Livro a Cultura Da Imoralidade Convertido

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O BRASIL E A CULTURA DA IMORALIDADE

FRAGMENTOS E REFLEXÕES SOBRE CULTURA, POLÍTICA E RELIGIÃO

JOSÉ ALESSANDRO NEVES AQUINO

Reflexões e críticas sobre as transformações


socioculturais, político-jurídicas e religiosa no Brasil dos
últimos 12 anos.

Rio de Janeiro, 2017


PRÓLOGO

A vida é feita de risco e perigo. Ela se inicia na maior competição da existência


humana, no ventre. Você não sabia, mas estava entre 30 bilhões, 100000, a tua chance
de chegar era de 0,1. Você chegou! Entretanto, do que adiantou chegar em primeiro
se na tua frente havia uma grande muralha como o muro de BERLIM. Você rompeu!

A vida é feita de risco, ninguém perde aquilo que nunca teve. O perigo consiste
na perda do que se possui, vida, direito. Mas, olhando para o Brasil, corremos risco
ou perigo? A minha missão é provocar aqueles que perderam a esperança, fazê-los
sair da zona de 'conforto', letargia política para que juntos busquemos alternativas
para as necessárias transformações.

A acomodação ante ao perigo iminente de uma retomada dos autoritários e


tiranos neste país deve ser extirpada. Precisamos provocar a revolução, incomodar!
As concorrentes transformações só serão possíveis se você mostrar de forma prática
a tua insatisfação.

O medo

Como qualquer cidadão brasileiro eu também estou com medo, muito medo,
medo do desconhecido, incerto, pois o Estado é estático, porque os políticos são
mutáveis. São os verdadeiros estelionatários, de ‘estélion’, mudam de cor de acordo
com o tempo e ambiente. Temos um desafio! Observou o verbo TER no plural?

Não adianta está ideologicamente inconformado, é preciso está realmente inconformado.

Permita-me perguntar: o que você tem? Não importa o que você tenha,
muito ou pouco, ou mesmo nada. A acomodação com o estado atual que se encontra
a regência desse país pode fazer com que você perca o que tem e não consiga jamais
alcançar o que você tanto sonha. Não se agarre a pouco que conseguiste, você poderia
ter mais, mas eles tiraram, e o pouco que tens poderá perder se você temer o risco, o
perigo é iminente.
INTRODUÇÃO

Ser social é o maior desafio do homem que luta para não deixar de
ser.

Toda história da humanidade está marcada por um antagonismo inexorável de


causas e efeitos políticos religiosos. É fato que Religião e Estado nunca deixaram de
amar, são interdependentes. Se divorciaram no papel, (CRFB) mas se encontram na
zona, CONGRESSO NACIONAL. Desde 2015, venho chamando a atenção para o
feudalismo pós-moderno que vem se articulando neste país. Supressão do direito e
dignidade Humana. Nosso direito, dignidade e respeito foram tirados.

Direito, cultura e religião estão intrinsecamente conectados e evidenciam


inúmeras interfaces. Os fragmentos aqui juntados são apenas reflexões das
observações e experiências diante deste fenômeno sociocultural que o se percebe no
Brasil. Este trabalho não é uma dissertação, mas um monólogo que de algum modo
busca um diálogo como o leitor sobre a situação emergente que se encontra a cultura
brasileira.

Portanto, este trabalho não pode ser confundido com propostas solúveis dos
problemas políticos, jurídicos e culturais. Entretanto, não podemos ignorar a
necessidade de interpretação das novas realidades que não pode permanecer, em vista
disso, à margem dessa nova complexidade social, limitando-se a paradigmas vencidos
pelo passar dos tempos.

Por mais simples que este trabalho seja, e por ser direcionado a todos os
públicos, eu não poderia deixar de simplificar a linguagem do discurso para facilitar a
compreensão daqueles que não estão familiarizados com os conceitos terminológicos
empregados pelos atores políticos e impressa brasileira. A proveito e apresento uma
espécie de glossário introdutório sobre tais termos e conceitos, com a finalidade de
proporcionar maior compreensão ao leitor, além de enriquecer o seu vocabulário
político.
Vocabulário e vernáculo político

Por que falarmos do vernáculo político? A maioria dos parlamentares empregam


termos que para o eleitorado é muitas das vezes estranho, afinal, eles esquecem que
foram eleitos pela grande maioria esmagadora de pessoas que não puderam concluir
os estudos, não se interessam por políticas, outros nem foram alfabetizados.
Entretanto, preocupe-me em destacar os termos mais usados pelos atores políticos, e
que permeiam a mente da sociedade. A maior parte dos termos usados no discurso
político tem significados diversos. Eu não listarei aqui o rico vernáculo político, mas
sinalizar os principais, os mais usados e que foram sofrendo mutações históricas-
alguns termos fundamentais, tais como "democracia", "aristocracia",1 "déspota"2
e "política", se originaram gregos. Para os cientistas políticos:

A maior parte destes termos é derivada da linguagem comum e conserva


a fluidez e a incerteza dos confins. Da mesma forma, os termos que
adquiriram um significado técnico através da elaboração daqueles que
usam a linguagem política para fins teóricos estão entrando continuamente
na linguagem da luta política do dia-a-dia, que por sua vez é combatida,
não o esqueçamos, em grande parte com a arma da palavra, e sofrem
variações e transposições de sentido, intencionais e não-intencionais,
muitas vezes relevantes.3

Acredito que nunca em toda história da política brasileira se ouviu tanto o rico
vernáculo político, e com os recursos tecnológicos de comunicação em massa, tais
como, a internet, youtube e páginas sociais, a linguagem empregada na luta política
quotidiana, que são técnicas desde a origem ou desde tempos imemoriais:
"oligarquia", "tirania", "ditadura" e "democracia", são usadas como termos da
linguagem simples e por isso de modo não unívoco. Mas ainda encontramos outras
palavras com sentido mais propriamente técnico.

1 Aristokratia, literalmente "Governo dos melhores", é uma das três formas clássicas de Governo e precisamente
aquela em que o poder (krátos = domínio, comando) está nas mãos dos áristoi, os melhores, que não eqüivalem,
necessariamente, à casta dos nobres, mesmo se, normalmente, os segundos são identificados com os primeiros .
Cf. Dicionário de Política, 1983, Volume I, p. 57 V. Editora Universidade de Brasília. Por: Norberto Bobbio,
Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino.
2 Déspota, senhor, patrono. Despotismo é polemicamente usado para indicar qualquer forma de Governo

absoluto, sendo muitas vezes sinônimo de tirania, ditadura, autocracia, absolutismo e outras formas
semelhantes. O absolutismo do poder tirânico depende da natureza do governante, que despreza as leis
estabelecidas e governa segundo o seu capricho. (Ibid, p.539-40)
3 Ibid. p. 37
Os "ismos" em que é rica a linguagem política — "socialismo", "comunismo",
"facismo", peronismo", "marxismo", "leninismo", stalinismo", etc. —, indicam
fenômenos históricos tão complexos e elaborações doutrinais tão controvertidas que
não deixam de ser suscetíveis das mais diferentes interpretações. 4 Na conexão e
interfaces entre Direito, política e religião, o eleitor poderá se deparar com outros
termos que ainda não tenha conhecimento, entretanto, não é preciso se preocupar, a
linguagem empregada neste livre é simples, concisa e totalmente auxiliadora para a
compreensão.

Política

Esta pequena palavrinha tem uma força significativa nas sociedades, é ela
responsável pelos processos de transformações sociais na história das civilizações
clássicas e modernas. O termo é POLIS, cidade, estado, mas tem o conceito de
administração, gerência, governo. Política é a forma como se administra os assuntos
do interesse do Estado através de seus membros. Desde a antiguidade, os fenômenos
sociais eram tratados pelos filósofos, como, Sócrates, Platão e Aristóteles, e desde
então os políticos impressionam o gênero humano, sequioso de conhecê-los e
aprofundá-los.

Por certo que política não é somente um processo de administração, mas uma
luta pelos interesses das classes sociais. Muitos dos interesses defendidos através dos
políticos não são do interesse do povo, mas, de grupos específicos ou mesmo
pessoais. A origem dos conflitos estar nesta diferença de interesses: o conflito é,
portanto, uma possibilidade entre os atores políticos. Apesar do termo e conceito de
política parecer algo que denote harmonia e paz, acredite, não é, e nunca foi um meio
pacifico de se lutar pelas causas direitos. A interação não é sinônimo de acordo,
harmonia e paz, pois, nas diferenças de interesse reside a contradição. Você deve ter
assistido ao menos uma cessão das Câmara Legislativa Federal. O que achou?

4 Ibid. p.37
É perceptível que nem sempre a mediação é possível, alguém tem que ceder e
sujeitar-se as regras do jogo. Num processo contínuo de relações de interesses e de
negociação da realidade, escolhas e decisões são tomadas com fundamentos nos
interesses abstratos e concretos: crenças, ideologias, gostos, princípios e valores;
materiais, econômicos, interesses dos mais variados tipos.5 Isso parece contraditório
a finalidade primeira e objetiva da política, mas não é. A mediação faz parte do
processo, contudo, não garante a certeza de que, uma outra classe social não saia
perdendo nesse processo da luta pelos direitos do povo. A política não é uma arma
de guerra, mas um processo pelo qual os indivíduos deveriam interagir com
reciprocidade dos interesses que visem o bem da polis. A prática política feita com
autonomia é a expressão do despertar da pólis para superar a manipulação e a
reificação das pessoas cotidianamente. Os conflitos resultam exatamente do fato de
que as pessoas reagem, de múltiplas formas, a essa reificação.

Democracia, poder do povo?

Esta é também a palavra que ecoa nos ares do Brasil que tomado pela tirania6
formada pelos três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Diante da triste
condição que o país encontra-se imergido, no ano desta publicação, devido
emparelhamento dos três poderes, culpados diretamente ou indiretamente pela
corrupção, impunidade e morosidade do judiciário em punir os que lesaram o
patrimônio público, não obstante as reformulações dos direitos fundamentais do
cidadão, com as ‘instituições incômodas de um não direito’, de um Estado
“democrático” de uma não direito instaurado, questiona-se, o que é democracia e se
vivemos uma democracia?

O vocábulo democracia, pode ser sumariado em conceito e significação. Nas


palavras de Castoriadis, (2002, p. 227-228) presta-se, evidentemente, a um número
infinitamente maior de discussões por sua própria natureza porque vem sendo, há
muito tempo, o centro de debates e de lutas políticas.

5 Para uma leitura complementar: Mediação, cultura e política, cf. Gilberto Velho e Carina Kuschnir, p. 11,
Aeroplano Editora, 2001- Rio de Janeiro.
6
O déspota reina como senhor sobre escravos, o tirano reina como senhor sobre pessoas livres.
Em nosso tempo, todos, inclusive os tiranos mais sangrentos, com exceção dos
nazistas e fascistas, reivindicam a democracia. Podemos sair dessa cacofonia
recorrendo à etimologia: democracia, o kratos do demos, o poder do povo. A
verdade é que, numa democracia, o povo é soberano, ou seja, o povo faz as leis e a
lei, ou ainda melhor, a sociedade faz as suas instituições e a sua instituição é autônoma,
se auto institui.

A democracia “não é de fato o poder do povo de decidir”, isso é um conceito


ultrapassado, já que, num Estado político, a democracia “é mais à vontade do povo
que empenha toda sua força para compreender as mutações amplas que implicam
desequilíbrios, dinamismo e movimento, tentando interferir no decurso do processo
político. Assim, a “política é a atividade lúcida e refletida que se interroga sobre as
instituições e, caso necessário, visa a transformá-las” (CASTORIADIS, 2002, p.140).

Democracia é mais que poder e participação do povo. Democracia é o


direito de manifestação de escolha e decisão de cada cidadão, ainda que esta contrarie
os que pensam diferente. Vivemos um fenômeno social, mutações e transformações
em todas as esferas sociais. Um conflito social no âmbito político é a oportunidade
de cada um expor seu entendimento como resultado da leitura e interpretação
de fatos concretos.

Sendo assim, compreendemos que a democracia é, sobretudo, a razão de ser do


homem, aprendendo a conviver, a ser, a fazer, a poder, a ter. A corrupção provocou
um estado de insanidade política e moral, restando apenas o juízo do politicamente
correto. O povo não tem mais poder, o grito é de dor e revolta, utópica democracia.
Pior que não sonhar é não poder viver, olhar para este imenso hospício e não saber
onde se esconder.

De nada adianta um sentimento de aversão aos corruptos, se não nos


oferecemos como alternativa. É preciso que o cidadão participe de forma efetiva
da política de Estado, se candidate, seja uma opção para que os corruptos não se
perpetuem no poder. Para (ROSENFIELD, 2003.p.46), a democracia tem como
fundamento um imaginário criado na possibilidade de formação de uma nova
comunidade política aberta à pluralidade de discursos e ações políticas inserindo o
indivíduo a participação na atividade de condução dos interesses públicos. 7

Em resumo, para Finley (1988, p.22), por exemplo, na Antigüidade, os


intelectuais, em esmagadora maioria, desaprovavam o governo popular e
apresentaram um grande número de explicações para sua atitude, e uma variedade de
propostas alternativas. Hoje seus congêneres, em especial os do Ocidente, mas não
apenas estes, concordam, provavelmente na mesma esmagadora proporção, que a
democracia é a melhor forma de governo, a mais conhecida e a melhor que se possa
imaginar.

Nossa esperança ainda é a punidade

Não basta criar mais leis, é preciso aplicar as que já estão nos diplomas legais,
fazer valer o princípio da isonomia, sem distinção de classe ou prerrogativa de função.
Dentro do senso comum 'jurídico' o vício pela corrupção e conveniências é natural.
O que nos restou foram as Instituições incomodas de um não direito. A "cultura"
jurídica autocrática em todos os tribunais de justiça está causando insegurança
jurídica com decisões arbitrárias.

A magistratura no país está colhendo as consequências da politização do


judiciário. A politicagem dentro do senso comum jurídico nunca foi o
problema, mas a interferência externa, o flerte com o CN resultou no filho da
prostituição, caos, gerado pela corrupção. Só restou um TSF sem o respeito do
povo.

Judiciário feudal e advocacia burguesa

7 O conceito de democracia passa pelo processo de transformações histórica tomando diversos sentidos, dentro
da experiência de mundo de cada indivíduo em sua época. O termo democracia é reapropriado pelo indivíduo
que que a transforma e confere um sentido a própria representação de si mesmo no mundo. Segundo Rosenfield
classifica a democracia em três tipos, a saber: Direta, representativa indireta. Direta. Uma representação social
defendida por indivíduos atomizados reunidos numa espécie de” massa” por líderes que se denominam
representantes do povo, como descreve a CRFB, que traz em seu Preâmbulo, “Nós representantes do povo...
” o que demonstra a atomização dos “representantes do povo”, e supressão do próprio poder do povo para
decidir sobre os assuntos essências do Estado. Representativa indireta. O projeto de uma democracia
indireta, exercida por representantes constituídos em diferentes poderes (...) em contraposição a ficção de uma
identidade total sociedade com o Estado (...) um governo com o povo, sem ambos se identifiquem atual e
praticamente. Ibid. pp.62-68.
Magistrados senhores, advogados escravos

Pode parecer petulância, mas a verdade é que o judiciário brasileiro tem muitos
senhores: a autoridade se perdeu com o autoritarismo. Não existe ética e moral, a
deontologia é mera visitante no cerne da atividade jurídica.
Não temos mais O DIREITO, mas DIREITOS: Os Direitos surgiram da
pretensa defesa de autoridade interpretativa, quer individual ou de um senso comum
autoritário. O judiciário criou facções, sub-grupos, tornou-se heterogêneo quanto órgão
funcional da justiça e direito. Os juristas são amantes da justiça e casados com a
corrupção: a justiça só é procurada para satisfazer suas paixões, vontades,
conveniências. A diversidade não pode ser justificada por um discurso invólucro às
múltiplas interpretações, por uma hermenêutica idealista encoberta pelas
conveniências. Há uma moral no Direito, como observou Kant há um 'mutatis
mutandis', " um estilo de grande senhor em Direito".

Não é esse feudalismo que está desconstruindo o Direito, e criando Direitos? O


petulante subjetivismo idealista, o autoritário objetivismo realista , transforam-no em
Órgão Feudal, revelando "senhores do Direito, da "autoridade": O Direito como uma
lâmpada de Aladim possui o seu Gênio. É evidente que se estende a crítica aos
operadores do Direito: não há de olvidar que 'Ius respondendi' não exista mais. A
democratização da interpretação trouxe conseqüente pluralidade.

Ao prelecionar sobre os fenômenos constitucionais, o jurista e professor Éder


Rodrigues,8 ( 2005, p.1 ) ergue a crítica e asseverando que há um constrangimento
que preocupa, não apenas os juristas, mas toda sociedade, deste modo, "denuncia-se
o que se entende por desqualificado, cientificamente, com rigor sincero,
mas educado". ("Instituições "incômodas" de um não direito, Fundação S.E.A.R.A
2015).

8 Mestre em Direito ( UNIG),doutorado em ciências jurídicas pela UMSA.


A justiça é o que lhes parecer ser justo, e se proclama um Direito de um não
direito. Sim, eu não sou juristas! Perdi o encanto no 3 período, quando ali, percebia
que não havia o mínimo de ética , a qual é capaz de legitimar as nossas decisões, ainda
que se contraste ante a pluralidade interpretativa. O homem mutável, o Estado não é
estático. O tempo é um processo contínuo de transformações. Na política brasileira
busca-se culpados para os problemas sócio econômicos.
Culpa-se os regimes de governos, socialistas e capitalistas, mas afinal, é o regime
que faz os corruptos, ou políticos corrompem o regime. Comunista e Capitalista,
Religião e Estado, vivem de mãos dadas fingindo não se amarem. Acredito na
importância da religião para Estado, mas fora do contexto político. A religião não é
má em sua essência. Política é razão.

Para o corrupto não importa o regime

Tudo não passa de um verdadeiro teatro os onde os espectadores acreditam em


cada cena como se fosse real. Hoje você a braça o comunista, amanhã você persegue,
hoje você fica coloca-se com aliado da capitalista manhã você o detona. O problema
é o regime? Os políticos do Brasil superaram os atores da Grécia Antiga na arte da
encenação. O povo aplaude esses atores cujo discursos são nefastos. Degradante,
lastimável! Entram na política como pombos e se transformam em abutres. Alguns
tentaram ser garça, mas sujaram os pés.

Eu sei que alguns atores políticos mudaram o discurso depois dos escândalos
de corrupções que envolveram seus aliados em 2017. Mas por quê mudaram? A
sociedade onde ações injustas, corruptas e desumanas são partes da cultura, só
resta queimar os diplomas legais. Ética da imoralidade. A verdade é que, quem
governa é o homem, e em qualquer Estado político, o caráter político é o principal
atributo para se governar. Os políticos corruptos desse país precisam de
Reorientação na Papuda! No Estado se é banido, deportado ou assassinado
quando se condena ou não tolera políticas "injustas". Na religião se excomunga pelo
"pecado de oposição aos dogmas e doutrinas".
Não se pode pensar diferente no mundo. Mesmo estando certos ou errados
somos forçados pelo egocentrismo e arrogância a não aceitar o contraditório, ainda
que este não seja contraditório. Eu acreditarei num Estado Laico depois que eu ver
as imagens de Buda, Shiva, Maomé, em qualquer ponto turístico deste país, assim
como Cristo Redentor! Se existe uma "Nova Direita", tem algo que ultrapassa os
limites de uma nefasta esquerda.
O que é política de fato? Hobbes, sintetiza a relação inter-humana: "Homo
homini lupus", e ainda, "Bellum omnium contra omnes", “O homem é o lobo do
homem" e ainda, "e a guerra de todos contra todos".

Por tudo se luta! Defende-se a cor, raça, sexo, status, ideia, crença e moral, mas
assassinam o principal, o amor.

Políticos, povo precisa falar, não ouvir!

Não é possível ouvir e falar diante de uma meta linguagem tão chula que se
manifesta com face de política. Os políticos precisam parar para ouvir o povo, e isso
não acontecerá nessas turnês pelo Brasil, não adianta insistir com o discurso de salvação
publica utópico para tentar seduzir os ignorantes que se ver tanto na direita como na
esquerda. O POVO PRECISA FALAR sobre questões importantes e extremamente
relevantes para o Brasil, permitir-se ser questionado e tirar a armadura do eu
ideológico ajuda no diálogo. O povo precisa de um divã, pois está sofrido, precisa ser
curado dos golpes deferidos pelos corruptos.
IDENTIDADE CULTURAL BRASILEIRA

Moralização e disciplina podem melhorar essa nação, todavia, o extremismo pode piorá-lo.

Conceito e definição de Cultura

A palavra "cultura"9 origina-se de colere — cultivar, habitar, tomar conta, criar e


preservar — e relaciona-se essencialmente com o trato do homem com a natureza,
no sentido do amanho e da preservação da natureza até que ela se torne adequada à
habitação humana. Como tal, a palavra indica uma atitude de carinhoso cuidado e se
coloca em aguda oposição a todo esforço de sujeitar a natureza à dominação do
homem. Quando olhamos para o Brasil devemos nos perguntar: Qual é sua
identidade? Não importa os adjetivos que identificam o Brasil, pois, identidade é o
conjunto de atributos que caracterizam alguém e uma nação. Podemos falar de
identidade: cultural, jurídica, religiosa, política, estes são os principais elementos que
formam a identidade do Brasil.

Olhando para estes principais componentes da identidade do Brasil podemos


afirmar que, o Brasil ao longo dos séculos pós colonização, foi aderindo características
e perdendo outras. Tudo por um processo estrutural e cultural. Cultural, de cultivar
práticas, hábitos e gostos que foram deformando a própria cultura pura. Valores
morais, justiça, respeito, solidariedade, bondade, patriotismo.

9 No que concerne ao emprego romano, o ponto essencial era sempre a conexão da cultura com a natureza;
cultura significava, originalmente, a agricultura, tida em alta conta em Roma em oposição às artes poéticas e de
fabrico. Cícero, em suas Tusculanas, l, 13, diz explicitamente que a mente assemelha-se a um terreno que não
pode ser produtivo sem cultivo adequado —- declarando a seguir: Cultura autem animi phisolophia est.
O Brasil só recebeu um nome de batismo, mas há 500 anos luta para ter uma
identidade. Tudo que o Brasil como nação e território tem para oferecer para o
mundo, obsta-se pela cultura da imoralidade que foi se construindo desde 1500, o
Brasil nasceu corrupto, o povo (índios) foi adotado e obrigados a assumirem uma
nova identidade, entre misturas culturais e raciais, o Brasil vai crescendo com uma
identidade mesclada multicultural.

O Brasil sofreu diversas transformações político-sociais, mas poderia ter


alcançado mais ao longo do tempo, entretanto, o medo pela mudança, pelo novo, a
incerteza, o duvidoso, os sofismas, e pressões de seus opressores fizeram com que o
país identidade vivesse sem uma identidade verdade. A condição atual do país revela
que de fato, o Brasil nunca teve uma identidade, é estelionatário até na identidade que
forja para o mundo. A cultura da imoralidade que durante séculos foi crescendo como
identidade do povo impediu com que o Brasil formasse sua própria identidade, um
país influenciados pelas tendências internacionais, econômicas, culturais, comerciais
e fizeram do Brasil subserviente das nações.

É possível mudar, ainda há tempo? Sim! Vai levar décadas, talvez séculos, não
é para as primeiras gerações, mas é possível. A mudança radical, necessária, exige
vontade e renúncia do velho. Pegar toda bagagem, entulhos que foram jogados neste
país e extirpar da mente do povo. O Brasil precisa nascer de novo para receber uma
legítima identidade. Contudo, é perceptível que nem todos querem esta identidade, o
novo assusta, não aos que preservaram estratos de uma consciência moral e política
autônoma, não alienadora, manipuladora. Os senhores deste país conseguiram dopar
o povo com o ópio do bocado. Oprimiram o povo durantes décadas para torna-lo
subserviente e satisfeito com o pouco. As pessoas querem manter o status quo, elas
podem não ter nada, mas vivem como se tivessem, perderam a razão, o juízo de fato,
vivem num país de fantasia como se tudo fosse acontecer sem que elas movam um
dedo.

O Brasil vem sofrendo um processo de decadência em grande escala, como


num efeito cascata, todas as sociedades, na sociedade brasileira estão sentindo o
impacto da corrupção degenerativa, endêmica e sistêmica, solapando a esperança,
sonho, a confiança do povo nas instituições. O povo está sendo arrastado para o mais
profundo estado de insanidade política, a apatia não permite o povo pelo menos gritar.

Como o Titanic, o Brasil se chocou no Iceberg da corrupção, no porão estão os


miseráveis que festejam sem noção. Na segunda classe a burguesia também
escrava da ilusão, na primeira classe a elite que garantiu a proteção, de que o navio
não afundaria pois estava na direção, salve sem quem puder, criança, jovem,
homem e mulher, salva-vidas para as minorias, cantem, mais perto quero estar
meu Deus de ti, aquele que ainda tem fé.
O fenômeno político que estamos vivenciando, como visto, não do acaso, do
dia para noite, não estamos falando de um acontecimento instantâneo, não é. Trata-
se, portanto, de um programas e planejamentos que foram articulados há décadas
atrás que veio se desenvolvendo sequencialmente. Cada evento está interligado a um
anterior, causa e efeito, até que, com as mudanças sociais e necessidades que surgem
do progresso orgânico e organizacional natural do Estado Político e Civil, este
processo entra em conflito, atrito dentro de seu próprio processo estrutural. É preciso
entendermos que os acontecimentos interligados, são inseparáveis, destarte, é possível
apontar o sistema e os sujeitos ativos e passivos ligados a eles.

Portanto, é preciso que a sociedade esteja disposta a se mobilizar para que


construir o país, construir de fato, não reconstruir, é preciso novos alicerceares,
materiais de primeira, autênticos. À esta altura devemos nos preocupar com o que
podemos fazer para contribuir para esta transformação. O judiciário corrompido,
executivo, no legislativo, a maioria, qual a estratégia diante de um poder tirado pelos
autoritários?

Pode parecer radical, é preciso uma intervenção militar ou da sociedade civil. A


sociedade pode acreditar num novo modelo político, ou simplesmente se deixar
manipular pelos sujeitos que manipulam os fatos para continuarem mantendo o país
abaixo da miséria. A sociedade precisa exigir um novo modelo de educação, de ação,
de políticas públicas, menos ou apenas 2 partidos políticos no máximo, sem obrigação
de voto e de filiação partidária, sem repasse de fundo partidário, altos investimentos
em saúde, segurança, mais qualidade na profissionalização.
Mas, para que isso seja possível, a sociedade precisa se mobilizar contra os
corruptos e contra a impunidade, morosidade da justiça, depois que todos forem
condenados, poderemos elaborar um novo projeto, começando por uma nova
constituição. Então, a sociedade precisa se representar por meio dos grupos de
pressão. Não penso em movimentos comprados para servirem aos sistemas e
interesses de seus organizadores empregados publicitários a priori: é o caso em que os
movimentos libertários agem simplesmente sobre a opinião pública por meio de
amplas campanhas publicitárias.
É claro que estes movimentos, ou grupos de pressão podem recorrer à
sensibilização da opinião pública, mas apenas como etapa intermediária ou como um
dos modos possíveis através dos quais se desenvolve uma atividade de pressão, mas
sempre a favor dos interesses coletivos, não de particulares.
CRÍTICA AOS MOVIMENTOS E GRUPOS POLÍTICOS

Enquanto os chamados movimentos"libertário"forem instrumentos do sistema,


funcionarão como sub-partidos.

Movimento libertário ou Máquina para Políticos

Sub-partidos políticos transvestidos de movimentos

Por que falar sobre os movimentos político que estão influenciando a nossa
democracia? Não aparecem eles como sub-partidos? Qual é a importância de um
movimento revolucionário que não esteja amarrado ao sistema e organizações
políticas? Os movimentos políticos não institucionalizados aparecem como ação
criadora para as transformações sociais. Os institucionalizados são empresariados por
políticos que na verdade usam-no como sub-partidos, uma espécie de mini agencia de
emprego para militantes, onde a luta não pelo povo, mas sobretudo, pelos interesses
de seus coordenadores, que de forma direta ou indireta fazem de tudo para apoiar o
regime A ou B, o parlamentar C ou D.

O que estes líderes de movimentos entendem por ação política? Ação política é
tudo aquilo que tende à manutenção desta ordem e o sistema político é visto, não
como parte distinta e concreta do sistema social, mas mais como um aspecto funcional
de todo o sistema social: funções de conservação, de decisão e de direção dos negócios
políticos. O sistema político funciona por meio de grupos e de relações sociais, mas
não é necessário que elas sejam organizações de Governo ou estatais.

Assim como os cientistas políticos defendem que não podem ser entendidos
adequadamente os sistemas políticos das cidades ocidentais ou modernas se nos
limitarmos ao estudo das organizações formais de Governo, do mesmo modo os
antropólogos funcionalistas concluem que a ausência de tais organizações não pode
ser interpretada como ausência de instituições e de processos políticos.
A tendência dominante tinha sido, como diz L. A. Fallers (Bantu bureaucracy,
1956, p. 45), pensar que "a coisa política" dizia respeito não a instituições particulares
(e por instituições se entende aqui um modelo de comportamento que um grupo
considera justo e correto; uma norma de conduta), mas também a instituições
especiais e unidades concretas, em geral, aquelas a quem competia o uso legítimo da
força ou de sanções com o fim de manter a ordem social — o "Governo" ou o
"Estado".

Um Movimento político democrático Libertário e revolucionário não pode ser


sub-partido militando sob interesses pessoais de seus líderes. Não deve ser usado
como instrumento de trabalho para os políticos e partidos, ou então, por quê não se
fundou um partido ao invés de movimento libertário? Um movimento político
libertário onde os membros, militantes continuam sendo escravos do sistema? Um
movimento que recebe incentivo financeiro de políticos para atuar não em causa
própria, é tudo menos libertário e revolucionário.

Depois que passei usar a minha página social para promover o saber, levar o
conhecimento, sem monopolizar as pessoas, sem interferir em suas escolhas políticas,
apenas convidando a reflexão sobre a atual situação política do Brasil, um número
expressivo de pessoas começou a despertar o interesse para a política. Aos poucos
conseguimos com este trabalho criar o Movimento Eu Defendo Brasil, 10 mobilizando
cidadãos dos 27 Estados do Brasil para lutar em prol de uma nova democracia.

10 Eu defendo Brasil é um movimento revolucionário libertário que busca uma nova democracia,
debatendo temas que afetam nosso cotidiano, sempre com uma análise aprofundada visando entender quais
são as implicações dos eventos econômicos, políticos e sociais. Nasceu 2014 após amarga experiência social
vivida por seu coordenador Alessandro Moreno, (Professor Jose Alessandro). Deste então, o mesmo tem se
Contudo, concordamos em não institucionalizarmos o Movimento, pois, não
queremos cair nas mesmas armadilhas dos atuais movimentos do país. Autonomia
política e neutralidade para não ser um sub-partido transvestido de Movimento
Político. Eles lutam entre si, perdem o foco, porque não defendem o interesse do
povo, torcem pelo tropeço do outro, pensar diferente não motivo para conflito, pois,
o que está em jogo é o direito.
O número dos movimentos e grupos que entram em competição em um nível
inferior ao do Governo, eles são, numa certa medida, índices do grau de aceitação do
sistema — isto é, do acordo social e da mobilidade do próprio sistema, mesmo que
os aspectos desta competição e o nível de autonomia do Governo dos vários
movimentos e grupos apresentem índices mais seguros e mais valiosos como
avaliação da vitalidade e democraticidade do processo político.

Os movimentos e grupos políticos quando iniciam não possuem recursos


próprios, as vezes iniciam com a apoio voluntário interessados, mas à medida que
ganham popularidade, acabam se tornando alvo fáceis da mídia, do governo, e dos
políticos, que, procuram negociar a atividade desenvolvida por eles, garantido altos
recursos: as táticas de ação aumentam as probabilidades de sucesso, uma vez que cada
um dos recursos referidos torna o grupo capaz de negociar, a partir de uma posição
mais favorável, com uma contrapartida a mais .Isso não é ruim! A questão é: os
motivos e objetivos. Eles não podem perderem os objetivos e nem se afastarem dos
principais motivos que os levaram e se constituírem.

De que adianta os recursos se estes não forem empregados nos canais


apropriados para politização do povo. A dimensão do movimento e a sua coesão são
recursos que podem ser usados nas competições eleitorais e não apenas nos casos de
pequenas circunscrições ou municípios com sistema eleitoral e de representação
proporcional. Como o país é “democrático”, os movimentos e grupos possuem
ideologias 11 distintas uns dos outros, são ideologias que muitas vezes provocam

comprometido a oferecer conteúdo de qualidade, opinião equilibrada e imparcial, baseada em fatos passíveis
de confirmação, além do conhecimento prático e teórico sobre direito, Estado -política e religião.
11 Ideologia designa o genus, ou a species diversamente definida, dos sistemas de crenças políticas: um conjunto

de ideias e de valores respeitantes à ordem pública e tendo como função orientar os comportamentos políticos
conflitos. É evidente que, movimentos e grupos políticos defendam diferentes
interesses e interfiram de forma direta na opinião pública, já que, não são partidos
políticos, podem usar todos os meios de comunicação para promoverem suas ideias,
plataformas, projetarem seus padrinhos mantenedores, numa pré-campanha “legal”,
pois, é apenas um movimento “a serviço da democracia”.12

Partidos políticos ou subsecretarias do governo?

Estamos num estágio em nosso país, que não vai demorar surgir o
PARTIDO DO NARCOTRÁFICO BRASILEIRO, isto porque as leis precisam
de leis que as fiscalizem. Se os políticos cometem crimes considerados hediondo,
saqueando os cofres públicos e sucateando as principais entidades bases do Estado,
matam em massa, mas não são punidos com rigor, pelo contrário, continuam a
atividade política com o dinheiro público, crime é crime, pena é pena, que diferença
faz?

Não é hediondo o crime de lavagem dinheiro, desvio de capitais para o


exterior, propriedade indébita, usurpação da economia pública para auto
enriquecimento? Milhares de crianças morrem sem atendimento digno nos hospitais públicos,
federais e municipais. Mulheres gestantes, idosos. O Estado confere ao estudante o
certificado de burro. Ruas esburacadas, postes sem iluminação adequada, agentes
públicos sem o mínimo de amparo social. A PM, Bombeiros, não garantem a própria
segurança. Então, como visto, querem criminalizar, discriminar os que estão contra a
lei? Mas a lei não é para todos? Quando o traficante comercializa, como ele está
o Estado, representado por aqueles que cometem os crimes supracitados, e
também, são passivos do crime de narcotráfico.

coletivos. Umberto Bobbio classifica dois tipos de ideologias: No significado fraco, Ideologia é um conceito
neutro, que prescinde do caráter eventual e mistificante das crenças políticas. No significado forte, Ideologia é
um conceito negativo que denota precisamente o caráter mistificante de falsa consciência de uma crença
política. Op.cit, p. 584.
12Os movimentos de políticos, em sentido estrito, são organizações típicas dos sistemas democráticos, mas isto
não quer dizer que eles sejam, atualmente, inteiramente aceitos.
Se os partidos políticos não mudarem a maneira de fazerem política de
verdade, chegará um tempo que surgirá até os filiados pularão do barco. Os partidos
políticos não constituídos para serem cabides de emprego nem máquina para negociar
os interesses pessoais de seus presidentes, mas defender e lutar pela plataforma que
foi apresentada aos seus filiados.

A educação afetada pela cultura da imoralidade

A educação não é uma fórmula de escola, mas sim uma obra de vida. Célestin Freinet

A moral e civilismo deve começar no lar, na orientação dos filhos pelos


pais. O que se ver nas escolas é o reflexo dessa negligência paterna e ineficiência da
educação oferecida pelo Estado. É fato que diante dos problemas sociais muitos pais
jogam para escola a obrigação de formação moral dos filhos. Por mais que se tente
preservar padrões de moralidade e valores tradicionais, sociedade forma sociedades:
cada sub-sociedade é responsável por construir novos conceitos dentro de seu
próprio núcleo de convivência e experiências.

A educação na sociedade autoritária representa a primeira forma de


intervenção repressiva sobre o homem. É lógico, por conseguinte, que o Anarquismo
tenha procurado colher, de um lado, todos aqueles elementos libertários aplicáveis à
criança e ao adulto, como formas de estruturação ética e cultural do homem sem
constrangimento da inteligência e do espírito na base de esquemas fixos estabelecidos
a priori. A educação em toda dimensão pedagógica libertária tenta construir uma
escola livre de vínculos com a sociedade “opressora”, fechada, acredita ainda que
pode contribuir para criar um homem integral, dinâmico para consigo mesmo, e
habilitado criar e produzir novos conceitos para o mundo dissociado do esquema
imposto em seu relacionamento com a sociedade. O Estado sabe que a escola é o
melhor laboratório para experiência ideológicas, e a criança é a cobaia. Precisamos
mudar isso.

Há uma hermenêutica idealista heideggriana nesse pensamento, mas isso


é prejudicial para a sociedade fechada em seus padrões, princípios, paradigmas,
crenças, experiências individuais e coletivas? Este idealismo ajudou, direta ou
indiretamente, intencional ou não, a construção da cultura da imoralidade, haja vista,
que, a educação é a base fundamental de sustentação da sociedade que preservar
tradicionalmente valores que se renovam de geração para geração sem perder a
essência primeira. Uma tradição se renova, mas não deixar suas raízes.
O que se pretendia era remodelar a educação, mas não a suprimir, não a usar
como elemento de formação individual e sim como verdadeiro processo de difusão
de ideias anárquicas na sociedade.13 Com efeito, isso representou também um dos
maiores momentos da presença do Anarquismo, o qual, especialmente em suas
expressões pacifistas, baseadas no conceito de amor e de não-violência atribuía-se
demasiado espaço a todas as motivações que pudessem gerar a necessidade de dar
uma formação livre à criança ou, mais amplamente, ao homem que vive em sociedade.
Este idealismo pedagógico como parte do programa de educação adotado no Brasil,
tem pontos que devem ser revisados, contudo, não se pode atribui exacerbada crítica
e irrelevância a certos conceitos: a péssima educação no Brasil não é resultado de um
projeto de duas ou três décadas, mas de séculos.

Doutrinação ideológica

Concorda-se que, nas entidades de ensino os docentes se foquem nas


disciplinas e ementas, na grade curricular. Mas quando certas disciplinas apresentam
antíteses ou paradoxos? Deve apenas fazer a exposição, nada mais. Entretanto, o que
se percebe é que: se pretende limitar e inibir qualquer conduta do professor que
esboce uma abordagem crítica e reflexiva disciplinar. Um combate contra alienação
do aluno ou monopolização o saber? Se um professor ou orientador deve dirigir,
auxiliar de forma imparcial a atividade acadêmica do discente, certamente que isso
também irá incorrer em confrontos de ideias. Mas isso é pessoal? O docente está
agindo de parcialidade e preconceituosamente? Sim ou não, como saber?
Regulamentação contra a doutrinação deve trazer em seu bojo meios que possibilite

13
Daí provieram concepções que recebiam a denominação de "educacionismo", enquanto buscavam no fator
educacional o fim e o princípio da própria ação.
a fiscalização da entidade educacional e monitoramento da atividade docente no cerne
da atividade prática docente, e normas que definam o que poderá ser ou não
doutrinação, e, portanto, não é um veto ao saber cientifico e ideológico, mas a
alienação, manipulação, a coação moral do aluno.
Nisso, poder-se-á pensar no ensino religioso nas escolas públicas em caráter
confessional e catequético, já que o mesmo será facultativo, a doutrinação é alienação
não terá efeito incriminador. Somente com fiscalização de tal atividade e
monitoramento poderá resguardar a integridade de ambos, aluno e professor. Ou,
qualquer tese, dissertação, monografia que não seja plausível será justificada com
argumentos de perseguição a crença, ideologia de gênero ou política.

Já pensou se todos os homossexuais, adeptos de religião afro brasileira optarem


por fazerem um curso de teologia numa entidade confessional, ortodoxa ou liberal
que os professores se oponham as suas ideias e crenças, vindo assim processar os
professores? Ora, essas entidades, além de possuírem suas grades, metodologia,
possuem sobretudo, seus regimentos internos e estatutos. Uma coisa é o confronto
de ideias embates e debates críticos, dialéticos, outra é o Ad Hominem.

Por isso, a dialética neste ponto, trata do Escola Sem Partido, propondo que
a atividade do docente se legitime sob a ética e moral. Existem professores
autoritários, mas existem estudantes que levam suas crenças e ideologias para a
atividade acadêmica. Alguns tentam fazer em nome da fé o campus universitário ou
colegial de igreja, locais de culto. Se um professor ensina evolucionismo numa classe
onde a maioria dos alunos tenham a noção do criacionismo, o professor tem o dever
ético de permitir que seus alunos questionem sobre o tema, não lhes forçando a uma
“verdade” absoluta de A ou B.

Uma escola compromissada com valores éticos e morais, professores que


estimulem a reflexão de forma crítica e não alienadora, manipuladora, ou uma escola
onde o teu filho sairá com um certificado de jumento. Um certificado carimbado pelo
MEC mas um cérebro vazio? Por este autor, fica esclarecido que, Escola não é lugar
de militância partidária, tampouco de disseminar ideologia de gênero, não existe na
grade curricular do aluno tais "disciplinas", entretanto, sociologia, história e filosofia
abordam categoricamente sobre "ciência política", e os movimentos políticos
partidaristas são abordados.
O que existe na verdade, não é o limitar das ações dos professores como
"educadores idiotas", mas como alguém que tem a obrigação de ensinar as ciências
conforme exigência regulamentadora do MEC. Proibir a crítica e reflexão sobre temas
diversos não produz o desenvolvimento sólido do estudante. Nas universidades existe
o monopólio, então como veta no ensino fundamental e médio?

O Analfabetismo Funcional é um problema só do Socialismo?

A educação brasileira ensina cientificamente e teoricamente, porém, fracassa na prática, no


exemplo, nos moldes. Mas, há conveniência nisso?

O analfabetismo funcional não está presente só na educação básica, mas


também na superior. O Estado e religião, historicamente não se preocupavam em
educar para o cidadão. O problema do Analfabetismo Funcional e da rebeldia escolar
tem origem nas ideologias marxista e freireana? Este estrago é decorrente socialismo,
ou um fenômeno histórico no Brasil? Ninguém é ensinado a colar e plagiar, é?
A verdade é que o brasileiro não gosta ler, estudar, com os recursos da internet
( Fast Food) as pessoas procuram produções de produções, de produções, sites que
possibilitam a aquisição de trabalhos prontos, vídeos de personalidade do mundo
acadêmico.

O problema é só de diferentes regimes?

Os regimes impõem uma "ética da imoralidade"? É verdade que certos governos


contribuíram muito para que o cidadão tenha um diploma na parede, com
autenticação de idiota no verso. A culpa é do indivíduo que não se dedica, não explora
sua capacidade intelectual, não supera suas limitações e acaba tornando-se vítima da
própria ação.
Há doutrinação de todos os gêneros, mas, basta um professor exigir um pouco
mais do aluno, para ser acusado de doutrinador, preconceituoso ou intolerante, isso
não apenas na educação básica, mas também na superior. Querem Escola sem
Partido, isso é ótimo, eu também quero, mas eu imagino o professor com um livro
na mão lendo para os alunos, ou escrevendo no quadro, virando para a classe e
dizendo: por hoje é só, leiam as obras X e Y, ah não deixem de dissertar no mínimo
10 laudas. Não temos Analfabetos Funcionais só por causa de regime A ou B, mas
devido a impotência de se educar e aprender eticamente.

Se o Estado educa com ética e moral, impondo exigências de comportamento


estudantil aos seus membros, como os políticos que representam o Estado
barganharão o poder com povo? Ética no Brasil só existe na teoria! Professores,
políticos, sacerdotes precisam ser exemplo, assim se legitima a ética.

Os seres humanos, por sua própria natureza, são motivados, impressionados a


abdicarem de padrões e se submeterem a novos padrões. Isso pode acontecer por
diversos fatores: fenômenos sociais, sobretudo, da curiosidade de seguir a cultura, ou
da apropriação de recursos de outros grupos sociais, isto é, enculturação. O Brasil é
multicultural, plurirreligioso, seduzido por novas tendências.
Das transformações e mutações surgem os conflitos sociais, o choque de ideias
de valores relativos e subjetivos que se perderam nas estações da história, no tempo
e espaço. Percebe-se um Brasil sem identidade, samba, futebol, carnaval e corrupção,
faze do Brasil apenas um teatro para seus patriotas e um fast-food para os
estrangeiros, eles entram e comem o que querem e ainda saem falando da comida da
casa.

Pior que perder a cultura é perder a identidade.

Andar pelas ruas e perceber que somos estranhos na própria terra: a língua é a
mesma, mas não compreendemos o que o outro diz. Estuda-se idiomas para aprender
a cultura do estrangeiro e estabelecer relações diplomáticas, mas aqui, desaprende-se
a própria língua. Será que o Brasil não está sendo minado por culturas e abandonando
sua cultura tradicional?

A internet e redes sociais

A mecanização humana suprimiu a liberdade. Lazer e diversão são produções


exigidas pela necessidade de suprir algo mais que, os cuidados psicossomáticos: é
também, a demonstração do poder da cultura. A indústria cultural enuncia os moldes
de progresso ou regresso, de poder e não poder. A internet e as redes sociais são
meios de produção que possibilita acumulo de informação em curto espaço de
tempo. É mais que interatividade, é uma necessidade que aos poucos está substituindo
a comunicação interpessoal, o bate papo nas praças, passeios etc. Coisas boas e más
se disseminam pela internet. O mal não é a internet como veículo de comunicação e
informação, mas a maneira como cada um usa este meio de comunicação. O mundo
vive conectado. Whatssap, twitwer , facebook, instagram, pericope, youtube, tudo que
você precisa saber basta um clic. O Brasil é pluricultural: a cultura concreta nada mais
é do que a manifestação expressiva da cultura ideal. É esta cultura ideia que impede a
autonomia, é ela, sobretudo, que obsta a capacidade humana de ver a sua própria
essência e suprime o ser. Individualidade: o ser humano tem perdido a essência de ser
no mundo. Nascemos nus no corpo e na alma.
E educação e os meios de comunicação no século XV-XVIII e anteriores não
eram tão eficientes como os do século XXI, mas ainda assim, a comunicação,
informação e direito eram controlados pela Igreja, mesmo a protestante, bastou o
Renascimento no XIV e o Iluminismo a partir do XVII que os conflitos aumentaram,
pois, a igreja sempre suplantou o poder, não pensar conforme a Igreja era morte.

A tese de Max Weber (1864-1920) associou a doutrina de Calvino com o


desenvolvimento do Capitalismo, assim, o novo modelo de regime (Estado) que está
se construindo, depende da religião para manipular a massa e manter o poder. É claro
que para Max, o núcleo da análise social consistia na INTERDEPENDENCIA entre
Religião, economia e sociedade (Ética Protestante e Espírito do Capitalismo).
Quanto mais o ser humano se percebe, mais ele se veste do outro. Aos poucos
a individualidade se desintegrar e se cobre por uma persona carregada dos outros, mas
perde sua essência de ser único. A única maneira de eu ser eu, é sendo menos o que
os outros querem que eu seja.

Autonomia social e individualidade

Um ‘dever-ser’ e ‘vir-ser’

Quando socializados somos ou deixamos de ser? Na socialização somos


doutrinados, treinados a controlar o nosso comportamento de acordo com as
exigências da vida em sociedade. Indivíduo coletivo: Você deixar de ser, torna-se,
sujeita-se ao dever-ser; mas onde está o indivíduo? Contemplando o outro aprendo
que a diferença de ser é o que me faz ser. Quando olho para o espelho enxergo apenas
uma imagem estereotipada que não define nada, absolutamente nada do que eu sou.
Sem falar, sentimento ou emoção, a beleza ou feiura não tem sentido sem o partilhar
da observação. Tudo está no outro, mas o outro não é parte de mim.

Não há pretensão de minimizar a importância da socialização, mas questionar


se nesse processo o indivíduo torna-se realmente autoconsciente e capaz de lidar com
o mundo a sua volta, já que, a socialização começa na família e passa para tutela do
Estado. Quem detém a capacidade e controle de influenciar e (des) construir a
identidade? Concorda-se que a socialização é o principal mecanismo que uma
sociedade possui para a transmissão da cultura através do tempo e das gerações, mas
adota-se culturas e perde-se culturas.

Os pais precisam reaprenderem sobre o valor e importância da cultura, mesmo


diante das novas tendências. De nada adiantará falar aos filhos, "não fume", "não fale
palavrão", "não fale da vida dos outros", e acrescentar, faz o que eu digo, mas não
faça o que eu faço. Ao olhar para certos jovens na pequena Palhada, Nova Iguaçu,
observa-se a assertiva acima. Não se trata de crítica, apontamentos negativos, mas
análise dos comportamentos sociais.
Certa vez eu fui a padaria com meu filho (2007) paguei a conta com uma nota
de R$.20,00 quando estava saindo, ao conferir o dinheiro percebi que havia 35
reais. Olhei para o meu filho e perguntei o que você faria se isso acontecesse com
você? Ele prontamente me respondeu: "Pai, sinceramente, eu não sei o que faria". Eu
prontamente voltei com ele ao caixa devolvi o dinheiro, e olhei bem dentro dos seus
olhos e disse: Meu filho agora você já sabe o que fazer.

Passaram-se 7 anos, encontrei um conhecido, começou a elogiar meu filho,


estranhei os elogios, e perguntei, se eram amigos. A pessoa virou para mim e disse,
que meu filho havia achado a sua carteira com todo pagamento do mês e havia
entregado. Meus olhos se encheram de lágrimas lembrando da experiência de 7 anos
atrás. Ao efetuar um pagamento e receber o troco errado a mais, e não devolver,
burlar as leis de trânsito avançando sinais, com ou sem a presença dos filhos, furar a
fila do banco, do coletivo, grandes ou pequenos gestos ficarão na mente dos nossos
filhos, e mais cedo ou tarde serão reproduzidos. Que cultura é essa do Brasil?
Transferência de responsabilidade. Pais não colocam os filhos na escola para forma-
los, para se livrarem deles. Escola não faz milagres, são apenas 4 horas por dia, lembra-
te.

Os Direitos Humanos e Justiça

O dilema da maior idade Penal ante os Direitos Humanos

A redução da maioridade penal exigirá maior responsabilidade dos país na


educação moral e cívica dos filhos. Cidadão de bem não teme a polícia. Os piores
bandidos não vestem fardas, usam ternos e gravatas. Chefões!
ÉTICA DA IMORALIDADE

Caráter é a moral em exercício, é aquela essência primeira que se


hospeda a consciência humana.

Corruptor e corrompido

Vale tudo para se dá bem

Umas das características mais visível da democracia, é a prostituição do povo.


O povo (eleitores) é a meretriz, os políticos os cafetões, os cabos eleitorais os
agenciadores. Culpa-se os corruptos pelo caos, mas quem aceitou se vender? Os
políticos não obrigam o eleitor se "deitar" com eles a força, pelo contrário, eles apenas
alimentam a necessidade imediata do eleitor. O favor é o ópio da corrupção.

Os mesmos que correm pelas ruas do Brasil clamando justiça, se prostituem,


diretamente ou indiretamente com os políticos. Não há como manter a ética e moral
o tempo todo e com todos. Quando a experiência na convivência social, política for
extrema, surge uma nova ética. A ética da imoralidade.

Denomino ÉTICA DA IMORALIDADE, o comportamento repetitivo,


incontrolável, ‘descriminalizado’, dentro dos círculos de relações sociais, jurídicos,
religiosos e políticos, que, não é "imoral", visto que se trata de um "costume"
acordado entre os sujeitos no cerne da atividade profissional dentro destes círculos.

A ÉTICA DA IMORALIDADE “se justifica” sob premissas de que, quando


o direito do povo está em jogo, ou, os princípios, normas, e costumes contrários à
consciência moral coletiva da sociedade, bem como, do órgão prolator, tornam-se
“inaplicáveis”, nesse sentido, o que é moral transveste-se de POLICAMENTE
CORRETO. Para os que pensam que Maquiavel se atualiza na história política,
engano. A prática política que nunca mudou! O que de mal acarretaria outros males,
apenas um processo "lento", mas constante de uma corrupção sistêmica é a principal
característica da identidade política do Brasil.
Mas, como o povo que "defende uma consciência histórico moral pode julgar,
acusar, criticar, se a moral for só teoria? Um discurso em defesa moral se legitima na
práxis da moral. Teoria Moral só nos livros de filosofia do direito. Na vida o
exemplo é o discurso prático que legitima nosso discurso verbal.

Penso que, quando o povo luta por justiça e direito, há polifonia de interesses
individuais que expressam sob diferentes discursos. Perde-se a força! Democracia?
Poder do povo? Não! Se o povo perdeu a capacidade de resistir as tentações, de vencer
a contra moral, se vendem por pão e mortadela, tijolos, areia, manilhas, remédios,
favor imediato, onde foi parar o poder do povo?

O pode não é mais do povo, mas dos poderosos. Manifestações contra o


governo é um ato sexual público, entre prostituta e amante. Votos são vendidos ou
negociados por imagens irreais produzidas por agentes políticos. Enquanto você não
aparecer numa emissora famosa ninguém vai votar em você. A moral é a maior
riqueza de um homem num país de politicamente correto.

Negócio político nas eleições

Cada quatro anos o país é mobilizado para escolha de seus representantes do


poder público. O político é um empregado do povo, alguém escolhido
democraticamente para defender o interesse coletivo ou de categorias. Mas se o
político é um EMPREGADO DO POVO, mesmo não concursado, com ou sem
escolaridade para o exercício da função, o candidato ao cargo público, paga para
trabalhar?

Bem, pode-se questionar aos candidatos, por que eles gastam em campanhas,
por que negociam o voto do eleitor com favores imediatos, se na verdade o político
é pago pelo povo. Como um político pago pelo povo gasta tudo que pode para
assumir um cargo que é de "interesse do povo"? Apesar da grande responsabilidade
por que ganham altos salários, barganhar votos de projetos e livrar corrupto por
emenda?
Quem é mais corrupto, o político que oferece o dinheiro, ou o eleitor que
pede? Eis o dilema! É possível afirmar que as pequenas cidades do Brasil são as
maiores vítimas do negócio político: A legalidade da compra de voto. As cidades
pequenas dependem praticamente das emendas parlamentares e programas sociais
nacionais. Com o alto salário pago aos governantes, advindos dos encargos e impostos
recolhidos, e renda per capita do agronegócio ou fundição, pequenas "industrias", o
povo acaba sofrendo por falta de políticas públicas que requerem investimentos. Mas
como investir, de onde tirar?

Rombos e rombos são transferidos de mandato a mandato, e no final a culpa


é do povo. A condição de precariedade social, falta emprego, investimentos na saúde,
moradia, e outras áreas importantes que dignificam o ser humano, destarte, o eleitor
acaba se sujeitando as propostas imediatistas que sanam suas necessidades imediatas.
Se o telhado tá pingando o eleitor pede telha, se a luz foi cortada pede para pagar a
conta, se adoeceu pedem a compra do remédio. Assim negociam os 4 anos que
poderiam ter a boa moradia, a saúde e bom atendimento clinico, pois, se não o fizesse
teria o emprego e condições de sanar seu compromisso financeiros e sociais.

Bem, dá para perceber que o próprio político cria o caos, vicia o eleitor,
porque, ao invés de se apresentar como alguém em busca o interesse do povo, busca
seu próprio interesse, visto que, política é um negócio, desde o momento em que o
candidato decide investir para alcançar um cargo público. Se um candidato gasta
numa campanha certo valor $$$$ para se eleger, por certo, sabe que em 4 anos poderá
ganhar por outros meios 10 vezes o valor do investimento, ISSO MESMO!

Um candidato investe 100 mil reais numa campanha para vereador, em que o
salário básico seja 7 mil, multiplicados por 48= 336, lucro 236 mil em 4 anos. Quando
o candidato faz uso do Fundo Partidário, ainda é pior, pois, o dinheiro que deveria
ser empregado em políticas públicas é usado para "manter diretórios" e candidaturas.
ISSO MESMO! Os candidatos usam o teu dinheiro recolhido pelo Estado através dos
impostos para financiar o candidato que vai "lutar por teus interesses", e ainda usa
este recurso para suprir a tua necessidade imediata negociando o voto.
Agora você não vota para ter direito a 4 anos de cuidados e garantias, mas para
pagar a luz, comprar o pão, o tijolo, etc. Candidatos e eleitores que negociam direitos
e poderes, são prostitutos da democracia e não podem reclamar direitos. Politicagem
se faz comprando voto, negociando cargos, tapando buracos. Pergunte aos cabos
eleitorais desses políticos que contribuição deram para o Estado, quais os projetos
sociais e iniciativas comunitárias tiveram, a não ser, a cada 4 anos quando aparecem
fazendo resenha comprando os jovens com churrasco e cerveja?

Fake News contra a democracia

O povo quer o seu mito, vaidade. O eleitor negocia o voto pela veneração da
imagem, perdeu-se a razão, (Insanidade Política). O povo é movido pelo poder das
imagens, e não pelo poder da razão. Quem decide as eleições – e a democracia- são
os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz
as imagens mais sedutoras.

Para se chegar ao poder não se mede consequências, não há limites da


liberdade e direito, o que vale é promover o seu mito político, colocá-lo em destaque,
seduzir a massa. Não se vende apenas a imagem heroica do candidato, mas, sobretudo,
a imagem de vilão dos adversários. Para se alcançar o resultado vale tudo, tudo
mesmo.

Mentira, difamação, falsas promessas, ataques pessoais, agressões verbais,


algumas vezes até físicas. Os fakes News funcionam como promovedores de
mentiras, contendas, disseminadores de ódio e mentira. Já que, a CRFB garante a
liberdade de expressão e impressa vetando o anonimato, por qual razão uma página
fake? Fingir ser é crime! O que mais se ver nas redes sociais são os politiqueiros fake
news, eles parecem até crianças mimadas. X falou de Y, A tacou B e B se defendeu
A! O povo venera político com se fosse o craque do time do coração. Um discurso é
como um gol, uma agressão como um pênalti.
Revolução ou Confusão

Anarquismo real e idealista

Revolução é um inserir-se no Estado, de forma, ordeira, ética e respeitosa,


compreendendo que todas as ações se concretizam no TU. Qualquer movimento
político partidário ou revolucionário democrático que luta para impor a CULTURA
DA IMORALIDADE, é intolerante à consciência moral de uma sociedade receptora
e construtora de valores e princípios fundamentais a ordem e paz pública.

Um movimento que justifica comportamentos sob a ética da imoralidade, aqui,


politicamente correto, suprime a moral coletiva, majoritária de uma sociedade e que é
predominantemente conservadora sobre alguns conceitos de morais. A sociedade
para se manter sustentável precisa de pessoas normais, sóbrias, sensatas e pacificas,
entretanto, os políticos, juristas e religiosos estão transformando o Brasil num grande
hospício.

Se podemos falar que conceitos e valores morais não são observáveis diante do
politicamente correto, então, viremos o tabuleiro desse paradoxo conceito da
subjetividade moral. Se o politicamente correto visa estabelecer a equidade e valorar
a objetividade da moral, nada mais nos resta a observar, visto que, o valor que é
conferido pela coletividade à uma regra ou norma moral, nesse sentido, o correto
poderá não ser politicamente correto. Regras, princípios, normas, leis, e valores
perdem qualquer sentido e significância porque o politicamente correto e a moral é
antinomia na vida.

Portanto, no que tange a ações políticas, qualquer conduta que suprima valores
estimáveis pela consciência individual a favor de um bem comum, é esta politicamente
correta, não devendo se importar com o senso comum e com a consciência moral.
Isto foi evidenciado na cassação da Dilma e do Temer em 2017, em decorrência das
acusações contra ambos.
Acredito que não seja possível mudar a real conjuntura da política em geral. Mas
propor o diálogo sobre a ética e moral como paradigmas norteadores de um Estado
que não é estático poderá desacelerar o desencadeamento social que estamos
vivenciando na política brasileira. O ajuntamento de padrões é o motivo das recessões
e conflitos sociais, isso significa desintegração do homem, e, portanto, do Estado.

O idealismo jamais poderá ser superior à vida, a origem desse antagonismo é o


ideal. O real pode ser corrigido em prol do bem; o ideal impede ação, ele
controla e modifica a ação.

O Estado não estático, logo, as pessoas também não são, pessoas mudam.
Então, o que nos resta é o exercício da ética e moral, de um lado o eleitor, do outro,
o político, ambos no movimento da práxis sensus communis, e assim alcançar o que
é justo. Com efeito, se o limiar teórico entre ética e política, em determinado momento
delimita meridiana nitidez, noutros, porém, essa dicotomia parece esbater-se numa
ontologia integradora dos diferentes níveis da realidade humana, muito longe,
portanto, do propósito taxinómico de tipificar e classificar aquilo que, no fim de
contas, se adensa nos complexos vínculos de entrelaçamento da vida prática (bios
praktikos).

Intolerância ideológica-política

Enquanto a ética está firmada nas ações e percepção do valor, a moral é o valor,
é a norma estabelecida sob mútuo consentimento entre os homens, deste modo, a
ética é a força“espiritual” para ser moral, está à ética ligada a nossas ações. Somos
inter-humanos, se guerreamos contra nosso semelhante o destino final é
iminente. Nossa luta não é contra o outro, mas contra seus atos: não é preciso
derramar sangue, nem arremessar ovos, ou ofender, como um ato defesa. Revolução
é um inserir-se no Estado, de forma ordeira, ética e respeitosa, compreendendo que
todas as ações se concretizam no TU.
Uma revolução atirando ovos não é revolução

Agressão verbal que menospreza e fere a honra e dignidade da pessoa humana


também não, ainda mais para quem defende o direito do cidadão, isto é, um ato
aversivo a tudo que se denomina MORAL E RESPEITO.

Um joga ovo, o outro oferece capim, um diz que não estupra por questões
fisionômicas, a outra quer redenção com sangue. A linguagem político ideológica
está revolucionando a "democracia". Se jogar o ovo, tomate, oferecer capim, já
são considerados um fenômeno dessa meta linguagem, justificada sob premissas de
livre manifestação, em que se suprime a moral, o direito, a dignidade, a honra, salve a
anarquia ou manicômio para todos.

Uma revolução estereotipada com conduta aversiva a ordem moral e bom senso,
é, na verdade, uma rebelião contra a ordem e a paz pública. A verdadeira revolução
começa de dentro para fora, é a metanóia, mudança de mente, abertura de ideias,
comprometimento moral diante da realidade da coisa. Toda manifestação de
indignação contra sentimento e ação aversivos, não expressa de maneira ética e com
ações justas reparadoras, é mais aversiva que a própria indignação.

Existe limite para a liberdade de expressão?

Se um parlamentar é tratado de ‘esquerdopata’ por defender suas ideologias,


temos então, os “direitopatas”. O extremo existe em ambos! Se um tem que ser
condenado pelo crime de incitação à violência contra a ordem e paz pública,
simplesmente porque teve suas palavras interpretadas literalmente, outros não
cometeram crimes semelhantes? Imparcialidade é julgar todos de igual modo. Todos
são iguais perante a lei. Discriminar qualquer grupo por menor que seja é um ato
criminoso sim, além de preconceituoso. Dizer que justiceiros devem matar mesmo, é
incitar os que tais atos cometem, logo é crime, já que, nesse sentido, ignora-se a
intenção do discurso, e interpreta-se somente as palavras.
“Faça um favor, adote um bandido", o que ela quis dizer? Esta frase gerou
polêmica aos 'Direitos Humanos' que defende bandidos. Mas será que foi por
defender bandido ou combater o crime de incitação, uma vez que um criminoso era
brutalmente agredido por outros criminosos? Declarar publicamente, " vamos lutar
com todas as armas, como diz a Bíblia, não há redenção sem derramamento
de sangue"(...) também está tipificado como crime? Até onde uma frase como esta
traz o teor de disseminação de apologia e incitação ao crime literalmente? Quem
interpretar, o faz movido de pré-conceito, fatores históricos políticos.

Devemos ampliar ainda mais o conceito de liberdade de religião para abranger


também o direito de proteção aos não-crentes, ou seja, às pessoas que possuem uma
posição ética, não propriamente religiosa (já que não dá lugar à adoção de um
determinado credo religioso), saindo, em certa medida do âmbito da fé, uma vez que
a liberdade preconizada também é uma liberdade de fé e de crença, devendo ser
enquadrada na liberdade religiosa e não simplesmente na liberdade de pensamento.14

Liberdade de expressão ou ditadura do poder?

O que significa ser cristão? O que assegura a CRFB 1988? Um Estado cristão
sem moral? A existência de um Ser Superior é aceita por todas as religiões. As
religiões, basicamente, divergem na forma de se encontrar Deus, escolhendo os
próprios caminhos. Portanto, concluo que o Estado Brasileiro não pode escolher
aleatoriamente um caminho, não enquanto o Estado for democrático e de
Direito, ainda que não seja de fato, é fato por constituição normativa separado
da religião. Que o lado "espiritual" do povo deve ser respeitado, estimulado e
protegido não há dúvida. Portanto, o que não se pode fazer é optar por uma religião
em detrimento de outras, por mais que esta seja expressivamente maior. Se é inegável
a tradição cristã do povo brasileiro, também é inegável o crescimento de outras
religiões que consideram a existência de crucifixos e imagens de santos uma
"abominação".

14
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti, Comentários à Constituição de 1967..., ob. cit., v. 5, p.
133-135.
É difícil, hoje, precisar numericamente qual é a religião majoritária simplesmente
por confissão da crença em Deus ou em Jesus, salvo, o cristianismo protestantistas que
é fragmentado em si mesmo.15 O que se pode afirmar, sem qualquer dúvida, é que
existe uma parcela considerável da população que não segue mais a religião católica
apostólica romana, e outra mescla-se no denominacionalismo e se afasta muito quanto as
práticas e ordem de fé doutrinária e teológica.

Com base no nosso progresso constitucional, pode-se afirmar com segurança


que o Estado não deve simplesmente "tolerar" a existência de outras religiões em seu
território. Deve saber conviver com a multiplicidade de religiões existentes, tratando
igualmente a todas.16 O que se aduz do presente, é que, o que para um homem é
religião, pode ser considerado por outro como superstição primitiva, imoralidade, ou
até mesmo crime, desde modo, não se faz necessário nenhuma definição judicial do
que venha a ser uma religião. 17 Contudo, isto não dá o direito de ridicularizar e
desrespeitar a fé do outro pelo fato de ter práticas diferentes umas das outras. Seja,
jornalistas, sacerdotes ou políticos, a lei é para todos!

15
SORIANO, Ramón. Las liberdades públicas. Madri: Tecnos, 1990. p. 76.
16 É conveniente que se traga à colação do preleciona PONTES DE MIRANDA sobre o tema: "Os inícios da
liberdade religiosa foram simples armistícios, ou tratados de paz, entre duas religiões interessadas em cessar,
por algum tempo, a luta. Depois, admitiram-se mais uma ou duas ou as mais conhecidas. Não só: onde uma
preponderava, não abria mão do seu prestígio; tolerava as outras. Era a chamada religião "dominante". Em vez
de se falar de liberdade religiosa, falava-se de tolerância religiosa, espírito de tolerância e outros conceitos
semelhantes. Em 1789, MIRABEAU e TOMAS PAINE puseram o dedo na chaga. Zurziram as idéias de
religião "dominante" e de "tolerância". O último foi assaz claro e feliz: "A tolerância" dizia ele, no estudo sobre
os Direitos do Homem, "não é o oposto à intolerância, mas a sua falsificação. Ambas são despotismos. Uma
se atribuiu a si mesma o direito de impedir a liberdade de consciência, e outra, o de autorizá-la". A "tolerância"
era resto de pensamento despótico." (ob. cit., p. 121-122).
17 MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional: direitos fundamentais. Coimbra: Coimbra Editora,

1988. v. 4, p. 348.
A UTOPIA DA SEPARAÇÃO ENTRE ESTADO E RELIGIÃO

O Estado não depende do cristianismo como sistema de interações sociais, mas, sobretudo, como
representação de organizações que viabilizem a sustentação do poder, Estado/religião.

Um Estado Laico ou Cristão?

Este certamente é o capítulo mais longo dos meus fragmentos, haja vista que, é
o tema de nossa interconexão. Se de males a pior, a política mundial sempre foi
conduza pela participação direta do Estado Civil, representado pelas religião judaico-
cristã. Os sangrentos conflitos que marcaram a história tiveram como estopim as
questões relacionadas a fé judaica e cristã, ao modus operandis e status quo de ambas
religiões, judaísmo e cristianismo-catolicismo e protestantismo.

No meados de 2017 ouvi um discurso que me deixou preocupado, pois, todo


discurso político e teológico oculta o verdadeiro eu, e sabendo que, este mesmo
discurso já se ouviu na história sangrenta da religião, procurei compreender a
dimensão da linguagem, já que, não se pode saber qual é a intenção do orador, o que
ele realmente quis dizer, considerei refletir sobre as consequências de um discurso
como este ser concretizado de fato, penetrar a mente do indivíduo religioso ou não e
levá-lo a tomar certas atitudes que nos faça acender as fogueiras da Santa Inquisição
por um feudalismo pós-moderno. Como você entende este discurso? “Não tem essa
historinha de Estado laico não. O Estado é cristão e a minoria que for contra, que se
mude. As minorias têm que se curvar para as maiorias”, afirmou o presidenciável Jair
Messias Bolsonaro num discurso público.

Eu concordo a primeira parte do discurso do parlamentar. O Estado de fato


nunca foi e nem será laico. A religião cristã usurpou desde o II século a soberania de
RELIGIÃO-ESTADO, o que se buscou foi apenas um diálogo político para se
dominar a sociedade sob o domínio, agora, ESTADO-RELIGIÃO, só mudou a
ordem, mas a função e finalidade é mesma.

Tantos conflitos sociais que podem ser legislados para assegurar o direito e a ordem, os efeitos
do ópio se apresentam, no PL, Dia Nacional do Perdão.
Sujeitar os homens a um padrão de vida que sustente, sobretudo, a burguesia 18
do Estado Político e do alto clero, oferecendo a maioria apenas o que sobra do todo,
isto é, nada. A ordem pública é um conjunto de normas essenciais à convivência
nacional, logo, não comporta classificação em ordem interna e internacional, mas tão
somente a de cada Estado. Destarte, é o conjunto de condições essenciais a uma vida
social conveniente, fundamentado na segurança das pessoas e bens, na saúde e na
tranquilidade pública.19

O perigo do autoritarismo

Este tipo de discurso que suprime o direito constitucional à liberdade garantindo


que ninguém poderá ser submetido a menosprezo, destrato, por ter crença ou
ideologia diferente, ainda mais num país plurirreligioso e de diversidades culturais
riquíssimas, sobretudo, das garantias de que todos são iguais perante a lei, inclusive os
diferentes, estranhos e patriotas, não é um discurso que se legitima sob a ética e moral.

Se no plano das ideias acaba investindo contra o próprio âmbito da religião e de


seus princípios morais e sobrenaturais, no plano político se s organiza em defesa o
Anticlericalismo se configura como LAICISMO, cujo propósito é pelo menos, na
maior parte de suas tendências, defender um Estado plenamente laico, perante o qual
sejam absolutamente livres e iguais todos os cultos e todas as profissões de ideias;
onde o indivíduo tenha a liberdade crer ou abster-se de crer, um Estado político que
respeite o direito das minorias mesmo quando uma religião for majoritária, ainda que
o Estado, de fato, não seja laico como pode ser facilmente percebido. A importância
da crítica a este tipo de discurso se evidencia na interface de religião e política. A
‘ontologia’ da religião judaica e cristã é suficiente para comprovar que a natureza
constitutiva quanto entidade é de que causar arrepios. Quando discursos como este
são ouvidos o povo logo se lembra da história sangrenta que foi deixada por ambas
religiões.

18 Burguesia, entende-se a camada social intermediária, entre a aristocracia e a nobreza, detentoras hereditárias
do poder e da riqueza econômica, e o proletariado, composto de assalariados ou mais genericamente de
trabalhadores manuais (as gramscianas "classes subalternas"). Dicionário de política, 1983, p. 119. EDITORA
UnB/ Brasília DF.
19 DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico, p. 522.
Certamente que alguns se reportarão ao Século III como Diocleciano e IV
Século com Constantino logo após o fascismo, iniciado com a farsa de sua conversão
ao cristianismo, cuja finalidade primeira era seduzir os judeus e judaizantes de que ele
havia recebido “uma missão de Deus”, e como líder promoveria a união entre as
diferentes religiões do Império Romano, desde que, o cristianismo fosse a
RELIGIÃO OFICIAL.

O anti-semitismo como aversão a raça, crença e política

A intolerância religiosa nasce do preconceito de que a teologia, crença e fé


do outro é inferior, ou, ao contrário, de que a sua é superior.

O antissemitismo se inicia no século II com o Imperador Adriano, tendo como


orientador o bispo Inácio. Inácio é na verdade o precursor do antissemitismo, e como
na frase acima, a anti-judaicidade é o repúdio contra a teologia e crença dos judeus,
uma oposição às cismas e a própria lei mosaica reverenciada pelo povo de Israel como
a instrução normativa para a vida. Inácio e Adriano também foram responsáveis pelas
mortes de milhares de judeus no século II, onde se levantou acirradas perseguições.

No século IV d.C, o cristianismo torna-se religião oficial do império. A atitude


tolerante do paganismo cede lugar a uma política asperamente confessional, voltada
para a afirmação forçada da religião de Estado; multiplicam-se as leis e as disposições
tendentes a discriminar aqueles que professam outras confissões. Os hebreus são
postos em condições de absoluta inferioridade jurídica e privados de todo o direito
civil; e em tal status permanecerão durante toda a Idade Média e a Idade Moderna até
a emancipação.

E as promessas de liberdade e paz? Constantino não satisfeito com a instituição


do Dominus Dei (Dia do Sol) dedicado ao salvador Mitra, que não era adorado pelos
judeus nem pelos novos convertidos, judaizantes, resolve instituir a lei de abolição ao
Sábado, e isso, de forma intolerante a fé judaica, pois, o Shabat, Sábado era o dia
Sagrado de descanso. Disso, o resultado foi consequente perseguição e morte ou “a
minoria que não quisesse se curvar, que se mudassem”.
Mudanças a partir do século XII

Os hebreus que dominavam o mercado comercial, sofrem perda do


monopólio do comércio europeu e são relegados para posições secundárias, apesar
de ainda ocuparem a segunda posição, diferentes dos séculos anteriores; a sua posição
sofre um brusco deterioramento; a antiga hostilidade latente na nobreza, que vê nos
hebreus aqueles que se apropriam de uma parte de seus bens, pode agora ser
desencadeada completamente; multiplicam-se, por isso, nesta época, os atos de saque
e de espoliação de senhores. 20 Contemporaneamente, desenvolvem-se novos
antagonismos: a burguesia nascente pressiona no sentido de uma total eliminação dos
hebreus do comércio; as Cruzadas, que marcam para esta classe uma importante etapa
de desenvolvimento, constituem, ao mesmo tempo, a primeira grande manifestação
de Anti-semitismo medieval.

Este livro não tem por objetivo traçar o pano de fundo histórico Religião-
Estado até a pós –modernidade, os dias atuais, mas, lembrar o que é de relevante
sobre a questão do autoritarismo, fascismo, ateísmo, anti-semitismo, que estão
intrinsecamente ligados, conexões e interfaces direito-religião e política na história das
lutas de classes e grandes revoluções. Uma coisa é certa. O mito conspiratório
antissemita deve ser encarado como uma forma articulada de minimizar a
responsabilidade dos que planejaram os golpes da história, em especial 1938-1964 do
governo brasileiro. A mentalidade antissemita tradicional, além disso, não foi
completamente extirpada.

Anticlericalismo pacífico

O Anticlericalismo não é uma retaliação a força da Igreja, cristianismo-


catolicismo, mas sobretudo, o controle em defesa da dignidade humana garantidos
pela CRFB. Foi dessa forma que o Anticlericalismo historicamente promoveu formas
de controle da organização eclesiástica e a perseguições antiliberais.

20Dicionário de política, 1983, p. 33. EDITORA UnB/ Brasília DF. Cf.: SlLVANO BELLIGNI, “Anti-
semitismo é por isso, durante toda a alta Idade Média, pouco difuso: algum episódio é gerado pelo desejo dos
nobres se apoderarem das riquezas dos hebreus e de algumas outras circunstâncias ocasionais”.
O Anticlericalismo ateísta também deve ser combatido em qualquer Estado
democrático de direito. Ninguém é obrigado a crer, mas não respeitar a crença, os
símbolos sagrados, cultos e práticas religiosas é também contra a consciência moral e
sentimento religioso é pública que nasce no bojo das experiências pessoais e sociais
de cada indivíduo.

Não, este Anticlericalismo deísta dos liberais agnóstico e dos ateus democratas
não radicais é um movimento de controle e oposição aos exageros, autoritarismo e
totalitarismo que tenta controlar e impor um modelo escravocrata num Estado
democrático de direito. Entretanto, o Anticlericalismo aberto e combativamente ateu
dos anarquistas e dos socialistas deve ser extirpado do Estado, quer pelo Estado
Político ou Estado Civil, ou que surja uma nova vertente, o Antiateísmo que faça
silenciar a voz do Anticlericalismo ateu radical dos anarquistas socialistas e
comunistas.21

O critério para considerar algo ofensivo aos bons costumes deverá basear-se em
fatos, ou seja, avaliar o grau médio de moralidade, civilização e desenvolvimento da
legislação do povo: Ofender os bons costumes constitui um ultraje à existência
independente de um grupo, cujo legitimo e natural interesse de viver e desenvolver-
se segundo as condições que lhe são próprias, e prevalente.22 Essa questão não é tão
simples, na medida em que pode ser extremamente complicado definir o que
desrespeitoso ou não. Mas, imagine um pequeno grupo de religiosos ou não sendo
coagidos a arrumarem as malas só porque pensam ou creem diferente do grupo
"majoritário"?

21 A intolerância é uma resposta defensiva contra a intolerância que se instaura contra a ordem pública,
consciência de valores morais construídos e preservados historicamente por uma sociedade. Intolerância contra
Intolerância, é justiça que faz cessar o mal, não o ódio contra o mal. O que defendo é que se esgote todas as
possibilidades de diálogo com qualquer movimento ou sistema que afete a ordem e paz pública, não havendo
possibilidades crie-se medidas que possam garantir e proteger os direitos da maioria. Salienta-se ainda que, “um
Anticlericalismo de origem protestante, relacionado com as lutas pela laicidade do Estado, e um
Anticlericalismo católico de esquerda e de direita. O Anticlericalismo foi também característica da aristocracia
no ANCIEN RÉGIME e se difundiu largamente no meio da burguesia, após a Revolução Francesa e as
revoluções do século XIX, e depois no meio da classe operária, enquanto, entre o fim do século XX, uma parte
da burguesia se reaproximava da Igreja e da religião”. (Cf. Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco
Pasquino; Dicionário de política, 1983, p. 33. EDITORA UnB/ Brasília DF.
22 Ibid. 516
Mesmo que este grupo seja estrangeiro, a CRFB não assegura a isonomia que
alcança os estrangeiros garantido a mesma liberdade? Seja tal grupo, espirita,
mulçumano, budista, afro-religioso, os mesclas do próprio cristianismo supersticioso,
pode ser ofendido, menosprezado, confrontado, só porque não concorda ou
compactua com outras crenças ou ideologias?

Intolerância religiosa

Deus nem diabo destruirão o mundo, o ser humano fará isso, poupando-lhes o
trabalho.

Não foram poucos os filósofos, monges, teólogos, humanistas etc; que tentaram
dialogar sobre as diferenças dentro do Estado: religião, política, liberdade, economia,
sempre causaram e causarão conflitos, por mais imparcial que seja o indivíduo, o
homem não nega sua convicção, o indivíduo está errado num ponto ou outro, há
sempre um porém. Nosso ceticismo é o problema do outro, a crença do outro
incomoda o nosso ceticismo.

Intolerância é uma maneira apenas hipócrita de dizermos; não mexe com minha liberdade e eu
não mexo com a tua. Mas no final, somos intolerantes com a nossa própria maneira de ser e
viver.

A Religião Civil de Rousseau, (Estado paralelo) propunha punições para alguns


casos de intolerância. Não se trata, porém, de intolerância senão compreendida como
“intolerância para com o intolerante”, ora, mas quem pode determinar o que é um.
padrão ou norma de conduta ou de fé, quando cada ser humano é livre para ser o que
o outro quer? Os casos em que estão previstas as punições são, justamente, daqueles
cujo comportamentos possa gerar a intolerância. Há dois níveis de punição para os
indivíduos em relação aos dogmas da religião civil. O primeiro nível é o do banimento:

"Sem poder obrigar ninguém a crer neles, pode banir do Estado todos os que
neles não acreditarem, pode bani-los não como ímpios, mas como insociáveis,
como incapazes de amar sinceramente as leis, a justiça, e de imolar, sempre que
necessário, sua vida a seu dever". 23

23ROUSSEAU, J. - J. Do Contrato Social. Coleção Os Pensadores. Tradução de Lourdes Santos Machado. São
Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 150; O.C., Gallimard, v. III, p. 468.)
Ao ler essa declaração, pode-se questionar: como não ser intolerante, se
defendemos nossas convicções como parte de nós? As vezes chego a pensar a
intolerância com parte do ser, entranhada a natureza do indivíduo, e não um
comportamento apenas. Veja que cito um pensador que muito lutou para sanar a
questão da intolerância, mas como percebemos por uma leitura analítica, Rousseau
reconhecia que não era possível fazer com que alguém creia nos dogmas positivos, o
que parece compreensível, pois alguém pode comportar-se como quem crê,
cumprindo todos os ritos públicos, mas, em sua consciência não crer ou sinceramente
duvidar da existência de um Ser supremo ou mesmo do valor dos ritos e cultos, tal
como o Vigário de Savóia. A tolerância que se pretende é um amordaçar da crítica,
rejeição, direito de não crer ou crer em algo, mas a impunidade, julgamento,
condenação pelo Estado civil, as próprias regras que visam regular as determinações
de se crer e de deve-ser.

No Brasil, as relações entre Estado, direito e religião formam um quadro


confuso, em que a separação entre o público e o privado não é tão evidente, pois,
de um lado, o artigo 19, II, da Constituição Federal proíbe que União, Estados ou
Municípios estabeleçam cultos religiosos ou igrejas ou mantenham com eles ou
seus representantes relações de dependência ou aliança; de outro lado, porém, o
preâmbulo do mesmo instrumento menciona Deus fato que lança uma questão
teológica, irrespondível pelo intérprete da norma jurídica: de que Deus falamos?

O legislador constituinte, contudo, preferiu o monoteísmo, e nele, o


Deus daqueles que se permitem escrever-lhe o nome e afirmar que estão sob
sua proteção. O artigo 2º da Lei Federal 9.093/95 estabelece a Sexta-Feira da
Paixão como feriado, além de reconhecer os feriados religiosos, em número
não superior a quatro, conforme venha a ser declarado em lei municipal, de
acordo com a tradição local.

A essa mistura entre o público e o privado no âmbito constitucional e


infraconstitucional acrescentem- se ainda ações na justiça para reivindicar tratamento
diferenciado por motivo de crença religiosa.
Nesse sentido, costumam ser invocados tanto o artigo 5º, caput, incisos VI,
VIII, XXV e LXIX, bem como o artigo 23, V, o artigo 206, I e o artigo 208, V, todos
da Constituição Federal Brasileira, além da Declaração Universal dos Direitos
Humanos e a Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e
Discriminação Baseadas em Religião ou Crença.

Busca-se um feudalismo pós-moderno

Agora, se pode ver com muita clareza que O CRISTIANISMO por suas
representações e sistema, consegue assumir o poder, o que, na Antiguidade foi
possível, assim, a intolerância ao direito do homem de não crer é violado diante do
sofisma e discurso retórico e proselista persistente dentro de um Estado laico. Logo,
é o Estado em si intolerante, ou próprio cristianismo por suas representações assume
o controle do Estado? Rousseau acusou com toda razão o cristianismo de ser
intolerante no contexto de suas representações.

Somos regidos por um Direito, mas o canônico? Não. A moral não é vista pelo
cristianismo com um elemento contratual entre os homens em cada cultura, de modo
que relativizar ou subjetivar o conceito de moral, mas afirmar que sua fonte primária
não é a Bíblia, o cânon sagrado, mas a própria sociedade.

Não pode acusa, atualmente, que o cristianismo seja antissocial, ao contrário,


parece inserir-se cada vez mais nesse contexto, o que não significa que muitos estratos
de sua histórica característica tenham se perdido totalmente. Em essência, o
cristianismo não favorece a boa política, uma vez que não oferece resistência interna
aos tiranos e externas aos inimigos da pátria, tal como em Genebra. O que se pretende
a passos minuciosos é uma república cristã. Uma dedução baseada em reflexos de
ações do cristianismo. Se determinadas leis são contrárias as leis religiosas,
supostamente da Bíblia, as leis civis, então, devem ser obsoletas por causar uma cisão
aos princípios religiosos de uma instituição que toma para si a autoridade de dizer o
que é certo ou errado sob a óptica de um livro sistematicamente elaborado dentro de
outro contexto, o oriental, psicologia, cultura, e língua totalmente diferente.
Que teologia moral é essa?

Religião e o Direito de um não direito

Com uma mentalidade que vê como natural que a mulher fique por baixo e o homem,
por cima, não se pode esperar que a maioria dos brasileiros e das brasileiras conceba e execute
as relações de gênero na forma de “contrato de parceria”24 ou de “relacionamento puro”. É
muito improvável que, na vida cotidiana da maioria das mulheres brasileiras, o poder
patriarcal tenha se enfraquecido, mesmo que, a partir da Constituição Federal de 1988, a
legislação tenha sido alterada em benefício delas.

Há ainda, um dos embates mais fervoroso onde se ouve a polifonia teológicas e


dogmáticas da religião suprimindo a dignidade humana: a mulher é tratada como um
objeto, não sujeito de direito. O aborto humanitário: a religião de modo geral
impregnou na mente da sociedade sua "teologia moral" que, apesar de contraditória,
infere-se no Direito, opondo-se contra normas do próprio legislador, a favor da
mulher vítima de estupro, conforme Art 128IICP.

Tal compreensão foge e lupa da hermenêutica da compreensão, e obstasse numa


teologia moral cristã contra a moral, e sem qualquer dialogo, firma-se de que: “a
mulher violentada deve dá a luz ao filho fruto de ato brutal, desumano, devendo ser
acatado a visão (teologia) da Igreja , de que , mesmo sendo o nascituro fruto de
tamanha hostilidade e ato imoral, criminoso, A VIDA É UM DOM DE DEUS, não
importa como ela se tronou, deve ser preservada.

Ou seja, ignora-se a vida na facticidade histórica, isto é, a vida vítima, o seu


direito, a mulher que jamais planejou, intencionou tal gravidez, deverá viver com
marcas de um trauma incurável, sendo acalentada com 1 SALÁRIO MÍNIMO para
sustentar a criança até os 18 anos. Mas, num país de desigualdades sociais, o que
este jovem de 18 anos irá fazer?

24GIDDENS, Anthony. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002. p.86-99 e
1993, p. 59-75.
Após os 18 viverá como tantos outros a mercê das mazelas do Estado, ou será
agenciado pelo estado paralelo, afinal, a culpa “não é do Estado”, mas de Deus, ele
predestinou que uma mulher sofresse estupro para trazer ao mundo o DOM DA
VIDA. Para alguns as essas premissas são de mentalidades comunistas,
esquerdistas ou coisas do gênero, mas não são: pensa-se em um caso concreto
especifico, o da mulher vítima de violência sexual, detentora de direito individual,
fundamental e de propriedade ante a norma incriminadora com excludente da pena.
Sendo assim, a religião não pode interferir num direito e Direito, para defender um
DIREITO DE UM NÃO DIREITO a favor de ideologias e teologia moral.

A Religião defende um Direito de um não direito

Em vários casos latino-americanos, os governos afirmam a separação Igreja-


Estado, nos termos da afirmação de um Estado laico, e buscam a ampliação do
pluralismo religioso. Atualmente, os principais conflitos são de ordem moral e de
ordem jurídico-institucional a respeito da liberdade religiosa e defesa do direito
canônico, dogma, teologia. A verdade é que, na busca para defenderem ideologias
morais, teologias e dogmas, fatores mais essenciais são empurrados com a barriga e
direitos fundamentais são tirados do cidadão, e muitas vezes, por aqueles que fazem
apologia à moral, família, Deus etc. Onde está teologia moral que defende o direito à
vida integral?

Em torno dessas problemáticas se concentram os conflitos entre igrejas e


Estado, as posturas das igrejas e as buscas por alianças por parte de partidos e
movimentos na obtenção de apoio eleitoral e para evitar o veto moral das igrejas.25 É
evidente que este tema soará antirreligioso, um gravo para a BE, contudo o que se
pode explicitar dos mesmos é que, os discursos religiosos das igrejas se orientam com
maior frequência aos costumes, aos valores e à moral.

25 Assim como a igreja pode está condenando o aborto, o fiel pode estar apoiando partidos liberais e
progressistas, políticos evangélicos e líderes religiosos lavando dinheiro, desviando verbas, cometendo
assassinato em massa, protegem o fruto de um ato brutal em defesa da crença, mas matam milhões nas filas
dos hospitais, INSS, etc. estado- religião, qual é a solução?
As práticas religiosas dos fiéis se diversificaram e autonomizaram das igrejas e
dos rituais e as crenças religiosas correm por outros caminhos, muito distintos e
separados daqueles da ideologia ou das opções políticas.26

O ensino religioso na rede publica

Eis aí mais uma vez a interferência da religião no Estado!

Por mais que o ensino religioso seja facultativo, mesmo sendo oferecido de
modo confessional, isto é, catequético, e também aberto a “todas as religiões”, é
evidente que há aqui a inconstitucionalidade. Seria exaustivo demais citar as normas
constitucionais, jurisprudências e tratados, se posso resumir de forma bem clara e
objetiva. Se o Estado “não pode” manter diretamente relação com ordens religiosas
e seus representantes, fica claro, que não se trata de separação, mas de buscarem um
fim econômico. Contudo, sabe-se que o projeto que implementa o ensino religioso
traz em seu bojo que: os professores devem pertencer a uma ordem religiosa ou entidade que ateste
sua idoneidade; consta ainda que; os mesmos deverão prestar concurso público para garantirem a
admissão. Mas, o mais importante e absurdo é, serão remunerados pelo estado, isto é,
receberão o salário compatível a profissão para ensinarem nas escolas da rede pública
as crenças, doutrinas, cismas, história, e mitos de suas respectivas religiões.27

Bem, o texto constitucional é claro, “ou manter com eles ou suas


representantes relações de dependência ou aliança”, nesse caso, o Estado e Religião
demonstram total dependência, já que, o ensino religioso será custeado pelo Estado.
Deve-se considerar ainda, o fato de que, o Estado não impede a atuação da religião
para desenvolver quaisquer projetos de ensino no país através das diversas entidades,
igrejas, seminários, faculdades, institutos maiores e menores, portanto, se as religiões
(todas) já possuem as garantias constitucionais para desenvolverem suas atividades, e

26 A política democrática é a forma como se resolvem os conflitos de interesses através da negociação, da deliberação e do compromisso.
As instituições religiosas que reclamam a verdade absoluta e divina têm dificuldades para esse tipo
de compromissos, dado que elas colocam em perigo seus próprios princípios.
27A Constituição de 1988 optou claramente laico, quando afirma no Título III – Da Organização do Estado,
Capítulo I – Da Organização Político-Administrativa, Artigo 19: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança,
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
, são anistiadas de tributos e encargos, isso é mais que suficiente para provar que,
“manter relação ou aliança”, é unir-se para estabelecer um projeto de interesse
recíproco. O ensino religioso nas escolas das redes públicas.

Por que o Estado não fez um referendo para saber o que a população de
maioria cristã pensa? Certamente que isso não seria aprovado! Cada família é
construtora de suas próprias experiências e crenças. As religiões dentro do Estado já
cumprem com esta missão disseminar suas crenças. O fazem livremente sem qualquer
embaraço. As escolas da rede pública poderiam receber mais investimentos ao invés
de professores de teologia, religião, mesmo sendo facultativo. Se o Estado fizer um
senso e perguntar aos alunos o que eles querem na escola, entre três várias opções, as
quais listo abaixo, o que eles escolherão?

1. Atendimento clínico ontológico. Na rede pública a maioria é de


estudantes de classe baixa, com renda mínima de 1 ou 2 salários no
máximo.
2. Psicólogo. A família brasileira tem se tornando vítima de diversos fatores
sociais que tem causando traumas a juventude. São diversos fatores: jovens
desempregados que vivem na dependência dos pais e não suportam mais a
convivência no lar. Adolescente e jovens que por algum motivo
engravidaram e não sabem como compartilhar com os pais ou alguém de
confiança. Isso interfere no desenvolvimento do aprendizado escolar.
3. Clínico geral. Muitos estudantes sob os mesmos fatores acima não
conseguem atendimento nas unidades de saúde pública e, não são poucos
os casos que ocorrem de alunos precisarem de atendimento clínico para
que possam procurar um especialista para melhor acompanhamento.
4. Ensino religioso. Aprender sobre Deus, a história da religião X, etc.

Se você é pai e estudante, qual dessas alternativas você escolheria?

Certamente que, ninguém em sã consciência irá escolher o ensino religioso,


não porque não seja importante, mas sobretudo, porque, a família brasileira é maioria
cristã, evangélicos, católicos, depois religiões afro-brasileiras e orientais, judaísmo,
islamismo, asiática; hinduísmo, budismo etc. Todas essas religiões possuem centros
de ensino e projetos culturais, templos para cultos e pregações. Outras se dispõem
ensinar nas casas dos interessados, Testemunha de Jeová, e células evangélica.

Você deve se perguntar: O que o Estado quer realmente com o ensino


religioso? Será que isso é importante, já que o ensino é confessional? Se a maioria das
famílias brasileiras professam entre 1 mais crenças, o que um Estudante vai fazer na
sala de aula, se o que ele irá aprender na escola já aprende na religião ou em casa?

Assim como a educação cívica, moral e orientação sexual é prorrogativa da


família, é no lar que se aprender, o ensino religioso é também prerrogativa dos pais,
pois, sendo facultativo ou não, o Estado neste caso, em apreço, mantém relação
política, econômica com (“as”) a religião (es), um investimento desnecessário, cujo
interesse maior é sem dúvida o da religião cristã para fazer prosélito e tornar o Estado
totalmente cristão.

Não ignoro a importância e relevância das religiões, em especial, do


cristianismo para as sociedades ocidentes, mas, o que se questiona é sobre a essência
funcional. Para compreendermos a importância e relevância da religião (cristã) para o
Estado Político e Civil, reportemo-nos em Maquiavel, O Príncipe. Para Maquiavel a
importância da religião não estar no seu fundador, o conteúdo dos ensinamentos, a
verdade dos dogmas ou a significação dos mistérios e ritos.

Isso afeta a doutrina da fé cristã, uma vez que, o fundador da religião cristão é
Jesus (Pedro). Segundo Maquiavel, a essência da religião não é importante, mas sim
sua função e importância para a vida coletiva, aqui se observa a forma de religião
estática. É por meio da religião que se constrói as bases sólidas da sociedade e se
estabelece as regras políticas a partir dos textos bíblicos e tradições. Essa norma
coletiva pode assumir tanto o aspecto coercivo exterior da disciplina militar ou da
autoridade política quanto o caráter persuasivo interior da educação moral e cívica
para a produção do consenso coletivo. Ou seja, Maquiavel analisa a religião nos
aspectos dos seus efeitos práticos, pela capacidade de a religião gerar no indivíduo a
resposta prática conversiva, temor e amor: a coercibilidade dos ensinamentos, da
mensagem, kerigma, se fundem as reais intenções dos doutrinadores, coercibilidade
pura e coação profana, fazem com que o homem se volte “voluntariamente” para a
mensagem objetiva proclamada. Assim, pelas características metodologícas e naturais,
para Maquiavel a religião é uma criação humana, cuja finalidade é, submeter aos
homens a um juízo de “bem comum”. Maquiavel inicia a análise do fenômeno
constitutivo da religião, se reportando a história antiga de Roma.

Autoridade e autoritarismo externo da religião para submissão ao poder


instituído

No primeiro livro dos Discorsi, na perspectiva do ordinatore, Maquiavel fala


daquele que se propôs a construir, fundar a religião, cuja tarefa é estruturá-la e
estabelecê-la em preceitos bem visíveis. Conforme, em Numa, sucessor de Rômulo:

Embora Roma tenha sido fundada por Rômulo e se reconheça como filhas suas
o nascimento e a educação, os céus, julgando que as leis (ordini) de Rômulo não
bastavam para tanto império, inspiraram o senado romano para que elegesse
Numa Pompílio como sucessor de Rômulo, de modo que as coisas que este
deixou de lado foram reguladas por Numa. Este, encontrando um povo
ferocíssimo e querendo reduzi-lo à obediência civil com as artes da paz, recorreu
à religião como elemento imprescindível para manter a vida civil (civilità ) e a
constituiu de modo que, por muitos séculos, não havia tanto temor a Deus como
naquela república, o que facilitou todos os empreendimentos que o senado ou os
grandes homens de Roma planejaram levar a cabo (Discorsi I,

O Anarquismo significou, portanto, “a libertação de todo o poder superior”,


fosse ele de ordem ideológica (religião, doutrinas, políticas, etc.), fosse de ordem
política (estrutura administrativa hierarquizada), de ordem econômica (propriedade
dos meios de produção), de ordem social (integração numa classe ou num grupo
determinado), ou até de ordem jurídica (a lei). Como corolário, nasce a aversão por
qualquer religião, enquanto ideologia, "nobre mentira", capaz de justificar o arbítrio
usado com intuitos repressivos e de efeitos encontráveis no campo moral para
encarnar estruturas terrenas e coercitivas na vida individual e coletiva. Historicamente
dependente da autoridade divina, mas plenamente autônomas nas épocas moderna e
contemporânea, a autoridade política foi identificada com aqueles que têm na mão a
gestão do poder político desde a cúpula do Governo até os níveis mais baixos da
ossatura do Estado, nas várias manifestações do poder em escala nacional.
Decorrente desse antagonismo na Religião-Estado, que o anarquismo se ergue
como movimento de proclamação libertária, se opondo, a todas autoridades
constituída e suas leis, e, para o anarquista, a lei é o instrumento de opressão de que
se vale a organização política do presente para coarctar especificamente as liberdades
geralmente reprimidas pela autoridade. A legislação é rejeitada, por isso, seja como
forma de contenção de uma condição social de liberdade seja como meio de ilusão
levado a cabo pelos fortes em prejuízo dos fracos.28

Estado Político Autoritário29

O termo "autoritarismo" designa uma situação na qual as decisões são tomadas


de cima, sem a participação ou o consenso dos subordinados. Neste sentido, é uma
manifestação de autoritarismo alegar um direito em favor de um comando que não se
apoia na crença dos subordinados; e é uma manifestação de autoritarismo pretender
uma obediência incondicional quando os súditos entendem colocar em discussão

Diante da atual conjuntura que se encontra moralmente o Brasil, resultado de


um processo acelerado de mudanças sociais, políticas e morais, atribui-se os males
entre outros males, um efeito do socialismo de inspiração marxista, que mesmo
sustentando a tese da luta pela emancipação econômica do proletariado, base de
qualquer outra emancipação, e embora “preocupado em não dividir em questões
religiosas”, o próprio proletariado, de fato se configurou como um movimento
destinado a libertar a humanidade também da "alienação" religiosa.

28 Segundo IDA REGALIA, o liberalismo, nas suas múltiplas tendências, lutou fortemente contra a Igreja e o
catolicismo porque estes apareciam estruturalmente ligados à velha sociedade aristocrática do ANCIEN
RÉGIME. O movimento democrático e radical atacou, em geral, a religião na sua luta pela soberania popular
e por uma sociedade baseada na igualdade e na justiça. O anarquismo conduziu uma luta aberta e direta contra
a religião e contra a Igreja, considerada o apoio e a consagração do autoritarismo do Estado. Dicionário de
Política., Op. Cit., p. 68.
29
O adjetivo "autoritário" e o substantivo Autoritarismo, que dele deriva, empregam-se especificamente em
três contextos: a estrutura dos sistemas políticos, as disposições psicológicas a respeito do poder e as ideologias
políticas. Na tipologia dos sistemas políticos, são chamados de autoritários os regimes que privilegiam a
autoridade governamental e diminuem de forma mais ou menos radical o consenso, concentrando o poder
político nas mãos de uma só pessoa ou de um só órgão e colocando em posição secundária as instituições
representativas. (Ibid, p.94.)
O antagonismo entre sociedade civil e Estado, conforme, (PROGREBINSCHI,
1997, p. 294), encontra-se na base crítica de uma formula jurídica: o contrato social.
O principal fundamento desse contrato social é a separação entre o social e político,
entre o homem e cidadão. Hoje ( 2017) é possível ver mais claramente que a razão
de se ter lutado pela verdadeira democracia , aquela que não requer uma fundação
jurídica, não consensual, não institucional da sociedade. Isto é, requer um conceito de
democracia “que se situe em posição de antagonismo com o Estado para encontrar
seu lugar e expressão em uma associação humana que rejeite toda forma de mediação
entre o homem e sua liberdade”. 30 Todos estes movimentos frequentemente se
apresentaram como portadores de valores alternativos no que diz respeito à religião,
de uma nova concepção do mundo e da vida, de uma nova moral.

Como analisa Althusser, sobre o tema da ‘separação’ do Estado, mesmo


compreendendo o Estado como superestrutura política, como dito anteriormente, de
fato é, por natureza, unitário, e por conseguinte, indissociável da questão do direito:
o jusnaturalismo se firma, segundo ele, numa ‘impostura’, a impostura de ter resolvido
em termos de direito privado as questões de direito público. (PROGREBINSCHI, p. 298,
Apud, ALTHUSSER,1994, 372). Assim, do que se depreende dessa interface, Religião
e Estado, já se via o fim das comunidades primitivas, formando-se o Estado moderno,
e consequentemente, a institucionalização da propriedade privada, bem como, o
processo de dominação de classes, da repartição do trabalho e do direito privado; que
ao ver de Marx:
“Gradualmente toda relação dominante se pronunciou como uma relação
religiosa e foi formada em culto, culto do direito, culto do Estado, etc. De toda
parte, tratava-se apenas de uma questão de dogmas e da crença em dogmas”. (
Marx, 1846: 1056)

Destarte, Estado e direito estão intrinsecamente ligados, um sustenta o outro,


juridicializam-se as relações humanas e inter-humanas: o direito passa a mediar-se
com o homem, o constituindo como sujeito jurídico ou sujeito de direito-regula as
relações inter-humanas, em vista o contrato homologado entre ambos, sujeito-sujeito-

30PROGREBINSCHI, Thamy, O Enigma do Político, Marx contra a Política Moderna, 2009, p.294. Editora
Civilização Brasileira/RJ-Brasil.
direito. Por isso, diz-se, o direito é a forma de socialização dos sujeitos, garantindo
uma ilusória visão de que os homens se relacionam livremente e igualmente.

Homossexualidade e a Religião

O homossexual quando vai para igreja não tem o seu direito e liberdade de
escolha e opção sexual respeitado. Ora, a justificativa é que a igreja se orienta
primeiramente pela Bíblia, teologia moral, depois por seu estatuto. Acontece que, o
homossexual e achocalhado, exorcizado, vilipendiado, aterrorizado por um discurso
teológico coercivo que propõe ao indivíduo duas escolhas: céu ou inferno, porque na
religião existe um padrão, existe um senso comum da tradição. Já que a religião cristã
é estática por um conjunto de princípios e valores morais que são as bases da
sociedade cristã não há espaço na comunidade se o homossexual não abandonar
comportamento homossexual.

Para que ele participe efetivamente de qualquer atividade é necessário que deixe
a vida de promiscuidade, o sentir-se-á excluído, e assim, procurará um grupo que
possa o acolher. É evidente que a religião cristã jamais abrirá qualquer espaço que
possibilite a mínima possibilidade de aceitação desse indivíduo na comunidade, se ele
não aceitar a exigências normativas da religião. Assim, se justifica a não intolerância
já que, a religião não ataca o direito de o indivíduo ter a sua opção sexual, mas apenas,
restringe sua participação na comunhão.

A intolerância na atividade Estudantil

É aí que reside o problema, a saber: um professor não pode submeter, exigir


que um aluno atenda as diretrizes delimitadas pela universidade, por seu estatuto ou
regimento interno? A metodologia agora é crime? Se a entidade não tem autonomia
independência para cumprir outra atividade como instituída, então que se estatize
todas. Até onde a liberdade e convicções do estudante devem ser respeitadas?
Limites

É claro que o docente tem que respeitar tais convicções, mas convicções são
ideias, mas, ideias não podem ser criticadas? Criticar ideias, crenças ou mesmo valores,
é intolerância? Os juristas fazem isso, professores, pós-graduandos, teses e antíteses
são opostas, assim como moral e politicamente correto.

A arte do ridículo

Mas vamos parar de hipocrisia e relativizar padrões morais? Existem


outros padrões morais de conduta que são relativizados: teologia moral paradoxal e
arte. Nesse primeiro momento refletir-se-á sobre a cultura da arte, tal como
disseminada por grupos ideológicos no Brasil. Que existe um fundamentalismo
religioso no país, não resta dúvida, é visível também a falsa moralidade que se encobre
por um discurso teológico-político que oculta o eu. A Reverberação da moralidade
faz ecoar a hipocrisia dos atores e políticos religiosos, bem como, dos artistas liberais
que extrapolam os limites da liberdade de consciência e arte. Ambos têm algo em
comum. Conveniências políticas!

A homogeneização da Cultura da Imoralidade e da Arte do Ridículo


ingressam no cenário político de modo estratégico e sorrateiro, passando quase
despercebido pelo povo, mas apoiado pelos atores políticos e judiciários. A questão,
no entanto, é saber se o que é legítimo para a sociedade de massas também o é para a
cultura de massas, ou, em outras palavras, se a relação entre sociedade de massas e
cultura será, mutatis mutandis, idêntica à relação anteriormente existente entre
sociedade e cultura. Não se pode olvidar que o movimento da arte moderna é um
discurso desafiador e confrontador do artista a sociedade de massa, e que, vem
tomando até a pós modernidade manifestações mais densas de uma “espécie de
rebelião”. Portanto, diante da percepção desta modalidade do fenômeno histórico
cultural, se fez necessário elucidarmos dialeticamente o problema sob a égide da
hermenêutica filosófica heideggeriana e gadameriana, exigindo do homem o profundo
pensar hermenêutico que se fundamenta ontologia, isto é, no ‘ser’, dos entes, sujeito
e objeto, na facticidade histórica, no ‘ser ai’ e ‘ser com’, compreendo o ontológico,
modo de ser no mundo, e o ôntico, dever-ser, nas relações-inter-humanas. A linguagem
com abertura dos mundos para fusão de horizontes. Por essa razão, aqui se busca o
compreender a arte como declaração de verdade mediada pelo artista na
intersubjetividade da expressão da linguagem comunicativa.

A ontologia heideggeriana que não só aponta ao subjetivismo moderno se


fundamenta, como também se estrutura a expressão hermenêutica sobre o fenômeno
da arte. A primazia dessa reflexão impõe como exigência pensar a arte em seu modo
de ser, como um ser que vem à representação (Darstellung), contudo, não se pode negar
na expressão da arte não há consciência moral, aberta ou fechada, a moral é sem
dúvida a barreira a mestra guia possibilitará a fusão de horizontes, e não confusão de
horizontes. A arte se desprende do seu criador, torna-se autônoma e própria; a
hermenêutica pretende repensar arte como experiência de verdade.

Portanto, há a experiência da finitude, a arte é movimento lúdico, interativo,


simbólico, cuja presença temporal é pura celebração. Eu espero que consigamos
compreender a grandeza da obra de arte, sem desconsideramos a essência primeira, o
que é ôntico, o que se limita a consciência de ser do outro. Não transformar a arte
pura num ridículo, a direcionalidade é o curso da intenção de se alcançar um fim, a
objetividade e subjetividade na obra de arte só é possível na intersubjetividade; sem
outro a contemplar a arte, que valor tem arte?

Em toda obra artística a criação consiste numa força de desrealização: o tempo


único é a força geradora da criação artística, a história de dois mundos. O do autor e
o mundo do contemplador. Por mais que arte confronte o mundo do outro, ela é
sobretudo, a modalidade de ser do próprio homem, é a expressão do logos, é a
experiência estática unívoca a experiência humana. A arte é a estruturação de
elementos intrínsecos e extrínsecos do sujeito e objeto mediado pelo artista. Contudo,
a obra de arte mediada pelo artista preserva a essência primeira quando na exposição
(mediação) se legitima sob a ética e consciência moral do artista e contemplador, pois,
ambos são dotados de pré-compreensão e pré-conceito, na fusão de horizonte.
A arte plena em sua essência primeira torna-se o ridículo por não superar as
barreiras dos ‘prés’, não alcançando seu fim último a legitimação sob a ética e moral:
a arte traz em si mesma o eu do seu criador, e todo eu é conduzido pelos ‘prés’. Arte
é discurso, é a expressão da linguagem, e que, se não se estabelece no jogo, não há
possibilidade fusão, mas de confusão.

A arte não é uma flecha arremessada a cabeça do interlocutor, é ela um alvo a


ser contemplado e que estimula percepção levando o apreciador a contemplar o belo:
o sujeito é a arte, a arte é a expressão do seu logos, é sobretudo o seu eu ali, nesta
relação unívoca, o sujeito é arte em sua essência vital; o objeto é a arte, a linguagem o
médium que comunica pela expressão da arte a ideia. Então, por quê a confusão de
horizontes e não a fusão? Seria um problema de intencionalidade na exposição da
obra de arte? O que o artista visa alcançar, já que a arte é um discurso comunicativo?
Bem, ao meu ver, é impossível compreender a expressão artística se criador e
contemplador desintegram-na pelos ‘pres’, o movimento vivo da obra de arte:
entendo que esse movimento vital é consequência da tensão dialética dos estratos
reais e irreais presentes na estrutura da arte.

Por esta razão, aqui, se convida a dialética–dialogal, reconhecendo, o axioma de


que o homem (eu) pelo aspecto ôntico e ontológico é responsável pelo comércio
contínuo desse dualismo, que se presta do real e ideal. É a ética que legitima o discurso
artístico. Há duas formas de experiências humana: o real e ideal, destarte, a obra de
arte não pode ser fragmentada, despedaçada enquanto símbolo da totalidade real. Essa
fragmentação ocorre quando não há a fusão de horizontes devido a ruptura da
fronteira da moral fechada, estática, dogmatizada, vil e viril, fundamentalista e
extremista dos interlocutores. Perde-se significação e ressignificação:31 a primeira tem
em si mesma a fusão de horizontes e compreensão imediata ante a aproximação do
objeto, a segunda, busca um esforço artístico mimético natural, original, e não o mero
copiar, permite, portanto, no jogo de linguagem, a interpretação subjetiva da obra de
arte sem o libertar-se do ‘prés’, assim, a legitimação da obra de arte está em seu valor

31 Ressignificação é o método utilizado em neurolinguística para fazer com que pessoas possam atribuir novo
significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo.
estético autônomo próprio, suscetível de múltiplas interpretações, não havendo
normatividade nem no sujeito , tampouco no objeto. Para Betti, o homem possui um
instinto em entender as formas significativas que intermedeiam relação-inter-humana
com os outros:
“Nada é mais importante para o homem do que viver em compreensão mútua com seus
semelhantes. Nada apela tanto para sua compreensão quanto os vestígios perdidos do
homem que tornaram a vir à luz e lhes são dirigidos. Sempre que entramos em contato com
as formas significativas (sinnhaltige Formen) por meio das quais uma outra mente se nos
dirige, encontramos nossas capacidades interpretativas ansiosas por ficar a saber o sentido
contido nessas formas. Do discurso efêmero aos documentos duradouros e restos
silenciosos, da escrita aos chiffres e símbolos artísticos, da linguagem articulada à
representação figurativa e musical [...] em suma, sempre que algo da mente de um Outro
acerca-se de nós há um desafio à nossa capacidade de compreender proveniente da
esperança da revelação”32

A expressão artística é uma formação de discurso político democrático, mas a


questão é. Num Estado democrático de direito as manifestações podem afetar o senso
comum, agredir e ordem moral e paz social? Existe limite para a liberdade num Estado
democrático de direito? Como podemos pensar a expressão artística
democraticamente sem infligir e restringir o direito garantido constitucionalmente?

Nesse contexto, a luta pela liberdade da expressão artística é também uma


questão de democracia, e que vem se processando nas interações mediadas em
diferentes instâncias da sociedade, nos movimentos sociais e políticos, no sentido
de criar uma “nova cultura”, na qual a democracia deve se flexibilizar para abrir a
possibilidade de criar novas atitudes e relações de apreço ao indivíduo como sujeito
de direitos. Castoriadis assegura que a emergência da luta de classes e sua história é a
história do questionamento da reificação e da heteronomia. A luta de classes
representa a contestação, a oposição no interior da sociedade.

E é ela que delimita as instâncias por onde se dá a emergência da autonomia no


imaginário instituído. Deste modo, nos deparamos o “ir de encontro” à uma
sociedade estática e moralmente fechada, e o que era, desde então, reabsorção
imediata da coletividade em suas instituições, agora se pretende a sujeição dos homens
às suas criações imaginárias, unidade só marginalmente perturbada pelo desvio ou
pela intolerância a consciência e moral e aos costumes desta sociedade, “torna-se

32 E. BETTI, “A hermenêutica como metodologia geral das Geisteswissenschaft”. In: J. BLEICHER, Hermenêutica contemporânea, p.
80.
(agora) totalidade dilacerada e conflitual, autocontestação da sociedade; o interior da
sociedade se torna seu exterior, significando uma auto-relativização da sociedade, o
distanciamento e a crítica (nos fatos e nos atos) do instituído” (CASTORIADIS, 2000,
p. 187).

É necessário aprender a se autolimitar, individual e coletivamente, pois uma


sociedade realmente livre e autônoma deve saber se autolimitar, saber que há coisas
que não se pode fazer, que não se deve nem tentar fazer. Ser livre e ter liberdade é
atividade que se autolimita, sabe que pode, mas não deve fazer tudo, e, portanto,
reclamar o direito sob argumentos de intolerância é um ato de intolerância a uma
ordem pré-conceitual estabelecida majoritariamente pela sociedade fechada. 33 A
reflexão é, até onde autonomia individual suprime a autonomia coletiva? A criação de
leis para si mesmo buscando a construção de uma “sub-sociedade” é um risco a
sociedade.

Todo e qualquer projeto que traga em seu bojo a disseminação da libertinagem,


promiscuidade, apologia a práticas consideradas contrárias a ordem moral deve ser
indeferido pelo, MP, junto a Lei Rouanet. Tem muitos artistas de diversos
seguimentos da arte, cultura e educação tendo projetos sem patrocínio, porque não
satisfazem a CULTURA DA IMORALIDADE INSTITUÍDA E LEGADA PELA
ESQUERDA NO PAÍS. FISCALIZAÇÃO E CRITÉRIO CONTRA A CULTURA
DA IMORALIDADE ATRAVÉS DA LEI ROUANET.

O Antagonismo de uma Teologia Moral Cristã

Uma teologia Moral que suprime a dignidade humana, direito a dignidade e


individualidade, como propriedades indissociáveis ao ser humano, a vida, não é moral:
a estrutura logocêntrica pressupõe um deus-essência que diz a mesma palavra para
todos e em todos os tempos. Universalismo teológico por meio do evangelicalismo tem

33A discursão sobre a liberdade segundo a CRFB, deve passar por uma análise mais acurada para que se possa
processar de forma mais efetiva a delimitação de parâmetros objetivos ao mecanismo de reconstrução da relação
social. A participação ativa do sujeito compreende o sentido e os mecanismos da economia, da sociedade, da
política, da cultura, da história, defendendo-se das crenças, das ideologias, da manipulação e dos populismos.
esse objetivo, deste modo, ignora culturas, credos, leis, costumes, que precedem a
própria teologia moral construída posteriormente. A religião que emerge de tal
teologia não integra interpelações da história.

A teologia que se inspira desde a perspectiva logocêntrica é vazia de história e a


vivência religiosa que brota de tal teologia consiste numa vivência sem compromissos
com justiça, com a vida social, política, econômica e cultural de pessoas e
coletividades. Quando se critica a teologia moral cristã e a sua interferência no Direito
Estatal, é com razão, plausível este pensar teológico: a lógica logocêntrica também é
insuficiente e pobre para pensar e viver os direitos humanos. Não importa o lado,
direita ou esquerda, ela estará ali para escravizar a maioria e liberta a minoria. Religião.
A religião pediu o divórcio, casou-se com o capitalismo, mas o Estado passou fazer
dela a sua amante, e prostitui-se explicitamente.

Pensa-se nos discursos egolátricos dos representantes da BE no parlamento,


quando ignoram o direito, dignidade e justiça ao 'ser com', o ser social, histórico,
fático, aquele que interage com consciência de ser e existir. Há a predominância de
um logocentrismo que julga que os direitos humanos são meros direitos naturais
essencializados, por não integrar, em sua ótica, pluralidades, diversidades e diferenças
– e todas as noções de historicidade – o sistema logo-cêntrico, fonocêntrico, monolinguista e
etnocentrista não dá conta de refletir os direitos humanos para que estes se tornem
vivência cotidiana e histórica. Fundamentalismo teológico.34

Uma teologia moral e Direito, que reduz, oprime, massifica, condena a


conduta humana em defesa de sua auto preservação, e dignidade e direito,35
está insanamente dopada pelo ópio do fundamentalismo jurídico e religioso:
jusracionalismo extremo, jusnaturalismo extremo, teologia ambígua, padrões e ideais
de tradições que viveram a suas histórias e ali se compreendeu a faticidade do ser, da

34 Direito, cultura e religião [recurso eletrônico] conexões e interfaces / Noli Bernardo Hahn, Kathlen Luana
de Oliveira, Iuri Andréas Reblin (organizadores). – São Leopoldo : EST ; Santo Ângelo : FuRI, 2014. 25 p.
(Direito, Cultura e Religião; v.1)
35 Penso na autotutela, no direito dos agentes de segurança pública que matarem em defesa de terceiro de si

próprios, mas são punidos pelo Estado; da mulher vítima de estupro que é manipulada a carregar no ventre o
fruto de ato brutal em defesa de convicções teológicas da religião cristã, mesmo assegurado a excludente de
pena do Artigo 128, II do CP, sobre, Aborto Humanitário, há ainda a supressão do direito e garantias da
mulher de abortar.
vida historicamente. 36 É aqui, no presente histórico que podemos compreender o
nosso mundo e modo de ser e existir.

A teologia da desigualdade

A coercibilidade do texto bíblico ante polifonia dos teólogos não tem


fundamento com um discurso de coação psicológica e moral opressor.

São as inquietações da alma humana, que fazem seus leitores se debruçarem nas
páginas da Bíblia a procura de tais questionamentos em qualquer época da história. A
Igreja sustenta que o kerigma da Bíblia é Deus em busca do homem, mas o homem
não apenas procura por Deus, como O projeta, resultado de suas descobertas e
experiências pessoais.

No cerne do debate, em que se alude os efeitos coercivos no espírito humano


ao recepcionar (conhecer) a norma regulamentar, diretrizes e paradigmas da Bíblia
sob o dogma da igreja, não se ver apenas nas comunidades pobres do Sul da África,
mas, se estende desde os tempos antigos aos modernos, a todas as camadas sociais,
ou não devemos acreditar que a conhecida anedota, a despeito dos “miseráveis”
negros da África, seria irreal?

Depois terem sido “socorridos” com promessas de “reintegração de posse” do


reino de Deus, que lhes foram tirados, por consequência do “pecado de Adão” ou da
imoral conduta de Cão (filho de Noé), os Africanos lamentaram; “Quando o homem
branco veio ao nosso país ele tinha a Bíblia e tivemos a terra.

O homem branco nos disse: Vamos orar. Depois da oração, o homem branco
tinha a terra e tivemos a Bíblia”. Mas a teologia central da Bíblia, que é salvação, não

36Em hipótese alguma tem-se a intenção e pretensão de suprimir ou reduzir a vida, seja, na facticidade histórica,
aquela que traz a consciência do existir e ser, não apenas ontológica tão pouco aquela que segue o curso natural
de mobilidade físico-biológica, percebida pelo ente na facticidade histórica diante da consciência moral, o
nascituro, "vir-ser", o maior de todos os dons gerados pela própria Vida. Preocupa-se, todavia, com aquele
ente, aqui e agora, o ser histórico, que é capaz de construir e mudar o curso da história: o ser humano vítima
dos atos desumanos de seu ente humano, aquele que vê a vida esvaindo-se, não por um curso natural, mas
causal.
apenas eterna, mas aquela que devolve ao homem os seus direitos mais fundamentais,
como o viver bem? Certamente essa questão será confrontada com a “teologia da
desgraça”, do sofrimento permissivo!

Corrupção endêmica e sistêmica

Temos uma problema moral na política?

Corrupção sistêmica: os cabos eleitorais são cafetões, convencem o eleitor de


suas necessidades imediatas. Eu acredito que entremeios aos comportamentos sociais
que geram corruptos são fatos. Mas, se um comportamento antiético é capaz de gerar
políticos corruptos, um comportamento ético pode influenciar do mesmo modo
outros, parlamentares e eleitores. Então, se um eleitor não vende o voto ou negocia
o direito, um político por sua vez não terá espaço para agir incorretamente. A
corrupção é um câncer, gangrena que se alastrou por todo corpo (Brasil) e só nos
resta amputarmos os membros contaminados; OS CORRUPTOS e os que já foram
infectados!
INSANIDADE POLÍTICA

A esperança precisa esperançar, esperança contemplativa é fé,


política é ação.

O habito pela mesma coisa

O Brasil enfrenta a maior crise de todos os tempos, mas somente nesta é


possível diagnosticar que o país está vivendo um estado de insanidade política e moral:
a insanidade política não nos permite ver a realidade, que se confunde ao imaginário
ideal de um discurso de salvação pública. Se insanidade é uma doença mental que
afeta o juízo, como ela se origina? Qual a razão do Brasil está no estado de insanidade
política? Albert Einstein percebeu que a “insanidade é permanecer fazendo sempre a
mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Sendo assim, podemos afirmar que o
problema da insanidade política que afetou o Brasil foi decorrente desta maneira
viciosa de fazer política.

A corrupção virou um ato constante que se repete na atividade política, e,


portanto, como podemos esperar outros resultados, a não ser o caos? Pensar a mesma
coisa, não estar aberto para as possibilidades de experimentos, novas ideias, é um
grande obstáculo para as necessárias transformações. Nas palavras de George
Bernard Sham, “é impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam suas
mentes não podem mudar nada”. Eis a razão da insanidade política: o círculo
constante de agir politicamente errado, leva perda da razão, juízo, consciência de valor
que se concretiza no outro, não do outro. Discordar de uma ideologia não ser A ou
B, mas refletir sobre ideias, sejam de ordem moral ou simplesmente política. Percebe-
se uma nação vivendo a pior crise de toda história. A perda da consciência de que
nossas ações só se legitimam sob a ética do bem, e, isto se dá na relação inter-
humanos.

Apatia como sintoma da insanidade provocada pela corrupção

Os políticos estão provocando a apatia no povo. Agem com tanta naturalidade


e autoritarismo como se fossem os donos do Brasil. Esta conduta tem provocado a
apatia quase que imperceptível no cidadão brasileiro. Apesar das grandes
manifestações o olhar de desespero e descrença é visível na face de cada cidadão.

Apatia é um estado de indiferença, estranhamento, passividade e falta de


interesse pelos fenômenos políticos. É um comportamento ditado muitas vezes pelo
sentimento de alienação. As instituições políticas e as demais manifestações da vida
política ocupam, no horizonte psicológico do apático, uma posição bastante
periférica. Ele não é nunca ativo protagonista de acontecimentos políticos, mas
acompanha-os como espectador passivo e, mais frequentemente, ignora-os
inteiramente. A Apatia política é acompanhada do que se poderia chamar de uma
baixa receptividade em relação aos estímulos políticos de todo o tipo, e,
frequentemente, embora nem sempre, de um baixíssimo nível de informação sobre
os fenômenos políticos.

Tratamos o semelhante como se fosse nosso adversário, pelo simples fato de


não concordar conosco. O contraditório leva-nos a novos horizontes, a infere no
saber entre dois pontos, é neste colocar-se que descobrimos a lei universal, chamada,
equilíbrio. Uma ideologia deixa de ser moral quando não se sujeita as possibilidades
razoáveis do contraditório. Não há absolutismo moral, contudo, a moral que não é
relativa, dentro de determinado contexto, parece se unir ao politicamente correto, o
relativismo moral, com outro nome.

A sociedade muda, porque o homem muda, o Estado não é estatístico, portanto,


seremos sempre agentes transformadores de culturas e tradições, bem como das
próprias leis que criamos em dado tempo histórico. Sim, eu estou preocupado com o
que penso, falo e deixo de falar. Sinto-me seriamente contaminado por este vírus
disseminado pelos políticos, facções e “movimentos libertários” e revolucionários.

Uma Nova Direita, um farisaísmo político salvaguarda a pseudo moralidade que


num discurso de justiça encobre um EU. Uma esquerda liberal, anárquica, que
converte o moral no politicamente correto e suprime toda dignidade humana com um
assistencialismo tornando o indivíduo escravo e subserviente do Estado. O povo
Brasileiro precisa urgentemente esquecer o berço esplêndido e descansar num
divã. .

Direita como Anticomunismo

Na política brasileira algo ficou muito claro em cada decisão e discurso dos
políticos no Congresso Nacional. Mas que apresentar propostas solúveis para revolver
o problema do país, combater o comunismo e socialismo é sem sombra de dúvida o
maior desafio da “direita”, não importa como isso será feito, mas tem que ser feito,
ainda que os direitos do povo, princípios morais e de justiça sejam deixados de lado
e se justifique tais medidas e decisões sob a ÉTICA DA IMORALIDADE, o
politicamente correto da direita fascista, ou mera conveniência. Se o Anticomunismo
é, pois, difícil de definir no plano ideológico, no plano mais especificamente político
é entendido como convicção de que não é possível a aliança estratégica, para além de
possíveis momentos táticos, com os partidos e os Estados comunistas.

Isto não se dá necessariamente em atitudes repressivas internas e agressivas


externas: mas tanto a estratégia do confronto quanto a da coexistência pacífica partem uma e
outra da constatação da incompatibilidade radical com o campo oposto, da
inconciliabilidade dos respectivos valores e interesses, mesmo que isso se mantenha
dentro das regras da democracia pluralista e das relações normais entre Estados.
Anticomunismo extremo é, como é óbvio, o de tipo fascista e reacionário em geral,
que se traduz na sistemática repressão da oposição comunista, e tem por norma tachar
de comunismo qualquer oposição de base popular. O que mais me chama atenção é
saber que pessoas que nunca leram autores como Marx, Lenin, Paulo Freire, repetem
apenas os discursos acusatórios dos políticos sobre estas figuras que influenciaram a
história da política.
Sem contar os que escreveram diversos trabalhos sobre ambas figuras sem
considerar e aplicar uma hermenêutica fundamental, filosófica e da textaualidade
(literária), desconsideraram o fenômeno da compreensão, contexto sócio literário, tais
como, cultura, língua, época e histórica da época. Não se trata de defender qualquer
um desses. Mas o que se sabe como verdade sobre as reais intenções e ideias destes
atores históricos que revolucionaram, seja de forma positiva ou negativa a política?
Ressalto que, não concordo com muitos conceitos, método e ideias dos supracitados
atores que influenciaram a política geral dos Estados democráticos, mas que há pontos
importantes que devem ser apreciados e outros que foram totalmente distorcidos com
o intuito de promover o anticomunismo, que de forma intencional ou por negligência.

Em resumo, o termo comunismo e socialismo se tornou sinônimo de tudo de


ruim, , desagradável, e contra a ordem moral. O Anticomunismo converte-se então
em critério discriminante na formação das coalizões: de um lado, as forças não
dispostas à colaboração com os comunistas (a chamada prejudicial anticomunista), do
outro, os comunistas e as eventuais oposições da extrema esquerda.

A mentira do voto nulo

Consequências do Abstencionismo

Este termo é usado essencialmente para definir a não participação no ato de


votar. Pode, todavia, compreender a não participação num conjunto de atividades
políticas, conquanto, em suas formas mais acentuadas, a não participação possa ser
definida como apatia, alienação, e por aí além. Como muitas das variáveis ligadas à
participação eleitoral, o Abstencionismo é de fácil avaliação quantitativa. É, com
efeito, calculado como percentual daqueles que, tendo direito, não se apresentam às
urnas. É diferente o caso dos que, apresentando-se, deixam a cédula eleitoral em
branco ou, deliberadamente, a anulam de diversas maneiras. Embora tanto os que não
se apresentam às urnas como os que se manifestam mediante voto não válido
pretendam expressar desafeição ou desconfiança, ambos os fenômenos são
considerados como analiticamente distintos.

A outra causa sistemática do Abstencionismo, a não competitividade das


eleições, é de mais difícil verificação. Muitas vezes, os eleitores poderão aduzir a pouca
diferença dos programas dos partidos ou das posições dos candidatos como causa da
sua não participação (o que é mais freqüente nos sistemas bipartidários). Ou também
positivamente: a vitória de um ou de outro não influirá negativamente nas suas
preferências.

Que efeitos produz o Abstencionismo no funcionamento dos regimes


democráticos? Em primeiro lugar, não são poucos os que pensam que altas taxas de
Abstencionismo constituem uma deslegitimação, atual ou virtual, dos governantes, da
classe política e até mesmo das próprias estruturas democráticas. Se democracia é
participação dos cidadãos, uma participação insuficiente debilita-a. Em segundo lugar,
quem aceita uma visão mais desinteressada do problema da legitimidade dos regimes
democráticos acentua, em vez disso, a necessidade de se levar em conta a "produção"
do regime. Se os abstencionistas constituem um grupo, não só sociologicamente
diverso de quem vota, mas também diverso em termos de preferências políticas, sua
abstenção tornará difícil (e não essencial) às autoridades, aos governantes, serem
sensíveis às exigências não expressas.
FILOSOFOS DA PSICOLOGIZAÇÃO

Vivemos numa sociedade onde intelectuais diplomados e catedráticos


agem como imbecis diante dos fenômenos que nos circunda.

O maior desafio para os pensadores e cientista políticos é árdua tarefa de


desintoxicar a mente de uma sociedade ignorante e apolitizada, enganada por seus
próprios políticos e pensadores. Os filósofos estão se tornando terapeutas, na
percepção de que os homens estão vivendo num estado de insanidade política e
moral, da baixa autoestima, do desespero e medo pelo duvido, acabam fazendo
escravos para si, e não livres pensadores. No Brasil, ao meu ver, alguns filósofos
continuam filósofos, outros, deixaram de ser. Tornaram-se escravos das
academias, pois, é esta, um dos muitos sistemas também político manipulador e
alienador.

Uma frase que declarada pelo filósofo italiano Umberto Eco chamou a atenção
da sociedade global, e, os filósofos da psicologização não perderam tempo para
comentarem e acrescentarem suas opiniões sobre sociais. Para Umberto Eco “as redes
sociais dão o direito à palavra a uma "legião de imbecis" que antes falavam apenas em
um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”.... Bem, é
evidente que os usuários de todas as classes sociais se sentiram ofendidos, mesmo
aqueles que não sejam “imbecis” como supôs o filósofo.

Esta afirmação revela o quanto os filósofos da psicologização, isto é, os


manipuladores, os que levam a atividade como negócio, ainda mais num país que sofre
como a perda do juízo, um historiador, filósofo ou teólogo assume um tríplice papel,
o de “terapeuta” ou coach político, o pensador passa ser tudo, menos pensador, o
saber é artificial, e, portanto, cedo ou tarde os seus seguidores, discípulos procurarão
outro tipo de ópio para aliviar seus traumas. A internet não apenas fornece novas
descobertas, mas, possibilita sobretudo, explorar o imenso campo do saber, o
“imbecil” passa não apenas a obter o conhecimento, mas critica cada informação e
conhecimento.
A internet pode ser o que o indivíduo quiser, por meio dela é possível descobrir
a verdade e a mentira, o certo e o errado, bem e o mal, coisas boas e coisas ruins. Cada
um usa como bem entende. Entretanto, o mais relevante é que a internet deu mais
que voz aos “imbecis”, ela deu a liberdade, mas também a escravidão, o
conhecimento, não a inteligência. Nunca se viu tanto no país os fazedores de nós,
aqueles que estão mais preocupados em manipular e engessar os homens, que fazê-
los pensar com as próprias mentes.

Porém, há um axioma sobre os efeitos da internet sobre os “imbecis”: antes, os


políticos, sacerdotes, juízes, jornalistas, a imprensa, faziam o que queriam e ainda eram
aplaudidos e venerados pelos “imbecis”, hoje os informados e possuidores do
conhecimento, analisam, investigam, criticam e julgam cada discurso proferidos pelos
escravos dos sistemas. A internet está tirando o sono dos filósofos e políticos dos
sistemas. A sociedade é algo em constante modificação e não pode ficar à mercê da
imobilidade do pensamento de um indivíduo, pior que se escravo de qualquer sistema,
é se escravo da própria consciência. A tarefa do filosofo deve ser de estimular o
pensamento crítico-reflexivo sobre os fenômenos existenciais, sociais, políticos,
culturais, pensar filosoficamente. Fato é, os filósofos querem libertar os idiotas, mas
são escravos “idiotizados” pelo sistema. Eles combatem o mostro da ignorância, mas
tornam-se vilões da própria consciência. Neste complexo cenário político brasileiro é
possível encontramos três tipos de escravos e de sistemas.

“Os escravos do sistema”


Quais são os sistemas que escravizam as pessoas? Pessoas criaram os sistemas,
e logo, pessoas escravizam pelo sistema. Na verdade, os sistemas são formados por
pelo menos três tipos de pessoas: “os senhores”. Os pensadores, os que articulam e
projetam e criam o sistema: são os autoritários que ditam as regras a serem observadas.
A segunda classe de escravos dos sistemas são os “os executivos”: Aqui se enquadra
os filósofos da psicologização, estes são mais idiotas que aqueles que eles julgam
ser idiotas. Eles são os tolos, porque agem como se fossem os “senhores”.

A verdade é que a internet deu voz aos “imbecis” é a academias amordaçou os


intelectuais para não falarem contra o sistema. A internet por natureza polifônica: no
mundo há muitas vozes.

As vozes dos senhores, executivos e escravos dos sistemas

Como disse o apóstolo São Paulo, numa era sem internet: “Há, por exemplo, tanta
espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação”. 37(1 Cor. 14:10 ACF), Se Paulo
já compreendia a dimensão da comunicação numa época sem tecnologia de ponta,
onde o índice de iletrados era 90%, isto é, a maioria não sabia ler ou escrever, algo
possível para as classes mais nobres e aristocratas, o que ele diria hoje com a internet?
A meta linguagem percebida Paulo revela o quanto não podemos ignorar nenhum
discurso no mundo, mesmo os disseminados pela internet.

Estes pensadores, filósofos, são os que desempenham um dos papeis mais


importantes para os “senhores”, dentro do sistema: eles levam as pessoas a cumprirem
tudo o que o sistema exige, tudo o que foi elaborado pelos “tubarões” do sistema,

37 O termo empregado é φωνων, [Fri] φωνή, ῆς, ἡ como a produção de um som, feito para transmitir
significado; (1) produzido através da garganta de criaturas vivas; (a) geralmente do homem e seres sobrenaturais
voz, fala, enunciação (MT 27.46; JN 5.37); idiomáticamente ἐπαίρειν φωνήν literalmente, eleva a voz, ou seja,
fala alto, grita (LU 11.27); (b) como o que está sendo expresso especificamente através da fala, como um
protesto (AC 19.34), declaração (solene) (2P 1.17), chorar (MK 15.37), mensagem (AC 13.27), lamentação (MT
2.18); (c) da fala, como característica da linguagem dos seres humanos (1C 14.10); (d) como os vários gritos e
sons feitos por animais e aves; (2), produzido por coisas inanimadas som, tom, ruído, traduzido de acordo com
a fonte: como uma reverberação, estrondo de trovão (RV 6.1), som, rugido de águas (RV 1.15b), precipitação
de asas (RV 9.9a ), rugas de rodas de carruagem (RV 9.9b), moagem de moinhos (RV 18.22b), melodia de
instrumentos musicais (1C 14.7), sinal de uma trombeta (1C 14.8), corrida de vento (JN 3.8)φωνή N-NF-S φωνή.
Cf. Friberg, Analytical Greek Lexicon Bible Works 10.
eles são treinados para fazerem com que as pessoas entendam (ou por bem, ou por
mal) que o sistema é “bom”; daí o equívoco desta classe: eles acham que são os
senhores do sistema quando na verdade são uma espécie mais evoluída de escravos.

Agora, conheceremos a terceira classe, eu espero sinceramente que você não


faça parte dela. Esta classe é a base que sustenta todos os sistemas, é a maioria da
sociedade.
Estes escravos são de primeiro grau: são os que fazem tudo aquilo que foi
elaborado, tudo o que foi planejado pelos “senhores” do sistema, aqueles que se
submetem aos “executivos” do sistema e, estes podem ser os “imbecis” de fato,
desprovidos de conhecimento, ao ponto de não saberem que existe um sistema, mas
estão nele.

Mas quais são os maiores e piores sistemas no mundo?

Políticos, sociais, culturais, religiosos e etc. Todo sistema impõe limites e todo
limite impede as pessoas de saberem o verdadeiro objetivo de estarem executando
certas atividades; é como acontecia nestes imensos transatlânticos movidos à lenha:
havia lá dentro três classes de pessoas: “os que sabiam para aonde iriam”, sabiam o
trajeto e o que iriam fazer quando chegassem, ou seja, tinham um objetivo. “Os que
não se importavam para aonde estavam indo”, simplesmente queriam tirar algum tipo
de proveito daquela situação, obter lucro; para estes o começo nem o fim importam,
mas sim, o que se pode ganhar ou perder no meio da viagem, os atuais filósofos do
Brasil são estes, que não se importam, mas o que podem ganhar com a situação. Em
ensaio filosófico David Belato,38 caracterizou esta classe de escravos de primeiro grau
como:

“Os que não sabem para aonde vão, e nem sabem o que estão fazendo ali”. Estes
são os que trabalham duro para o navio se deslocar, não sabem o objetivo da
viajem, não sabem quando terá fim a viajem e não pensam em lucrar nada com a
viajem (pois não vêem possibilidade disso), se preocupam apenas com o que lhes
diz respeito ao sofrimento (o calor extremo das fornalhas do navio) e ao “prazer”
(quando lhes é dado a ração como pagamento do trabalho), e, tentar no meio
disto tudo dizer que: “valeu a pena” e esboçar um sorriso. São os que se

38 Teólogo, músico e escritor, formado em educação física pela Estácio/RJ.


contentam com a miséria em que vivem, são como as hienas: “comem as próprias
fezes e dão risadas”.

Depois de conhecer os tipos de sistema, você deve questionar: eu faço parte


de um sistema, eu sou escravo ou senhor, eu sou senhor escravo, posso ser de um
sistema sem ser escravo? Como vimos, todo sistema tem suas regras, e quem deseja
fazer parte, ou é forçado a ser inserido no sistema deve se sujeitar as regras e jogos do
sistema.
Então, já que vivemos um Estado Político que impõe o dever-ser, é possível
pertencer ao sistema sem ser escravo do sistema. Como? Sendo senhor de si mesmo.
Isso só é possível quando tomamos consciência do nosso real papel nesse complexo
sistema de relações-intersociais.

Pior não é ser escravo de um sistema, mas escravo de si mesmo.

Há em cada um a consciência vital da prática do bem. Diante da polifonia dos


discursos políticos, filosóficos e religiosos, como podemos identificar um senso de
valor moral que legitime o discurso com verdadeiro, de modo que não nos tornemos
escravos de escravos, já que, todo discurso oculta um eu?

Como identificar se um discurso moral é verdadeiro?

Em suma, se os discursos e as opiniões, no âmbito ético, estiverem em


desarmonia com os fatos, eles não serão apenas falsos, como também ineficazes, pois
não cumpriram a finalidade prática de persuadir, incitar e orientar os homens a se
tornarem bons, como bem explica Aristóteles ao comentar as opiniões de Sólon e de
Anaxágoras sobre a doutrina da mediedade com relação aos bens externos:

“As opiniões (doxai) dos sábios parecem, portanto, se harmonizarem com os


nossos argumentos (tois logois). Porém, mesmo que elas sejam um tanto
convincentes (exei tina pistin), a verdade, nas questões práticas, é discernida dos
fatos e da vida (ek ton ergon kai tou biou krinetai). Isso porque eles são decisivos
(kurion) nas questões práticas. É preciso, portanto, examinar o que já foi dito
levando em conta os fatos e a vida, e aceitá-lo se estiver em harmonia com os
fatos, mas considerá-lo meramente supositivo (hupolepteon) se diferirem deles.”
(EN X 8: 1179a17-23)

Por isso, um discurso não pode ter a sua verdade garantida por outro discurso,
nem por sua capacidade persuasiva, mas apenas na discriminação (krinein) dos fatos.
E a sua credibilidade está antes no fato de ele ser verdadeiro do que falso, mas
supostamente persuasivo. Do exposto podo-se aduzir que a verdade, do ponto vista
da moral, é práxis, ou seja, o valor do discurso moral se fundamenta nos fatos
percebidos. É materialidade moral percebida no sujeito que legitima o discurso
VERDADEIRO.Caso contrário, os discursos morais não seriam críveis e valorosos
para os interlocutores.
Sobre esse prisma, Aristóteles conclui dizendo que todo discurso que se
harmoniza aos fatos é verdadeiro e, portanto, de grande utilidade para o
conhecimento e para a vida:

“discursos verdadeiros parecem, portanto, ser de grande utilidade não apenas para
o conhecimento, senão também para a vida, pois, como se harmonizam com os
fatos, eles são críveis (sunoidoi gar ontes tois ergois pisteuontai) e assim
estimulam aqueles que os compreendem a viver de acordo com eles” (1172b4-7).
RELIGIÃO ESTÁTICA E TEOLOGIA MORAL

Uma teologia moral que não superar as fronteiras dos pré-conceitos jamais
alcançará a verdadeira justiça.

Característica e conceito de religião estática

Religião como Estado Civil numa sociedade organizada

Durante anos da minha vida deixei de ler livros para ler as pessoas: gostos,
diferenças, ideias, crenças. Pessoas escrevem livros. Os livros contém 60 -80 % de :
pré -conceito, pré -compreensão e pré -juízo ( Heidegger/Gadamer) . São as 3
faculdades do intelecto humano responsáveis pela (re) produção do objeto de
aproximação da mente humana. Os textos e história estão intrinsecamente ligados.
Deformamos o sentido da coisa (texto, história) concreto ou abstrato, o objeto
sempre se apresenta sob nova versão, conferimos sentido de acordo com os 'pres',
conveniências, vaidade ou ego. Somos moldados por dois tipos moral: fechada e
aberta. Religião estática e dinâmica. É evidente que, o mundo é quase que
cristianizado, e que, os fundamentos da fé e moral cristã foram e são importantes e
integram a base das sociedades. A questão é, uma teologia moral que não consegue
transpor as barreiras do pré-conceito e PRECONCEITO, é tudo menos moral.39 Jesus,
disse:

39 Minha tradução do grego do NT. περισσευση verbo subjuntivo aoristo ativo terceira pessoa do singular de
περισσεύω. O verbo empregado por Jesus, transmite a ideia de algo imensurável, sobreposto, complemento
sobre daquilo que se pode medir. A superação daquilo que está em excesso. Segundo, Friberg, Analytical Greek
Lexicon ( Bible Works 10) denota também, o que é extremamente rico ou abundante. Jesus, orienta-os a romper
paradigmas, o legalismo da lei, os padrões tradições, pre-conceitos para alcamçarem a verdadeira justiça. "Se
vossa justiça não transpor, superar, ultrapassar, transcender a justiça dos fariseus de modo algum herdareis o Reino dos Céus".
λέγω γὰρ ὑμῖν ὅτι ἐὰν μὴ περισσεύσῃ ὑμῶν ἡ δικαιοσύνη πλεῖον τῶν γραμματέων καὶ
Φαρισαίων, οὐ μὴ εἰσέλθητε εἰς τὴν βασιλείαν τῶν οὐρανῶν (Matt. 5:20 WHT)

Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais
entrareis no reino dos céus. (Matt. 5:20 ARA)

Jesus se opõe a moral coletiva de uma religião estática, o judaísmo? Estaria Ele
suprimindo o conceito mecânico, legal de justiça e, se opondo a letra da Lei, Torah?
Não! Eu procuro dialogar com os dois tipos de moral: aberta e fecha. Acredito que,
o ser humano na facticidade histórica percebe, assimila cognitivamente, a consciência
moral que só é possível na contemplação do outro (tu).

Pensemos em construir uma cultura de direitos humanos com uma incidência


política de combate à tirania das normas, sem ignorar por conveniências o sentido
prático e legal de justiça, contestando as alienações políticas da linguagem e lutar
insistentemente contra a dominação dos estereótipos. Não se trata, portanto, de
extremismo que ignora as fragilidades do homem e os direitos humanos, mas a
resposta consciente de aplicação da justiça a todos, isto é, a justa medida aquele que
não mediu as consequências de seus atos. Não se pode pensar direitos humanos sem
justiça.

O problema é que, a moral fechada (introjetada pela religião, Cultura, sociedade


familiar) desfigura a moral aberta, tira a essência primeira do homem. Individualidade:
a sociedade obriga-nos a persona, somos rigorosamente obrigados a pensar de acordo
com a maioria. VIVER SEM MÁSCARA É IMPOSSÍVEL! Acostumar-se com ela é
uma questão de proteção.40 Mas a maioria está certa? Se disse sim, então acertaram os
que mandaram crucificar Jesus! Durante séculos religião e Estado tentam fingir não
se amarem: divorciaram-se no papel, mas dormem na mesma casa.

É fato que existe uma CULTURA DA IMORALIDADE E ARTE DO


RIDÍCULO, que se " justifica-se sob a ÉTICA DA IMORALIDADE, ou

40 A persona nada tem a ver com a hipocrisia, do grego, ὑποκριτά, hipócrita.


conveniências, politicamente correto. Sim, o cristianismo, judaísmo e catolicismo
tentam se amar, mas conseguem? Ambos trazem em sua natureza constitutiva, uma
teologia moral controversa. A ontologia em ambas é evidenciada pela própria história
dos feitos.

Absolutismo, extremismo, fundamentalismo, ainda regem os homens, os


escravizam numa moral fechada que não os possibilita romperem os cárceres da
própria ignorância. Insanidade política e religiosa: acúmulo de "achismos",
culturas e tradições, gostos e os "pres" do homem solapam a sua própria dignidade
já que, é no outro a concretude de sua realização última. A sociedade precisa
descarregar esse entulho Cultural que a cada século podrifica a mente social. Uma
sociedade escravizada e corrompida pela opinião pública, um discurso
'pseudomoralista' que desintegra o juízo. Nesse sentido, cita-se as elucidativas
observações críticas feitas pelo meu amigo e teológo Marcelo Valle41 ao responder
umas das minhas postagens, Coercibilidade do texto bíblico e discurso de
autoridade, em Estar livre da "autoridade humana" é praticar a verdadeira
religião ele assinala que:

“A maioria de nós tem ilusões sobre a religião institucionalizada. Não percebemos


que seus rituais, seus dogmas, suas roupas, suas interpretações exclusivas do livro
sagrado, e até mesmo seus próprios deuses nasceram na mente de seus criadores.
Cada denominação tem seu próprio deus, que repudia o outro. Crentes hoje são
aqueles que seguem doutrinas inventadas por homens e nessa relação acabam se
tornando como robôs programados para falar e fazer o que seus donos mandam.
As denominações envenenam a vida das pessoas. Elas deixam familiares de lado,
elas destroem amizades, elas rejeitam os que são pobres, elas querem ditar regras
sobre o que você deve comer, vestir, andar e até o que assistir na TV.
São cárceres inconscientes, tanto que não se percebem disto! Elas colocam um
grande peso em suas costas, que os seus líderes jamais carregariam! Elas admiram
as pessoas pelo que têm, não pelo que são, elas deixam de utilizarem-se do mundo
com sabedoria e o pior, elas tiram suas posses e seu tempo, e tudo em nome de
Deus; É como violentar essas pessoas! O pensamento dos homens produziu uma
forma de aprisionar o corpo e a mente. A real espiritualidade nunca poderá ser
encontrada nestas denominações. Este tipo de crença não é "religião". É por isso
que há um livro, mas muitas denominações, cada uma se apresentando como mais
"exclusiva" do que as outras. É a essência do ridículo uma denominação
apresentar-se como a única que faz a vontade de Deus, como se Deus fosse seu
"fundador", seu "Pai", sua posse exclusiva.
Não passam de mentirosos! São "cães gulosos que não podem se fartar" (Isaias
56:11). Nenhum ser humano pode se colocar como "mentor espiritual", como
"autoridade espiritual" de outro ser humano. A essência da espiritualidade está no

Marcelo Valle é bacharel em teologia, formado pelo Instituto Avançado de Teologia Mesperanza-Rio das
41

Ostras-RJ, Brasil.
foro íntimo, lá onde "Teu Pai vê em secreto" (Mateus 6:6), e jamais pode ser ditada
por regras inventadas, ou por interpretações subjetivas. Por que eu permitiria a
outro ser humano, que se auto-intitula "sacerdote" ser o interprete dos deuses
para mim? Quem deu a ele este direito sobre a minha consciência? Aqui estou,
como um ser humano, com um senso de liberdade total adquirido, como posso
me expressar honestamente, sem mentir para mim mesmo? Estar livre dessa
"autoridade humana" é praticar a verdadeira religião! A ilusão da religião
institucionalizada cegou o pensamento de muitas pessoas e elas sequer acordarão
para a realidade da própria existência, nem mesmo neste século”!

Se me achar devolva-me, por favor, eu sou dono de mim.

O maior desafio do homem é conseguir superar as barreiras na convivência


social. Isto mesmo! É difícil conviver, se relacionar é o maior desafio da humanidade.
Se com as compatibilidades, afinidades, gostos e reciprocidade de sentimentos
vivemos como se fossemos estranhos, de países diferentes ou mesmo de outro
planeta, e como as diferenças? O mundo não é estranho. Estranho é o ser humano
na decomposição de sua individualidade quando inserido na convivência social.
Estranheza essa que se percebe na facticidade histórica quando tomamos consciência
de ser e existir. Na família. Somos moldados segundos a tradição de nossos pais que
não é a tradição de nossos antepassados. Somos engessado segundos os moldes de
uma sociedade que destrói toda essência humana obrigando-nos a vestir uma marcará
que não muda o ser , apenas escraviza.

Coação psicológica e moral ou coercibilidade normativa?

Crenças, teologias, máximas, mitos e lendas, estória e histórias introjetadas


sob coação em si mesma. Homem é forçado a pensar segundos os moldes das
instituições. Deixa de ser, perde a visão de seu mundo e do mundo seu. Ao homem
não é permitido pensar. Pensar exercita o cérebro, descortina novos horizontes e
desperta o juízo subjugado pelas utopias e mesmices dos padrões. Rejeitar ideia, se
colocar entre dois extremos que se opõem não é neutralidade.

Neutralidade é a indiferença, é reconhecer os opostos e colocar-se entre.


Neutralidade é razoabilizar sobre os pontos e tentar convergi-los considerando o que
cada um tem de positivo e negativo. Insisto em dizer que , o mal do século é a
celeridade do agir sem pensar. O mundo é discurso, tudo a nossa volta é discurso,
mas só pode ser interpretado por quem pensa. Multidões atraídas por discursos. Todo
discurso oculta um EU, mas mesmo assim, o que importa é a primeira impressão.
Bancos, Comércios, rádios, tvs, sites, páginas sociais, partidos políticos, religiões,
profissionais liberais, todos os dias anunciam que o que oferecem é importante para
nós. O que diferencia entre eles é apenas a forma do discurso, mas o meio é o mesmo.
Retórica. Todos com o mesmo objetivo.

Persuadir o sujeito para aceitar o objeto de seu discurso. Concreto ou abstrato,


o produto precisa ser aderido, acatado. O Mal do século é a síndrome do pensamento
acelerado. Tente pensar! Eu não quero te convencer, mas fazer-te pensar, e, isso é
dialética, já que, ainda que tal se dê numa espécie de monólogo, é dialético.

Então, poder-se-ia dizer retórica pura, uma vez que consegui o meu objetivo.
O que eu compartilho é que, todos querem impor uma agenda , com o avanço
tecnológico isso se dá em fração de segundos, porque todos querem impor uma única
forma de pensar, não permitir que se descortine novos horizontes do saber, supressão
da realidade por delírios, fantasias, crenças e teologias lançam o homem para o deserto
interior fazendo com que crie a sua miragem de mundo ideal , fluxo e influxo do que
se captou pelo cérebro.

Quanto a mim, eu escolhi a contramão, a neutralidade. Neutralidade não é deixar


de pensar sobre os extremos, tampouco, ser omisso de decidir, mas não se inclinar a
um lado especifico, e assim buscar absorção do que há de razoável em ambos. Eu
jamais conseguirei compreender o outro se o outro não conseguir me compreender.
Somos estranhos na mesma Pátria e língua. Até a meta linguagem afetou nossa
relação. Pensar diferente e ser diferente é ser imoral. Mas, o que é moral?

A mera consciência de valores relativos que se construiu ali, no acordo social.


Então, não devemos nos esquecer que mesmo a moral evolui ou torna-se absoleta,
ela está ali, mas, confronta-se a si mesma ante ao relativismo das diferentes sociedades
que constroem nova moral, Ética da Imoralidade. O vício pelo profano, injusto,
desumano, não é imoral quando os "fins justificam os meios". Isto é o que se aduz da
religião estática e moral fechada. Lembro-me de Paulo quando disse: "mas mesmos
aqueles que sem CONHECIMENTO DA LEI, Deus lhes deu a Lei, A CONSCIÊNCIA,
quer lhes acusando ou defendendo-lhes.

Jesus como religião dinâmica

Moral aberta um golpe contra o legalismo

Que tipo de moral foi ensinada por Jesus? Aquela que transcende a moral
coletiva, supera todos os preconceitos, não suprime a moral coletiva, mas a legítima.
Uma ideologia prática, constante e sem equilíbrio é danosa a sociedade, sendo assim,
quem a defende não é moral, já que, a concretude de toda realização humana se
legitima na práxis do bem no outro. Temos um problema que infringe o direito a
crença? A intolerância. Intolerância religiosa é um termo que descreve a atitude
mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar
diferenças ou crenças religiosas de terceiros.

Se você não consegue transformar a vida num paraíso removendo as sujeiras,


adubando a mente e plantado novas sementes, o paraíso que você deseja alcançar não
passa de utopia criada por mentes pérfidas.

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros
caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão
cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. (Matt. 23:27 ACF)

Jesus de Nazaré, em crítica aos falsos moralistas religiosos que usam suas
influências para interferirem na política, mas buscando os próprios interesses.
REFERENCIAS

CASTORIADIS, Cornelius. As encruzilhadas do labirinto IV: a ascensão da


insignificância. Tradução de Regina Vasconcelos. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
FINLEY, Moses I. Democracia antiga e moderna. Tradução de Waldéa Barcellos e
Sandra Bedran. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
SORIANO, Ramón. Las liberdades públicas. Madri: Tecnos, 1990
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti, Comentários à Constituição de
1967.
MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional: direitos fundamentais. Coimbra:
Coimbra Editora, 1988. v. 4, p. 348.teologia

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