
É evidente nas Escrituras que Pedro é um ministro para a Circuncisão, enquanto que Paulo é
um ministro para a Incircuncisão. Pedro e os onze apóstolos vivem em Jerusalém e fazem a
obra do Senhor, reunindo as ovelhas perdidas da casa de Israel para formar a Igreja. Paulo é
chamado pelo Senhor e recebe revelação sobre a verdade da Igreja, chamando as nações (Col.
1:24) para Cristo através da pregação do evangelho. Ele é aquele que lança o fundamento. A
obra de Pedro é mais restrita aos Judeus; ele nos leva a começar nossa peregrinação celestial
para a herança (perdida) de Israel reservada para nós nos céus. A obra de Paulo é amplamente
estendida aos Gentios; ele nos mostra nossa posição e nossa posse celestial em Cristo. Essas
são as importantes verdades do tempo do Novo Testamento, pois Deus trata com as pessoas de
acordo com dispensações especiais.
A obra de João, entretanto, é um tanto diferente. Ele não ensina verdades dispensacionais. Em
seu Evangelho, ele não menciona a ascensão de Cristo; em suas Epístolas, ele não aponta a
posição celestial dos santos. Pelo contrário, ele se concentra no Senhor Jesus como o Verbo se
fazendo carne, e vindo dos céus para a terra. Ele olha para o Senhor Jesus como a vida eterna.

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E, por isso, no seu evangelho, João anuncia o nascimento daquela vida eterna; e, mais adiante,
em suas Epístolas, ele explica a natureza dessa vida eterna.
O ano de 70 DC – quando Jerusalém foi destruída – é um tempo transicional para a verdade
transicional. A Igreja Judia, formada no dia de Pentecostes, chegou ao seu fim (na verdade, já
havia acabado; isso foi apenas tornado público naquela ocasião). As verdades de Cristo e do
judaísmo não estão totalmente separadas. Os cristãos devem agora sair do campo do judaísmo.
A Igreja que Pedro estabelecera entre os judeus faliu; Cristo não mais governa sobre ela.
Assim como isso se tornou a verdade entre os judeus, também é verdade entre os gentios: as
igrejas que o Senhor, usando Paulo, estabelecera entre as nações, também caíram, de sorte que
elas não podem mais herdar a herança perdida de Israel: “Cada um cuida do que é seu”, Paulo
escreveu, “não das coisas de Jesus Cristo” (Fil. 2:21).; “Todos os que estão na Ásia [inclusive
a Igreja em Éfeso] me abandonaram” (II Tim. 1:15). Aqueles que melhor conheciam a
verdade da Igreja eram incapazes de permanecerem firmes na fé! De fato, a apostasia já
começou e o mistério da iniqüidade também tem germinado.
As obras de Pedro e de Paulo sofrem mudança dispensacional, mas a obra de João transcende
a estrutura dispensacional. Ele mostra o Senhor Jesus como a vida eterna; e a vida eterna,
como nós sabemos, não pode ser mudada. Embora as dispensações e os eventos humanos
possam mudar, a vida eterna encontrada no Senhor Jesus e naqueles que crêem nunca muda.
Embora a igreja possa ser vomitada da boca do Senhor, o próprio Senhor permanece o mesmo.
A obra de João se segue à de Pedro e de Paulo, e isso supre a falta deles. João reúne, ao
mesmo tempo, a primeira e a última vinda de Cristo, e a sua obra cobre a duração. Ele prega a
pessoa de Cristo e a vida eterna. Apesar do fato de que, exteriormente, a dispensação tenha
sido corrompida, a vida eterna permanece sem mudanças. Isso nós vemos nos dois últimos
capítulos do evangelho de João. O capítulo 20 representa aquilo que acontecerá desde a
ressurreição de Cristo até à Sua aceitação pelo povo judeu que restar no último dia. Tomé,
olhando para o Salvador perfurado, serve como um tipo disso. E o capítulo 21 tipifica a
assembléia e o reino milenar. No final o capítulo 21, nos soa mostradas as obras específicas
designadas para João e Pedro (a verdade da Igreja que foi pregada por Paulo é totalmente
celestial, por isso não é mencionada aqui). O rebanho de Cristo, assim como o de Israel, é
designado para Pedro, mas ele morrerá antes de João, e assim sua obra não é permanente, mas
tem um fim. Mais tarde, de fato, a obra de Pedro é terminada, a Igreja da Circuncisão é
deixada sem um pastor, e não muito tempo depois, Jerusalém é destruída. Assim, essa obra
chega a um completo fim. Mas, então, nós podemos relembrar que Pedro pergunta ao Senhor
sobre a obra de João. É um tanto espantoso que o nosso Senhor não menciona a morte de

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João, mas apenas chama Pedro para que O siga (para morrer e para completar a obra). Ele dá a
entender, entretanto, que a obra de João continuará até o Seu retorno. Embora o próprio João
vá morrer, a sua obra não morre. Seus escritos continuarão a ter impacto até a segunda vinda
do Senhor. Portanto, é extremamente importante que nós compreendamos as obras destes três
apóstolos. A obra de João atravessa as duas vindas de Cristo. Agora nós podemos ver a
verdade da Igreja. Pedro nos fala da falha da Igreja Judia; e Paulo, da falha da Igreja Gentia.
João, não sendo nem ministro para Circuncisão, nem para Incircuncisão, não recebeu verdades
dispensacionais; e, assim, ele não faz menção a respeito das mudanças na Igreja Judia ou na
Igreja Gentia. O que ele registra no livro de Apocalipse é, em vez disso, a real condição das
igrejas naquele tempo. Ele não traça a história da Igreja até o seu estado atual; ele meramente
reporta as várias condições das igrejas em estado de falência e também os pertinentes
julgamentos do Senhor pronunciados sobre elas. Após haverem acabado as obras de Pedro e
de Paulo, João dá continuidade às suas obras: ele simplesmente narra a condição falida das
igrejas de seu tempo. As igrejas sobre as quais João escreve, com exceção de Rev. 22:17, são
um tanto diferentes daquelas sobre que Paulo escreveu. O testemunho de João é ver cada
assembléia local por si só. Alguns candeeiros correm o risco de serem removidos. As igrejas
que ele vê estão perto ou já passaram há muito tempo da queda e são agora julgadas por
Cristo. A Igreja falhou! Os gentios, que pela fé foram enxertados na oliveira, não permanecem
na misericórdia de Deus. Paulo ensina muito da verdade da Igreja è Igreja em Éfeso, mas
agora ela tem deixado seu primeiro amor e o seu candeeiro em breve será removido. Assim
como Israel foi cortado fora por Deus, a Igreja também será cortada fora. Assim como Deus
fora anteriormente paciente com Israel, também Ele é paciente para com a Igreja hoje. Porém,
a Igreja, como Israel, não é apta para testemunhar de Deus no mundo. A Igreja já está
corrompida e derrotada, não importa o quanto possa ser esticada a dispensação; no tempo em
que “Revelação” foi escrito, Deus já estava pelo menos começando a ficar insatisfeito com a
sua Igreja. Ele está prestes a fazer mis uma renúncia. Por isso, o Espírito Santo expressa, por
um lado, a insatisfação de Deus com a Sua Igreja e, por outro lado, Cristo obtendo o reino.
Doravante o reino será o objetivo. O Senhor usa as sete igrejas existentes naqueles dias para
representar a Igreja, a fim de deixar que as pessoas saibam que Ele está insatisfeito com ela e
que o fim está próximo. Mesmo que o senhor atrasasse mais ainda a Sua vinda, essas sete
igrejas locais em suas condições atuais seriam suficientes para representar e delinear toda a
história externa da Igreja na terra. E, fazendo isso, o Senhor revela que o fim é chegado e que
Ele pode retornar a qualquer hora. Isso é a sabedoria do espírito santo! E, como o senhor de
fato retarda a Sua vinda, o segundo e o terceiro capítulos de Apocalipse podem servir (e de

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fato servem) de desfecho para as condições de toda a Igreja, do tempo de João até o dia
anterior à vinda do senhor.
Nós devemos reconhecer o fato de que durante de Pedro e Paulo, a Igreja já havia caído. Tal
conhecimento nos ajudará no entendimento dos ensinos a respeito da Igreja encontrados nos
três primeiros capítulos de Apocalipse. Em vistas da falência da Igreja, nós devemos ver aqui
que Cristo não está agindo como um pastor intercessor, mas age como um pastor juiz. Nós
somos, então, instruídos que não há uma Igreja perfeita; e, dessa forma, nós podemos ser
libertos da alimentar qualquer esperança a respeito da igreja. Nós vamos, então, saber qual é o
tipo de atitude que devemos tomar com relação á Igreja. “Seja Deus verdadeiro, e todo homem
mentiroso” (|Rom. 3:4)
Comparando a Terceira Divisão do Livro de “Revelação” Com Outras Profecias Bíblicas

A Imagem Humana em Daniel

Vamos primeiro ler Daniel capítulo 2. Aqui nós somos confrontados com
uma visão ou sonho de uma imagem humana, que particularmente -na
tipologia bíblica- representa os quatro reinos gentílicos. No sonho do rei,
esta imagem era subsequentemente esmagada por uma pedra que se
tornou em uma grande montanha que encheu toda a terra. Essa pedra é,
obviamente, simbólica do Senhor Jesus e Seu reino que destruirá todos os
reinos do mundo e os substituirá na terra. Os reinos da terra não estão
gradualmente sendo fermentados pelo reino de Deus até que se tornem
no Reino de Deus. Não mesmo. Esses reinos suceder-se-ão um depois do
outro até o dia em que, repentinamente, serão destruídos pelo reino de
Deus. O esmagamento pela rocha é, claramente, um evento que ocorrerá
no futuro. Em breve, nós viremos a perceber seu relacionamento com o
livro de Apocalipse.

As Imagens das Bestas de Daniel

E, Daniel, no capítulo 17, está registrado que o profeta viu outra visão, que
também fala dos quatro reinos gentílicos. A diferença entre essa, e a visão
que vimos no capítulo 2 é que estas são bestas, e aquela era um homem.
O aparecimento do reino de Deus foi devido ao aparecimento do Filho do
homem. Nos é exposto ainda mais claramente que o começo do reino de
Deus se dá depois que os reinos da terra estejam totalmente destruídos.
Virá um “pequeno chifre” que fala com palavras de blasfêmia contra Deus
e persegue os eleitos de Deus. Mas o seu tempo será de apenas três anos
e meio. Depois desse período, aquele representado pelo pequeno chifre
será destruído e o Filho do Homem virá para estabelecer o seu reino. Os
reinos dos homens não coexistem com o reino de Deus. Somente quando o
primeiro for destruído, o segundo será estabelecido.

Os Setenta Setes de Daniel

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Agora, olhemos para o capítulo 9 de Daniel. Depois de ter Daniel


confessado os pecados de seu povo, Deus enviou Gabriel para dizer a ele:
“setenta semanas são decretadas sobre o teu povoe sobre a tua cidade
santa, para fazer cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e
para fazer reconciliação da iniqüidade, e para trazer a justiça eterna, e
para selar a visão e a profecia, e para ungir o santo dos santos” (v.24).
uma vez que Daniel orou a Deus pelo Seu povo e Sua santa cidade, Deus
em resposta também menciona “teu povo e tua santa cidade”.
Entendamos que “teu povo” aponta para os filhos de Israel, e “tua santa
cidade” refere-se a Jerusalém. O que Deus quis dizer foi: quando os
setenta setes tiverem passado, a transgressão de Israel e da santa cidade
terá terminado, seus pecados chegarão ao fim, suas iniqüidades receberão
reconciliação, e a justiça eterna será trazida para eles. Tudo isso já foi
cumprido? Não, os filhos de Israel continuma hoje a se “Lo-Ami... não meu
povo” (Oséias 1:9). Assim, sua restauração ainda está no futuro. Essas
coisas ainda permanecem não consumadas porque a profecia a respeito
dos setenta setes não foi cumprida ainda. Mas, na segunda vinda do
Senhor Jesus, todas as profecias serão cumpridas.
“Sabe e entende”, continua Gabriel, “desde a saída da ordem para
restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete
semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se
reedificará, mas em tempos angustiosos. E depois de sessenta e duas
semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe
que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma
inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações”
(Dan 9:25,26). “Tempos angustiosos” também pode ser traduzido como
“tempos breves”. Isso provavelmente aponta para os sete setes que, em
termos de tempo, são muito mais curtos do que os sessenta e dois setes.
A reconstrução de Jerusalém aconteceu durante os sete setes
mencionados que ,segundo calculado por certos comentadores, duraram
quarenta e nove anos. Embora no original, seja dito meramente “setes” –
sem nenhuma designação de dias ou de anos- a maioria dos
comentadores acredita que refere ao “ano”, e assim, quarenta e nove
anos. Sessenta e dois setes depois da cidade ser reconstruída virá o
Ungido.
Aqui nós não vamos investigar quando os setenta setes começaram. Um
fato, porém, é suficiente para nós: nós abemos que o Ungido de fato veio
depois dos sessenta e nove setes (sete setes + sessenta e dois setes). Dos
tempos do decreto sobre a reconstrução de Jerusalém ao momento da
vinda do Ungido, são quatrocentos e oitenta e três anos. Agora que os
sessenta e nove setes já passaram e o Ungido (Cristo) já veio, só resta o
último sete. Assim que o último sete é cumprido, os filhos de Israel
receberão a plenitude da benção de Daniel 9:24. Porém, nos sete anos que
se sucederam à morte de Cristo, houve algum dia que pudesse ser
considerado como o tempo em que a transgressão é terminada para os
filhos de Israel e sobre a cidade de Jerusalém? Não, nem mesmo um dia. E
por acaso já não se passaram mais de novecentos anos desde o tempo de
Cristo, sem que haja o fim da transgressão? Assim, é bem evidente que o
septuagésimo sete não ocorreu imediatamente após os sessenta e nove
setes.

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Porque esse sete não foi ainda cumprido, e nem os filhos de Israel ainda
não receberam a plenitude da benção? Porque “Depois das sessenta e
duas semanas, será morto o Ungido e já não estará”. Cristo morreu, e
conseqüentemente os filhos de Israel não receberam a benção. Isso
aconteceu porque eles não O receberam com corações desejosos mas o
crucificaram, e assim a punição veio sobre eles. “...e o povo de um
príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário” (v.26). Quando os
judeus insistiram em matar o Senhor Jesus, eles declararam abertamente:
“Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!” (Mt 27.25).
naturalmente Deus está tratando eles de acordo com as suas próprias
palavras, rejeitando-os temporariamente e mostrando graça aos gentios.
Mas, depois que o número dos gentios for cumprido, Ele vai ser gracioso
novamente aos filhos de Israel. E, nesse momento, o último sete será
cumprido. Uma vez que o último sete estiver acabado, Deus irá libertar os
filhos de Israel, de acordo com a promessa (Dn 9.24).
““...e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o
santuário”. Todos os estudantes do livro de Apocalipse sabem que isso se
refere aos Romanos. Depois da morte de Jesus Cristo, os judeus
incorreram em um severo julgamento de Deus: os romanos vieram e
destruíram Jerusalém e seu templo em 70 DC. Uma vez que o termo “o
povo” se refere aos Romanos, muitos de acordo com isso pensam que o
termo “o príncipe” obviamente aponta para o príncipe Romano Tito que
liderou os Romanos. Mas há muitas razões para refutar essa conclusão.
Porque as Escrituras aqui não dizem que o príncipe destruirá a cidade, mas
sim o povo do príncipe? Embora o príncipe deva trabalhar através de seu
povo, não é natural dizer “o povo” e não diretamente “o príncipe”. Uma
vez que o Santo Espírito menciona tanto o príncipe como o povo, embora
dando uma ênfase primária no povo, não seria possível que Ele estivesse
deixando implícito que esse povo representa o povo daquele príncipe que
ainda está para vir? Se é assim, então o príncipe em questão não é Tito, e
o povo que atacou Jerusalém no passado era espiritual e moralmente igual
ao povo do futuro príncipe. Esse príncipe sobre quem Daniel profetiza
será, no futuro, uma figura reconhecida mundialmente, o qual é o
Anticristo. “O príncipe que há de vir” é, portanto, o Anticristo.
“...e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações
são determinadas.” (v. 26). “O fim” aqui não é o fim da cidade ou do
santuário. De acordo com a correta construção gramatical, “o seu fim”
deveria se conectar à frase “o príncipe que há de vir”. O cumprimento não
veio no tempo de Tito, mas está para vir no futuro. O povo do príncipe que
há de vir destruirá esta cidade e o santuário, mas “o fim dele” (ou seja, do
príncipe) virá como um dilúvio. Nós sabemos que esse super-homem virá
em breve, e que o mundo não terá paz. Mas graças a Deus, nós já teremos
ido embora quando o Anticristo chegar.
“Ele confirmará um pacto com os muitos, por uma semana; e na metade
da semana, fará cessar o sacrifício e as oblações” (v.27a). O verso anterior
nos fala das atitudes destrutivas do Anticristo; esse próximo versículo
continua a falar da sua ação. O último sete é dividido em duas metades.
No começo do último sete, o Anticristo confirmará um pacto com muitos.
Esse pacto não é a Velha Aliança que Deus singularmente fez com Seu
povo, pois o suo do artigo indefinido “um” aqui prova isso. A frase “os

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muitos” com o uso do artigo definido “os” refere-se a um grupo especial


de pessoas – os judeus. Sendo assim, esse pacto será um pacto político
entre os judeus e o Anticristo. A duração desse pacto deve ser de sete
anos, mas no meio termo desses anos, o Anticristo irá quebrá-lo. Isso é o
significado das palavras, “ele cuidará em mudar os tempos e a lei”,
encontrada no capítulo 7 e verso 25. aqui nós podemos ver a similaridade
descoberta entre esse príncipe e o pequeno chifre mencionado no capítulo
7.
Na metade dos sete anos em questão, o Anticristo quebrará o pacto, e
assim o resto do período do sete (ou seja, três anos e meio) estará em sua
mão. Durante esses três anos e meio ele também vai magoar os santos
(7.25). E durante estes mesmos três anos e meio, esse pequeno chifre
intentará em mudar os tempos e as estações, e fazer cessar o sacrifício e
as oblações. No presente momento, os judeus não têm nem sacrifício nem
oblações; mas no futuro estas coisas serão restauradas. Nós agora temos
visto o começo da volta dos judeus para a Palestina e também temos
ouvido do seu desejo de restaurar estas coisas. O fim está
verdadeiramente próximo.
Porque o Anticristo vai fazer cessar o sacrifício e a oblação? Porque
naquele tempo ele vai falar blasfêmias contra Deus (ver cap. 7). Uma vez
que os sacrifícios e as oblações são oferecidas a Deus, ele vai
naturalmente proibi-los. “...e sobre a asa das abominações virá o
assolador, e isso até à consumação” (9:27). “A asa das abominações” fala
de ídolos. No templo de Deus as asas do querubim cobriam a arca. Mas o
Anticristo entrará no templo de Deus e proclamará a si mesmo Deus (2 Ts
2), sendo coberto pela asa das abominações. Devido a esta idolatria, Deus
permitirá desolações por três anos e meio até o fim dos setenta setes.
“Daniel 9:27
E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da
semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das
abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está
determinado será derramado sobre o assolador.”E, como determinado, a
ira será derramada sobre a desolada” (v.27c). a desolada é Jerusalém.
Com a aproximação do fim dos setenta setes, as nações se reunirão para
atacar Jerusalém. Então o Senhor lutará por ela (Zc 14.1-6). E assim a
palavra de Daniel 9.24 se cumprirá.
Nós podemos aqui perceber como satanás usa o homem. O anticristo é
apenas um homem; mas pela sua obediência a satanás, ele recebe poder
diabólico para governar sobre todas as nações. Embora a sua vinda real
está ainda no futuro, mesmo assim em 70 DC os Romanos se tornaram o
povo do Anticristo! Pois eles tinham o seu espírito. Hoje nós vemos os
muitos tumultos entre as nações. Satanás está, na verdade, manipulando
nos bastidores. Ele dá poder a essa pessoa e para isso, usa muitos da
arena política como seus fantoches para perturbar o mundo. A última
pessoa que ele vai usar será o Anticristo. Nós podemos agora mesmo
discernir que o espírito do Anticristo já está operando em todos os lugares.
A característica mais reveladora do anticristo é a sua iniqüidade (2 Ts. 2).
Se abrirmos os nossos olhos para os negócios desta era, nós saberemos o
quão exuberante a iniqüidade tem se tornado. Em cada nível da sociedade
há pessoas iníquas. Em cada profissão, a iniqüidade é a maioria. Parece,

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porém, que há uma tênue linha entre as pessoas e a erupção da


iniqüidade. Uma vez que alguém faz concessão à iniqüidade, este é
capturado para sempre.
Por esta razão, nós que cremos no Senhor e fomos comprados com Seu
sangue, devemos nesta hora resistir, unidos em uma mente, a satanás e
suas obras, tanto em nossos espíritos como em nossas mentes. Orem para
que Deus habilite a Sua Igreja a conhecer a vitória da cruz para que os
santos possam ter a experiência do arrebatamento. Os pecados do mundo
precisam ser julgados. A Igreja de Cristo precisa ser amadurecida para o
arrebatamento!

Os Mil Duzentos e Sessenta Dias

Examinemos a última profecia de Daniel como é registrada nos capítulos


10-12. examinando cuidadosamente estes capítulos, nós veremos como a
sua última profecia se encaixa com as primeiras profecias. Eu não posso
ficar para explicá-las em detalhe, então vamos meramente tocá-las
brevemente.
“Dele sairão forças que profanarão o santuário, e a fortaleza, e tirarão a
contínua oferta-queimada, estabelecendo a abominação desoladora.” (Dn
11.31). isso coincide com o capítulo 9. “Ouvi o homem vestido de linho,
que estava sobre as águas do rio, quando levantou a mão direita e a
esquerda ao céu e jurou, por aquele que vive eternamente, que isso seria
depois de um tempo, dois tempos e metade de um tempo. E, quando se
acabar a destruição do poder do povo santo, estas coisas todas se
cumprirão... Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta
a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias. Bem-
aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.
Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos
dias, te levantarás para receber a tua herança.” (12.7,11-13). Aqui nós
vemos novamente os três tempos e meio. Mil duzentos e noventa dias é
trinta dias a mais que três anos e meio, e mil trezentos e trinta e cinco são
quarenta e cinco dias a mais do que mil duzentos e noventa dias. Uma vez
que os três anos e meio (1260 dias) acabarem, o Senhor Jesus aparecerá
na terra. Os trinta dias a mais provavelmente serão usados para julgar as
nações (ver Mt 25.31-46), ou para purificar o santuário. Mas depois de
outros quarenta e cinco dias, os filhos de Israel receberão glória.
A partir da investigação acima, nós sabemos algumas coisas: (1) o tempo
dos gentios – ou seja, o tempo em que os gentios reinam – virá a um
repentino fim, pois Aquele que é como o Filho do Homem virá com as
nuvens e estabelecerá o Seu reino; (2) o último dos poderes gentílicos será
o império Romano, e o seu rei falará blasfêmias contra Deus e magoará os
santos, mas ele será eventualmente julgado; (3) o Anticristo fará um pacto
com os judeus, e na sua falta de fé, eles restaurarão o santuário e os seus
sacrifícios; (40 mas depois de três anos e meio, o Anticristo quebrará o
pacto, fará cessar a oferta de sacrifícios, e introduzirá idolatria; (5) por
esta razão, a desolação irá continuar até o fim do período predeterminado
de três anos e meio, e então Deus libertará o Seu povo santo; e finalmente
(6) o tempo do reino dos gentios acabará com a repentina vinda do Senhor
dos céus para estabelecer Seu próprio reino. Nós não temos nos esforçado

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em nenhum grau de pressão para explicar as Escrituras de acordo com


nossas próprias teorias, mas tudo o que queremos é apontar Escritura por
Escritura. Nós temos percebido agora como os três anos e meio do
pequeno chifre (cap. 7) encaixam-se perfeitamente com a última metade
do septuagésimo sete (cap. 9), e também com os três anos e meio no
capítulo 12. e assim, as profecias das Escrituras proferidas em primeiro e
em último lugar concordam completamente umas com as outras, exceto
pelo fato de que a última profecia explica a primeira ou adiciona à primeira
aquilo que esta não havia explicado.

A Profecia do Senhor Jesus

Nós temos visto agora que a mente do Espírito Santo é manifestada


harmoniosamente nas profecias do Velho Testamento. Agora, vejamos
como as profecias do Novo Testamento concordam com essas do Velho, e
além disso, vejamos como o livro de Apocalipse coincide com as profecias
do passado. Nós vamos primeiro olhar para a profecia do Senhor Jesus no
monte das Oliveiras; exceto para que aquilo que é o nosso presente
propósito, nós não vamos examinar todas as profecias dadas no Monte das
Oliveiras, mas apenas aquelas relacionadas aos judeus. Nós usaremos
Mateus 24 como a base da nossa consideração, e usar os registros dos
outros Evangelhos como uma referencia posterior. Do verso 4 ao verso 31
do capítulo 24, nós lemos coisas que dizem respeito aos judeus. Nós
vamos estudar essa seção juntamente com as profecias de Daniel a fim de
obter um claro entendimento.
Os discípulos fizeram ao Senhor duas perguntas acerca (1) do santo
templo e (2) do sinal da Sua vinda e do fim do mundo (v. 3). A questão
concernente ao templo não é relevante para nossa investigação, e mais
adiante, é respondida em grande detalhe em Lucas 21. Mateus focaliza
mais a segunda questão. Embora com respeito à essa segunda questão,
nós descobrimos que os discípulos misturaram a vinda do Senhor com o
fim do mundo; sendo elas, na verdade, diferentes. No entanto, nós não
vamos lidar com a diferença, uma vez que nós nos limitaremos somente
ao que é relevante aos judeus.
Nós devemos saber que os sexagésimo nono sete e o septuagésimo sete
são separados pelo tempo da graça. Durante o último sete, o sacrifício e a
oblação do santuário serão restaurados até que o Anticristo os faça cessar.
O que o nosso Senhor falou disso refere-se ao período: “Quando, pois,
virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar
santo (quem lê entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os
montes; quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma
coisa; e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa.”
(Mt 24:15-18).
A última parte do que Jesus disse aqui significa que, devido ao inimigo
estar no meio deles, sua fuga seria, portanto, extremamente urgente. Uma
vez que o povo santo é o alvo da ira do Anticristo, e o exército da
destruição se aproxima, essa passagem avisa ao povo que deixe tudo para
salvar suas vidas. “Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem
naqueles dias!” (v. 19); pois elas não podem correr com rapidez. “Orai
para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado” (v. 20). Essa

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última afirmação sobre o sábado nos mostra claramente que se trata dos
judeus.
Então o Senhor continua dizendo, “porque nesse tempo haverá grande
tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e
nem haverá jamais.” (v. 21). Essa palavra pode ser comparada com a de
Daniel: “Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor
dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve,
desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo
o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.” (12:1). Esses
serão dias de grande tribulação (mas também serão dias da libertação de
Deus). Consequentemente, o Senhor disse: “Não tivessem aqueles dias
sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais
dias serão abreviados.” (24:22). Pelo livro de Daniel nós entendemos que
esses dias cobrem três anos e meio.
Mais tarde, o Senhor fala do sinal dos falsos cristos e falsos profetas – algo
que não é encontrado no Velho testamento: “Então, se alguém vos disser:
Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos
e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se
possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito. Portanto, se vos
disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da
casa!, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se
mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Onde
estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres.” (v. 23-28).
O testemunho de Daniel é o de que, logo que o ungido (o Senhor Jesus)
vier de novo, todos os problemas chegarão ao fim. Jesus, como registrados
em, Mateus, reporta a mesma coisa: “Logo em seguida à tribulação
daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas
cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então,
aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se
lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com
poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de
trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma
a outra extremidade dos céus.” (v. 29-31).
Embora brevemente discutido, isso é o suficiente para mostrar como as
profecias do Novo Testamento concordam com as do Velho.

A Profecia de Paulo (2 Tessalonicenses 2:1-11)

Vamos investigar em outra mensagem profética – desta vez, a de Paulo – e


ver como ela concorda com essa profecias que temos discutido. “Irmãos,
no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião
com ele, nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com
facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer
por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do
Senhor. Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não
acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem
da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo
que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no
santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.” (2 Ts
2:1-4). O que o apóstolo declara na sua declaração profética é aquilo que

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Daniel queria dizer com “a abominação da desolação” (no velho


Testamento a frase “a abominação da desolação” significa um ídolo); e
nós precisamos lembrar que a profecia de Jesus, da mesma forma,
mencionou este ponto.
A respeito de como o Anticristo que vemos nos escrito de Paulo (ou seja, o
“homem da perdição” – “o filho da perdição”) exaltará a si mesmo e
resistir ao Senhor, nós já lemos o que Daniel tinha para dizer sobre isso. E
aqui está o que Paulo tinha para dizer: “Não vos recordais de que, ainda
convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas? E, agora, sabeis o que o
detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com
efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja
afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o
iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o
destruirá pela manifestação de sua vinda.” (v. 5-8). Essa passagem fala do
fim do Anticristo. Assim que o Senhor Jesus voltar, o Anticristo será julgado
e destruído. Nas suas profecias, Daniel frequentemente mostra como o
Senhor vai voltar para reduzir a nada as forças das nações gentílicas. Sua
narrativa de como o pequeno chifre será destruído confirma aquilo que é
dito aqui por Paulo em 2 Tessalonicenses 2:8: o pequeno chifre será
destruído pela aparição do Senhor.
E quando o apóstolo termina sua profecia dizendo: “Ora, o aparecimento
do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e
prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem,
porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este
motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito
à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à
verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.” (v. 9-12). E
o que é esta mentira? João nos diz: “quem é o mentiroso senão aquele que
nega que Jesus é o Cristo?” (I Jo. 2:22).
Por meio deste breve estudo nós podemos ver como as profecias do Velho
Testamento e do Novo são uma e explicam-se mutuamente. Vamos, então,
prestar atenção ao aviso de Pedro: “Nenhuma profecia é de particular
interpretação” (II Pe 1:20). A profecia na deve ser interpretada
independentemente, estritamente pela sua própria passagem; deve ser
provada e confirmada pela Bíblia inteira. Só assim nós podemos chegar a
um entendimento acurado; de outra forma, nós sofreremos grande perda.
Tendo visto como as profecias de ambos os testamentos encaixam
perfeitamente uma na outra nós podemos agora retornar mais
especificamente ao livro de Apocalipse e ver como este também concorda
com todas as profecias anteriormente mencionadas. Em vista da palavra
de Pedro, nós estamos bem certos de uma coisa – de que, a profecia do
último livro do Novo testamento deve também coincidir com essas
profecias mencionadas acima. Nós não devemos tirar a profecia dada em
Apocalipse do contexto da inteira Bíblia , das qual é uma parte e intenta
dar uma especial interpretação. Aparte da primeira e segunda revelações
do livro de Apocalipse (cap. 1; e cap. 2 e 3) que falam da igreja, sua
terceira divisão (caps. 4 ao 22) coincidem em substancia com todas as
profecias que nós examinamos antes de chegar a esse ponto.
Naturalmente, sendo o último livro da Bíblia, o Apocalipse contém coisas
que não são encontradas em nenhum outro lugar dos livros precedentes

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das Escrituras; porém, nesse amplo esboço, ainda não pode ser
“interpretado de maneira particular” mas deve ser provado e confirmado
por outras Escrituras. De acordo com a chave mencionada no começo de
nossa discussão, chave essa que o Espírito Santo tem nos providenciado
como uma ajuda para interpretar essa profecia, nos é dado conhecer que
todas as palavras da terceira divisão realmente apontam para o tempo
futuro e para eventos futuros. Tendo isso como segundo plano, então,
examinemos essa terceira divisão do livro para vermos como ela Coincide
com as profecias anteriores.

As Outras Revelações no Livro de Apocalipse

Nós temos demonstrado que o livro de Apocalipse dá suporte e reforço a


todas as outras profecias da Bíblia. Mas esse livro não está meramente
limitado a confirmar o que já foi outrora profetizado, pois ele não é
basicamente uma repetida proclamação dos ditos dos antigos profetas. Ele
toca em muitas regiões da predição que os profetas do Velho nunca
haviam conhecido e também derrama mais luz nas profecias do passado.
No nosso estudo nós temos descoberto como as palavras desse livro sobre
o anticristo coincidem perfeitamente com as profecias antigas. Mas agora
nós veremos os sinais divinos de julgamento no livro de Apocalipse.
A Bíblia frequentemente sugere que os sinais (não falsos sinais) de
Deus são características dos últimos dias: “Haverá grandes terremotos, e
em diversos lugares fome e pestilências; e haverá terrores e grandes
sinais dos céus” (Lucas 21:11)-“Eu mostrarei maravilhas acima nos céus, e
sinais debaixo na terra; sangue, e fogo, e vapor de fumaça: o sol se
tornará em escuridão, e a lua em sangue, antes que venha o dia do
Senhor, o grande e notável dia” (Atos 2:19,20).
O livro de Apocalipse mostra como Deus fará esses sinais. Certa vez,
em tempos passados, Deus fez um pacto de maravilhas com a casa de
Jacó, e esse pacto será cumprido durante o tempo da terceira divisão
desse livro de Apocalipse: “Contemplem, Eu faço um pacto: diante do todo
o teu povo Eu farei maravilhas que nunca se fizeram em toda a terra, nem
em qualquer nação [e, portanto, maior do que quaisquer sinais que Deus
fez no Egito]; e todo o povo no meio do qual tu estás verá as obras de
Jeová; porque coisa terrível é o que faço contigo [porque os judeus estão
espalhados entre as nações, a manifestação desses sinais será universal]”

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(Êxodo 34.10). o livro de Apocalipse fala de como Deus usará esses sinais
para libertar os judeus.
Os pecados do mundo aumentarão até que chegue o dia do ato mais
gracioso de Deus. Nesse momento, a maneira mais graciosa de Deus lidar
com a terrível situação da terra é a de ele punir o mundo: “Uivai; pois o dia
do Senhor está perto; como destruição do Todo-Poderoso virá. Pelo que
todos os braços se tornarão frouxos, e o coração de todos os homens se
derreterá... Eis que vem o Dia do Senhor, cruel, com ira e ardente furor,
para converter a terra em assolação e dela destruir os pecadores.” (Isaías
13:6-9). Esses sinais serão feitos não somente para destruir os pecadores,
mas também para contrariar as maravilhas de mentira feitas pelo
anticristo demonstrando, assim, o próprio caráter divino de Deus. Deus é
Deus; satanás não é Deus. Portanto, o livro de Apocalipse registra as
chagas que Satanás não pode curar, os terremotos que Satanás não pode
parar, a ressurreição e o arrebatamento que Satanás não pode bloquear, e
as correntes que Satanás não pode quebrar. Satanás não vai ser páreo
para Deus!!!!! Os sinais dos céus serão mais poderosos que as maravilhas
do inferno. Quão reconfortante isso é!
Os muitos sinais registrados no Apocalipse são feitos diretamente
pela mão de Deus. Essas coisas são sobrenaturais, e são milagres de Deus.
(Sendo milagres, então são fatos, e por isso devem ser aceitos
literalmente e não devem ser espiritualizados). Se compararmos o relato
de Apocalipse com “o Dia de Jeová” ou “o Dia do Senhor” nas profecias do
Velho Testamento, nós podemos descobrir o quão harmoniosas são as
últimas palavras da Bíblia com estas profecias mais antigas.
Obviamente, a terceira divisão do livro de Apocalipse toca também
em coisas que ocorrerão depois do reino milenar, mas estas não são
centrais para a nossa preocupação aqui e por isso nós não trataremos
delas aqui.

Um Breve Sumário a Respeito das Coisas que Virão

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Creio que seria de grande ajuda concluirmos com um breve sumário


dos eventos do fim dos tempos. A primeira coisa que está para acontecer
é o arrebatamento dos crentes vencedores. Todos aqueles em cujas vidas
a cruz trabalhou profundamente serão arrebatados. Mas aqueles que
apesar de serem salvos ainda estão misturados com o mundo e
comprometidos com pecados permanecerão na terra e passarão pela
Grande Tribulação. Somente os santos vitoriosos e vigilantes estão prontos
para serem recebidos (o resto dos crentes salvos passarão pela Grande
Tribulação e serão recebidos ao soar da sétima trombeta). Tudo isso é
concernente aos cristãos.
Durante este tempo o Império Romano reviverá, e uma pessoa muito
forte será o seu imperador. Ele receberá certos poderes de Satanás a fim
de fazer sinais e prodígios de mentira. Ele se proclamará Cristo e roubará o
coração de muitos judeus. Naquele período os judeus já terão retornado à
sua terra natal, mas muitos deles são incrédulos. Eles reconstruirão o
templo e restaurarão os seus antigos louvores e sacrifícios. Por temerem
poderes externos, eles farão uma aliança com o Anticristo por sete anos
para receber a sua proteção. Sem dúvida, haverá um remanescente dos
que crêem na palavra de Deus e se opõem ao nome do falso Messias.
No meio desses sete anos, haverá um sinal nos céus, pois o dragão
vermelho (Satanás) será lançado para baixo dos céus para a terra. Ele
estará cheio de ódio contra os santos de Deus – esses judeus que
carregam o testemunho de Deus. Ele tornará o coração do Anticristo – o
Imperador Romano – contra esses judeus.
Mas enquanto Satanás perseguir esses que pertencem a Deus, Deus
punirá aqueles que pertencem a Satanás. As “trombetas” e as “taças”
mencionadas no livro de Apocalipse serão manifestações da ira de Deus
contra o Anticristo e os habitantes da terra. Ao punir o mundo, Deus
espera que eles se arrependam, mas o mundo persistirá no mal e não se
arrependerá.
Através do poder de Satanás, o anticristo quebrará o seu pacto,
interromperá todos os sacrifícios e ofertas, e erigirá a imagem-ídolo –
aquela asa da abominação – para que as pessoas a adorem. Os falsos

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profetas virão para persuadir as pessoas a adorar a imagem. Assim que a


imagem é erigida, o remanescente irá imediatamente para o deserto.
Embora Satanás usará muitos meios para destruí-los, Deus cuidará deles
durantes os três anos e meio,
Não tendo nenhum escoadouro para a sua ira, Satanás se voltará
para perseguir aqueles crentes que não fora previamente arrebatados.
Muitos serão martirizados. Mas ao soar da sétima trombeta, os crentes que
ficarem na terra serão também arrebatados por que eles terão aprendido
obediência através dos sofrimentos e terão sido agora aperfeiçoados.
Então o Anticristo reunirá todas as nações para vir e atacar os judeus
(a guerra do Armagedom). Os judeus fugirão da cidade (ver Zac. 14). Isso
acontecerá na conclusão do último sete mencionado em Daniel, quando o
Senhor Jesus virá dos céus com Seus santos e Seus pés tocarão o Monte
das Oliveiras. Ele salvará os filhos de Israel e destruirá as nações que
guerrearem contra Ele. Então começará o reino milenar.
Isso é um esboço geral do livro de Apocalipse. No entanto, aqueles
que crêem no Senhor e que têm sido fiéis, vigilantes, em prontidão,
vencedores e em oração já terão sido arrebatados para os céus antes de
essas coisas virem sobre o mundo. Não haverá necessidade de eles
passarem pela Grande Tribulação. Por isso, nós devemos ter o espírito de
arrebatamento agora. Nós devemos ter a experiência do arrebatamento
no espírito antes que isso possa ser cumprido em nosso corpo. Nosso
espírito deve ir para os céus ante, então nosso corpo o seguirá. Que
possamos não estarmos envolvidos com as coisas desse mundo para que
possamos ir quando a hora chegar. Os “poderes da era vindoura” (Hb 6.5)
deveriam ser manifestos nas vidas dos santos hoje. Mas, muitos hoje
parecem estar deficientes.
Senhor, serás Tu gracioso? Conduz-nos e guarda-nos para que possamos
buscar a verdade, para que possamos ter a luz do futuro para iluminar
nossa presente carreira, para que possamos deixar o futuro trono do
julgamento de Cristo nos induzir a julgar a nós mesmos nos dias de hoje, e
para que possamos provar da alegria futura agora assim como fortalecer
nossa comunhão com o Espírito do Senhor hoje. Que não estudemos esse

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livro tão abençoado, como se fosse uma espécie de exame mental, mas
que o estudo dele mude radicalmente nossas vidas e obras. Amém.

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