RESUMÃO geriatria
RESUMÃO geriatria
RESUMÃO geriatria
Alterações fisiológicas
AGA
Queda
Iatrogenia
Anamnese:
Alterações Fisiológicas:
- Por que umas pessoas envelhecem bem e outras nem tanto? Por fatores
genéticos, estilo de vida, ambientais, externos. Podemos eventualmente nos deparar
com um indivíduo de 60 anos e um de 70, e este de 60 ser aparentemente muito
mais idoso do que o de 70, em virtude desses fatores supracitados.
- Hereditariedade, sexo feminino, baixo nível socioeconômico, má nutrição,
senescência, sedentarismo, sarcopenia, etc... são várias doenças e alterações que
podem levar a um declínio fisiológico com o envelhecimento.
Em síntese, na geriatria, não devemos tratar onde não tem doença. Mas, devemos enxergar
a doença e tratar de fato onde ela está ocorrendo.
TESTE DO SUSSURRO (nos posicionamos por detrás do paciente e avaliamos se ele está
ouvindo o que foi perguntado). A consulta do paciente idoso é mais demorada e, portanto,
demanda mais tempo! Não é recomendado que utilizemos adjetivos no diminutivo para lidar
com o paciente idoso.
A anamnese do paciente idoso pode ser dificultada por alguns fatores. Nela, NÃO EXISTE
QUEIXA PRINCIPAL.
Qual a doença onde a queixa principal no adulto é uma coisa (dor precordial), e no
idoso é outra (cansaço)? IAM. Cerca de 60% dos idosos acabam não apresentando dor
quando estão fazendo um IAM, bem como o ECG muitas vezes é normal no caso do
paciente idoso.
Um paciente acima de 70 anos que nunca teve DM, mas que após essa idade a glicose vai
a 125 e com a glicada de 5,7%. Nesse caso, esse paciente deverá tomar metformina? Não.
Pois, com o envelhecimento há um aumento da glicemia e, no exemplo, o paciente está
com uma glicada normal. Pois, NÃO HÁ pré-diabetes no paciente idoso acima de 70 anos.
Deve-se, portanto, tomar cuidado ao administrar metformina nesses pacientes idosos, pois,
pode ocasionar hipoglicemia e, consequentemente, quedas.
Importante: Devemos ter cuidado com dietas muito restritivas no paciente idoso,
principalmente no quesito proteínas.
Quais são as queixas que mais vemos no paciente idoso? Varizes, constipação
intestinal, hipoacusia, osteoartrite.
Queixas que são pouco indagadas na anamnese, mas que são importantes:
depressão, glaucoma, incontinência urinária, incontinência fecal, osteoporose, vacina (são
importantes as da gripe, pneumocócica, herpes zoster).
Sinais clínicos mais comuns na população idosa: dispneia, cansaço, fadiga, depressão,
infecção, distúrbio metabólico (esses fatores podem levar à queda), xerostomia, varizes
sublinguais (essas varizes são alterações fisiológicas do envelhecimento), angina, arco
senil.
Diferenciar senescência de senilidade é muito importante para que o raciocínio clínico seja
direcionado a esse indivíduo.
Os idosos não envelhecem igualmente entre si. Algumas variáveis incluem longevidade,
genética, hábitos e exposições ambientais. A professora cita um exemplo de uma idosa de
122 anos, fumante, que andou de bicicleta até os 100 e andou até os 115 anos. Outro
exemplo foi de um idoso de 101 anos, fumante e etílico, que trabalha 3 vezes na semana e
faz maratona.
Envelhecimento é um processo fisiológico previsível e progressivo associado ao aumento
da suscetibilidade para muitas doenças. Vale lembrar que este processo é dinâmico, não
uniforme e sofre variação de fatores genéticos, estilo de vida e exposições ambientais.
Portanto, o principal dever do médico é saber distinguir aquilo que é doença das principais
alterações relacionadas ao envelhecimento fisiológico. Isso acontece porque muitas vezes
atendemos idosos que pensamos ter alguma patologia, sendo que, na verdade, são apenas
alterações fisiológicas do envelhecimento. Assim como o contrário é verdadeiro: algumas
alterações que, equivocadamente julgamos ser alterações fisiológicas, são doenças. Para
que isso seja evitado, deve-se conhecer as alterações fisiológicas do envelhecimento.
Alterações Fisiológicas
Pele: é um órgão que nos protege no meio externo, previne a perda de água, regula o
equilíbrio hidroeletrolítico, recebe estímulos sensoriais, controla a temperatura. Sabe-se
que, no indivíduo idoso, que a pele se torna mais seca por diminuição das glândulas
sebáceas e é espessada por papilas dérmicas menos profundas, levando a menor junção
entre a epiderme e a derme, facilitando, portanto, a formação de bolhas e predispondo a
lesões. Então, pode-se observar que a pele do paciente idoso, até para se pegar, segurar,
deve ter muito cuidado para não causar laceração. Além disso, o número de melanócitos
diminui de 8 a 20%. Na derme, encontra-se menor número de fibras elásticas e colágenas,
predispondo a formação de rugas. A diminuição da vascularização cutânea justifica a
palidez e ao aumento da incidência de dermatites nessa população, além de formação de
hematomas com traumas sucessivamente menores. O decréscimo da atividade celular dos
fibroblastos torna mais lenta a cicatrização do idoso. Nas duas fotos inferiores da figura
abaixo, as manchas são chamadas de lentigo senil, enquanto na foto superior
provavelmente se trata de um carcinoma basocelular.
Olhos: a presença do arco senil se dá pelo depósito de gordura na parte externa da córnea.
A flacidez das pálpebras superiores leva a limitação do campo visual lateral. Deve-se ter
muito cuidado com os idosos que ainda dirigem. A flacidez das pálpebras inferiores desloca
o orifício de entrada do canal lacrimal, provocando um lacrimejamento incomodativo,
obrigando a pessoa a ficar limpando os olhos com as mãos, predispondo a infecções
oculares. Deve-se salientar que os idosos produzem menos secreções lacrimais.
Essas alterações acima são fisiológicas, tanto a ptose palpebral quanto a formação da bolsa
inferior ao olho. Essa bolsa é formada pela atrofia da fáscia palpebral, levando a uma
herniação da gordura orbitária para dentro do tecido palpebral. Além disso, a perda de força
da musculatura palpebral pode levar a eversão,de modo que sua borda não entra em
contato com o globo ocular – ectrópio.
Boca: perde elasticidade, torna-se seca, atrófica, perde palatar – podendo estar ligado a
inapetência. Avaliar a necessidade de próteses dentárias, saúde bucal.
Deve-se ter cuidado com as próteses dentárias, visto que podem predispor a uma série de
alterações dos tecidos. O geriatra tem de orientá-los sobre a forma como devem ser
higienizadas, pois pode dar fungos, queilite angular, mal adaptação.
É muito importante visualizar muito bem a cavidade oral do paciente idoso, atenciosamente.
Nas fotos da esquerda e direita acima, o indivíduo queixou-se de inapetência e perda do
paladar – a análise da cavidade oral evidenciou uma tumoração. Por outro lado, na figura
inferior direita são varizes sublinguais, alterações fisiológicas do envelhecimento e que não
trazem significado patológico.
Audição: todo paciente idoso deve ser submetido a avaliação do conduto auditivo. Algumas
alterações que propiciem diminuição da acuidade auditiva são: presbiacusia, cera e perda
do número de glândulas e alterações vasculares. Deve-se ponderar sobre a necessidade de
indicar a necessidade de aparelhos auxiliares. Outros efeitos do envelhecimento são atrofia
das células da orelha interna, angioesclerose da orelha interna, calcificação das membranas
e degeneração e perda das células ganglionares e suas fibras no oitavo nervo craniano.
Estômago: com a idade, sabe-se que há diminuição de células parietais e aumento dos
leucócitos intersticiais. Com isso, diminui a secreção do ácido clorídrico, reduz
esvaziamento gástrico, reduz a motilidade gástrica. Por causa disso, fica mais exposto a
lesões com gastrite e úlcera péptica – sendo responsáveis por metade dos sangramentos
digestivos altos encontrados nos pacientes acima de 60 anos. Por isso, ao prescrever
aspirina, clopidogrel ou anticoagulantes, deve-se proteger o estômago desses pacientes,
pois sabe-se que essas alterações fisiológicas podem causar uma série de consequências
graves nos idosos quando somados a essas medicações – como, por exemplo,
sangramentos graves.
Além disso, encontra-se declínio de secreção gástrica. Mais de 50% dos indivíduos idosos
são infectados pelo H. pilory.
Sistema respiratório: aumento do tecido fibroso, aumento dos espaços aerados, diminui a
elasticidade e contratilidade dos bronquíolos, aumenta a camada de muco e o número de
glândulas secretoras e diminui o número de motilidade dos cílios. Quando se faz uma
ausculta pulmonar em pacientes idosos, pode-se auscultar estertores finos em bases
pulmonares – que não traduzem necessariamente pneumonia – deve-se pedir o paciente
para tossir. Se os estertores desaparecerem após a tosse, são fisiológicos. Por outro lado,
se permanecerem, são patológicos.
Rim: perda do tecido renal, função renal diminui (a partir dos 50 anos), diminuição do fluxo
plasmático de 600ml/min para 300ml e declínio da função renal levando a intoxicação por
medicamentos. Deve-se ter, portanto, muito cuidado com o uso de AINEs. Para medicar os
pacientes idosos deve-se avaliar a função renal!!!
Alguns fatores alteram o ritmo urinário da pessoa idosa: capacidade de concentração renal
diminuída, diminuição da produção e excreção de ADH, alterações nos receptores do ADH
e diminuição da habilidade de conservação do sódio.
Os valores de tiroxina estão em níveis normais baixos e TSH estão altos. O aumento do
colesterol sérico, assim como das lipoproteínas de baixa densidade, pode ser devido ao
declínio da função tireoidiana. Deve-se, portanto, pedir exames tireoidianos frente a um
paciente com níveis lipídicos alterados.
.
Varizes: perda da função das valvas venosas, dando queimação nas pernas e causando
incômodo.
Exame dos pés: pé plano, pé cavo, pé normal, pé da artrite reumatoide e hálux valgus.
Geralmente, o pé vai tornando-se plano com o envelhecimento.
“O que faremos é tentar curar, até onde seja possível e reabilitar para a readaptação do
dia-a-dia, de acordo com o meio, no qual habita o idoso”. (Nascher, 2012).
AGA
Avaliação da funcionalidade
São as habilidades do idoso de realizar sozinho as atividades de vi diária principalmente
nos aspectos físicos, mentais e sociais. As escalas mais usadas são as de Lawton e a de
Katz (abaixo).
O escore total é pela soma dos “SIM”, se tiver 6 pontos dizemos que aquele idoso possui
independência para fazer suas atividades de vida diária (AVD), 4 pontos possui uma
dependência parcial e 2 pontos possui uma dependência importante para suas AVDs. O que
temos que saber não é as categorias das escalas, mas sim os pontos, ou seja o quanto ele
é dependente com base nos pontos (prova). Abaixo vemos a escala de Lawton e seus
respectivos de pontos com base na dependência.
Avaliação da cognição
É feito pelo mini exame do estado mental (MEEM), teste do relógio e da fluência verbal. A
fluência verbal é por exemplo “me fale em 1 minuto nomes de animais que você conhece” e
iremos avaliar a cognição com base nessas respostas (se responder só animais, ok, se falar
panela já devemos desconfiar). O teste do relógio pedimos para o paciente fazer um relógio
redondo com todos os números dentro e colocar os ponteiros marcando 14:45.
Os aspectos avaliados nessas escalas são orientação no tempo e espaço (que dia é hoje),
memória imediata (qual seu nome?), atenção e cálculos (tenho 10 laranjas, tiro 2, quantas
ficam - só podemos fazer em pacientes que não sejam analfabetos), memória de evocação
e linguagem.
As vezes com uma pergunta conseguimos descobrir essa escala que é “a senhora gosta de
viver?”, se começar a chorar ou dizer que não gosta de viver, ja podemos desconfiar de
uma depressão. A escala em si são varias perguntas e uma pontuação acima de 5 sugere
depressão, acima de 10 sugere uma depressão moderada.
Observe que até agora já tivemos várias escalas, imagine quanto tempo demora para fazer
uma AGA inteira? Por isso não necessariamente precisamos fazer todas essas escalas,
usamos basicamente as que suspeitamos
Avaliação nutricional
É com base no IMC e principalmente medida da panturrilha, onde medimos com uma fita e
se estiver abaixo de 31 cm sugere uma destruição.
TODO paciente idoso com suspeita de desnutrição devemos medir as panturrilhas (prova).
Avaliação do equilíbrio
É onde iremos avaliar se aquele paciente tem risco de queda ou não, é extremamente
importante e é uma das escalas que devemos fazer em todos os pacientes. É feita pelo
timed get up and go test (TGUG), onde colocamos o paciente sentado e pedimos para ele
levantar da cadeira sem apoiar as mãos no banco, andar, voltar e sentar. Todo esse teste é
cronometrado e um tempo prologando para fazer essas atividades sugere um desequilíbrio.
Fatores sócio-ambientais
MULTIMORBIDADE
A multimorbidade é quando existem 2 ou mais doenças crônicas, sem que nenhuma delas
possa ser considerada como problema principal. Exemplo o idoso geralmente tem delirium
(olha doutora tem 3 semanas que papai tá com demência) demência não ocorre em 3
semanas, então desconfio de outra patologia associada (como uma infecção), isso é
multimorbidade.
A chamada síndrome geriátrica é quando esse paciente tem múltiplas alterações que
ocorrem simultaneamente para um único fenômeno clínico. Observe s imagem abaixo,
como o exemplo dito acima do delirium pode significar varias coisas, isso é uma síndrome
geriátrica onde um único evento pode significar várias coisas (uma queda pode ser por um
defeito neurológico ou ósseo).
BENEFÍCIOS DA AGA
Complexidade do idoso
O idoso é complexo porque temos muitas doenças ocultas, podem existir muitas doenças
associadas (multimorbidade), polifarmácia, incapacidade e perda funcional, síndromes
geriátricas, fragilidade, apresentações atípicas das doenças e perspectiva de cura.
ALVOS DA AGA
Idade maior que 80 anos (é subjetivo, não precisamos esperar ter essa idade para fazer),
síndromes geriátricas, incapacidade e perda funcional, readmissões em hospitais (pacientes
que ficam internando muito em pouco tempo, devemos fazer), visitas frequentes ao
consultório e em sala de emergência são pacientes que indicam necessidade da AGA
7 Is da geriatria
Insuficiência cognitiva
Iatrogenia
Sarcopenia/Fragilidade
Imobilidade
A AGA é aplicada principalmente nos ambulatórios, mas pode ser usada nas emergências
(emergências ambulatoriais, não vai aplicar AGA na hora que chegar um idoso com IAM),
na internação e até mesmo a domicílio. O mais importante dessa aula é saber quais
profissionais iremos direcionar com base na AGA, o que é AGA, quem pode fazê-la e o que
é uma síndrome geriátrica.
Queda
Temos uma mortalidade muito alta no idoso por conta de quedas, fazendo mais vítimas até
mesmo que o câncer de mama. A ptofobia é o medo de cair que alguns pacientes idosos
apresentam. A queda é definida como o deslocamento não intencional do corpo para um
nível inferior a posição inicial como incapacidade de correção em tempo hábil (não
necessariamente é cair).
A incidência é de 30-35% nos idosos maiores de 65 anos, sendo a quinta causa mais
comum de morte geral. A vértebra é usualmente o local mais acometido (diferentemente do
que as pessoas acham que é o fêmur).
A queda é uma síndrome geriátrica, com isso, dizemos que ela é multifatorial (pode indicar
muitas coisas como doencas agudas e crônicas) É importante prevenir queda porque é uma
questão de saúde pública, onde o idoso depois da queda costuma ter muitos gastos
(fisioterapia, as vezes fica acamado, precisa de cuidados domiciliares, etc).
CLASSIFICAÇÃO
Intrínsecos
Temos muitos fatores do idoso mesmo que podem causar a queda como diabetes mellitus,
polifarmácia (tomar muitos medicamentos), idade avançada, ser do sexo feminino,
desnutrição e desidratação (importante = gera tontura e consequentemente queda).
Como doenças intrínsecas temos insuficiência cardíaca, doenças arteriais crônicas, artrites,
deficiências visuais (glaucoma ou catarata mais avançados), HAS, arritmias (muito
importante) e hipotensão ortostática.
Como doenças neurológicas temos neuropatia periférica, demência, Parkinson, AVE, delírio
e hematoma subdural. A depressão é muito subnotificada em idosos e é uma importante
causa de queda. Os fatores de risco mais importantes são fraqueza muscular, distúrbios da
marcha, distúrbio do equilíbrio e história prévia de queda (prova).
Extrínsecos
Como fatores ambientais que auxiliam na queda temos iluminação inadequada, tapetes
soltos ou com dobras (importante), roupas e sapatos inadequados (com meia), degraus
altos ou estreitos, ausência de corrimão, obstáculo no caminho e piso irregular.
AVALIAÇÃO CLÍNICA
Sempre devemos avaliar acuidade visual, ou seja, sempre que possível devemos
encaminhar ao oftalmo. Pesquisamos hipotensão postural, exame neurológico (para ver se
há alteração no equilíbrio), examinar os pés e realizar o get up and go test.
DIAGNÓSTICO
Não temos exame específico para ver queda, por isso, devemos saber os fatores
ambientais e intrínsecos para fazer prevenção da queda. No fluxograma abaixo vemos
como conduzir o paciente após uma queda.
Anamnese
Avaliação laboratorial
Tem vários exames que podemos fazer como hemograma, glicemia, eletrólitos, função
renal, TSH, vitamina B12, vitamina D (72% de deficiência em clínica de queda), níveis
terapêuticos de droga, INR em caso de anticoagulação, EAS, ECG (Holter 24h), RX de
tórax, ecocardiograma, sensibilidade do seio carotídeo
OBS: não precisamos pedir todos, apenas os que desconfiarmos com base na anamnese.
Exames complementares
Em pacientes que apresentem queda e achados neurológicos recentes devemos pedir uma
TC ou RNM sempre para investigar principalmente hematomasubdural (prova). Em
pacientes que apresentem anormalidades da marcha devemos pedir RX de vértebras ou
RNM (para excluir doenças reumáticas).
Repercussões da queda
O idoso fica com temor de novas quedas, imobilidade (“cai agora só fico deitada para não
cair” gera trombose, úlceras de pressão, dependência). 2/3 cairão novamente nos 6 meses
subsequentes, ou seja, se não fizermos uma boa medida educativa eles vão ter novos
episódios. A consequência mais dramática das quedas é a fratura de fêmur.
É o que acontece com o idoso que fica traumatizado com a queda, onde ele sofre uma
queda, reduz a atividade física (fica sarcopenico), perdendo a força muscular, entrando na
piora da fragilidade e tudo isso culmina numa nova queda.
TRATAMENTO
Devemos fazer conforme dito medidas preventivas, com suporte psicológico pós queda,
racionalizar medicações (principalmente psicotrópicos), controle ambiental, tratar alcoolismo
e doenças dos pés além de fazer o exame oftalmológico regular.
Como outras medidas temos exercício físico, correção dos fatores de risco ambiental,
correção visual e reposição de vitamina D.Como exercícios físicos temos aeróbicos,
alongamento, musculação, tai shi chuan (o melhor de todos para prevenir queda) e pilates.
Objetivos da prevenção
OBS: queda = síndrome geriátrica. Sempre pesquise por outras patologias associadas.
Iatrogenia
A iatrogenia são problemas causados pelo médico, não necessariamente sendo um erro
médico como muitas pessoas acham. Por isso dizemos que ela pode estar certa ou errada,
ser justificada ou não, esperada ou não.
A iatrogenia não acarreta a responsabilidade civil do profissional da saúde, uma vez que ele
decorre de um agir tecnicamente correto (a pessoa errou tentando acertar, é diferente de
erro médico que dá cadeia). Erro médico = negligência, imprudência e imperícia.
Gigantes da geriatria
O paciente que tem os gigantes da geriatria tem maior chance de sofrer por problemas
iatrogênicos, sendo eles: insuficiência cognitiva, imobilidade, instabilidade postural,
insuficiência familiar, incapacidade comunicativa, incontinência urinária e fecal.
O idoso de maneira geral tem maior chance de passar por eventos iatrogenicos por conta
da diminuição da reserva fisiológica, alterações neurológicas e inflamatórias, maior número
de comorbidades e grande número de procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
Como exemplos de iatrogenia temos epigastralgia por uso de AAS, cistite após passagem
de sonda vesical, fibrilação ventricular por intoxicação digitálica, subdiagnóstico de
depressão no idoso.
Epidemiologia
Mais da metade das hospitalizações de idosos são por iatrogenia, principalmente por
drogas.
Critérios de Beers
É o guia que usamos onde mostra as drogas que podemos ou não usar com os pacientes
idosos. Abaixo vemos algumas medicações que devemos ter cautela em usar segundo os
critérios de Beers.
OBS: ressaltou a digoxina que não pode usar, apenas <0,125mg em casos de arritmias.
Ferro raramente precisa de doses excedentes a 325mg por dia. Quando as doses são altas
a absorção não é aumentada, mas frequentemente ocorre constipação.
Benzodiazepinicos (alprazolam) não pode ser usado em pacientes idosos pelo aumento da
sensibilidade nos idosos.
ISRS (fluoxetina, cloridrato) tem o tempo de meia- vida prolongado e risco de produzir
inibidores seletivos da receptação, estimulação excessiva no sistema nervoso central,
distúrbios de serotonina e do sono, aumento da agitação.
CLASSIFICAÇÃO
Iatrofarmacogenia
Iatrogenia terapêutica
São 26% dos casos de iatrogenia, onde temos como causa as complicações de algum
procedimento terapêutico.
Iatrogenia da palavra
É falar que o paciente por exemplo tem uma estenose aórtica grave e vai morrer a qualquer
momento.
RAM
Essa RAM ocorre porque os idosos diminuem a massa muscular, água corporal,
metabolismo hepático, concentração de albumina e o fluxo sanguíneo. Com isso teremos
alterações da farmacocinética (da absorção, distribuição, metabolismo e excreção do
fármaco) e da farmacodinâmica (efeito dos fármacos nos órgãos e tecidos propriamente
ditos).
PRESCRIÇÃO DE IDOSO
Ter certeza de que o sintoma novo requer tratamento e não se deve a efeito colateral de
outro medicamento (tonteira pode estar relacionada com uso de anti-hipertensivo).
Paciente com osteoartrite, dou AINES, leva a hipertensão secundária, usamos bloqueador
de canal de cálcio para tratar. Esse BCC causa edema e usamos diuréticos para tratar, com
isso idoso começa a ter incontinência urinária, etc... isso é uma cascata medicamentosa,
onde estamos causando iatrogenia no paciente. Tudo seria resolvido tirando o AINES mas o
médico preferiu tratar a doença antes de investigar os efeitos colaterais da medicação.
Efeitos colaterais sistêmicos do colírio (prova)
O paciente usando timolol pode apresentar diversos efeitos sistêmicos como alterações do
SNC (32%) depressão, ansiedade, delirium, fadiga, alucinações e disartria; alterações
cardiovasculares (30%) como bradicardia, arritmia, ICC, sincope e hipotensão; e no sistema
respiratório (15%) como dispneia, broncoespamo e insuficiência respiratória.
PREVENÇÃO
Estar atento às terapias não farmacológicas complementares e pedir ao paciente que leve
às consultas ou internamente todos os medicamentos de uso habitual, sejam prescritos ou
não pelo médico.
Essa é a aula mais importante para prova, onde devemos lembrar que a sintomatologia nos
idosos é muito diferente de um quadro clínico para os mais jovens (um idoso pode ter
pneumonia sem febre por exemplo). As apresentações atípicas dos idosos tem uma das 3
características:
As doenças nos idosos então se apresentam de formas atípicas onde uma doença que
acomete um sistema pode manifestar-se em outro (exemplo da idosa com ITU que tinha só
dor na perna), sinais e sintomas incomuns podem ser a primeira ou a principal
manifestação, sinais e sintomas podem ser menos intensos.
Nas faixas etárias mais avançadas, as manifestações atípicas são geralmente o resultado
de múltiplos processos patogênicos que se interagem entre si e não de um único processo
patogênico específico (falou muito disso). Exemplo paciente jovem com delirium
conseguimos pensar em algumas causas, já o idoso pode ter delirium por diversos motivos.
SÍNDROME GERIÁTRICA
Podem ocorrer concomitantemente e compartilham fatores de risco entre si, sendo comum
uma síndrome geriátrica contribuir para o aparecimento de outra, além disso têm desfecho
comuns como perda funcional, incapacidade, dependência, necessidade de cuidados de
longa duração, hospitalização e morte.
Pacientes diabéticos
Alvos da glicemia glicada: idoso independente < 7, frágil < 8,5, demência de 8 a 8,5.
Exames laboratoriais
Outro fator de confusão são os exames laboratoriais, pois eles podem apresentar resultados
diferentes do normal, mas obrigatoriamente não significa doença (VHS, creatinina e
leucócitos podem estar aumentados). Hemácias, hb e hematócrito também podem estar
mais baixos.
OBS: quando falamos mais baixo/mais alto estamos falando de uma diferença SUTIL, não
vai receber um idoso com 20K de leucócitos (referência até 10K) e achar que é normal.
Colocou o slide abaixo e falou que era bom para prova, mostrando a correlação da doença
x manifestações atípicas.
Exame físico prejudicado em idosos por alterações na coluna vertebral e Parkinson (é difícil
saber a rigidez é pela meningite ou pelas alterações).
Parasitoses
ICC
Paciente com osteoartrite e sedentário (não tenho como saber se tem dispneia ao esforço).
Dispneia súbita
Pode ser uma síndrome coronariana aguda (SCA ) ou TEP. Pacientes com SCA podem ter
dispneia sem dor torácica.
Deformidades torácicas
Bradicardia
Provoca sintomatologia vagal como vertigem e visão turva. Visão turva no idoso pensamos
em catarata, mas devemos lembrar da bradicardia e hipotensão. Vertigem também, pode
ser uma labirintite mas também um BAVT.
Infecções
Tem sintomas vagos, sem febre e sem alterações dos leucócitos e sem sinais de
localização. (pode ser consequência da resposta inflamatória acentuada pelo
envelhecimento). RARAMENTE tem febre e dor, geralmente o quadro é incontinência,
dificuldade de caminhar, agitação, queda e emagrecimento (prova). Quando o idoso fica
“diferente” do nada devemos pensar sempre em infecção.
Angina
Infecção urinária
Não esquecer que sintomas inespecíficos como confusão mental, depressão, fadiga, perda
de peso e imobilidade são constantemente atribuídos à idade e ignorados como indicadores
de quadro clínico passível de tratamento (“ah é velho fica esquecido e cansado mesmo”
não, sempre tem que desconfiar de alguma patologia).
Desidratação
É o problema eletrolítico mais comuns, tendo como fatores de risco delirium e dificuldade na
mobilidade. Como sinais temos sinais vitais alterados, turgor cutâneo, boca seca,
constipação e hipotensão.
Raio X de tórax
É importante lembrar que nos idosos nem sempre o RX de tórax dará alterações do
parênquima imediatamente a um quadro agudo (pneumonia) podendo ser muitas vezes
uma consolidação tardia (72 horas depois). Por isso devemos ter cuidado ao analisar a
radiografia e achar que não tem nada.
Depressão
Abdômen agudo
É de difícil diagnóstico no idoso porque não tem febre, o déficit cognitivo e demência
atrapalham o exame físico, além disso o idoso tem uma musculatura mais relaxada (não
fica com abdômen rígido, em tábua).
As causas mais comuns de dor abdominal em idosos são colecistite, obstrução intestinal,
doença diverticular, complicações de câncer e medicações. Por ter um diagnóstico difícil a
taxa de mortalidade e complicações são muito maiores nos idosos.
Aumento do TSH
Não podemos esquecer quando abordar um paciente geriátrico: raciocínio com base na
anatomia (lembrar que ele tem uma musculatura mais frágil então pode não ter contração
da musculatura por irritação peritoneal), fisiopatologia, alterações do envelhecimento,
multimorbidade e medicamentos usados (principalmente).