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Atualizada até agosto/2023

SUMÁRIO

PREÂMBULO............................................................................................................................... 4

TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES...............................................................................5

TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS..................................................5

TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO......................................................................6

CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS..........................................................................6


CAPÍTULO II – DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO......................................................7
CAPÍTULO III – DO DOMÍNIO PÚBLICO........................................................................8
CAPÍTULO IV – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA...........................................................8
CAPÍTULO V – DOS SERVIDORES PÚBLICOS..........................................................13
CAPÍTULO VI – DOS SERVIÇOS E OBRAS PÚBLICAS..............................................20

TÍTULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES...................................................................21

CAPÍTULO I – DO PODER LEGISLATIVO...................................................................21


Seção I – Disposições Gerais...............................................................................21
Seção II – Da Câmara Municipal............................................................................22
Seção III – Dos Vereadores...................................................................................23
Seção IV – Das Comissões....................................................................................26
Seção V – Das Atribuições da Câmara Municipal..................................................26
Seção VI – Do Processo Legislativo......................................................................28
Seção VII – Da Fiscalização e dos Controles.........................................................31
Subseção I – Disposições Gerais................................................................31
Subseção II – Da Defensoria do Povo.........................................................32

CAPÍTULO II – DO PODER EXECUTIVO.....................................................................33


Seção I – Disposições Gerais................................................................................33
Seção II – Das Atribuições do Prefeito Municipal...................................................34
Seção III – Do Processo e Julgamento do Prefeito Municipal................................36
Seção IV – Dos Secretários Municipais.................................................................39
Seção V – Da Procuradoria do Município..............................................................39

TÍTULO V – DAS FINANÇAS PÚBLICAS..................................................................................40

CAPÍTULO I – DA TRIBUTAÇÃO..................................................................................40
Seção I – Dos Tributos Municipais.......................................................................40
Seção II – Das Limitações ao Poder de Tributar..................................................41
Seção III – Da Participação do Município em Receitas Tributárias Federais e
Estaduais.............................................................................................................. 41

CAPÍTULO II – DO ORÇAMENTO...............................................................................41

TÍTULO VI – DA ORDEM SOCIAL E ECONÔMICA...................................................................48

CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS........................................................................48


CAPÍTULO II – DA SAÚDE...........................................................................................48
CAPÍTULO III – DO SANEAMENTO BÁSICO...............................................................51
CAPÍTULO IV – DO MEIO AMBIENTE..........................................................................51
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CAPÍTULO V – DA EDUCAÇÃO...................................................................................53
CAPÍTULO VI – DA CULTURA......................................................................................57
CAPÍTULO VII – DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA...........................................................58
CAPÍTULO VIII – DO DESPORTO E DO LAZER..........................................................59
CAPÍTULO IX – DA ASSISTÊNCIA SOCIAL.................................................................59
Seção I – Disposições Gerais..............................................................................60
Seção II – Da Família, da Criança, do Adolescente, do Idoso e da Pessoa com
Deficiência........................................................................................................... 60

CAPÍTULO X – DAS POPULAÇÕES AFRO-BRASILEIRAS.........................................62


CAPÍTULO XI – DA POLÍTICA URBANA......................................................................63
Seção I – Disposições Gerais..............................................................................63
Seção II – Do Plano Diretor.................................................................................67

CAPÍTULO XII – DO TRANSPORTE PÚBLICO E SISTEMA VIÁRIO...........................68


CAPÍTULO XIII – DA HABITAÇÃO................................................................................71
CAPÍTULO XIV – DO ABASTECIMENTO.....................................................................72
CAPÍTULO XV – DA POLÍTICA RURAL........................................................................72
CAPÍTULO XVI – DO TURISMO...................................................................................72

TÍTULO VII – DISPOSIÇÕES GERAIS......................................................................................73

ATOS DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS............................................................................76

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LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo de Belo Horizonte, investidos pela Constituição da República na

atribuição de elaborar a lei basilar da ordem municipal autônoma e democrática, que, fundada

no império de justiça social e na participação direta da sociedade civil, instrumentalize a

descentralização e a desconcentração do poder político, como forma de assegurar ao cidadão

o controle do seu exercício, o acesso de todos à cidadania plena e a convivência em uma

sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, promulgamos, sob a proteção de Deus, a

seguinte Lei Orgânica:

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TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - O Município de Belo Horizonte integra, com autonomia político-administrativa, a República


Federativa do Brasil e o Estado de Minas Gerais.

Parágrafo único - O Município se organiza e se rege por esta Lei Orgânica e demais leis que adotar,
observados os princípios constitucionais da República e do Estado.

Art. 2º - Todo o poder do Município emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes
eleitos, ou diretamente, nos termos da Constituição da República e desta Lei Orgânica.

§ 1º - O exercício indireto do poder pelo povo no Município se dá por representantes eleitos pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com igual valor para todos, na forma da legislação
federal, e por representantes indicados pela comunidade, nos termos desta Lei Orgânica.

§ 2º - O exercício direto do poder pelo povo no Município se dá, na forma desta Lei Orgânica,
mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular no processo legislativo;
IV - participação na administração pública;
V - ação fiscalizadora sobre a administração pública.

§ 3º - A participação na administração pública e a fiscalização sobre esta se dão por meio de


instâncias populares, com estatutos próprios, aprovados pela Câmara Municipal.

Art. 3º - São objetivos prioritários do Município, além daqueles previstos no art. 166 da Constituição
do Estado:
I - garantir a efetividade dos direitos públicos subjetivos;
II - assegurar o exercício, pelo cidadão, dos mecanismos de controle da legalidade e da legitimidade
dos atos do Poder Público e da eficácia dos serviços públicos;
III - preservar os interesses gerais e coletivos;
IV - promover o bem de todos, sem distinção de origem, raça, sexo, cor, credo religioso, idade, ou
quaisquer outras formas de discriminação;
V - proporcionar aos seus habitantes condições de vida compatíveis com a dignidade humana, a
justiça social e o bem comum;
VI - priorizar o atendimento das demandas da sociedade civil de educação, saúde, transporte,
moradia, abastecimento, lazer e assistência social;
VII - preservar a sua identidade, adequando as exigências do desenvolvimento à preservação de sua
memória, tradição e peculiaridades;
VIII - valorizar e desenvolver a sua vocação de centro aglutinador e irradiador da cultura brasileira.

Parágrafo único - O Município concorrerá, nos limites de sua competência, para a consecução dos
objetivos fundamentais da República e prioritários do Estado.

TÍTULO III - DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 6º - São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.

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Parágrafo único - Salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica, é vedado a qualquer dos Poderes
delegar atribuição e, a quem for investido na função de um deles, exercer a de outro.

Art. 7º - O Município exerce sua autonomia, especialmente, ao:


I - elaborar e promulgar a Lei Orgânica;
II - legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar as legislações federal e estadual no que
couber;
III - eleger o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores;
IV - organizar o seu governo e administração.

Art. 8º - São símbolos do Município a bandeira, o hino e o brasão.

Art. 9º - O Distrito de Belo Horizonte é a sede do Município e lhe dá o nome.

Art. 10 - Depende de lei a criação, organização e supressão de distritos ou subdistritos, observada,


quanto àqueles, a legislação estadual.

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO

Art. 11 - Compete ao Município prover a tudo quanto respeite ao seu interesse local.

Art. 12 - Compete ao Município, entre outras atribuições:


I - manter relações com a União, os Estados Federados, o Distrito Federal e os demais Municípios;
II - organizar, regulamentar e executar seus serviços administrativos;
III - firmar acordo, convênio, ajuste e instrumento congênere;
IV - difundir a seguridade social, a educação, a cultura, o desporto, a ciência e a tecnologia;
V - proteger o meio ambiente;
VI - instituir e arrecadar os tributos de sua competência e aplicar as suas receitas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes trimestralmente;
VII - organizar e prestar, diretamente ou mediante delegação, os serviços públicos de interesse local,
incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VIII - fixar os preços dos bens e serviços públicos;
IX - promover adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do parcelamento,
da ocupação e do uso do solo urbano;
X - administrar seus bens, adquiri-los e aliená-los, aceitar doações, legados e heranças, e dispor
sobre sua aplicação;
XI - desapropriar bens, por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, nos casos
previstos em lei;
XII - estabelecer servidões administrativas necessárias à realização de seus serviços, inclusive os
prestados mediante delegação, e, em caso de iminente perigo ou calamidade pública, ocupar e usar
de propriedade particular, bens e serviços, assegurada indenização ulterior, se houver dano;
XIII - estabelecer o regime jurídico único de seus servidores e os respectivos planos de carreira;
XIV - constituir guarda municipal destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações, nos
termos da Constituição da República;
XV - associar-se a outros municípios do mesmo complexo geoeconômico e social, mediante convênio
previamente aprovado pela Câmara, para a gestão, sob planejamento, de funções públicas ou
serviços de interesse comum, de forma permanente ou transitória;
XVI - cooperar com a União e o Estado, nos termos de convênio ou consórcio previamente aprovados
pela Câmara, na execução de serviços e obras de interesse para o desenvolvimento local;
XVII - participar, autorizado por lei, da criação de entidade intermunicipal para a realização de obra, o
exercício de atividade ou a execução de serviço específico de interesse comum;

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XVIII - fiscalizar a produção, a conservação, o comércio e o transporte de gênero alimentício e
produto farmacêutico destinados ao abastecimento público, bem como de substância potencialmente
nociva ao meio ambiente, à saúde e ao bem-estar da população;
XIX - licenciar a construção de qualquer obra;
XX - licenciar estabelecimento industrial, comercial, prestador de serviços similares e cassar o alvará
de licença dos que se tornarem danosos ao meio ambiente, à saúde ou ao bem-estar da população;
XXI - fixar o horário de funcionamento de estabelecimentos referidos no inciso anterior;
XXII - regulamentar e fiscalizar o comércio ambulante, inclusive o de papéis e de outros resíduos
recicláveis;
XXIII - interditar edificações em ruínas ou em condições de insalubridade e as que apresentem as
irregularidades previstas na legislação específica, bem como fazer demolir construções que ameacem
a segurança individual ou coletiva;
XXIV - regulamentar e fiscalizar a instalação e o funcionamento de aparelho de transporte;
XXV - licenciar e fiscalizar, nos locais sujeitos ao seu poder de polícia, a fixação de cartazes,
anúncios e quaisquer outros meios de publicidade e propaganda;
XXVI - regulamentar e fiscalizar, na área de sua competência, os espetáculos e os divertimentos
públicos;
XXVII - estabelecer e impor penalidades por infrações a suas leis e regulamentos.

Art. 13 - É competência do Município, comum à União e ao Estado:


I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o
patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e da garantia das pessoas portadoras de
deficiência;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e da garantia das pessoas com deficiência;
Inciso II com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 31, de 27/12/2018 (Art. 1º)
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e o
saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social
dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de
recursos hídricos e minerais em seu território;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

TÍTULO IV - DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 70 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta de representantes do povo
eleitos em pleito direto, pelo sistema proporcional, para mandato de 4 (quatro) anos.
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Parágrafo único - Fica fixado em 41 (quarenta e um) o número de vereadores da Câmara Municipal,
observados os limites estabelecidos na Constituição da República de 1988.
Art. 70 com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 41, de 11/10/2023 (Art. 1º)

Seção II
Da Câmara Municipal

Art. 71 - A Câmara reunir-se-á, em sessão ordinária, independentemente de convocação, nos meses


de fevereiro a dezembro de cada ano, na forma como dispuser o Regimento Interno.
Art. 71 com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 6, de 14/12/1994 (Art. 1º)

Art. 72 - No primeiro ano de cada legislatura, cuja duração coincide com o mandato dos Vereadores,
a Câmara reunir-se-á no dia primeiro de janeiro para dar posse aos Vereadores, ao Prefeito e ao
Vice-Prefeito e eleger a sua Mesa Diretora para mandato de dois anos, vedada a recondução para o
mesmo cargo na eleição subseqüente.

Parágrafo único - A eleição da Mesa se dará por chapa, completa ou não, inscrita até a hora de
eleição por qualquer Vereador.

Art. 73 - A convocação de sessão extraordinária da Câmara Municipal far-se-á:


I - pelo Presidente da Câmara, em caso de intervenção no Município e para compromisso e posse do
Prefeito e Vice-Prefeito;
II - pelo Prefeito, pelo Presidente da Câmara ou a requerimento de um terço dos membros da
Câmara, em caso de urgência ou interesse público relevante.
Caput com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 8, de 08/03/1995 (Art. 1º)

Parágrafo único - Na sessão extraordinária, a Câmara somente delibera sobre a matéria objeto da
convocação.

Art. 74 - A Câmara e suas comissões funcionam com a presença, no mínimo, da maioria de seus
membros, e as deliberações são tomadas por maioria de votos dos presentes, salvo os casos
previstos nesta Lei Orgânica.

§ 1º - Quando se tratar de matéria relativa a empréstimos, concessões de isenções, incentivos,


benefícios fiscais e gratuidades nos serviços públicos de competência do Município, além de outras
referidas nesta Lei, as deliberações da Câmara são tomadas por dois terços de seus membros.
§ 1º com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 7, de 26/01/1995 (Art. 1º)

§ 2º - Quando estiverem sendo apreciadas proposições, o Presidente somente votará em caso de


escrutínio secreto ou se ocorrer empate nas demais modalidades de votação.
§ 2º com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 8, de 08/03/1995 (Art. 2º)

Art. 75 - As reuniões da Câmara são públicas, e somente nos casos previstos nesta Lei o voto é
secreto.

Parágrafo único - É assegurado o uso da palavra por representantes populares na tribuna da Câmara
durante as reuniões, na forma e nos casos definidos pelo Regimento Interno.

Art. 76 - A Câmara ou qualquer de suas comissões, a requerimento da maioria de seus membros,


pode convocar, com antecedência mínima de dez dias, Secretário Municipal ou dirigente de entidade
da administração indireta, para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente
determinado e constante da convocação, sob pena de responsabilização.

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§ 1º - O convocado, três dias úteis antes de seu comparecimento, enviará à Câmara exposição
referente às informações solicitadas.

§ 2º - Em situações de urgência e interesse público relevante, o prazo de convocação mencionado no


artigo poderá ser reduzido a até quarenta e oito horas, mediante requerimento aprovado por três
quintos dos membros da Câmara, hipótese em que não se aplicará o disposto no parágrafo anterior.

§ 3º - O Secretário pode comparecer à Câmara ou a qualquer de suas comissões, por sua iniciativa e
após entendimento com a Mesa, para expor assunto de relevância de sua Secretaria.

§ 4º - A Mesa da Câmara pode, de ofício ou a requerimento do Plenário, encaminhar, por escrito,


pedido de informação a secretário, a dirigente de entidade da administração indireta e a outras
autoridades municipais, e a recusa, ou o não-atendimento no prazo de trinta dias, ou a prestação de
informação falsa constituem infração administrativa, sujeita a responsabilização.

Seção III
Dos Vereadores

Art. 77 - O Vereador é inviolável por suas opiniões, palavras e votos proferidos no exercício do
mandato e na circunscrição do Município.

Art. 78 - É defeso ao Vereador:


I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, fundação pública,
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa delegatária de serviço público municipal,
salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerados, inclusive os de que seja demissível ad
nutum, nas entidades indicadas na alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo, função ou emprego de que seja demissível ad nutum nas entidades indicadas no
inciso I, alínea “a”;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, alínea
“a”;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 79 - Perderá o mandato o Vereador:


I - que infringir proibição estabelecida no artigo anterior;
II - que se utilizar do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa;
III - que proceder de modo incompatível com a dignidade da Câmara ou faltar com o decoro na sua
conduta pública;
IV - que perder ou tiver suspensos seus direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado;
VII - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das reuniões ordinárias da
Câmara, salvo licença ou missão por esta autorizada;
VIII - que fixar residência fora do Município.

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento Interno, o
abuso de prerrogativa assegurada ao Vereador.

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§ 2º - Nos casos dos incisos I, II, III e VIII, a perda de mandato será decidida pela Câmara por voto
nominal e maioria de seus membros, mediante provocação da Mesa ou de partido político
devidamente registrado.
§ 2º com redação dada pele Emenda à Lei Orgânica nº 25, de 9/7/2012 (Art. 1º)

§ 3º - Nos casos dos incisos IV, V e VII, a perda será declarada pela Mesa da Câmara, de ofício ou
por provocação de qualquer de seus membros ou de partido político devidamente registrado.

§ 4º - No caso do inciso VI, a perda será decidida, se culposo o crime, na forma do § 2º, e declarada,
se doloso o crime, nos termos do § 3º.

§ 5º - O Regimento Interno disporá sobre o processo de julgamento, observado o disposto no art. 4º,
§ 3º, e, no que couber, no art. 110 e parágrafos.

Art. 80 - Não perderá o mandato o Vereador:


I - investido em cargo de Ministro da República, Secretário de Estado, Secretário do Município,
Administrador Regional, chefe de missão diplomática temporária ou dirigente máximo de entidade de
administração indireta na esfera federal, estadual ou municipal;
II - investido em outro cargo do setor público, na esfera federal ou estadual, considerado de
importância para o Município, desde que, neste caso, tenha sido autorizado por três quintos dos
membros da Câmara;

III - licenciado por motivo de doença ou para necessários cuidados físicos;


Inciso III com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 32, de 26/8/2020 (Art. 1º)
IV - licenciado sem remuneração para tratar de interesse particular, desde que esse afastamento não
ultrapasse 120 (cento e vinte) dias por sessão legislativa;
Inciso IV com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 38, de 26/7/2023 (Art. 1º)
V - licenciado por motivo de maternidade ou paternidade, em razão de nascimento de filho ou de
adoção.
Inciso V acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 32, de 26/8/2020 (Art. 1º)
Art. 80 com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 9, de 24/4/1995 (Art. 1º)

§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em cargo mencionado neste
artigo ou de licença superior a 120 (cento e vinte) dias.
§1º com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 38, de 26/7/2023 (Art. 2º)

§ 2º - Se ocorrer vaga e não houver suplente, far-se-á eleição para preenchê-la, se faltarem mais de
quinze meses para o término do mandato.

§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Vereador poderá optar pela remuneração do mandato.

§ 4º - Na hipótese dos incisos III e V do caput deste artigo, é indispensável a comprovação médica
por profissional da Câmara ou comprovação documental, sob pena de responsabilização.
§ 4º acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 32, de 26/8/2020 (Art. 1º)

§ 5º - As vereadoras poderão obter licença-maternidade, e os vereadores, licença-paternidade, nos


termos previstos no art. 7º, incisos XVIII e XIX, da Constituição da República.
§ 5º acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 32, de 26/8/2020 (Art. 1º)

§ 6º - Será concedida licença às vereadoras e aos vereadores que adotarem ou obtiverem guarda
judicial para fins de adoção, nos termos e nos prazos estabelecidos na legislação específica.
§ 6º acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 32, de 26/8/2020 (Art. 1º)

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Art. 81 – A remuneração do Vereador será fixada pela Câmara, em cada legislatura, para ter vigência
na subseqüente, por voto da maioria de seus membros, vedada a concessão de ajuda de custo ou
outra gratificação extra, a qualquer título, inclusive pelas convocações extraordinárias.

Art. 81 - A remuneração do vereador será fixada pela Câmara, em cada legislatura, para ter vigência
na subseqüente, por voto da maioria de seus membros, observados os limites constitucionais, vedado
o pagamento de jetons por comparecimento a sessão extraordinária.
Caput com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 8, de 8/3/1995 (Art. 3º)

Parágrafo único - Na hipótese de a Câmara deixar de exercer a competência de que trata o artigo,
ficarão mantidos, na legislatura subseqüente, os valores de remuneração vigentes em dezembro do
último exercício da legislatura anterior, admitida apenas a atualização dos mesmos.

Seção IV
Das Comissões

Art. 82 - A Câmara terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma do Regimento


Interno e com as atribuições nele previstas, ou conforme os termos do ato de sua criação.

§ 1º - Na constituição da Mesa e na de cada comissão é assegurada, tanto quanto possível, a


participação proporcional dos partidos políticos ou dos blocos parlamentares representados na
Câmara.

§ 2º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência cabe:


I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do Regimento Interno, a competência do
Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Câmara;
II - realizar audiência pública com entidade da sociedade civil;
III - realizar audiência pública em regiões do Município, para subsidiar o processo legislativo;
IV - convocar, além das autoridades a que se refere o art. 76, § 4º, servidor municipal para prestar
informação sobre assunto inerente às suas atribuições, constituindo infração administrativa a recusa
ou não-atendimento no prazo de trinta dias;
V - receber petição, reclamação, representação ou queixa de qualquer pessoa contra ato ou omissão
de autoridade ou entidade públicas;
VI - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VII - apreciar plano de desenvolvimento e programa de obras do Município;
VIII - acompanhar a implantação dos planos e programas de que trata o inciso anterior e exercer a
fiscalização dos recursos municipais neles investidos.

§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, observada a legislação específica, no que couber,


terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no
Regimento Interno, e serão criadas a requerimento de um terço dos membros da Câmara, para
apuração de fato determinado e por prazo certo, e suas conclusões, se for o caso, serão
encaminhadas ao Ministério Público, ao Defensor do Povo ou a outra autoridade competente, para
que se promova a responsabilização civil, criminal ou administrativa do infrator.

Seção V
Das Atribuições da Câmara Municipal

Art. 83 - Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, não exigida para o estabelecido no art.
84, dispor sobre todas as matérias de competência do Município, especificamente:
I - plano diretor;
II - plano plurianual;
III - diretrizes orçamentárias;
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IV - orçamento anual;
V - sistema tributário municipal, arrecadação e distribuição de rendas;
VI - dívida pública, abertura e operação de crédito;
VII - delegação de serviços públicos;
VIII - criação, transformação e extinção de cargo, emprego e função públicos na administração direta,
autárquica e fundacional, e fixação de remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei
de diretrizes orçamentárias;
IX - fixação do quadro de empregos das empresas públicas, sociedades de economia mista e demais
entidades sob controle direto ou indireto do Município;
X - servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, seu regime jurídico único,
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
XI - criação, organização e definição de atribuições de órgãos e entidades da administração pública;
XII - divisão regional da administração pública;
XIII - divisão territorial do Município;
XIV - bens do domínio público;
XV - isenção, remissão e anistia;
XVI - transferência temporária da sede do Governo Municipal;
XVII - matéria decorrente da competência comum de que trata o art. 13.

Art. 84 - Compete privativamente à Câmara Municipal:


I - eleger a Mesa e constituir as comissões;
II - elaborar o Regimento Interno;
III - dispor sobre sua organização, seu funcionamento e sua polícia;
IV - dispor sobre criação, transformação ou extinção de cargo, emprego e função de seus serviços e
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;
V - aprovar crédito suplementar ao orçamento de sua Secretaria, nos termos desta Lei Orgânica;
VI - fixar a remuneração do Vereador, do Prefeito, do Vice-Prefeito e do Secretário Municipal;
VII - dar posse ao Prefeito e Vice-Prefeito;
VIII - conhecer da renúncia do Prefeito e do Vice-Prefeito;
IX - conceder licença ao Prefeito para interromper o exercício de suas funções;
X - autorizar o Prefeito a ausentar-se do Município e o Vice-Prefeito, do Estado, por mais de dez dias,
e ambos, do País, por qualquer tempo;
Expressões "por mais de dez dias” e "e ambos, do país, por qualquer tempo" declaradas
inconstitucionais pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (ADI nº 1.0000.18.020457-0/000) e fixada a
interpretação conforme para estabelecer que compete privativamente à Câmara Municipal autorizar o
Prefeito a ausentar-se do Município e o Vice-Prefeito, do Estado, por mais de quinze dias, e ambos do
País, por mais de quinze dias.
XI - processar e julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e o Secretário Municipal, bem como ocupante de
cargo de mesma hierarquia deste, nas infrações político-administrativas;
XII - destituir do cargo o Prefeito, após condenação por crime comum ou de responsabilidade ou por
infração político-administrativa, e o Vice-Prefeito, o Secretário Municipal e ocupante de cargo de
mesma hierarquia deste, após condenação por crime comum ou por infração político-administrativa;
XIII - proceder à tomada de contas do Prefeito não apresentadas dentro de sessenta dias da abertura
da sessão legislativa;
XIV - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito, e apreciar os relatórios sobre a execução
dos planos de governo;
XV - eleger, pelo voto de dois terços de seus membros, após argüição pública, o Defensor do Povo;
XVI - autorizar celebração de convênio pelo Governo do Município e ratificar o que, por motivo de
urgência e de interesse público relevante, for efetivado sem essa autorização, desde que
encaminhado à Câmara nos dez dias úteis subseqüentes à sua celebração;
Inciso XVI declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (ADI nº 117)
XVII - autorizar previamente convênio intermunicipal para modificação de limites;
XVIII - solicitar, pela maioria de seus membros, a intervenção do Estado;
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XIX - suspender, no todo ou em parte, a execução de ato normativo municipal declarado,
incidentalmente:
a) inconstitucional, por decisão definitiva do Tribunal de Justiça do Estado, quando a decisão de
inconstitucionalidade for limitada ao texto da Constituição do Estado;
b) infringente desta Lei Orgânica, por decisão definitiva do órgão competente do Poder Judiciário;
XX - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar;
XXI - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XXII - dispor sobre limites e condições para concessão de garantia do Município em operações de
crédito;
XXIII - autorizar a contratação de empréstimo, operação ou acordo externo, de qualquer natureza, de
interesse do Município, regulando as suas condições e respectiva aplicação, observada a legislação
federal;
XXIV - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa do
Poder Executivo;
XXV - aprovar, previamente, a alienação ou a concessão de bem imóvel público;
ADI nº 1.0000.19.010662-5 - Expressão “ou a concessão” com eficácia suspensa pelo deferimento de
medida cautelar pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais
XXVI - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XXVII - indicar, observada a lei complementar estadual, os vereadores representantes do Município
na Assembléia Metropolitana;
XXVIII - autorizar a participação do Município em convênio, consórcio ou entidade intermunicipais
destinados à gestão de função pública, ao exercício de atividade ou à execução de serviços e obras
de interesse comum;
XXIX - aprovar os estatutos das instâncias previstas nesta Lei Orgânica;
XXX - mudar, temporária ou definitivamente, a sua sede.

§ 1º - Compete também à Câmara manifestar-se, por maioria de seus membros, a favor de proposta
de emenda à Constituição do Estado.

§ 2º - O não-encaminhamento à Câmara de convênio a que se refere o inciso XVI, nos dez dias úteis
subseqüentes à sua celebração, implica nulidade dos atos já praticados em virtude de sua execução,
aplicando-se o disposto no art. 91, no que couber.
§ 2º declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (ADI nº 117)

§ 3º - A representação judicial da Câmara é exercida por sua Procuradoria-Geral, à qual cabe


também a consultoria jurídica do Poder Legislativo.

Seção VI
Do Processo Legislativo

Art. 85 - O processo legislativo compreende a elaboração de:


I - Emenda à Lei Orgânica;
II - lei;
III – resolução;
IV - decreto legislativo.
Inciso IV acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 13, de 04/09/1998 (Art. 1º)

Parágrafo único - São também objeto de deliberação da Câmara, além de outras proposições
previstas no Regimento Interno:
I - a autorização;
II - a indicação;
III - o requerimento;
IV - a representação.

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Art. 86 - A Lei Orgânica pode ser emendada mediante proposta:
I - de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara;
II - do Prefeito;
III - de, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município.

§ 1º - As regras de iniciativa privativa pertinentes à legislação ordinária não se aplicam à competência


para a apresentação da proposta de que trata o artigo.

§ 2º - A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de estado de sítio ou estado de defesa,
nem quando o Município estiver sob intervenção do Estado.

§ 3º - A proposta será discutida e votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
considerada aprovada se obtiver, em ambos, dois terços dos votos dos membros da Câmara.

§ 4º - Na discussão de proposta popular de emenda é assegurada a sua defesa, em comissão e no


Plenário, por um dos signatários.

§ 5º - A Emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa da Câmara, com o respectivo número de
ordem.

§ 6º - O referendo à emenda será realizado, se requerido antes da data da promulgação, por dois
terços dos membros da Câmara, ou por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município.

§ 7º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
representada na mesma sessão legislativa.

Art. 87 - A iniciativa de lei cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara, ao Prefeito e aos
cidadãos, na forma e nos casos definidos nesta Lei Orgânica.

§ 1º - São matéria de lei, dentre outras previstas nesta Lei Orgânica, que dependem de voto
favorável:
I - de dois terços dos membros da Câmara:
a) o plano diretor;
b) o parcelamento, a ocupação e o uso do solo;
c) o código tributário;
d) alteração das regras pertinentes ao estatuto dos servidores.
Alínea “d” acrescentada pela Emenda à Lei Orgânica nº 19, de 05/01/2006 (Art. 3º)
Emenda à Lei Orgânica nº 19 declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (ADI nº
1.0000.07.467.202-3/000)
II - da maioria dos membros da Câmara:
a) o código de obras;
b) o código de posturas;
c) o código sanitário;
d) o estatuto dos servidores públicos;
Alínea “d” revogada pela Emenda à Lei Orgânica nº 19, de 05/01/2006 (Art. 3º)
Emenda à Lei Orgânica nº 19 declarada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (ADI nº
1.0000.07.467.202-3/000)
e) a organização da Defensoria do Povo e da Guarda Municipal;
f) a organização administrativa;
g) a criação de cargos, funções e empregos públicos.

§ 2º - Será dada ampla divulgação aos projetos de Lei Orgânica, estatuto e código previstos no
parágrafo anterior ou em outros dispositivos desta Lei, facultado a qualquer cidadão, no prazo de

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quinze dias da data de sua publicação, apresentar sugestão sobre qualquer um deles ao Presidente
da Câmara, que a encaminhará à comissão respectiva, para apreciação.

Art. 88 - São matéria de iniciativa privativa, além de outras previstas nesta Lei Orgânica:
I - da Mesa da Câmara:
a) o regulamento geral, que disporá sobre a organização da Secretaria da Câmara, seu
funcionamento, sua polícia, criação, transformação ou extinção de cargo, emprego e função, regime
jurídico de seus servidores e fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e o disposto nos arts. 49, §§ 1º e 2º, e 57;
b) a autorização para o Prefeito ausentar-se do Município;
c) a mudança temporária da sede da Câmara;
II - do Prefeito:
a) a criação de cargo e função públicos da administração direta, autárquica e fundacional e a fixação
da respectiva remuneração, observados os parâmetros da lei de diretrizes orçamentárias;
b) o regime jurídico único dos servidores públicos dos órgãos da administração direta, autárquica e
fundacional, incluído o provimento de cargo, estabilidade e aposentadoria;
c) o quadro de empregos das empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades
sob controle direto ou indireto do Município;
d) a criação, organização e definição de atribuições de órgãos e entidades da administração pública,
exceto as da Defensoria do Povo;
e) os planos plurianuais;
f) as diretrizes orçamentárias;
g) os orçamentos anuais;
h) a concessão de isenção, benefício ou incentivo fiscal;
i) a divisão regional da administração pública.

Art. 89 - Salvos nas hipóteses previstas no artigo anterior, a iniciativa popular em matéria de interesse
específico do Município, da cidade ou de bairros pode ser exercida pela apresentação à Câmara de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município, em lista
organizada por entidade associativa legalmente constituída, que se responsabilizará pela idoneidade
das assinaturas.

§ 1º - Na discussão do projeto de iniciativa popular, é assegurada a sua defesa, em comissão e no


Plenário, por um dos signatários.

§ 2º - O disposto neste artigo e no § 1º se aplica à iniciativa popular de emenda a projeto de lei em


tramitação na Câmara, respeitadas as vedações do art. 90.

Art. 90 - Não será admitido aumento da despesa prevista:


I - nos projetos de iniciativa do Prefeito, ressalvados a comprovação da existência de receita e o
disposto no art. 132, § 4º;
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara.

Art. 91 - O Prefeito pode solicitar urgência para apreciação de projeto de sua iniciativa, salvo o de Lei
Orgânica, estatutária ou equivalente a código, ou que dependa de “quorum” especial para aprovação.

§ 1º - Se a Câmara não se manifestar sobre o projeto em até quarenta e cinco dias, será ele incluído
na ordem do dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime a
votação.

§ 2º - O prazo do parágrafo anterior não corre em período de recesso da Câmara.

Art. 92 - A proposição de lei, resultante de projeto aprovado pela Câmara, será enviada ao Prefeito,
que, no prazo de quinze dias úteis, contados da data de seu recebimento:
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I - se aquiescer, a sancionará; ou
II - se a considerar, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrária ao interesse público, a vetará,
total ou parcialmente.

§ 1º - O silêncio do Prefeito, decorrido o prazo, importa sanção.

§ 2º - A sanção, expressa ou tácita, supre a iniciativa do Poder Executivo no processo legislativo.

§ 3º - O Prefeito publicará o veto e, dentro de quarenta e oito horas, comunicará seus motivos ao
Presidente da Câmara.

§ 4º - O veto parcial abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

§ 5º - A Câmara, dentro de trinta dias contados do recebimento da comunicação do veto, sobre ele
decidirá, em escrutínio secreto, e sua rejeição só ocorrerá pelo voto:
I - de três quintos de seus membros, quando a matéria objeto da proposição de lei depender de
aprovação por dois terços;
II - da maioria de seus membros, quando a matéria depender de aprovação por “quorum” idêntico ou
inferior.

§ 5º - A Câmara, dentro de trinta dias, contados do recebimento da comunicação do veto, sobre ele
decidirá, em votação nominal, e sua rejeição só ocorrerá pelo voto:
I - de três quintos de seus membros, quando a matéria objeto da proposição de lei depender de
aprovação por dois terços;
II - da maioria de seus membros, quando a matéria depender de aprovação por quórum idêntico ou
inferior.”
§ 5º com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 25, de 9/7/2012 (Art. 2º)

§ 6º - Se o veto não for mantido, será a proposição de lei enviada ao Prefeito para promulgação.

§ 7º - Esgotado o prazo estabelecido no § 5º, sem deliberação, o veto será incluído na ordem do dia
da reunião imediata, sobrestadas as demais proposições, até votação final, ressalvada a matéria de
que trata o § 1º do art. 91.

§ 8º - Se, nos casos dos §§ 1º e 6º, a lei não for promulgada pelo Prefeito dentro de quarenta e oito
horas, o Presidente da Câmara a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
Presidente fazê-lo.

§ 9º - O referendo a proposição de lei será realizado nos termos da legislação específica.

Art. 93 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo
projeto na mesma sessão legislativa mediante proposta da maioria dos membros da Câmara ou de
pelo menos cinco por cento do eleitorado.

Art. 94 - A requerimento de vereador, aprovado pelo Plenário, os projetos de lei, decorridos sessenta
dias de seu recebimento, serão incluídos na ordem do dia, mesmo sem parecer.

Parágrafo único - O projeto somente pode ser retirado da ordem do dia a requerimento do autor,
aprovado pelo Plenário.

Seção VII
Da Fiscalização e dos Controles

Subseção I
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Disposições Gerais

Art. 95 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município e das


entidades da administração indireta é exercida pela Câmara, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder e entidade, observado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º do art.
74 da Constituição do Estado.

§ 1º - O controle externo, a cargo da Câmara, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do
Estado.

§ 2º - Os Poderes Legislativo e Executivo e as entidades da administração indireta manterão, de


forma integrada, sistema de controle interno, com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas nos respectivos planos plurianuais e a execução dos
programas de governo e dos orçamentos;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos da administração direta e das entidades da
administração indireta, e da aplicação de recursos públicos por entidade de direito privado;
III - exercer o controle de operações de crédito, avais e garantias, e o de seus direitos e haveres;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 3º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou


ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas e ao Defensor do Povo, sob pena de
responsabilidade solidária.

Art. 96 - Qualquer cidadão, partido político, associação legalmente constituída ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidade ou ilegalidade de ato de agente público.

Parágrafo único - A denúncia poderá ser feita, em qualquer caso, à Câmara e à Defensoria do Povo,
ou, sobre o assunto da respectiva competência, ao Ministério Público ou ao Tribunal de Contas.

Art. 97 - As contas do Prefeito, referentes à gestão financeira do ano anterior, serão julgadas pela
Câmara mediante parecer prévio do Tribunal de Contas, nos termos da Constituição do Estado, o
qual somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara.

§ 1º - Para efeito de exame e apreciação, as contas do Município ficarão, durante sessenta dias,
anualmente, à disposição de qualquer cidadão, que poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos
da lei.

§ 2º - No primeiro e no último ano de mandato do Prefeito, o Município enviará ao Tribunal de Contas


inventário de todos os seus bens móveis e imóveis.

Art. 98 - Anualmente, dentro de sessenta dias do início da sessão legislativa, a Câmara receberá, em
reunião especial, o Prefeito, que informará, por meio de relatório, o estado em que se encontram os
assuntos municipais.

Parágrafo único - Sempre que o Prefeito manifestar propósito de expor assunto de interesse público,
a Câmara o receberá em reunião previamente designada.

Art. 99 - A Câmara, após aprovação da maioria de seus membros, convocará plebiscito para que o
eleitorado do Município se manifeste sobre ato político do Poder Executivo ou do Poder Legislativo,
desde que requerida a convocação por vereador, pelo Prefeito ou, no mínimo, por cinco por cento do
eleitorado do Município.

Subseção II
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Da Defensoria do Povo

Art. 100 - A Defensoria do Povo é órgão público dotado de autonomia administrativa e financeira e
com funções de controle da administração pública, e suas atribuições, organização e funcionamento
serão definidos em lei, aprovada pela maioria dos membros da Câmara.

§ 1º - A Defensoria é dirigida pelo Defensor do Povo, com mais de trinta anos de idade, notável
experiência, reputação ilibada e reconhecido senso de justiça, eleito por dois terços dos membros da
Câmara, para mandato, não-renovável, de quatro anos, e nomeado pelo Presidente desta.

§ 2º - O Defensor do Povo se sujeita, no que couber e na forma da lei, às proibições,


incompatibilidades e perda do mandato aplicáveis ao Vereador.

Art. 101 - A Defensoria do Povo terá, entre outras, as seguintes atribuições:


I - apurar os atos, fatos e omissões de órgãos e entidades da administração pública ou de seus
agentes, que impliquem exercício ilegítimo, inconveniente ou inoportuno de suas funções;
II - apurar:
a) as reclamações contra prestação dos serviços públicos;
b) os atos ou omissões do Poder Público, com ofensa dos princípios a que se sujeita a administração,
de modo especial o pertinente à moralidade administrativa;
III - divulgar, para conhecimento do cidadão, os direitos deste em face do Poder Público, incluído o de
exercer o controle direto dos atos administrativos;
IV - divulgar informações e avaliações relativas à sua ação, com o direito de publicá-la em órgão
oficial de imprensa;
V - acompanhar os processos de licitação;
VI - encaminhar relatórios de suas atividades e prestar suas contas à Câmara.

Parágrafo único - Obrigam-se as autoridades de órgãos e entidades a fornecer, em regime de


urgência, sob pena de responsabilização, documentos, dados, informações e certidões solicitados
pelo Defensor do Povo.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 102 - O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal, auxiliado pelos Secretários
Municipais.

Art. 103 - A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, para mandato de quatro anos, se realizará até
noventa dias antes do término do mandato de seus antecessores, mediante pleito direto e simultâneo
realizado em todo o País, e a posse ocorrerá no dia primeiro de janeiro do ano subseqüente,
observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77 da Constituição da República.

Parágrafo único - Perderá o mandato o Prefeito que assumir outro cargo ou função na administração
pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto
no art. 51, I, II e III.

Art. 104 - A eleição do Prefeito importará, para mandato correspondente, a do Vice-Prefeito com ele
registrado.

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§ 1º - O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse em reunião da Câmara, prestando o seguinte
compromisso: “Prometo manter, defender e cumprir as Constituições da República e do Estado, a Lei
Orgânica do Município, observar as leis, promover o bem geral do povo belo-horizontino e exercer o
meu cargo sob a inspiração do interesse público, da lealdade e da honra”.

§ 2º - O Vice-Prefeito substituirá o Prefeito nos seus impedimentos e lhe sucederá na vacância do


cargo.

§ 3º - O Vice-Prefeito auxiliará o Prefeito, sempre que por ele convocado para missões especiais.

Art. 105 - No caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito ou no de vacância dos respectivos


cargos, será chamado ao exercício do Governo o Presidente da Câmara.

§ 1º - Vagando os cargos de Prefeito e de Vice-Prefeito, far-se-á eleição noventa dias depois de


aberta a última vaga.

§ 1º-A - No caso de impedimento do Prefeito, do Vice-Prefeito e do Presidente da Câmara, assumirá


o Procurador-Geral do Município.
§ 1º-A acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 30, de 30/05/2016 (Art. 1º)

§ 2º - Ocorrendo a vacância nos últimos quinze meses do mandato governamental, a eleição para
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pela Câmara, na forma de lei, aprovada
pela maioria dos membros desta.

§ 3º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Art. 106 - Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo
motivo de força maior, reconhecido pela Câmara, não tiver assumido o cargo, este será declarado
vago.

Art. 107 - O Prefeito e o Vice-Prefeito residirão no Município.

§ 1º - O pedido de autorização para o Prefeito e o Vice-Prefeito se ausentarem do Município, nos


termos do art. 84, X, deverá ser encaminhado à Câmara com antecedência mínima de vinte dias e
será decidido na primeira sessão plenária a se seguir ao seu recebimento, independente de inclusão
em pauta ou anúncio.
§ 1º acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 8, de 08/03/1995 (Art. 4º)

§ 2º - Em caso de urgência devidamente demonstrada, poderá o pedido de autorização ser


encaminhado com o prazo de cinco dias de antecedência, seguindo a tramitação prevista no
parágrafo anterior, salvo se a Câmara estiver em recesso ou em período mensal em que não haja
sessão, quando ela será decidida pelo Presidente da Câmara, ouvido o Colégio de Líderes.
§ 2º acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 8, de 08/03/1995 (Art. 4º)

Art. 107 - O Prefeito e o Vice-Prefeito residirão no Município.

Parágrafo único - O pedido de autorização para o Prefeito e o Vice-Prefeito ausentarem-se do


Município, nos termos do art. 84, X, desta Lei Orgânica, será decidido pela Mesa Diretora da Câmara
Municipal.
Art. 107 com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 17, de 09/07/2001(Art. 1º)

Seção II
Das Atribuições do Prefeito Municipal

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Art. 108 - Compete privativamente ao Prefeito Municipal:
I - nomear e exonerar Secretário Municipal;
II - exercer, com o auxílio dos Secretários Municipais, a direção superior do Poder Executivo;
III - prover os cargos públicos do Poder Executivo;
IV - prover os cargos de direção ou administração superior de autarquia e fundação pública;
V - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;
VI - fundamentar os projetos de lei que remeter à Câmara;
VII - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e, para sua fiel execução, expedir decretos e
regulamentos;
VIII - vetar proposições de lei;
IX - remeter mensagem e planos de governo à Câmara, quando da reunião inaugural da sessão
legislativa ordinária, expondo a situação do Município, especialmente o estado das obras e dos
serviços municipais;
X - enviar à Câmara a proposta de plano plurianual, o projeto da lei de diretrizes orçamentárias e as
propostas de orçamento;
XI - prestar, anualmente, dentro de sessenta dias da abertura da sessão legislativa ordinária, as
contas referentes ao exercício anterior;
XII - extinguir cargo desnecessário, desde que vago ou ocupado por servidor público não-estável, na
forma da lei;
XIII - celebrar convênios, ajustes e contratos de interesse municipal;
XIV - contrair empréstimo, externo ou interno, e fazer operação ou acordo externo de qualquer
natureza, mediante prévia autorização da Câmara, observado os parâmetros de endividamento
regulados em lei, dentro dos princípios da Constituição da República;
XV - convocar extraordinariamente a Câmara, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;
XVI - fixar, mediante decreto, o preço dos bens e serviços;
XVII - exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica.
Art. 108-A - O Prefeito apresentará, no prazo de até 120 (cento e vinte) dias, a contar de sua posse, o
programa de metas de sua gestão, que conterá as prioridades, as ações estratégicas, as metas
quantitativas e qualitativas e os indicadores de desempenho por órgão e programa de governo,
observando-se as diretrizes de sua campanha eleitoral e os objetivos, as diretrizes, as ações
estratégicas e as demais normas do plano diretor do Município de Belo Horizonte.

§ 1º - O programa de metas será amplamente divulgado em meio eletrônico e na mídia impressa,


radiofônica e televisiva e será publicado no Diário Oficial do Município no primeiro dia útil seguinte ao
de sua apresentação.

§ 2º - O Poder Executivo promoverá, nos 30 (trinta) dias seguintes ao término do prazo de que trata o
caput deste artigo, audiências públicas com a finalidade de debater sobre o programa de metas.

§ 3º - O Poder Executivo divulgará semestralmente os indicadores de desempenho relativos à


execução do programa de metas.

§ 4º - O Prefeito poderá proceder a alterações no programa de metas, em conformidade com o plano


diretor e com o plano plurianual de ação governamental, justificando-as por escrito e divulgando-as
amplamente nos meios de comunicação previstos no § 1º deste artigo.

§ 5º - Os indicadores de desempenho serão elaborados e fixados conforme os seguintes critérios:


I - promoção do desenvolvimento ambientalmente, socialmente e economicamente sustentável;
II - inclusão social, com redução das desigualdades regionais e sociais;
III - atendimento das funções sociais da cidade, com melhoria da qualidade de vida urbana;
IV - promoção do cumprimento da função social da propriedade;
V - promoção e defesa dos direitos fundamentais individuais e sociais de toda pessoa humana;
VI - promoção de meio ambiente ecologicamente equilibrado e combate à poluição sob todas as suas
formas;
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VII - universalização dos serviços públicos municipais, com observância das condições de
regularidade, continuidade, eficiência e equidade.

§ 6º - Ao final de cada ano, o Prefeito divulgará o relatório da execução do programa de metas, o qual
será disponibilizado integralmente nos meios de comunicação previstos no § 1º deste artigo.
Art. 108-A acrescentado pela Emenda à Lei Orgânica nº 24, de 13/4/2012 (Art. 1º)

Seção III
Do Processo e Julgamento do Prefeito Municipal

Art. 109 - São crimes de responsabilidade do Prefeito os definidos em lei federal especial, que
estabelece as normas de processo de julgamento.

Parágrafo único - Nos crimes de responsabilidade, e nos comuns, o Prefeito será submetido a
processo e julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado.

Art. 110 - São infrações político-administrativas do prefeito, sujeitas ao julgamento pela Câmara e
sancionadas com a cassação do mandato:
I - impedir o funcionamento regular da Câmara;
II - impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam constar dos
arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão de
investigação da Câmara ou por auditoria regularmente instituída;
III - desatender, sem motivo justo, os pedidos de informação da Câmara, quando feitos a tempo e em
forma regular;
IV - retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e os atos sujeitos a essa formalidade;
V - deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo e em forma regular, a proposta orçamentária;
VI - descumprir o orçamento aprovado para exercício financeiro;
VII - praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua prática;
VIII - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município sujeitos
à administração da Prefeitura;
IX - ausentar-se do Município por tempo superior ao permitido nesta Lei Orgânica ou afastar-se do
exercício do cargo, sem autorização da Câmara;
X - deixar de remeter à Câmara, até o dia 20 de cada mês, 1/12 (um duodécimo) da dotação
orçamentária destinada ao Poder Legislativo, salvo se por motivo justo, fundamentado ao presidente
da Câmara em tempo hábil;
XI - deixar de declarar seus bens, nos termos do parágrafo único do art. 215 desta Lei Orgânica;
XII - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.

§ 1° - O processo de cassação do mandato do prefeito pela Câmara por infrações definidas no caput
deste artigo obedecerá ao seguinte rito:
I - a denúncia escrita da infração poderá ser feita por qualquer eleitor, com a exposição dos fatos e a
indicação das provas;
II - de posse da denúncia, o presidente da Câmara, na primeira sessão, determinará sua leitura e
consultará a Câmara sobre o seu recebimento;
III - decidido o recebimento, pelo voto de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara, na mesma
sessão será constituída a comissão processante, com 3 (três) vereadores sorteados entre os
desimpedidos, os quais elegerão, desde logo, o presidente e o relator;
IV - recebendo o processo, o presidente da comissão iniciará os trabalhos dentro de 5 (cinco) dias,
notificando o denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e documentos que a instruírem, para
que, no prazo de 10 (dez) dias, apresente defesa prévia por escrito, indique as provas que pretender
produzir e arrole testemunhas, até o máximo de 10 (dez);

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V - decorrido o prazo de defesa, a comissão processante emitirá parecer dentro de 5 (cinco) dias,
opinando pelo prosseguimento ou pelo arquivamento da denúncia, o qual, neste caso, será submetido
ao Plenário;
VI - se a comissão opinar pelo prosseguimento, o presidente designará desde logo o início da
instrução e determinará os atos, as diligências e as audiências que se fizerem necessários para o
depoimento do denunciado e a inquirição das testemunhas;
VII - o denunciado será intimado de todos os atos do processo pessoalmente ou na pessoa de seu
procurador, com a antecedência de, pelo menos, 24 (vinte e quatro) horas, sendo-lhe permitido
assistir às diligências e audiências, bem como formular perguntas e reperguntas às testemunhas e
requerer o que for de interesse da defesa;
VIII - concluída a instrução, será aberta vista do processo ao denunciado, para razões escritas, no
prazo de 5 (cinco) dias, e, após, a comissão processante emitirá parecer final pela procedência ou
improcedência da acusação e solicitará ao presidente da Câmara a convocação de sessão para
julgamento;
IX - na sessão de julgamento, serão lidas as peças requeridas por qualquer dos vereadores e pelos
denunciados, e, a seguir, os que desejarem poderão manifestar-se verbalmente pelo tempo máximo
de 15 (quinze) minutos cada um, e, ao final, o denunciado ou seu procurador terá o prazo máximo de
2 (duas) horas para produzir sua defesa oral;
X - concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações nominais quantas forem as infrações
articuladas na denúncia;
XI - considerar-se-á afastado definitivamente do cargo, sem prejuízo das demais sanções legais
cabíveis, o denunciado que for declarado, pelo voto nominal de 2/3 (dois terços) dos membros da
Câmara, pelo menos, como incurso em qualquer das infrações especificadas na denúncia;
XII - concluído o julgamento, o presidente da Câmara proclamará imediatamente o resultado e fará
lavrar ata que consigne a votação nominal sobre cada infração e, se houver condenação, expedirá o
competente decreto legislativo de cassação do mandato de prefeito;
XIII - se o resultado da votação for absolutório, o presidente determinará o arquivamento do processo;
XIV - em qualquer dos casos, o presidente da Câmara comunicará à Justiça Eleitoral o resultado.

§ 2º - Se o denunciante for vereador, este ficará impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a
comissão processante, podendo, todavia, praticar todos os atos de acusação.

§ 3º - Será convocado o suplente do vereador impedido de votar, o qual não poderá integrar a
comissão processante.

§ 4º - Se o denunciante for o presidente da Câmara, este passará a Presidência ao substituto legal,


para os atos do processo, e só votará se necessário para completar o quórum de julgamento.

§ 5º - Se o denunciado estiver ausente do Município, a notificação de que trata o inciso IV do § 1º


deste artigo far-se-á por edital, publicado duas vezes no órgão oficial, com intervalo de 3 (três) dias
pelo menos, contado o prazo da primeira publicação.

§ 6º - O processo a que se refere este artigo deverá estar concluído em 90 (noventa) dias, contados
da data em que se efetivar a notificação do acusado e, transcorrido o prazo sem julgamento,
arquivado, sem prejuízo de nova denúncia, ainda que sobre os mesmos fatos.
Art. 110 com redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 39, de 2/8/2023 (Art. 1º)

Art. 111 - O Prefeito será suspenso de suas funções:


I - nos crimes comuns e de responsabilidade, se recebida a denúncia ou a queixa pelo Tribunal de
Justiça do Estado; e
II - nas infrações político-administrativas, se admitida a acusação e instaurado o processo, pela
Câmara.

Seção IV
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Dos Secretários Municipais

Art. 112 - O Secretário Municipal será escolhido dentre brasileiros, maiores de vinte e um anos de
idade e no exercício dos direitos políticos, e está sujeito, desde a posse, aos mesmos impedimentos
do Vereador.

Parágrafo único - Além de outras atribuições conferidas em lei, compete ao Secretário Municipal:
I - orientar, coordenar e supervisionar as atividades dos órgãos de sua Secretaria e das entidades da
administração indireta a ela vinculadas;
II - referendar ato e decreto do Prefeito;
III - expedir instruções para a execução de lei, decreto e regulamento;
IV - apresentar ao Prefeito relatório anual de sua gestão;
V - comparecer à Câmara, nos casos e para os fins previstos nesta Lei Orgânica;
VI - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Prefeito.

Art. 113 - O Secretário é processado e julgado perante a Câmara, nas infrações político-
administrativas, observado, no que couber, o disposto nos arts. 110 e 111.

Seção V
Da Procuradoria do Município

Art. 114 - A Procuradoria do Município é o órgão que o representa judicialmente, cabendo-lhe


também as atividades de consultoria e assessoramento jurídicos ao Poder Executivo, e,
privativamente, a execução de dívida ativa.

§ 1º - O ingresso na classe inicial da carreira de Procurador Municipal far-se-á mediante concurso


público de provas e títulos.

§ 2º - A Procuradoria do Município tem por chefe o Procurador-Geral do Município, de livre


designação pelo Prefeito, dentre advogados de reconhecido saber jurídico e reputação ilibada.

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