Faculdade de Ciências Jurídicas E Sociais - Fajs Curso de Graduação em Relações Internacionais
Faculdade de Ciências Jurídicas E Sociais - Fajs Curso de Graduação em Relações Internacionais
Faculdade de Ciências Jurídicas E Sociais - Fajs Curso de Graduação em Relações Internacionais
DIPLOMACIA EMPRESARIAL:
CONCEITO E INSERÇÃO DOS ATORES MULTINACIONAIS NAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
Taguatinga
2016
Centro Universitário de Brasília – Uniceub
Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais - FAJS
DIPLOMACIA EMPRESARIAL:
CONCEITO E INSERÇÃO DOS ATORES MULTINACIONAIS NAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
Taguatinga
2016
Ana Carolina F. Silva
DIPLOMACIA EMPRESARIAL:
CONCEITO E INSERÇÃO DOS ATORES MULTINACIONAIS NAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
____________________________________
Prof. Renato Zerbini Leão
Examinador
_____________________________________
Examinador (a)
_____________________________________
Examinador (a)
Taguatinga
2016
AGRADECIMENTO
Por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que
eu chegasse aonde cheguei, pelos conselhos, pela disposição, pelo carinho e
compreensão, sou muito grata por tudo e à todos.
“Uma paixão forte por qualquer objeto
assegurará o sucesso, porque o desejo pelo
objetivo mostrará os meios.”
- William Hazlitt
RESUMO
Com o processo de globalização se intensificando nas últimas décadas, novos
atores internacionais foram surgindo e ganhando mais espaço no cenário
internacional, entre esses novos atores as empresas multinacionais se destacam pelo
seu papel econômico perante os outros, e isso faz com que essas empresas tenham
um espaço maior, que engloba um vasto campo das relações econômicas nas
relações internacionais. Assim, juntamente com esse novo ator, surgem novas
necessidades, uma necessidade maior de administração e representatividade dessas
empresas perante outros atores das relações internacionais, e com isso surge a
diplomacia empresarial, que é usada como uma ferramenta das empresas
multinacionais para com outros atores internacionais, essa é a ferramenta utilizada
para a defesa de interesses delas perante as negociações internacionais.
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9
CAPITULO I ............................................................................................................. 11
CAPITULO II ............................................................................................................ 27
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 56
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 58
9
INTRODUÇÃO
CAPITULO I
1 AS EMPRESAS MULTINACIONAIS COMO ATORES DAS RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
Nas últimas décadas muito se ouviu falar sobre globalização e como ela vem
moldando o cenário internacional, principalmente na categoria econômica. Falar
sobre o sistema econômico internacional é falar de outra vertente das relações
internacionais, pois, os dois se encaixam, e com o passar dos anos e com a ajuda
do capitalismo, esse vínculo se tornou cada vez mais forte e estreito.
1
Entende-se como novos atores das relações internacionais a sociedade civil, organizações
internacionais, empresas multinacionais e transnacionais, entre outros.
2
Dymsza, William A. Multinational Business Strategy - McGraw-Hill Inc., US (1972).
12
Hoje, uma empresa multinacional é definida como aquela que tem em seu país
de origem a sua matriz, e é composta por filiais em diversos países. Por conta disso,
essas empresas além de fortes influenciadores do comércio internacional, passaram
a ser consideradas como atores internacionais 3.
A palavra ator, derivada do latim “actore” significa agente do ato, aquele que
atua, interpreta, desempenha determinado papel. Ator das relações
internacionais, desta forma é o ente ou grupo social que atua na sociedade
internacional, que é o agente do ato internacional, que desempenha
determinado papel na sociedade internacional. Entretanto, nem todo ente ou
grupo social é um ator internacional. Isto porque, o ator internacional deve ter
a capacidade de participar das relações significativas do ponto de vista
internacional e nem todos os grupos sociais gozam dessa prerrogativa. Desta
forma, pode-se conceituar ator internacional como todo ente ou grupo social
que participa de maneira eficaz e significativa na condução de questões
importantes e fundamentais para a sociedade internacional. Capaz de
determinar significativamente a condução das relações internacionais
Ademais, o ator internacional deve ser capaz de cumprir funções importantes
no contexto internacional, seja funções políticas, comerciais, econômicas,
militares, culturais, entre outras”4.
3
Sarfati, Gilberto, O terceiro xadrez: como as empresas multinacionais negociam nas relações
internacionais - São Paulo, 2006.
4
Revista Ius Gentium: Teoria e Comércio no Direito Internacional, nº 1, jul. 2008
5
Sarfati, Gilberto, O terceiro xadrez: como as empresas multinacionais negociam nas relações
internacionais - São Paulo, 2006.
13
Nota-se então que, quanto mais um país se faz depender da empresa, mais
essas empresas terão o poder de influenciar nas decisões dos Estados, isso fica claro
quando coloca-se estes pontos nas proporções do conceito de dependência9.
6
Sarfati, Gilberto, O terceiro xadrez: como as empresas multinacionais negociam nas relações
internacionais - São Paulo, 2006.
7
Globalização versus desenvolvimento
8
Sarfati, Gilberto, O terceiro xadrez: como as empresas multinacionais negociam nas relações
internacionais - São Paulo, 2006.
9
Sarfati, Gilberto, O terceiro xadrez: como as empresas multinacionais negociam nas relações
internacionais - São Paulo, 2006.
10
Sarfati, Gilberto, O terceiro xadrez: como as empresas multinacionais negociam nas relações
internacionais - São Paulo, 2006.
14
O que ocorre é uma grande variação dos preços entre commodities de produtos
agrícolas e produtos industrializados, de maneira que essa diferença nos preços não
atingem os países apenas na hora de vender seus produtos, mas, também faz
referência e uma possível ajuda na posição do país em relação aos outros no cenário
econômico internacional. Países que tem seu mercado voltado apenas para produtos
agrícolas acabam ficando para trás na busca pelo poder das relações econômicas
internacionais11.
11
Globalização versus desenvolvimento Sarfati, Gilberto, O terceiro xadrez: como as empresas
multinacionais negociam nas relações internacionais - São Paulo, 2006.
15
12
HYMER, 1978, p.69
13
Sarfati, Gilberto, O terceiro xadrez: como as empresas multinacionais negociam nas relações
internacionais - São Paulo, 2006.
16
Esse conceito15 enfatiza que a dependência é uma via de mão dupla onde os
atores dependem uns dos outros e não necessariamente apenas os atores mais
frágeis do cenário internacional dependem dos mais fortes. Não seria diferente com
as empresas multinacionais. Pois essas empresas, por mais fortes que sejam perante
as relações econômicas internacionais, necessitam de um Estado para criar sua filial,
logo, essas empresas atuam de acordo com o Estado que elas se encontram, que por
mais instáveis que sejam, ainda ditam e fazem valer suas regras e leis.
Quando uma empresa entra em um país ela se torna parte dele, sendo assim,
ela deve seguir seu sistema trabalhista e jurisdicional de maneira a não violar nenhum
destes.
14
DI SENA JUNIOR, 2003, p.188- 189
15
Alguns autores caracterizam o conceito de interdependência como uma teoria das relações
internacionais, porém, segundo Keohanne e Nye, ele é uma ideia, um conceito que contrapõe as teorias
do mainstream de relações internacionais.
16
DI SENA JÚNIOR, Roberto. Comércio internacional e padrões trabalhistas: a falácia do discurso
humanitário. Sequência: Estudos Jurídicos e Políticos, Florianópolis, p. 121-140, jan. 2003. ISSN
2177-7055. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/15294/13897>.
Acesso em: 27 jun. 2016. doi: http://dx.doi.org/10.5007/15294.
17
17
BENAYON, Adriano - Globalização versus desenvolvimento: O jogo das empresas transnacionais –
ENTs – e a periferização por meio dos investidores diretos estrangeiros – IDEs – Brasília, LGE, 1998.
18
Silva, Gustavo Javier Castro - A teoria da dependência: reflexões sobre uma teoria latino-americana,
UNIEURO.
19
BENAYON, Adriano - Globalização versus desenvolvimento: O jogo das empresas transnacionais –
ENTs – e a periferização por meio dos investidores diretos estrangeiros – IDEs – Brasília, LGE, 1998.
18
20
Celso Furtado, Subdesarrollo y Estancamiento en America Latina, Buenos Aires: EUDEBA, 1966, pp.
11-12.
21
BENAYON, Adriano - Globalização versus desenvolvimento: O jogo das empresas transnacionais –
ENTs – e a periferização por meio dos investidores diretos estrangeiros – IDEs – Brasília, LGE, 1998.
19
atores surgiram, mas novos interesses e novas políticas foram tomando forma e se
adequando em um “novo” mundo, um mundo globalizado.
22
Revista Ius Gentium: Teoria e Comércio no Direito Internacional, nº 1, jul. 2008, VELHOS E NOVOS
ATORES: AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DE VESTFÁLIA AO SÉCULO XXI.
20
23
BENAYON, Adriano - Globalização versus desenvolvimento: O jogo das empresas transnacionais –
ENTs – e a periferização por meio dos investidores diretos estrangeiros – IDEs – Brasília, LGE, 1998.
24
SARFATI, Gilberto, Fundação Getúlio Vargas – FGV, - Os Limites do poder das empresas
multinacionais – O caso do protocolo de Cartagena, 2008.
25
Países em desenvolvimento ou países emergentes são aqueles cuja a economia está em constante
desenvolvimento. Onde tiveram mudanças significativas na estrutura política e econômica de sua
região por exemplo.
21
suas filiais em países cujo poder estrutural será maior, pois assim, suas exigências
serão facilmente atendidas por conta de sua influência para com o Estado.26
26
SARFATI, Gilberto, Fundação Getúlio Vargas – FGV, - Os Limites do poder das empresas
multinacionais – O caso do protocolo de Cartagena, 2008.
27
Entende-se, tradicionalmente, por lobby o esforço desenvolvido por uma empresa ou entidade no
sentido de influenciar o Executivo (o Governo) ou o Legislativo (os políticos) tendo em vista a defesa
dos seus interesses. Fonte: http://www.comunicacaoempresarial.com.br/
28
SARFATI, Gilberto, Fundação Getúlio Vargas – FGV, - Os Limites do poder das empresas
multinacionais – O caso do protocolo de Cartagena, 2008.
29
É a capacidade do consumidor reconhecer uma marca ou membro de uma categoria de produtos, é
a identificação do consumidor pela marca.
30
Segundo Rondinelli - 2002, as empresas multinacionais e transnacionais são hoje responsáveis por
cerca de 87% da ajuda aos países pobres.
22
Sendo assim, as empresas usam sua fonte estratégica de seu poder estrutural,
e seu poder brando, para, conseguir seus objetivos em determinado Estado ou de
determinada ação multilateral. Porém, o poder que as empresas multinacionais detêm
não é ilimitado, elas ainda dependem dos Estados, pois são responsáveis pela
formulação de leis, que mentêm as empresas em seus territórios, dessa forma, os
Estados são tomadores de decisões, de modo a determinar o quão influenciado é um
Estado perante as empresas multinacionais e transnacionais e o quão vulnerável e
sensível esse Estado é na presença dessas empresas.
31
MINGST, K. – Princípios de Relações Internacionais – Elsevier Brasil, Rio de Janeiro, 2009, pág. 276
32
Keohane & Nye, 1989
33
Keohane & Nye, 1989, p. 3
23
34
SARFATI, Gilberto, Fundação Getúlio Vargas – FGV, - Os Limites do poder das empresas
multinacionais – O caso do protocolo de Cartagena, 2008.
35
SARFATI, Gilberto, Fundação Getúlio Vargas – FGV, - Os Limites do poder das empresas
multinacionais – O caso do protocolo de Cartagena, 2008.
24
36
SARFATI, Gilberto, Fundação Getúlio Vargas – FGV, - Os Limites do poder das empresas
multinacionais – O caso do protocolo de Cartagena, 2008.
37
No âmbito do direito internacional, a soberania refere-se ao direito de um Estado para exercer os
seus poderes. Para Jellinek, Soberania é a propriedade do poder do Estado de se auto-obrigar e se
autodeterminar.
38
Bobbio, Norberto, 1909- Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco
Pasquino; trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João Ferreira; rev. geral João Ferreira e Luis
Guerreiro Pinto Cacais. - Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998.
25
Seguindo esses conceitos, nota-se uma ligação maior entre a relação Estado-
Empresas-Sociedade, o que nos faz crer que a conexão entre eles é mais forte do que
se imagina. As empresas multinacionais e transnacionais tornaram-se grandes atores
das relações internacionais por sua capacidade de interagir e influenciar ações
multilaterais e políticas estatais, a partir disso, as empresas esquadrinharam uma
espécie de vínculo tanto com a sociedade estatal quanto com a própria comunidade
internacional.40
Com essa busca constante por sua legitimação e seu vínculo com Estados,
sociedade, os sistemas multilaterais as empresas multinacionais tendem a obter
novos meios para alcançar seus objetivos. Essas negociações em prol de um objetivo
39
Bobbio, Norberto, 1909- Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco
Pasquino; trad. Carmen C, Varriale et ai. coord. trad. João Ferreira; rev. geral João Ferreira e Luis
Guerreiro Pinto Cacais. - Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998.
40
SARFATI, Gilberto, Fundação Getúlio Vargas – FGV, - Os Limites do poder das empresas
multinacionais – O caso do protocolo de Cartagena, 2008.
41
SARFATI, Gilberto, Fundação Getúlio Vargas – FGV, - Os Limites do poder das empresas
multinacionais – O caso do protocolo de Cartagena, 2008.
42
SARFATI, Gilberto, Fundação Getúlio Vargas – FGV, - Os Limites do poder das empresas
multinacionais – O caso do protocolo de Cartagena, 2008.
26
CAPITULO II
2 DIPLOMACIA VERSUS DIPLOMACIA EMPRESARIAL
43
Bobbio, Norberto, 1909- Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco
Pasquino; trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João Ferreira; rev. geral João Ferreira e Luis
Guerreiro Pinto Cacais. - Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998.
28
44
Disponível em http://www.mre.gov.br, acesso em 16/08/2016
45
MOITA, Luiz, Da diplomacia clássica à nova diplomacia - Janus, Espaço de Relações Exteriores,
2006
46
PACHECO, Anne Ferreira da Silva - A Função da Diplomacia para a Sustentação da Ordem
Internacional em uma Sociedade Anárquica, Universidade Federal de Minas Gerais, 2006
47
MOITA, Luiz, Da diplomacia clássica à nova diplomacia - Janus, Espaço de Relações Exteriores,
2006
29
48
De Jesus, Diego Santos Vieira - Diplomacia corporativa e Relações Internacionais – Boletim
Meridiano 47 vols. 14, n. 140, nov.-dez. 2013 p. 34 a 41
49
Stakeholder significa público estratégico e descreve uma pessoa ou grupo que fez um investimento
ou tem ações ou interesse em uma empresa, negócio ou indústria. – Fonte:
http://www.significados.com.br/stakeholder/ Acesso em: 11 de maio de 2016.
30
50
Boletim Meridiano 47 vol. 14, n. 140, nov.-dez. 2013 p. 34 a 41
51
Bobbio, Norberto, 1909- Dicionário de política I Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco
Pasquino; trad. Carmen C, Varriale et ai.; coord. trad. João Ferreira; rev. geral João Ferreira e Luis
Guerreiro Pinto Cacais. - Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1 la ed., 1998.
52
De Jesus, Diego Santos Vieira - Diplomacia corporativa e Relações Internacionais – Boletim
Meridiano 47 vols. 14, n. 140, nov.-dez. 2013 p. 34 a 41
31
Quando nós fazemos essa pergunta, é possível afirmar que, outros atores
podem e precisam estabelecer políticas externas para se manterem ativos nas
relações internacionais. Assim, em um primeiro momento as empresas multinacionais
perceberam que, principalmente por conta do porte e de sua influência no mercado,
que elas necessitavam de uma política externa definida, que a ajudaria a se relacionar
com os diversos atores das relações internacionais e que assim, poderiam defender
seus interesses de forma ágil e eficiente.
53
De Jesus, Diego Santos Vieira - Diplomacia corporativa e Relações Internacionais – Boletim
Meridiano 47 vols. 14, n. 140, nov.-dez. 2013 p. 34 a 41
54
De Jesus, Diego Santos Vieira - Diplomacia corporativa e Relações Internacionais – Boletim
Meridiano 47 vols. 14, n. 140, nov.-dez. 2013 p. 34 a 41
55
Disponível em: http://unctad.org/en/Pages/Home.aspx - Acesso em 22/08/2016
32
56
SARFATI, Gilberto, Manual de Diplomacia Corporativa: a construção das relações internacionais da
empresa – São Paulo: Atlas 2007.
57
Política Externa Corporativa é o conjunto de objetivos que definem como uma empresa se relaciona
com governos, mercado e sociedade. Essa política deve ser desenhada para alavancar a posição
global da empresa e assegurar a defesa dos interesses dos acionistas.
33
Negociação
Economia (Micro e Macro)
Política Internacional
Diferenças Culturais
Idiomas
58
Política Externa Corporativa
59
SARFATI, Gilberto, Manual de Diplomacia Corporativa: a construção das relações internacionais da
empresa – São Paulo: Atlas 2007.
34
Finanças
Direito (Contratos Internacionais)
Marketing Internacional
Gerenciamento de Crise
60
SARFATI, Gilberto, Manual de Diplomacia Corporativa: a construção das relações internacionais da
empresa – São Paulo: Atlas 2007.
61
SARFATI, Gilberto, Manual de Diplomacia Corporativa: a construção das relações internacionais da
empresa – São Paulo: Atlas 2007. Pág. 32
35
62
A defesa de interesse não consiste apenas nos interesses empresariais, mas sim, da sociedade
como um todo, incluindo sociedade civil, organizações internacionais etc. Ou seja, qualquer grupo de
pressão da sociedade para com o governo do Estado.
63
Ricardo, Eduardo Carlos - Relações governamentais, lobby e advocacy no contexto de public affairs
– Organicom - 2011
36
Outro ponto importante a ser ressaltado é que muitas vezes essas duas
práticas são confundidas ou até mesmo taxadas como sinônimos, o que elas não são,
assim, para uma compreensão mais clara e precisa, os dois pontos serão discutidos
separadamente. Com isso, devemos entender que o lobby se torna uma das vertentes
do advocacy, que por sua vez, é uma prática mais ampla da defesa de interesses,
englobando mais aspectos políticos e sociais. 65
64
Guidelines on lobby and advocacy – Disponível em:
http://www.ealliance.ch/fileadmin/user_upload/docs/Advocacy_Capacity/2011/8._ICCO_Guidelines_o
n_Lobby_and_Advocacy_2010.pdf - Acesso em 23 de agosto de 2016
65
Guidelines on lobby and advocacy – Disponível em:
http://www.ealliance.ch/fileadmin/user_upload/docs/Advocacy_Capacity/2011/8._ICCO_Guidelines_o
n_Lobby_and_Advocacy_2010.pdf - Acesso em 23 de agosto de 2016
66
CÂMARA, Cristina – Advocacy e Lobby - Rev. Eletrônica Portas, v.4, n.4, p.5-9, jun.2011
67
CÂMARA, Cristina – Advocacy e Lobby - Rev. Eletrônica Portas, v.4, n.4, p.5-9, jun.2011
37
multinacionais. Assim, todos irão saber e incorporar essa ideia de que, se elas tem
algo a expressar e defender, é direito das partes fazer com que isso aconteça, e é
dever do agente de advocacy, por meio da contratação, fazer valer esses direitos e
buscar a defesa dos interesses de quem procure seus serviços. 68
68
CÂMARA, Cristina – Advocacy e Lobby - Rev. Eletrônica Portas, v.4, n.4, p.5-9, jun.2011
69
Guidelines on lobby and advocacy – Disponível em:
http://www.ealliance.ch/fileadmin/user_upload/docs/Advocacy_Capacity/2011/8._ICCO_Guidelines_o
n_Lobby_and_Advocacy_2010.pdf - Acesso em 23 de agosto de 2016
70
MANCUSO, Wagner P. e GOZETTO, Andréa - Lobby: uma discussão introdutória, Rev. Eletrônica
Portas, v.4, n.4, p.10-21, jun.2011
38
outros. Esses atores por sua vez, tem o objetivo de influenciar as decisões públicas,
na tramitação, criação e incorporação de uma lei federal. Por exemplo, no sentido, o
lobista irá agir diretamente com os agentes da Câmara dos deputados e Senado
Federal com o intuito de fazer valer seus interesses perante uma lei especifica.
Por sua vez, os diplomatas empresariais utilizam o lobby como uma ferramenta
de trabalho para a representação dos interesses da empresa representada. Como
responsável pela manutenção da política externa corporativa da empresa em questão,
a defesa dos interesses da empresa se torna algo de suma importância para a
manutenção de sua PEC71, uma vez que ela dita como será a relação da empresa
com um terceiro, demanda que a empresa também agirá na atuação pela defesa de
seus interesses.72
71
Política Externa Corporativa
72
MANCUSO, Wagner P. e GOZETTO, Andréa - Lobby: uma discussão introdutória, Rev. Eletrônica
Portas, v.4, n.4, p.10-21, jun.2011
73
MANCUSO, Wagner P. e GOZETTO, Andréa - Lobby: uma discussão introdutória, Rev. Eletrônica
Portas, v.4, n.4, p.10-21, jun.2011
39
Além do mais, a atividade do lobby pode ser influenciada por diversos fatores,
que são eles:
comandada pelo diplomata empresarial, que é uma peça fundamental para a relação
da empresa com todos ao seu redor.
CAPITULO III
3 AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E O MUNDO PLANO
Grandes mudanças ocorreram no mundo desde que entendemos ele como tal,
e elas são necessárias, pois o mundo é o mundo porque ele muda e suas mudanças
refletem diretamente em quem somos e como devemos agir perante esse mundo que
se modifica a cada minuto, e cada vez mais se reforça a certeza que com o passar
dos dias o mundo se torna cada vez mais plano 74.
Colocando como uma força inicial, aquela que agiu como um impulso para as
demais, está o nove de novembro de 1989. A queda do muro de Berlim não
proporcionou somente a união de um povo que estava separado por duas economias
distintas, mas proporcionou a aproximação global, onde todos tiveram que se adaptar
e se recriar-se perante um novo mundo que estava surgindo a partir dali.
74
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014.
75
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014. Pag. 54
42
76
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014. Pag. 62
77
Lucinda, Marco Antônio. Qualidade – Fundamentos e práticas, Brasport, 2010, Pág. 136
43
mundo, que poderão fazer tarefas que precisem ser levadas a cabo
em tempo real.78
Em seguida o uploading começou a fazer parte da vida dos indivíduos,
explorando o poder das comunidades. O que nota-se sob a quarta grande força de
achatamento global é o fato da web se tornar um ambiente colaborativo. Os indivíduos
deixaram se ser simplesmente passivos em relação as informações e aos serviços
prestados na internet e passaram a ser verdadeiros colaboradores para com ela. A
internet se tornou um espaço de todos, onde, de certa forma, todos estariam aptos a
contribuírem para seu aprimoramento, assim, mais do que meros consumidores, os
indivíduos passaram a ser verdadeiros produtores de informação e serviços. Criaram-
se então, blogs e comunidades que não precisavam de uma hierarquia para seu
devido funcionamento, o sistema se tornou auto regulatório.
78
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014. Pag. 87
79
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014. Pag. 114
80
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014.
44
81
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014.
82
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014.
83
Sarfati, Gilberto – O terceiro xadrez: como as empresas negociam nas Relações Econômicas
Internacionais, São Paulo: Atlas 2007
45
84
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014. Pág. 157
85
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014. Pág. 160
46
Com o avanço da tecnologia tudo se tornou executável, as fronteiras que anos atrás
dificultavam as relações entre Estados, Organismos internacionais, empresas
multinacionais e a própria sociedade civil hoje não existe mais.
Assim, a tecnologia abriu portas para feitos importantes, hoje, negócios são
feitos em tempo real com cada negociante em um país diferente, funcionários são
contratados sem precisarem ir ao escritório, pessoas podem conversar umas com as
outras de maneira rápida e fácil em qualquer lugar. A flexibilização do tempo-espaço
proporcionou para o mundo do século vinte e um uma experiência única, nada é
inalcançável, atualmente tudo se encontra na palma da sua mão.
86
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014. Pág. 175-176
47
A partir das dez forças que contribuíram para o achatamento do mundo, pode-
se entender melhor que cada ator tem seu papel nas relações internacionais, e com o
passar do tempo esse papel vem sendo modificado em prol do desenvolvimento.
Logo, com as empresas multinacionais não poderia ser diferente, elas possuem um
papel único nas relações internacionais e são importantes atores que contribuem para
que os avanços que precisamos venham cada vez mais rápido e prático.87
Com isso, o mundo teve que se adaptar a diversas mudanças causadas pela
globalização e com o novo conceito de mundo plano, o que não poderia ser diferente
para as empresas multinacionais. Por mais que as empresas multinacionais tenham
adquirido um espaço considerável nas relações internacionais, elas ainda dependem
dos Estados e da sociedade – que é a parte onde o lucro é gerado, os consumidores
são peças chaves na atuação da empresa – para atuarem nos países e no cenário
internacional.89
87
Neto, Álvaro Francisco Fernandes – A importância da globalização para as empresas brasileiras –
Disponível em: http://www.cantareira.br/thesis2/ed_5/1_alvaro.pdf - Acesso em: 28 de setembro de
2016
88
Neto, Álvaro Francisco Fernandes – A importância da globalização para as empresas brasileiras –
Disponível em: http://www.cantareira.br/thesis2/ed_5/1_alvaro.pdf - Acesso em: 28 de setembro de
2016
89
Sarfati, Gilberto – O terceiro xadrez: como as empresas negociam nas Relações Econômicas
Internacionais, São Paulo: Atlas 2007
48
90
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014. Pág. 299
91
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014
92
Overview, Course - The Globalization of Business Enterprise – Disponível em:
http://www.hbs.edu/rethinking-the-mba/docs/iese-globalization-of-business-enterprise-globe-
course%20syllabus.pdf – Acesso em 20 de setembro de 2016.
49
empresas tiveram que se adaptar a tal modo de compra e assim surgiu uma nova
forma de expansão, a virtual.
93
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014 – Pág. 311
94
Neto, Álvaro Francisco Fernandes – A importância da globalização para as empresas brasileiras –
Disponível em: http://www.cantareira.br/thesis2/ed_5/1_alvaro.pdf - Acesso em: 28 de setembro de
2016
95
Friedman, Thomas L. O mundo é plano: Uma breve história do século XXI – 3ªed – São Paulo:
Companhia das Letras, 2014 – Pág. 321
50
mudança do mundo. As empresas multinacionais mais do que nunca devem ser tão
rápida quanto as mudanças que ocorrem no planeta, caso contrário elas ficam atrás
de quem está disposto a mudar e continuar no controle. O mercado se ajusta
automaticamente, com uma espécie de mão invisível que torna a competitividade
empresarial ligada diretamente com a sobrevivência da empresa, ou seja, o universo
em que as empresas então sobreviverá aquela que deter dos meios necessários para
estar à frente do seus tempo e de suas concorrentes.96
A Uber foi uma empresa fundada em 2002 pela necessidade, por vezes nos
damos conta do quão precário são os serviços de transporte independente do país
onde estamos. Inicialmente a empresa foi criada com o intuito de fornecer aos
motoristas a localização de seus passageiros por meio do aplicativo, mas com o
aumento das necessidades, a empresa foi se modificando e tornou seus serviços
ainda mais completos. 98
98
Dados disponíveis no site da empresa, que pode ser encontrados em: https://www.uber.com/pt-
BR/our-story/ - Acesso em: 21 de setembro de 2016
99
É o título dado para inovações com potencial para criar ou destruir mercados.
100
Dados disponíveis no site da empresa, que pode ser encontrados em: https://www.uber.com/pt-
BR/our-story/ - Acesso em: 21 de setembro de 2016
52
Assim, a Uber é uma empresa que soube utilizar a globalização a seu favor e
hoje, ela faz das forças responsáveis pelo achatamento do mundo ferramentas de
trabalho para uma melhor inserção da empresa no mercado internacional e são
empresas como a Uber que são capazes de influenciar diretamente nas políticas
estatais.
Quanto maior a empresa é mais influência ela tem perante o mercado, mas
também maiores são os desafios enfrentados por ela para se manter ativa no
mercado, um exemplo disso é o quão a Uber teve que enfrentar por conta de sua
regulação no Brasil. Sindicatos de taxistas foram logo de cara contra a ideia de um
concorrente tão forte quando esse, por medo de seu mercado ser destruído por ela.
103
101
Projeto de lei para a regulamentação do Uber em todo o território nacional, Disponível em:
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/1370863.pdf - Acesso em 12 de setembro de 2016
102
Dados disponíveis no site da empresa, que podem ser encontrados em: https://www.uber.com/pt-
BR/our-story/ - Acesso em: 21 de setembro de 2016
103
Fonte: https://newsroom.uber.com/brazil/fatos-e-dados-sobre-a-uber/ - Referências: * setembro de
2016; ** julho de 2016; ***
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A Uber, por exemplo, é uma empresa que desde sua criação já utilizou as forças
do achatamento do mundo ao seu favor, nota-se que mais do que um aplicativo, ela
se transformou em uma rede de in-formação, onde os passageiros se conectam com
os motoristas e a partir daí uma série de informações são trocadas, e com isso, cresce
104
SARFATI, Gilberto, Manual de Diplomacia Corporativa: a construção das relações internacionais
da empresa – São Paulo: Atlas 2007.
105
SARFATI, Gilberto, Manual de Diplomacia Corporativa: a construção das relações internacionais
da empresa – São Paulo: Atlas 2007.
55
A esse respeito, a empresa utiliza a terceirização a seu favor, como foi dito
anteriormente, a Uber não possui nenhum carro em sua frota, e nenhum motorista
contratado, a Uber é uma empresa de tecnologia que conecta o usuário ao motorista
para que o serviço de transporte seja prestado, dessa maneira, a empresa pode estar
em qualquer lugar, a qualquer momento, prestando um serviço útil e prático para a
população.107
106
Dados disponíveis no site da empresa, que pode ser encontrados em: https://www.uber.com/pt-
BR/our-story/ - Acesso em: 21 de setembro de 2016
107
Dados disponíveis no site da empresa, que pode ser encontrados em: https://www.uber.com/pt-
BR/our-story/ - Acesso em: 21 de setembro de 2016
108
SARFATI, Gilberto, Manual de Diplomacia Corporativa: a construção das relações internacionais
da empresa – São Paulo: Atlas 2007.
56
CONCLUSÃO
Na segunda parte do trabalho foi feita uma análise precisa sobre o conceito de
diplomacia empresarial e como ela remete ao conceito de diplomacia estatal, partindo
do ponto em que, a diplomacia empresarial e a diplomacia estatal possuem atividades
diferentes, porém, as suas tem seus pontos em comum, como por exemplo a
manutenção da política externa, o que irá diferenciar uma da outra é que uma é para
o Estado e a outra para a empresa.
A empresa Uber foi usada como exemplo para contextualizar as mudanças que
a globalização trouxe para o cenário mundial, como as empresas tiveram que se
colocar nos moldes da nova era para continuarem ativas no mercado internacional, e
a partir dessa perspectiva, a diplomacia empresarial entra em cena novamente para
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caracterizar como o profissional da área atua em sua carreira e como essa atuação é
importante para os negócios.
ganhos é sua reputação, sem ela a empresa perde seu espaço e deixa de ser
reconhecida, perdendo seu poder de barganha.
REFERÊNCIAS
ACUFF, Frank. L. Como Negociar Qualquer Coisa com Qualquer Pessoa. São
Paulo: Senac, 1998.