Livro a Cultura Da Imoralidade Convertido
Livro a Cultura Da Imoralidade Convertido
Livro a Cultura Da Imoralidade Convertido
A vida é feita de risco, ninguém perde aquilo que nunca teve. O perigo consiste
na perda do que se possui, vida, direito. Mas, olhando para o Brasil, corremos risco
ou perigo? A minha missão é provocar aqueles que perderam a esperança, fazê-los
sair da zona de 'conforto', letargia política para que juntos busquemos alternativas
para as necessárias transformações.
O medo
Como qualquer cidadão brasileiro eu também estou com medo, muito medo,
medo do desconhecido, incerto, pois o Estado é estático, porque os políticos são
mutáveis. São os verdadeiros estelionatários, de ‘estélion’, mudam de cor de acordo
com o tempo e ambiente. Temos um desafio! Observou o verbo TER no plural?
Permita-me perguntar: o que você tem? Não importa o que você tenha,
muito ou pouco, ou mesmo nada. A acomodação com o estado atual que se encontra
a regência desse país pode fazer com que você perca o que tem e não consiga jamais
alcançar o que você tanto sonha. Não se agarre a pouco que conseguiste, você poderia
ter mais, mas eles tiraram, e o pouco que tens poderá perder se você temer o risco, o
perigo é iminente.
INTRODUÇÃO
Ser social é o maior desafio do homem que luta para não deixar de
ser.
Portanto, este trabalho não pode ser confundido com propostas solúveis dos
problemas políticos, jurídicos e culturais. Entretanto, não podemos ignorar a
necessidade de interpretação das novas realidades que não pode permanecer, em vista
disso, à margem dessa nova complexidade social, limitando-se a paradigmas vencidos
pelo passar dos tempos.
Por mais simples que este trabalho seja, e por ser direcionado a todos os
públicos, eu não poderia deixar de simplificar a linguagem do discurso para facilitar a
compreensão daqueles que não estão familiarizados com os conceitos terminológicos
empregados pelos atores políticos e impressa brasileira. A proveito e apresento uma
espécie de glossário introdutório sobre tais termos e conceitos, com a finalidade de
proporcionar maior compreensão ao leitor, além de enriquecer o seu vocabulário
político.
Vocabulário e vernáculo político
Acredito que nunca em toda história da política brasileira se ouviu tanto o rico
vernáculo político, e com os recursos tecnológicos de comunicação em massa, tais
como, a internet, youtube e páginas sociais, a linguagem empregada na luta política
quotidiana, que são técnicas desde a origem ou desde tempos imemoriais:
"oligarquia", "tirania", "ditadura" e "democracia", são usadas como termos da
linguagem simples e por isso de modo não unívoco. Mas ainda encontramos outras
palavras com sentido mais propriamente técnico.
1 Aristokratia, literalmente "Governo dos melhores", é uma das três formas clássicas de Governo e precisamente
aquela em que o poder (krátos = domínio, comando) está nas mãos dos áristoi, os melhores, que não eqüivalem,
necessariamente, à casta dos nobres, mesmo se, normalmente, os segundos são identificados com os primeiros .
Cf. Dicionário de Política, 1983, Volume I, p. 57 V. Editora Universidade de Brasília. Por: Norberto Bobbio,
Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino.
2 Déspota, senhor, patrono. Despotismo é polemicamente usado para indicar qualquer forma de Governo
absoluto, sendo muitas vezes sinônimo de tirania, ditadura, autocracia, absolutismo e outras formas
semelhantes. O absolutismo do poder tirânico depende da natureza do governante, que despreza as leis
estabelecidas e governa segundo o seu capricho. (Ibid, p.539-40)
3 Ibid. p. 37
Os "ismos" em que é rica a linguagem política — "socialismo", "comunismo",
"facismo", peronismo", "marxismo", "leninismo", stalinismo", etc. —, indicam
fenômenos históricos tão complexos e elaborações doutrinais tão controvertidas que
não deixam de ser suscetíveis das mais diferentes interpretações. 4 Na conexão e
interfaces entre Direito, política e religião, o eleitor poderá se deparar com outros
termos que ainda não tenha conhecimento, entretanto, não é preciso se preocupar, a
linguagem empregada neste livre é simples, concisa e totalmente auxiliadora para a
compreensão.
Política
Esta pequena palavrinha tem uma força significativa nas sociedades, é ela
responsável pelos processos de transformações sociais na história das civilizações
clássicas e modernas. O termo é POLIS, cidade, estado, mas tem o conceito de
administração, gerência, governo. Política é a forma como se administra os assuntos
do interesse do Estado através de seus membros. Desde a antiguidade, os fenômenos
sociais eram tratados pelos filósofos, como, Sócrates, Platão e Aristóteles, e desde
então os políticos impressionam o gênero humano, sequioso de conhecê-los e
aprofundá-los.
Por certo que política não é somente um processo de administração, mas uma
luta pelos interesses das classes sociais. Muitos dos interesses defendidos através dos
políticos não são do interesse do povo, mas, de grupos específicos ou mesmo
pessoais. A origem dos conflitos estar nesta diferença de interesses: o conflito é,
portanto, uma possibilidade entre os atores políticos. Apesar do termo e conceito de
política parecer algo que denote harmonia e paz, acredite, não é, e nunca foi um meio
pacifico de se lutar pelas causas direitos. A interação não é sinônimo de acordo,
harmonia e paz, pois, nas diferenças de interesse reside a contradição. Você deve ter
assistido ao menos uma cessão das Câmara Legislativa Federal. O que achou?
4 Ibid. p.37
É perceptível que nem sempre a mediação é possível, alguém tem que ceder e
sujeitar-se as regras do jogo. Num processo contínuo de relações de interesses e de
negociação da realidade, escolhas e decisões são tomadas com fundamentos nos
interesses abstratos e concretos: crenças, ideologias, gostos, princípios e valores;
materiais, econômicos, interesses dos mais variados tipos.5 Isso parece contraditório
a finalidade primeira e objetiva da política, mas não é. A mediação faz parte do
processo, contudo, não garante a certeza de que, uma outra classe social não saia
perdendo nesse processo da luta pelos direitos do povo. A política não é uma arma
de guerra, mas um processo pelo qual os indivíduos deveriam interagir com
reciprocidade dos interesses que visem o bem da polis. A prática política feita com
autonomia é a expressão do despertar da pólis para superar a manipulação e a
reificação das pessoas cotidianamente. Os conflitos resultam exatamente do fato de
que as pessoas reagem, de múltiplas formas, a essa reificação.
Esta é também a palavra que ecoa nos ares do Brasil que tomado pela tirania6
formada pelos três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Diante da triste
condição que o país encontra-se imergido, no ano desta publicação, devido
emparelhamento dos três poderes, culpados diretamente ou indiretamente pela
corrupção, impunidade e morosidade do judiciário em punir os que lesaram o
patrimônio público, não obstante as reformulações dos direitos fundamentais do
cidadão, com as ‘instituições incômodas de um não direito’, de um Estado
“democrático” de uma não direito instaurado, questiona-se, o que é democracia e se
vivemos uma democracia?
5 Para uma leitura complementar: Mediação, cultura e política, cf. Gilberto Velho e Carina Kuschnir, p. 11,
Aeroplano Editora, 2001- Rio de Janeiro.
6
O déspota reina como senhor sobre escravos, o tirano reina como senhor sobre pessoas livres.
Em nosso tempo, todos, inclusive os tiranos mais sangrentos, com exceção dos
nazistas e fascistas, reivindicam a democracia. Podemos sair dessa cacofonia
recorrendo à etimologia: democracia, o kratos do demos, o poder do povo. A
verdade é que, numa democracia, o povo é soberano, ou seja, o povo faz as leis e a
lei, ou ainda melhor, a sociedade faz as suas instituições e a sua instituição é autônoma,
se auto institui.
Não basta criar mais leis, é preciso aplicar as que já estão nos diplomas legais,
fazer valer o princípio da isonomia, sem distinção de classe ou prerrogativa de função.
Dentro do senso comum 'jurídico' o vício pela corrupção e conveniências é natural.
O que nos restou foram as Instituições incomodas de um não direito. A "cultura"
jurídica autocrática em todos os tribunais de justiça está causando insegurança
jurídica com decisões arbitrárias.
7 O conceito de democracia passa pelo processo de transformações histórica tomando diversos sentidos, dentro
da experiência de mundo de cada indivíduo em sua época. O termo democracia é reapropriado pelo indivíduo
que que a transforma e confere um sentido a própria representação de si mesmo no mundo. Segundo Rosenfield
classifica a democracia em três tipos, a saber: Direta, representativa indireta. Direta. Uma representação social
defendida por indivíduos atomizados reunidos numa espécie de” massa” por líderes que se denominam
representantes do povo, como descreve a CRFB, que traz em seu Preâmbulo, “Nós representantes do povo...
” o que demonstra a atomização dos “representantes do povo”, e supressão do próprio poder do povo para
decidir sobre os assuntos essências do Estado. Representativa indireta. O projeto de uma democracia
indireta, exercida por representantes constituídos em diferentes poderes (...) em contraposição a ficção de uma
identidade total sociedade com o Estado (...) um governo com o povo, sem ambos se identifiquem atual e
praticamente. Ibid. pp.62-68.
Magistrados senhores, advogados escravos
Pode parecer petulância, mas a verdade é que o judiciário brasileiro tem muitos
senhores: a autoridade se perdeu com o autoritarismo. Não existe ética e moral, a
deontologia é mera visitante no cerne da atividade jurídica.
Não temos mais O DIREITO, mas DIREITOS: Os Direitos surgiram da
pretensa defesa de autoridade interpretativa, quer individual ou de um senso comum
autoritário. O judiciário criou facções, sub-grupos, tornou-se heterogêneo quanto órgão
funcional da justiça e direito. Os juristas são amantes da justiça e casados com a
corrupção: a justiça só é procurada para satisfazer suas paixões, vontades,
conveniências. A diversidade não pode ser justificada por um discurso invólucro às
múltiplas interpretações, por uma hermenêutica idealista encoberta pelas
conveniências. Há uma moral no Direito, como observou Kant há um 'mutatis
mutandis', " um estilo de grande senhor em Direito".
Eu sei que alguns atores políticos mudaram o discurso depois dos escândalos
de corrupções que envolveram seus aliados em 2017. Mas por quê mudaram? A
sociedade onde ações injustas, corruptas e desumanas são partes da cultura, só
resta queimar os diplomas legais. Ética da imoralidade. A verdade é que, quem
governa é o homem, e em qualquer Estado político, o caráter político é o principal
atributo para se governar. Os políticos corruptos desse país precisam de
Reorientação na Papuda! No Estado se é banido, deportado ou assassinado
quando se condena ou não tolera políticas "injustas". Na religião se excomunga pelo
"pecado de oposição aos dogmas e doutrinas".
Não se pode pensar diferente no mundo. Mesmo estando certos ou errados
somos forçados pelo egocentrismo e arrogância a não aceitar o contraditório, ainda
que este não seja contraditório. Eu acreditarei num Estado Laico depois que eu ver
as imagens de Buda, Shiva, Maomé, em qualquer ponto turístico deste país, assim
como Cristo Redentor! Se existe uma "Nova Direita", tem algo que ultrapassa os
limites de uma nefasta esquerda.
O que é política de fato? Hobbes, sintetiza a relação inter-humana: "Homo
homini lupus", e ainda, "Bellum omnium contra omnes", “O homem é o lobo do
homem" e ainda, "e a guerra de todos contra todos".
Por tudo se luta! Defende-se a cor, raça, sexo, status, ideia, crença e moral, mas
assassinam o principal, o amor.
Não é possível ouvir e falar diante de uma meta linguagem tão chula que se
manifesta com face de política. Os políticos precisam parar para ouvir o povo, e isso
não acontecerá nessas turnês pelo Brasil, não adianta insistir com o discurso de salvação
publica utópico para tentar seduzir os ignorantes que se ver tanto na direita como na
esquerda. O POVO PRECISA FALAR sobre questões importantes e extremamente
relevantes para o Brasil, permitir-se ser questionado e tirar a armadura do eu
ideológico ajuda no diálogo. O povo precisa de um divã, pois está sofrido, precisa ser
curado dos golpes deferidos pelos corruptos.
IDENTIDADE CULTURAL BRASILEIRA
Moralização e disciplina podem melhorar essa nação, todavia, o extremismo pode piorá-lo.
9 No que concerne ao emprego romano, o ponto essencial era sempre a conexão da cultura com a natureza;
cultura significava, originalmente, a agricultura, tida em alta conta em Roma em oposição às artes poéticas e de
fabrico. Cícero, em suas Tusculanas, l, 13, diz explicitamente que a mente assemelha-se a um terreno que não
pode ser produtivo sem cultivo adequado —- declarando a seguir: Cultura autem animi phisolophia est.
O Brasil só recebeu um nome de batismo, mas há 500 anos luta para ter uma
identidade. Tudo que o Brasil como nação e território tem para oferecer para o
mundo, obsta-se pela cultura da imoralidade que foi se construindo desde 1500, o
Brasil nasceu corrupto, o povo (índios) foi adotado e obrigados a assumirem uma
nova identidade, entre misturas culturais e raciais, o Brasil vai crescendo com uma
identidade mesclada multicultural.
É possível mudar, ainda há tempo? Sim! Vai levar décadas, talvez séculos, não
é para as primeiras gerações, mas é possível. A mudança radical, necessária, exige
vontade e renúncia do velho. Pegar toda bagagem, entulhos que foram jogados neste
país e extirpar da mente do povo. O Brasil precisa nascer de novo para receber uma
legítima identidade. Contudo, é perceptível que nem todos querem esta identidade, o
novo assusta, não aos que preservaram estratos de uma consciência moral e política
autônoma, não alienadora, manipuladora. Os senhores deste país conseguiram dopar
o povo com o ópio do bocado. Oprimiram o povo durantes décadas para torna-lo
subserviente e satisfeito com o pouco. As pessoas querem manter o status quo, elas
podem não ter nada, mas vivem como se tivessem, perderam a razão, o juízo de fato,
vivem num país de fantasia como se tudo fosse acontecer sem que elas movam um
dedo.
Por que falar sobre os movimentos político que estão influenciando a nossa
democracia? Não aparecem eles como sub-partidos? Qual é a importância de um
movimento revolucionário que não esteja amarrado ao sistema e organizações
políticas? Os movimentos políticos não institucionalizados aparecem como ação
criadora para as transformações sociais. Os institucionalizados são empresariados por
políticos que na verdade usam-no como sub-partidos, uma espécie de mini agencia de
emprego para militantes, onde a luta não pelo povo, mas sobretudo, pelos interesses
de seus coordenadores, que de forma direta ou indireta fazem de tudo para apoiar o
regime A ou B, o parlamentar C ou D.
O que estes líderes de movimentos entendem por ação política? Ação política é
tudo aquilo que tende à manutenção desta ordem e o sistema político é visto, não
como parte distinta e concreta do sistema social, mas mais como um aspecto funcional
de todo o sistema social: funções de conservação, de decisão e de direção dos negócios
políticos. O sistema político funciona por meio de grupos e de relações sociais, mas
não é necessário que elas sejam organizações de Governo ou estatais.
Assim como os cientistas políticos defendem que não podem ser entendidos
adequadamente os sistemas políticos das cidades ocidentais ou modernas se nos
limitarmos ao estudo das organizações formais de Governo, do mesmo modo os
antropólogos funcionalistas concluem que a ausência de tais organizações não pode
ser interpretada como ausência de instituições e de processos políticos.
A tendência dominante tinha sido, como diz L. A. Fallers (Bantu bureaucracy,
1956, p. 45), pensar que "a coisa política" dizia respeito não a instituições particulares
(e por instituições se entende aqui um modelo de comportamento que um grupo
considera justo e correto; uma norma de conduta), mas também a instituições
especiais e unidades concretas, em geral, aquelas a quem competia o uso legítimo da
força ou de sanções com o fim de manter a ordem social — o "Governo" ou o
"Estado".
Depois que passei usar a minha página social para promover o saber, levar o
conhecimento, sem monopolizar as pessoas, sem interferir em suas escolhas políticas,
apenas convidando a reflexão sobre a atual situação política do Brasil, um número
expressivo de pessoas começou a despertar o interesse para a política. Aos poucos
conseguimos com este trabalho criar o Movimento Eu Defendo Brasil, 10 mobilizando
cidadãos dos 27 Estados do Brasil para lutar em prol de uma nova democracia.
10 Eu defendo Brasil é um movimento revolucionário libertário que busca uma nova democracia,
debatendo temas que afetam nosso cotidiano, sempre com uma análise aprofundada visando entender quais
são as implicações dos eventos econômicos, políticos e sociais. Nasceu 2014 após amarga experiência social
vivida por seu coordenador Alessandro Moreno, (Professor Jose Alessandro). Deste então, o mesmo tem se
Contudo, concordamos em não institucionalizarmos o Movimento, pois, não
queremos cair nas mesmas armadilhas dos atuais movimentos do país. Autonomia
política e neutralidade para não ser um sub-partido transvestido de Movimento
Político. Eles lutam entre si, perdem o foco, porque não defendem o interesse do
povo, torcem pelo tropeço do outro, pensar diferente não motivo para conflito, pois,
o que está em jogo é o direito.
O número dos movimentos e grupos que entram em competição em um nível
inferior ao do Governo, eles são, numa certa medida, índices do grau de aceitação do
sistema — isto é, do acordo social e da mobilidade do próprio sistema, mesmo que
os aspectos desta competição e o nível de autonomia do Governo dos vários
movimentos e grupos apresentem índices mais seguros e mais valiosos como
avaliação da vitalidade e democraticidade do processo político.
comprometido a oferecer conteúdo de qualidade, opinião equilibrada e imparcial, baseada em fatos passíveis
de confirmação, além do conhecimento prático e teórico sobre direito, Estado -política e religião.
11 Ideologia designa o genus, ou a species diversamente definida, dos sistemas de crenças políticas: um conjunto
de ideias e de valores respeitantes à ordem pública e tendo como função orientar os comportamentos políticos
conflitos. É evidente que, movimentos e grupos políticos defendam diferentes
interesses e interfiram de forma direta na opinião pública, já que, não são partidos
políticos, podem usar todos os meios de comunicação para promoverem suas ideias,
plataformas, projetarem seus padrinhos mantenedores, numa pré-campanha “legal”,
pois, é apenas um movimento “a serviço da democracia”.12
Estamos num estágio em nosso país, que não vai demorar surgir o
PARTIDO DO NARCOTRÁFICO BRASILEIRO, isto porque as leis precisam
de leis que as fiscalizem. Se os políticos cometem crimes considerados hediondo,
saqueando os cofres públicos e sucateando as principais entidades bases do Estado,
matam em massa, mas não são punidos com rigor, pelo contrário, continuam a
atividade política com o dinheiro público, crime é crime, pena é pena, que diferença
faz?
coletivos. Umberto Bobbio classifica dois tipos de ideologias: No significado fraco, Ideologia é um conceito
neutro, que prescinde do caráter eventual e mistificante das crenças políticas. No significado forte, Ideologia é
um conceito negativo que denota precisamente o caráter mistificante de falsa consciência de uma crença
política. Op.cit, p. 584.
12Os movimentos de políticos, em sentido estrito, são organizações típicas dos sistemas democráticos, mas isto
não quer dizer que eles sejam, atualmente, inteiramente aceitos.
Se os partidos políticos não mudarem a maneira de fazerem política de
verdade, chegará um tempo que surgirá até os filiados pularão do barco. Os partidos
políticos não constituídos para serem cabides de emprego nem máquina para negociar
os interesses pessoais de seus presidentes, mas defender e lutar pela plataforma que
foi apresentada aos seus filiados.
A educação não é uma fórmula de escola, mas sim uma obra de vida. Célestin Freinet
Doutrinação ideológica
13
Daí provieram concepções que recebiam a denominação de "educacionismo", enquanto buscavam no fator
educacional o fim e o princípio da própria ação.
a fiscalização da entidade educacional e monitoramento da atividade docente no cerne
da atividade prática docente, e normas que definam o que poderá ser ou não
doutrinação, e, portanto, não é um veto ao saber cientifico e ideológico, mas a
alienação, manipulação, a coação moral do aluno.
Nisso, poder-se-á pensar no ensino religioso nas escolas públicas em caráter
confessional e catequético, já que o mesmo será facultativo, a doutrinação é alienação
não terá efeito incriminador. Somente com fiscalização de tal atividade e
monitoramento poderá resguardar a integridade de ambos, aluno e professor. Ou,
qualquer tese, dissertação, monografia que não seja plausível será justificada com
argumentos de perseguição a crença, ideologia de gênero ou política.
Por isso, a dialética neste ponto, trata do Escola Sem Partido, propondo que
a atividade do docente se legitime sob a ética e moral. Existem professores
autoritários, mas existem estudantes que levam suas crenças e ideologias para a
atividade acadêmica. Alguns tentam fazer em nome da fé o campus universitário ou
colegial de igreja, locais de culto. Se um professor ensina evolucionismo numa classe
onde a maioria dos alunos tenham a noção do criacionismo, o professor tem o dever
ético de permitir que seus alunos questionem sobre o tema, não lhes forçando a uma
“verdade” absoluta de A ou B.
Andar pelas ruas e perceber que somos estranhos na própria terra: a língua é a
mesma, mas não compreendemos o que o outro diz. Estuda-se idiomas para aprender
a cultura do estrangeiro e estabelecer relações diplomáticas, mas aqui, desaprende-se
a própria língua. Será que o Brasil não está sendo minado por culturas e abandonando
sua cultura tradicional?
Um ‘dever-ser’ e ‘vir-ser’
Corruptor e corrompido
Penso que, quando o povo luta por justiça e direito, há polifonia de interesses
individuais que expressam sob diferentes discursos. Perde-se a força! Democracia?
Poder do povo? Não! Se o povo perdeu a capacidade de resistir as tentações, de vencer
a contra moral, se vendem por pão e mortadela, tijolos, areia, manilhas, remédios,
favor imediato, onde foi parar o poder do povo?
Bem, pode-se questionar aos candidatos, por que eles gastam em campanhas,
por que negociam o voto do eleitor com favores imediatos, se na verdade o político
é pago pelo povo. Como um político pago pelo povo gasta tudo que pode para
assumir um cargo que é de "interesse do povo"? Apesar da grande responsabilidade
por que ganham altos salários, barganhar votos de projetos e livrar corrupto por
emenda?
Quem é mais corrupto, o político que oferece o dinheiro, ou o eleitor que
pede? Eis o dilema! É possível afirmar que as pequenas cidades do Brasil são as
maiores vítimas do negócio político: A legalidade da compra de voto. As cidades
pequenas dependem praticamente das emendas parlamentares e programas sociais
nacionais. Com o alto salário pago aos governantes, advindos dos encargos e impostos
recolhidos, e renda per capita do agronegócio ou fundição, pequenas "industrias", o
povo acaba sofrendo por falta de políticas públicas que requerem investimentos. Mas
como investir, de onde tirar?
Bem, dá para perceber que o próprio político cria o caos, vicia o eleitor,
porque, ao invés de se apresentar como alguém em busca o interesse do povo, busca
seu próprio interesse, visto que, política é um negócio, desde o momento em que o
candidato decide investir para alcançar um cargo público. Se um candidato gasta
numa campanha certo valor $$$$ para se eleger, por certo, sabe que em 4 anos poderá
ganhar por outros meios 10 vezes o valor do investimento, ISSO MESMO!
Um candidato investe 100 mil reais numa campanha para vereador, em que o
salário básico seja 7 mil, multiplicados por 48= 336, lucro 236 mil em 4 anos. Quando
o candidato faz uso do Fundo Partidário, ainda é pior, pois, o dinheiro que deveria
ser empregado em políticas públicas é usado para "manter diretórios" e candidaturas.
ISSO MESMO! Os candidatos usam o teu dinheiro recolhido pelo Estado através dos
impostos para financiar o candidato que vai "lutar por teus interesses", e ainda usa
este recurso para suprir a tua necessidade imediata negociando o voto.
Agora você não vota para ter direito a 4 anos de cuidados e garantias, mas para
pagar a luz, comprar o pão, o tijolo, etc. Candidatos e eleitores que negociam direitos
e poderes, são prostitutos da democracia e não podem reclamar direitos. Politicagem
se faz comprando voto, negociando cargos, tapando buracos. Pergunte aos cabos
eleitorais desses políticos que contribuição deram para o Estado, quais os projetos
sociais e iniciativas comunitárias tiveram, a não ser, a cada 4 anos quando aparecem
fazendo resenha comprando os jovens com churrasco e cerveja?
O povo quer o seu mito, vaidade. O eleitor negocia o voto pela veneração da
imagem, perdeu-se a razão, (Insanidade Política). O povo é movido pelo poder das
imagens, e não pelo poder da razão. Quem decide as eleições – e a democracia- são
os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz
as imagens mais sedutoras.
Se podemos falar que conceitos e valores morais não são observáveis diante do
politicamente correto, então, viremos o tabuleiro desse paradoxo conceito da
subjetividade moral. Se o politicamente correto visa estabelecer a equidade e valorar
a objetividade da moral, nada mais nos resta a observar, visto que, o valor que é
conferido pela coletividade à uma regra ou norma moral, nesse sentido, o correto
poderá não ser politicamente correto. Regras, princípios, normas, leis, e valores
perdem qualquer sentido e significância porque o politicamente correto e a moral é
antinomia na vida.
Portanto, no que tange a ações políticas, qualquer conduta que suprima valores
estimáveis pela consciência individual a favor de um bem comum, é esta politicamente
correta, não devendo se importar com o senso comum e com a consciência moral.
Isto foi evidenciado na cassação da Dilma e do Temer em 2017, em decorrência das
acusações contra ambos.
Acredito que não seja possível mudar a real conjuntura da política em geral. Mas
propor o diálogo sobre a ética e moral como paradigmas norteadores de um Estado
que não é estático poderá desacelerar o desencadeamento social que estamos
vivenciando na política brasileira. O ajuntamento de padrões é o motivo das recessões
e conflitos sociais, isso significa desintegração do homem, e, portanto, do Estado.
O Estado não estático, logo, as pessoas também não são, pessoas mudam.
Então, o que nos resta é o exercício da ética e moral, de um lado o eleitor, do outro,
o político, ambos no movimento da práxis sensus communis, e assim alcançar o que
é justo. Com efeito, se o limiar teórico entre ética e política, em determinado momento
delimita meridiana nitidez, noutros, porém, essa dicotomia parece esbater-se numa
ontologia integradora dos diferentes níveis da realidade humana, muito longe,
portanto, do propósito taxinómico de tipificar e classificar aquilo que, no fim de
contas, se adensa nos complexos vínculos de entrelaçamento da vida prática (bios
praktikos).
Intolerância ideológica-política
Enquanto a ética está firmada nas ações e percepção do valor, a moral é o valor,
é a norma estabelecida sob mútuo consentimento entre os homens, deste modo, a
ética é a força“espiritual” para ser moral, está à ética ligada a nossas ações. Somos
inter-humanos, se guerreamos contra nosso semelhante o destino final é
iminente. Nossa luta não é contra o outro, mas contra seus atos: não é preciso
derramar sangue, nem arremessar ovos, ou ofender, como um ato defesa. Revolução
é um inserir-se no Estado, de forma ordeira, ética e respeitosa, compreendendo que
todas as ações se concretizam no TU.
Uma revolução atirando ovos não é revolução
Um joga ovo, o outro oferece capim, um diz que não estupra por questões
fisionômicas, a outra quer redenção com sangue. A linguagem político ideológica
está revolucionando a "democracia". Se jogar o ovo, tomate, oferecer capim, já
são considerados um fenômeno dessa meta linguagem, justificada sob premissas de
livre manifestação, em que se suprime a moral, o direito, a dignidade, a honra, salve a
anarquia ou manicômio para todos.
Uma revolução estereotipada com conduta aversiva a ordem moral e bom senso,
é, na verdade, uma rebelião contra a ordem e a paz pública. A verdadeira revolução
começa de dentro para fora, é a metanóia, mudança de mente, abertura de ideias,
comprometimento moral diante da realidade da coisa. Toda manifestação de
indignação contra sentimento e ação aversivos, não expressa de maneira ética e com
ações justas reparadoras, é mais aversiva que a própria indignação.
O que significa ser cristão? O que assegura a CRFB 1988? Um Estado cristão
sem moral? A existência de um Ser Superior é aceita por todas as religiões. As
religiões, basicamente, divergem na forma de se encontrar Deus, escolhendo os
próprios caminhos. Portanto, concluo que o Estado Brasileiro não pode escolher
aleatoriamente um caminho, não enquanto o Estado for democrático e de
Direito, ainda que não seja de fato, é fato por constituição normativa separado
da religião. Que o lado "espiritual" do povo deve ser respeitado, estimulado e
protegido não há dúvida. Portanto, o que não se pode fazer é optar por uma religião
em detrimento de outras, por mais que esta seja expressivamente maior. Se é inegável
a tradição cristã do povo brasileiro, também é inegável o crescimento de outras
religiões que consideram a existência de crucifixos e imagens de santos uma
"abominação".
14
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti, Comentários à Constituição de 1967..., ob. cit., v. 5, p.
133-135.
É difícil, hoje, precisar numericamente qual é a religião majoritária simplesmente
por confissão da crença em Deus ou em Jesus, salvo, o cristianismo protestantistas que
é fragmentado em si mesmo.15 O que se pode afirmar, sem qualquer dúvida, é que
existe uma parcela considerável da população que não segue mais a religião católica
apostólica romana, e outra mescla-se no denominacionalismo e se afasta muito quanto as
práticas e ordem de fé doutrinária e teológica.
15
SORIANO, Ramón. Las liberdades públicas. Madri: Tecnos, 1990. p. 76.
16 É conveniente que se traga à colação do preleciona PONTES DE MIRANDA sobre o tema: "Os inícios da
liberdade religiosa foram simples armistícios, ou tratados de paz, entre duas religiões interessadas em cessar,
por algum tempo, a luta. Depois, admitiram-se mais uma ou duas ou as mais conhecidas. Não só: onde uma
preponderava, não abria mão do seu prestígio; tolerava as outras. Era a chamada religião "dominante". Em vez
de se falar de liberdade religiosa, falava-se de tolerância religiosa, espírito de tolerância e outros conceitos
semelhantes. Em 1789, MIRABEAU e TOMAS PAINE puseram o dedo na chaga. Zurziram as idéias de
religião "dominante" e de "tolerância". O último foi assaz claro e feliz: "A tolerância" dizia ele, no estudo sobre
os Direitos do Homem, "não é o oposto à intolerância, mas a sua falsificação. Ambas são despotismos. Uma
se atribuiu a si mesma o direito de impedir a liberdade de consciência, e outra, o de autorizá-la". A "tolerância"
era resto de pensamento despótico." (ob. cit., p. 121-122).
17 MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional: direitos fundamentais. Coimbra: Coimbra Editora,
1988. v. 4, p. 348.
A UTOPIA DA SEPARAÇÃO ENTRE ESTADO E RELIGIÃO
O Estado não depende do cristianismo como sistema de interações sociais, mas, sobretudo, como
representação de organizações que viabilizem a sustentação do poder, Estado/religião.
Este certamente é o capítulo mais longo dos meus fragmentos, haja vista que, é
o tema de nossa interconexão. Se de males a pior, a política mundial sempre foi
conduza pela participação direta do Estado Civil, representado pelas religião judaico-
cristã. Os sangrentos conflitos que marcaram a história tiveram como estopim as
questões relacionadas a fé judaica e cristã, ao modus operandis e status quo de ambas
religiões, judaísmo e cristianismo-catolicismo e protestantismo.
Tantos conflitos sociais que podem ser legislados para assegurar o direito e a ordem, os efeitos
do ópio se apresentam, no PL, Dia Nacional do Perdão.
Sujeitar os homens a um padrão de vida que sustente, sobretudo, a burguesia 18
do Estado Político e do alto clero, oferecendo a maioria apenas o que sobra do todo,
isto é, nada. A ordem pública é um conjunto de normas essenciais à convivência
nacional, logo, não comporta classificação em ordem interna e internacional, mas tão
somente a de cada Estado. Destarte, é o conjunto de condições essenciais a uma vida
social conveniente, fundamentado na segurança das pessoas e bens, na saúde e na
tranquilidade pública.19
O perigo do autoritarismo
18 Burguesia, entende-se a camada social intermediária, entre a aristocracia e a nobreza, detentoras hereditárias
do poder e da riqueza econômica, e o proletariado, composto de assalariados ou mais genericamente de
trabalhadores manuais (as gramscianas "classes subalternas"). Dicionário de política, 1983, p. 119. EDITORA
UnB/ Brasília DF.
19 DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico, p. 522.
Certamente que alguns se reportarão ao Século III como Diocleciano e IV
Século com Constantino logo após o fascismo, iniciado com a farsa de sua conversão
ao cristianismo, cuja finalidade primeira era seduzir os judeus e judaizantes de que ele
havia recebido “uma missão de Deus”, e como líder promoveria a união entre as
diferentes religiões do Império Romano, desde que, o cristianismo fosse a
RELIGIÃO OFICIAL.
Este livro não tem por objetivo traçar o pano de fundo histórico Religião-
Estado até a pós –modernidade, os dias atuais, mas, lembrar o que é de relevante
sobre a questão do autoritarismo, fascismo, ateísmo, anti-semitismo, que estão
intrinsecamente ligados, conexões e interfaces direito-religião e política na história das
lutas de classes e grandes revoluções. Uma coisa é certa. O mito conspiratório
antissemita deve ser encarado como uma forma articulada de minimizar a
responsabilidade dos que planejaram os golpes da história, em especial 1938-1964 do
governo brasileiro. A mentalidade antissemita tradicional, além disso, não foi
completamente extirpada.
Anticlericalismo pacífico
20Dicionário de política, 1983, p. 33. EDITORA UnB/ Brasília DF. Cf.: SlLVANO BELLIGNI, “Anti-
semitismo é por isso, durante toda a alta Idade Média, pouco difuso: algum episódio é gerado pelo desejo dos
nobres se apoderarem das riquezas dos hebreus e de algumas outras circunstâncias ocasionais”.
O Anticlericalismo ateísta também deve ser combatido em qualquer Estado
democrático de direito. Ninguém é obrigado a crer, mas não respeitar a crença, os
símbolos sagrados, cultos e práticas religiosas é também contra a consciência moral e
sentimento religioso é pública que nasce no bojo das experiências pessoais e sociais
de cada indivíduo.
Não, este Anticlericalismo deísta dos liberais agnóstico e dos ateus democratas
não radicais é um movimento de controle e oposição aos exageros, autoritarismo e
totalitarismo que tenta controlar e impor um modelo escravocrata num Estado
democrático de direito. Entretanto, o Anticlericalismo aberto e combativamente ateu
dos anarquistas e dos socialistas deve ser extirpado do Estado, quer pelo Estado
Político ou Estado Civil, ou que surja uma nova vertente, o Antiateísmo que faça
silenciar a voz do Anticlericalismo ateu radical dos anarquistas socialistas e
comunistas.21
O critério para considerar algo ofensivo aos bons costumes deverá basear-se em
fatos, ou seja, avaliar o grau médio de moralidade, civilização e desenvolvimento da
legislação do povo: Ofender os bons costumes constitui um ultraje à existência
independente de um grupo, cujo legitimo e natural interesse de viver e desenvolver-
se segundo as condições que lhe são próprias, e prevalente.22 Essa questão não é tão
simples, na medida em que pode ser extremamente complicado definir o que
desrespeitoso ou não. Mas, imagine um pequeno grupo de religiosos ou não sendo
coagidos a arrumarem as malas só porque pensam ou creem diferente do grupo
"majoritário"?
21 A intolerância é uma resposta defensiva contra a intolerância que se instaura contra a ordem pública,
consciência de valores morais construídos e preservados historicamente por uma sociedade. Intolerância contra
Intolerância, é justiça que faz cessar o mal, não o ódio contra o mal. O que defendo é que se esgote todas as
possibilidades de diálogo com qualquer movimento ou sistema que afete a ordem e paz pública, não havendo
possibilidades crie-se medidas que possam garantir e proteger os direitos da maioria. Salienta-se ainda que, “um
Anticlericalismo de origem protestante, relacionado com as lutas pela laicidade do Estado, e um
Anticlericalismo católico de esquerda e de direita. O Anticlericalismo foi também característica da aristocracia
no ANCIEN RÉGIME e se difundiu largamente no meio da burguesia, após a Revolução Francesa e as
revoluções do século XIX, e depois no meio da classe operária, enquanto, entre o fim do século XX, uma parte
da burguesia se reaproximava da Igreja e da religião”. (Cf. Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco
Pasquino; Dicionário de política, 1983, p. 33. EDITORA UnB/ Brasília DF.
22 Ibid. 516
Mesmo que este grupo seja estrangeiro, a CRFB não assegura a isonomia que
alcança os estrangeiros garantido a mesma liberdade? Seja tal grupo, espirita,
mulçumano, budista, afro-religioso, os mesclas do próprio cristianismo supersticioso,
pode ser ofendido, menosprezado, confrontado, só porque não concorda ou
compactua com outras crenças ou ideologias?
Intolerância religiosa
Deus nem diabo destruirão o mundo, o ser humano fará isso, poupando-lhes o
trabalho.
Não foram poucos os filósofos, monges, teólogos, humanistas etc; que tentaram
dialogar sobre as diferenças dentro do Estado: religião, política, liberdade, economia,
sempre causaram e causarão conflitos, por mais imparcial que seja o indivíduo, o
homem não nega sua convicção, o indivíduo está errado num ponto ou outro, há
sempre um porém. Nosso ceticismo é o problema do outro, a crença do outro
incomoda o nosso ceticismo.
Intolerância é uma maneira apenas hipócrita de dizermos; não mexe com minha liberdade e eu
não mexo com a tua. Mas no final, somos intolerantes com a nossa própria maneira de ser e
viver.
"Sem poder obrigar ninguém a crer neles, pode banir do Estado todos os que
neles não acreditarem, pode bani-los não como ímpios, mas como insociáveis,
como incapazes de amar sinceramente as leis, a justiça, e de imolar, sempre que
necessário, sua vida a seu dever". 23
23ROUSSEAU, J. - J. Do Contrato Social. Coleção Os Pensadores. Tradução de Lourdes Santos Machado. São
Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 150; O.C., Gallimard, v. III, p. 468.)
Ao ler essa declaração, pode-se questionar: como não ser intolerante, se
defendemos nossas convicções como parte de nós? As vezes chego a pensar a
intolerância com parte do ser, entranhada a natureza do indivíduo, e não um
comportamento apenas. Veja que cito um pensador que muito lutou para sanar a
questão da intolerância, mas como percebemos por uma leitura analítica, Rousseau
reconhecia que não era possível fazer com que alguém creia nos dogmas positivos, o
que parece compreensível, pois alguém pode comportar-se como quem crê,
cumprindo todos os ritos públicos, mas, em sua consciência não crer ou sinceramente
duvidar da existência de um Ser supremo ou mesmo do valor dos ritos e cultos, tal
como o Vigário de Savóia. A tolerância que se pretende é um amordaçar da crítica,
rejeição, direito de não crer ou crer em algo, mas a impunidade, julgamento,
condenação pelo Estado civil, as próprias regras que visam regular as determinações
de se crer e de deve-ser.
Agora, se pode ver com muita clareza que O CRISTIANISMO por suas
representações e sistema, consegue assumir o poder, o que, na Antiguidade foi
possível, assim, a intolerância ao direito do homem de não crer é violado diante do
sofisma e discurso retórico e proselista persistente dentro de um Estado laico. Logo,
é o Estado em si intolerante, ou próprio cristianismo por suas representações assume
o controle do Estado? Rousseau acusou com toda razão o cristianismo de ser
intolerante no contexto de suas representações.
Somos regidos por um Direito, mas o canônico? Não. A moral não é vista pelo
cristianismo com um elemento contratual entre os homens em cada cultura, de modo
que relativizar ou subjetivar o conceito de moral, mas afirmar que sua fonte primária
não é a Bíblia, o cânon sagrado, mas a própria sociedade.
Com uma mentalidade que vê como natural que a mulher fique por baixo e o homem,
por cima, não se pode esperar que a maioria dos brasileiros e das brasileiras conceba e execute
as relações de gênero na forma de “contrato de parceria”24 ou de “relacionamento puro”. É
muito improvável que, na vida cotidiana da maioria das mulheres brasileiras, o poder
patriarcal tenha se enfraquecido, mesmo que, a partir da Constituição Federal de 1988, a
legislação tenha sido alterada em benefício delas.
24GIDDENS, Anthony. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002. p.86-99 e
1993, p. 59-75.
Após os 18 viverá como tantos outros a mercê das mazelas do Estado, ou será
agenciado pelo estado paralelo, afinal, a culpa “não é do Estado”, mas de Deus, ele
predestinou que uma mulher sofresse estupro para trazer ao mundo o DOM DA
VIDA. Para alguns as essas premissas são de mentalidades comunistas,
esquerdistas ou coisas do gênero, mas não são: pensa-se em um caso concreto
especifico, o da mulher vítima de violência sexual, detentora de direito individual,
fundamental e de propriedade ante a norma incriminadora com excludente da pena.
Sendo assim, a religião não pode interferir num direito e Direito, para defender um
DIREITO DE UM NÃO DIREITO a favor de ideologias e teologia moral.
25 Assim como a igreja pode está condenando o aborto, o fiel pode estar apoiando partidos liberais e
progressistas, políticos evangélicos e líderes religiosos lavando dinheiro, desviando verbas, cometendo
assassinato em massa, protegem o fruto de um ato brutal em defesa da crença, mas matam milhões nas filas
dos hospitais, INSS, etc. estado- religião, qual é a solução?
As práticas religiosas dos fiéis se diversificaram e autonomizaram das igrejas e
dos rituais e as crenças religiosas correm por outros caminhos, muito distintos e
separados daqueles da ideologia ou das opções políticas.26
Por mais que o ensino religioso seja facultativo, mesmo sendo oferecido de
modo confessional, isto é, catequético, e também aberto a “todas as religiões”, é
evidente que há aqui a inconstitucionalidade. Seria exaustivo demais citar as normas
constitucionais, jurisprudências e tratados, se posso resumir de forma bem clara e
objetiva. Se o Estado “não pode” manter diretamente relação com ordens religiosas
e seus representantes, fica claro, que não se trata de separação, mas de buscarem um
fim econômico. Contudo, sabe-se que o projeto que implementa o ensino religioso
traz em seu bojo que: os professores devem pertencer a uma ordem religiosa ou entidade que ateste
sua idoneidade; consta ainda que; os mesmos deverão prestar concurso público para garantirem a
admissão. Mas, o mais importante e absurdo é, serão remunerados pelo estado, isto é,
receberão o salário compatível a profissão para ensinarem nas escolas da rede pública
as crenças, doutrinas, cismas, história, e mitos de suas respectivas religiões.27
26 A política democrática é a forma como se resolvem os conflitos de interesses através da negociação, da deliberação e do compromisso.
As instituições religiosas que reclamam a verdade absoluta e divina têm dificuldades para esse tipo
de compromissos, dado que elas colocam em perigo seus próprios princípios.
27A Constituição de 1988 optou claramente laico, quando afirma no Título III – Da Organização do Estado,
Capítulo I – Da Organização Político-Administrativa, Artigo 19: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança,
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
, são anistiadas de tributos e encargos, isso é mais que suficiente para provar que,
“manter relação ou aliança”, é unir-se para estabelecer um projeto de interesse
recíproco. O ensino religioso nas escolas das redes públicas.
Por que o Estado não fez um referendo para saber o que a população de
maioria cristã pensa? Certamente que isso não seria aprovado! Cada família é
construtora de suas próprias experiências e crenças. As religiões dentro do Estado já
cumprem com esta missão disseminar suas crenças. O fazem livremente sem qualquer
embaraço. As escolas da rede pública poderiam receber mais investimentos ao invés
de professores de teologia, religião, mesmo sendo facultativo. Se o Estado fizer um
senso e perguntar aos alunos o que eles querem na escola, entre três várias opções, as
quais listo abaixo, o que eles escolherão?
Isso afeta a doutrina da fé cristã, uma vez que, o fundador da religião cristão é
Jesus (Pedro). Segundo Maquiavel, a essência da religião não é importante, mas sim
sua função e importância para a vida coletiva, aqui se observa a forma de religião
estática. É por meio da religião que se constrói as bases sólidas da sociedade e se
estabelece as regras políticas a partir dos textos bíblicos e tradições. Essa norma
coletiva pode assumir tanto o aspecto coercivo exterior da disciplina militar ou da
autoridade política quanto o caráter persuasivo interior da educação moral e cívica
para a produção do consenso coletivo. Ou seja, Maquiavel analisa a religião nos
aspectos dos seus efeitos práticos, pela capacidade de a religião gerar no indivíduo a
resposta prática conversiva, temor e amor: a coercibilidade dos ensinamentos, da
mensagem, kerigma, se fundem as reais intenções dos doutrinadores, coercibilidade
pura e coação profana, fazem com que o homem se volte “voluntariamente” para a
mensagem objetiva proclamada. Assim, pelas características metodologícas e naturais,
para Maquiavel a religião é uma criação humana, cuja finalidade é, submeter aos
homens a um juízo de “bem comum”. Maquiavel inicia a análise do fenômeno
constitutivo da religião, se reportando a história antiga de Roma.
Embora Roma tenha sido fundada por Rômulo e se reconheça como filhas suas
o nascimento e a educação, os céus, julgando que as leis (ordini) de Rômulo não
bastavam para tanto império, inspiraram o senado romano para que elegesse
Numa Pompílio como sucessor de Rômulo, de modo que as coisas que este
deixou de lado foram reguladas por Numa. Este, encontrando um povo
ferocíssimo e querendo reduzi-lo à obediência civil com as artes da paz, recorreu
à religião como elemento imprescindível para manter a vida civil (civilità ) e a
constituiu de modo que, por muitos séculos, não havia tanto temor a Deus como
naquela república, o que facilitou todos os empreendimentos que o senado ou os
grandes homens de Roma planejaram levar a cabo (Discorsi I,
28 Segundo IDA REGALIA, o liberalismo, nas suas múltiplas tendências, lutou fortemente contra a Igreja e o
catolicismo porque estes apareciam estruturalmente ligados à velha sociedade aristocrática do ANCIEN
RÉGIME. O movimento democrático e radical atacou, em geral, a religião na sua luta pela soberania popular
e por uma sociedade baseada na igualdade e na justiça. O anarquismo conduziu uma luta aberta e direta contra
a religião e contra a Igreja, considerada o apoio e a consagração do autoritarismo do Estado. Dicionário de
Política., Op. Cit., p. 68.
29
O adjetivo "autoritário" e o substantivo Autoritarismo, que dele deriva, empregam-se especificamente em
três contextos: a estrutura dos sistemas políticos, as disposições psicológicas a respeito do poder e as ideologias
políticas. Na tipologia dos sistemas políticos, são chamados de autoritários os regimes que privilegiam a
autoridade governamental e diminuem de forma mais ou menos radical o consenso, concentrando o poder
político nas mãos de uma só pessoa ou de um só órgão e colocando em posição secundária as instituições
representativas. (Ibid, p.94.)
O antagonismo entre sociedade civil e Estado, conforme, (PROGREBINSCHI,
1997, p. 294), encontra-se na base crítica de uma formula jurídica: o contrato social.
O principal fundamento desse contrato social é a separação entre o social e político,
entre o homem e cidadão. Hoje ( 2017) é possível ver mais claramente que a razão
de se ter lutado pela verdadeira democracia , aquela que não requer uma fundação
jurídica, não consensual, não institucional da sociedade. Isto é, requer um conceito de
democracia “que se situe em posição de antagonismo com o Estado para encontrar
seu lugar e expressão em uma associação humana que rejeite toda forma de mediação
entre o homem e sua liberdade”. 30 Todos estes movimentos frequentemente se
apresentaram como portadores de valores alternativos no que diz respeito à religião,
de uma nova concepção do mundo e da vida, de uma nova moral.
30PROGREBINSCHI, Thamy, O Enigma do Político, Marx contra a Política Moderna, 2009, p.294. Editora
Civilização Brasileira/RJ-Brasil.
direito. Por isso, diz-se, o direito é a forma de socialização dos sujeitos, garantindo
uma ilusória visão de que os homens se relacionam livremente e igualmente.
Homossexualidade e a Religião
O homossexual quando vai para igreja não tem o seu direito e liberdade de
escolha e opção sexual respeitado. Ora, a justificativa é que a igreja se orienta
primeiramente pela Bíblia, teologia moral, depois por seu estatuto. Acontece que, o
homossexual e achocalhado, exorcizado, vilipendiado, aterrorizado por um discurso
teológico coercivo que propõe ao indivíduo duas escolhas: céu ou inferno, porque na
religião existe um padrão, existe um senso comum da tradição. Já que a religião cristã
é estática por um conjunto de princípios e valores morais que são as bases da
sociedade cristã não há espaço na comunidade se o homossexual não abandonar
comportamento homossexual.
Para que ele participe efetivamente de qualquer atividade é necessário que deixe
a vida de promiscuidade, o sentir-se-á excluído, e assim, procurará um grupo que
possa o acolher. É evidente que a religião cristã jamais abrirá qualquer espaço que
possibilite a mínima possibilidade de aceitação desse indivíduo na comunidade, se ele
não aceitar a exigências normativas da religião. Assim, se justifica a não intolerância
já que, a religião não ataca o direito de o indivíduo ter a sua opção sexual, mas apenas,
restringe sua participação na comunhão.
É claro que o docente tem que respeitar tais convicções, mas convicções são
ideias, mas, ideias não podem ser criticadas? Criticar ideias, crenças ou mesmo valores,
é intolerância? Os juristas fazem isso, professores, pós-graduandos, teses e antíteses
são opostas, assim como moral e politicamente correto.
A arte do ridículo
31 Ressignificação é o método utilizado em neurolinguística para fazer com que pessoas possam atribuir novo
significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo.
estético autônomo próprio, suscetível de múltiplas interpretações, não havendo
normatividade nem no sujeito , tampouco no objeto. Para Betti, o homem possui um
instinto em entender as formas significativas que intermedeiam relação-inter-humana
com os outros:
“Nada é mais importante para o homem do que viver em compreensão mútua com seus
semelhantes. Nada apela tanto para sua compreensão quanto os vestígios perdidos do
homem que tornaram a vir à luz e lhes são dirigidos. Sempre que entramos em contato com
as formas significativas (sinnhaltige Formen) por meio das quais uma outra mente se nos
dirige, encontramos nossas capacidades interpretativas ansiosas por ficar a saber o sentido
contido nessas formas. Do discurso efêmero aos documentos duradouros e restos
silenciosos, da escrita aos chiffres e símbolos artísticos, da linguagem articulada à
representação figurativa e musical [...] em suma, sempre que algo da mente de um Outro
acerca-se de nós há um desafio à nossa capacidade de compreender proveniente da
esperança da revelação”32
32 E. BETTI, “A hermenêutica como metodologia geral das Geisteswissenschaft”. In: J. BLEICHER, Hermenêutica contemporânea, p.
80.
(agora) totalidade dilacerada e conflitual, autocontestação da sociedade; o interior da
sociedade se torna seu exterior, significando uma auto-relativização da sociedade, o
distanciamento e a crítica (nos fatos e nos atos) do instituído” (CASTORIADIS, 2000,
p. 187).
33A discursão sobre a liberdade segundo a CRFB, deve passar por uma análise mais acurada para que se possa
processar de forma mais efetiva a delimitação de parâmetros objetivos ao mecanismo de reconstrução da relação
social. A participação ativa do sujeito compreende o sentido e os mecanismos da economia, da sociedade, da
política, da cultura, da história, defendendo-se das crenças, das ideologias, da manipulação e dos populismos.
esse objetivo, deste modo, ignora culturas, credos, leis, costumes, que precedem a
própria teologia moral construída posteriormente. A religião que emerge de tal
teologia não integra interpelações da história.
34 Direito, cultura e religião [recurso eletrônico] conexões e interfaces / Noli Bernardo Hahn, Kathlen Luana
de Oliveira, Iuri Andréas Reblin (organizadores). – São Leopoldo : EST ; Santo Ângelo : FuRI, 2014. 25 p.
(Direito, Cultura e Religião; v.1)
35 Penso na autotutela, no direito dos agentes de segurança pública que matarem em defesa de terceiro de si
próprios, mas são punidos pelo Estado; da mulher vítima de estupro que é manipulada a carregar no ventre o
fruto de ato brutal em defesa de convicções teológicas da religião cristã, mesmo assegurado a excludente de
pena do Artigo 128, II do CP, sobre, Aborto Humanitário, há ainda a supressão do direito e garantias da
mulher de abortar.
vida historicamente. 36 É aqui, no presente histórico que podemos compreender o
nosso mundo e modo de ser e existir.
A teologia da desigualdade
São as inquietações da alma humana, que fazem seus leitores se debruçarem nas
páginas da Bíblia a procura de tais questionamentos em qualquer época da história. A
Igreja sustenta que o kerigma da Bíblia é Deus em busca do homem, mas o homem
não apenas procura por Deus, como O projeta, resultado de suas descobertas e
experiências pessoais.
O homem branco nos disse: Vamos orar. Depois da oração, o homem branco
tinha a terra e tivemos a Bíblia”. Mas a teologia central da Bíblia, que é salvação, não
36Em hipótese alguma tem-se a intenção e pretensão de suprimir ou reduzir a vida, seja, na facticidade histórica,
aquela que traz a consciência do existir e ser, não apenas ontológica tão pouco aquela que segue o curso natural
de mobilidade físico-biológica, percebida pelo ente na facticidade histórica diante da consciência moral, o
nascituro, "vir-ser", o maior de todos os dons gerados pela própria Vida. Preocupa-se, todavia, com aquele
ente, aqui e agora, o ser histórico, que é capaz de construir e mudar o curso da história: o ser humano vítima
dos atos desumanos de seu ente humano, aquele que vê a vida esvaindo-se, não por um curso natural, mas
causal.
apenas eterna, mas aquela que devolve ao homem os seus direitos mais fundamentais,
como o viver bem? Certamente essa questão será confrontada com a “teologia da
desgraça”, do sofrimento permissivo!
Na política brasileira algo ficou muito claro em cada decisão e discurso dos
políticos no Congresso Nacional. Mas que apresentar propostas solúveis para revolver
o problema do país, combater o comunismo e socialismo é sem sombra de dúvida o
maior desafio da “direita”, não importa como isso será feito, mas tem que ser feito,
ainda que os direitos do povo, princípios morais e de justiça sejam deixados de lado
e se justifique tais medidas e decisões sob a ÉTICA DA IMORALIDADE, o
politicamente correto da direita fascista, ou mera conveniência. Se o Anticomunismo
é, pois, difícil de definir no plano ideológico, no plano mais especificamente político
é entendido como convicção de que não é possível a aliança estratégica, para além de
possíveis momentos táticos, com os partidos e os Estados comunistas.
Consequências do Abstencionismo
Uma frase que declarada pelo filósofo italiano Umberto Eco chamou a atenção
da sociedade global, e, os filósofos da psicologização não perderam tempo para
comentarem e acrescentarem suas opiniões sobre sociais. Para Umberto Eco “as redes
sociais dão o direito à palavra a uma "legião de imbecis" que antes falavam apenas em
um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”.... Bem, é
evidente que os usuários de todas as classes sociais se sentiram ofendidos, mesmo
aqueles que não sejam “imbecis” como supôs o filósofo.
Como disse o apóstolo São Paulo, numa era sem internet: “Há, por exemplo, tanta
espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação”. 37(1 Cor. 14:10 ACF), Se Paulo
já compreendia a dimensão da comunicação numa época sem tecnologia de ponta,
onde o índice de iletrados era 90%, isto é, a maioria não sabia ler ou escrever, algo
possível para as classes mais nobres e aristocratas, o que ele diria hoje com a internet?
A meta linguagem percebida Paulo revela o quanto não podemos ignorar nenhum
discurso no mundo, mesmo os disseminados pela internet.
37 O termo empregado é φωνων, [Fri] φωνή, ῆς, ἡ como a produção de um som, feito para transmitir
significado; (1) produzido através da garganta de criaturas vivas; (a) geralmente do homem e seres sobrenaturais
voz, fala, enunciação (MT 27.46; JN 5.37); idiomáticamente ἐπαίρειν φωνήν literalmente, eleva a voz, ou seja,
fala alto, grita (LU 11.27); (b) como o que está sendo expresso especificamente através da fala, como um
protesto (AC 19.34), declaração (solene) (2P 1.17), chorar (MK 15.37), mensagem (AC 13.27), lamentação (MT
2.18); (c) da fala, como característica da linguagem dos seres humanos (1C 14.10); (d) como os vários gritos e
sons feitos por animais e aves; (2), produzido por coisas inanimadas som, tom, ruído, traduzido de acordo com
a fonte: como uma reverberação, estrondo de trovão (RV 6.1), som, rugido de águas (RV 1.15b), precipitação
de asas (RV 9.9a ), rugas de rodas de carruagem (RV 9.9b), moagem de moinhos (RV 18.22b), melodia de
instrumentos musicais (1C 14.7), sinal de uma trombeta (1C 14.8), corrida de vento (JN 3.8)φωνή N-NF-S φωνή.
Cf. Friberg, Analytical Greek Lexicon Bible Works 10.
eles são treinados para fazerem com que as pessoas entendam (ou por bem, ou por
mal) que o sistema é “bom”; daí o equívoco desta classe: eles acham que são os
senhores do sistema quando na verdade são uma espécie mais evoluída de escravos.
Políticos, sociais, culturais, religiosos e etc. Todo sistema impõe limites e todo
limite impede as pessoas de saberem o verdadeiro objetivo de estarem executando
certas atividades; é como acontecia nestes imensos transatlânticos movidos à lenha:
havia lá dentro três classes de pessoas: “os que sabiam para aonde iriam”, sabiam o
trajeto e o que iriam fazer quando chegassem, ou seja, tinham um objetivo. “Os que
não se importavam para aonde estavam indo”, simplesmente queriam tirar algum tipo
de proveito daquela situação, obter lucro; para estes o começo nem o fim importam,
mas sim, o que se pode ganhar ou perder no meio da viagem, os atuais filósofos do
Brasil são estes, que não se importam, mas o que podem ganhar com a situação. Em
ensaio filosófico David Belato,38 caracterizou esta classe de escravos de primeiro grau
como:
“Os que não sabem para aonde vão, e nem sabem o que estão fazendo ali”. Estes
são os que trabalham duro para o navio se deslocar, não sabem o objetivo da
viajem, não sabem quando terá fim a viajem e não pensam em lucrar nada com a
viajem (pois não vêem possibilidade disso), se preocupam apenas com o que lhes
diz respeito ao sofrimento (o calor extremo das fornalhas do navio) e ao “prazer”
(quando lhes é dado a ração como pagamento do trabalho), e, tentar no meio
disto tudo dizer que: “valeu a pena” e esboçar um sorriso. São os que se
Por isso, um discurso não pode ter a sua verdade garantida por outro discurso,
nem por sua capacidade persuasiva, mas apenas na discriminação (krinein) dos fatos.
E a sua credibilidade está antes no fato de ele ser verdadeiro do que falso, mas
supostamente persuasivo. Do exposto podo-se aduzir que a verdade, do ponto vista
da moral, é práxis, ou seja, o valor do discurso moral se fundamenta nos fatos
percebidos. É materialidade moral percebida no sujeito que legitima o discurso
VERDADEIRO.Caso contrário, os discursos morais não seriam críveis e valorosos
para os interlocutores.
Sobre esse prisma, Aristóteles conclui dizendo que todo discurso que se
harmoniza aos fatos é verdadeiro e, portanto, de grande utilidade para o
conhecimento e para a vida:
“discursos verdadeiros parecem, portanto, ser de grande utilidade não apenas para
o conhecimento, senão também para a vida, pois, como se harmonizam com os
fatos, eles são críveis (sunoidoi gar ontes tois ergois pisteuontai) e assim
estimulam aqueles que os compreendem a viver de acordo com eles” (1172b4-7).
RELIGIÃO ESTÁTICA E TEOLOGIA MORAL
Uma teologia moral que não superar as fronteiras dos pré-conceitos jamais
alcançará a verdadeira justiça.
Durante anos da minha vida deixei de ler livros para ler as pessoas: gostos,
diferenças, ideias, crenças. Pessoas escrevem livros. Os livros contém 60 -80 % de :
pré -conceito, pré -compreensão e pré -juízo ( Heidegger/Gadamer) . São as 3
faculdades do intelecto humano responsáveis pela (re) produção do objeto de
aproximação da mente humana. Os textos e história estão intrinsecamente ligados.
Deformamos o sentido da coisa (texto, história) concreto ou abstrato, o objeto
sempre se apresenta sob nova versão, conferimos sentido de acordo com os 'pres',
conveniências, vaidade ou ego. Somos moldados por dois tipos moral: fechada e
aberta. Religião estática e dinâmica. É evidente que, o mundo é quase que
cristianizado, e que, os fundamentos da fé e moral cristã foram e são importantes e
integram a base das sociedades. A questão é, uma teologia moral que não consegue
transpor as barreiras do pré-conceito e PRECONCEITO, é tudo menos moral.39 Jesus,
disse:
39 Minha tradução do grego do NT. περισσευση verbo subjuntivo aoristo ativo terceira pessoa do singular de
περισσεύω. O verbo empregado por Jesus, transmite a ideia de algo imensurável, sobreposto, complemento
sobre daquilo que se pode medir. A superação daquilo que está em excesso. Segundo, Friberg, Analytical Greek
Lexicon ( Bible Works 10) denota também, o que é extremamente rico ou abundante. Jesus, orienta-os a romper
paradigmas, o legalismo da lei, os padrões tradições, pre-conceitos para alcamçarem a verdadeira justiça. "Se
vossa justiça não transpor, superar, ultrapassar, transcender a justiça dos fariseus de modo algum herdareis o Reino dos Céus".
λέγω γὰρ ὑμῖν ὅτι ἐὰν μὴ περισσεύσῃ ὑμῶν ἡ δικαιοσύνη πλεῖον τῶν γραμματέων καὶ
Φαρισαίων, οὐ μὴ εἰσέλθητε εἰς τὴν βασιλείαν τῶν οὐρανῶν (Matt. 5:20 WHT)
Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais
entrareis no reino dos céus. (Matt. 5:20 ARA)
Jesus se opõe a moral coletiva de uma religião estática, o judaísmo? Estaria Ele
suprimindo o conceito mecânico, legal de justiça e, se opondo a letra da Lei, Torah?
Não! Eu procuro dialogar com os dois tipos de moral: aberta e fecha. Acredito que,
o ser humano na facticidade histórica percebe, assimila cognitivamente, a consciência
moral que só é possível na contemplação do outro (tu).
Marcelo Valle é bacharel em teologia, formado pelo Instituto Avançado de Teologia Mesperanza-Rio das
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Ostras-RJ, Brasil.
foro íntimo, lá onde "Teu Pai vê em secreto" (Mateus 6:6), e jamais pode ser ditada
por regras inventadas, ou por interpretações subjetivas. Por que eu permitiria a
outro ser humano, que se auto-intitula "sacerdote" ser o interprete dos deuses
para mim? Quem deu a ele este direito sobre a minha consciência? Aqui estou,
como um ser humano, com um senso de liberdade total adquirido, como posso
me expressar honestamente, sem mentir para mim mesmo? Estar livre dessa
"autoridade humana" é praticar a verdadeira religião! A ilusão da religião
institucionalizada cegou o pensamento de muitas pessoas e elas sequer acordarão
para a realidade da própria existência, nem mesmo neste século”!
Então, poder-se-ia dizer retórica pura, uma vez que consegui o meu objetivo.
O que eu compartilho é que, todos querem impor uma agenda , com o avanço
tecnológico isso se dá em fração de segundos, porque todos querem impor uma única
forma de pensar, não permitir que se descortine novos horizontes do saber, supressão
da realidade por delírios, fantasias, crenças e teologias lançam o homem para o deserto
interior fazendo com que crie a sua miragem de mundo ideal , fluxo e influxo do que
se captou pelo cérebro.
Que tipo de moral foi ensinada por Jesus? Aquela que transcende a moral
coletiva, supera todos os preconceitos, não suprime a moral coletiva, mas a legítima.
Uma ideologia prática, constante e sem equilíbrio é danosa a sociedade, sendo assim,
quem a defende não é moral, já que, a concretude de toda realização humana se
legitima na práxis do bem no outro. Temos um problema que infringe o direito a
crença? A intolerância. Intolerância religiosa é um termo que descreve a atitude
mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar
diferenças ou crenças religiosas de terceiros.
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros
caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão
cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. (Matt. 23:27 ACF)
Jesus de Nazaré, em crítica aos falsos moralistas religiosos que usam suas
influências para interferirem na política, mas buscando os próprios interesses.
REFERENCIAS