MRA Cursos - Tecnologia da Construção II - Modelo de Trabalho
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Contextualização:
• Nome da edificação a sera estudada: Edifício Residencial “Vila São Paulo”
• Localização: Rua João Pessoa, 500 – São Paulo, SP
• Tipo de Obra: Edificação residencial multifamiliar (apartamentos)
• Ano de Construção: 2005
• Área Total Construída: 4.000 m²
• Número de Pavimentos: 10 (subsolo + 9 andares)
• Descrição: O edifício é composto por 40 apartamentos, com estrutura em concreto armado e revestimento
externo em cerâmica e pintura. O edifício foi projetado para atender uma demanda de moradia de classe
média, com áreas comuns como hall de entrada, salão de festas e academia.
• Fotos do local: N/S
Identificação da Patologia:
Patologia: Infiltrações nas Paredes Externas e na Caixa d'Água
• Descrição da Patologia: Após aproximadamente 10 anos da entrega do imóvel, começaram a surgir sinais de
infiltrações nas paredes externas do edifício e também na área da caixa d'água no topo do edifício. Os
moradores relataram manchas de umidade nas paredes internas dos apartamentos localizados nos andares
superiores, além de goteiras visíveis nas áreas comuns.
Causas Identificadas:
1. Falta de Impermeabilização Adequada nas Juntas e Frestas:
o Descrição: Durante a construção, as juntas de dilatação não foram adequadamente vedadas com
materiais impermeáveis. As frestas nas paredes externas e nas juntas entre lajes e paredes não
receberam o tratamento necessário para impedir a infiltração de água.
o Efeito: A água da chuva entrou através dessas falhas de impermeabilização e foi se acumulando nas
paredes, causando a umidade visível.
2. Deficiência na Execução do Sistema de Impermeabilização da Caixa d'Água:
o Descrição: A caixa d'água, localizada no topo do edifício, foi impermeabilizada com um material que
não era adequado para suportar o contato constante com a água. A membrana impermeabilizante
aplicada na superfície da caixa apresentou falhas e descolamento após algum tempo, permitindo a
infiltração de água.
o Efeito: A infiltração da caixa d'água afetou o teto do último andar do edifício, gerando umidade nas
paredes e no piso do apartamento.
3. Uso de Materiais de Baixa Qualidade (Revestimentos Externos):
o Descrição: O revestimento cerâmico utilizado nas paredes externas do edifício não possuía o
acabamento adequado para resistir a intempéries. Além disso, a argamassa utilizada na fixação das
cerâmicas não foi corretamente aplicada, com espessura inadequada e sem o devido nivelamento.
o Efeito: A água entrou pelas fissuras nas cerâmicas e se acumulou nas paredes, agravando as infiltrações.
Consequências da Patologia:
1. Comprometimento Estético:
o As infiltrações causaram manchas e o descolamento da pintura nas áreas internas dos apartamentos,
principalmente nos andares superiores. Além disso, o revestimento cerâmico nas áreas externas
começou a soltar, afetando a estética do edifício.
2. Aumento nos Custos de Manutenção:
o O reparo das infiltrações nas paredes internas e a necessidade de substituir o revestimento cerâmico
aumentaram os custos de manutenção do edifício. Moradores relataram desconforto devido ao cheiro
de mofo e bolor causado pela umidade constante.
3. Prejuízos à Durabilidade da Estrutura:
o As infiltrações continuaram por um longo período, afetando não só as paredes e acabamentos, mas
também a estrutura do edifício. A umidade constante pode ter causado danos à fundação e à estrutura
de concreto, o que comprometeria a durabilidade da edificação.
4. Incomodidade para os Moradores:
o Os moradores dos andares superiores, especialmente os mais próximos da caixa d'água, relataram o
desconforto devido à umidade nas paredes e ao risco de comprometimento da integridade das
instalações elétricas e do acabamento interno dos apartamentos.
Soluções Adotadas e Resultados:
1. Reparo das Impermeabilizações:
o Foi feita a revisão e a melhoria das impermeabilizações nas áreas críticas do edifício. As juntas de
dilatação foram vedadas adequadamente com silicone impermeável de alta qualidade. Além disso, a
caixa d'água foi completamente reformada, com a aplicação de um sistema de impermeabilização mais
resistente, como a membrana líquida acrílica, que garantiu a vedação eficaz da área.
2. Substituição do Revestimento Externo:
o O revestimento cerâmico das fachadas foi removido e substituído por novos painéis de revestimento
mais resistentes à intempérie e à umidade. Além disso, a argamassa de assentamento foi substituída por
uma argamassa colante de melhor desempenho e adequada às condições climáticas da região.
3. Melhorias no Sistema de Drenagem:
o Foi instalada uma nova rede de drenagem nas áreas comuns do edifício, incluindo calhas e condutores
de água, para evitar que a água da chuva se acumulasse nas áreas críticas. Isso ajudou a reduzir a
infiltração nas paredes externas.
4. Ações Preventivas para o Futuro:
o A construtora, após identificar a origem do problema, passou a adotar novas práticas para melhorar a
qualidade das impermeabilizações e dos acabamentos em outros projetos, como o uso de membranas
mais resistentes e a revisão dos processos de execução.
Conclusão:
O estudo de caso do Edifício Residencial “Vila São Paulo” ilustra como falhas nas impermeabilizações e o uso de
materiais inadequados podem resultar em patologias significativas em edificações. No caso estudado, as infiltrações
causaram problemas estéticos, aumentaram os custos de manutenção e, potencialmente, comprometeram a
durabilidade da estrutura. As soluções adotadas, como a revisão dos sistemas de impermeabilização, a substituição
do revestimento externo e a melhoria da drenagem, foram eficazes para resolver os problemas e melhorar a
qualidade de vida dos moradores. No entanto, o caso também destaca a importância da execução cuidadosa de
todas as etapas da construção, bem como a utilização de materiais de qualidade e a realização de manutenções
preventivas.