LOMBH-atual
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SUMÁRIO
PREÂMBULO............................................................................................................................... 4
CAPÍTULO I – DA TRIBUTAÇÃO..................................................................................40
Seção I – Dos Tributos Municipais.......................................................................40
Seção II – Das Limitações ao Poder de Tributar..................................................41
Seção III – Da Participação do Município em Receitas Tributárias Federais e
Estaduais.............................................................................................................. 41
CAPÍTULO II – DO ORÇAMENTO...............................................................................41
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LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE
PREÂMBULO
atribuição de elaborar a lei basilar da ordem municipal autônoma e democrática, que, fundada
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TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Parágrafo único - O Município se organiza e se rege por esta Lei Orgânica e demais leis que adotar,
observados os princípios constitucionais da República e do Estado.
Art. 2º - Todo o poder do Município emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes
eleitos, ou diretamente, nos termos da Constituição da República e desta Lei Orgânica.
§ 1º - O exercício indireto do poder pelo povo no Município se dá por representantes eleitos pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com igual valor para todos, na forma da legislação
federal, e por representantes indicados pela comunidade, nos termos desta Lei Orgânica.
§ 2º - O exercício direto do poder pelo povo no Município se dá, na forma desta Lei Orgânica,
mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular no processo legislativo;
IV - participação na administração pública;
V - ação fiscalizadora sobre a administração pública.
Art. 3º - São objetivos prioritários do Município, além daqueles previstos no art. 166 da Constituição
do Estado:
I - garantir a efetividade dos direitos públicos subjetivos;
II - assegurar o exercício, pelo cidadão, dos mecanismos de controle da legalidade e da legitimidade
dos atos do Poder Público e da eficácia dos serviços públicos;
III - preservar os interesses gerais e coletivos;
IV - promover o bem de todos, sem distinção de origem, raça, sexo, cor, credo religioso, idade, ou
quaisquer outras formas de discriminação;
V - proporcionar aos seus habitantes condições de vida compatíveis com a dignidade humana, a
justiça social e o bem comum;
VI - priorizar o atendimento das demandas da sociedade civil de educação, saúde, transporte,
moradia, abastecimento, lazer e assistência social;
VII - preservar a sua identidade, adequando as exigências do desenvolvimento à preservação de sua
memória, tradição e peculiaridades;
VIII - valorizar e desenvolver a sua vocação de centro aglutinador e irradiador da cultura brasileira.
Parágrafo único - O Município concorrerá, nos limites de sua competência, para a consecução dos
objetivos fundamentais da República e prioritários do Estado.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 6º - São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.
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Parágrafo único - Salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica, é vedado a qualquer dos Poderes
delegar atribuição e, a quem for investido na função de um deles, exercer a de outro.
CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
Art. 11 - Compete ao Município prover a tudo quanto respeite ao seu interesse local.
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XVIII - fiscalizar a produção, a conservação, o comércio e o transporte de gênero alimentício e
produto farmacêutico destinados ao abastecimento público, bem como de substância potencialmente
nociva ao meio ambiente, à saúde e ao bem-estar da população;
XIX - licenciar a construção de qualquer obra;
XX - licenciar estabelecimento industrial, comercial, prestador de serviços similares e cassar o alvará
de licença dos que se tornarem danosos ao meio ambiente, à saúde ou ao bem-estar da população;
XXI - fixar o horário de funcionamento de estabelecimentos referidos no inciso anterior;
XXII - regulamentar e fiscalizar o comércio ambulante, inclusive o de papéis e de outros resíduos
recicláveis;
XXIII - interditar edificações em ruínas ou em condições de insalubridade e as que apresentem as
irregularidades previstas na legislação específica, bem como fazer demolir construções que ameacem
a segurança individual ou coletiva;
XXIV - regulamentar e fiscalizar a instalação e o funcionamento de aparelho de transporte;
XXV - licenciar e fiscalizar, nos locais sujeitos ao seu poder de polícia, a fixação de cartazes,
anúncios e quaisquer outros meios de publicidade e propaganda;
XXVI - regulamentar e fiscalizar, na área de sua competência, os espetáculos e os divertimentos
públicos;
XXVII - estabelecer e impor penalidades por infrações a suas leis e regulamentos.
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 70 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta de representantes do povo
eleitos em pleito direto, pelo sistema proporcional, para mandato de 4 (quatro) anos.
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Parágrafo único - Fica fixado em 41 (quarenta e um) o número de vereadores da Câmara Municipal,
observados os limites estabelecidos na Constituição da República de 1988.
Art. 70 com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 41, de 11/10/2023 (Art. 1º)
Seção II
Da Câmara Municipal
Art. 72 - No primeiro ano de cada legislatura, cuja duração coincide com o mandato dos Vereadores,
a Câmara reunir-se-á no dia primeiro de janeiro para dar posse aos Vereadores, ao Prefeito e ao
Vice-Prefeito e eleger a sua Mesa Diretora para mandato de dois anos, vedada a recondução para o
mesmo cargo na eleição subseqüente.
Parágrafo único - A eleição da Mesa se dará por chapa, completa ou não, inscrita até a hora de
eleição por qualquer Vereador.
Parágrafo único - Na sessão extraordinária, a Câmara somente delibera sobre a matéria objeto da
convocação.
Art. 74 - A Câmara e suas comissões funcionam com a presença, no mínimo, da maioria de seus
membros, e as deliberações são tomadas por maioria de votos dos presentes, salvo os casos
previstos nesta Lei Orgânica.
Art. 75 - As reuniões da Câmara são públicas, e somente nos casos previstos nesta Lei o voto é
secreto.
Parágrafo único - É assegurado o uso da palavra por representantes populares na tribuna da Câmara
durante as reuniões, na forma e nos casos definidos pelo Regimento Interno.
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§ 1º - O convocado, três dias úteis antes de seu comparecimento, enviará à Câmara exposição
referente às informações solicitadas.
§ 3º - O Secretário pode comparecer à Câmara ou a qualquer de suas comissões, por sua iniciativa e
após entendimento com a Mesa, para expor assunto de relevância de sua Secretaria.
Seção III
Dos Vereadores
Art. 77 - O Vereador é inviolável por suas opiniões, palavras e votos proferidos no exercício do
mandato e na circunscrição do Município.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento Interno, o
abuso de prerrogativa assegurada ao Vereador.
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§ 2º - Nos casos dos incisos I, II, III e VIII, a perda de mandato será decidida pela Câmara por voto
nominal e maioria de seus membros, mediante provocação da Mesa ou de partido político
devidamente registrado.
§ 2º com redação dada pele Emenda à Lei Orgânica nº 25, de 9/7/2012 (Art. 1º)
§ 3º - Nos casos dos incisos IV, V e VII, a perda será declarada pela Mesa da Câmara, de ofício ou
por provocação de qualquer de seus membros ou de partido político devidamente registrado.
§ 4º - No caso do inciso VI, a perda será decidida, se culposo o crime, na forma do § 2º, e declarada,
se doloso o crime, nos termos do § 3º.
§ 5º - O Regimento Interno disporá sobre o processo de julgamento, observado o disposto no art. 4º,
§ 3º, e, no que couber, no art. 110 e parágrafos.
§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em cargo mencionado neste
artigo ou de licença superior a 120 (cento e vinte) dias.
§1º com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 38, de 26/7/2023 (Art. 2º)
§ 2º - Se ocorrer vaga e não houver suplente, far-se-á eleição para preenchê-la, se faltarem mais de
quinze meses para o término do mandato.
§ 4º - Na hipótese dos incisos III e V do caput deste artigo, é indispensável a comprovação médica
por profissional da Câmara ou comprovação documental, sob pena de responsabilização.
§ 4º acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 32, de 26/8/2020 (Art. 1º)
§ 6º - Será concedida licença às vereadoras e aos vereadores que adotarem ou obtiverem guarda
judicial para fins de adoção, nos termos e nos prazos estabelecidos na legislação específica.
§ 6º acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 32, de 26/8/2020 (Art. 1º)
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Art. 81 – A remuneração do Vereador será fixada pela Câmara, em cada legislatura, para ter vigência
na subseqüente, por voto da maioria de seus membros, vedada a concessão de ajuda de custo ou
outra gratificação extra, a qualquer título, inclusive pelas convocações extraordinárias.
Art. 81 - A remuneração do vereador será fixada pela Câmara, em cada legislatura, para ter vigência
na subseqüente, por voto da maioria de seus membros, observados os limites constitucionais, vedado
o pagamento de jetons por comparecimento a sessão extraordinária.
Caput com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 8, de 8/3/1995 (Art. 3º)
Parágrafo único - Na hipótese de a Câmara deixar de exercer a competência de que trata o artigo,
ficarão mantidos, na legislatura subseqüente, os valores de remuneração vigentes em dezembro do
último exercício da legislatura anterior, admitida apenas a atualização dos mesmos.
Seção IV
Das Comissões
Seção V
Das Atribuições da Câmara Municipal
Art. 83 - Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, não exigida para o estabelecido no art.
84, dispor sobre todas as matérias de competência do Município, especificamente:
I - plano diretor;
II - plano plurianual;
III - diretrizes orçamentárias;
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IV - orçamento anual;
V - sistema tributário municipal, arrecadação e distribuição de rendas;
VI - dívida pública, abertura e operação de crédito;
VII - delegação de serviços públicos;
VIII - criação, transformação e extinção de cargo, emprego e função públicos na administração direta,
autárquica e fundacional, e fixação de remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei
de diretrizes orçamentárias;
IX - fixação do quadro de empregos das empresas públicas, sociedades de economia mista e demais
entidades sob controle direto ou indireto do Município;
X - servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, seu regime jurídico único,
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
XI - criação, organização e definição de atribuições de órgãos e entidades da administração pública;
XII - divisão regional da administração pública;
XIII - divisão territorial do Município;
XIV - bens do domínio público;
XV - isenção, remissão e anistia;
XVI - transferência temporária da sede do Governo Municipal;
XVII - matéria decorrente da competência comum de que trata o art. 13.
§ 1º - Compete também à Câmara manifestar-se, por maioria de seus membros, a favor de proposta
de emenda à Constituição do Estado.
§ 2º - O não-encaminhamento à Câmara de convênio a que se refere o inciso XVI, nos dez dias úteis
subseqüentes à sua celebração, implica nulidade dos atos já praticados em virtude de sua execução,
aplicando-se o disposto no art. 91, no que couber.
§ 2º declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (ADI nº 117)
Seção VI
Do Processo Legislativo
Parágrafo único - São também objeto de deliberação da Câmara, além de outras proposições
previstas no Regimento Interno:
I - a autorização;
II - a indicação;
III - o requerimento;
IV - a representação.
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Art. 86 - A Lei Orgânica pode ser emendada mediante proposta:
I - de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara;
II - do Prefeito;
III - de, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município.
§ 2º - A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de estado de sítio ou estado de defesa,
nem quando o Município estiver sob intervenção do Estado.
§ 3º - A proposta será discutida e votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
considerada aprovada se obtiver, em ambos, dois terços dos votos dos membros da Câmara.
§ 5º - A Emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa da Câmara, com o respectivo número de
ordem.
§ 6º - O referendo à emenda será realizado, se requerido antes da data da promulgação, por dois
terços dos membros da Câmara, ou por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município.
§ 7º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
representada na mesma sessão legislativa.
Art. 87 - A iniciativa de lei cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara, ao Prefeito e aos
cidadãos, na forma e nos casos definidos nesta Lei Orgânica.
§ 1º - São matéria de lei, dentre outras previstas nesta Lei Orgânica, que dependem de voto
favorável:
I - de dois terços dos membros da Câmara:
a) o plano diretor;
b) o parcelamento, a ocupação e o uso do solo;
c) o código tributário;
d) alteração das regras pertinentes ao estatuto dos servidores.
Alínea “d” acrescentada pela Emenda à Lei Orgânica nº 19, de 05/01/2006 (Art. 3º)
Emenda à Lei Orgânica nº 19 declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (ADI nº
1.0000.07.467.202-3/000)
II - da maioria dos membros da Câmara:
a) o código de obras;
b) o código de posturas;
c) o código sanitário;
d) o estatuto dos servidores públicos;
Alínea “d” revogada pela Emenda à Lei Orgânica nº 19, de 05/01/2006 (Art. 3º)
Emenda à Lei Orgânica nº 19 declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (ADI nº
1.0000.07.467.202-3/000)
e) a organização da Defensoria do Povo e da Guarda Municipal;
f) a organização administrativa;
g) a criação de cargos, funções e empregos públicos.
§ 2º - Será dada ampla divulgação aos projetos de Lei Orgânica, estatuto e código previstos no
parágrafo anterior ou em outros dispositivos desta Lei, facultado a qualquer cidadão, no prazo de
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quinze dias da data de sua publicação, apresentar sugestão sobre qualquer um deles ao Presidente
da Câmara, que a encaminhará à comissão respectiva, para apreciação.
Art. 88 - São matéria de iniciativa privativa, além de outras previstas nesta Lei Orgânica:
I - da Mesa da Câmara:
a) o regulamento geral, que disporá sobre a organização da Secretaria da Câmara, seu
funcionamento, sua polícia, criação, transformação ou extinção de cargo, emprego e função, regime
jurídico de seus servidores e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e o disposto nos arts. 49, §§ 1º e 2º, e 57;
b) a autorização para o Prefeito ausentar-se do Município;
c) a mudança temporária da sede da Câmara;
II - do Prefeito:
a) a criação de cargo e função públicos da administração direta, autárquica e fundacional e a fixação
da respectiva remuneração, observados os parâmetros da lei de diretrizes orçamentárias;
b) o regime jurídico único dos servidores públicos dos órgãos da administração direta, autárquica e
fundacional, incluído o provimento de cargo, estabilidade e aposentadoria;
c) o quadro de empregos das empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades
sob controle direto ou indireto do Município;
d) a criação, organização e definição de atribuições de órgãos e entidades da administração pública,
exceto as da Defensoria do Povo;
e) os planos plurianuais;
f) as diretrizes orçamentárias;
g) os orçamentos anuais;
h) a concessão de isenção, benefício ou incentivo fiscal;
i) a divisão regional da administração pública.
Art. 89 - Salvos nas hipóteses previstas no artigo anterior, a iniciativa popular em matéria de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros pode ser exercida pela apresentação à Câmara de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município, em lista
organizada por entidade associativa legalmente constituída, que se responsabilizará pela idoneidade
das assinaturas.
Art. 91 - O Prefeito pode solicitar urgência para apreciação de projeto de sua iniciativa, salvo o de Lei
Orgânica, estatutária ou equivalente a código, ou que dependa de “quorum” especial para aprovação.
§ 1º - Se a Câmara não se manifestar sobre o projeto em até quarenta e cinco dias, será ele incluído
na ordem do dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime a
votação.
Art. 92 - A proposição de lei, resultante de projeto aprovado pela Câmara, será enviada ao Prefeito,
que, no prazo de quinze dias úteis, contados da data de seu recebimento:
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I - se aquiescer, a sancionará; ou
II - se a considerar, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrária ao interesse público, a vetará,
total ou parcialmente.
§ 3º - O Prefeito publicará o veto e, dentro de quarenta e oito horas, comunicará seus motivos ao
Presidente da Câmara.
§ 5º - A Câmara, dentro de trinta dias contados do recebimento da comunicação do veto, sobre ele
decidirá, em escrutínio secreto, e sua rejeição só ocorrerá pelo voto:
I - de três quintos de seus membros, quando a matéria objeto da proposição de lei depender de
aprovação por dois terços;
II - da maioria de seus membros, quando a matéria depender de aprovação por “quorum” idêntico ou
inferior.
§ 5º - A Câmara, dentro de trinta dias, contados do recebimento da comunicação do veto, sobre ele
decidirá, em votação nominal, e sua rejeição só ocorrerá pelo voto:
I - de três quintos de seus membros, quando a matéria objeto da proposição de lei depender de
aprovação por dois terços;
II - da maioria de seus membros, quando a matéria depender de aprovação por quórum idêntico ou
inferior.”
§ 5º com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 25, de 9/7/2012 (Art. 2º)
§ 6º - Se o veto não for mantido, será a proposição de lei enviada ao Prefeito para promulgação.
§ 7º - Esgotado o prazo estabelecido no § 5º, sem deliberação, o veto será incluído na ordem do dia
da reunião imediata, sobrestadas as demais proposições, até votação final, ressalvada a matéria de
que trata o § 1º do art. 91.
§ 8º - Se, nos casos dos §§ 1º e 6º, a lei não for promulgada pelo Prefeito dentro de quarenta e oito
horas, o Presidente da Câmara a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
Presidente fazê-lo.
Art. 93 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto na mesma sessão legislativa mediante proposta da maioria dos membros da Câmara ou de
pelo menos cinco por cento do eleitorado.
Art. 94 - A requerimento de vereador, aprovado pelo Plenário, os projetos de lei, decorridos sessenta
dias de seu recebimento, serão incluídos na ordem do dia, mesmo sem parecer.
Parágrafo único - O projeto somente pode ser retirado da ordem do dia a requerimento do autor,
aprovado pelo Plenário.
Seção VII
Da Fiscalização e dos Controles
Subseção I
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Disposições Gerais
§ 1º - O controle externo, a cargo da Câmara, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do
Estado.
Art. 96 - Qualquer cidadão, partido político, associação legalmente constituída ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidade ou ilegalidade de ato de agente público.
Parágrafo único - A denúncia poderá ser feita, em qualquer caso, à Câmara e à Defensoria do Povo,
ou, sobre o assunto da respectiva competência, ao Ministério Público ou ao Tribunal de Contas.
Art. 97 - As contas do Prefeito, referentes à gestão financeira do ano anterior, serão julgadas pela
Câmara mediante parecer prévio do Tribunal de Contas, nos termos da Constituição do Estado, o
qual somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara.
§ 1º - Para efeito de exame e apreciação, as contas do Município ficarão, durante sessenta dias,
anualmente, à disposição de qualquer cidadão, que poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos
da lei.
Art. 98 - Anualmente, dentro de sessenta dias do início da sessão legislativa, a Câmara receberá, em
reunião especial, o Prefeito, que informará, por meio de relatório, o estado em que se encontram os
assuntos municipais.
Parágrafo único - Sempre que o Prefeito manifestar propósito de expor assunto de interesse público,
a Câmara o receberá em reunião previamente designada.
Art. 99 - A Câmara, após aprovação da maioria de seus membros, convocará plebiscito para que o
eleitorado do Município se manifeste sobre ato político do Poder Executivo ou do Poder Legislativo,
desde que requerida a convocação por vereador, pelo Prefeito ou, no mínimo, por cinco por cento do
eleitorado do Município.
Subseção II
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Da Defensoria do Povo
Art. 100 - A Defensoria do Povo é órgão público dotado de autonomia administrativa e financeira e
com funções de controle da administração pública, e suas atribuições, organização e funcionamento
serão definidos em lei, aprovada pela maioria dos membros da Câmara.
§ 1º - A Defensoria é dirigida pelo Defensor do Povo, com mais de trinta anos de idade, notável
experiência, reputação ilibada e reconhecido senso de justiça, eleito por dois terços dos membros da
Câmara, para mandato, não-renovável, de quatro anos, e nomeado pelo Presidente desta.
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 102 - O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal, auxiliado pelos Secretários
Municipais.
Art. 103 - A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, para mandato de quatro anos, se realizará até
noventa dias antes do término do mandato de seus antecessores, mediante pleito direto e simultâneo
realizado em todo o País, e a posse ocorrerá no dia primeiro de janeiro do ano subseqüente,
observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 da Constituição da República.
Parágrafo único - Perderá o mandato o Prefeito que assumir outro cargo ou função na administração
pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto
no art. 51, I, II e III.
Art. 104 - A eleição do Prefeito importará, para mandato correspondente, a do Vice-Prefeito com ele
registrado.
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§ 1º - O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse em reunião da Câmara, prestando o seguinte
compromisso: “Prometo manter, defender e cumprir as Constituições da República e do Estado, a Lei
Orgânica do Município, observar as leis, promover o bem geral do povo belo-horizontino e exercer o
meu cargo sob a inspiração do interesse público, da lealdade e da honra”.
§ 3º - O Vice-Prefeito auxiliará o Prefeito, sempre que por ele convocado para missões especiais.
§ 2º - Ocorrendo a vacância nos últimos quinze meses do mandato governamental, a eleição para
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pela Câmara, na forma de lei, aprovada
pela maioria dos membros desta.
Art. 106 - Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo
motivo de força maior, reconhecido pela Câmara, não tiver assumido o cargo, este será declarado
vago.
Seção II
Das Atribuições do Prefeito Municipal
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Art. 108 - Compete privativamente ao Prefeito Municipal:
I - nomear e exonerar Secretário Municipal;
II - exercer, com o auxílio dos Secretários Municipais, a direção superior do Poder Executivo;
III - prover os cargos públicos do Poder Executivo;
IV - prover os cargos de direção ou administração superior de autarquia e fundação pública;
V - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;
VI - fundamentar os projetos de lei que remeter à Câmara;
VII - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e, para sua fiel execução, expedir decretos e
regulamentos;
VIII - vetar proposições de lei;
IX - remeter mensagem e planos de governo à Câmara, quando da reunião inaugural da sessão
legislativa ordinária, expondo a situação do Município, especialmente o estado das obras e dos
serviços municipais;
X - enviar à Câmara a proposta de plano plurianual, o projeto da lei de diretrizes orçamentárias e as
propostas de orçamento;
XI - prestar, anualmente, dentro de sessenta dias da abertura da sessão legislativa ordinária, as
contas referentes ao exercício anterior;
XII - extinguir cargo desnecessário, desde que vago ou ocupado por servidor público não-estável, na
forma da lei;
XIII - celebrar convênios, ajustes e contratos de interesse municipal;
XIV - contrair empréstimo, externo ou interno, e fazer operação ou acordo externo de qualquer
natureza, mediante prévia autorização da Câmara, observado os parâmetros de endividamento
regulados em lei, dentro dos princípios da Constituição da República;
XV - convocar extraordinariamente a Câmara, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;
XVI - fixar, mediante decreto, o preço dos bens e serviços;
XVII - exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica.
Art. 108-A - O Prefeito apresentará, no prazo de até 120 (cento e vinte) dias, a contar de sua posse, o
programa de metas de sua gestão, que conterá as prioridades, as ações estratégicas, as metas
quantitativas e qualitativas e os indicadores de desempenho por órgão e programa de governo,
observando-se as diretrizes de sua campanha eleitoral e os objetivos, as diretrizes, as ações
estratégicas e as demais normas do plano diretor do Município de Belo Horizonte.
§ 2º - O Poder Executivo promoverá, nos 30 (trinta) dias seguintes ao término do prazo de que trata o
caput deste artigo, audiências públicas com a finalidade de debater sobre o programa de metas.
§ 6º - Ao final de cada ano, o Prefeito divulgará o relatório da execução do programa de metas, o qual
será disponibilizado integralmente nos meios de comunicação previstos no § 1º deste artigo.
Art. 108-A acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 24, de 13/4/2012 (Art. 1º)
Seção III
Do Processo e Julgamento do Prefeito Municipal
Art. 109 - São crimes de responsabilidade do Prefeito os definidos em lei federal especial, que
estabelece as normas de processo de julgamento.
Parágrafo único - Nos crimes de responsabilidade, e nos comuns, o Prefeito será submetido a
processo e julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado.
Art. 110 - São infrações político-administrativas do prefeito, sujeitas ao julgamento pela Câmara e
sancionadas com a cassação do mandato:
I - impedir o funcionamento regular da Câmara;
II - impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam constar dos
arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão de
investigação da Câmara ou por auditoria regularmente instituída;
III - desatender, sem motivo justo, os pedidos de informação da Câmara, quando feitos a tempo e em
forma regular;
IV - retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e os atos sujeitos a essa formalidade;
V - deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo e em forma regular, a proposta orçamentária;
VI - descumprir o orçamento aprovado para exercício financeiro;
VII - praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua prática;
VIII - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município sujeitos
à administração da Prefeitura;
IX - ausentar-se do Município por tempo superior ao permitido nesta Lei Orgânica ou afastar-se do
exercício do cargo, sem autorização da Câmara;
X - deixar de remeter à Câmara, até o dia 20 de cada mês, 1/12 (um duodécimo) da dotação
orçamentária destinada ao Poder Legislativo, salvo se por motivo justo, fundamentado ao presidente
da Câmara em tempo hábil;
XI - deixar de declarar seus bens, nos termos do parágrafo único do art. 215 desta Lei Orgânica;
XII - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.
§ 1° - O processo de cassação do mandato do prefeito pela Câmara por infrações definidas no caput
deste artigo obedecerá ao seguinte rito:
I - a denúncia escrita da infração poderá ser feita por qualquer eleitor, com a exposição dos fatos e a
indicação das provas;
II - de posse da denúncia, o presidente da Câmara, na primeira sessão, determinará sua leitura e
consultará a Câmara sobre o seu recebimento;
III - decidido o recebimento, pelo voto de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara, na mesma
sessão será constituída a comissão processante, com 3 (três) vereadores sorteados entre os
desimpedidos, os quais elegerão, desde logo, o presidente e o relator;
IV - recebendo o processo, o presidente da comissão iniciará os trabalhos dentro de 5 (cinco) dias,
notificando o denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e documentos que a instruírem, para
que, no prazo de 10 (dez) dias, apresente defesa prévia por escrito, indique as provas que pretender
produzir e arrole testemunhas, até o máximo de 10 (dez);
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V - decorrido o prazo de defesa, a comissão processante emitirá parecer dentro de 5 (cinco) dias,
opinando pelo prosseguimento ou pelo arquivamento da denúncia, o qual, neste caso, será submetido
ao Plenário;
VI - se a comissão opinar pelo prosseguimento, o presidente designará desde logo o início da
instrução e determinará os atos, as diligências e as audiências que se fizerem necessários para o
depoimento do denunciado e a inquirição das testemunhas;
VII - o denunciado será intimado de todos os atos do processo pessoalmente ou na pessoa de seu
procurador, com a antecedência de, pelo menos, 24 (vinte e quatro) horas, sendo-lhe permitido
assistir às diligências e audiências, bem como formular perguntas e reperguntas às testemunhas e
requerer o que for de interesse da defesa;
VIII - concluída a instrução, será aberta vista do processo ao denunciado, para razões escritas, no
prazo de 5 (cinco) dias, e, após, a comissão processante emitirá parecer final pela procedência ou
improcedência da acusação e solicitará ao presidente da Câmara a convocação de sessão para
julgamento;
IX - na sessão de julgamento, serão lidas as peças requeridas por qualquer dos vereadores e pelos
denunciados, e, a seguir, os que desejarem poderão manifestar-se verbalmente pelo tempo máximo
de 15 (quinze) minutos cada um, e, ao final, o denunciado ou seu procurador terá o prazo máximo de
2 (duas) horas para produzir sua defesa oral;
X - concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações nominais quantas forem as infrações
articuladas na denúncia;
XI - considerar-se-á afastado definitivamente do cargo, sem prejuízo das demais sanções legais
cabíveis, o denunciado que for declarado, pelo voto nominal de 2/3 (dois terços) dos membros da
Câmara, pelo menos, como incurso em qualquer das infrações especificadas na denúncia;
XII - concluído o julgamento, o presidente da Câmara proclamará imediatamente o resultado e fará
lavrar ata que consigne a votação nominal sobre cada infração e, se houver condenação, expedirá o
competente decreto legislativo de cassação do mandato de prefeito;
XIII - se o resultado da votação for absolutório, o presidente determinará o arquivamento do processo;
XIV - em qualquer dos casos, o presidente da Câmara comunicará à Justiça Eleitoral o resultado.
§ 2º - Se o denunciante for vereador, este ficará impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a
comissão processante, podendo, todavia, praticar todos os atos de acusação.
§ 3º - Será convocado o suplente do vereador impedido de votar, o qual não poderá integrar a
comissão processante.
§ 6º - O processo a que se refere este artigo deverá estar concluído em 90 (noventa) dias, contados
da data em que se efetivar a notificação do acusado e, transcorrido o prazo sem julgamento,
arquivado, sem prejuízo de nova denúncia, ainda que sobre os mesmos fatos.
Art. 110 com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 39, de 2/8/2023 (Art. 1º)
Seção IV
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Dos Secretários Municipais
Art. 112 - O Secretário Municipal será escolhido dentre brasileiros, maiores de vinte e um anos de
idade e no exercício dos direitos políticos, e está sujeito, desde a posse, aos mesmos impedimentos
do Vereador.
Parágrafo único - Além de outras atribuições conferidas em lei, compete ao Secretário Municipal:
I - orientar, coordenar e supervisionar as atividades dos órgãos de sua Secretaria e das entidades da
administração indireta a ela vinculadas;
II - referendar ato e decreto do Prefeito;
III - expedir instruções para a execução de lei, decreto e regulamento;
IV - apresentar ao Prefeito relatório anual de sua gestão;
V - comparecer à Câmara, nos casos e para os fins previstos nesta Lei Orgânica;
VI - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Prefeito.
Art. 113 - O Secretário é processado e julgado perante a Câmara, nas infrações político-
administrativas, observado, no que couber, o disposto nos arts. 110 e 111.
Seção V
Da Procuradoria do Município
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