Platonismo

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O Platonismo

O Platonismo é uma corrente filosófica baseada nas ideias do filósofo


e matemático grego Platão (428 a.C.-347 a.C.), discípulo de Sócrates
(470 a.C-399 a.C).

Academia de Platão

A “Academia de Platão” foi fundada em Atenas pelo filósofo por volta


de 385 a.C., primeiramente designada para cultuar as Musas Gregas
e o Deus Apolo.

Embora ele tenha fundado com características de culto aos deuses, o


local foi considerado a primeira universidade da história do ocidente.

De tal modo, na Academia Platônica, os filósofos se reuniam para


discutir o desenvolvimento da filosofia e do pensamento de Platão,
um dos pilares mais importantes da filosofia ocidental.

Ocorriam, assim, debates sobre os mais diversos temas da filosofia. A


Academia de Platão durou cerca de 9 séculos e foi encerrado em 529
d.C., pelo imperador bizantino Justiniano I.

*Períodos do Platonismo

O Platonismo reúne as diversas abordagens da teoria de Platão:


metafísica, retórica, ética, estética, lógica, política, dialética e da
dualidade (corpo e alma), sendo classifica em três períodos, a saber:

Platonismo Antigo (século IV a.C. até a primeira metade do


século I a.C.);

Médio Platonismo (séculos I e II d.C.);

Neoplatonismo (séculos III d.C. e VI d.c).

Teoria das Ideias

Sem dúvida, a Teoria das Ideias ou Teoria das Formas é a proposição


desenvolvida por Platão que mais se destaca, posto que dela surgem
vários outros pensamentos relacionados com sua filosofia.

Para Platão, existem dois mundos, ou seja, a realidade estava dividida


em duas partes:

O mundo sensível (mundo material), mediados pelas formas


autônomas que encontramos na natureza, percebido pelos cinco
sentidos.
O mundo das ideias (realidade inteligível) denominado de “mundo
ideal”, ou seja, aproxima-se da ideia de perfeição de algo.

Assim, segundo ele, a verdade suprema e absoluta, além da


felicidade, somente é possível encontrar a partir do mundo das ideias,
donde localiza-se a essência das coisas.

De tal maneira, o que percebemos no mundo sensível ou material é


enganoso, ilusório e instável. Enquanto no mundo das ideais, atinge-
se a felicidade pelo encontro do conhecimento supremo da realidade,
o que correspondente a ideia de bem.

Em resumo, através do conhecimento é possível transcender do


mundo material ao mundo das ideais e contemplar as ideias perfeitas,
alcançando assim, a felicidade.

Teoria das Almas

Na filosofia de Platão encontramos a dualidade entre a alma e o


corpo. Segundo ele, o ser humano era imortal e essencialmente alma,
donde ela pertencia ao mundo inteligível (apreendido pelo intelecto) e
não o mundo sensível (apreendido sobre os sentidos).

Segundo o filósofo, a alma estava dividida em três partes e, ao


harmonizar essas três partes, era possível encontrar a felicidade, o
bem:

Alma Concupiscente: localizada no ventre, a alma concupiscente


estava relacionada com os desejos carnais.

Alma Irascível: localizada no peito, a alma irascível estava


relacionada às paixões.

Alma Racional: localizada na cabeça, a alma racional estava


relacionada ao conhecimento.

Assim, com a elevação da alma ao mundo das ideias, através da


contemplação das ideias perfeitas, seria possível alcançar a ideia
suprema do bem.

Platão e a Política

Na política, Platão contribuiu com sua maneira humanista de refletir


sobre o homem e uma sociedade justa.

Para ele, a Política era considerada uma das mais nobres atividades,
posto que estava relacionada com a pólis, ou seja, as cidades gregas
e a organização da vida dos cidadãos.
Em sua obra “A República”, reflete sobre a construção do bem para
todos os cidadãos, a função social de cada um, tal qual como as
atividades básicas realizadas na pólis.

Sendo assim, Platão caracterizou as atividades essenciais da pólis em


três instâncias, as quais levavam em conta a aptidão de cada um:

Administração da pólis;

Defesa da cidade;

Produção de materiais e alimentos.

Observe abaixo um trecho da Obra “A República”:

“Ao fundarmos a cidade, não tínhamos em vista tornar uma única


classe eminentemente feliz, mas, tanto quanto possível, toda a
cidade. De fato, pensávamos que só numa cidade assim
encontraríamos a justiça e na cidade pior constituída, a injustiça. (...).
Agora julgamos modelar a cidade feliz, não pondo à parte um
pequeno número dos seus habitantes para torná-los felizes, mas
considerando-o como um todo.”

Os Diálogos de Platão

A maior parte da obra de Platão foi desenvolvida através dos


Diálogos, textos em que ele desenvolve suas ideias, filosofando sobre
a natureza e existência humana, bem como da sociedade que o
envolve.

Dos diálogos destacam-se: Apologia a Sócrates, O Banquete, Górgias,


Filebo, Fédon, República, Protágoras, dentre outros.

Escola de Platão defendia

A educação como um processo de humanização, que visava formar


cidadãos nobres, voltados para o bem comum e para a justiça. O
sistema educacional platônico tinha como objetivo testar as aptidões
dos alunos, para que apenas os mais inclinados ao conhecimento
recebessem a formação completa para governar.

Platão acreditava que a educação ideal deveria estar ligada à forma


de governo, que ele mesmo idealizava. O filósofo ocupava a dupla
função de educador e político, sendo o primeiro responsável por
formar a consciência crítica dos alunos e o segundo por garantir a
justiça e o bem comum.
A filosofia de Platão é marcada pelo idealismo, que se baseia na
crença de que o conhecimento das Formas ou Ideias puras é o único
conhecimento verdadeiro. Platão também defendia o Inatismo, a ideia
de que nascemos com princípios racionais e ideais inatas.

Principais ideias de Platão

→ Dialética

A dialética platônica, de inspiração parmenidiana, era uma técnica de


extração de uma conclusão (síntese) com base em duas ideias
opostas (tese e antítese).

→ Idealismo

O idealismo platônico é o que há de mais marcante em sua obra. Com


base na noção de que o conhecimento das Ideias ou Formas puras,
imutáveis e perfeitas é o único conhecimento verdadeiro (obtido pelo
intelecto), o filósofo afirmou que o nosso conhecimento sobre a
matéria (obtido pelos sentidos) é enganoso.

Aquilo que conhecemos por meio de nossos sentidos corpóreos são


meras Ilusões causadas por nossos órgãos do sentido, portanto, são
conhecimentos inferiores. O conhecimento ideal estaria, segundo o
filósofo grego, no Mundo das ideais, estância metafísica racional que
só poderia ser alcançada por nosso intelecto. Hoje, utilizamos a
expressão “amor platônico”, que se refere a um tipo de amor que
nunca se concretiza, ou seja, é ideal.

→ Política

Para Platão, existem três tipos de caráter que moldam as almas das
pessoas. cada tipo, em sua teoria política, deveria ocupar o seu
respectivo cargo na sociedade, a fim de formar uma organização
perfeita da pólis:

Caráter concupiscível: mais ligado à liberdade e aos desejos, é o


caráter de pessoas mais afeitas ao trabalho manual e artesanal.

Caráter irascível: por serem dominadas por impulsos de raiva,


essas pessoas estariam aptas ao serviço militar.

Caráter racional: esse tipo de caráter estaria, para Platão, mais


próximo da racionalidade e, concomitantemente, da justiça, o que
conferiria às pessoas que o têm a capacidade de governar, ou seja,
de atuar na política.

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