Trabalho Prático 3 - Hidrologia II

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TRABALHO PRÁTICO 3 - TP3

Universidade Federal Fluminense


Departamento de Engenharia Agrícola e Meio Ambiente
TER 00037 - Hidrologia II Turma: H1
Professor: Franciele Zanandrea
Grupo: Brenno Ayrao dos Santos, Giullia Alves Brollo Sanches, Isabela dos Santos
Araujo e Mariana Torres Machado

Niterói
2024

1
1 INTRODUÇÃO 3
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 4
2 CARACTERIZAÇÃO DOS DADOS UTILIZADOS 9
3 REGIONALIZAÇÃO DE VAZÕES 17
3.1 VAZÃO MÁXIMA 18
3.2 VAZÃO MÉDIA DE LONGO TERMO 19
3.3 VAZÃO DE REFERÊNCIA Q90 20
3.4 VAZÃO MÍNIMA DE SETE DIAS PARA UM TEMPO DE RETORNO DE 10 ANOS 21
3.5 CONCLUSÃO 22
4 PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS DA BACIA 23
4.1 SELEÇÃO DOS EVENTOS 25
4.2 LEVANTAMENTO DE DADOS 27
4.2.1 Erodibilidade do solo (K) 27
4.2.2 Fator comprimento declividade (LS) 28
4.2.3 Fator de cobertura do solo e práticas conservacionistas (CP) 28
4.3 RESULTADOS 29
5 CÁLCULO DA DESCARGA SÓLIDA FLUVIAL 30
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35

2
1 INTRODUÇÃO

Uma bacia hidrográfica pode ser considerada uma região definida


topograficamente na qual toda a água proveniente da precipitação e dos sistemas
interligados de cursos d’água convirjam para um único ponto, chamado de exutório,
através do escoamento superficial. Dessa forma, o contorno de uma bacia
hidrográfica é definido através dos limites que dividem as precipitações que
contribuem para as bacias vizinhas ou para a bacia de estudo (GUIMARÃES, 2017).
Como constatado por Rocha (2010), há uma crescente exploração dos
recursos hídricos em função do uso antrópico e, por conta disso, o estudo referente à
caracterização acerca do regime hidrológico de uma bacia hidrográfica se faz cada
vez mais necessário, principalmente pela urgência para a avaliação e previsão dos
impactos ecológicos associados ao manejo de bacias.
Dessa forma, tendo em vista a importância da Bacia Hidrográfica do Rio São
Francisco como uma das principais bacias do país, o presente trabalho tem como
objetivo realizar um estudo relativo à seu regime hidrológico através da
caracterização de uma de suas sub-bacias, sendo o presente relatório voltado para a
regionalização de vazões, análise acerca da produção de sedimentos, além do
estudo e cálculo da descarga sólida fluvial.
Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) a bacia
possui uma área de drenagem de 639. 219 𝑘𝑚², com uma extensão de 2. 863 𝑘𝑚.
Estende-se desde Minas Gerais (onde o rio nasce), até o Oceano Atlântico, onde
deságua, na divisa dos estados de Alagoas, Pernambuco, Bahia e Sergipe, passando
por 505 municípios.
Vale ressaltar também sua expressiva diversidade ambiental, abrangendo
inúmeros biomas brasileiros, como floresta atlântica, caatinga, costeiros, insulares e
cerrado - este último ocupando quase metade da área da bacia. E, quanto ao clima
da região, é caracterizado por baixa nebulosidade e alta incidência de radiação solar,
com temperaturas médias entre 18 e 27 ºC, e precipitação anual média de
aproximadamente 1.000 mm, concentrada principalmente de novembro a janeiro; já a
evapotranspiração média é de quase 900 mm/ano, com valores mais altos no sul e
mais baixos no norte, devido às altas temperaturas e à localização geográfica
intertropical.

3
Constituindo uma das 12 regiões hidrográficas brasileiras, a bacia do rio São
Francisco foi dividida, de acordo com o CBHSF, em quatro zonas ou regiões
fisiográficas: Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco, para fins de
planejamento. Os arquivos georreferenciados da bacia, das regiões fisiográficas e
Sub-Bacias utilizados neste estudo, possuem livre acesso e podem ser baixados
através da plataforma SIGA São Francisco.
Desse modo, uma vez esclarecidas as características gerais da Bacia de São
Francisco, o estudo foi direcionado para a caracterização e análise hidrológica,
definindo-se a Sub-Bacia Rio das Velhas como área de estudo, a fim de servir como
subsídio à gestão de recursos hídricos na bacia.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

A Bacia Hidrográfica Rio das Velhas está inserida na região do Alto São
Francisco, no estado de Minas Gerais e corresponde à 4% da área do São Francisco,
com um total de 28 𝑚𝑖𝑙 𝑘𝑚² aproximadamente (cálculo realizado no Software QGIS a
partir do arquivo georreferenciado). A Figura 1 apresenta a localização desta bacia,
perante a bacia do rio São Francisco.

Figura 1: Localização Bacia Hidrográfica Rio das Velhas

4
Fonte: Elaboração própria (Software QGIS)

Segundo o Comitê de Bacia Hidrográfica (CBH) Rio das Velhas, suas


nascentes estão localizadas dentro do Parque Municipal Cachoeira das Andorinhas,
em Ouro Preto, e deságua no Velho Chico (Barra do Guaicuí), sendo o maior afluente
em extensão da bacia do Rio São Francisco.
Em relação ao aspecto social, ainda de acordo com o CBH, estima-se uma
população de 4, 4 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 distribuída entre os 51 municípios cortados pelo rio e seus
afluentes. O comitê em questão divide a Sub-Bacia Rio das Velhas entre 23 Unidades
Territoriais Estratégicas (UTE), como mostra a Figura 2, e prevê a implantação, para
cada UTE, de um Subcomitê responsável pela gestão das Sub-Bacias Hidrográficas
contíguas envolvidas.

Figura 2: UTEs da Bacia Hidrográfica Rio das Velhas

Fonte: CBH Rio das Velhas

Quanto ao uso do solo (Figura 3), detalhado na Tabela 1, foi possível verificar, a
partir dos dados de cobertura do solo do Map Biomas de 2022, que aproximadamente
30% da área total da bacia é utilizada para a pastagem e, junto com mosaico de usos
(que diz respeito à agropecuária, onde não foi possível distinguir entre agricultura e
pastagem), é totalizado aproximadamente 14, 8 𝑚𝑖𝑙 𝑘𝑚² (mais de 50% da área total).

5
Desse modo, o uso antrópico na bacia é bastante intenso e, além da pastagem e
mosaico de usos, também corresponde à agricultura (soja, café, cana, silvicultura, citros
e lavouras), mineração e área urbanizada e, em suma, está associado à 17 𝑚𝑖𝑙 𝑘𝑚²
(61% da área total).
Por outro lado, em relação às paisagens naturais, pode-se destacar a formação
florestal, savânica, campestre e afloramento rochoso, como as áreas naturais de maior
destaque, correspondendo à 37% da bacia (10, 4 𝑚𝑖𝑙 𝑘𝑚²), enquanto a caracterização
de “Rio, Lago e Oceano” está associada a apenas 0,38% da área total.

Figura 3: Uso do Solo na Bacia Rio das Velhas (2022)

Fonte: Elaboração própria (Software QGIS) com dados do MAPBIOMAS (2022)

6
Tabela 1: Uso do Solo na Bacia Rio das Velhas (2022)

Classe Área (km²) Área (%)

Pastagem 8.219,02 29,35%

Mosaico de Usos 6.561,44 23,43%

Formação Florestal 3.741,31 13,36%

Formação Savânica 2.663,69 9,51%

Afloramento Rochoso 2.181,21 7,79%

Formação Campestre 1.785,15 6,37%

Silvicultura 1.079,94 3,86%

Área Urbanizada 771,49 2,75%

Campo Alagado e Área Pantanosa 355,65 1,27%

Outras Lavouras Temporárias 257,40 0,92%

Mineração 127,00 0,45%

Rio, Lago e Oceano 105,17 0,38%

Outras Áreas Não Vegetadas 103,85 0,37%

Soja 33,14 0,12%

Café 9,53 0,03%

Citrus 8,38 0,03%

Outras Lavouras Perenes 1,86 0,01%

Cana 0,35 0,00%

Total 28.005,61 100,00%

Fonte: Classificação Uso do Solo Map Biomas (2022)

Por fim, em relação ao tipo de solo, como é possível observar na Figura 4 e na


Tabela 2, a área de estudo é constituída predominantemente de argissolo vermelho
(28,3%), latossolo vermelho (22,4%), cambissolo háplico (17,4%) e latossolo vermelho-
amarelo (16,6%) (ANA, 2018).

7
Figura 4: Tipo de Solo na Bacia Rio das Velhas

Fonte: Elaboração própria (Software QGIS) com dados da ANA (2018)

Tabela 2: Tipo de Solo na Bacia Rio das Velhas (2022)

Classe Área (km²) Área (%)

Afloramento Rochoso 1.514,16 5,41%

Argissolo Vermelho 7,948,60 28,38%

Argissolo Vermelho - Amarelo 1.035,23 3,70%

Cambissolo 4.859,54 17,35%

Gleissolo 140,87 0,50%

Latossolo Vermelho - Amarelo 1.389,56 4,96%

Latossolo Vermelho 4.661,48 16,64%

Neossolo 6.276,92 22,41%

Plintossolo 179,25 0,64%

Total 28.005,60 100,00%

Fonte: Classificação Tipo de Solo ANA (2018)

8
2 CARACTERIZAÇÃO DOS DADOS UTILIZADOS

Com o objetivo de caracterizar adequadamente a bacia hidrográfica de estudo,


é necessário realizar um levantamento de dados relativos ao regime fluviométrico e
pluviométrico, além do monitoramento de sedimentos no rio. O detalhamento acerca
da metodologia utilizada para levantamento dos dados foi feito no primeiro relatório
disponibilizado. Em resumo, o principal critério foi priorizar as estações com maior
disponibilidade de dados e uma boa distribuição espacial na bacia.
Assim, as Tabelas 3 e 4 apresentam as informações espaciais relativas às
estações pluviométricas e fluviométricas, respectivamente, enquanto a Figura 5
mostra a distribuição espacial das estações selecionadas ao longo da bacia
hidrográfica, sendo que duas das seis estações fluviométricas selecionadas também
monitoram dados de sedimentos. É importante esclarecer no presente relatório,
diferentes dos anteriores, a estação pluviométrica Pirapama (código 01944020) foi
retirada da análise e substituída pela estação Pedro Leopoldo (código 01944009), em
virtude da maior proximidade com a estação fluviométrica Ponte Raul Soares (código
41340000), sendo, assim, mais adequada para a regionalização de vazões — tópico
que será aprofundado mais adiante.
O download dos dados no formato MDB, compatível com o software Hidro, foi
efetuado através do website da Agência Nacional de Águas (ANA) HidroWeb. A
Tabela 5 apresenta o período e consistência dos dados pluviométricos e
fluviométricos, sendo que todas as estações envolvidas estavam associadas à
operadora CPRM (Serviço Geológico Brasileiro).

Tabela 3: Informações espaciais das estações pluviométricas

Código da estação Nome da estação Coordenadas geográficas

1744009 Várzea da Palma (-17.5961 , -44.7011)

1844001 Santo Hipólito (-18.3061 , -44.2258)

1943009 Vespasiano (-19.6872 , -43.9208)

1943023 Taquaraçu (-19.6639 , -43.6881)

1944009 Pedro Leopoldo (-19.6344 , -44.0533)

2043002 Lagoa Grande (MMV) (-20.1792 , -43.9428)

Fonte: Hidroweb (ANA)

9
Tabela 4: Informações espaciais das estações fluviométricas

Código da Coordenadas Área de


Nome da estação Corpo hídrico
estação geográficas Drenagem (𝑘𝑚²)

41990000 Várzea da Palma (-17.5961 , -44.7133) Rio das Velhas 26.500

41340000 Ponte Raul Soares (-19.5597 , -43.9111) Rio das Velhas 4.860

41250000 Vespasiano (-19.6872 , -43.9206) Ribeirão da Mata 676

41300000 Taquaraçu (-19.6536 , -43.6875) Rio Taquaraçu 618

Itabirito-
41180000 (-20.3011 , -43.7981) Rio Itabirito 378
Linigrafo

41818000 Santo Hipólito (-18.3061 , -44.2258) Rio das Velhas 16.600

Fonte: Hidroweb (ANA)

Figura 5: Distribuição das estações selecionadas na bacia hidrográfica

Fonte: Elaboração própria (Software QGIS)

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Tabela 5: Período e consistência dos dados pluviométricos e fluviométricos

Tipo de estação Código da estação Período e consistência dos dados

1941 - 2005 (Consistido)


1744009
1941 - 2023 (Bruto)

1941 - 2005 (Consistido)


1844001
1941 - 2023 (Bruto)

1941 - 2005 (Consistido)


1943009
1941 - 2023 (Bruto)
Pluviométrica
1942 - 2005 (Consistido)
1943023
1942 - 2023 (Bruto)

1941 - 2005 (Consistido)


1944009
1941 - 2024 (Bruto)

1942 - 2005 (Consistido)


2043002
1941 - 2022 (Bruto)

1938 - 2021 (Consistido)


41990000
2022 - 2023 (Bruto)
Fluviométrica e
Sedimentológica
1938 - 2021 (Consistido)
41340000
2022 (Bruto)

1938 - 2021 (Consistido)


41250000
2022 - 2023 (Bruto)

1938 - 2021 (Consistido)


41300000
2022 - 2023 (Bruto)
Fluviométrica
1956 - 2021 (Consistido)
41180000
2022 - 2023 (Bruto)

1938 - 2021 (Consistido)


41818000
2022 - 2023 (Bruto)

Fonte: Hidroweb (ANA)

Vale enfatizar também três parâmetros importantes a serem analisados durante a


caracterização de uma bacia hidrográfica, com enfoque no estudo do regime
hidrossedimentológico da área: (i) Curva chave (Figuras 6 a 11), que é a curva que
relaciona as medições de nível do rio com vazão, importante ferramenta que simplifica
significativamente as medições, tendo em vista que o procedimento para medir o nível
do rio é muito mais simples em comparação à medição de vazão — as curvas
apresentadas foram obtidas através do HIDRO e suas respectivas equações estão
apresentadas na Tabela 6; (ii) Gráfico da concentração de sedimentos no tempo das
estações sedimentométricas (Figuras 12 e 13) — elaborados no Software Excel,
considerando toda a série de dados, para que fosse possível visualizar o comportamento
da vazão em conjunto com os sedimentos; e (iii) Curva-chave de sedimentos das

11
estações sedimentométricas (Figuras 14 e 15), recurso que relaciona a vazão do rio
com a concentração de sedimentos medida.
A partir da plotagem dos pontos da descarga líquida (m³/s) e concentração dos
sedimentos medida (mg/L), considerando toda a série de dados, as curvas-chave de
sedimentos foram elaboradas no software Excel, com o auxílio da linha de tendência
potencial — equação da curva e o 𝑅² associados estão apresentados na Tabela 7.
É importante ressaltar que a curva-chave de sedimentos não é uma curva tão
precisa quanto a curva-chave (que relaciona a vazão do rio com o nível observado). Isso
ocorre porque, embora a vazão do rio e a concentração de sedimentos estejam
associados, a relação entre esses parâmetros não é tão direta, envolvendo muitos outros
aspectos associados à dinâmica hidrossedimentológica da bacia e, por conta disso, a
2
curva não apresentou um 𝑅 muito elevado.
No entanto, após observação dos gráficos e tabelas, nota-se uma discrepância
2
dos valores de 𝑅 entre as estações 41990000 e 41340000. Isso pode estar relacionado
à posição das duas estações no leito do rio. Enquanto a estação 41990000 está
localizada na parte externa da curva do rio, ou seja, onde há maior intensidade da
erosão, a outra localiza-se na parte interna da curva, local de menor erosão. Acredita-se,
2
então, que tais posicionamentos possam ter interferido nos valores de 𝑅 .

Figura 6: Curva-Chave estação 41990000 (2020-2021)

Fonte: HIDRO

Figura 7 : Curva-Chave estação 41340000 (2020-2021)

12
Fonte: HIDRO

13
Figura 8: Curva-Chave estação 41250000 (2020-2021)

Fonte: HIDRO

Figura 9: Curva-Chave estação 41300000 (2018-2021)

Fonte: HIDRO

Figura 10: Curva-Chave estação 41180000 (2020-2021)

Fonte: HIDRO

14
Figura 11: Curva-Chave estação 41818000 (2017-2021)

Fonte: HIDRO

Tabela 6: Equações das curvas chaves das estações fluviométricas

Código da estação Equação da curva - Q (m³/s) e H (metros)

1,3
41990000 𝑄 = 882, 782 · (𝐻 − 7, 53)

1,439
41340000 𝑄 = 45, 5729 · (𝐻 − 0, 68)

1,6
41250000 𝑄 = 31, 0922 · (𝐻 − 2, 29)

1,611
41300000 𝑄 = 31, 735 · (𝐻 − 1, 18)

1,866
41180000 𝑄 = 18, 1395 · (𝐻 − 2, 39)

1,447
41818000 𝑄 = 88, 3596 · (𝐻 − 0, 15)

Fonte: HIDRO

15
Figura 12: Gráfico da concentração de sedimentos em função do tempo - Estação 41990000

Fonte: Elaboração própria no Software Excel

Figura 13: Gráfico da concentração de sedimentos em função do tempo - Estação 41340000

Fonte: Elaboração própria no Software Excel

16
Figura 14: Curva chave de sedimentos - Estação 41990000

Fonte: Elaboração própria utilizando o Software Excel

Figura 15: Curva chave de sedimentos - Estação 41340000

Fonte: Elaboração própria utilizando o Software Excel

17
Tabela 7: Equações das curvas chaves de sedimentos da estações sedimentológicas

Código da
Equação da Curva - Q(m³/s) e Csm (mg/L) 𝑅²
Estação

1,4264
41990000 𝐶𝑠𝑚 = 0, 0379 · 𝑄 0, 2076

1,3734
41340000 𝐶𝑠𝑚 = 0, 665 · 𝑄 0, 5959

Fonte: Elaboração própria utilizando o Software Excel

3 REGIONALIZAÇÃO DE VAZÕES

A rede de monitoramento de dados hidrológicos dificilmente compõem uma malha


regular e totalmente preenchida e, desse modo, é muito provável que, em um estudo
relativo à caracterização de bacias hidrográficas, sempre será preciso trabalhar com
lacunas temporais ou espaciais (BAENA et al, 2004). Nesse contexto, uma importante
metodologia que pode ser aplicada para preencher essas lacunas de informações é a
regionalização de vazões, constituindo assim uma útil ferramenta no gerenciamento de
recursos hídricos (NOVAES et al, 2007).
A regionalização hidrológica consiste em transferir dados de estações
hidrométricas para locais que não possuem registros de medições com base em
comportamento hidrológico homogêneo. Assim, deve-se considerar os aspectos físicos e
climáticos com mais influência na distribuição espacial da vazão e que sejam,
idealmente, facilmente mensuráveis. Sobretudo, a identificação dos fatores ideais,
almejando-se maior confiabilidade na regionalização proposta, pode ser um processo
complexo e trabalhoso (BAENA et al, 2004).
Sob essa perspectiva, almejando-se contribuir como subsídio na gestão dos
recursos hídricos na bacia Rio das Velhas, a presente seção do trabalho tem como
objetivo propor uma regionalização de vazões, por meio de equações de regressão
múltipla, utilizando o suplemento Análise de Dados do Software Excel, sendo esperado
obter uma formulação compatível com a Equação 1 abaixo, sendo (β) as constantes
devolvidas pelo Excel e (𝑥) as variáveis selecionadas.

Equação 1: Regressão Múltipla - Regionalização de Vazões


𝑄 = β0 + β1 · 𝑥1 + β2 · 𝑥2

Fonte: Aulas Ministradas


Desse modo, como uma estimativa inicial, as variáveis escolhidas para a
regionalização foram área de drenagem em km² (informação relativa à estação

18
fluviométrica apresentada na tabela 4), precipitação anual média (calculada a partir dos
dados diários), considerando o pluviômetro mais próximo com boa disponibilidade
temporal de dados, fator essencial para a confiabilidade da equação, e declividade,
considerando os dados levantados em trabalhos relativos à caracterização da bacia Rio
das Velhas com base na literatura (SILVA et al, 2019; ALMEIDA, 2019; PEREIRA et al,
2017).
Com as variáveis definidas, e baseando-se nas informações das estações (Tabela
8), busca-se determinar uma relação bem definida pela qual almeja-se calcular seguintes
vazões: vazão média de longo termo (𝑄𝑚𝑙𝑡), vazão máxima anual média (𝑄𝑚á𝑥), vazão de

permanência de 90% (𝑄90) e vazão mínima de sete dias para um tempo de retorno de
dez anos (𝑄7 10).

Tabela 8: Equações das curvas chaves de sedimentos da estações sedimentológicas

Precip.
Declividade anual Q mlt Q90 Q7,10 Q máx
Área km²
estimada (m/m) média (m³/s) (m³/s) (m³/s) (m³/s)
(mm/ano)
Estação
(SILVA et al, 2019;
Calculada a partir da série histórica
HIDRO ALMEIDA, 2019; HIDRO
de dados
PEREIRA et al, 2017)

41990000 26.500,00 0,013 282,76 303,10 64,09 34,10 4.962,00

41340000 4.860,00 0,24 265,87 72,02 26,78 16,90 1.462,00

41250000 676,00 0,24 331,37 8,47 1,98 0,94 340,00

41300000 618,00 0,24 360,71 9,32 2,13 0,87 699,00

41818000 16.600,00 0,07 261,76 187,36 51,67 29,10 2.493,00

41180000 378,00 0,35 483,53 7,45 3,76 2,64 351,00

Fonte: Elaboração própria

3.1 VAZÃO MÁXIMA

A Equação 2 abaixo, cujo 𝑅² foi de 0,969, apresenta a formulação resultante


utilizando os coeficientes obtidos através da aplicação da regressão múltipla aos
dados conhecidos, sendo (𝑄) a vazão máxima estimada em (𝑚³/𝑠), (𝐴) a área de
drenagem da estação fluviométrica em (𝑘𝑚²), (𝑃) a precipitação anual média em
(𝑚𝑚/𝑎𝑛𝑜) e (α) a declividade local em (𝑚/𝑚). Uma vez determinada essa

19
formulação é possível recalcular os dados de vazão conhecidos, com a equação
proposta, para avaliar o erro associado; a Tabela 9 apresenta esses resultados.

Equação 2: Equação de regionalização da vazão máxima anual média


𝑄𝑚á𝑥 = − 40, 611 + (0, 197 · 𝐴) + (− 2, 020 · 𝑃) + (4136, 002 · α)

Fonte: Elaboração própria

Tabela 9: Avaliação dos erros associados à regionalização de vazão proposta

Q máx (m³/s) Q máx (m³/s)


Estação Erro (%)
- Registrada - Calculada

41990000 4.962,00 4.669,40 5,90%

41340000 1.462,00 1.371,60 6,18%

41250000 340,00 413,84 21,72%

41300000 699,00 343,13 50,91%

41818000 2.493,00 2.993,05 20,06%

41180000 351,00 515,98 47,00%

Fonte: Elaboração própria

Pode-se observar que as estações 41990000 e 41340000 foram as que


apresentaram o menor erro associado à formulação proposta, sendo que as estações
41250000 e 41818000 apresentaram erros maiores, em torno de 20%, mas com
valores próximos, na mesma ordem de grandeza das vazões máximas registradas.
Sobretudo, as estações 41300000 e 41180000 foram as que apresentaram os
maiores erros, em torno de 50%, resultado que pode estar associado à escolha do
pluviômetro, fator que será esclarecido na seção 3.5 deste estudo.

3.2 VAZÃO MÉDIA DE LONGO TERMO

A Equação 3 abaixo, cujo 𝑅² foi de 0,999, apresenta o resultado considerando


os coeficientes obtidos através da aplicação da regressão múltipla aos dados
conhecidos, sendo (𝑄) a vazão média de longo termo estimada em (𝑚³/𝑠), (𝐴) a
área de drenagem da estação fluviométrica em (𝑘𝑚²), (𝑃) a precipitação anual média
em (𝑚𝑚/𝑎𝑛𝑜) e (α) a declividade local em (𝑚/𝑚). Uma vez determinada essa
formulação é possível recalcular os dados de vazão conhecidos, com a equação
proposta, para avaliar o erro associado; a Tabela 10 apresenta esses resultados.

20
Equação 3: Equação de regionalização da vazão média de longo termo
𝑄𝑚𝑙𝑡 = − 0, 173 + (0, 013 · 𝐴) + (− 0, 121 · 𝑃) + (176, 89 · α)

Fonte: Elaboração própria

Tabela 10: Avaliação dos erros associados à regionalização de vazão proposta

Q mlt (m³/s) Q mlt (m³/s)


Estação Erro (%)
- Registrada - Calculada

41990000 303,10 301,84 0,41%

41340000 72,02 71,20 1,14%

41250000 8,47 10,51 24,11%

41300000 9,32 6,22 33,24%

41818000 187,36 189,62 1,21%

41180000 7,45 8,33 11,75%

Fonte: Elaboração própria

É possível observar que quatro das seis estações apresentaram resultados


muito satisfatórios, com erros inferiores a 12%, sendo que as estações 41250000 e
41300000 foram as que apresentaram erros maiores, em torno de 30%. Sobretudo,
pode-se dizer que nenhum erro obtido foi muito discrepante e, assim, os resultados
obtidos foram adequados, considerando o tamanho da área analisada e a série
histórica na qual o estudo foi baseado.

3.3 VAZÃO DE REFERÊNCIA Q90

A Equação 4 abaixo, cujo 𝑅² foi de 0,979, apresenta o resultado obtido por


meio da aplicação da regressão múltipla aos dados conhecidos, sendo (𝑄) a vazão
de referência Q90 estimada em (𝑚³/𝑠), (𝐴) a área de drenagem da estação
fluviométrica em (𝑘𝑚²), (𝑃) a precipitação anual média em (𝑚𝑚/𝑎𝑛𝑜) e (α) a
declividade local em (𝑚/𝑚). Uma vez determinada essa formulação é possível
recalcular os dados de vazão conhecidos, com a equação proposta, para avaliar o
erro associado; a Tabela 11 apresenta esses resultados.

Equação 4: Equação de regionalização da vazão média de longo termo


𝑄90 = 11, 211 + (0, 003 · 𝐴) + (− 0, 110 · 𝑃) + (120, 66 · α)
Fonte: Elaboração própria

21
Tabela 11: Avaliação dos erros associados à regionalização de vazão proposta

Q 90 (m³/s) Q 90 (m³/s)
Estação Erro (%)
- Registrada - Calculada

41990000 64,09 68,17 6,37%

41340000 26,78 26,78 0,02%

41250000 1,98 5,95 200,52%

41300000 2,13 2,54 19,33%

41818000 51,67 45,02 12,87%

41180000 3,76 1,94 48,31%

Fonte: Elaboração própria

É possível constatar que, embora o 𝑅² obtido tenha sido consideravelmente


alto, os resultados apresentados não se mostraram tão positivos em comparação com
os anteriores. Enquanto quatro das seis estações apresentaram um resultado com
erro dentro do esperado, em torno de 20%, a estação 41180000 apresentou um erro
de quase 50% (o que, embora seja alto, pode-se justificar a complexidade associada
ao tamanho da bacia e a dificuldade encontrada na disponibilidade de dados
pluviométricos próximos à estação) e, a estação 41250000, sobretudo, apresentou
um erro superior à 200%. Estando associada à vazão mínima entre as vazões de
referência analisadas, pode-se ressaltar certa limitação em relação ao método na
análise de vazões muito baixas (todas vazões registradas abaixo de 5m³/s
apresentaram erros mais altos), sendo esperado encontrar a mesma questão na
análise das vazões 𝑄7 10, que será feita a seguir.

3.4 VAZÃO MÍNIMA DE SETE DIAS PARA UM TEMPO DE RETORNO DE 10 ANOS

A Equação 5 abaixo, cujo 𝑅² foi de 0,966, apresenta a formulação resultante


utilizando os coeficientes obtidos através da aplicação da regressão múltipla aos
dados conhecidos, sendo (𝑄) a vazão mínima de sete dias para um tempo de retorno
de 10 anos estimada em (𝑚³/𝑠), (𝐴) a área de drenagem da estação fluviométrica em
(𝑘𝑚²), (𝑃) a precipitação anual média em (𝑚𝑚/𝑎𝑛𝑜) e (α) a declividade local em
(𝑚/𝑚). Uma vez determinada essa formulação é possível recalcular os dados de
vazão conhecidos, com a equação proposta, para avaliar o erro associado; a Tabela
12 apresenta esses resultados.

22
Equação 5: Equação de regionalização da vazão máxima anual média
𝑄7 10 = 6, 581 + (0, 002 · 𝐴) + (− 0, 079 · 𝑃) + (91, 308 · α)

Fonte: Elaboração própria

Tabela 12: Avaliação dos erros associados à regionalização de vazão proposta

Q 7 10 (m³/s) Q 7 10 (m³/s)
Estação Erro (%)
- Registrada - Calculada

41990000 34,10 36,91 8,24%

41340000 16,90 16,92 0,09%

41250000 0,94 3,63 285,66%

41300000 0,87 1,20 37,77%

41818000 9,10 24,52 15,75%

41180000 2,64 1,38 47,57%

Fonte: Elaboração própria

Como esperado, o método utilizado não apresentou bons resultados para as


menores vazões, com destaque para as mínimas entre as analisadas (estações
41250000, 41300000 e 41180000), que apresentaram grandes erros associados. Por
outro lado, o restante das estações apresentaram resultados satisfatórios, com um
erro percentual inferior a 16%.

3.5 CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos, foi possível concluir que a metodologia utilizada
é eficiente, retornando valores consideravelmente altos de 𝑅², embora os grandes
erros observados nas seções 3.3 e 3.4 indiquem que as variáveis escolhidas podem
não ser adequadas para essas vazões. No geral as estações 41990000, 41340000 e
41818000 apresentaram respostas positivas à formulação proposta, em todos os
casos, enquanto a estação 41180000 apresentou resultados intermediários, com
erros variáveis entre as vazões analisadas. Por fim, as estações 41250000 e
41300000 não apresentaram resultados tão bons, em comparação às demais, com
erros significativamente altos para as vazões mínimas.
Os maiores erros analisados podem estar associados à escolha do pluviômetro
frente à dificuldade encontrada em achar pluviômetros mais próximos com boa
disponibilidade de dados, dessa forma, a maior distância em relação à estação de

23
vazão, em alguns casos, pode não ter compensado a boa disponibilidade de dados
da estação.
Além disso,é essencial enfatizar que é um processo bastante complexo tentar
regionalizar uma bacia de 28 𝑚𝑖𝑙 𝑘𝑚² com apenas seis estações.Sob essa
perspectiva, levando em consideração o caráter simplificado da presente análise,
pode-se dizer que os resultados obtidos foram, no geral, satisfatórios, com a ressalva
dos maiores erros associados às vazões mínimas.

4 PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS DA BACIA

O conhecimento acerca da produção de sedimentos em uma bacia hidrográfica


é de suma importância para a gestão dos recursos hídricos, uma vez que constitui um
importante fator para tomada de decisões relativas à obras hidráulicas, influenciando
diretamente os custos de implantação e otimização de tais sistemas (PAIVA et al,
2007).
Entre os processos no campo da hidrossedimentologia, ou seja, no estudo da
dinâmica compreendida entre a água e os sedimentos, pode-se destacar a erosão,
processo desagregador das partículas, o transporte dos sedimentos e, por fim, a
deposição. É importante ressaltar, em virtude da deposição deposição de sedimentos
ao longo da bacia, a maior parte do sedimento produzido não chega a seu exutório
(SANTOS et al, 2012) — quando o estudo volta-se para o cálculo da produção de
sedimentos de uma bacia hidrográfica, o interesse é voltado para a porção que de
fato chega ao exutório.
Paiva et al (2007) ressaltam que os custos envolvidos na medição e
monitoramento de sedimentos podem ser bastante elevados e, por conta disso, os
estudos dessa área muitas vezes recorrem a modelos matemáticos que estimam os
dados, a partir do uso do solo, tipo de solo e relevo, por exemplo. Nesse contexto, as
equações de perda de solo são largamente utilizadas; são equações empíricas que
representam matematicamente o processo que lhe dão o nome em função das
condições de clima, tipo e uso do solo, relevo, vegetação e práticas
conservacionistas.
Nesse contexto, a presente seção do trabalho se propõe a estimar, por meio
da equação de perda de solo Modified Universal Soil Loss Equation (MUSLE),
desenvolvida por Williams (1975), que se difere de outras equações desenvolvidas na
medida que prevê a produção de sedimento aplicável a eventos de chuva individuais.

24
Esse estudo será realizado para a estação mais a jusante da bacia, cujo código é
41990000.
A formulação MUSLE está apresentada na Equação 6 abaixo, onde (𝑌) é o
aporte de sedimentos no exutório da bacia após um evento chuvoso, em toneladas;
(α) e (β) são coeficientes de ajuste para cada bacia que, em geral, valem,
respectivamente, 11,8 e 0,56 (WIILIAMS, 1975); (𝑄) é o volume total de escoamento
superficial (m³); (𝑞𝑝) é a vazão de pico do evento (m³); (𝐾) é a erodibilidade do solo

em (𝑡𝑜𝑛 · ℎ/𝑀𝐽 · 𝑚𝑚); (𝐶) se refere à cobertura do solo e (𝑃) está associado às
práticas conservacionistas e, como no presente estudo não são implementadas
práticas, utiliza-se esse fator igual a um. Por fim, (𝐿𝑆) é fator de comprimento e
declividade, sendo calculado pela Equação 7.

Equação 6: Aporte de sedimentos no exutório da bacia após um evento chuvoso (MUSLE)

β
𝑌 = α · (𝑄 · 𝑞𝑝) · 𝐾 · 𝐿 · 𝑆 · 𝐶 · 𝑃

Fonte: Aulas ministradas

Equação 7: Fator LS (MUSLE)

𝐿
ℎ𝑖𝑙𝑙 𝑚 2
𝐿𝑆 = ( 22,1 ) · (65, 41 · 𝑠𝑒𝑛 (αℎ𝑖𝑙𝑙) + 4, 56 · 𝑠𝑒𝑛(αℎ𝑖𝑙𝑙) + 0, 065)

Fonte: Aulas ministradas

Nesse sentido, para o cálculo do fator (𝐿𝑆), deve-se considerar: o (𝐿ℎ𝑖𝑙𝑙) como

o metade ou um quarto do lado menor do retângulo equivalente à bacia, que pode ser
calculado pela Equação 8, sendo (𝐾𝑐) o fator de compacidade (Equação 9), dado

que (𝐴) e (𝑃) são, respectivamente, a área (m²) e o perímetro (m); (αℎ𝑖𝑙𝑙) é a

declividade do terreno em graus e (𝑚) pode ser obtido pela Equação 10.

Equação 8: Lado menor do triângulo equivalente à bacia


𝐾𝑐· 𝐴 ⎡ 1,128 2⎤
𝑙𝑒 = 1,12
· ⎢1 − 1−( 𝐾𝑐
)⎥
⎣ ⎦
Fonte: Aulas ministradas

Equação 9: Fator de compacidade da bacia


𝑃
𝐾𝑐 = 0, 282 ·
𝐴

Fonte: Aulas ministradas

25
Equação 10: Cálculo do expoente 𝑚
[ ]
𝑚 = 0, 6 · (1 − 𝑒𝑥𝑝 − 35, 835 · 𝑡𝑎𝑛𝑔(αℎ𝑖𝑙𝑙)

Fonte: Aulas ministradas

4.1 SELEÇÃO DOS EVENTOS

Para a avaliação do aporte de sedimentos serão avaliados três eventos


hidrológicos, que por sua vez serão selecionados através da visualização gráfica,
através do HIDRO, da precipitação em conjunto com a resposta à vazão do rio e,
assim, foram selecionados um evento de cada magnitude (baixa, intermediária e alta).
As Figuras 16, 17 e 18 apresentam os gráficos de chuva vazão dos eventos
selecionados elaborados a partir dos dados diários de medição da ANA, sendo eles,
respectivamente, de alta, média e baixa magnitude.

Figura 16: Gráfico chuva (mm) vazão (m³/s) - Evento 1 (alta magnitude)

Fonte: Elaboração própria

26
Figura 17: Gráfico chuva (mm) vazão (m³/s) - Evento 2 (magnitude média)

Fonte: Elaboração própria

Figura 18: Gráfico chuva (mm) vazão (m³/s) - Evento 3 (magnitude baixa)

Fonte: Elaboração própria

27
A Tabela 13 abaixo apresenta a vazão de pico, assim como o volume total de
escoamento superficial, associado a cada um dos eventos, tendo em vista que esses
parâmetros serão necessários para o cálculo do aporte de sedimentos.

Tabela 13: Vazão de pico (m³/s) e volume total (m³) associado a cada evento

Volume total de
Evento Magnitude Vazão de pico (m³/s)
escoamento (m³)

1 Alta 1999, 11 1. 448. 973. 187, 20

2 Média 755, 47 810. 706. 752, 00

3 Baixa 454, 69 301. 221. 763, 20

Fonte: Elaboração própria

4.2 LEVANTAMENTO DE DADOS

Como é possível observar nas equações MUSLE apresentadas, essa


metodologia envolve muitos parâmetros, assim, essa seção do estudo tem como
objetivo esclarecer e justificar os parâmetros utilizados.

4.2.1 Erodibilidade do solo (K)

A partir da classificação dos tipos de solo presentes na bacia (apresentada na


seção 1.1 do trabalho), e da consulta à literatura, foi possível associar um coeficiente
de erodibilidade do solo, a cada classificação. Assim, o fator 𝑘 utilizado na equação
MUSLE foi obtido a partir da média ponderada pela área associada a cada
classificação, como apresentado na Tabela 14.
É importante esclarecer que a classificação da ANA de “Afloramento Rochoso”
foi retirada dessa análise, sendo considerada na classificação de uso do solo do
MAPBIOMAS (2022) e, assim, essa classificação será englobada no fator de
cobertura do solo (𝐶).

28
Tabela 14: Fator de erodibilidade do solo

Classe Área (km²) k (t h/MJ mm) Referência

Argissolo Vermelho 7,948,60 0,016 Mannigel et al (2002)

Argissolo Vermelho - Amarelo 1.035,23 0,060 Corrêa et al (2015)

Cambissolo 4.859,54 0,060 Costa et al (2009)

Gleissolo 140,87 0,0266 Mannigel et al (2002)

Latossolo Vermelho - Amarelo 1.389,56 0,020 Costa et al (2009)

Latossolo Vermelho 4.661,48 0,013 Oliveira et al (2011)

Neossolo 6.276,92 0,027 Oliveira et al (2011)

Plintossolo 179,25 0,0317 Mannigel et al (2002)

Média ponderada k (t h/MJ mm) 0,03 -

Fonte: Elaboração própria

4.2.2 Fator comprimento declividade (LS)

O fator LS foi calculado com base na equação B, utilizando 𝐿ℎ𝑖𝑙𝑙 como metade

do lado menor do retângulo equivalente, dado que a área é de 28.000,60 km² e o


perímetro da bacia corresponde à 1.179,83 km (resultando em um coeficiente de
compacidade de 1,99).
A declividade da bacia foi considerada, com base na literatura (SILVA et al,
2019; ALMEIDA, 2019; PEREIRA et al, 2017), como 0,0129 m/m. Dessa forma, o
fator LS obtido foi de 36,36.

4.2.3 Fator de cobertura do solo e práticas conservacionistas (CP)

A partir da classificação dos usos do solo presentes na bacia (apresentada na


seção 1.1 do trabalho), e da consulta à literatura, foi possível associar um coeficiente
de cobertura do solo (𝐶), a cada classificação. Assim, o fator (𝐶) utilizado na equação
MUSLE foi obtido a partir da média ponderada pela área associada a cada
classificação, como apresentado na Tabela 15.
Como o fator (𝑃) muitas vezes é utilizado como igual a um, muitos autores
apresentam esses dois parâmetros em conjunto.

29
Tabela 15: Fator de cobertura do solo e práticas conservacionistas (CP)

Classe Área (km²) CP Referência

Pastagem 8.219,02 0,01 Guedes et al (2022)

Mosaico de Usos 6.561,44 0,175 Helfer et al ([s,d])

Formação Florestal 3.741,31 0,00007 Helfer et al ([s,d])

Formação Savânica 2.663,69 0,013 Helfer et al ([s,d])

Afloramento Rochoso 2.181,21 1,00 Silva et al (2022)

Formação Campestre 1.785,15 0,01 Guedes et al (2022)

Silvicultura 1.079,94 0,0001 Guedes et al (2022)

Área Urbanizada 771,49 0,00 Silva et al (2022)

Campo Alagado e Área Pantanosa 355,65 0,00 Silva et al (2022)

Outras Lavouras Temporárias 257,40 0,20 Silva et al (2022)

Mineração 127,00 1,00 Silva et al (2022)

Rio, Lago e Oceano 105,17 0,00 Silva et al (2022)

Outras Áreas Não Vegetadas 103,85 0,00 Silva et al (2022)

Soja 33,14 0,20 Guedes et al (2022)

Café 9,53 0,20 Guedes et al (2022)

Citrus 8,38 0,20 Guedes et al (2022)

Outras Lavouras Perenes 1,86 0,20 Silva et al (2022)

Cana 0,35 0,20 Guedes et al (2022)

Média Ponderada 0,13 -

Fonte: Elaboração própria

4.3 RESULTADOS

Aplicando os valores determinados na equação do aporte de sedimentos de


MUSLE, é possível estimar a produção de sedimentos associada aos eventos
selecionados. A Tabela 16 apresenta os resultados relativos ao aporte de
sedimentos, em toneladas, associados a cada evento.

30
Tabela 16: Fator de cobertura do solo e práticas conservacionistas (CP)

Aporte de sedimentos nos eventos (toneladas)

Evento 1 14. 508. 949, 02

Evento 2 6. 077. 673, 56

Evento 3 2. 627. 063, 63

Fonte: Elaboração própria

5 CÁLCULO DA DESCARGA SÓLIDA FLUVIAL

A sedimentologia fluvial se refere ao estudo da dinâmica


hidrossedimentológica no interior de um canal fluvial. Pode-se dizer que os rios atuam
como um dos principais sistemas de transporte de sedimentos dentro de uma bacia
hidrográfica e, além disso, podem agir também como agentes erosivos (sendo
responsáveis pela erosão nas próprias margens) e de deposição (FELIX, 2020).
Segundo Felix (2020), existem três principais mecanismos de transporte fluvial
de sedimentos (Figura 19): (i) transporte por arraste (se refere ao movimento do
sedimento junto ao fundo), estando associado a grãos maiores e mais pesados; (ii)
transporte por saltação, ou seja, as partículas se movimentam deslizando e saltando
ao longo do fluxo, formando um movimento parabólico; e (iii) transporte de sólidos em
suspensão, que ocorre quando os sedimentos entram em solução química com o
agente aquoso, e, assim, os grãos se transportam em suspensão junto à água
(associado à grãos mais finos).

Figura 19: Mecanismos de transporte de sedimentos

Fonte: Felix (2020)

31
Nesse contexto, a vazão sólida do rio está associada ao somatório da carga total
ao fundo (deslizamento, rolamento ou saltação) e da carga total em suspensão. Assim,
visando compreender melhor a dinâmica da sedimentologia fluvial da bacia hidrográfica
de estudo, a presente seção do trabalho se propõe a calcular a descarga sólida fluvial
através do método simplificado de Colby (1957), considerando os dados da estação mais
a jusante da bacia, cujo código é 41990000. Nessa metodologia, como pode-se observar
na Equação 11 calcula-se a descarga sólida total (𝑄𝑠𝑡) como a soma da descarga sólida

em suspensão medida (𝑄𝑠𝑚) com a descarga não medida (𝑄𝑛𝑚), que se refere a parcela

de fundo. Tanto a descarga sólida total, como descarga sólida em suspensão medida e a
descarga não medida; estão em (t/dia).

Equação 11: Cálculo da descarga sólida total


𝑄𝑠𝑡 = 𝑄𝑠𝑚 + 𝑄𝑛𝑚

Fonte: Aulas ministradas

Nesse método, a parcela da descarga sólida medida pode ser obtida através da
Equação 12 - sendo 𝑄 a vazão do rio (𝑚³/𝑠), e 𝐶𝑠 a concentração dos sólidos em

suspensão (mg/L) -, enquanto a não medida é calculada pela Equação 13, sendo (𝑞𝑛𝑚)
−1 −1
é descarga sólida não medida aproximada (𝑡 · 𝑑 · 𝑚 ), (𝐾) é um fator de correção
aplicado e (𝐿) é a largura do rio (m).

Equação 12: Parcela da descarga sólida medida


𝑄𝑠𝑚 = 𝑄 · 𝐶𝑠

Fonte: Aulas ministradas

Equação 13: Parcela da descarga sólida não medida


𝑄𝑛𝑚 = 𝑞𝑛𝑚 · 𝐾 · 𝐿

Fonte: Aulas ministradas

Primeiramente, a descarga sólida medida é facilmente calculada a partir da vazão


média da série de dados (276, 42 𝑚³/𝑠) e da concentração média dos sólidos em
suspensão (201, 82 𝑚𝑔/𝐿). Desse modo, a parcela de descarga sólida medida resultante
é de 4819, 92 𝑡𝑜𝑛/𝑑𝑖𝑎.

32
Para determinar a descarga sólida não medida é preciso conhecer os
componentes presentes na equação 13. A descarga sólida não medida aproximada pode
ser obtida em função da velocidade média através do ábaco apresentado na Figura 20.
Nesse sentido, considerando a velocidade média em toda a série de dados de 0, 72𝑚/𝑠,
é possível determinar que a descarga sólida não medida aproximada equivale a
−1 −1
15 𝑡 · 𝑑 ·𝑚 .
Figura 20: Ábaco para a obtenção da descarga sólida não medida aproximada

Fonte: Aulas ministradas

A concentração relativa (𝐶𝑟) é determinada em função da velocidade média já

apresentada e da profundidade média (2, 12 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠) por meio do ábaco presente na


Figura 21. Por esse procedimento foi obtida uma concentração relativa de
aproximadamente 200 𝑝𝑝𝑚 (200 𝑚𝑔/𝐿) .

33
Figura 21: Ábaco para da concentração relativa

Fonte: Aulas ministradas

Por fim, para calcular o fator de correção, o ábaco apresentado na Figura 22 é


utilizado, considerando a interseção entre a razão da concentração de sólidos em
suspensão média (calculada como as outras médias pela série histórica de dados) e a
concentração relativa obtida na etapa anterior, e a linha média. Dessa forma, foi
determinado que o fator de correção equivale aproximadamente a 1, 2.

34
Figura 22: Ábaco para o fator de correção

Fonte: Aulas ministradas

Assim, uma vez conhecidos todos os parâmetros necessários, a descarga sólida


não medida resultante foi de 2417, 41 𝑡𝑜𝑛/𝑑𝑖𝑎. Logo, somando-se as duas componentes
é possível calcular uma descarga sólida total de 7237, 33 𝑡𝑜𝑛/𝑑𝑖𝑎.
Pode-se comparar o resultado obtido com uma premissa simplificadora que indica
a descarga sólida em suspensão como 80 a 95% da descarga sólida total. Sobretudo, a
partir dos resultados obtidos é possível inferir que a descarga sólida em suspensão
corresponde a 66,6% do total e, assim, pode-se concluir que a metodologia da relação
percentual apresentada não seria aplicável para bacia estudada.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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