A PROMESSA DE COMPRA E VENDA NO NCC REFLEXOS DAS INOVAÇÕES NAS ATIVIDADES NOTARIAL E REGISTRAL
A PROMESSA DE COMPRA E VENDA NO NCC REFLEXOS DAS INOVAÇÕES NAS ATIVIDADES NOTARIAL E REGISTRAL
A PROMESSA DE COMPRA E VENDA NO NCC REFLEXOS DAS INOVAÇÕES NAS ATIVIDADES NOTARIAL E REGISTRAL
Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se não pactuou arrependimento,
celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire
o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou
de terceiros, a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda,
conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do
imóvel.
1)Introdução;
2)O direito real do promitente comprador e a adjudicação compulsória;
3)A instrumentalização da promessa;
4) A aplicação dos arts. 467 a 471 aos compromissos decompra e venda;
5) Conclusões.
1) Introdução
A vigência do novo Código Civil trouxe inovações relativas aos compromissos de
compra e venda, contidas nos arts. 1.225, VII, 1.417, e 1.418, ensejando
reflexões no confronto com o art. 108 e com dispositivos de leis especiais não
expressamente revogadas pelo novel diploma. Exige abordagem, também, a
aplicação dos arts. 467 a 471, que cuidam do contrato com pessoa a declarar,
às promessas de compra e venda.
A forma do contrato em foco, seus efeitos e sua execução têm sido alvo de
diversas discussões doutrinárias, dando origem a diferentes correntes
jurisprudenciais e merecendo, outrossim, atenção do legislador, com sucessivas
alterações nas normas referentes aos contratos de promessa de compra e
venda, culminando com a introdução, no Código Civil de 2002, dos arts. 1.417 e
1.418, que tratam do direito do promitente comprador.
Não obstante alguns o entendam como direito real de gozo ou fruição, e outros
como direito real de garantia, antes mesmo da edição do novo Código Civil,
Caio Mário da Silva Pereira invocou Serpa Lopes para asseverar que a promessa
de compra e venda mais se aproximava de “uma categoria de direito real de
aquisição”. Maria Helena Diniz o enquadra como “direito real sobre coisa alheia
de aquisição”. Ocupa, pois, lugar à parte na classificação dos direitos reais,
“formando uma nova categoria”, segundo Arnoldo Wald (Direito das Coisas -
RT).
A ausência do direito real de aquisição no rol dos direitos reais do Código Civil
de 1916, sendo previsto apenas em dispositivos esparsos da legislação
extravagante posterior, levou a jurisprudência a vacilar sobre a necessidade do
registro da promessa de compra e venda como requisito para a adjudicação
compulsória.
Titular de direito real à aquisição é aquele que, nos exatos termos do art. 1.417,
registrou na serventia de registro de imóveis o instrumento de promessa de
compra e venda em que se não pactuou arrependimento.
Não incluído no rol dos direitos reais na legislação então vigente o direito do
promitente comprador, acabou por predominar a corrente que defendia não ser
o instrumento público da substância do ato.
O art. 108 da lei vigente é de teor seguinte: “Não dispondo a lei em contrário, a
escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a 30 (trinta) vezes o maior salário mínimo vigente no
País”.
O direito do promitente comprador é direito real (art. 1.225, VII), que se adquire
com o registro (art. 1.227).
Joel Dias Figueira Jr., na obra já citada, assinala que “continua em vigor toda a
legislação extravagante correlata ao tema referente ao compromisso de
compra e venda”.
5) Conclusões
5.1- É requisito indispensável para a adjudicação compulsória o registro da
promessa de compra e venda, perdendo eficácia a Súmula 239 do Superior
Tribunal de Justiça;
5.4- A indicação da pessoa nos termos da cláusula pro amico eligendo importa
em cessão dos direitos do promitente comprador; estando registrada a
promessa, há transferência de direito real sobre imóvel;
5.5- A cessão nos termos do item anterior importa em pagamento de tributos e
na prática de ato de registro no Registro de Imóveis;
BIBLIOGRAFIA: