H114 Nodeportivo
H114 Nodeportivo
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Artigo Original
Histórico do artigo: Objetivo: Analisar a força e a integral da eletromiografia (IEMG) para obter a eficiência neuro-
Recebido em 20 de maio de 2013 muscular (ENM) dos músculos vasto lateral (VL) e bíceps femoral (BF) em pacientes com lesão
Aceito em 11 de março de 2014 de ligamento cruzado anterior (LCA) nas fases pré-operatória e pós-operatória, comparar o
On-line em 1 de outubro de 2014 membro lesionado nos dois momentos e usar o membro não cirúrgico como controle.
Métodos: Foi feita a coleta de dados da EMG e da força de BF e VL durante três contrações iso-
Palavras chave: métricas máximas nos movimentos de flexão e extensão do joelho. O protocolo de avaliação
Ligamento cruzado anterior foi aplicado nos momentos pré e pós-operatório (dois meses após a cirurgia) e obteve-se a
Fadiga muscular ENM dos músculos VL e BF.
Biomecânica Resultados: Não foi encontrada diferença na ENM do músculo VL entre os momentos pré e
pós-cirúrgico. Por outro lado, houve aumento da ENM do BF no membro não cirúrgico dois
meses após a cirurgia.
Conclusões: A ENM fornece boa estimativa da função muscular por estar diretamente relaci-
onada à força e à capacidade de ativação dos músculos. Entretanto, os resultados apontam
que dois meses após o procedimento de reconstrução do LCA, quando normalmente são
iniciadas cargas em cadeia cinética aberta nos protocolos de reabilitação, a eficiência neu-
romuscular do VL e BF ainda não está restabelecida.
© 2014 Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Publicado por Elsevier Editora
Ltda. Todos os direitos reservados.
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Trabalho desenvolvido em conjunto pelo Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), Laboratório de Pesquisa do Movimento
Humano (Lapemh) e Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Cascavel, Cascavel, PR, Brasil.
∗
Autor para correspondência.
E-mail: [email protected] (F.A. Aragão).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.03.004
0102-3616/© 2014 Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.
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a b s t r a c t
Keywords: Objective: To analyze strength and integrated electromyography (IEMG) data in order to deter-
Anterior cruciate ligament mine the neuromuscular efficiency (NME) of the vastus lateralis (VL) and biceps femoris (BF)
Muscle fatigue muscles in patients with anterior cruciate ligament (ACL) injuries, during the preoperative
Biomechanics and postoperative periods; and to compare the injured limb at these two times, using the
non-operated limb as a control.
Methods: EMG data and BF and VL strength data were collected during three maximum
isometric contractions in knee flexion and extension movements. The assessment protocol
was applied before the operation and two months after the operation, and the NME of the
BF and VL muscles was obtained.
Results: There was no difference in the NME of the VL muscle from before to after the
operation. On the other hand, the NME of the BF in the non-operated limb was found to
have increased, two months after the surgery.
Conclusions: The NME provides a good estimate of muscle function because it is directly
related to muscle strength and capacity for activation. However, the results indicated that
two months after the ACL reconstruction procedure, at the time when loading in the open
kinetic chain within rehabilitation protocols is usually started, the neuromuscular efficiency
of the VL and BF had still not been reestablished.
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Ltda. All rights reserved.
Tabela 1 – Média e desvio padrão do ângulo articular do joelho, gravadas durante as CIVM nas fases pré e pós-cirúrgica.
Não foram encontradas diferenças significativas
Membro Pré Pós
Fonte: Os autores.
ENM (kg/mV.103)
evidenciou-se que o membro que sofreu a reparação cirúrgica
teve diminuição significativa da IEMG e da força muscular do
0.015 Pré
BF (tabela 2 a,b). Por outro lado, no membro não cirúrgico,
enquanto a IEMG diminuiu, a magnitude da força do BF foi Pós
0.01
mantida (tabela 2c).
Para o músculo VL, quando comparados os dois momen- 0.005
tos, apesar de o membro operado apresentar diminuição da
força muscular após a reconstrução do LCA (tabela 2d), a mag- 0
nitude da IEMG não se alterou. Com relação ao membro não Operado Não Operado Operado Não Operado
operado, não foram encontradas quaisquer diferenças quando Bíceps Femoral Vasto Lateral
comparados os momentos pré e pós-cirúrgico.
Os asteriscos representam as diferenças significativas encontradas (*p < 0,05)
Tanto na fase pré como na pós-operatória, a força dos
músculos BF e VL estava diminuída no membro operado na Figura 1 – Médias e desvios padrão da eficiência
comparação entre os membros (tabela 2e–h). neuromuscular (ENM) dos músculos BF e VL nos dois
Foi identificado aumento da ENM do BF do membro não momentos estudados.
operado na comparação dos momentos pré e pós-cirúrgico Os asteriscos representam as diferenças significativas
(fig. 1). Além disso, foi possível identificar o aumento da ENM encontradas (*p < 0,05).
do BF do membro não operado comparado ao membro operado
na avaliação após dois meses. Entretanto, nenhuma diferença
relacionada à ENM do VL foi encontrada.
BF, em pacientes com lesão de LCA, na fase pré-operatória e
na fase pós-operatória.
Discussão Após o procedimento cirúrgico o paciente pode ter a
tendência de proteger o membro operado, restringir o movi-
A eficiência neuromuscular está relacionada à ativação de mento e diminuir a descarga do peso sobre ele. Isso pode levar
fibras musculares e à produção de força, gerada por um deter- à atrofia e à fraqueza da musculatura anterior e posterior da
minado músculo. Sendo assim, é considerado mais eficiente coxa. Gerber et al.19 observaram atrofia e a diminuição
aquele indivíduo capaz de produzir a maior força muscular de força muscular do quadríceps e do bíceps femoral de 20% e
com a menor magnitude de ativação das fibras musculares.18 30%, respectivamente, três meses após a reconstrução do LCA,
Neste estudo buscou-se mensurar a força muscular e a IEMG, apesar de os pacientes estarem em processo de reabilitação.
para se obter a eficiência neuromuscular dos músculos VL e Esses dados corroboram os achados do presente estudo, com
Tabela 2 – Médias e desvios padrão da integral da eletromiografia (IEMG) em mV/seg. e da estimativa de força em kgf
exercida pelo BF e VL durante a flexão e extensão do joelho, respectivamente
Membro Operado Não operado
a
Variável IEMG Força IEMG Força
BF Pré 1077,56 ± a
1004,64 5,66 ± 1,77 b,e
977,84 ± 531,23c
6,23 ± 1,56e
Pós 588,78 ± 246,79a 4,00 ± 1,06b,f 708,40 ± 354,84c 6,87 ± 1,57h,f
VL Pré 912,61 ± 714,11 10,41 ± 4,27d,g 1028,77 ± 734,34 11,50 ± 2,15g
Pós 749,63 ± 430,92 8,70 ± 3,29d,h 840,59 ± 415,51 11,23 ± 2,35h
As letras representam as diferenças significativas encontradas, respectivamente com seus pares (p < 0,05).
Fonte: Os autores.
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relação à força e IEMG do músculo BF do membro cirúrgico, alteração da eficiência dos mecanoceptores responsáveis
pois foi observada a diminuição da força e do recrutamento pelo controle neuromuscular,27 à perturbação do sistema
neural após o procedimento cirúrgico, possivelmente em somatossensorial28 e à diminuição da ativação e da força
virtude de que na avaliação pós-operatória, feita dois meses muscular.29 Segundo Hewett et al.,30 a coativação coorde-
após a reconstrução cirúrgica do ligamento, a articulação, nada dos isquiotibiais e quadríceps tem um importante papel
ainda em processo de cicatrização, apresentava fraqueza e na diminuição do risco de lesão primária e esse equilíbrio
inibição muscular. agonista-antagonista pode proteger o joelho contra lesões
Para o membro não operado, quando comparados os dados recidivas do LCA reconstruído. Esses dados são indícios fisi-
do pré com o pós-operatório, verificou-se que também houve opatológicos que justificariam os achados no presente estudo
diminuição da atividade elétrica (IEMG) do músculo BF, entre- no que se refere à comparação entre o membro com lesão de
tanto sem alteração da força muscular. Apesar de a metodolo- LCA e o membro são.
gia empregada não permitir a mensuração direta, supõe-se Como o presente estudo só fez a avaliação pós-operatória
que esse resultado se deva ao efeito aprendizado causado dois meses após o procedimento cirúrgico, o membro ainda
pela feitura dos testes e também por causa do grande uso estava em processo de recuperação, o que foi comprovado com
do membro contralateral à lesão após o procedimento cirúr- a menor força muscular encontrada na comparação entre os
gico, uma vez que os pacientes apresentam, em geral, receio membros analisados. A opção pela avaliação dois meses após
de fazer força, descarregar peso e movimentar o membro o procedimento cirúrgico ocorreu no sentido de se obterem
cirúrgico após o procedimento.20 Além disso, a diminuição da indícios do estado de eficiência neuromuscular desses grupos
IEMG sem alteração da força foi responsável pelo aumento da musculares no momento em que a maioria dos protocolos de
ENM do BF. Esse efeito está, provavelmente, relacionado à reabilitação, em média, inicia o procedimento de exercícios
demanda muscular do membro contralateral gerada pelo em cadeia cinética aberta.14,15 Entretanto, uma limitação do
excesso de uso. estudo é justamente a não avaliação dos sujeitos após seis
No entanto, o mesmo não se demonstrou válido para o meses, o que aconteceu por causa da grande evasão ocorrida
músculo VL, uma vez que não foram encontradas quaisquer após dois meses de tratamento. Recomenda-se, contudo, que
diferenças nas variáveis estudadas. Esse dado, de certa forma, estudos futuros possam avaliar as condições da ENM após esse
denota que o músculo VL do lado não operado não sofreu período.
grande influência do procedimento cirúrgico e do processo Por fim, os resultados descritos reforçam a complexidade
fisioterapêutico de reabilitação. do processo de recuperação funcional da articulação do joe-
É importante salientar que o enxerto usado, semitendíneo lho submetida à reconstrução e reabilitação do LCA e a
e grácil, é o mais comumente usado no Brasil. Entretanto, apa- necessidade de se estar atento à recuperação da eficiência
rentemente não apresenta resultados funcionais diferentes da neuromuscular dos músculos envolvidos na articulação antes
porção média do tendão patelar.21 de se retomarem atividades mais vigorosas que possam levar
A produção de força muscular é dependente do ângulo à recidiva da lesão ligamentar.
articular conforme a relação força-comprimento. No joelho,
especificamente, está bem estabelecido que o ângulo ótimo Conclusão
de produção de força é próximo de 60◦ .22 A partir das imagens
gravadas durante a execução das CIVM, foi possível garantir Houve aumento da ENM do músculo BF no membro não
que não foi detectada diferença significativa entre os ângulos operado, dois meses após a cirurgia. Na comparação entre
articulares, tanto em relação ao movimento como ao período membros, o BF o lado não operado estava mais eficiente na
pré e pós cirúrgico. fase pós-cirúrgica. Não foram encontradas diferenças na ENM
Alterações neuromusculares após uma lesão representam do músculo VL.
um estado clínico complexo, que pode se manifestar com a Os dados força, atividade eletromiográfica e eficiência neu-
presença de inibição muscular na musculatura ilesa em torno romuscular evidenciam assimetrias entre os membros dois
da articulação comprometida.23 Essa resposta neural tem duas meses após a cirurgia de reconstrução de LCA. Assim, o joe-
grandes finalidades fisiológicas: (1) diminuir a carga em torno lho operado ainda não está apto para as atividades normais
da articulação lesionada, para promover uma proteção contra ou esportivas. Além disso, vale ressaltar a atenção especial
novas lesões,24 e (2) fornecer estratégias motoras compensa- necessária por volta do segundo mês após a cirurgia, durante
tórias, a fim de manter as funções do membro na presença da o processo de reabilitação, no que se refere ao início da fase
inibição muscular.25 com cargas em cadeia cinética aberta, uma vez que o membro
Esses argumentos poderiam explicar os dados encontra- ainda persiste com diminuída eficiência neuromuscular.
dos no presente estudo com relação à comparação feita entre
a fase pré e pós-operatória, no que se refere ao músculo VL do
membro operado, que remetem à diminuição de força muscu- Conflitos de interesse
lar, sem alterações significativas para a IEMG. Possivelmente
esse resultado se deve à presença de inibição muscular, com o Os autores declaram que não haver conflitos de interesse.
objetivo de poupar a articulação e evitar uma lesão recidivante
precoce.26 Agradecimentos
Igualmente, é notório que a lesão do LCA está asso-
ciada com o pobre controle neuromuscular, o que leva À Unioeste e à Fundação Araucária pela bolsa de iniciação
à diminuição da informação proprioceptiva em função da científica.
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