(25) Livro de Apocalipse
(25) Livro de Apocalipse
(25) Livro de Apocalipse
LIVRO DE APOCALIPSE
Introdução
(1:5), “Eu estava morto” (1:18), “um Cordeiro...como que tendo sido
morto” (5:12). Esse livro O menciona como o Cordeiro 28 vezes, e em cada
uma delas isso nos lembra como ele morreu por nossos pecados. Como Ele
nos ama verdadeiramente (1:5)! Mas a sua ressurreição também é
registrada nesse livro como “o Primogênito dos mortos” (1:5), “aquele que
vivo e fui morto, mas eis que vivo para sempre” (1:18), e “o primeiro e o
último, que foi morto e reviveu” (2:8).
Por causa da morte e ressurreição de Cristo, Deus o Pai deu a Ele
incomparavelmente a maior glória, como o apóstolo Paulo tão
eloquentemente nos diz: “Ele se humilhou, sendo obediente até a morte, e
morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu
um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre
todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda
língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai” (Fil.
2.8-11). Nós podemos notar como as palavras desses versos das epístolas
são cumpridas nesse último livro da Bíblia. O livro de Apocalipse conta-nos
como ele receberá os louvores dos redimidos, as aclamações das hostes
angelicais, e o louvor de toda criação. Que os corações de todos os que
amam o Senhor sejam elevados, pois nós nos alegramos em vê-lO
glorificado.
Uma grande parte desse livro é dedicada ao julgamento de Cristo, de
acordo com João 5: ”E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho
todo o juízo” (v.22). Quem pode se levantar contra a ira do cordeiro? Nada
do que o nosso Senhor faça é inapropriado. A Sua beleza é manifesta tanto
no Seu favor quanto na sua ira; e isso nos leva a admirá-lO mais e mais.
Antes, ele se mostrou de forma tão humilde! Quão desprezado e
maltratado pelos homens ele foi! Mas agora, Ele é cheio de glória e
majestade! Que o Senhor nos habilite a vermos a sua honra nesses
terríveis julgamentos. Após Apocalipse 19, nós podemos ver como ele é
unido em um com a Sua noiva, como Ele destrói todos os Seus oponentes,
como os seus crentes vitoriosos reinam com ele por mil anos, e como Ele
busca pelos seus no novo céu e nova terra. Verdadeiramente, o Senhor
Jesus é o tema do livro de Apocalipse. Se a palavra de Deus de fato toma
Cristo como o seu centro, então nós devemos fazer dEle o centro do nosso
falar e do nosso andar. Desde que Deus deu a Ele todas as coisas, então
nós devemos dar a ele tudo de nós em nossas palavras e obras.
Agora, além da pessoa e glória de Cristo, esse livro também toma -
como seu assunto secundário - a Igreja e o reino, embora não separados,
mas juntos a Cristo. Neste livro, como temos dito, o mundo está sob
julgamento; de forma que, de tudo o que é dito deste mundo, Apocalipse
não registra nada a não ser o seu julgamento. E a respeito da Igreja neste
mundo, o livro não diz nada a respeito dos seus privilégios especiais, mas
diz algo sobre a sua responsabilidade. No entanto, as coisas que o Velho
Testamento não menciona sobre o aspecto celestial da Igreja e da glória
do reino são claramente descobertas na última porção do Novo
Testamento.
No Apocalipse, Deus é apresentado como o Juiz dessa era, e Cristo é
retratado como o Executor. O julgamento começa com a casa de Deus e
finalmente alcança todo o mundo. Nesse livro o Espírito Santo é revelado
como “os sete Espíritos” ao invés de “O Espírito” que é apresentado nos
outros livros da Bíblia, simplesmente porque se fala dele de acordo com a
obra do governo de Deus.
Que possamos entender que o livro de Apocalipse não é um livro de
segredos, mas de revelações. Se fosse um livro selado, nós não teríamos
nenhuma esperança em entendê-lo. Mas, desde que é um livro de
revelações, nós precisamos pedir ao Espírito de Deus que nos ensine, para
que possamos saber. O significado básico de “revelação” é “tirar o véu”. E
por isso, nesse livro o Espírito Santo tira para nós o véu da glória e da
pessoa do Senhor Jesus. Que Ele abra nossos olhos para contemplarmos o
precioso ensinamento que há nessas páginas!
Além disso, o leitor desse livro deve manter o seu coração puro - ou
seja, ele não deve ler por curiosidade a respeito de eventos futuros. Pelo
contrário, ele deve ler atentamente as páginas desse livro, com o desejo
de conhecer mais da palavra de Deus, para poder guardar a Sua vontade e
receber tudo o que Ele quiser dar através da sua palavra. Deus não
abençoará uma leitura que sirva apenas para alimentar uma mente
curiosa, pois isso não tem proveito para nossa vida espiritual. A meu ver, a
primeira coisa a fazer para compreender o livro de Apocalipse é obter um
conhecimento meticuloso sobre ele. Para começar, leia-o capítulo por
capítulo. Leia até que você possa lembrar do conteúdo de cada capítulo
sem olhar. Então leia cuidadosamente, versículo por versículo. Memorize
os versículos que você considera importante. Use todos os tipos de
métodos para se tornar um meticuloso conhecedor desse livro. Assim que
você se tornar familiarizado com os seus conteúdos, o Espírito Santo então
poderá ensiná-lo.
Desde que o livro de Apocalipse é a soma total de toda a Bíblia (nele são
concluídos todos os problemas que não foram concluídos em partes
anteriores da Bíblia), nós devemos pesquisar os outros livros da Bíblia para
esquadrinhar todas as conecções pertinentes. Se interpretarmos as
escrituras com o auxílio das próprias escrituras, nós chegaremos a uma
acurada explicação e conhecimento. No entanto, como nós já temos
observado, a leitura da Bíblia não é apenas para conhecer, mas é para
cultivar a vida espiritual. E por isso, mesmo com as partes que podemos
entender, nós devemos pedir ao Espírito Santo que nos mostre seus
significados espirituais e que nos dê ajuda espiritual.
As Interpretações do Apocalipse
Tomando isso como uma chave, então, o livro de Apocalipse deve ser
dividido em três partes principais. Com vinte e dois capítulos no livro,
como são feitas as três divisões? Antes de tocarmos na primeira e segunda
divisões, comecemos olhando para a terceira divisão. Há um versículo no
capítulo 4 que evidentemente indica que a terceira divisão começa
naquele capítulo: “Depois dessas coisas,” disse João, “eu vi, e eis uma
porta aberta no céu, e a primeira voz como de trombeta, que eu ouvi falar
comigo, disse: sobe aqui, e te mostrarei as coisas que devem ser depois
dessas” (4.1). “As coisas que devem ser depois dessas” devem ser coisas
depois desses três capítulos. Apocalipse 1.19 indica que a terceira divisão
fala das “coisas que devem ser depois dessas”, e as coisas que João viu do
capítulo 4 em diante são de fato “as coisas que devem ser depois dessas”.
Dessa forma, é evidente que a sua terceira divisão do Apocalipse
começa no capítulo 4 ( e desde que o livro tem apenas três divisões, a
terceira divisão deve ser do capítulo 4 ao 22). Isso deixa apenas os
primeiros três capítulos para a primeira e segunda divisões do livro.
Apocalipse capítulo 1 é concernente ao que João viu. O versículo 11 diz “o
que vês, escreve-o em um livro”, e no verso 19 João é ordenado que
“escreve, pois, as coisas que viste”. Entre esses dois versículos João viu a
visão, a qual constitui aquilo que ele viu. A primeira divisão do livro é, por
isso, o capítulo 1. Desde que aprendemos que todo o livro pela sua própria
indicação deve ser dividido em três divisões principais, e já que também
aprendemos que a primeira divisão é o capítulo 1 e que a terceira divisão
vai do capítulo 4 até o fim do livro, pode-se racionalmente concluir que a
segunda divisão principal do livro deve ser os capítulos 2 e 3. Nesses
capítulos nós encontraremos “as coisas que são”, as quais são as coisas
concernentes à Igreja.
João viveu na era da Igreja, e por isso a Igreja é reconhecida como “as
coisas que são”. Os capítulos 2 e 3 dão a história profética da Igreja do seu
começo ao seu fim. Começa com os Efésios abandonando o seu primeiro
amor (2.4) e termina com os Laodicences sendo vomitados da boca do
Senhor. A historia inteira da Igreja está dessa forma sendo delineada por
essas sete igrejas locais. Desde que “as coisas que devem ser depois
dessas” seguem “as coisas que viste” e “as coisas que são”, os conteúdos
registrados do capítulo 4 em diante devem esperar até que a história da
Igreja possa ser cumprida para que sejam cumpridos. Embora hoje o fim
esteja de fato se aproximando, nós devemos admitir que a Igreja ainda
existe na terra; e que, dessa forma, o seu tempo ainda não está
totalmente cumprido.
Por isso, não tratem esse livro como se fosse de símbolos. Embora haja
mais de trinta símbolos, a metade deles já foi explicada. Em média, há
menos de um símbolo por capítulo para ser encontrado; e,
consequentemente, o livro de Apocalipse verdadeiramente não pode ser
rotulado como um livro de símbolos. As profecias em suas páginas são de
dois tipos: direta e indireta. As profecias indiretas têm a forma de
símbolos; mas, como já mencionamos, esses símbolos não foram
colocados em total escuridão, já que metade deles já foi explicada. Dessa
forma, os leitores não deveriam ficar intimidados por esses símbolos, mas
deveriam distinguir os explicados dos não-explicados, e procurar descobrir
os seus significados.
Salvação e Recompensa
A salvação é aquilo que é dado de graça. Não é obtida por meio das
obras do homem. Pois é Deus que nos dá graça, e não é na base do nosso
mérito.
“Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de
Deus; não vem das obras, para que nenhum homem se glorie.” (Ef. 2.8, 9).
“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito; mas, segundo a sua
misericórdia ele nos salvou” (Tito 3.5).
Através desses versos que foram citados e por muitas outras passagens
da Escritura que não foram citadas, é provado sem nenhuma dúvida que
nós recebemos nossa salvação gratuitamente e não pelas nossas obras ou
atos de justiça; nós somos salvos pela graça de Deus, o dom gratuito de
Deus. Tudo o que fazemos é crer. Pois a obra da salvação é
completamente operada por nós pelo Senhor Jesus. A Sua morte na cruz
consumou a nossa salvação. Para que agora sejamos salvos e recebamos
a vida eterna, não há necessidade de que executemos mais obras ou que
acrescentemos mais méritos, mas simplesmente que creiamos e
recebamos. Isso porque nenhuma das nossas boas obras é aceitável para
Deus. Ao longo de todo o Novo Testamento há cerca de 150 menções do
tipo: crê, e serás salvo; crê, e terás vida eterna; crê, e serás justificado.
Assim que nós cremos, somos salvos, recebemos vida eterna, e somos
justificados. Isso tudo é dado gratuitamente: “... o testemunho é esse, que
Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está no Filho. Aquele que tem o
Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1
João 5.11, 12). Todos os que recebem o Senhor Jesus como Salvador pela
fé têm vida eterna, de acordo com a Palavra de Deus. Verdadeiramente,
“aquele que crer no Filho tem vida eterna” (João 3.36). Crê e terás!
“Meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”
(Apoc. 22.12). Note que essa palavra é dita à Igreja (ver v.16).
“E, tudo quanto fizeres, fazei-o de coração, como ao Senhor e não aos
homens; sabendo que do Senhor recebereis o galardão da herança... Mas
aquele que fizer agravo receberá o agravo que fizer” (Col. 3.23-25).
Quatro Julgamentos:
Mas apesar do fato de que os crentes não serão julgados pelos pecados,
a Bíblia indica que eles ainda serão julgados (2 Cor. 5.10; Rom. 14.10-12;
Mat. 25.14-30; 1 Cor. 3.10-15; etc.). Que julgamento é esse? Não é aquele
que julga se alguém é salvo ou perece, já que essa questão já foi resolvida
pelos crentes através da cruz. Além do mais, 1 Coríntios 3.15 declara que
nesse julgamento não há perigo de que alguém pereça. Por essa razão,
esse julgamento é aquele julgamento das obras dos santos. O julgamento
da cruz conclui a nossa vida como pecadores. O trono do julgamento de
Cristo conclui as nossas vidas como crentes.
sem dúvida, por trás de cada um deles. Já que Deus se agrada de usar
números, nós não devemos ser tão cegos a ponto de não descobrir os seus
significados. O livro de Apocalipse usa mais números do que os outros
livros da Bíblia. A fim de podermos dividir a palavra de Deus de maneira
correta, é imperativo que primeiro entendamos os significados desses
números nas Escrituras.
O Número “1”
O Número “2”
pecado deve trazer duas rolas ou dois pombinhos para Deus como oferta
pelo pecado: um é para ser oferecido como oferta pelo pecado e o outro
como oferta queimada. (Lev. 5.7). Uma oferta pelo pecado é oferecida pelo
pecado; uma oferta queimada é oferecida pela pessoa. Deus perdoa o
pecado e aceita a pessoa. Isso também é de dupla face. Tudo isso
representa a salvação do Senhor Jesus. O número 2 é também o número
da salvação. A segunda pessoa na divindade - o Senhor Jesus - é o
Salvador do mundo.
O Número “3”
O Número “4”
4 pode ser visto como o número do mundo também nessas relações deste
número com o mundo. O mundo tem quatro estações: primavera, verão,
outono e inverno. Tem quatro cantos: leste, oeste, norte e sul (Números
2). Tem quatro elementos básicos: terra, ar,água e fogo.
O Número “5”
O Número “6”
O Número “7”
O Número “8”
da carne” (Col. 2:11). Isso concorda com “nós somos feitura [de Deus],
criados em Cristo Jesus” (Ef. 2:10).
O Número “10”
A Teoria Dia-Ano
(1) “Porque, daqui a sete dias, farei chover sobre a terra durante
quarenta dias e quarenta noites; e da superfície da terra exterminarei
todos os seres que fiz” (Gen. 7.4). Por acaso Deus esperou sete anos e
depois fez chover durante quarenta anos? Não, pois o registro continua e
explica: “E aconteceu que, depois de sete dias, vieram sobre a terra as
águas do dilúvio... e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta
dias e quarenta noites.” (vv.10,12). Aqui um dia não é um ano.
(2) “Então, lhe disse José: Esta é a sua interpretação: os três ramos são
três dias; dentro ainda de três dias, Faraó te reabilitará e te reintegrará no
teu cargo” (Gen. 40.12,13). Por acaso foi após três anos que o chefe dos
copeiros foi liberto da prisão? Não mesmo: “No terceiro dia... reabilitou o
copeiro-chefe” (vv.20,21).
(3) “Então disse Jeová a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o
povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia... Dar-se-á que,
ao sexto dia... será o dobro do que colhem cada dia” (Ex. 16.4,5). Os filhos
de Israel saiam para colher o maná diariamente, e não uma vez por ano.
(4) Deus deu carne ao povo de Israel por “um mês inteiro”(Num. 11.19,
20). Eles não comeram carne por trinta anos.
(5) “Em três dias atravessareis o Jordão” (Josué 1.11). O que realmente
aconteceu, afinal? Os filhos de Israel cruzaram o rio Jordão depois de três
anos? Não, eles o cruzaram depois de três dias.
(6) “Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia;
também o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da
terra” (Mateus 12.40). Por acaso o Senhor Jesus ficou no coração da terra
por três anos? Nós sabemos, através do registro bíblico, que Ele ficou lá
por apenas três dias e três noites.
E, por isso, no seu evangelho, João anuncia o nascimento daquela vida eterna; e, mais adiante,
em suas Epístolas, ele explica a natureza dessa vida eterna.
O ano de 70 DC – quando Jerusalém foi destruída – é um tempo transicional para a verdade
transicional. A Igreja Judia, formada no dia de Pentecostes, chegou ao seu fim (na verdade, já
havia acabado; isso foi apenas tornado público naquela ocasião). As verdades de Cristo e do
judaísmo não estão totalmente separadas. Os cristãos devem agora sair do campo do judaísmo.
A Igreja que Pedro estabelecera entre os judeus faliu; Cristo não mais governa sobre ela.
Assim como isso se tornou a verdade entre os judeus, também é verdade entre os gentios: as
igrejas que o Senhor, usando Paulo, estabelecera entre as nações, também caíram, de sorte que
elas não podem mais herdar a herança perdida de Israel: “Cada um cuida do que é seu”, Paulo
escreveu, “não das coisas de Jesus Cristo” (Fil. 2:21).; “Todos os que estão na Ásia [inclusive
a Igreja em Éfeso] me abandonaram” (II Tim. 1:15). Aqueles que melhor conheciam a
verdade da Igreja eram incapazes de permanecerem firmes na fé! De fato, a apostasia já
começou e o mistério da iniqüidade também tem germinado.
As obras de Pedro e de Paulo sofrem mudança dispensacional, mas a obra de João transcende
a estrutura dispensacional. Ele mostra o Senhor Jesus como a vida eterna; e a vida eterna,
como nós sabemos, não pode ser mudada. Embora as dispensações e os eventos humanos
possam mudar, a vida eterna encontrada no Senhor Jesus e naqueles que crêem nunca muda.
Embora a igreja possa ser vomitada da boca do Senhor, o próprio Senhor permanece o mesmo.
A obra de João se segue à de Pedro e de Paulo, e isso supre a falta deles. João reúne, ao
mesmo tempo, a primeira e a última vinda de Cristo, e a sua obra cobre a duração. Ele prega a
pessoa de Cristo e a vida eterna. Apesar do fato de que, exteriormente, a dispensação tenha
sido corrompida, a vida eterna permanece sem mudanças. Isso nós vemos nos dois últimos
capítulos do evangelho de João. O capítulo 20 representa aquilo que acontecerá desde a
ressurreição de Cristo até à Sua aceitação pelo povo judeu que restar no último dia. Tomé,
olhando para o Salvador perfurado, serve como um tipo disso. E o capítulo 21 tipifica a
assembléia e o reino milenar. No final o capítulo 21, nos soa mostradas as obras específicas
designadas para João e Pedro (a verdade da Igreja que foi pregada por Paulo é totalmente
celestial, por isso não é mencionada aqui). O rebanho de Cristo, assim como o de Israel, é
designado para Pedro, mas ele morrerá antes de João, e assim sua obra não é permanente, mas
tem um fim. Mais tarde, de fato, a obra de Pedro é terminada, a Igreja da Circuncisão é
deixada sem um pastor, e não muito tempo depois, Jerusalém é destruída. Assim, essa obra
chega a um completo fim. Mas, então, nós podemos relembrar que Pedro pergunta ao Senhor
sobre a obra de João. É um tanto espantoso que o nosso Senhor não menciona a morte de
João, mas apenas chama Pedro para que O siga (para morrer e para completar a obra). Ele dá a
entender, entretanto, que a obra de João continuará até o Seu retorno. Embora o próprio João
vá morrer, a sua obra não morre. Seus escritos continuarão a ter impacto até a segunda vinda
do Senhor. Portanto, é extremamente importante que nós compreendamos as obras destes três
apóstolos. A obra de João atravessa as duas vindas de Cristo. Agora nós podemos ver a
verdade da Igreja. Pedro nos fala da falha da Igreja Judia; e Paulo, da falha da Igreja Gentia.
João, não sendo nem ministro para Circuncisão, nem para Incircuncisão, não recebeu verdades
dispensacionais; e, assim, ele não faz menção a respeito das mudanças na Igreja Judia ou na
Igreja Gentia. O que ele registra no livro de Apocalipse é, em vez disso, a real condição das
igrejas naquele tempo. Ele não traça a história da Igreja até o seu estado atual; ele meramente
reporta as várias condições das igrejas em estado de falência e também os pertinentes
julgamentos do Senhor pronunciados sobre elas. Após haverem acabado as obras de Pedro e
de Paulo, João dá continuidade às suas obras: ele simplesmente narra a condição falida das
igrejas de seu tempo. As igrejas sobre as quais João escreve, com exceção de Rev. 22:17, são
um tanto diferentes daquelas sobre que Paulo escreveu. O testemunho de João é ver cada
assembléia local por si só. Alguns candeeiros correm o risco de serem removidos. As igrejas
que ele vê estão perto ou já passaram há muito tempo da queda e são agora julgadas por
Cristo. A Igreja falhou! Os gentios, que pela fé foram enxertados na oliveira, não permanecem
na misericórdia de Deus. Paulo ensina muito da verdade da Igreja è Igreja em Éfeso, mas
agora ela tem deixado seu primeiro amor e o seu candeeiro em breve será removido. Assim
como Israel foi cortado fora por Deus, a Igreja também será cortada fora. Assim como Deus
fora anteriormente paciente com Israel, também Ele é paciente para com a Igreja hoje. Porém,
a Igreja, como Israel, não é apta para testemunhar de Deus no mundo. A Igreja já está
corrompida e derrotada, não importa o quanto possa ser esticada a dispensação; no tempo em
que “Revelação” foi escrito, Deus já estava pelo menos começando a ficar insatisfeito com a
sua Igreja. Ele está prestes a fazer mis uma renúncia. Por isso, o Espírito Santo expressa, por
um lado, a insatisfação de Deus com a Sua Igreja e, por outro lado, Cristo obtendo o reino.
Doravante o reino será o objetivo. O Senhor usa as sete igrejas existentes naqueles dias para
representar a Igreja, a fim de deixar que as pessoas saibam que Ele está insatisfeito com ela e
que o fim está próximo. Mesmo que o senhor atrasasse mais ainda a Sua vinda, essas sete
igrejas locais em suas condições atuais seriam suficientes para representar e delinear toda a
história externa da Igreja na terra. E, fazendo isso, o Senhor revela que o fim é chegado e que
Ele pode retornar a qualquer hora. Isso é a sabedoria do espírito santo! E, como o senhor de
fato retarda a Sua vinda, o segundo e o terceiro capítulos de Apocalipse podem servir (e de
fato servem) de desfecho para as condições de toda a Igreja, do tempo de João até o dia
anterior à vinda do senhor.
Nós devemos reconhecer o fato de que durante de Pedro e Paulo, a Igreja já havia caído. Tal
conhecimento nos ajudará no entendimento dos ensinos a respeito da Igreja encontrados nos
três primeiros capítulos de Apocalipse. Em vistas da falência da Igreja, nós devemos ver aqui
que Cristo não está agindo como um pastor intercessor, mas age como um pastor juiz. Nós
somos, então, instruídos que não há uma Igreja perfeita; e, dessa forma, nós podemos ser
libertos da alimentar qualquer esperança a respeito da igreja. Nós vamos, então, saber qual é o
tipo de atitude que devemos tomar com relação á Igreja. “Seja Deus verdadeiro, e todo homem
mentiroso” (|Rom. 3:4)
Comparando a Terceira Divisão do Livro de “Revelação” Com Outras Profecias Bíblicas
Vamos primeiro ler Daniel capítulo 2. Aqui nós somos confrontados com
uma visão ou sonho de uma imagem humana, que particularmente -na
tipologia bíblica- representa os quatro reinos gentílicos. No sonho do rei,
esta imagem era subsequentemente esmagada por uma pedra que se
tornou em uma grande montanha que encheu toda a terra. Essa pedra é,
obviamente, simbólica do Senhor Jesus e Seu reino que destruirá todos os
reinos do mundo e os substituirá na terra. Os reinos da terra não estão
gradualmente sendo fermentados pelo reino de Deus até que se tornem
no Reino de Deus. Não mesmo. Esses reinos suceder-se-ão um depois do
outro até o dia em que, repentinamente, serão destruídos pelo reino de
Deus. O esmagamento pela rocha é, claramente, um evento que ocorrerá
no futuro. Em breve, nós viremos a perceber seu relacionamento com o
livro de Apocalipse.
E, Daniel, no capítulo 17, está registrado que o profeta viu outra visão, que
também fala dos quatro reinos gentílicos. A diferença entre essa, e a visão
que vimos no capítulo 2 é que estas são bestas, e aquela era um homem.
O aparecimento do reino de Deus foi devido ao aparecimento do Filho do
homem. Nos é exposto ainda mais claramente que o começo do reino de
Deus se dá depois que os reinos da terra estejam totalmente destruídos.
Virá um “pequeno chifre” que fala com palavras de blasfêmia contra Deus
e persegue os eleitos de Deus. Mas o seu tempo será de apenas três anos
e meio. Depois desse período, aquele representado pelo pequeno chifre
será destruído e o Filho do Homem virá para estabelecer o seu reino. Os
reinos dos homens não coexistem com o reino de Deus. Somente quando o
primeiro for destruído, o segundo será estabelecido.
Porque esse sete não foi ainda cumprido, e nem os filhos de Israel ainda
não receberam a plenitude da benção? Porque “Depois das sessenta e
duas semanas, será morto o Ungido e já não estará”. Cristo morreu, e
conseqüentemente os filhos de Israel não receberam a benção. Isso
aconteceu porque eles não O receberam com corações desejosos mas o
crucificaram, e assim a punição veio sobre eles. “...e o povo de um
príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário” (v.26). Quando os
judeus insistiram em matar o Senhor Jesus, eles declararam abertamente:
“Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!” (Mt 27.25).
naturalmente Deus está tratando eles de acordo com as suas próprias
palavras, rejeitando-os temporariamente e mostrando graça aos gentios.
Mas, depois que o número dos gentios for cumprido, Ele vai ser gracioso
novamente aos filhos de Israel. E, nesse momento, o último sete será
cumprido. Uma vez que o último sete estiver acabado, Deus irá libertar os
filhos de Israel, de acordo com a promessa (Dn 9.24).
““...e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o
santuário”. Todos os estudantes do livro de Apocalipse sabem que isso se
refere aos Romanos. Depois da morte de Jesus Cristo, os judeus
incorreram em um severo julgamento de Deus: os romanos vieram e
destruíram Jerusalém e seu templo em 70 DC. Uma vez que o termo “o
povo” se refere aos Romanos, muitos de acordo com isso pensam que o
termo “o príncipe” obviamente aponta para o príncipe Romano Tito que
liderou os Romanos. Mas há muitas razões para refutar essa conclusão.
Porque as Escrituras aqui não dizem que o príncipe destruirá a cidade, mas
sim o povo do príncipe? Embora o príncipe deva trabalhar através de seu
povo, não é natural dizer “o povo” e não diretamente “o príncipe”. Uma
vez que o Santo Espírito menciona tanto o príncipe como o povo, embora
dando uma ênfase primária no povo, não seria possível que Ele estivesse
deixando implícito que esse povo representa o povo daquele príncipe que
ainda está para vir? Se é assim, então o príncipe em questão não é Tito, e
o povo que atacou Jerusalém no passado era espiritual e moralmente igual
ao povo do futuro príncipe. Esse príncipe sobre quem Daniel profetiza
será, no futuro, uma figura reconhecida mundialmente, o qual é o
Anticristo. “O príncipe que há de vir” é, portanto, o Anticristo.
“...e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações
são determinadas.” (v. 26). “O fim” aqui não é o fim da cidade ou do
santuário. De acordo com a correta construção gramatical, “o seu fim”
deveria se conectar à frase “o príncipe que há de vir”. O cumprimento não
veio no tempo de Tito, mas está para vir no futuro. O povo do príncipe que
há de vir destruirá esta cidade e o santuário, mas “o fim dele” (ou seja, do
príncipe) virá como um dilúvio. Nós sabemos que esse super-homem virá
em breve, e que o mundo não terá paz. Mas graças a Deus, nós já teremos
ido embora quando o Anticristo chegar.
“Ele confirmará um pacto com os muitos, por uma semana; e na metade
da semana, fará cessar o sacrifício e as oblações” (v.27a). O verso anterior
nos fala das atitudes destrutivas do Anticristo; esse próximo versículo
continua a falar da sua ação. O último sete é dividido em duas metades.
No começo do último sete, o Anticristo confirmará um pacto com muitos.
Esse pacto não é a Velha Aliança que Deus singularmente fez com Seu
povo, pois o suo do artigo indefinido “um” aqui prova isso. A frase “os
última afirmação sobre o sábado nos mostra claramente que se trata dos
judeus.
Então o Senhor continua dizendo, “porque nesse tempo haverá grande
tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e
nem haverá jamais.” (v. 21). Essa palavra pode ser comparada com a de
Daniel: “Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor
dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve,
desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo
o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.” (12:1). Esses
serão dias de grande tribulação (mas também serão dias da libertação de
Deus). Consequentemente, o Senhor disse: “Não tivessem aqueles dias
sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais
dias serão abreviados.” (24:22). Pelo livro de Daniel nós entendemos que
esses dias cobrem três anos e meio.
Mais tarde, o Senhor fala do sinal dos falsos cristos e falsos profetas – algo
que não é encontrado no Velho testamento: “Então, se alguém vos disser:
Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos
e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se
possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito. Portanto, se vos
disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da
casa!, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se
mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Onde
estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres.” (v. 23-28).
O testemunho de Daniel é o de que, logo que o ungido (o Senhor Jesus)
vier de novo, todos os problemas chegarão ao fim. Jesus, como registrados
em, Mateus, reporta a mesma coisa: “Logo em seguida à tribulação
daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas
cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então,
aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se
lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com
poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de
trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma
a outra extremidade dos céus.” (v. 29-31).
Embora brevemente discutido, isso é o suficiente para mostrar como as
profecias do Novo Testamento concordam com as do Velho.
das Escrituras; porém, nesse amplo esboço, ainda não pode ser
“interpretado de maneira particular” mas deve ser provado e confirmado
por outras Escrituras. De acordo com a chave mencionada no começo de
nossa discussão, chave essa que o Espírito Santo tem nos providenciado
como uma ajuda para interpretar essa profecia, nos é dado conhecer que
todas as palavras da terceira divisão realmente apontam para o tempo
futuro e para eventos futuros. Tendo isso como segundo plano, então,
examinemos essa terceira divisão do livro para vermos como ela Coincide
com as profecias anteriores.
(Êxodo 34.10). o livro de Apocalipse fala de como Deus usará esses sinais
para libertar os judeus.
Os pecados do mundo aumentarão até que chegue o dia do ato mais
gracioso de Deus. Nesse momento, a maneira mais graciosa de Deus lidar
com a terrível situação da terra é a de ele punir o mundo: “Uivai; pois o dia
do Senhor está perto; como destruição do Todo-Poderoso virá. Pelo que
todos os braços se tornarão frouxos, e o coração de todos os homens se
derreterá... Eis que vem o Dia do Senhor, cruel, com ira e ardente furor,
para converter a terra em assolação e dela destruir os pecadores.” (Isaías
13:6-9). Esses sinais serão feitos não somente para destruir os pecadores,
mas também para contrariar as maravilhas de mentira feitas pelo
anticristo demonstrando, assim, o próprio caráter divino de Deus. Deus é
Deus; satanás não é Deus. Portanto, o livro de Apocalipse registra as
chagas que Satanás não pode curar, os terremotos que Satanás não pode
parar, a ressurreição e o arrebatamento que Satanás não pode bloquear, e
as correntes que Satanás não pode quebrar. Satanás não vai ser páreo
para Deus!!!!! Os sinais dos céus serão mais poderosos que as maravilhas
do inferno. Quão reconfortante isso é!
Os muitos sinais registrados no Apocalipse são feitos diretamente
pela mão de Deus. Essas coisas são sobrenaturais, e são milagres de Deus.
(Sendo milagres, então são fatos, e por isso devem ser aceitos
literalmente e não devem ser espiritualizados). Se compararmos o relato
de Apocalipse com “o Dia de Jeová” ou “o Dia do Senhor” nas profecias do
Velho Testamento, nós podemos descobrir o quão harmoniosas são as
últimas palavras da Bíblia com estas profecias mais antigas.
Obviamente, a terceira divisão do livro de Apocalipse toca também
em coisas que ocorrerão depois do reino milenar, mas estas não são
centrais para a nossa preocupação aqui e por isso nós não trataremos
delas aqui.
livro tão abençoado, como se fosse uma espécie de exame mental, mas
que o estudo dele mude radicalmente nossas vidas e obras. Amém.