Mudancas No Parque
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Mudancas No Parque
Abstract. The study area of this work is located in Machado, South of the state of Minas Gerais. This area is
representative of the region’s coffee production, including plain smooth until strongly undulated landscapes. The
region produces quality and organic coffees in small holding farms. Due to its importance, Machado’s coffee
production has been studied by the Epamig Geotechnology Laboratory since the year 2000. The objective of this
work was to evaluate the region’s coffee lands in time and space. The region was mapped using remote sensing
images and the GIS SPRING for the years 2000, 2003, 2005 and 2007. It was observed the Machado’s coffee
production is not static and is being renovated since 2000. Using GIS it was possible to quantify and map the
changes that occurred during these seven years.
Palavras-chave: mapping, cooffe, Minas Gerais, geotechnologies, GIS, mapeamento, cafeicultura, Minas
Gerais, geotecnologias, SIG
1. Introdução
Minas Gerais é o maior produtor brasileiro de café e a região Sul de Minas contribui com
mais de 50% da produção mineira. A região produz café arábica e a altitude média é de
aproximadamente 950 metros. As variedades mais cultivadas são o Catuaí e o Mundo Novo.
A cafeicultura foi inserida na região na década de 1850 e muitas cidades surgiram a partir das
grandes fazendas (Coffee Break, 2008). Devido a aspectos climáticos, a região também é a
principal produtora dos cafés tipo goumert, cafés especiais que possuem nuances diferentes e
se destacam pelo sabor diferenciado e pelo aroma mais acentuado. Por esta razão são
considerados diferentes comercialmente e tornam-se muito valorizados no mercado. Com
70% da renda das propriedades rurais do Sul de Minas vindas do café, percebe-se a
importância dessa cultura na região.
A região de Machado encontra-se entre as mais importantes regiões cafeeiras do Sul de
Minas, com uma cafeicultura caracterizada por estar num relevo acidentado e com
predominância de produtores de médio porte.
A cafeicultura mineira não é estática, ou seja, está em constante transformação,
especialmente pela necessidade atual de renovação do parque cafeeiro mineiro. Mudanças na
área ocupada pela cultura na região refletem mudanças econômicas e ambientais. Daí a
importância da realização de uma análise espaço-temporal, que responderá como o parque
cafeeiro evolui num determinado período de tempo.
Nesse contexto, o setor de agronegócio café é desafiado a renovar constantemente sua
metodologia de estimativa da área plantada, além de traçar planos estratégicos para
compreender melhor e reagir ao ambiente em que estão inseridas. Daí surge a necessidade de
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2. Metodologia de Trabalho
2.1. Metodologia
A metodologia do trabalho segue a Figura 2. Foram classificadas imagens dos anos 2000,
2003, 2005 e 2007, das datas 17/06/2000, 23/04/2003, 10/07/2005 e 16/08/2007
respectivamente. As imagens dos anos 2000, 2003 são do satélite Landsat 7, órbita ponto
219/75, sensor TM, com resolução espacial de 30 metros. A imagem de 2005 é do satélite
Spot 5, sensor HRV, com resolução espacial de 10 metros e a imagem do ano de 2007 é do
satélite Landsat 5, órbita ponto 219/75, sensor TM, restaurada para 10 metros (Fonseca,
1988).
A classificação foi feita nas seguintes classes temáticas: café em produção, café em
formação/renovação, mata, reflorestamento, corpos d´água, área urbana e outros usos e, a
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partir do ano de 2005, também foi classificada a classe Solo Exposto. Todo o processamento
foi feito no software SPRING (Câmara et al., 1996), versão 4.2.
Figura 2. Metodologia
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3. Resultados e Discussão
A evolução do uso da terra da área de estudo está exposta nas Figuras 5 e 6, sendo que na
Figura 5 todas as classes temáticas mapeadas são apresentadas, excluindo-se a classe outros
usos. Na Tabela 1 são apresentados os valores, em porcentagem, que cada classe temática
ocupa na região, nos anos estudados.
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Tabela 2. Área ocupada pela cafeicultura na região entre os anos 2000 e 2007, em hectares.
2000 2003 2005 2007
Café 13338.54 11607.93 14903.26 12602.01
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26
25
Percentagem
24
23
22
21
20
2000 2003 2005 2007
Anos
Café
A Figura 8 e a Tabela 3 mostram como o parque cafeeiro mudou nesses sete anos. As
áreas de interseção são as áreas que estavam ocupadas com café no ano 2000 e continuaram
sendo em 2007. As Novas Áreas são as áreas que não estavam ocupadas pela cafeicultura em
2000 e passaram a estar em 2007. Já as Áreas Extintas eram áreas cafeeiras em 2000 e não são
mais em 2007.
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Produção
8.000
7.000
Mil Sacas
6.000
5.000
4.000
2001 2003 2005 2007
Produção 7.600 5.360 6.750 6.825
Anos
4. Conclusões
Com as ferramentas de análise espacial do SPRING e dados de sensoriamento remoto foi
possível quantificar e mapear as mudanças do parque cafeeiro da região de Machado. Dessa
análise, conclui-se que o parque está em constante modificação e que, apesar de passar por
períodos onde a área mapeada decresce, a tendência é que a cafeicultura ocupe cada vez mais
espaço na região. A avaliação de tais mudanças pode subsidiar tomada de decisão por parte de
toda cadeia produtiva do café, incluindo planejadores e legisladores. Visto que, uma região
que possui sua cobertura do solo mapeada está mais apta a obter melhores estimativas de
safra, e ter uma melhor política de uso da terra para o desenvolvimento da região.
Percebe-se que, nesses sete anos estudados, a região sudoeste da área de estudo foi onde
mais surgiram áreas cafeeiras. Tal região é caracterizada por maiores altitudes e relevos mais
acidentados. Uma possível explicação da migração do parque para essa região seria a
produção de cafés de bebida de melhor qualidade, onde a altitude é tida como fator relevante.
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Agradecimentos
Este trabalho foi financiado pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa & Desenvolvimento do
Café (CBP&D Café). Os autores agradecem também à Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) por financiar bolsas de pesquisas.
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