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HISTÓRIA
Brasil Colônia (1500-1822)
Exploração do pau-brasil Escravidão de povos indígenas e africanos Criação do sistema açucareiro Ciclo do ouro Relações sociais na época do Brasil Colonial Sistemas governamentais Período pré-colonial Este período foi marcado pelo desinteresse da Coroa Portuguesa por parte na exploração do território onde hoje é o Brasil, pois estava mais concentrada em continuar com o comércio de especiarias e encontrar uma nova rota para as Índias. Somente após o declínio desse mercado e devido às diversas tentativas de invasões por parte de outros países europeus no Brasil (que contrabandeavam o pau-brasil), Portugal decidiu começar expedições para começar uma colonização de maneira efetiva. Início das expedições portuguesas e a efetivação do Brasil como colônia No ano de 1530, Martim Afonso e mais 50 embarcações são mandados para o Brasil para se estabilizar no território brasileiro e começar a povoar as terras. Um tempo depois, em 1934, é criado o sistema de Capitanias Hereditárias, em que alguns donatários receberiam uma parcela das terras para se estabelecerem. Os donatários passariam essas terras para seus descendentes, mas também poderiam entregar partes a terceiros, esses pedaços de terras eram conhecidos como sesmarias. Infelizmente para a Coroa, esse sistema foi um fracasso, em que apenas duas (Pernambuco e São Vicente) tiveram resultado. Isso ocorreu devido as desinteresse dos donatários que receberam essas terras, que não viram com bons olhos sair de seu país, o que acabou enfraquecendo a defesa do território e assim levando ao fracasso do sistema. Outro problema foi a falta de comunicação entre as capitanias e a falta de auxílio por parte de Portugal, que não enviava os recursos necessários para manter as capitanias estáveis economicamente. Depois disso, Dom João III decidiu mudar a forma de governo mais centralizada com mais autoridade por parte do rei, assim estabelecendo o que seria chamado de Governo Geral, onde haveria mais presença do Rei. Governo Geral O sistema de Governo Geral foi criado em 1548, pela Coroa, com o objetivo de organizar a administração colonial. O primeiro governador foi Tomé de Souza (1549 a 1553), que recebeu do governo português, um conjunto de leis a serem aplicadas na colônia. Estas determinavam as funções administrativas, judicial, militar e tributária do Governo Geral. O segundo governador-geral foi Duarte da Costa (1553 a 1558) e o terceiro, Mem de Sá (1558 a 1572). Em 1572, depois da morte de Mem de Sá e de seu sucessor Dom Luís de Vasconcelos, o governo português dividiu o Brasil em dois governos cuja unificação só voltou em 1578: Governo do Norte, com sede em Salvador Governo do Sul, com sede no Rio de Janeiro Em 1580, Portugal e todas as suas colônias, inclusive o Brasil, ficaram sob o domínio da Espanha, situação que perdurou até 1640. Este período é conhecido como Unificação Ibérica. Em 1621, ainda sob o domínio espanhol, o Brasil foi novamente dividido em dois estados: o Estado do Maranhão e o Estado do Brasil. Essa divisão durou até 1774, quando o Marquês de Pombal decretou a unificação.
Ciclo da cana de açúcar
Apesar do insucesso do sistema das capitanias, junto dos donatários se iniciou o plantio da cana-de-açúcar no Brasil. Com o incentivo do plantio e comércio da cana-de-açúcar, os portugueses iriam garantir sua presença no território e impedir a invasão de outras nações na colônia. Entre os séculos XVI e XVII, Portugal se tornou uma grande potência no mercado agrícola devido à grande produção da cana e o refino do açúcar que era vendido para o mundo todo. Toda a produção e refinamento disso acontecia nos engenhos brasileiros a base de mão de obra escrava, tanto indígena quanto africana. Durante as três primeiras décadas do século XVII, Portugal dominou o mercado do açúcar, mas logo depois entrou declínio devido ao estabelecimento dos holandeses nas Antilhas e no Caribe, onde refinavam e vendiam o açúcar para o resto do mundo. Fim do ciclo da cana-de-açúcar (1530-1640) Em 1580 Portugal passou a ser domínio espanhol, que no momento estavam em conflito com a Holanda. Assim, como forma de retaliação, os holandeses invadiram o nordeste do Brasil, mais precisamente em Pernambuco, onde se concentrava a maior parte da produção de cana-de-açúcar da colônia. Somente em 1640 Portugal conseguiu se livrar das amarras espanholas e reestabelecer sua autonomia e voltou a recuperar seus territórios tomados pelos holandeses. Infelizmente para Portugal isso foi um enorme atraso em decorrência dos conflitos nos anos seguintes e afetou toda a produção de cana na região. Mesmo recuperando os territórios, Portugal já havia perdido sua força no mercado açucareiro da época devido às produções do açúcar nas Antilhas. Ciclo do Ouro Com o fim do Ciclo da Cana, Portugal começou a incentivar expedições no Brasil em busca de metais preciosos nas regiões mais internas da colônia, já que os portugueses se concentravam apenas no litoral até então. Com isso, começaram as tão famosas bandeiras, expedições paulistas para o interior do país em que buscavam regiões ricas em metais (ouro, prata, mas também pedras preciosas como esmeraldas). Os responsáveis por conduzir essas expedições ficaram conhecidos como bandeirantes, que logo chegaram aonde é a região de Minas Gerais, abundante nos recursos buscados pela Coroa Portuguesa. Com o tempo, mais e mais reservas desses minerais na Bahia, Goiás e principalmente em própria Minas Gerais. Devido ao sucesso das bandeiras, Portugal começou a tomar medidas para ter uma parte desse ouro descoberto no Brasil. Então assim foram criados diversos impostos, o mais conhecido entre eles, O Quinto, que cobrava 20% de toda a produção de ouro. Esse ouro era praticamente todo enviado para a Inglaterra devido às dívidas que Portugal tinha com o Reino Britânico. Acordo entre Portugal e Inglaterra – O Tratado de Methuen O Tratado de Methuen foi um acordo comercial e militar assinado entre Inglaterra e Portugal em 1703 que vigorou até 1836. Esse acordo é chamado também de Tratado de Panos e Vinhos, uma referência às mercadorias trocadas entre as duas nações. Os ingleses foram os principais beneficiados pelo tratado, pois tiveram facilitada a entrada de seus produtos industrializados em Portugal. Além disso, eles podiam comprar vinho português por um preço abaixo do preço de mercado. O acordo também teve o seu aspecto militar, pois aproximou a Inglaterra de Portugal, que apoiou a luta contra a Espanha durante a sucessão do trono espanhol. Conflitos durante o Ciclo do Ouro Guerra dos Emboabas (1708-1709) - Embate entre paulistas e forasteiros (chamados de emboabas) pelo monopólio da exploração. Em campo de batalha, os paulistas foram derrotados, e a Coroa portuguesa aumentou seu controle na região, através da criação da capitania de São Paulo e Minas do Ouro (1709), que em 1720 foi desmembrada em duas: São Paulo e Minas Gerais.
Inconfidência Mineira (1789) - A partir da ameaça de cobrança dos
impostos atrasados, Portugal criou um clima de tensão em Vila Rica (atual Ouro Preto). Com isso, membros da elite local, influenciados pelas ideias liberais iluministas, pensaram uma revolta, que tinha como pauta a independência de Minas Gerais e adoção da forma de governo republicana. O movimento foi denunciado antes de começar, e os responsáveis, punidos com exílio e mortes, como é o caso de Tiradentes.
Conjuração Baiana (1789) - A Conjuração Baiana foi um movimento
político popular ocorrido em Salvador que tinha como objetivos separar a Bahia de Portugal, abolir a escravatura e atender às reivindicações das camadas pobres da população. É também conhecida como "Conspiração dos Búzios" ou "Revolta dos Alfaiates", por ter como principais líderes os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos Santos Lira. A Conjuração Baiana foi composta, em sua maioria, por escravizados, negros livres, brancos pobres e mestiços. Influenciada pela Revolução Francesa e pela Revolução Haitiana, a Conjuração Baiana foi fortemente reprimida. Seus membros foram presos e, em 1799, os líderes do movimento foram condenados à morte ou ao degredo. Consequências do Ciclo do Ouro Deslocamento do eixo administrativo colonial para o Sudeste, com a transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763; Desenvolvimento de fazendas mistas que produziam gêneros agrícolas diversos em São Paulo e Minas Gerais; Desenvolvimento de rotas de comércio que interligavam áreas distantes da colônia; Surgimento de modelos artísticos e culturais próprios, como o Barroco mineiro.
A formação social do Brasil Colônia
Fundamentalmente três grandes grupos étnicos, o indígena, negro africano e o branco europeu, principalmente o português, entraram na formação da sociedade colonial brasileira. Os portugueses que vieram para o Brasil pertenciam a várias classes sociais em Portugal. A maioria era formada por elementos da pequena nobreza e do povo. Também é preciso ter em conta que as tribos indígenas tinham línguas e culturas distintas. Algumas eram inimigas entre si e isto era usado pelos europeus quando desejavam guerrear contra os portugueses. Da mesma forma, os negros trazidos como escravos da África possuíam crenças, idiomas e valores distintos e não constituíam um povo homogêneo. No entanto, tudo isso foi sendo absorvido pelos portugueses e indígenas. No Brasil Colônia, o engenho era o centro dinâmico de toda a vida social. Isso possibilitava o “senhor da casa grande” concentrar em torno de si, grande quantidade de indivíduos e ter a autoridade máxima, o prestígio e o poder local.