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FACULDADE ANHAGUERA – POLO TIANGUÁ-CE

BACHARELADO EM FARMÁCIA

MARCIEL ALVES DO NASCIMENTO

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM


PROGRAMAS ESTRATÉGICOS

Tianguá-Ce
2024
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MARCIEL ALVES DO NASCIMENTO

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM


PROGRAMAS ESTRATÉGICOS

Relatório do Estágio Supervisionado em Programas


Estratégicos apresentado como requisito obrigatório para
a obtenção da pontuação necessária na disciplina de
Estágio Supervisionado em Programas Estratégicos.

Orientador: Prof. Ms. Flávia Soares Lassie

Tianguá-Ce
2024
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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO................................................................................... 3
2 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 5
3 ATIVIDADES DO ESTAGIÁRIO.............................................................. 7
4 TEORIA EM PRÁTICA SITUAÇÃO PROBLEMAS................................. 10
5 TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO........................................... 23
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 26
REFERÊNCIAS........................................................................................ 27
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1 APRESENTAÇÃO

O estágio em farmácia nos programas estratégicos de saúde, com ênfase na


Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), representa uma oportunidade ímpar para
a formação acadêmica, ao integrar o estudante ao contexto real da gestão e execução
das políticas públicas no Sistema Único de Saúde (SUS). Esse ambiente possibilita uma
vivência prática que vai além da aplicação de conhecimentos teóricos, permitindo que os
futuros farmacêuticos compreendam de forma aprofundada as complexidades do ciclo
logístico da assistência farmacêutica, desde o planejamento e aquisição até a
dispensação de medicamentos.
A CAF desempenha um papel essencial no funcionamento do SUS, sendo
responsável por garantir o acesso seguro e contínuo a medicamentos e insumos de
saúde. Nesse cenário, os estudantes têm a chance de participar diretamente de
processos estratégicos, como o controle de termolábeis, a gestão de medicamentos
incluídos na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e o atendimento
às normativas, como a Portaria nº 344/98, que regula substâncias de controle especial.
Essa imersão permite que os acadêmicos desenvolvam habilidades técnicas e
administrativas fundamentais, além de compreenderem a importância do alinhamento
com as políticas de Programação Pactuada Integrada (PPI) e outras estratégias de
organização da saúde pública. Ao vivenciar essas atividades, o estagiário assume um
papel ativo no fortalecimento da assistência farmacêutica e na busca pela eficiência na
alocação de recursos.
Outro ponto relevante é a possibilidade de compreender as interfaces entre as
demandas da população e a capacidade de resposta do sistema de saúde. O contato
direto com os processos de dispensação de medicamentos, principalmente em serviços
de saúde que atendem pacientes crônicos, gera reflexões sobre a importância de uma
gestão eficiente e humanizada (MONTEIRO et al., 2022).
Além disso, o estágio permite que os acadêmicos reconheçam a relevância das
práticas colaborativas dentro da equipe multiprofissional. No ambiente da CAF, os
estudantes podem vivenciar situações em que a comunicação entre diferentes áreas é
essencial para garantir a efetividade do atendimento, como na organização de
medicamentos para programas estratégicos, a exemplo do tratamento de tuberculose,
diabetes e doenças raras (CORREA, 2020). Esse contexto enriquece a formação ao
promover não apenas o aprendizado técnico, mas também uma visão ampla sobre a
saúde como um direito universal e sobre o impacto das decisões farmacêuticas na
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qualidade de vida da população. Assim, o estágio na CAF constitui uma vivência


transformadora, ao aliar teoria e prática no exercício do cuidado integral à saúde.
O período de estágio compreendido entre 16 de setembro de 2024 a 03 de
outubro de 2024 foi dedicado a uma imersão prática na Central de Abastecimento
Farmacêutico (CAF), envolvendo atividades essenciais para a compreensão dos
processos logísticos e administrativos que sustentam a assistência farmacêutica no
Sistema Único de Saúde (SUS). Durante essas três semanas, o foco esteve na
observação e execução de atividades relacionadas à gestão de medicamentos e insumos,
alinhadas aos princípios da eficiência, segurança e acessibilidade.
Atividades práticas como o inventário físico dos estoques e a verificação de
conformidades com normas sanitárias permitiram aplicar conceitos teóricos previamente
estudados. Paralelamente, houve o envolvimento na programação e distribuição de
medicamentos para unidades de saúde do município, observando-se critérios de
demanda e estoque disponível, além do impacto das diretrizes da Programação Pactuada
Integrada (PPI) nesses processos.
A etapa final também incluiu discussões reflexivas em equipe sobre os desafios
encontrados durante o período, bem como sugestões de melhorias para a otimização dos
processos observados.
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2 INTRODUÇÃO

O estágio na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) representa uma


oportunidade de imersão prática em um dos pilares da assistência farmacêutica no
Sistema Único de Saúde (SUS). Durante o período de aprendizado, os estagiários são
inseridos em um ambiente estratégico, onde se concentram atividades essenciais para
garantir o acesso contínuo e seguro aos medicamentos pela população. A experiência
abrange desde a compreensão dos processos logísticos até o atendimento ao público,
consolidando habilidades técnicas e interpessoais fundamentais para a atuação
profissional (VIEIRA et al., 2021).
Inicialmente, o contato com o ambiente da CAF e os profissionais que integram
a equipe proporcionou uma visão clara da estrutura e dos fluxos internos do serviço.
Áreas como o estoque, o setor de dispensação e a sala de vacinas foram apresentadas,
destacando suas funções específicas dentro do ciclo logístico da assistência
farmacêutica. A interação com os profissionais foi essencial para compreender o papel de
cada membro na organização do serviço, desde a recepção de medicamentos até o
planejamento de sua distribuição, sempre alinhados às diretrizes do SUS. Essa interação
contribuiu não apenas para o aprendizado técnico, mas também para o entendimento das
dinâmicas do trabalho em equipe no contexto da saúde pública.
Um dos aspectos mais relevantes da vivência foi o uso do Sistema Hórus,
ferramenta tecnológica indispensável para a gestão eficiente dos medicamentos no SUS.
Por meio desse sistema, os estagiários aprenderam a realizar tarefas como registro de
entradas e saídas de insumos, consulta a estoques e emissão de relatórios gerenciais.
Essa prática revelou a importância da informatização no controle dos processos,
especialmente para garantir a rastreabilidade dos medicamentos e evitar
desabastecimentos (SILVA, 2023). Além disso, a utilização do sistema reforçou o
aprendizado sobre a importância da organização e precisão na execução de tarefas que
impactam diretamente na qualidade do atendimento à população.
As atividades relacionadas aos programas estratégicos do SUS representaram
um ponto central no estágio. O trabalho envolveu a dispensação de medicamentos
específicos para o tratamento de doenças crônicas, como insulinas para pacientes
diabéticos, além de medicamentos de controle especial, regulamentados pela Portaria nº
344/98 (LIMA; REIS, 2020). Esses processos demandaram atenção rigorosa às normas
vigentes e à orientação adequada aos pacientes, garantindo o uso seguro e eficaz dos
medicamentos. A interação direta com os usuários reforçou a relevância de uma
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abordagem humanizada e técnica, especialmente no atendimento a pessoas em situação


de vulnerabilidade.
A organização do estoque foi outra atividade de grande importância no estágio.
A prática incluiu a separação por lotes, o monitoramento de validade e o armazenamento
correto de medicamentos termolábeis, como insulinas e vacinas. O controle da sala de
vacinas destacou-se como uma etapa crítica, devido à necessidade de garantir condições
ideais de temperatura para a conservação dos imunobiológicos. Esse cuidado é
indispensável para evitar desperdícios e assegurar que os insumos mantenham sua
eficácia ao serem utilizados. A experiência no gerenciamento do estoque permitiu
compreender a complexidade de se alinhar a demanda às condições logísticas e às
normas de segurança sanitária.
Por fim, o atendimento ao público consolidou o aprendizado técnico e
interpessoal adquirido ao longo do estágio. A dispensação de medicamentos foi realizada
com base em orientações claras e detalhadas, envolvendo explicações sobre a correta
utilização, possíveis efeitos adversos e a importância do acompanhamento médico. O
contato direto com os pacientes foi enriquecedor, ao permitir uma compreensão mais
profunda das reais necessidades da população e do impacto das políticas públicas de
saúde. Essa vivência reafirmou o papel do farmacêutico não apenas como gestor de
medicamentos, mas como um profissional que promove o cuidado integral e o direito à
saúde.
O estágio na CAF destacou a importância da assistência farmacêutica como
um componente essencial do SUS, evidenciando os desafios e as responsabilidades
envolvidos na gestão de medicamentos e no atendimento ao público. A experiência
prática fortaleceu a compreensão sobre a integração entre planejamento logístico,
tecnologia e humanização no serviço de farmácia. Ao final, os estagiários saem não
apenas mais capacitados tecnicamente, mas também conscientes do papel estratégico
que desempenharão na promoção da saúde coletiva e no fortalecimento do acesso
equitativo aos medicamentos.
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3 ATIVIDADES DO ESTAGIÁRIO

O estágio realizado entre os dias 16 de setembro e 3 de outubro de 2024, com


uma carga horária de 80 horas, ofereceu aos estagiários uma vivência prática e teórica
ampla no contexto da assistência farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS).
Desenvolvido na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), o estágio teve como foco
principal o aprofundamento de conhecimentos e habilidades relacionadas à gestão de
medicamentos, atendimento à população e suporte aos programas estratégicos do SUS,
aliados ao desenvolvimento de competências interpessoais e técnicas essenciais para a
formação profissional.
As atividades desenvolvidas abrangeram desde a compreensão do ambiente
organizacional até a execução de tarefas ligadas à dispensação de medicamentos, gestão
de estoque e atendimento ao público. O contexto geral do estágio foi estruturado de forma
a possibilitar o contato direto com as diferentes etapas do ciclo logístico da assistência
farmacêutica. Paralelamente, os estagiários participaram de momentos de orientação
teórica, como palestras e aulas sobre temas relevantes, incluindo medicamentos da
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), protocolos de dispensação e
manejo de insulinas. Essas atividades teóricas complementaram a prática, ampliando o
entendimento das diretrizes e normativas que regem a assistência farmacêutica no Brasil.
No decorrer do estágio, foi possível interagir com a população atendida pela
CAF, composta majoritariamente por pacientes que dependem de medicamentos de uso
contínuo ou pertencem a programas estratégicos de saúde, como controle de diabetes,
hipertensão e doenças raras. Essa característica reforçou a importância de uma
abordagem humanizada e técnica durante o atendimento, garantindo que os pacientes
recebessem orientações claras sobre o uso correto dos medicamentos e o
acompanhamento necessário para a adesão ao tratamento. A interação direta com o
público também possibilitou o desenvolvimento de habilidades de comunicação e empatia,
essenciais para o exercício da profissão farmacêutica.
As rotinas do campo foram diversificadas, envolvendo o atendimento ao
público, a dispensação de medicamentos e a organização do estoque, além do contato
com a sala de vacinas e o manejo de insumos termolábeis. O estágio destacou a
importância do controle rigoroso de medicamentos sujeitos à Portaria nº 344/98, além de
abordar práticas de gerenciamento logístico que incluem o monitoramento de validade,
organização por lotes e otimização do armazenamento. Essas atividades permitiram que
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os estagiários compreendessem a relevância da organização e da eficiência para garantir


o acesso contínuo e seguro aos medicamentos.
Além das atividades práticas, as aulas e orientações teóricas foram momentos
essenciais para consolidar os conhecimentos adquiridos. Os encontros abordaram desde
temas técnicos, como as características dos medicamentos da RENAME e os critérios de
dispensação de insulinas, até questões relacionadas à gestão do estoque e às boas
práticas no atendimento farmacêutico. Esse equilíbrio entre teoria e prática favoreceu a
construção de uma formação sólida, alinhada às demandas reais da assistência
farmacêutica.
De forma geral, o estágio proporcionou uma vivência enriquecedora, que
combinou aprendizado técnico, experiências práticas e desenvolvimento de habilidades
interpessoais. O contato direto com os desafios do sistema público de saúde ampliou a
visão dos estagiários sobre a complexidade e a importância da assistência farmacêutica
para a promoção da saúde e o bem-estar da população.
O estágio na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) foi uma
experiência marcante para o aprendizado do acadêmico de farmácia, proporcionando
uma imersão prática que reforçou e ampliou os conhecimentos adquiridos ao longo da
graduação. Durante as atividades realizadas, o estudante foi exposto a situações reais de
gestão, dispensação e atendimento à população, que exigiram tanto habilidades técnicas
quanto interpessoais. Esse contato direto com os processos da assistência farmacêutica
permitiu compreender a relevância da farmácia como um elo estratégico para garantir o
acesso universal e equitativo aos medicamentos no contexto do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Um dos principais aprendizados foi o desenvolvimento de competências
relacionadas à gestão e organização dos recursos farmacêuticos. Atividades como o
controle de estoque, monitoramento de medicamentos termolábeis e aplicação das
normas da Portaria nº 344/98 exigiram atenção aos detalhes, senso de organização e
capacidade de planejamento. Esses aspectos foram complementados pelo domínio de
ferramentas tecnológicas, como o Sistema Hórus, que proporcionaram uma visão prática
sobre a informatização na assistência farmacêutica e sua importância para a eficiência do
serviço.
Além disso, a vivência no atendimento ao público consolidou habilidades de
comunicação e empatia, fundamentais para o exercício da profissão. Durante as
dispensações, o acadêmico teve a oportunidade de orientar pacientes sobre o uso correto
de medicamentos, abordando questões como posologia, armazenamento e possíveis
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efeitos adversos. Essa experiência reforçou a importância de uma abordagem


humanizada e técnica, que considera não apenas as necessidades clínicas, mas também
os contextos individuais de cada paciente. Assim, o estágio não apenas aprofundou
conhecimentos teóricos e práticos, mas também contribuiu para formar um profissional
consciente de sua responsabilidade social e do impacto de suas ações na saúde coletiva.
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4 TEORIA EM PRÁTICA- SITUAÇÕES- PROBLEMA

1.1 ORIENTAÇÕES PARA AS ATIVIDADES

Seja bem-vindo ao Estágio Supervisionado em Programas


Estratégicos! No decorrer das semanas de situações problema do Estágio
Supervisionado em Programas Estratégicos, iremos juntos aprender como lidar
com diferentes situações da área de assistência farmacêutica voltada para os
Programas Estratégicos, seja no âmbito de atividades relativas à prevenção,
seja no processo de tratamento das doenças de perfil endêmico.

Na primeira atividade iremos compreender como ocorrem as


catástrofes originadas por doenças endêmicas. Na segunda atividade teremos
a aplicabilidade prática.

Já na terceira atividade, entraremos no primeiro estudo de caso que


trabalhará com os conceitos relacionados a identificação do caso até
chegarmos à compilação epidemiológica.

E, na sequência, teremos os demais estudos de caso (totalizando


quatro estudos de caso), os quais trabalharão com diversas doenças e
características, bem como a conduta profissional a ser seguida.

Para resolver esses estudos de caso, recomendamos que sua


produção seja baseada nas melhores evidências disponíveis nas bases de
dados científicas, que podem ser acessadas por meio da sua Biblioteca Virtual,
para garantir o raciocínio crítico e reflexivo, importantes na sua futura jornada
profissional.
Bons Estudos! Equipe de Docentes do Curso de Farmácia
11

ATIVIDADE 1 – Contextualizando a catástrofe

Nada mais adequado do que começar viajando, não é? Quem


assiste/assistiu alguma série ou filme sobre algum futuro distópico envolvendo
pandemias? (The Walking Dead, Planeta dos Macacos a Origem, Guerra
Mundial Z, Resident Evil ) Assista a qualquer um desses filmes citados e anote
o roteiro básico do filme. Explique oque esses filmes tem em comum com uma
pandemia.

RESPOSTA: Ao assistir "Planeta dos Macacos: A Origem", não pude deixar de


traçar paralelos entre a trama do filme e as dinâmicas que cercam uma
pandemia. A história acompanha Will Rodman, um cientista que trabalha no
desenvolvimento de uma cura para o Alzheimer. Em suas pesquisas, ele testa
um vírus geneticamente modificado em macacos, buscando aumentar a
capacidade cognitiva desses animais como parte de sua terapia. A princípio,
tudo parece promissor, mas a situação rapidamente sai do controle.
O que mais me chamou atenção foi como o vírus, que inicialmente parecia
revolucionário, começa a se comportar de forma imprevisível. Quando o
chimpanzé César, criado por Will, desenvolve inteligência avançada, vemos o
lado "positivo" da mutação. Porém, ao mesmo tempo, o mesmo vírus se torna
fatal para os seres humanos, espalhando-se de maneira silenciosa e
exponencial. Essa dualidade – de algo desenvolvido com boas intenções virar
uma ameaça global – me lembrou bastante a imprevisibilidade que
enfrentamos em situações reais de pandemias.
O filme traz uma reflexão poderosa sobre os impactos de uma pandemia, tanto
no nível biológico quanto social. Assim como em crises sanitárias reais, vemos
em "Planeta dos Macacos: A Origem" a propagação de um agente infeccioso
que transforma vidas e reorganiza a sociedade. Ele também destaca como a
ciência, apesar de essencial, pode ter consequências imprevistas quando não é
conduzida com responsabilidade e cuidado. Essa obra, para mim, é um alerta
sobre o poder da ciência e a necessidade de respeitar os limites da natureza
para evitar catástrofes globais.

ATIVIDADE 2 – Aplicabilidade prática


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Quais são as formas de identificação e controle dessas doenças?


RESPOSTA: A identificação e o controle de doenças são pilares fundamentais
na promoção da saúde pública e na prevenção de epidemias. Para garantir
uma resposta eficaz e ágil diante de surtos, uma variedade de métodos e
estratégias é aplicada, combinando a detecção precoce com ações para conter
a disseminação das doenças. Entre as abordagens mais utilizadas destacam-se
a vigilância epidemiológica, o diagnóstico clínico e laboratorial, a notificação
compulsória, a imunização e outras medidas integradas que fortalecem a
capacidade de resposta do sistema de saúde. A vigilância epidemiológica
exerce um papel central como primeira linha de defesa contra surtos. Esse
processo envolve o monitoramento contínuo e sistemático das ocorrências de
doenças em uma população, permitindo a identificação de tendências, surtos
localizados e novos focos. Esse monitoramento pode ser passivo, quando os
casos são notificados por serviços de saúde, ou ativo, quando há busca direta
por registros em áreas de maior vulnerabilidade. Essa estratégia é essencial
para prever e controlar surtos de forma eficiente. O diagnóstico clínico e
laboratorial também desempenha um papel decisivo na identificação de
doenças. Enquanto a avaliação inicial é baseada nos sintomas apresentados
pelo paciente, exames laboratoriais, como sorologia, cultura microbiológica e
testes moleculares, fornecem confirmações precisas sobre a presença de
agentes infecciosos. Além disso, técnicas como o PCR permitem detectar
variantes de vírus e bactérias, informações que são cruciais para planejar o
tratamento e implementar medidas de contenção mais eficazes. Outro
elemento essencial é a notificação compulsória, que assegura o registro
imediato de casos de doenças transmissíveis, como dengue, tuberculose e
COVID-19. Essas notificações obrigatórias por parte de profissionais de saúde
possibilitam que as autoridades planejem ações rápidas e coordenadas, como
campanhas de vacinação, quarentenas ou medidas de controle sanitário,
reduzindo significativamente o risco de disseminação. A imunização se destaca
como uma das ferramentas mais eficazes na prevenção e controle de doenças
infecciosas. Vacinas não apenas evitam surtos, mas também, em casos
específicos, erradicam completamente doenças, como ocorreu com a varíola.
Em pandemias recentes, como a da COVID-19, a vacinação em larga escala foi
essencial para conter a propagação do vírus, salvando milhões de vidas e
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contribuindo para o restabelecimento da normalidade. Outras medidas, como


isolamento, quarentena, controle de vetores e educação em saúde,
complementam essas estratégias. O isolamento separa indivíduos infectados
para evitar o contágio, enquanto a quarentena previne que pessoas
potencialmente expostas espalhem a doença. Já o controle ambiental, como a
eliminação de criadouros de mosquitos, é crucial para doenças como a dengue
e a malária. Paralelamente, a educação da população, com campanhas sobre
práticas de higiene e vacinação, fortalece a prevenção e promove
comportamentos mais responsáveis.
Avanços tecnológicos, como o sequenciamento genético, são ferramentas cada
vez mais utilizadas no controle de doenças. Esses recursos permitem rastrear
mutações de patógenos e adaptar vacinas e tratamentos rapidamente, como
foi o caso das variantes do coronavírus durante a pandemia de COVID-19. Em
resumo, a eficácia na identificação e controle de doenças depende de
estratégias integradas que combinam tecnologia, vigilância e cooperação
global, garantindo respostas rápidas e minimizando os impactos na saúde
pública.

Com base na disciplina de assistência farmacêutica, quais são os


componentes da assistência farmacêutica?
RESPOSTA: A assistência farmacêutica é um componente essencial do
Sistema Único de Saúde (SUS), sendo responsável por garantir o acesso a
medicamentos e o uso racional deles como parte do cuidado integral à saúde
da população. Para cumprir sua função, a assistência farmacêutica está
estruturada em componentes que englobam diferentes etapas e estratégias,
desde a seleção de medicamentos até o acompanhamento do paciente. Esses
componentes são interdependentes e organizados de forma a assegurar a
eficiência e a sustentabilidade do sistema, promovendo o bem-estar da
sociedade. O primeiro componente é a seleção de medicamentos, que consiste
na definição de quais fármacos serão incluídos na Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais (RENAME). Essa seleção é baseada em critérios
técnicos, como eficácia, segurança, custo-efetividade e relevância
epidemiológica, garantindo que os medicamentos escolhidos atendam às
necessidades prioritárias de saúde da população. Essa etapa é fundamental
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para direcionar os recursos públicos de forma racional, evitando desperdícios e


assegurando que medicamentos essenciais estejam disponíveis.
Outro componente crucial é a programação e aquisição de medicamentos, que
envolve o planejamento das quantidades necessárias e a compra centralizada
ou descentralizada dos itens. Essa etapa requer uma análise precisa da
demanda, do consumo histórico e das especificidades de cada localidade. Uma
programação eficiente evita desabastecimentos e desperdícios, promovendo a
continuidade do atendimento à saúde. A aquisição, por sua vez, deve ser
realizada de forma transparente e baseada em licitações públicas, garantindo o
melhor uso dos recursos financeiros. A distribuição e armazenamento de
medicamentos são outro componente vital da assistência farmacêutica. Esses
processos incluem a logística necessária para transportar e armazenar os
produtos de forma adequada, respeitando as condições específicas, como
temperatura e umidade. O controle rigoroso do estoque é essencial para
prevenir perdas e assegurar que os medicamentos cheguem aos pontos de
dispensação em condições ideais para o uso. A dispensação de medicamentos
é uma das etapas mais visíveis ao público e, ao mesmo tempo, uma das mais
importantes. Trata-se do momento em que o paciente recebe o medicamento
prescrito, acompanhado de orientações sobre o uso correto, os possíveis
efeitos adversos e as interações medicamentosas. A dispensação qualificada,
feita por um farmacêutico, é essencial para promover o uso racional de
medicamentos, contribuindo para a eficácia do tratamento e a segurança do
paciente. Por fim, a educação em saúde e o acompanhamento
farmacoterapêutico complementam os outros componentes, promovendo o uso
consciente e seguro dos medicamentos. Campanhas de conscientização sobre
automedicação, adesão ao tratamento e prevenção de doenças são parte
desse processo. Além disso, o acompanhamento farmacoterapêutico, realizado
pelo farmacêutico, permite monitorar a eficácia do tratamento e identificar
problemas relacionados ao uso de medica mentos, como interações ou reações
adversas. Em síntese, os componentes da assistência farmacêutica – seleção,
programação e aquisição, distribuição e armazenamento, dispensação e
acompanhamento – são partes integradas de um sistema que visa garantir o
acesso e o uso adequado de medicamentos no Brasil. A organização eficiente
desses processos contribui diretamente para a promoção da saúde e a
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melhoria da qualidade de vida da população, fortalecendo o SUS como um


modelo de cuidado integral e equitativo.

ATIVIDADE 3 – Da identificação do caso à compilação


epidemiológica
Joana, 27 anos, vai à UBS se queixando de fortes dores no corpo, febre,
artralgia, vômitos, cefaleia e tontura. Ao ser atendida pelo médico, relata que
os sintomas iniciaram no dia anterior, e pensa que isso pode ter relação com
uma viagem recente que fez ao Peru. O médico prescreve medicamentos
sintomáticos, repouso e a encaminha com urgência para atendimento em um
serviço especializado em infectologia e doenças tropicais. Além disso, por
precaução, ele pede que ela evite ambientes fechados e o contato com muitas
pessoas.

a) Caso a paciente tenha uma doença infecciosa grave, como deve-se dar a
cadeia de comunicação no serviço de saúde?
RESPOSTA: Caso a paciente Joana seja diagnosticada com uma doença infecciosa
grave, a cadeia de comunicação no serviço de saúde deve seguir o protocolo
estabelecido para a notificação compulsória de doenças. O primeiro passo é o médico
que a atendeu realizar a notificação do caso, informando às autoridades de saúde, como
a Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde, sobre o diagnóstico suspeito ou confirmado.
Essa notificação é feita de forma imediata para permitir a investigação, controle e
resposta rápida ao surto. As informações serão repassadas para o setor de vigilância
epidemiológica, que ficará responsável por monitorar o caso, realizar a investigação
epidemiológica (identificação de contatos e possíveis fontes de infecção), além de
coordenar ações de controle e prevenção. É fundamental que a comunicação entre os
diferentes níveis de gestão de saúde – local, estadual e federal – seja eficiente para
garantir uma resposta rápida e coordenada.

b) Existe algum sistema que sistematiza notificações de doenças? Se sim, explique como
funciona.
RESPOSTA: Sim, existe um sistema que sistematiza as notificações de doenças,
chamado Sistema de Notificação de Agravos (SINAN), desenvolvido pelo Ministério da
Saúde. Esse sistema tem o objetivo de registrar e acompanhar os casos de doenças,
agravos e eventos de saúde pública de notificação compulsória no Brasil. Os profissionais
16

de saúde, como médicos, enfermeiros e outros, são responsáveis por preencher as


notificações de casos suspeitos ou confirmados de doenças que podem representar risco
à saúde coletiva, como as doenças infectocontagiosas, doenças imunopreveníveis e
outras. Essas informações são enviadas para os sistemas de saúde estadual e nacional,
permitindo o acompanhamento epidemiológico, a identificação de surtos e o planejamento
de ações preventivas e de controle, como campanhas de vacinação, medidas de
isolamento e tratamento.

c) Caso ela seja diagnosticada com uma doença atendida em um dos componentes da
assistência farmacêutica, de que modo se dará a aquisição dos medicamentos?
RESPOSTA: Se Joana for diagnosticada com uma doença atendida no âmbito da
assistência farmacêutica, como uma doença infecciosa grave, o processo de aquisição
dos medicamentos se dará conforme os princípios do SUS. Inicialmente, os
medicamentos necessários para o tratamento serão selecionados e fornecidos a partir da
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), que orienta a compra e a
distribuição de medicamentos para tratamento de doenças prevalentes e de alta
prioridade. A aquisição dos medicamentos ocorre por meio de processos licitatórios
realizados pelo governo, com base em orçamentos prévios e necessidade de
abastecimento das unidades de saúde. O medicamento será disponibilizado nas unidades
de saúde públicas, como hospitais, postos de saúde ou farmácias populares, e será
dispensado para a paciente de acordo com a prescrição médica. Dependendo do tipo de
doença, pode ser necessário fazer o pedido para unidades especializadas, como as de
referência em doenças tropicais e infectocontagiosas.

D) De que maneira o caso da paciente Joana se transforma em dados epidemiológicos


para planejamento de ações políticas e para programação da compra de medicamentos e
afins?
RESPOSTA: O caso de Joana, uma paciente com sintomas que sugerem uma doença
infecciosa grave, se transforma em dados epidemiológicos a partir da notificação
compulsória do caso ao Sistema de Informação de Agravos (SINAN). Uma vez registrado
o caso, essas informações serão analisadas pelas autoridades de saúde para verificar
padrões de ocorrência e possíveis surtos. A partir disso, os dados gerados podem ser
utilizados para o planejamento de ações políticas, como a definição de estratégias de
prevenção e controle, campanhas de conscientização e o direcionamento de recursos.
Esses dados também são essenciais para a programação da compra de medicamentos e
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outros insumos necessários para o tratamento, garantindo que haja um estoque


adequado para atender aos casos identificados. A partir da análise das notificações, é
possível planejar a distribuição de medicamentos, definir prioridades de atendimento e
garantir que as unidades de saúde estejam preparadas para lidar com surtos, prevenindo
a propagação da doença e minimizando o impacto na saúde pública.
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ATIVIDADE 2
Caso Clínico: Paciente do sexo masculino, 22 anos, chega na drogaria para
atendimento, solicita falar com o farmacêutico em particular. No consultório
farmacêutico o paciente revela que no mês anterior conheceu uma linda jovem
em uma festa, ela tinha 18 anos, bem educada, tímida (famosa cara de
santinha) e de família nobre na cidade em que vive. Tiveram um breve
relacionamento, no qual fizeram sexo sem preservativo. Aproximadamente 5
dias após a relação, o paciente relata que começou a sentir uma ardência ao
urinar, e no dia seguinte começou a sair da uretra uma secreção amarelada
leitosa, e algumas vesículas rosas ao redor da glande, com intensa coceira.
Desesperado ele perguntou a um amigo o que poderia ser, e o amigo deu-lhe
um medicamento para tomar de uma vez só e uma pomada para aplicar 5
vezes ao dia por 15 dias, dizendo que em dois dias ele estaria melhor. Ele
seguiu a indicação do amigo e após dois dias ele melhorou, sumindo a
secreção e reduzindo as vesículas, que sumiram totalmente em 5 dias. Ele
relata que esse caso aconteceu a 3 semanas atrás, e que agora surgiu um
caroço em seu pênis, não dói, mas ele tem medo de ser algo irreversível. O
farmacêutico indica ao rapaz que vá a um serviço de saúde se consultar com
um médico, pois o medicamento que ele precisa utilizar necessita de
prescrição médica.
Secretário: Antes de iniciar a discussão das questões norteadoras, verificar
com o grupo se existe algum termo ou contexto não entendido por todos, se
houver, esse deverá ser o primeiro ponto de discussão. Isso é válido para todos
os encontros
a) O que aconteceu com o paciente?
RESPOSTA: O paciente relatou sintomas típicos de uma infecção sexualmente
transmissível (IST), especificamente indicativos de herpes genital. Os sintomas iniciais
que ele descreveu, como ardência ao urinar, secreção uretral amarelada e vesículas
rosas na glande, são características dessa doença viral. A infecção é causada pelo vírus
herpes simplex (HSV), e a melhora relatada após o uso do medicamento indicado pelo
amigo pode ter ocorrido devido à ação de algum medicamento que tenha aliviado os
sintomas temporariamente, embora isso não tenha tratado a infecção de maneira
definitiva. No entanto, o caroço que o paciente encontrou recentemente pode ser um sinal
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de recorrência ou complicação da herpes genital, uma vez que o vírus permanece no


corpo em estado latente e pode se reativar. A falta de tratamento médico adequado e de
diagnóstico específico pode levar a complicações a longo prazo, como lesões crônicas ou
transmissão do vírus para outros.

b) É comum esse tipo de infecção? O que aumenta as chances de infecção?


RESPOSTA: Sim, a herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível
relativamente comum, sendo causada pelo vírus herpes simplex tipo 2 (HSV-2), embora
também possa ser provocada pelo tipo 1 (HSV-1), que geralmente causa herpes oral. A
infecção ocorre principalmente por contato sexual desprotegido, sendo que os fatores que
aumentam as chances de infecção incluem a prática de sexo sem preservativo, múltiplos
parceiros sexuais, histórico de ISTs anteriores e a presença de feridas ou lesões em
áreas genitais ou orais. Além disso, a imunossupressão (como em casos de HIV positivo
ou uso de medicamentos imunossupressores) também pode aumentar a probabilidade de
contrair ou desenvolver a doença.

c) Essa(s) doença(s) é(são) de notificação compulsória?


RESPOSTA: Sim, a herpes genital é uma doença que pode ser de notificação
compulsória em algumas circunstâncias, principalmente quando ocorre surtos ou
complicações graves. No entanto, a notificação compulsória para o Sistema de
Informação de Agravos (SINAN) geralmente é mais voltada para as infecções que
apresentam maiores riscos de surtos em larga escala ou complicações graves, como
sífilis, HIV/AIDS, hepatites virais, e gonorreia. A herpes genital, por ser uma infecção
crônica e recidivante, não entra na mesma categoria de outras ISTs que exigem
notificações frequentes, mas deve ser tratada adequadamente para evitar complicações e
transmissão.

d) O que eu preciso saber para orientar o paciente?


RESPOSTA: O farmacêutico deve orientar o paciente a procurar imediatamente um
médico para diagnóstico e tratamento adequados. A herpes genital não tem cura, mas
pode ser controlada com o uso de antivirais, como o aciclovir, que podem reduzir a
duração e a gravidade dos surtos. Além disso, é fundamental esclarecer que o uso de
medicamentos sem orientação médica pode não ser eficaz e pode mascarar os sintomas,
dificultando o diagnóstico. O paciente também precisa ser informado sobre a importância
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do uso de preservativo durante as relações sexuais, para evitar a transmissão do vírus


para outras pessoas. Como a infecção pode permanecer latente e se reativar, o
acompanhamento médico é essencial para um manejo adequado da condição. Além
disso, a educação sobre as possíveis recorrências, sinais de complicações e formas de
viver com a infecção é importante para garantir que o paciente tenha uma qualidade de
vida adequada e minimize os riscos de transmissão.

ATIVIDADE 3
Caso clínico: João, paciente do sexo masculino, 20 anos e Maria, paciente
do sexo feminino de 17 anos, noivos, vão ao Centro de Testagem e
Aconselhamento solicitando informações a respeito de teste pré-nupcial. Em
consulta individual, eles são apresentados aos testes disponíveis e informados
sobre as doenças, fatores de risco e importância do diagnóstico precoce. João
foi o primeiro a realizar os testes.
Durante o período de espera até que os exames estejam prontos, João
relata que só veio fazer os testes por insistência do pai de sua noiva, diz que o
pai dela é muito protetor, que não os deixa as sós, e eles ainda não
conseguiram manter relações sexuais, mesmo após 3 anos de namoro. E para
poder consumar a relação, vão se casar assim que ela completar 18 anos, pois
o pai diz que tem que ser virgem para se casar. Ao ser inquerido pelo
examinador sobre sua vida sexual, João em tom de machismo e deboche que
tem que se virar com outras até se casar, e que o único receio é engravidar
algum caso. Quando perguntado sobre algum sintoma diferente, diz que a
única coisa de diferente que notou foi o aparecimento de algumas verrugas na
parte inferior do prepúcio, mas como elas não doem e não crescem ele está
tranquilo. Nesse tempo os exames ficaram prontos, dando negativo para HIV e
sífilis, mas dando positivo para Hepatite B. Imediatamente João ficou
desesperado com o futuro de seu casamento, pensando que logo sua noiva
entraria para fazer os testes com o mesmo profissional
a) Qual deverá ser a conduta que o profissional que realiza os testes ao falar com Maria?
RESPOSTA: O profissional deve adotar uma abordagem ética, respeitosa e confidencial
ao conversar com Maria, levando em consideração sua idade, seu contexto e os
sentimentos envolvidos no momento. O primeiro passo é garantir que a paciente entenda
que os testes são voluntários e uma oportunidade para ela cuidar de sua saúde,
independentemente da pressão de terceiros. O profissional deve explicar os testes de
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forma clara, incluindo o teste para Hepatite B, e orientar Maria sobre os fatores de risco e
a importância do diagnóstico precoce de doenças infecciosas, como HIV, sífilis e Hepatite
B. Além disso, é fundamental que a conversa inclua uma abordagem sobre o sexo seguro
e a importância do uso de métodos contraceptivos e de proteção para evitar a
transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). O profissional também deve
assegurar que Maria compreenda a natureza do teste, o processo de coleta de amostras,
o tempo para obter os resultados e os próximos passos, caso algum teste resulte positivo.
É importante que a paciente se sinta confortável para discutir qualquer preocupação sobre
sua saúde sexual e reprodutiva. Como o caso de João envolve uma condição de saúde, é
essencial que Maria seja informada sobre a Hepatite B, suas formas de transmissão,
prevenção e o impacto dessa infecção para a saúde dela e do parceiro.

b) Os problemas identificados em João são contagiosos?


RESPOSTA: Sim, a Hepatite B é uma doença contagiosa. Ela é transmitida
principalmente por contato com sangue, sêmen e fluidos corporais infectados. No caso de
João, como ele foi diagnosticado com Hepatite B, isso significa que ele pode transmitir o
vírus a outras pessoas através de relações sexuais desprotegidas ou compartilhamento
de objetos que possam ter contato com sangue, como agulhas. Além disso, as verrugas
que João observou no prepúcio podem ser um sinal de infecção por papilomavírus
humano (HPV), que também é uma DST altamente contagiosa. O HPV pode ser
transmitido por contato direto com a pele ou mucosas de uma pessoa infectada, incluindo
durante a relação sexual. Portanto, tanto a Hepatite B quanto as verrugas no prepúcio (se
forem causadas por HPV) representam riscos de transmissão para o parceiro sexual,
tornando essencial o uso de preservativo para prevenir a contaminação e a realização de
tratamentos adequados para essas condições.

ATIVIDADE 4
Caso clínico: Homem, 68 anos, vai para atendimento agendado com clínico
geral em uma UBS de Londrina. Na consulta é verificado forte odor etílico no
paciente, mas sua hipertensão segue controlada, com glicemia de jejum de
97mg/dL, sendo mantido as medicações. Durante a consulta o médico notou
um quadro importante de tosse. Ao ser questionado sobre a tosse, o paciente
relatou que ela iniciou após uma semana fria a quase um ano atrás, e desde
então não parou de tossir, e já havia acostumado com aquilo, no início era
seca, pensava que fosse alergia, mas depois começou com produção de
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escarro. Relatou morar em um abrigo para idosos, e que era normal idoso ter
tosse, e os demais idosos nem reclamavam de sua tosse. Ao fazer auscultação
no paciente, o médico evidenciou uma mancha hipocrômica na região dorsal,
sendo que o paciente relatou não sentir a sensação de toque ou de frio nessa
região.
3

a) O que podem significar os quadros apresentados pelo paciente?


RESPOSTA: Os quadros apresentados pelo paciente, como a tosse
persistente há quase um ano, com evolução de tosse seca para produtiva
(com escarro), associados à mancha hipocrômica na região dorsal e à perda
de sensação de toque ou de frio, podem ser indicativos de várias condições,
incluindo doenças respiratórias crônicas. A tosse crônica e a produção de
escarro são frequentemente sinais de doenças respiratórias como a
bronquite crônica ou até mesmo a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
(DPOC), especialmente em pacientes mais velhos com histórico de
tabagismo ou exposição prolongada a irritantes ambientais. O fato de o
paciente já ter se acostumado com a tosse pode sugerir que ele não
procurou atendimento médico adequado durante o início dos sintomas, o
que pode ter agravado a condição ao longo do tempo.
A mancha hipocrômica na região dorsal, juntamente com a perda de
sensibilidade, pode indicar uma possível neuropatia, que pode ser
consequência de várias condições, incluindo a diabetes, que já foi
diagnosticada no paciente (mesmo com a glicemia controlada). No entanto,
também pode ser um sinal de complicação pulmonar, como um abscesso
pulmonar ou alguma outra lesão que está afetando a sensibilidade da área.
Esses sintomas, combinados, exigem investigação aprofundada, e o quadro
geral do paciente pode ser compatível com doenças pulmonares crônicas,
possivelmente com alguma complicação relacionada a doenças como
tuberculose, especialmente considerando o histórico de tosse prolongada.

b) Existe alguma relação entre o ambiente e a possível doença?


RESPOSTA: Sim, existe uma possível relação entre o ambiente e a doença do
paciente. O fato de ele morar em um abrigo para idosos pode ser um fator
significativo para o desenvolvimento ou agravamento de condições
respiratórias. Ambientes fechados e com grande concentração de pessoas
podem aumentar a exposição a patógenos, como vírus e bactérias, que
podem contribuir para o desenvolvimento de doenças respiratórias crônicas
ou infecciosas, como a pneumonia ou tuberculose. O abrigo também pode
ter um sistema de ventilação inadequado, o que aumenta a possibilidade de
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infecção respiratória. Além disso, o paciente já apresenta um quadro de


tosse crônica, que pode ter sido exacerbado por infecções respiratórias
repetidas ou pela exposição a agentes irritantes, como fumaça, poeira ou ar
seco, comuns em ambientes fechados. A perda de sensação na região
dorsal, por sua vez, pode ser causada por uma neuropatia, que pode ser
provocada por doenças crônicas, como diabetes, ou por complicações do
próprio ambiente de convivência, que favorece o desenvolvimento de
condições de saúde debilitadas. A interação entre as condições de vida e a
saúde respiratória do paciente deve ser cuidadosamente avaliada em
conjunto com seu histórico médico.
5

5 TERMO DE VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO

Eu, Marciel Alves do Nascimento, RA 3561213403, matriculado no 3°


semestre do Curso de Farmácia da modalidade a Distância da Universidade
Unopar Pitágoras Anhanguera, realizei as atividades de estágio em Programas
Estratégicos no(a) Central de Abastecimento Farmacêutico, cumprindo as
atividades e a carga horária previstas no respectivo Relatório de Estágio.

___________________________ ___________________________
Assinatura do(a) Estagiário(a) Assinatura Supervisor de Estágio

Após as respectivas assinaturas, digitalizar a ficha e inserir no relatório final.


6

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) proporcionou


uma experiência significativa para o desenvolvimento acadêmico e profissional,
permitindo a imersão prática em um dos componentes essenciais do Sistema Único
de Saúde (SUS). Durante o período de estágio, de 16 de setembro a 03 de outubro
de 2024, o aluno foi exposto a uma série de atividades que integraram
conhecimentos teóricos e práticos, reforçando a compreensão sobre a gestão
logística e a dispensação de medicamentos, além da importância de um
atendimento humanizado.
O aprendizado proporcionado pela vivência direta na CAF foi abrangente,
permitindo ao estagiário desenvolver habilidades técnicas fundamentais, como o
controle de estoques, o uso de ferramentas tecnológicas como o Sistema Hórus, e a
aplicação de normas sanitárias no armazenamento de medicamentos,
especialmente os termolábeis. A participação nas atividades de organização de
medicamentos para programas estratégicos, como o tratamento de doenças
crônicas e o controle de substâncias reguladas pela Portaria nº 344/98, reforçou a
necessidade de precisão e atenção aos detalhes nas práticas de gestão de
medicamentos.
Outro aspecto crucial do estágio foi a vivência no atendimento ao público.
O contato direto com os pacientes permitiu ao aluno perceber a relevância de uma
abordagem não apenas técnica, mas também acolhedora e educativa, ao fornecer
orientações sobre o uso correto dos medicamentos e cuidados necessários. Essa
experiência prática revelou a importância da comunicação eficaz, além de
sensibilizar o estagiário sobre as reais necessidades da população e a forma como
as políticas públicas impactam diretamente a vida dos usuários.
Ademais, o estágio na CAF evidenciou a importância do trabalho
colaborativo no contexto da saúde pública. A interação com a equipe
multiprofissional, bem como a participação nos processos logísticos e
administrativos, proporcionou uma visão holística sobre o funcionamento da
assistência farmacêutica. O aluno teve a oportunidade de compreender a
interdependência entre a gestão eficiente dos insumos, a segurança no uso dos
medicamentos e a promoção de um cuidado integral à saúde da população.
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Em síntese, o estágio na CAF foi uma experiência enriquecedora, que


não apenas aprimorou as habilidades técnicas e interpessoais do aluno, mas
também fortaleceu sua compreensão sobre o papel estratégico do farmacêutico na
saúde coletiva. Ao final dessa imersão, o estudante está mais preparado para
enfrentar os desafios da profissão e contribuir de forma significativa para a melhoria
da qualidade de vida da população, garantindo o acesso equitativo aos
medicamentos e promovendo a saúde de maneira integral.
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REFERÊNCIAS

SILVA, Aldiane Lanay Freire da. Atribuições do farmacêutico na central de


abastecimento farmacêutico de um hospital público. 2023. Trabalho de
Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

CORREIA, Emy Oliveira. Análise da infraestrutura e condições de armazenamento


dos medicamentos da central de abastecimento farmacêutico, de um município do
Extremo Sul Baiano. Saúde e Desenvolvimento, v. 9, n. 16, 2020.

MONTEIRO, Francelle Guimaraes et al. Avaliação da segurança dos medicamentos


disponíveis na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME/2022) em
idosos de acordo com os critérios de Beers. In: CICURV-Congresso de Iniciação
Científica da Universidade de Rio Verde. 2022.

LIMA, Mariana Sampaio; REIS, Adriano Max. Identificação da atividade


anticolinérgica dos medicamentos da Relação Nacional de Medicamentos
Essenciais. Ver BrasFarmHospServ Saúde, v. 11, n. 2, p. 1-8, 2020.

VIEIRA, Leticia et al. Lacunas de seleção na relação nacional de medicamentos


essenciais: os medicamentos de uso hospitalar no Brasil Selection gaps in the
national list of essential medicines: medicines for hospital use in Brazil. Brazilian
Journal of Health Review, v. 4, n. 6, p. 24507-24523, 2021.

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