Artigo TCC - BIBLIOTECONOMIA - NAIR PATRÍCIA FURTADO DA SILVA

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO


FAVENI

BIBLIOTECA: LAZER E APRENDIZADO

NAIR PATRÍCIA FURTADO DA SILVA

CARATINGA
2021
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO


FAVENI

BIBLIOTECA: LAZER E APRENDIZADO

NAIR PATRÍCIA FURTADO DA SILVA

Artigo científico apresentado a FAVENI


como requisito parcial para obtenção do
título de Biblioteconomia e Gestão de
Bibliotecas Escolares.

CARATINGA
2021
BIBLIOTECA: LAZER E APRENDIZADO

NAIR PATRÍCIA FURTADO DA SILVA

RESUMO

Para a construção do artigo, foi realizada uma revisão literária em forma de pesquisa bibliográfica,
através de obras literárias, artigos, entre outros, bem como também uma pesquisa de campo nas
diversas bibliotecas municipais de minha cidade, buscando compreender a importância que a
biblioteca tem nos dias de hoje, como os profissionais da área atuam na mesma e como esta é vista,
tanto pelo bibliotecário, gestor e demais docentes da área como pelos próprios alunos e comunidade
escolar. A respetiva pesquisa buscou evidenciar o importante papel que a biblioteca tem e teve
durante o decorrer do tempo, como a mesma é essencial na armazenagem e divulgação de
informações. Com os resultados obtidos, pode-se concluir que fica claro a importância da biblioteca
na vida acadêmica das pessoas. Porém, nos dias atuais as bibliotecas se tornaram um lugar pouco
atrativo e sem função educativa. Podemos imaginar que parte da culpa está nas tecnologias cada vez
mais presente em nosso dia a dia, ou ainda até o descaso da escola, do profissional bibliotecário ou
ainda o desinteresse por parte dos próprios alunos. É sabido, que para que a situação mude, tanto
escola como biblioteca devem realizar um trabalho em conjunto, de mão dupla, buscando soluções e
formas de aproximar leitor e biblioteca, assegurando a biblioteca um local ao mesmo tempo de lazer e
aprendizado, podendo esta exercer então sua função educativa.

Palavras-Chave: Biblioteconomia. Biblioteca. Lazer. Aprendizagem.


INTRODUÇÃO

Em uma hera, onde a tecnologia está cada vez mais presente em nosso dia,
invadindo nossas casas e mudando radicalmente nossa maneira de pensar e agir, a
biblioteca física chega a ser esquecida.

Há alguns anos atrás, quando se precisava realizar um trabalho, que


demandasse pesquisa e consulta a fontes seguras e importantes, a pessoa logo
procurava uma biblioteca, esta rica em informações, fonte de conhecimento. No
entanto hoje em dia, devido à tecnologia, as bibliotecas quase não são mais
visitadas, uma vez que por meio da internet é possível uma pesquisa rápida e ágil.

Ainda que a internet seja uma fonte de consulta rápida e prática, é de suma
importância filtrar e saber o que pesquisar, muito do que está ali pode não ser de
fato verdadeiro, ao contrário das bibliotecas, que sua fonte de informação de fato é
verídica, além de que está ali um profissional competente, apto e em prontidão para
lhe ajudar, o profissional bibliotecário.

A biblioteca tem um papel educativo essencial, mas que na educação básica


acaba sendo dominado pelo livro didático. O trabalho mal realizado, ou pouco
investido no livro didático, quando na educação básica, pode pouco alimentar o
gosto pela leitura, distanciando ou ainda privando o contato dos alunos com a
biblioteca.

A biblioteca não é um assunto muito abordado, pouco é discutido a seu


respeito, seja nos eventos acadêmicos, seja pela comunidade escolar. Para Silva
(2003, p. 19), “podemos afirmar que a biblioteca escolar é um objeto desprezado
pela Educação”.

A função da biblioteca deveria ser a de contribuir com “atividades


educacionais, sempre oferecer à comunidade escolar o material necessário para o
enriquecimento do programa escolar, habilitando-os a utilizar os livros e a
desenvolver a capacidade de pesquisar, além de sustentar os programas de ensino”
(Perucchi, 1999, p.80-81).
Diante disto, esta pesquisa, realizada por meio de pesquisa bibliográfica, seja
periódicos, artigos, entre outros materiais e pesquisa exploratória, pesquisa em
campo realizada nas diversas bibliotecas públicas localizadas nas escolas municiais
de minha cidade, buscou evidenciar o importante papel que o bibliotecário
juntamente da biblioteca tem para com a sociedade, o de armazenar e disseminar
conhecimento e informação, além de outras funções essenciais.

2.1 – A BIBLIOTECA AO DECORRER DOS ANOS

A biblioteca também teve suas funções alteradas de acordo com a demanda


da época. Antigamente a biblioteca era utilizada como depósito, casas dos tabletes.
Tendo como função principal a de arquivo, memória, se limitando apenas a
armazenagem e preservação de registros de informações.

Passando pela Alta Idade Média (séculos V-XI), as bibliotecas eram


destinadas apenas à minoria que frequentavam os conventos, mosteiros e palácios.
O acesso era apenas destinado a sábios, por esta na época ter um valor sagrado.

Com o passar do tempo a biblioteca veio ganhando maior destaque, tendo


maior consciência social do seu significado. Entre os séculos XIII e XV foi criado o
primeiro catálogo unificado, visando a utilização por estudantes, uma vez surgida as
universidades. É certo dizer que através destas bibliotecas se fez necessário o
surgimento do bibliotecário, este organizador da informação, e logo mais à frente, no
Renascimento, consolidado como disseminador do conhecimento.

Já no século XVII a biblioteca pública foi conceituada, aberta gratuitamente ao


público em horários regulares, passando assim a representar a modernidade,
diferentemente às bibliotecas da antiguidade, onde seu acesso era restrito a alguns.

Um pouco mais a frente, a importância da biblioteca foi reconhecida, tornando


o livro socialmente imprescindível e o bibliotecário com a missão de promovê-lo. No
entanto, com a crescente impressão de livros, resultante na consequente explosão
bibliográfica, o bibliotecário acabou por exercer a função de, como mostra Ortega y
Gasset (1967, p. 46)): “filtro que se interpõe entre a torrente de livros e o homem”.
Assim, devido ao crescente aumento no número de livros, o bibliotecário acaba por
desenvolver uma relação conflituosa com este, pois seu tempo já não é o bastante
para assimilar seus conteúdos, se limitando apenas a catalogação e a classificação.

2.2 – AS BARREIRAS ENCONTRADAS PELO BIBLIOTECÁRIO

Sabemos que nos últimos anos a biblioteca sofreu uma reformulação em


relação ao acesso à informação. Devido ao crescente avanço tecnológico, o acesso
que antes era só possível por meio de papel, hoje se faz via tecnologia, via internet.

As bibliotecas físicas, hoje em dia, ainda são muito utilizadas em algumas


partes do país, mesmo com a bibliotecas ganhando cada vez mais espaços, no
entanto, cabe ao profissional bibliotecário, e até a própria escola, pensar no futuro
da biblioteca, como esta será daqui alguns anos. Se faz necessária essas mudanças
uma vez que presente cada dia mais a tecnologia em nossas vidas. Então, resta ao
bibliotecário, não a mudança de função, mas sim a forma de trabalhar, uma vez
agora os livros sendo digitais.

Os bibliotecários também encontram problemas como dificuldades financeiras


e entraves burocráticos, principalmente as bibliotecas da rede pública. No entanto,
não é motivo para que não possam montar um acervo de qualidade.

O profissional bibliotecário, muita das vezes exerce outras atividades que o


impede de atuar como educador. Este acúmulo de atividades pode o distanciar da
sua real função.

Outro ponto, que contribui de forma negativa para o bibliotecário, é o modo de


como professores e gestores enxergam a biblioteca. Muitos destes acreditam que a
biblioteca é um local apenas para que os alunos deem um intervalo entre as aulas.
No entanto, é certo dizer que a biblioteca é um local que vai muito além disto.

Além da forma distorcida como os professores e gestores podem enxergar a


biblioteca, temos também os próprios alunos, que também podem criar uma visão
distorcida da mesma. Muitos destes alunos acreditam que a biblioteca é apenas um
local para “matar aula”, um local apenas de lazer que para nada mais serve. Não
sabendo estes que a biblioteca é um espaço repleto de conhecimento e cheio de
descobertas.

2.3 – BIBLIOTECA X BIBLIOTECÁRIO: MUDANÇAS E POSTURAS


NECESSÁRIAS

É certo dizer que o êxito de uma biblioteca escolar depende de duas


variáveis: o profissional que nela atua e a acervo bibliográfico que a compõe.

A biblioteca, ainda que não tenha um acervo bibliográfico bom, eficaz e


satisfatório, pode ser contornado pela criatividade, pelo empenho que o profissional
responsável se põe a prestar. Já ao bibliotecário se faz necessário uma postura
diferenciada. O mesmo precisa tornar o ambiente biblioteca um ambiente de lazer,
como também um ambiente de aprendizado, onde possa formar cidadãos
conscientes e capazes de um pensamento crítico e criativo, isso significa, como
mostra Caldin (2005): “uma maior participação do bibliotecário no processo cultural
do qual fazem parte, também, os professores, pedagogos, escritores e
pesquisadores que veem na leitura um ato de conscientização do indivíduo.”

Sabendo disto, cabe ao profissional bibliotecário, de estimular, coordenar e


organizar o processo de leitura para que, por meio dela, a
criança/adolescente/jovem aumente seus conhecimentos, sua capacidade crítica e
reflexiva que lhe permitam atuar melhor na sociedade (CALDIN, 2005).
Em relação a biblioteca, esta deve afastar de vez o conceito de que é utilizada
como depósitos de livros doados pelo Governo ou demais, e sim fazer uso de sua
função que é a de ser o centro de informação e cultura, um local de lazer e
aprendizado. Em seu acervo devem constar livros que promoverão a formação
social, intelectual, cultural e crítica dos estudantes, um acervo diversificado, como
também livros didáticos e de entretenimento (para o lazer e prazer), visando este
último chamar a atenção dos alunos.

Uma das falhas mais graves ocorrida na biblioteca, e cometida pelo


bibliotecário, é o fato deste profissional não mais conseguir ler todo o material
contido na biblioteca, consequência da explosão bibliográfica. Como mostra Caldin
(2005), o bibliotecário deve, por si mesmo, buscar o que perdeu: ser um auto-didata
em cultura geral. Não é possível ler todos os livros, mas ler todos que for possível –
essa deveria ser a palavra de ordem dos bibliotecários interessados em adquirir e
garantir um acervo de qualidade.

3 - METODOLOGIA

Para a construção do artigo, foi realizada uma revisão literária em forma de


pesquisa bibliográfica, através de obras literárias, artigos, entre outros, bem como
também uma pesquisa de campo nas diversas bibliotecas municipais de minha
cidade, buscando compreender a importância que a biblioteca tem nos dias de hoje,
como os profissionais da área atuam na mesma e como esta é vista, tanto pelo
bibliotecário, gestor e demais docentes da área como pelos próprios alunos e
comunidade escolar.

Segundo Gil (2002, p. 41) pesquisas exploratórias têm como objetivo


proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a construir hipóteses, inclui levantamento bibliográfico e entrevistas.
A respetiva pesquisa buscou evidenciar o importante papel que a biblioteca
tem e teve durante o decorrer do tempo, como a mesma é essencial na
armazenagem e divulgação de informações.

4 - CONCLUSÃO

Sabemos que em nosso país muitas crianças não tem o incentivo à leitura,
tanto por parte da escola, professores, como dos próprios pais, pouco ou nenhum
acesso a biblioteca, entre outros. Em consequência, as crianças perdem a chance
de desenvolver um senso estético e um senso crítico apurado.

Privar o estudante da leitura, é privá-lo de um pensamento crítico e criativo, é


privar a biblioteca de se tornar um centro promotor de leitura, e exercer sua função
de formar cidadãos conscientes e capazes de um pensamento crítico e criativo.

O bibliotecário deve ter gosto na leitura. Deve fazer do livro seu instrumento
com a finalidade de obter o aprimoramento intelectual e de criatividade. Sabendo
disto, estar apto a mobilização dentro da biblioteca, e consciente da importância da
leitura na vida dos alunos. Mas não apenas deve ter gosto pela leitura, deve ter
prazer em escolher um livro, folhear, ler, absorver o que ali está escrito, como
também ter discernimento em saber selecionar o melhor acervo, o melhor livro para
cada situação e/ou aluno.

O profissional bibliotecário só terá êxito em sua profissão se conseguir


desenvolver em si mesmo um senso crítico, formando opiniões. Precisa atentar para
a necessidade da leitura crítica, buscando adquirir competências para a escrita
criativa. Precisa mudar a visão equivocada que muitas pessoas têm em relação a
biblioteca, onde acreditam que esta é um local apenas para que os alunos deem um
intervalo entre as aulas.

É de suma importância que o bibliotecário participe de reuniões de


planejamento e possa contribuir com ideias e projetos que visem a aproximação dos
alunos com a biblioteca, que os façam tomar gosto pela leitura. Porém, não basta
apenas apresentar ideias e projetos que serão desenvolvidos na biblioteca escolar, o
bibliotecário tem que se empenhar e mostrar que o seu papel de educador é
imprescindível, mudando sua postura e participação nos assuntos pedagógicos,
fazendo com que os alunos participem ativamente das atividades na biblioteca.

Sabe-se da importância das bibliotecas físicas na construção da memória da


humanidade, como a mesma teve e tem um papel essencial para a transmissão de
informações, a preservação da história. É certo dizer que, ainda com a presença
cada vez mais forte das bibliotecas digitais, a biblioteca física não deixará de existir.
Muitos preferem o contato físico com livros, poder pegar, folhear, e tem também a
insegurança de se manter arquivos digitais, a possível perda destes. Mas certo
ainda dizer que as bibliotecas físicas devem sempre buscar por inovações, se
adequando as demandas do próprio usuário.

Diante de tudo mostrado, fica claro a importância da biblioteca na vida


acadêmica das pessoas. Porém, nos dias atuais as bibliotecas se tornaram um lugar
pouco atrativo e sem função educativa. Podemos imaginar que parte da culpa está
nas tecnologias cada vez mais presente em nosso dia a dia, ou ainda até o descaso
da escola, do profissional bibliotecário ou ainda o desinteresse por parte dos
próprios alunos. É sabido, que para que a situação mude, tanto escola como
biblioteca devem realizar um trabalho em conjunto, de mão dupla, buscando
soluções e formas de aproximar leitor e biblioteca, assegurando a biblioteca um local
ao mesmo tempo de lazer e aprendizado, podendo esta exercer então sua função
educativa.

Enfim, talvez uma utopia, talvez uma realidade próxima, mas a biblioteca ideal
seria:

Pense numa biblioteca aberta em período integral, onde a comunidade


pudesse aproveitar a hora do almoço para desfrutar de uma boa leitura.
Pense numa biblioteca aberta no período de férias escolares, nos fins de
semana, para que fosse aproveitada como mais uma forma de lazer. Por
enquanto, talvez seja somente um sonho. (PIMENTAL, 2007, p. 32).
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALDIN, Clarice Fortkamp. O bibliotecário, a criança e a literatura infantil:


algumas ponderações. Rev. ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina,
Florianópolis, v. 6, n, 1, p. 111-128, 2001.

CALDIN, Clarice Fortkamp. REFLEXÕES ACERCA DO PAPEL DO


BIBLIOTECÁRIO DE BIBLIOTECA ESCOLAR. Rev. ACB: Biblioteconomia em
Santa Catarina, Florianópolis, v. 10, n. 2, p. 163-168, jan./dez., 2005.

CALIXTO, José Antônio. A Biblioteca pública versus Biblioteca Escolar: uma


proposta de mudança. Cadernos BAD, v. 3, p. 57-676, 1994.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo: Atlas, 2002.

MUELLER, Maria Stela. Comunicação, informação, biblioteca; uma abordagem


integradora – um questionamento. Rev. Esc. Bibliotecon. UFMG, Belo Horizonte,
v. 19, n. 1, p. 7-23, mar. 1990.

ORTEGA Y GASSET, José. Missão do Bibliotecário. Tradução e pósfacio de


Antonio Agenor Briquet de Lemos. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2006. 82 p.

PERUCCHI, Valmira. A importância da biblioteca nas escolas municipais de


Criciúma - Santa Catarina. Revista ACB, Florianópolis, v. 4, n. 4, p. 80-97, 1999.

PIMENTEL, Graça. Biblioteca escolar. Brasília: Universidade de Brasília, 2007.


Disponível em: <http://portalmec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/biblio_esc.pdf>.
Acesso em: 05 jan. 2021.

SILVA, Waldeck Carneiro de. Miséria da biblioteca escolar. 3. ed. São Paulo:
Cortez, 2003. (Coleção Questões da Nossa Época: v.45).
SOUZA, Clarice Muhlethaler de. Desenvolvimento e qualificação profissional:
desafios profissionais do século XXI. CFB Informa, Brasília, v. 4, n.4, p. 9-10, fev.
1999.

TOMAÉL, Maria Inês; et al. Práticas de inovação do bibliotecário no ambiente


virtual. Encontros Bibli, v. 19, n. 39, p. 83-112, 2014. Disponível em: <
https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2014v19n39p83 >.
Acesso em: 05 jan. 2021.

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