ComoEvitarGolpeEm2026
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A investigação da Polícia Federal, denominada Contragolpe, revelou um plano terrorista organizado por militares
e assessores diretos de Bolsonaro, tendo o ex-presidente como líder da organização criminosa, para assassinar o
presidente eleito em 2022, Luís Inácio Lula da Silva, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes,
presidente do Tribunal Superior Eleitoral, com o intuito de manter Jair Bolsonaro, derrotado nas urnas, no poder.
A trama, que envolvia um atentado terrorista contra as autoridades da República, foi discutida na casa do General
Braga Neto, candidato a vice na chapa derrotada.
Segundo áudios obtidos pela PF, os 16 generais do Alto Comando do Exército Brasileiro tinham conhecimento
dos preparativos para o golpe. No entanto, apenas 5 generais se opuseram claramente à atividade criminosa. Três
generais manifestaram apoio ao golpe, enquanto outros 8 ficaram neutros, sem tomar uma posição firme. A
denúncia feita pelo Coronel Reginaldo Vieira de Abreu revela a omissão de parte das lideranças militares, que,
mesmo diante de um ato criminoso em andamento, não atuaram de forma decisiva para impedir a subversão da
ordem democrática.
Como resultado da operação Contragolpe, 37 pessoas foram indiciadas, incluindo o capitão da reserva, ex-
presidente Jair Bolsonaro, seu candidato a vice, General Braga Neto, e outros 23 militares, a maioria de alta
patente, por crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização
criminosa. Embora muitos militares de alta patente tenham apoiado a ideia de um golpe, ele não se concretizou.
Em parte, pelo papel do governo de Joe Biden, que não endossou a tentativa de golpe. Para os Estados Unidos,
um golpe no Brasil, representaria um risco significativo de instabilidade na América Latina, isolaria o país no
ocidente e facilitaria uma aproximação maior do Brasil com a China. Por isso, Washington pressionou os militares
brasileiros a não apoiarem a ação golpista.
Essa tentativa de golpe militar nos lembra uma longa história de tentativas e consumação de golpes militares no
Brasil. Em 1954, uma tentativa foi abortada pelo suicídio de Getúlio Vargas. Em 1961, o Movimento da
Legalidade, liderado por Leonel Brizola e apoiado pelo III Exército, evitou outra tentativa. Já em 1964, um golpe
militar depôs o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura que durou até 1985.
Para evitar que o Brasil enfrente uma nova tentativa de golpe, especialmente com um cenário internacional mais
favorável sob a liderança de Donald Trump, apoiado por Elon Musk nos Estados Unidos, é crucial que os
democratas adotem uma série de medidas. Algumas dessas ações dependem diretamente das atuais autoridades
federais brasileiras e precisam ser implementadas com urgência:
1. Punir severamente os golpistas de 2022, incluindo os generais envolvidos, o que seria um marco
histórico, visto que nenhum dos responsáveis pelo golpe de 1964 foi punido.
2. Proibir que militares da ativa se envolvam em política. Para ocupar cargos públicos eletivos ou não,
os militares devem ser obrigados a ir para a reserva, exceto nas áreas relacionadas à defesa.
3. Subordinar o currículo das escolas militares ao poder civil democrático. Muitas dessas instituições
ainda promovem a ideia de que os militares são superiores aos civis, relativizam a democracia, alimentam
o medo do comunismo e defendem que as Forças Armadas devem atuar como um "Poder Moderador" da
República.
Ao implementar essas medidas, o Brasil pode reduzir o ímpeto golpista dentro das Forças Armadas e garantir que,
no caso de uma nova tentativa de golpe, o governo dos Estados Unidos, agora sob a liderança de Donald Trump,
não apoie uma intervenção militar no país. Historicamente, golpes militares na América Latina não ocorrem sem
o apoio dos EUA, e isso precisa ser cuidadosamente monitorado para proteger a democracia e a estabilidade no
Brasil.