Laise Teles
Laise Teles
ITAPETINGA- BA
2014
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS
Orientadora:
Profª. DSc. Jane Sélia dos Reis Coimbra
Co-Orientadores:
Prof. DSc. Modesto Antonio Chaves
Profª. DSc. Renata Cristina Ferreira Bonomo
ITAPETINGA – BA
2014
AGRADECIMENTOS
“Tudo posso naquele que me fortalece” Filipenses 4:13 . Com certeza não teria chegado
até aqui se não tivesse sido sustentada por Deus a todo instante. Toda honra e toda
glória é dada a Ti Senhor!
Agradeço imensamente à minha família, pelo amor incondicional. Em especial aos
meus pais, Lenilde e Raimundo, e os meus sobrinhos: Pedro, Bia, Lulu e Fellipe, toda
vez que pensava em desistir, lembrava-me do rostinho de cada um e a força brotava.
Agradeço a Jordavi, por ter se tornado um anjo em minha vida, obrigada pelo carinho,
amor e principalmente pela paciência.
À equipe Offlline, pelo companheirismo e suporte diário.
Às minhas colegas do CEDETEC, não tenho palavras para agradecer tanto carinho e a
amizade: Virginia, Juliana e Jeane. Amo vocês.
Aos meus poucos, porém verdadeiros amigos: Ícaro Pereira, Lílian Carvalho e Jara
Santos, estaremos juntos sempre e pra sempre.
À minha estrela guia meu eterno amigo Daniel Rocha, senti sua presença ao meu lado
todo instante.
À minha orientadora Professora Jane Sélia pela honrosa orientação, ensinamentos e toda
contribuição.
Ao meu co-orientador Professor Modesto Chaves, falta-me palavras para agradecer todo
apoio, incentivo, ajuda, ensinamentos, confiança e amizade.
À Professora Renata Bonomo, pela co-orientação.
À CAPES pela concessão da bolsa.
RESUMO
Tabela 1. Modelos reológicos utilizados nos ajustes das curvas de escoamento ..........23
Tabela 2. Caracterização físico-química do leite e do soro de búfala ...........................34
Tabela 3. Valores experimentais da massa específica do leite de búfala ......................36
Tabela 4. Valores experimentais da massa específica do soro de búfala ......................37
Tabela 5. Valores experimentais do calor específico do leite de búfala ........................ 39
Tabela 6. Valores experimentais do calor específico do soro de búfala ........................ 40
Tabela 7. Valores experimentais do calor específico do leite de búfala ........................ 42
Tabela 8. Valores experimentais do calor específico do leite de búfala ........................ 43
Tabela 9. Valores experimentais da condutividade térmica do leite de búfala ............ 45
Tabela 10. Valores experimentais da condutividade térmica do soro de búfala .......... 46
Tabela 11. Coeficientes de determinação do ajuste do modelo da Lei de Potência
correspondentes aos reogramas (Figuras 10, 11, 12 e 13)..............................................48
Tabela 12. Valores experimentais médios da viscosidade aparente de leite de
búfala.........................................................................................................................50-51
Tabela 13. Valores experimentais médios da viscosidade aparente de soro de
búfala ..............................................................................................................................51
Tabela 14. Valores da Energia de Ativação para as viscosidades em rotações máxima
média e mínima ............................................................................................................. 54
LISTA DE FIGURAS
m3 Metro cúbico
S Teor de sólidos
Rpm Rotação por minuto
cP Centipoise
R2 Coeficiente de Determinação
11
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 16
2.1. Leite de Búfala ............................................................................................................ 17
2.2. Soro de Leite de Búfala ............................................................................................... 17
2.3. Propriedades Termofísicas .......................................................................................... 18
2.3.1. Calor Específico .................................................................................................. 19
2.3.2. Difusividade Térmica .......................................................................................... 19
2.3.3. Massa Específica ................................................................................................. 20
2.3.4. Condutividade Térmica ....................................................................................... 21
2.4. Reologia ...................................................................................................................... 22
2.4.2. Modelos Reológicos ............................................................................................ 25
2.4.3. Efeito da Temperatura e da Concentração sobre o Comportamento Reológico .. 27
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 30
3.1. Obtenção e Preparo da Matéria Prima ......................................................................... 30
3.2. Análises Físico-químicas do Leite e do Soro ................................................................... 32
3.2.1. pH ........................................................................................................................ 32
3.2.2. Acidez Titulável Total ......................................................................................... 32
3.2.3. Umidade (% bu) .................................................................................................. 32
3.2.4. Cinzas .................................................................................................................. 33
3.2.5. Atividade de Água ............................................................................................... 33
3.2.6. Proteínas .............................................................................................................. 33
3.2.7. Lipídios ............................................................................................................... 34
3.2.8. Extrato Seco Total e Desengordurado ................................................................. 34
3.2.9. Lactose ................................................................................................................ 34
3.3. Determinação das Propriedades Termofísicas ............................................................ 35
3.3.1. Planejamento Experimental e Análises Estatísticas ............................................ 35
3.3.2. Determinação da Massa Específica ..................................................................... 36
3.3.3. Determinação do Calor Específico, Difusividade Térmica e Condutividade
Térmica 36
3.4. Caracterização do Comportamento Reológico ............................................................ 36
12
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 37
4.1. Caracterização Físico-química .................................................................................... 37
4.2. Propriedades Termofísicas .......................................................................................... 39
4.2.1. Massa Específica ................................................................................................. 39
4.2.2. Calor Específico .................................................................................................. 42
4.2.3. Difusividade Térmica .......................................................................................... 45
4.2.4. Condutividade Térmica ....................................................................................... 47
4.3. Comportamento Reológico ......................................................................................... 50
4.3.1. Efeito Combinado da Temperatura e da Concentração ....................................... 56
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 58
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 59
13
1. INTRODUÇÃO
A importância da ciência e da tecnologia de alimentos na melhoria da qualidade
de vida do ser humano é destacada pela crescente busca por alimentos saudáveis, com
alto valor nutricional, disponíveis e de fácil acesso a população. Com isso, a procura por
fontes alternativas de alimentos tem sido tópico de inúmeras pesquisas nas últimas
décadas. Nesse contexto, o leite de búfala tem se tornado promissor, pois, apresenta
elevado valor nutritivo devido aos altos níveis de gordura, proteínas e minerais.
A utilização do leite de búfala na preparação de derivados tem sido pesquisada
em diferentes regiões do mundo, destacando-se alguns tipos de queijos, iogurte e outros
leites fermentados. A produção de um dos principais derivados desse leite, a mozzarella,
implica na geração direta de elevados volumes de soro. Subproduto altamente rico em
nutrientes, como carboidratos, proteínas, sais e vitaminas que, na maioria das vezes é
descartado por falta de destinação adequada. No intuito de resolver esse problema de
desperdício diversas indústrias de laticínios têm buscado algumas formas de utilização
do soro de leite, tais como a formulação de novos produtos, a partir de sua aplicação na
forma líquida, como, por exemplo, a bebida láctea (ARAÚJO et al., 2012).
Para a elaboração desses produtos a base de soro de leite, existe a necessidade da
aplicação de processos que envolvem transferência de calor. Nestes processos a
temperatura e a composição podem sofrer variações significativas, mudando as
propriedades físicas e químicas do leite (GUIMARÃES et al., 2009).
O conhecimento das propriedades físicas, como massa especifica, calor
especifico, difusividade e condutividade térmica, se torna, então, essencial para o
dimensionamento dos equipamentos utilizados nos processos mencionados tanto em
altas como em baixas temperaturas. Estas informações são úteis para se estimar o tempo
de processamento e a quantidade de energia envolvida durante o processo.
Além das propriedades citadas, importância deve ser dada também ao
comportamento reológico dos alimentos, pois seus dados são considerados uma
ferramenta analítica, que fornece uma melhor compreensão da organização estrutural
dos alimentos, sendo também importante para os cálculos em engenharia de processos,
abrangendo equipamentos como agitadores, trocadores de calor, bombas,
homogeneizadores e tubulações. O conhecimento do comportamento reológico é
fundamental também para determinar a funcionalidade de ingredientes em novos
produtos, para o controle de qualidade final ou intermediário e para a avaliação da
textura pela correlação com dados sensoriais (STEFFE, 1996). O objetivo desse
14
trabalho foi caracterizar o leite e o soro bubalino, determinando-se quantitativamente
pH, acidez total titulável, sólidos solúveis, umidade, cinzas, atividade de água, proteína,
lipídios, extrato seco total e desengordurado e lactose. Também se objetivou avaliar as
propriedades termofísicas essenciais no processamento do leite e do soro: calor
específico, difusividade térmica, massa específica, e condutividade térmica e avaliar o
comportamento reológico desses fluidos, em função da temperatura e do teor de sólidos
totais.
15
2. REVISÃO DE LITERATURA
A criação de búfalos é originária da Ásia, onde foram domesticados há cerca de
7000 anos (GARCIA et al., 2005). Os búfalos domésticos pertencem à família Bovidae,
subfamília bovinae, espécie Bubalus bubalis, com três subespécies: bubalis, na qual
estão incluídas as raças Murrah, Jafarabadi e Mediterrâneo; kerebao,que agrupa a raça
Carabao e a Fulvus que inclui o tipo Baio (MARQUES et al., 1997; SILVA et al.,
2003).
16
2.1. Leite de Búfala
O leite de búfala apresenta características que o diferenciam de qualquer outro
tipo de leite. Seus valores de sólidos totais, proteínas, lipídeos, resíduo mineral fixo e
lactose, são de grande importância nutricional, principalmente para crianças e adultos.
Entretanto, a sua composição pode ser influenciada por diversos fatores tais como raça,
estádio de lactação, idade, manejo, sanidade, condições climáticas e alimentação
(HUHN et al., 1986).
A ausência do β-caroteno na composição química do leite de búfala é uma de
suas características mais marcantes, conferindo-lhe coloração branca. É importante
ressaltar que a ausência dessa substância, não é considerada um problema nutricional,
apesar deste alimento ser considerado um precursor de vitamina A, visto que o mesmo é
rico nesta vitamina.
O leite de búfala apresenta maior teor de sólidos que o leite bovino,
apresentando assim menos água e mais matéria seca. Outra característica importante é
que possui um sabor bem adocicado, apesar de não possuir mais lactose que o leite
bovino (MACEDO et al., 2001).
De acordo com Ménard et al. (2010), do ponto de vista tecnológico, o leite de
búfala pode prover uma variedade de produtos como: manteiga, queijos frescos e
maturados, leite condensado, leite em pó, sovertes, iogurtes e creme de leite. Para
indústria de lácteos seu aproveitamento é superior, chegando comparativamente a
sobrepujar o rendimento do leite bovino em mais de 40% (ANDRADE et al., 2011).
17
compostos nitrogenados não proteicos e vitaminas do grupo B (GONZÁLEZ SISO,
1996).
18
Propriedades termofísicas, como a massa específica, o calor específico, a
difusividade e a condutividade térmica, são muito utilizadas nos projetos de bombas,
trocadores de calor, evaporadores, misturadores e em simulações de processos térmicos
(MERCALI et al., 2011). Assim, faz-se necessária tanto a obtenção de dados precisos
dessas propriedades quanto à predição do seu comportamento durante o processo, em
função da temperatura e da composição (BRAYAN et al., 1999).
19
transportar calor e sua capacidade de armazená-lo, sendo a mais utilizada das
propriedades térmicas quando ocorre a transferência de calor em regime transiente
(ARAÚJO et al., 2004). Esta propriedade é requerida para estabelecer a rapidez que o
calor se difunde no alimento e conhecer as relações de tempo-temperatura que podem
causar mudanças de nutrientes, texturas etc. (SILVA, 1997).
20
específica pode ser medida por vários aparelhos, como os picnômetros e os densímetros
convencionais e digitais, sendo o picnômetro o mais utilizado. Sua maior utilização está
relacionada com a alta precisão de análise. Os picnômetros são construídos e graduados
de modo a permitir a pesagem de volumes exatamente iguais de líquidos a uma dada
temperatura (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008).
Minin et al. (2002) estudaram o efeito da temperatura e da composição na
densidade e viscosidade de leite bovino e constataram que os valores da densidade
aumentaram à medida que o teor de proteína, lactose e minerais se elevou; e diminuíram
quando o teor de umidade e gordura eram aumentados.
2.4.Reologia
O termo reologia foi criado como derivação do termo grego “rheos” que
significa fluir. A reologia é o estudo do escoamento e deformação dos materiais e esta
definição foi aceita desde a criação da Sociedade Americana de Reologia em 1929
(EGAWA, 2007). Os dados reológicos nas indústrias de alimentos são importantes para
determinar a funcionalidade de ingredientes no desenvolvimento de produtos, controle
de qualidade do produto final ou intermediário, determinação da vida de prateleira,
avaliação da textura pela correlação com dados sensoriais, cálculo de engenharias de
processos englobando uma grande quantidade de equipamentos, tais como: agitadores,
extrusoras, bombas, trocadores de calor, tubulações ou homogeneizadores (LANNES et
al., 2002).
Na reologia de sólidos, a propriedade de maior interesse é a elasticidade, ao
passo que, em líquidos, a viscosidade é a propriedade física dos fluídos que
caracterizam a sua resistência ao escoamento (PARK; LEITE, 2011). A viscosidade é a
propriedade física de um líquido de resistir ao fluxo induzido pela tensão aplicada
(cisalhamento). Ela é dependente da natureza físico-química da substância, da
temperatura, da pressão, da taxa de cisalhamento e do tempo e para definir a viscosidade
em função de um desses fatores os outros devem ser mantidos constantes e bem
definidos (CASTRO, 2007).
O comportamento de um alimento durante o seu processo pode variar
significativamente, pois a consistência e a composição do material podem ser alteradas
devido a etapas de mistura, aquecimento, resfriamento, homogeneização, aeração,
fermentação, cristalização, contribuindo, portanto, na modificação da viscosidade
(LEWIS, 1993; BHATTACHARYA, 1998).
23
o fluido é dependente da tensão de cisalhamento, demonstrando um decréscimo na
viscosidade quando há um aumento na tensão. Esses fluidos em repouso apresentam um
estado desordenado e, quando submetidos a uma tensão de cisalhamento, suas
moléculas tendem a se orientar na direção da força aplicada. Quanto maior a tensão
aplicada, maior será a ordenação e, consequentemente, menor será a viscosidade
aparente. Essa classe é representada por produtos como polpas e sucos concentrados de
frutas, caldos de fermentação, melaço de cana, molhos para saladas e soluções de
pectina (CHARM, 1963; HOLDSWORTH, 1971; VITALI; ROIG; RAO, 1974).
Segundo Mcclements (2007), o fluido de Bingham se comporta como um sólido
sob condições estáticas. Certa quantidade de força deve ser aplicada antes que o fluxo
seja induzido (tensão inicial). Alguns exemplos de fluidos alimentícios que representam
esse comportamento são: molhos de tomate, maionese, clara de ovo batida, ketchup,
creme de chantilly e margarina (HAMINIUK, 2005). A maioria dos alimentos se
enquadra nessa classificação.
Os fluídos não-newtonianos dependentes do tempo podem ser do tipo
tixotrópicos e reopéticos. Um fluido tixotrópico é aquele no qual o valor da viscosidade
diminui com o aumento da concentração. Exemplos desse fluido são gelatinas, clara de
ovo, leite condensado açucarado, maionese, cremes, manteigas, molhos para saladas,
suco de maçã com polpas, sucos concentrados de maracujá e laranja (CHOI e YOO,
2004; VITALI; RAIG; RAO, 1977; RAO, 1986; SHARMA; RIZVI, 2000).
A tixotropia pode ser explicada como uma consequência da agregação das
partículas em suspensão. Nestes sistemas, a interação entre partículas é um resultado da
atração, decorrente da ação de forças de van der Waals, assim como de repulsão devido
a efeitos eletrostáticos e estéricos. A estabilidade do sistema depende então da
existência de uma barreira de energia potencial que impede as partículas de se
aproximarem umas das outras. Assim, barreiras físicas relativamente fracas levam à
formação de agregados. Quando a suspensão permanece em repouso, a agregação das
partículas pode formar uma rede, de modo que a suspensão passa a desenvolver uma
estrutura interna. Com o cisalhamento, as barreiras mais fracas entre as partículas são
rompidas, ocorrendo o rompimento da rede (FERGUSON e KEMBLOWSKI, 1991).
Assim, com o aumento no tamanho das partículas, a estrutura interna deve se fortalecer,
de modo a ser mais resistente ao cisalhamento (levando um maior tempo para se
romper), mostrando uma tixotropia mais acentuada. Para partículas excessivamente
grandes, a estrutura interna que causaria a estabilização da estrutura passa a ser
24
insuficiente, levando à consequente redução da tixotropia do sistema, ou até mesmo a
sedimentação das partículas grandes.
Fluidos reopéticos, por sua vez, são aqueles que apresentam um acréscimo na
viscosidade do fluido com o aumento da taxa de deformação. Assim como os fluidos
tixotrópicos, após o repouso, o fluido tende a retornar ao seu comportamento reológico
inicial. Este tipo de comportamento não é comum em alimentos, mas pode ocorrer em
soluções de amido altamente concentradas ou em casos de formação de estruturas como
na preparação de “creme de chantilly” e de clara em neve (DINIZ, 2009).
Teo, Munro e Singh (2000) afirmam que a tixotropia de soluções de proteínas de
soro é caracterizada pela quebra das ligações dissulfídicas e de Van der Waals, e pelas
interações iônicas e hidrofóbicas existentes entre as partículas de proteínas. Estes
resultados estão de acordo com os obtidos por Magenis et al. (2006) que observaram
também comportamento dependente do tempo e irreversível em iogurte e iogurte
adicionado de soro concentrado por ultrafiltração.
25
Tabela 1. Modelos reológicos utilizados nos ajuste das curvas de escoamento.
26
de escoamento quando a tensão de cisalhamento aplicada supera uma tensão inicial que
é própria do material (VIDAL, 2000). A equação para o modelo de Herschel-Bulkley é
da mesma forma que a equação do modelo de Ostwald-de-Waelle (Lei da potência),
mas com a adição do termo de tensão inicial (τ0), que significa que, para haver
escoamento do fluido, se torna necessária a aplicação de uma força que consiga romper
esta tensão inicial (BOURNE, 2002).
O modelo Plástico de Bingham é uma adaptação do modelo de Ostwald-de
Waele para fluidos newtonianos. O que os difere é a presença de uma tensão de
cisalhamento crítica. Esses materiais possuem uma estrutura interna capaz de impedir o
escoamento para valores de tensão de cisalhamento inferiores a um valor limite (τo).
Quando a tensão de cisalhamento é maior que o valor limite, a estrutura interna colapsa,
favorecendo o escoamento do material como um fluido (SKELLAND, 1967).
27
O efeito da temperatura na viscosidade aparente de fluidos alimentícios, a uma
taxa de cisalhamento constante, pode ser descrita pela equação de Arrhenius (RAO e
TATTIYAKUL, 1999), na qual a viscosidade aparente diminui em uma função
exponencial com o aumento da temperatura. A equação de Arrhenius é apresentada na
Equação (1) (STEFFE, 1996).
(1)
Em que:
ηa é a viscosidade aparente (Pa.s);
η0 é uma constante (Pa.s);
Ea é a energia de ativação para escoamento viscoso (kJ.gmol-1);
R é a constante dos gases (0,008314 kJ.gmol-1.K-1);
T é a temperatura absoluta (K).
A Equação (1) indica a tendência geral observada da diminuição da viscosidade
aparente com o aumento da temperatura. Em geral, uma alta energia de ativação de
fluxo implica que pequenas variações de temperatura são necessárias para modificar
rapidamente a viscosidade (STEFFE,1996).
O conhecimento da energia de ativação (Eat) e o parâmetro de ajuste (η0)
permite modelar o comportamento reológico, bem como verificar os efeitos da
temperatura sobre a viscosidade (GRATÃO; SILVEIRA JÚNIOR, 2004). A energia de
ativação (Eat), segundo Pereira; Figueiredo (2003) indica a sensibilidade da viscosidade
devido à mudança de temperatura, em que maiores valores da energia de ativação
significam que a viscosidade é relativamente mais sensível à mudança de temperatura.
Outro fator que afeta os parâmetros reológicos de alimentos fluidos é a
concentração. Para um fluido alimentício, o aumento da concentração comportará em
aumento da viscosidade ou da viscosidade aparente ou índice de consistência a uma
determinada taxa de deformação. Em faixas limitadas de concentração e a uma taxa de
deformação e temperatura fixas, o efeito da concentração de sólidos na viscosidade
aparente pode ser descrito por relações do tipo exponencial ou do tipo potência
conforme as equações (2) e (3), respectivamente (SILVA et al., 2005).
(2)
(3)
28
Em que: C é concentração de sólidos solúveis totais; A1, A2, K1 e K2 são
constantes a serem determinadas.
Entretanto, torna-se de grande importância para a indústria de alimentos, obter
uma única equação que relacione a viscosidade aparente do fluido com concentração e
temperatura de trabalho, como também esse efeito combinado com a taxa de
deformação, já que o comportamento do fluido do produto será influenciado de alguma
maneira pela quantidade de transferência de movimento e de calor. Com esta finalidade,
tem-se analisado diversas equações relatadas na literatura.
O efeito da temperatura e concentração sobre a viscosidade também pode
combinar-se e duas Equações (4 e 5) são as mais aplicadas para descrever este efeito
nos fluidos alimentícios (VITALI e RAO, 1984 ; IBÁRZ e SINTES, 1989; RAMOS,
1997):
(4)
(5)
Em que: η é a viscosidade para os fluidos newtonianos e a viscosidade aparente
para os fluidos não newtonianos.
Vélez-Ruiz e Barbosa-Cánovas (1998) estudaram o comportamento de
concentrados de leite variando o teor de sólidos de 12,7% para 40,4%. O
comportamento reológico foi representado por parâmetros correspondentes às equações
da Lei da Potência e de Herschel-Bulkley, dependendo do teor de sólidos. A viscosidade
(n) e o coeficiente de consistência (K) foram relacionados exponencialmente com a
concentração do leite. O coeficiente de consistência seguiu a relação da temperatura
através da equação Arrhenius e a energia de ativação variou 4,3-6,1 kcal/gmol. Estes
dois parâmetros reológicos (n e K) mudaram com a concentração e temperatura.
Minin et al., (2002), relatam que a viscosidade do leite bovino diminuiu com o
aumento da temperatura e da umidade.
29
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1.Obtenção e Preparo da Matéria Prima
O leite e o soro bubalino foram doados pelo Laticínio Palmeira dos Índios,
localizado na Fazenda Cabana da Ponte no município de Itororó na região Sudoeste da
Bahia, localizada entre 15º 07’ de Latitude Sul e 40º 04’ de Longitude Oeste, com o
clima variando de semiárido a úmido. As búfalas das quais foram provenientes as
matérias primas são da raça Murrah, com idade média de 2,5 anos (30 meses) e período
de lactação de sete meses. Após a coleta o leite e o soro foram transportados em
recipientes devidamente higienizados e refrigerados (4ºC) até o Campus da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB em Itapetinga-BA, onde foi filtrado
e armazenado em freezer vertical (ELECTROLUX, FFE 24, Brasil) a -22ºC. A etapa
experimental de caracterização físico-química, determinação das propriedades
termofísicas e reológicas foi realizada nos laboratórios do Centro de Desenvolvimento e
Difusão de Tecnologias (CEDETEC) da UESB, campus de Itapetinga.
30
O tempo total da etapa de liofilização (secagem primária e secundária) foi de 70 horas.
Terminado o processo, o pó resultante da desidratação do leite e do soro foram
removidos das bandejas e acondicionados em sacos de polietileno. A obtenção e preparo
das amostras do leite e do soro estão descritos (Figura 1).
Filtração e Armazenamento
31
3.2. Análises Físico-químicas do Leite e do Soro
Todos os reagentes necessários às análises físico-químicas foram de grau
analítico, as análises foram realizadas em triplicata e seguiram as metodologias descritas
pelo (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008).
Para minimizar os efeitos de fatores ambientais e da raça do animal na
composição do leite e consequentemente do soro, foi feito um pool de liofilizados, ou
seja, amostras de leite e soro foram coletadas em todas as estações do ano, abrangendo
também o estádio de lactação das búfalas. Após dispor das amostras de todos os
períodos avaliados, estas eram misturadas com auxílio de um bastão de vidro, em
béquer com capacidade para grande quantidade das amostras, para que fosse feita a
reconstituição utilizando água destilada.
Todas as análises descritas a seguir foram realizadas para as amostras de leite e
de soro, após a desidratação.
3.2.1. pH
A determinação do pH foi feita por medida direta nas amostras, utilizando um
pHmetro digital (precisão ± 0,01pH, HANNA, HI 8424, Romênia) devidamente
calibrado com soluções-tampão de pH 4,0 e 7,0.
3.2.4. Cinzas
Para determinação do resíduo mineral fixo (cinzas), cadinhos de porcelana foram
aquecidos a 550°C em forno mufla (FORNITEC, TRIF 3523, Brasil) durante 30
minutos. Em seguida, resfriados em dessecador e pesados. Pesou-se aproximadamente
5,00 gramas de cada amostra que foram carbonizadas em estufa a 105°C. As amostras
foram incineradas dentro dos cadinhos por 3 horas ou até ter obtido cinzas totalmente
brancas. Resfriou-se as amostras em dessecador e logo em seguida, realizou-se a
pesagem.
Para a determinação das cinzas foram feitos os seguintes cálculos:
Porcentagem de cinzas = (m2 - m1) 100 mo
Em que:
m2 = massa do cadinho com amostra após incineração, em gramas;
m1 = massa do cadinho vazio, em gramas;
mo = massa da amostra, em gramas.
3.2.6. Proteínas
A determinação das proteínas foi feita pelo método de Kjeldahl (1883)
utilizando destilador de nitrogênio (SOLAB, SL 119, Brasil). Este método se baseia nas
três etapas de determinação de nitrogênio: digestão, destilação e titulação. O conteúdo
de nitrogênio das diferentes proteínas é de aproximadamente 16%, por isso usa-se um
fator empírico de 6,25 para transformar a massa de nitrogênio encontrada em massa de
proteína.
33
3.2.7. Lipídios
3.2.9. Lactose
A determinação da lactose foi realizada pelo método de Fehling, transferindo-se,
com auxilio de uma pipeta volumétrica, 10 mL das amostras (leite ou soro) para um
balão volumétrico de 100 mL, adicionou-se 50 mL de água, 2 mL da solução de sulfato
de zinco a 30% e 2 mL da solução de ferrocianeto de potássio a 15%, misturando bem
com um bastão de vidro apos cada adição. Deixou-se sedimentar durante 5 minutos, o
volume foi completado com água, a mistura foi agitada e filtrada em papel de filtro
(UNIFIL, 150 mm, Brasil) em um frasco Erlenmeyer de 300 mL. Em um balão de
fundo chato de 300 mL, transferiu-se 10 mL de cada uma das soluções de Fehling e
adicionou-se 40 mL de água, aquecendo até a ebulição em chapa aquecedora. O filtrado
foi transferido para uma bureta de 25 mL e gotejado sobre a solução do balão em
ebulição até a solução mudar da coloração azul para incolor e no fundo do balão ficar
um resíduo vermelho-tijolo.
34
Cálculo da Lactose: (V 0,068 100) / (L v)
Onde: 0,068 = massa de lactose (g) que corresponde a 10 mL da solução de Fehling;
v = volume (mL) da solução da amostra, gasto na titulação;
L = volume (mL) da amostra;
V = volume (mL) de diluição da amostra (100 mL).
35
3.3.2. Determinação da Massa Específica
A determinação da massa específica foi feita por meio do método picnométrico,
em triplicata. Para cada temperatura de interesse, mantida constante utilizando-se um
banho termostático (Marca Quimis – Modelo São Paulo, Brasil e precisão de 0,1ºC), o
picnômetro de 25 mL, lavado e seco foi pesado vazio em uma balança analítica
(BIOPRECISA, FA 2104 N, Brasil; precisão de 0,001g), e sua massa devidamente
registrada. Em seguida, o picnômetro foi preenchido com água destilada na temperatura
de trabalho, e sua massa medida, obtendo dessa forma o volume exato do picnômetro
(calibração). Em seguida, o mesmo era limpo como mencionado anteriormente e
preenchido com as amostras nas concentrações e temperaturas de interesse e pesado em
balança analítica, com sua massa devidamente registrada.
36
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1.Caracterização Físico-química
37
Nader Filho (1996) e Neves (1985) observaram, respectivamente, valores para a
densidade do leite de 1,0325 e 1,037; e o pH das amostras variou de 6,41 a 6,97. Essas
análises servem como indicadores de qualidade sanitária visando à importância desses
testes. De acordo com Campos et al. (2011) o leite com carga microbiana elevada não
passou por cuidados após a ordenha e um valor de pH alterado implica em acidez
Dornic elevada.
Segundo o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Soro de Leite, o
soro de leite doce ou soro de leite, é o líquido obtido a partir da coagulação do leite
destinado a fabricação de queijos, caseína ou produtos lácteos similares. A coagulação
se produz principalmente por ação enzimática, devendo apresentar pH entre 6,0 e 6,8.
Assim, pode-se considerar o soro usado como matéria prima no presente trabalho como
sendo o soro doce, já que apresentou pH médio de 6,4. Este valor ligeiramente acima
aos relatos de Teixeira e Fonseca (2008) e Lira et al. (2009) que encontraram valores de
6,25 e 6,29, respectivamente. Essa variação pode ocorrer em razão da ação bacteriana.
O soro do leite bubalino também apresentou valores similares aos descritos por
Venturoso et al. (2007), em estudos da composição físico-química de produtos lácteos,
encontrou percentuais de 6,20 % para o extrato seco total, 0% para a gordura e 1,0270
para a densidade. No entanto, divergiram dos relatados por Lira et al. (2009): 89,94% de
umidade, 1,37% de gordura, 1,19% de proteína e 5,84% de lactose. Pode-se relacionar
esta pequena diferença na porcentagem dos componentes do soro à origem do soro
trabalhado. Lira et al. (2009) usaram o soro bubalino obtido pelo método de
microfiltração por membranas de cerâmica, enquanto que no presente trabalho foi
utilizado o soro proveniente do processo de coagulação enzimática. Para fins de
comparação com o soro de queijo bovino, Florentino et al. (2005) obtiveram resultados
superiores ao desse estudo: 1,05% de gordura; 4,20% de lactose e 1,78% de proteína.
No entanto, Teixeira e Fonseca (2008), descrevem resultados inferiores aos de
Florentino et al. (2005): 0,68% de gordura e 0,80% de proteína. Santos e Ferreira
38
(2001), obtiveram: 0,30% de gordura; 0,90% de proteína e 5% de lactose.
A variação no teor de gordura pode ser explicada por ser o componente mais
variável na constituição do leite, sendo diretamente influenciada pela padronização do
leite utilizado como matéria-prima para produção de queijo, pelo rendimento do queijo
e pelo próprio processamento (Teixeira e Fonseca, 2008). Adicionalmente, observa-se
que os valores de proteínas observado no soro de vaca estão abaixo dos obtidos com o
soro de búfala, o que comprova o elevado valor nutricional do soro bubalino, sendo
considerado um produto de excelência para a elaboração de derivados lácteos.
39
Tabela 4. Valores experimentais da massa específica do soro de búfala.
Teor de sólidos (%) 5 20 35 50 65 80
T (K)
Massa Específica (kg/m3)
278 985,01 1041,07 1072,78 1088,54 1095,26 1124,14
293 1021,43 1038,36 1064,03 1086,14 1094,37 1122,22
308 1006,72 1034,56 1065,94 1078,41 1093,93 1121,11
323 1008,90 1030,31 1060,72 1078,79 1084,12 1100,05
338 1005,76 1025,23 1049,42 1076,62 1090,04 1092,88
353 1006,83 1037,64 1057,85 1077,36 1085,24 1117,94
368 1000,05 1018,29 1058,76 1104,14 1080,03 995,11
40
= - 373,59 + 8,01T + 8,35S - 0,012T2 - 0,016S2 - 0,022TS R2= 0,56 (6)
1060
1040
ífic a (K g/m 3)
1020
1000
980
960
M as sa E sp ec
940
920
900
90
80
82800
0 70
60 )
s(%
0
25 50
Tem 40
ido
pera 300 30
Sól
tura 20
r de
Teo
0
(k) 35 10
0
0
40
1120
g /m 3 )
1100
ífic a S o ro (K
1080
1060
1040
M assa E sp ec
1020
0
100
90
80
92800
0 70
0
60
)
Tem
25
40
50
dos(%
i
Sól
0
pera 30 30
tura 0
20
r de
(k) 35
0
10
Teo
0
40
42
amostras diminuíram com o aumento da concentração. Os menores valores foram
obtidos para as amostras com 80% de sólidos e os maiores para amostras com 5% de
sólidos, refletindo o maior valor dessa propriedade para amostras com maior fração de
água. Verifica-se assim a influência da concentração sobre o calor específico, indicando
que o volume de investimentos necessários no projeto de instalações de processamento
destinadas a trocas de calor não é pequeno, uma vez que parte dos custos se relaciona às
dimensões do equipamento, que por sua vez determinam a quantidade de energia a ser
adicionada ou removida nos processos de aquecimento e resfriamento (MANOHAR,
1991).
Souza et al., (2010) e Silva et al., (2010) também relataram aumento nos
resultados do calor específico com aumento da umidade. Comportamento semelhante ao
descrito por Minim et al., (2002) e Tansakul e Chaisawang (2006) estudando as
propriedades termofísicas de leite bovino e leite de coco, respectivamente.
43
As Figuras 4 e 5 exibem a correlação da temperatura e do teor de sólidos com
o calor específico, as quais foram obtidas por meio de equações polinomiais de ajuste
2
(Equações 8 e 9) apresentando coeficientes de correlação (R ) de 0,91 para o leite e
0,80 para o soro. Esta informação indica que os modelos são adequados para prever o
comportamento do calor específico, dentro dos limites de temperatura e teor de sólidos
estudados.
44
c = -37,2 + 0,273T -0,022S -0,00043T2 -0,00009S2 R2= 0,80 (9)
6,0
5,5
)
ic o (K J/kg .K
5,0
4,5
C alor E sp ec íf 4,0
3,5
3,0
2,5
90
80
22,00
0 70
60
25
0 50 )
Tem 30
0
40
dos(%
pera 30
óli
deS
20
tura 35
0 10 r
(K)
0
0 Teo
40
45
Bozikova (2009) estudando as propriedades térmicas do leite bovino, em função da
-8 2
temperatura e da gordura, obteve valores de difusividade térmica 12,9x10 m /s para 0,5%
-8 2 -8 2
de gordura, 13,45x10 m /s para 1,5% de gordura e 13,86x10 m /s para 5% de
gordura. Verificou o aumento na difusividade térmica com o aumento do teor de
gordura. Júnior et al. (2011) encontraram, para o leite bovino, valores de difusividade
-7 2
térmica entre (1,00 e 9,03)×10 m /s, semelhantes aos observados no presente trabalho
(Tabelas 7 e 8) .
46
teor de sólidos. α: difusividade térmica (m2/s); T: temperatura (K); S: Teor de sólidos
(%).
Júnior et al. (2011) no estudo do efeito da temperatura e da composição do
leite bovino na difusividade térmica e no calor específico relataram que a difusividade
térmica apresentou um comportamento polinomial quadrático.
2
O valor mínimo de condutividade térmica foi de 0,98 W/m ∙K, na temperatura
o 2
de 5 C e 5% de sólidos totais e o valor máximo foi de 4,84 W/m ∙K, na temperatura de
o
95 C e 20% de sólidos totais para as amostras de leite (Tabela 9).
47
física na qual as moléculas se inserem (estrutura física). Figura e Teixeira (2003)
comentam que no caso de sucos de frutas a condutividade térmica é próxima à água
pura nas mesmas condições de pressão e temperatura, porém, certos alimentos podem
conter ar atmosférico e outros gases, retidos, e nestes casos os valores de condutividade
térmica sofrerão alterações. Além dos efeitos do estado do material, a condutividade
térmica é função da temperatura.
48
Tabela 10. Valores experimentais da condutividade térmica do soro de búfala.
Teor de sólidos (%) 5 20 35 50 65 80
T (K) Condutividade Térmica (W/m2∙K)
278 1,12 1,65 1,30 2,25 2,14 2,02
293 1,86 1,98 2,51 2,67 2,87 3,54
308 2,95 3,25 2,84 1,66 5,57 3,63
323 4,54 2,99 2,16 2,72 3,66 4,03
338 4,21 3,87 5,61 4,33 4,85 4,11
353 7,26 5,85 4,91 5,39 3,08 4,29
368 7,49 5,54 5,13 5,03 6,08 5,95
5
) (W /m .K )
4
T ér m ic a (leite
2
tiv id ad e
1
du
90
on
80
0
25 70
60
%)
C
Tem 3 0 0 40
50
lidos(
pera só
r de
30
tura
Teo
0 20
(K) 35
10
0
0
40
49
De acordo com as equações 12 e 13 observa-se que o modelo polinomial
quadrático foi o que melhor se ajustou aos dados experimentais para ambas as
amostras leite e soro. Este comportamento diverge do comportamento do leite e de
derivados lácteos bovino para os quais os melhores ajustes foram com modelos
lineares. Minim (2002), por exemplo, avaliaram algumas das propriedades
termofísicas de leite integral, leite desnatado e leite desnatado e encontraram uma
relação linear entre todas as propriedades estudadas. Segundo esses autores o teor de
água foi o fator que mais afetou as propriedades por eles avaliadas. Tavman e Tavman
(1999) analisaram a condutividade térmica de 11 tipos de queijos, de 4 tipos de
iogurtes e de 1 amostra de manteiga em função do teor de gordura, de proteína e de
água sobre a condutividade térmica. Os valores medidos exibiram uma dependência
linear direta com o teor de água, mas inversa com os teores de gordura e proteína dos
produtos lácteos.
6
T erm ic a (s oro)
3
C on du tivida de
1
90
80
2 50
0 70
60
%)
Tem 3 0 0 40
50
lidos(
pera só
r de
30
tura
Teo
0 20
(K) 35
10
0
0
40
50
ajustados aos dados experimentais em todas as temperaturas estudadas para estimar os
parâmetros das equações. Dentre estes o modelo que melhor se ajustou aos dados
experimentais (Tabela 11) foi o de Ostwald de Waele ou, igualmente, da Lei da
Potência (Equação 16), apresentando coeficiente de determinação mais elevado.
2
Verificam-se, na Tabela 11, os valores dos coeficientes de determinação (R ) do
ajuste do modelo da Lei da Potência aos dados de viscosidade em função da temperatura
2
do leite de búfala, nos diferentes teores de sólidos. Nota-se que os valores de R
variaram entre 0,68 e 0,99, o que se traduz em um bom grau de confiabilidade da
utilização da equação tipo Lei da Potência para estimar a viscosidade aparente do leite
de búfala em função da temperatura, podendo ainda afirmar que o efeito da temperatura
foi descrito de forma satisfatória pela equação.
Oliveira et al. (2008), ao avaliarem o comportamento reológico de diferentes
tipos de sorvete, também utilizaram o modelo da Lei da Potência para ajustar os dados
experimentais. O mesmo modelo também foi utilizado por Bezerra (2010) para ajustar
aos dados experimentais do iogurte de leite de cabra.
51
288 298 308 288 298 308
318 328 338 318 328 338
13
10
12
9
11
viscosidade (cP)
8 10
Viscosidade (cP)
9
7
8
6
7
5 6
5
4
150 160 170 180 190 200 150 160 170 180 190 200
Velocidade (rpm) Velocidade (rpm)
Figura 10. Reograma do leite de búfala Figura 11. Reograma do leite de búfala
com 5% de sólidos nas temperaturas de com 20% de sólidos nas temperaturas de
288 K, 298 K, 308 K, 318 K, 328 K, 338 K.. 288 K, 298 K, 308 K, 318 K, 328 K, 338 K..
4,5 80
Viscosidade (cP)
Viscosidade (cP)
4,0 70
3,5 60
50
3,0
40
2,5
30
2,0
20
150 160 170 180 190 200 150 160 170 180 190 200
Figura 12. Reograma do leite de búfala Figura 13. Reograma do leite de búfala
com 35% de sólidos nas temperaturas de com 50% de sólidos nas temperaturas de
288 K, 298 K, 308 K, 318 K, 328 K, 338 K. 288 K, 298 K, 308 K, 318 K, 328 K, 338 K.
Comportamento semelhante foi descrito por Silva et al. (2005), para o suco de
acerola, de uma redução da viscosidade aparente com o aumento da temperatura.
Do ponto de vista industrial, a diminuição da viscosidade aparente facilita o
escoamento dos fluidos (leite e soro) e a troca de calor durante o processamento. Sabe-
52
se que quanto menor a viscosidade aparente de um fluido, menor é a perda de carga
durante o escoamento, o que resulta em um menor gasto de energia.
53
Continuação. Tabela 12. Valores experimentais médios da viscosidade aparente de
leite de búfala.
54
Têm-se, nas Figuras 14 e 15 a representação os dados e os coeficientes de
determinação (R2) de viscosidade aparente do soro de búfala em função da temperatura,
para diferentes teores de sólidos (5% e 20%). Constata-se valores de R2 de 0,87 e 0,83
para 5% e 20% de sólidos totais, respectivamente, o que se traduz em um bom grau de
confiabilidade das equações (15 e 16) de regressões para estimar a viscosidade aparente
do soro de búfala em função da variação de temperatura (288 K a 338 K).
7
Viscosidade (cP)
Figura 14. Variação da viscosidade aparente com a temperatura para soro de búfala
com 5% de sólidos totais.
1 2 2
v= 491,78 - 2,97T + 0,0045T R = 0,83 (16)
70
60
50
Viscosidade (cP)
40
30
20
10
Figura 15. Variação da viscosidade aparente com a temperatura para soro de búfala
com 20% de sólidos totais.
55
4.3.1. Efeito Combinado da Temperatura e da Concentração
É útil nos projetos de engenharia obter uma relação única e simples para
descrever o efeito combinado entre temperatura e concentração. Assim, as equações (4 e
5) foram ajustadas aos dados experimentais em função da concentração e da
temperatura. Essas equações já foram usadas por diversos autores quando combinado o
efeito da temperatura e da concentração para derivados de frutas (VITALI et al., 1974;
ADORNO, 1997; IBARZ et al., 1995; RAO, 1984).
(4)
(5)
Feito o ajuste das equações preditas na literatura, foi obtida a equação (17) para
o cálculo da viscosidade quando se combina o efeito da temperatura e da concentração
do leite de búfala. A concentração variou de 5% a 50% de sólidos na faixa de
temperatura de 15 °C a 65 °C.
56
Como esperado, a viscosidade aparente aumenta com o aumento do teor de
sólidos e diminui com o aumento da temperatura. Esta equação apresentou um bom
coeficiente de determinação (R2 = 0,92).
57
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
58
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
59
Engenharia dos Materiais), Área de Interinidades em Ciência e Engenharia dos
Materiais, Universidade de São Paulo (USP).
CASTRO, A.G, COVAS, J.A.; DIOGO, A.C. Reologia e suas aplicações
industriais. Coleção Ciência e Técnica , Instituto Piaget, Lisboa, 2001.
CHARM, S.E. The direct determination of shear stress-shear rate behavior
of foods in the presence of yield stress. Journal of Food Science , Massachusetts, v.28,
n.1, p.107-117, 1963.
CHHABRA, R. P; RICHARDSON, J.F, Non Newtonian flow and Applied
Rheology. Engineering applications, 2 edição, Amsterdan, Holanda, Elsevier, 2008.
CHOI, Y.; OKOS, M.R. Effects of temperature and composition on the
thermal properties of foods. In: Lemauguer, M.; Jelen, M. (eds.). Food engineering
and process applications: transport phenomena. London: Elsevier Applied Science,
1986. cap. 6, p. 93-101.
COIMBRA J.S.R., GABAS A.L., MINIM L.A., GARCIA ROJAS E.E., TELIS
V.R.N., TELIS-ROMERO J., Density, heat capacity and thermal conductivity of
liquid egg products. Journal of Food Engineering, 2006, 74, 186-190.
DINIZ, M. D.S. Caracterização do comportamento reológico e determinação
de propriedades termofísicas da polpa de manga-ubá. 71f, Dissertação de Mestrado.
UFV. Viçosa. 2009.
EGAWA, E, Y., Caracterização térmica e reológica de blendas de glicerol:
colágeno tipo I de diferentes tecidos, São Carlos, 2007, p, Dissertação (Mestrado em
Ciência – Química Analítica), Instituto de Química de São Paulo, Universidade de São
Paulo (USP).
FERRARA, B.; INTRIERI, F. Características e emprego do leite de búfala.
Zootecnia, v. 13, n. 1, p 25-50, 1975.
FLAUZINO, R. D.; GUT, J. A. W.; TADINI, C. C.; TELIS-ROMERO, J.
(2009). Flow properties and tube friction factor of milk cream: influence of
temperature and fat content. J. Food. Process Eng. In press. Published Online: Jun, 16
of 2009.
FONTAN, R. C. I.; SANTOS, L. S.; BONOMO, R. C. F.; LEMOSs, A. R.;
RIBEIRO, R. P.; VELOSO, C. M. Thermophysical properties of coconutwater
affected by temperature. J. Food Process Eng., 32, 382-397 (2009).
60
FONTANA, A. J., VARITH, J., IKEDIALA, J., REYES, J. , WACKER, B.
Thermal properties of selected foods using a dual needle heat-pulse sensor.
ASAE/CSAE-SCGR Annual International Meeting, 1999, Toronto Canada.
GANGULI, U. C. Tecnologia do leite de búfala da zona da mata mineira.
Rev. Criad., v. 35, n. 211, p 43-47, 1981.
GAUCHE, C. Physical properties of yoghurt manufactured with milk whey
and transglutaminase, LWT- Food and Science Technology, Florianópolis, p. 239-
243, 2009.
GONZÁLEZ SISO, M. I. The biotechnological utilization of cheese whey: a
review. Bioresource Technology, Essex,, v.57, n.1, p.1-11, mar.1996.
GONZÁLEZ-TELLO, P.; CAMACHO, F.; GUADIX, E. M.; LUZÓN, G.;
GONZÁLEZ, P. A. Density, viscosity and surface tension of whey protein
concentrate solutions. J. Food Process Eng., 32, 235-247 (2009).
GUIMARÃES, G. C.; Coelho Júnior, M. C.; Garcia Rojas, E. E. Density and
kinematic viscosity of pectin aqueous solution. J. Chem. Eng. Data, 54, 662-
667(2009).
HAMINIUK, C.,,H., I. Comportamento Reológico e Fracionamento Péctico das
Polpas Integrais de Araçá (Psidium catlleianum sabine) e Amora-Preta (Rubus spp),
Curitiba, 2005. (Tese de Mestrado).
HASSAN, B. H., & HOBANI, A. I. Flow properties of Roselle (Hibiscus
sabdariffa) extract. Journal of Food Engineering, 35(4), 459-470, 1998.
HOLDSWORTH, S.D. Applicability of rheological models to the
interpretation of flow and processing behaviour of fluid food products. Journal of
Texture Studies, v. 2, n. 4, 1971.
HÜHN, S.; LOURENÇO JUNIOR, J.B.; MOURA CARVALHO, L.O.D.;
NASCIMENTO, C.N.B.; VIEIRA, L.C. Aproveitamento do leite de búfala em
produtos derivados. In: Simpósio do Trópico Úmido, 1., 1984, Belém. Anais. Belém:
Embrapa-CPATU, 1986. v.5, p.265-269. (Embrapa-CPATU. Documentos, 36).
IBARZ, A., BARBOSA-CÁNOVAS, G. V. Operaciones unitarias en la
ingeniería de alimentos. Technomic. Publishing companing, Inc. Pennsylvania – USA,
p.85-204, 1996.
INCROPERA, F. P., DEWITT, D. P. Fundamentos de Transferência de Calor
e Massa. 5ª edição, LTC – Livros Técnicos e Científicos S.A., Rio de Janeiro, Brasil,
698p., 2003;
61
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de
alimentos. 4. ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. p. 1020-1029.
KROKIDA, M. K.; MAROULIS, Z. B.; SARAVACOS, G. D. Rheological
properties of fluid fruit and vegetable puree products: compilation of literature data.
International Journal of Food Properties, 4(2), 179-200, 2001.
LANNES, S. C. S.; MEDEIROS, M. L.; AMARAL, R. L. Formulação de
chocolate de cupuaçu e reologia do produto líquido. Revista Brasileira de Ciências
Farmacêuticas Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 38, n. 4, out.-dez.,
2002.
LEWIS,M.J. Propriedades de los aliemntos y de los sistemas de procesado.
Zaragosa: Acribia, 494p,1993.
LEWIS,M.J. Propriedades de los aliemntos y de los sistemas de procesado.
Zaragosa: Acribia, 494p,1993;
LIRA, H. L. Microfiltração do soro de leite de búfala, utilizando membrana
cerâmica como alternativa ao processo de pasteurização. Dissertação de Mestrado.
73p. Universidades Federal de Alagoas, Maceió, 2007.
MACEDO MP, Wechsler FS, Ramos AA, Amaral JB, Souza JC, Resende FD,
Oliveira VJ. Composição físico-química e produção do leite de búfala da raça
Mediterrâneo no Oeste do estado de São Paulo. Rev Bras Zootec, v.30 p.1084-1088,
2001.
MAGENIS, A. F. Compositional and physical properties of yogurts
manufactured from milk and whey cheese concentrated by ultrafiltration,
Internacional Journal of Food Science and Technology, Florianópolis, Santa Catarina,
Brasil, pg. 560-568, 2006.
MANOHAR, B.; RAMAKRISHNA, P.; UDAYASANKAR, K. Some physical
properties of tamarind (tamarindus indica L.) juice concentrates. Journal of Food
Engi- neering, v. 13, n. 4, p. 241-258, 1991.
62
MCCLEMENTS, J. Impact of electrostatic interactions on formation and
stability of emulsions containing oil droplets coated by β-lactoglobulin-pectin
complexes. Agric. Food Chem., v.55, p.475-485, 2007.
MERCALI, G.D. Physical properties of acerola and blueberry pulps. Journal
of Food Engineering, Essex, V. 106, n. 4, p 283-289, 2011.
MINIM, L. A.; COIMBRA, J. S. R.; MINIM, V. P. R. Influence of
temperature and water and fat contents on the thermophysical properties of milk.
Journal of Chemical & Engineering. Data, Washington, v. 47, n. 6, p. 1488-1491, 2002.
MINIM, L. A.; TELIS, V. R. N.; MINIM, V. P. R.; ALCANTARA, L. A. P.;
TELIS-ROMERO, J. Thermophysical properties of lemon juice as affected by
temperature and water content. J. Chem. Eng. Data, 54, 2269-2272 (2009).
MOHSENIN, N. N. Thermal Properties of Foods and Agricultural
Materials; Gordon and Breach: New York (1980).
MOSQUIM, M. C. A. V. Propriedades funcionais do soro de queijo. In:
Encontro Digital de Tecnologia de Laticínios, Viçosa, MG, 3, 1996.
MOURA, S. C. S. R., FRANÇA, V. C. L., LEAL, A. M. C. B. Propriedades
termofísicas de modelos similares a sucos – parte I, Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Campinas, v.23, n.1, p. 62-68, jan-abr, 2003.
MOURA, S., C., S., R.; FRANÇA, V., C., L.; LEAL, A., M., C., B.
Propriedades termofísicas de soluções- modelo Similares a Sucos – Parte II. Ciênc.
Tecnol. Aliment., Campinas, v.25, n.3, p. 454-459, jul.n/set. 2005.
MOURA, S.C.S. R.; Vitali, A.A; França, V.C.L. Propriedades termofísicas de
soluções modelo similares a creme de leite. Ciência e Tecnologia Alimentos. v.21,
n.2, p.209-215, 2001.
NADER FILHO, A.; SCHOCKEN-ITURRINO, R. P.S.; ROSSI JÚNIOR, O.
D.; EÇA, F.A.D. Características físico-químicas do leite bovino, bubalino e do
produto da mistura de ambas as espécies. Artigos de Veterinária, v. 2, n. 1, p. 95-106,
1986.
OLIVEIRA, S. D; CAMARGO, D; MACHADO, P. P.; BORGES, S. V.
Condutividade térmica do suco de laranja. Revista Brasileira de Produtos
Agroindustriais, Campina Grande, v.3, n.1, p.101-104, 2001.
OLIVEIRA, V. M. Formulação de bebida láctea fermentada com diferentes
concentrações de soro de queijo, enriquecida com ferro: caracterização físico-
63
química, análises bacteriológicas e sensoriais. Dissertação de Mestrado. 78p.
Universidade Federal Fluminense. Niterói, Rio de Janeiro, 2006.
ORDÓNEZ, J. A. Tecnologia de alimentos: Componentes dos alimentos e
processos. Porto Alegre: Artmed Editora, 2005 a. Paulo: Lemos Editorial, 2000. 175p.
PELEGRINE, D.H. Comportamento reológico das polpas de manga e
abacaxi. 115f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos) – FEA,
UNICAMP, Campinas, 1999.
PIMENTEL, M.V.S.; BARBOSA, M.M.M.; ANDRADE, S.C. de;
NASCIMENTO, W.G. do. Evolução da bubalinocultura no Nordeste brasileiro:
uma revisão bibliográfica. In: Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão- JEPEX, 10,
2010, Garanhuns. Anais... Garanhuns: UFRPE- UAG, 2010.
RODRIGUES, C.F.C.; IAPICHINI, J.E.C.B.; LISERRE, A.M.; SOUZA, K.B.
de; FACHINI, C.; REICHERT, R.H. Oportunidades e desafios da bubalinocultura
familiar da região sudoeste paulista. Revista Tecnologia e Inovação Agropecuária.
p.100-109,2008.
PINHEIRO, G. S. Propriedades físicas, termofísicas e físico-químicas de
purê de banana adicionados de açúcar, Lavras, 2004, p, Tese (Doutorado em Ciência
dos Alimentos), Universidade Federal de Lavras (UFLA).
RAHMAN, M. S. Food Properties Handbook. CRC Press, Inc., FL. (1995).
RAHMAN, M.S. Mass-volume-area-related properties of food. In: RAO, M.
A.; RIZVI, M. D.; DATTA, A. K. Engineering properties of foods. New York, Inc,
2005.
RAHMAN, S. Food properties handbook. 2nd ed. New York: CRC Press,
1995. 522 p.
RAMOS, A.M.; IBARZ, A. Density of juice and fruit as a function of soluble
solids content and tempera- ture. Journal of Food Engineering, v. 35, n. 1, p. 57-63,
1998.
RAO, M. A., & RIZVI, S. S. Engineering properties of foods, New York,
Marcel Dekker, 1986.
RAO, M. A.; RIZVI, S. S. H. Engineering properties of foods. 3rd ed. Taylor
& Francis Group, 2005. p.154.
RAO, M.A. Rheology of liquid foods – a review. Journal of Texture Studies,
New York, v.8, n.2, p.135-168, 1977.
64
SANTOS A.S. e FERREIRA T.C. 2006. Composição bromatológica da
mussarela de leite de búfala (Bubalus bubalis) produzida em Minas Gerais. Anais do
XVI Congresso Nacional de Zootecnia – Zootec, Recife, PE.
SHARMA, S. K., MULVANEY, S. J., RIZVI, S. S. H. Food processing
engineering: theory and laboratory experiments. United States of America: Wiley-
Interscience. 2000, 348p.
SILVA, F. C.; GUIMARÃES, D. H. P.; GASPARETTO, C. A. Reologia do
Suco de Acerola: Efeitos da Concentração e Temperatura. Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Campinas, v. 25, n. 1, p. 121-126, 2005.
SILVA, M.S.T, Júnior, J.B.L., Gonçalves, I. A. et al. Programa de Incentivo a
Criação de Búfalos por Pequenos Produtores, 2003.
SILVA, N. M. C. Propriedades termofísicas e comportamento reológico da
polpa de jenipapo (Genipa americana l.) 56p. Mestrado (Dissertação em Engenharia
de Alimentos)– Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB, Itapetinga-Ba,
2008.
SILVA, N. M. C.; BONOMO, R. C. F.; RODRIGUES, L. B.; CHAVES, M. A.;
FONTAN, R. C. I.; BONOMO, P.; LANDIM, L. B.; SAMPAIO, V. S. (2010).
Thermophysical characterization of genipap pulp. Int. J. Food Eng. , 6 (3), article 1.
SILVA, S. B. Propriedades Termofísicas de Polpa de Abacaxi. 1997. 93f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos) – Universidade Estadual de
Campinas. Campinas, 1997.
SINGH, R. P.; HELDMAN, D. R. Introdución a la Ingeniería de los
alimentos. Zagaroa: Acribia, 1998, 544p.
SOUZA, M. A.; BONOMO, R. C. F.; FONTAN, R. C. I.; MINIM, L. A.;
COIMBRA, J. S. R.; BONOMO, P. Thermophysical properties of umbu pulp. Braz.
J. Food Technol. 13, 219-225 (2010).
STEFFE, J.F. Rheological methods in food process engineering. 2. ed.
Freeman Press, 1996. 412p.
TABILO-MUNIZAGA, G.; BARBOSA-CÁNOVAS, G.V. Rheology for the
food industry. Journal of Food Engineering, v. 67, p. 147-156, 2005.
TANG, Q.; MUNRO, P. A.; MCCARTHY, O. W. Rheology of whey protein
concentrate solutions as a function of concentration, temperature, pH and salt
concentration. Journal of Dairy Research, v. 60, p. 349-361, 1993.
65
TAVMAN, I. H.; TAVMAN, S. Measurement of thermal conductivity of
dairy products. Journal of Food Engineering, Essex, v. 41, n. 2, p. 109-114, 1999.
TEIXEIRA, L.V; BASTIANETTO, E.; OLIVEIRA, D.A.A. Leite de búfala na
indústria de produtos lácteos, Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.29, n.2, p.96-
100, abril/jun. 2005.
TEIXEIRA, L.V; FONSECA, L.M; Perfil físico-químico do soro de queijo
mozarela e minas padrão produzidos em várias regiões do estado de Minas Gerias,
Arq. Bras. Med. Vet. Zoot. N.1, p. 243-250, 2008.
TELIS-ROMERO, J.; TELIS, V.R.N.; GABAS, A.L.; YAMASHITA, F.
Thermophysical Properties of Brazilian Orange Juice as Affected by temperature
and Water Content. Journal of Food Engineering. v. 38, p.27-40, 1998;
URBICAN, M. J.; LOZANO, J.E. Thermal and Rheological Properties of
Foodstuffs. In: VALENTAS, K. J.; ROTSTEIN, E.; SINGH, R, P. Handbook
VAN DENDER, A.G.F.; MORENO, I.; GARCIA, S. Uso do creme de leite de
búfala e de vaca na fabricação do queijo mascarpone. Revista do Instituto de
Laticínios Cândido Tostes, v.43, n.259, p. 35-42, 1988.
VÉLEZ-RUIZ, J. F.; BARBOSA-CÁNOVAS, G. V. Effects of temperature
and concentration on the rheology of concentrated milk. Transactions of the ASAE,
v. 40, p. 1113-1118, 1997.
VÉLEZ-RUIZ, J. F.; BARBOSA-CÁNOVAS, G. V. Rheological properties of
concentrated milk as function of concentration, temperature and storage time.
Journal of Food Engineering, v. 35, p. 177-190, 1998.
VENTUROSO, R. C; ALMEIDA, K. E.; RODRIGUES, A. M.; DAMIN, M. R;
OLIVEIRA, M. N. Determinação da composição físico-química de produtos lácteos:
estudo exploratório de comparação de resultados obtidos por metodologia oficial e
por ultra-som. Ver. Cienc. Farmacêutica. v. 43, n.4, out/dez, 2007.
VERRUMA, M. R.; SALGADO, J. M. Avaliação Química do leite de búfala
em comparação ao leite de vaca. Sci. Agric., v.50,n. 3, p. 131-137, 1993.
VIDAL, J.R.M.B.; GASPARETTO, C.A.; GRANDIN, A. Efeito da
temperatura no comportamento reológico da polpa de manga. Revista Ciências
Exatas e Naturais, v.1, n.2, p.69-76, 2000.
VITALI, A. A.; RAO, M. A. Flow Properties of low-pulp concentrated
orange juice: effect of temperature and concentration. Journal of Food Science, v.
49, n. 3, p. 882-888, 1984.
66
VITALI, A.A. Comportamento reológico de purê de goiaba ( Psidium
guajava L.) em função da concentração e temperatura . 151f. Dissertação (Mestrado
em Engenharia Química) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 1981.
VITALI, A.A.; RAO, M.A. Flow properties of low-pulp concentrated orange
juice: effect of temperature and concentration. Journal of Food Science, v.49, n.3,
p.882-88, 1984.
VRIESMANN, L. C., Polysaccharides from the pulp of cupuassu
(Theobroma grandiflorum): structural characterization of a pectic fraction.
Carbohydrate Polymers, p. 2-4, 2008.
67