Teologia Sistemática I_aula 3

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SISTEMÁTICA I – AULA 3

Ler:

Atos 14:12

Isaías 64:5-7

Êxodo 33:20
A TEOLOGIA E A HISTÓRIA

Durante os primeiros sete séculos da era cristã,


os pais da Igreja tiveram que lutar contra o
paganismo externo e contra as heresias
internas, como o arianismo, que colocava Cristo
acima de todas as criaturas mas fora da
divindade. Cristo e o Espírito Santo seriam
seres criados.

Se Cristo não for Deus, é idolatria adorá-lo e se


não for homem, não pode ser mediador,
destruindo a base da redenção em Cristo.
As heresias antigas:

Negações da humanidade de Cristo:

1. Docetismo (séc. II e III) – baseado no filósofo


Marcião, essa doutrina defendia que o corpo de
Jesus Cristo era uma ilusão, e que sua
crucificação teria sido apenas aparente.
Acreditava que Jesus Cristo era um espectro,
logo, apesar de ter uma aparência humana, este
não possuía carne e nem sangue.

2. Apolonarianismo – proposta por Apolinário de


Laodiceia (310-390), essa doutrina explica a
natureza de Jesus, sua humanidade e divindade,
defendendo que Jesus tem um corpo humano,
porém dotado de uma mente exclusivamente
divina.
3. Eutiquianismo – Eutiques confundiu as naturezas
de Cristo, afirmando que as duas naturezas se
fundiram numa só depois da encarnação e que ele,
Cristo, não seria humano, portanto.

Negações da divindade de Cristo:

1. Ebionismo (termo que derivado hebraico “pobres”)


– Jesus era um profeta extraordinário, que se
identificava com os pobres (‘ebyônim) mas não era
Deus, sendo filho natural de José e Maria.

2. Adocionismo – professa que Jesus nasceu humano,


tornando-se posteriormente divino por ocasião do
seu batismo, ponto em que foi adotado como filho
de Deus.

3. Arianismo – Jesus era apenas uma criatura; não o


Deus Eterno.
Negações da união pessoal de Cristo:

Nestorianismo – Nestório (c. 428), bispo de


Constantinopla, foi condenado por ter ensinado que
Jesus não era divino, mas a natureza divina habitou
n’Ele. As duas naturezas estavam em Jesus Cristo
na forma de duas pessoas distintas: as duas pessoas
na casca humana.
Na Igreja primitiva os primeiros tratados teológicos
visavam, sobretudo, estabelecer as bases da
doutrina cristã.

Já no segundo século da era cristã foi elaborado o


credo apostólico, cujo texto segue abaixo:

Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e


da terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso
Senhor, o qual foi concebido pelo Espírito Santo,
nasceu da virgem Maria, padeceu sob Pôncio
Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao
inferno, no terceiro dia ressuscitou dos mortos,
subiu ao céu e está sentado à direita de Deus Pai
todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os
mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja
Cristã — a comunhão dos santos, na remissão dos
pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna.
Amém.
No período medieval, a teologia se preocupa
basicamente com os sistemas de pensamento
teológico.

Com base no pensamento aristotélico, a teologia


foi sistematizada por grandes pensadores, como
Anselmo, Abelardo, Pedro Lombardo e Tomás de
Aquino.

A Suma Teológica de Tomás de Aquino tornou-se


a base do pensamento teológico no período
escolástico (sécs. IX a XIII).
A Suma Teológica é dividida em 3 partes, cujos temas
centrais são:

Primeira Parte: versa sobre a doutrina sagrada, a


existência de Deus, sua natureza, o processo da
criação e a natureza das criaturas.

Segunda Parte: A segunda parte é dividida em


duas. A primeira parte da segunda parte trata
sobre a imagem de Deus nos homens. A segunda
parte da segunda parte trata sobre as virtudes
cardeais, teologais e os carismas do Espírito
Santo. A segunda parte como um todo trata da
moral.

Terceira Parte: A terceira parte versa sobre


Jesus Cristo e os Sacramentos.
JESUS CRISTO: ASPECTO HISTÓRICO

O termo Jesus histórico se refere a uma série de


reconstruções acadêmicas da figura de Jesus de
Nazaré. Essas reconstruções são baseadas em métodos
históricos, incluindo a análise dos evangelhos como
principal fonte biográfica de Jesus, considerando o
contexto histórico e cultural em que ele viveu.

A pesquisa sobre o Jesus histórico teve início no século


XVIII e se desenvolveu, até os nossos dias, em três
ondas preocupadas em reconstruir os fatos históricos e
a pessoa humana de Jesus, que ficavam como que
escondidos atrás das afirmações dogmáticas e de fé das
Igrejas.

Tal busca teve como premissa uma mentalidade


racionalista, que acredita poder reconstruir a verdade
histórica relacionada a Jesus por meio da razão.
A busca pelo Jesus histórico se apoia na literatura
bíblica e extra bíblica do século I; nas descobertas
arqueológicas; nos estudos sociológicos e
historiográficos para reconstruir e entender o contexto
histórico, sociológico e religioso do tempo de Jesus,
tentando entender e imaginar o impacto de sua pessoa
e de sua mensagem dentro deste mesmo contexto.

Portanto, parte-se do pressuposto que Jesus deve ser


lido dentro do contexto da Galileia daquela época.
Dentro desse panorama, o Jesus histórico foi um
homem que viveu na Galileia na primeira metade
do século I, filho de um carpinteiro, que
provavelmente tinha outros irmãos (Mt 13,55);

Foi rabi na região do Mar da Galiléia até a


sua crucificação, que provavelmente ocorreu
na Páscoa do ano 30 por motivos políticos (conflito
com a elite local ligada ao Templo de Jerusalém)

Foi um professor de ética autônoma, que


contava parábolas, muitas delas sobre a vinda de
um Reino de Deus.
A busca pelo Jesus histórico parte do pressuposto que o
Novo Testamento não dá necessariamente uma
imagem histórica precisa da vida de Jesus.

Nesse contexto, a descrição bíblica de Jesus é


conhecida como a do Cristo da Fé.

O Jesus histórico é baseado em materiais históricos


antigos que podem falar alguma coisa sobre sua vida,
como os fragmentos dos Evangelhos.

A finalidade da pesquisa sobre o Jesus histórico é


examinar as evidências a partir de fontes diversas,
tratando-as criticamente e em conjunto para criar uma
imagem composta de Jesus.
Em geral, os estudiosos argumentam que o Jesus
histórico foi um judeu da Galileia que viveu numa
época de expectativas messiânicas e apocalípticas.

Ele foi batizado por João Batista e, depois que João foi
executado, começou a sua própria pregação na Galileia.

Jesus pregava a salvação, a vida eterna, a purificação


dos pecados, a vinda do Reino de Deus, usando
parábolas como imagens surpreendentes. Além disso,
ele era conhecido como um professor e um homem que
realizava milagres.

Muitos estudiosos creditam as declarações


apocalípticas dos Evangelhos a Jesus, enquanto outros
defendem que o seu Reino de Deus era moral, e não de
natureza apocalíptica.
A busca pelo Jesus histórico iniciou-se com o trabalho
de Hermann Samuel Reimarus no século XVIII.

Dois livros, ambos chamados "A Vida de Jesus", foram


escritos por David Friedrich Strauss e publicados em
alemão em 1835-1836.

Ernest Renan publicou um livro em francês no ano de


1863.

O Jesus histórico é conceitualmente diferente do Cristo


da fé. Para os historiadores, o primeiro é físico,
enquanto o último é metafísico. O Jesus histórico é
baseado em evidências históricas. Cada vez que um
rolo de papel novo é descoberto ou fragmentos de um
novo Evangelho são encontrados, o Jesus histórico é
modificado.
Faça um pequeno texto demonstrando a historicidade
de Jesus com base nos evangelhos canônicos.

Em sua opinião, quais dos quatro evangelhos permite


melhor compreensão histórica do nascimento de Jesus?

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