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EDUCAÇÃO ESPECIAL

Jhemely kienlig sousa da silva


Maria Eduarda Felix Pereira

RESUMO

A educação especial no Brasil é pautada por um conjunto de leis, diretrizes e políticas públicas,
destacando-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96, que es-
tabelece os princípios fundamentais para sua implementação. O objetivo principal dessa modal-
idade é garantir a inclusão de pessoas com deficiências, transtornos do desenvolvimento e altas
habilidades nas escolas regulares. Este artigo tem como proposta analisar as bases legais que
fundamentam a educação especial, a estrutura curricular e os desafios enfrentados para asse-
gurar uma educação de qualidade que promova o acesso, a permanência e o êxito dos estudantes
com necessidades educacionais especiais.
Palavras-chave: educação especial; estrutura curricular; acesso; inclusão.

ABSTRACT

Special education in Brazil is guided by a set of laws, guidelines and public policies, highlight-
ing the National Education Guidelines and Bases Law (LDB) No. 9394/96, which establishes
the fundamental principles for its implementation. The main objective of this modality is to
guarantee the inclusion of people with disabilities, developmental disorders and high abilities
in regular schools. This article aims to analyze the legal bases that underlie special education,
the curricular structure and the challenges faced to guarantee quality education that promotes
access, retention and success of students with educational needs.

Keywords: special education; curriculum structure; access; inclusion.


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1 INTRODUÇÃO

A educação especial no Brasil vem sendo promovida com ênfase na inclusão social e
educacional de indivíduos com necessidades específicas. Segundo a LDB nº 9394/96, respal-
dada por várias resoluções e diretrizes, essa forma de ensino deve ser preferencialmente dispo-
nibilizada em escolas regulares, com a devida assistência especializada (Brasil, 1996).

Nos últimos anos, o entendimento sobre a inclusão escolar tem sido cada vez mais
integrado nas políticas educacionais, demandando empenho constante de educadores e gestores
para garantir que todos os estudantes, independentemente de suas condições, tenham acesso a
uma educação de qualidade (Melo e Costa, 2018).

A educação especial desempenha um papel essencial na garantia de que todas as pes-


soas, independentemente de suas condições físicas, emocionais ou cognitivas, tenham acesso a
uma formação de qualidade. Nos últimos anos, o debate sobre inclusão e direitos educacionais
tem se intensificado, revelando uma conscientização crescente sobre a necessidade de atender
às particularidades de cada estudante.

Um ensino que respeite as diferenças é aquele que valoriza as especificidades de cada


aluno, proporcionando as condições necessárias para que todos aprendam (Ribeiro,
2010).

Assim, a questão que orienta este artigo, "Quais as perspectivas e desafios para a ma-
nutenção da oferta garantindo qualidade do ensino, acesso, permanência e êxito dos educandos?
" surge como um aspecto fundamental para compreendermos as complexidades dessa temática.
As tendências na área da educação especial mostram um aumento na adoção de práti-
cas inclusivas e adaptadas que reconhecem as capacidades individuais de cada aluno. Contudo,
a implementação dessas abordagens demanda investimentos em materiais pedagógicos, capa-
citação contínua dos educadores e uma transformação cultural nas instituições de ensino e na
sociedade como um todo.

2 CONCEPÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL SEGUNDO A LDB E DIRETRIZES


CURRICULARES

A LDB nº 9394/96 determina que a educação especial deve, de preferência, ser dispo-
nibilizada na rede regular de ensino, com a criação de serviços de apoio para atender às neces-
sidades particulares dos alunos com deficiências (Brasil, 1996). Esse suporte é essencial para
que essas crianças consigam participar das atividades curriculares e se integrar completamente
ao ambiente escolar.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial na Perspectiva da Edu-


cação Inclusiva (2001) Enfatiza o direito dos alunos com deficiência de receber educação em
ambientes regulares e de receber apoio por meio de recursos e serviços especializados, como o
Atendimento em Educação Especializada (AEE), que complementa a educação ministrada nas
escolas (Brasil, 2001). Além disso, a Política Nacional de Educação Especial (2008) fortalece
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o compromisso com a inclusão e promove a adaptação de currículos, materiais e práticas ins-


trucionais para atender essa população.

Segundo Santos (2019), “a visão da educação especial baseia-se na ideia de que todos
os alunos devem ter oportunidades educacionais iguais, independentemente da necessidade.
Isto exige a reestruturação dos ambientes escolares e das práticas de ensino para garantir que
todos possam participar de uma forma inclusiva e positiva”.

3 OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Os objetivos da educação especial estão em consonância com os princípios de inclusão


e equidade estabelecidos na LDB n° 9394/96. Entre esses objetivos, destacamos garantir que os
alunos com deficiência tenham acesso à educação formal e participem ativamente das ativida-
des escolares com seus pares. O ensino deve se adequar às necessidades desses alunos e pro-
porcionar condições adequadas para sua aprendizagem (Brasil, 1996).

Política Nacional de Educação Especial (2008) afirma que além de garantir o acesso à
escola, é vital garantir a participação sustentada e eficaz destes alunos na escola. Isso inclui a
aplicação de estratégias de ensino diferenciadas, o uso de recursos de tecnologia assistiva e a
presença de profissionais como intérpretes de Libras e especialistas em Braille (Brasil, 2008).
Vieira (2020) enfatiza que a educação especial visa não apenas o desenvolvimento
acadêmico dos alunos, mas também o crescimento social e emocional, promovendo a inclusão
e a colaboração nas atividades escolares. Para atingir estes objetivos, as escolas devem estar
preparadas para atender às necessidades específicas dos alunos com deficiência e fornecer os
recursos necessários para a sua plena participação.

4 ESTRUTURA CURRICULAR E ORGANIZAÇÃO

A estrutura curricular da educação especial deve ser planejada tendo em mente todos
os alunos, independentemente da condição. De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 2 de
2001, os currículos devem ser adaptados para garantir que os alunos com necessidades especiais
possam acompanhar o conteúdo e participar das atividades de ensino (Brasil, 2001). Esses ajus-
tes podem incluir mudanças nas atividades, avaliações e uso de tecnologia assistiva.

O Atendimento Especializado Educacional (AEE) é uma estratégia importante para


fornecer o suporte necessário aos alunos com deficiência. De acordo com a Política Nacional
de Educação Especial (2008), o AEE ocorre fora do horário escolar normal e tem a função de
complementar o ensino escolar, utilizando recursos didáticos adaptados e tecnologias assistivas
para promover a aprendizagem (Brasil, 2008).

Outro aspecto importante é a formação de professores. A LDB e as Diretrizes Curri-


culares Nacionais enfatizam a necessidade de capacitar educadores para lidar com a diversidade
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em sala de aula e para se engajarem em formação continuada na área de educação especial.


Pereira e Lima (2016), afirmaram que a formação de professores é um dos grandes desafios,
pois muitos professores não estão totalmente preparados para adaptar suas práticas de ensino
às necessidades dos alunos com deficiência.

5 DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL

Apesar dos avanços legais, a educação especial enfrenta diversos obstáculos práticos.
Um dos principais desafios é a falta de capacitação adequada para os educadores, que frequen-
temente não estão preparados para lidar com a diversidade na sala de aula. De acordo com
Pereira e Lima (2016), a formação inicial dos professores não aborda de forma adequada as
demandas da educação inclusiva, o que dificulta a implementação de práticas pedagógicas in-
clusivas.
Outro desafio relevante é a infraestrutura escolar precária, que dificulta o acesso de
muitos estudantes com deficiência. Muitas escolas no Brasil não possuem recursos como ram-
pas de acesso, materiais didáticos adaptados e tecnologias assistivas. Segundo Ferreira (2017),
essa falta de infraestrutura compromete a qualidade da educação especial e prejudica a plena
inclusão dos alunos com deficiência.

Contudo, as expectativas para a educação especial no Brasil são encorajadoras. O


Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 estipula objetivos para ampliar a admissão de
estudantes com necessidades especiais na rede regular de ensino e propõe aprimoramentos na
estrutura escolar e na capacitação de docentes para atender a essa demanda (Brasil, 2014). Adi-
cionalmente, o progresso das tecnologias de apoio e o cada vez maior reconhecimento da rele-
vância da inclusão representam oportunidades para fortalecer a educação especial.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas regulares


no Brasil é respaldada pela LDB nº 9394/96 e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Apesar
dos avanços conquistados, como a ampliação do Atendimento Educacional Especializado
(AEE) e a adoção de políticas de inclusão, ainda existem desafios a serem enfrentados, como a
falta de infraestrutura adequada e a insuficiência na formação dos professores. Para garantir
uma educação de qualidade que proporcione acesso, permanência e sucesso dos alunos, é fun-
damental uma colaboração entre políticas públicas, gestores escolares e educadores.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394/96, de 20 de de-


zembro de 1996.
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BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial na Perspectiva da


Educação Inclusiva, 2001.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva,
2008.
Brasil. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Plano Nacional de Educação PNE 2014-2024: Linha de Base. Brasília,
DF: Inep, 2015.
VIEIRA, J. Educação inclusiva: desafios e oportunidades. Revista Brasileira de Edu-
cação, 2020.
SANTOS, M. O papel da tecnologia na educação especial. Educação em Foco, 2019.
MELO, R.; COSTA, A. Inclusão escolar e educação especial. Revista Pedagógica,
2018.
Ribeiro, R. Educação especial: teoria e prática. Porto Alegre: PUC.
ALMEIDA, L. O Atendimento Educacional Especializado na prática. Educação e So-
ciedade, 2019.
SILVA, D. Desafios da educação especial no Brasil. Cadernos de Educação, 2020.
PEREIRA, F.; LIMA, S. Formação de professores para a educação inclusiva. Revista
de Formação Docente, 2016.
FERREIRA, M. Infraestrutura escolar e inclusão. Revista de Educação Especial,
2017

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