Falas de inglês

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Falas (Inglês):

Autor:
William Shakespeare (1564-1616) foi um dramaturgo, poeta e ator inglês, amplamente
considerado o maior escritor da língua inglesa e um dos mais influentes do mundo. Nascido em
Stratford-upon-Avon, ele foi batizado em 26 de abril de 1564. Pouco se sabe sobre sua
juventude, mas acredita-se que tenha estudado em uma escola local, onde adquiriu sólido
conhecimento de literatura clássica. Na década de 1580, Shakespeare mudou-se para Londres,
iniciando uma carreira teatral de sucesso. Como membro da companhia Lord Chamberlain’s
Men (posteriormente King’s Men), escreveu peças encenadas no famoso Globe Theatre. Suas
obras incluem comédias como Sonho de uma Noite de Verão, tragédias icônicas como Hamlet,
Macbeth e Rei Lear, e romances como A Tempestade. Shakespeare também foi um mestre da
poesia, autor de 154 sonetos que exploram temas como amor, mortalidade e o tempo. Ele
morreu em 23 de abril de 1616, deixando um legado que transcende gerações. Suas obras
ainda são traduzidas para inúmeras línguas, encenadas em diversos formatos e analisadas
como reflexões atemporais sobre os dilemas humanos. Sua genialidade reside na
profundidade psicológica de seus personagens e na universalidade de seus temas, que
continuam a ressoar com públicos contemporâneos.

Falando agora um pouco mais sobre os personagens da trama em si, detalhando sobre eles
brevemente antes que possamos nos estender mais sobre a história de fato, podemos dizer
que Rei Lear é um monarca idoso e trágico, que decide dividir seu reino entre as filhas, mas é
traído por sua vaidade e falta de discernimento. Representa a queda da autoridade e a busca
pela redenção. Enquanto isso, Cordélia, a filha mais jovem e fiel de Lear, rejeitada por ele
devido à sua honestidade, é um símbolo de virtude, lealdade e amor incondicional. Já Goneril,
por sua vez, é a filha mais velha, ambiciosa e cruel. Trai o pai e conspira contra a irmã e o
marido. Por último entre as irmãs, temos Regânia, filha do meio de Lear, porém igualmente
traiçoeira e ambiciosa. Rivaliza com Goneril na busca por poder e por Edmundo. De outra
perspectiva, temos Gloucester, um nobre leal a Lear, mas também enganado por sua confiança
equivocada. É uma figura paralela ao rei na narrativa, e como filho dele temos Edgar, filho
legítimo de Gloucester, justo e compassivo. É injustamente acusado, mas persevera disfarçado
como o mendigo “Tom”. Já seu irmão, Edmundo, é o filho ilegítimo de Gloucester, astuto e
imoral. Representa a ambição desmedida e o caos. Não muito distante, temos Kent, nobre
também leal a Lear, e que o serve disfarçado após ser banido, mostrando devoção e coragem.
Por último, mas não menos importante, temos o Bobo, que é um conselheiro irônico e sábio
de Lear, que usa humor para revelar verdades dolorosas ao rei.
Trama da Tragédia:
Após isso, podemos finalmente dizer que Rei Lear é uma tragédia que explora temas de poder,
lealdade, ingratidão e a fragilidade humana. A história começa com o Rei Lear decidindo dividir
seu reino entre suas três filhas: Goneril, Regânia e Cordélia. Para isso, ele exige que cada uma
declare o quanto o ama. Goneril e Regânia tecem falsos elogios exagerados, enquanto
Cordélia, sincera, se recusa a bajulá-lo, dizendo apenas que o ama como uma filha deve amar.
Enfurecido, Lear a deserdada, e ela se casa com o Rei da França, que a aceita sem dote. Lear
distribui o reino entre Goneril e Regânia, mas sua decisão logo se revela desastrosa. As filhas
mais velhas, ingratas e ambiciosas, rapidamente conspiram contra o pai, desprezando-o e
diminuindo sua comitiva de cavaleiros, o que o humilha e o empurra à loucura. Paralelamente,
surge uma subtrama com Gloucester, um nobre leal a Lear, e seus dois filhos: Edgar, legítimo,
e Edmundo, bastardo. Edmundo trama contra o pai e o irmão, manipulando Gloucester a
acreditar que Edgar é um traidor. Edgar é forçado a fugir e adota a identidade de "Pobre Tom",
um mendigo. Gloucester, por sua vez, é traído por Edmundo e sofre terríveis
consequências.Enquanto isso, Lear é expulso das casas de Goneril e Regânia e se vê vagando
em uma tempestade, acompanhado por Kent, disfarçado para servi-lo, e por seu Bobo. A
trama se torna um confronto entre forças de lealdade e traição, preparando o palco para os
eventos trágicos que se seguirão.

Clímax:
O clímax de Rei Lear ocorre quando todas as traições e conflitos atingem seu ponto de maior
tensão. Cordélia retorna à Inglaterra com um exército francês, determinada a salvar o pai e
restaurar a ordem. Enquanto isso, Lear, agora completamente insano, vaga pela natureza,
refletindo sobre sua mortalidade e os erros de julgamento que o levaram à desgraça.
Gloucester, cegado por Cornwall e abandonado por Regânia, também enfrenta sua ruína, mas
é resgatado por Edgar, ainda disfarçado de mendigo. A batalha decisiva entre as forças leais a
Lear e Cordélia contra o exército liderado por Edmundo, aliado a Goneril e Regânia, define o
destino dos personagens. Lear e Cordélia são derrotados e capturados, enquanto Edmundo, no
auge de seu poder, manipula as irmãs para garantir sua própria ascensão. No entanto, Goneril
e Regânia começam a rivalizar pelo amor de Edmundo, o que as leva a autodestruição: Goneril
envenena Regânia e, mais tarde, tira a própria vida. O desfecho da tragédia é marcado por
perdas devastadoras. Edgar confronta Edmundo em um duelo, revelando sua verdadeira
identidade e vencendo o irmão. No entanto, Cordélia é executada sob ordens de Edmundo
antes de sua morte. Lear, ao encontrar o corpo de sua filha mais jovem, sucumbe ao desespero
e morre de tristeza, segurando-a nos braços. A peça termina com Kent e Edgar como os
sobreviventes mais notáveis, refletindo sobre o custo das traições e a devastação do reino. A
tragédia é um testemunho profundo das falhas humanas e da fragilidade do poder.
Inspirações Shakespereanas:
Entretanto, mesmo os mais geniais e engenhosos escritores se inspiram, mesmo que
minimamente, em algo. Shakespeare, por sua vez, inspirou-se em antigas lendas para compor
a trama da obra. Lear, o rei, pertence ao folclore inglês clássico, e aparece, já em 1147, em um
episódio da Historia Regum Britanniae de meados de 1137, do galês Godofredo de Monmouth.
Na História, este "Leir" é um rei britânico, fundador de Leicester, que tem três filhas, duas das
quais tentam usurpar-lhe o reino. A terceira filha, Cordélia, permanece fiel ao pai e termina
sendo a herdeira do trono. No Renascimento, o episódio de Lear e Cordélia aparece recontado
em várias obras literárias que podem ter influenciado Shakespeare, como as "Crônicas da
Inglaterra, Escócia e Irlanda", de Raphael Holinshed, e o canto 10 do livro 2 do poema épico "A
Rainha das Fadas", de Edmund Spenser. A principal fonte para o argumento geral da obra foi
"A Verdadeira Crónica do Rei Lear e suas Três Filhas", uma peça de autor anônimo que era
parte do repertório teatral londrino da década de 1590. Em relação a esta, porém,
Shakespeare introduziu muitas modificações, especialmente o final trágico e o ambiente pagão
(não-cristão) do reino de Lear. Por sua vez, a subtrama envolvendo Glócester e seus dois filhos
estão inspirados na obra "A Arcádia da Condessa de Pembroke", um romance pastoral de
Philip Sidney, que contém um episódio com o rei cego da Paflagónia que é enganado por um
de seus dois filhos. A visão filosófica e algumas falas revelam influência dos Ensaios de
Montaigne, conhecidos por Shakespeare pela edição de John Florio. Criações totalmente
shakespearianas são o Bobo do rei e o personagem do Pobre Tom, ambas figuras que se fazem
de loucos. Em contraste com a lenda de Leir e as versões literárias anteriores, a obra de
Shakespeare termina em tragédia, com a loucura e morte de Lear e a execução de Cordélia.

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