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A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA: A LIBERDADE E A CONDIÇÃO DOS

CIDADÃOS RELATADO NO PERIÓDICO A CIVILIZAÇÃO DA ÁFRICA


PORTUGUESA NO SÉCULO XIX1

Euclides Victorino Silva Afonso*

RESUMO: Neste artigo analisou-se a condição dos cidadãos nos de 1866 a 1869 no espaço
que hoje é Angola, a partir dos relatos presentes no periódico A Civilização da África
Portuguesa, publicados por jornalistas que deram início a uma era de mudanças aos problemas
administrativas da província. O presente artigo analisou também as mudanças
socioeconômicas, às formas de tratamento da população, às desigualdades, a escravidão, assim
como o sistema da colonização portuguesa, as suas leis quanto a questão do processo do fim da
escravidão e a liberdade debatida no jornal.

Palavras-chaves: Angola, escravidão, Liberdade.

RESUME:

In this article, the condition of citizens from 1866 to 1869 was analyzed in the space that today
is Angola, based on the reports present in the periodical A Civilização da África Portuguesa,
published by journalists who started an era of changes in the administrative problems of the
province . The present article also analyzed the socioeconomic changes, the forms of treatment
of the population, the inequalities, slavery, as well as the Portuguese colonization system, its
laws regarding the issue of the process of ending slavery and the freedom discussed in the
newspaper.

Keywords: Angola, slavery, Liberty.

Introdução

A partir do século XV, os portugueses começaram a ter maior destaque no território que
hoje é a atual Angola. Após os contatos e a dominações, iniciaram a explorar as riquezas. Os

1
Este trabalho fez parte do projeto de pesquisa Pensamento Afro-brasileiro e Africano: a diáspora e a moderna
cultura política negra (1850-1900), sob a coordenação do Prof. Dr. Eduardo Antonio Estevam Santos. Apresentado
uma parte do trabalho durante o XIII Encontro Estadual de História da ANPUH-PE “Histórias e mídias: Narrativas
em Disputa.
primeiros contatos se deram por volta do século XIV, 2 estabeleceram relações e ampliaram seus
domínios políticos e econômicos.
A África Centro Ocidental foi uma região intensamente afetada pelo tráfico de escravos,
comercializações, trocas de produtos envolvendo grande fornecimento de cativos. Entre os
séculos XVI ao XIX a região Congo e Angola esteve agudamente enredada com o tráfico
(CAREGNATO,2010. p.5). Em tão pouco tempo o comércio estendia-se com maior presença,
e a penetração dos portugueses no Reino do Ndongo, que faria de Luanda o maior porto de
escravos e uma cidade escravista no século XIX. Luanda, como capital administrativa
portuguesa em Angola, apresenta-se em dados como o maior porto de embarque de escravos
em todo o litoral do Atlântico da África até os meados do século XIX (LOVEJOY, 1983, p. 49
Apud OLIVEIRA, 2016, p. 133). Porém, a história da escravidão em Angola se diferencia de
outros espaços pelo elevado número de cativos que de lá foram extraídos e por ser uma grande
extensão territorial da África que os portugueses conseguiram conquistar e se manter, ao menos
parcialmente até o século XIX. 3
O tráfico português na região Centro ocidental de África caracterizou-se de diferentes
formas e com suas peculiaridades em relação aos outros espaços do continente africano, apesar
de que a captura forçada de escravos em África tenha começado na Senegâmbia em fins do
século XV (MINZ e LOPEZ, 2018, p.5).
O século XIX em África foi um período intenso de grandes transformações e novas políticas
europeia. O trabalho de mão escrava livre no continente africano ganhava outras características,
em forma de produção nas atividades agrícolas e com incentivo a tais práticas.
Sobre a superação do trabalho escravo e o tráfico, segundo Moreas (1933) até a própria
revolução francesa nesta fase de grandes mudanças, não influiu positivamente na supressão,
pois, seus liberalismos não aproveitaram aos míseros africanos. Tanto que nos anos de 1789 e
1791 figuram os negros como gêneros de mercadorias coloniais e a mentalidade coletiva da
Europa que sancionava as negociações relativas à mercadoria humana (MOREAS, 1933. p.14).

*Estudante de intercâmbio, angolano, graduando do curso de História da Universidade da Integração


Internacional da Lusofonia Afro-brasileira. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
(PIBIC/CNPq). E-mail:[email protected]
2
A procura por especiarias e ouro guiava os navegadores portugueses, informações das riquezas africanas eles
tinham notícias desde 1415, desde então, os barcos lusitanos tomaram direção ao vento que pudesse levá-los até a
África, na costa sobretudo. Algumas informações sobre África os europeus tiveram pela conquista do Celta
ALBUQUERQUE e FILHO, 2006, p. 17 a 18.
3
Ver GOMEZ. L. Escravidão: Do primeiro Leilão de Cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares,
2019, p.172.
A resistência à escravidão em África segundo Curto (2005), foi um fenômeno que
durante um certo tempo, comparativamente com outras resistências recebia poucas atenções,
quanto as fugas nos trabalhos que representavam significativamente uma resistência. Sobre a
censura deste sistema de produção aos trabalhos análogos a escravidão, a imprensa 4 teve um
papel importante. Tinha uma postura de repreensiva com a exploração dos trabalhadores nas
fazendas.
A imprensa em Angola chegou no ano de 1845 com o primeiro periódico chamado o
Boletim oficial de Angola, em Luanda, no qual o governo colonial publicava informações
ligada a província, que tinha correspondência com a metrópole. No dia 22 de agosto de 1846,
nos anúncios do jornal do governo havia a seguinte informação: “existe em deposito na cadeia
pública, um escravo fugido de nome Ngunva, capturado em Cambambe, e diz pertencer ao
morador de Ambaca (CURTO, 2005, p.5). “Postada essa informação, a intenção era facilitar
obviamente a recuperação dos fugitivos, capturar e devolvê-lo ao seu proprietário.5
A liberdade como ausência de impedimentos é um direito de todos os seres humanos. A
liberdade historicamente ligada um passado de escravidão, consistia em impedir as pessoas de
exercerem os seus direitos, pensamentos e crenças sem distinção de raça. A escravidão
enquanto instrumento de cerceamento dos direitos humanos, impossibilitou na à livre escolha,
proteção e segurança, um problema que há séculos enfrentado pelos os africanos. Procuramos
analisar neste artigo a colonização portuguesa nos meados do século XIX com referência as
novas políticas após a proibição do tráfico de escravos e a condição dos cidadãos relatado no
periódico A Civilização da África Portuguesa. Buscamos compreender o tempo nas relações de
trabalho, a escravidão, a liberdade e os discursos abolicionistas. Utilizamos como fonte o
periódico A Civilização da África Portuguesa do século XIX, atinente aos anos de 1866 a 1869.
Imprensa angolana nos meados do século XIX
O século XIX é marcado na história de Angola como a fase dos primeiros percursos dos
intelectuais, momento em que se via nascer uma nova geração em prol da sociedade. Em 1848,

4
As constatações passaram a se intensificar nas províncias depois do decreto que permitia a liberdade de imprensa.
Já que a imprensa que pertenciam ao estado colonial, tinham uma outra posição e denunciar as fugas no trabalho.
5
Ver CURTO. C.C. Resistência à escravidão na África: O caso dos escravos fugitivos recapturados em Angola,
1846-1876. 2005, p.5.
publicava-se um dos primeiros números inaugurais do jornal denominado o Boletim6 do
Governo geral da Angola (RIBEIRO, 2014). O responsável pela primeira publicação do
primeiro órgão de imprensa em Angola foi o Governador-Geral Pedro Alexandrino da Cunha,
que, logo após assumir o cargo, ordenou a criação de um Boletim ligado à administração
portuguesa em 13 de setembro de 1845. O Boletim era destinado às preocupações do governo
e “servia como espaço de publicação das ordens e determinações da metrópole. Foi a partir do
decreto de 7 de dezembro de 1836, no 13º artigo, que se delibera a fundação de possessões
ultramarinas, com o objetivo de informar as atividades da colônia e todas as informações
necessárias e dos residentes, o que possibilitou a abertura de um espaço das atividades
jornalísticas.
Uma das primeiras gerações de jornalistas em Angola estava constituída por homens
europeus brancos, funcionários públicos deslocados para a colônia ou exilados politicamente
(HOHLFELDT e CARVALHO, 2012, p.85). As publicações tangiam-se em informações do
tipo anúncios comerciais e crônicas de viagens.
A abertura do Boletim oficial de Angola abriu caminho às publicações de novos
periódicos independentes, onde vamos encontrar na esfera social angolana um grupo de
intelectuais que dava as primeiras iniciativas e colaborações para a abertura de periódicos livres.
Assim, nas três últimas décadas do século XIX ocorreram transformações e mudanças
significativas sobre o debate público angolano.7 Após vinte anos de atividades jornalísticas,
nasceu em Angola um movimento expresso cultural levado a cabo por intelectuais que serviram
de inspiração para a expansão das atividades jornalísticas em Angola, que provocava
transformações na cultura política entre a província e a metrópole.8 Segundo Queiroz9 nos anos
de 1870 a 1893, Angola, no século XIX, tinha 59 jornais. Em Luanda foram editados 49, seis
em Moçâmedes (Namibe), dois em Benguela e um no Ambriz (Bengo) 10. Nesta fase houve um

6
Num período de seis anos, este jornal passou por um processo de mudança do nome, que viria a ser chamado de
Boletim oficial de Angola, dando a entender pela nomenclatura, os assuntos publicados no periódico eram de
interesse do governo (JÁCOB, 2014).
7
Ver SANTOS. E. A. E. 2019, p. 213. Angola, entre o passado e o futuro: História, intelectualidade e Imprensa
(1870-1900).
8
Ver também SANTOS . E. A. E. (2019), Angola, entre o passado e o futuro: História, intelectualidade e Imprensa
(1870-1900).
9
Artur Queiroz é português de nacionalidade e assessor do Presidente do Conselho de Administração do Jornal de
Angola.
10
Ver Artur Queiroz (2010). Os pioneiros do jornalismo em Angola. Texto elaborado por Artur Queiroz para os
jornalistas do Jornal de Desportos e Jornal de Angola que participaram na formação em técnicas de edição, no dia
17 de março, 2010.
crescimento grande da imprensa livre em Angola, que constavam africanos colaboradores,
redatores e editores portugueses e brasileiros. O surgimento da imprensa livre dá caminho a
uma nova estrada na luta dos direitos dos cidadãos e liberdade de expressão, que possibilitou
naquele momento uma “renascença intelectual africana”11 (SANTOS, 2019, p.214). A imprensa
tinha forte carga social e política, aproveitando a relativa liberdade de expressão existente num
momento de grandes lutas em Portugal (HOHLFELDT e CARVALHO, 2012, p.96).
Muitos desses periódicos lançavam denúncias sobre as condições que a população se
encontrava. Nos trabalhos de produção, os periodistas relatavam a condição e os problemas
administrativos, a exploração dos territórios na província e por parte em África, os óbices
políticos entre as potências colonizadoras, dentre elas França, Inglaterra, Holanda e Portugal.
Um dos objetivos dos periodistas era fazer chegar as notícias noutras regiões, em defesa das
populações vulneráveis oprimidas pelo sistema, discutindo os seus direitos, a exclusão e o
racismo. Os jornalistas editaram informações sobre a província, relatando situações que
ocorriam nas localidades. Os periódicos12 ganhavam visibilidade também com poemas,
servindo como meio divulgador de trabalhos poéticos e prosas de poetas angolanos que foram
críticos a realidade na província e administração portuguesa.
A posição do jornal A Civilização da África Portuguesa abria um espaço à literatura,
que serviu de caminho para alguns poetas darem o início as primeiras constatações dos
problemas no governo de Angola e a desigualdade nos espaços sociais. Foi nessa geração
sobretudo, que viria nascer os primeiros periódicos independentes, isto é, 1856 com a
nomenclatura de Aurora,13 mas pela pouca influência que teve costuma-se dizer que o jornal
inaugural da imprensa livre angolana foi A Civilização da África Portuguesa. Este periódico foi
publicado pela primeira vez no dia 6 de dezembro de 1866 por António Urbano Monteiro de
Castro e Alfredo Júlio Cortez Mântua, tendo a sua última publicação em 26 de setembro de
1869.
A Civilização da África Portuguesa foi o terceiro jornal a existir em Angola, o primeiro
Boletim do Governo Geral da Província de Angola em 1845. Depois criou-se o periódico
Aurora em 1856. Os jornalistas da Civilização da África Portuguesa dedicavam-se em publicar

11
Termo cunhado pelo jornalista Arates Braga, SANTOS, 2019, p.214.
12
Segundo Santos a utilização da expressão periódico ao invés de jornal, se deu pela periodicidade no momento
que circulavam, SANTOS, 2019, p.124.
13
Ver JÁCOB. S. R. Diálogos entre literatura e jornalismo em Angola na passagem do século XIX ao XX. 2014.
assuntos referentes a Angola e São Tomé, e em cada semana havia publicações, o que indicava
que era um jornal regular.
A Civilização da África Portuguesa teve um forte perfil intervencionista e denunciador
das práticas cruéis sobre as populações. Os editores deste periódico, Urbano Castro e Alfredo
Mântua, foram os responsáveis por divulgar, na época de artigos que questionavam à
administração colonial, o poder clerical e à violência praticada pela polícia. Com esses
intelectuais, em Angola nascia um grupo social de uma elite pensante com objetivo difuso, que
começaria a promover uma revolução no sistema de ideias morais, na ampliação e consolidação
da liberdade política (SANTOS, 2019, p.214). A imprensa foi um dos caminhos escolhidos para
criticar às opressões do sistema da colonização portuguesa, já que a partir dela criava-se formas
de opinar sobre a escravidão.
Urbano Castro foi escrivão de Direito e advogado, destacando-se como jornalista,
panfletário e polemista. Chegou a ser vereador da Câmara de Luanda, com as suas opções
políticas libertárias. Os periodistas Urbano Castro e Alfredo Mântua, portugueses, tinham
objetivos diversos. Propagavam uma política partidária em determinados locais, para a defesa
dos interesses regionais, no comércio, na agricultura, nas indústrias e tinham interesses
particulares (HOHLFELDT e CARVALHO, 2012, p.96).
Sobre as matérias publicadas no periódico A Civilização da África Portuguesa para além
das causas públicas que foram divulgadas, postava-se informações sobre descontentamento por
parte da população residente no interior e em Luanda. Publicava-se informações da
administração sobre atualidade do interior. 14 Divulgava-se igualmente informações dos
serviços forçados em Luanda, assuntos sobre o orçamento e melhoramento do município, a
inquisição em Angola, as riquezas latentes província, informações15 sobre a agricultura e a
preparação do café. Estendia-se também relatos com os seguintes títulos: “como fazer trabalhar
o preto livre, como fazer trabalhar o preto de enxada, a mecânica agrícola e notícias a favor da
escravidão, como a economia dos gados.”
O fim da escravidão em Angola chega a ser um assunto complexo de compreensão
durante o século XIX, pois, o seu término não aconteceu de maneira efetiva (NETO, 2017,

14
Como em zonas do Zenze do Gulungo, do Icolo e Bengo, do concelho da barra do Dande, nas ocupações no
norte do Ambriz, em Mossamêdes e do interior Massagano (Kwanza-Norte).
15
Informações que retratavam sobre a agricultura passaram a ser publicadas nos anos 1866 a 1869. Foi um assunto
muito debatido nos periódicos. Debatia-se também as e a situações de precariedade dos cidadãos no trabalho. A
escravidão e liberdade tornaram-se um assunto frequente a ser informado no periódico.
p.112). Na segunda metade do século XIX as formas de escravidão estavam muito relacionadas
com sistema produtivo, nas plantações de açúcar, algodão, café e outros. O colonialismo
comparecia consolidada na economia. Os europeus nesta fase procuravam também expandir os
seus territórios e o incrementar o comércio. Começando nos investimentos na agricultura e
focados nos territórios em África.
Um dos fatores a se levar em conta nas diferentes formas que se apresentava a
escravidão, foram as legislações adotadas em cada espaço. As leis muitas delas atendiam às
novas preocupações da corte e com a cooperação do governo colonial, com incentivo das de
elites locais que participavam desta nova ordem de criação econômica.
As leis elaboradas por Portugal determinavam muito nas suas colônias e estavam ligadas
à escravidão. Além disto, o poder legislativo português outorgou grande quantidade de
legislação regulamentando o trabalho africano.16 Muitas delas justificavam o tráfico e
prologavam os trabalhos forçados. Sendo que a escravidão quanto o tráfico nas colônias em
África, não foram problemas simples ao longo do século, passaram a ser diversas vezes assunto
discutidos em fóruns. Por exemplo, a Conferência de Berlim17 (1884-1885), encontro que tinha
como objetivo principal a distribuição dos territórios, aprovou declarações a respeito do tráfico
de escravos nas regiões de Angola, convencionalmente nas regiões do rio Congo (NETO, 2017,
p.112).
Séries de medidas legislativas acabaram por proibir a escravidão, porém, sendo abolida
formalmente, constatou-se uma forte presença de trabalho escravo em diferentes dimensões em
Angola, configurando-se numa “abolição inacabada.”18 No século XIX vamos ver uma ordem
social na província enraizada no sistema de mão de obra escrava, que se configurava nas formas
de trabalho presente na costa até e no interior.
Os trabalhos eram regulamentados de acordo as pretensões metropolitanas. Com o apoio
dos proprietários das fazendas e governadores das colônias. Neste período em Angola iniciava
uma nova missão colonial, focada em políticas de desenvolvimentismo, apostando no comércio
com abundância na produção.

16
Ver SOUZA. E. M. A liberdade do contrato: O trabalho africano na legislação do Império português, 2017, p.11.
17
A conferência de Berlim tinha como ambição a partilha do continente africano, as potências europeias
procuravam tornar o espaço africano num lugar de exploração. Para os europeus a busca ou a ocupação desses
territórios seria a forma de expandir o seu poder, principalmente o econômico.
18
Ver NETO. C. M. De Escravos a Serviçal, de Serviçais a Contratados: Omissões, percepções e equívocos na
história do trabalho africano na Angola colonial. 2017.
Nos meados do século XIX a categoria de escravo sofreu alterações, passaram a ser
libertos, dos libertos a serviçal a contratado ou recrutado sem contrato (NETO, 2017, p.112),
dando a entender as características e a forma como os trabalhadores estavam designados, de
acordo com o tempo e a sua condição. Naquele momento, observaremos na província de Angola
mudanças até nas designações dos trabalhadores, dentre os quais, os libertos passaram a ser
contratados e muitos sem contratos.
A Civilização da África Portuguesa publicou informações de às elites que procuravam
pessoas para ocuparem fazendas e as indústrias, postava-se informações de gentes que se
ofereciam a trabalhar. As circunstâncias de tensões e crise na província procurava-se de
funcionários, homens, senhores e proprietários de grandes estabelecimentos agrícolas
perguntavam sobre formas de conseguir escravos.19
Perguntado como conseguir que os negros livres trabalhem e principalmente de enxada,
quando se sabe a repugnância que os negros têm a este serviço. Os cabindas trabalham; isso são
os cabindas, dizem eles. Os massougos se oferecem para trabalho, isso são os massougos,
dizem. Os muchiloandas trabalham; isso são os muchiloandas. Os negros de Casengo cultivam
a terra, isso são os Casengos. Os de Encore cultivam café, isso são os de Encoge. 20
A Civilização da África Portuguesa chegou a publicar informações de pessoas que se
proporcionavam aos trabalhos, mas não era de todos que se ofereciam aos serviços, dos quais
que procuravam, davam-se pelas dificuldades, sem escolhas tinham que dar a mão aos
trabalhos.
Os trabalhadores tinham diferentes habilidades. Existia grupos que preparava a terra,
exemplo disso os negros de Casengo, que dominavam o cultivo da terra. Os de Encoge tinham
habilidades na prática do cultivo do café. Ainda assim, os fazendeiros procuravam por pessoas
que pudessem trabalhar com a enxada, mesmo os que se negavam, o caso dos libertos que
muitos deles tinham suas propriedades.
A condição do cidadão liberto em qualquer sociedade escravista representava uma
evolução. Em Angola os libertos voltavam nas zonas de trabalho, retirados de suas regiões e
enviados para outras localidades.21 Além do mais, em 1836 as exportações de escravos nas

19
A Civilização da África Portuguesa. As ações das leis contraditórias, mas ainda animadoras e começavam a
fornecer oportunidades (LEVEJOY, 2002, p.365).
20
A Civilização da África Portuguesa.
21
A carta de alforria em muitas sociedades escravista, identificava a liberdade para muitos escravos, um documento
que provava que o cidadão é livre e não poderiam exercer trabalhos ou estar por tutela de alguém.
possessões portuguesa foram reprimidas. O fim do tráfico gerou impacto, e para Portugal, esta
obstrução deu-se aos estreitos laços comerciais que possuía com algumas regiões, já que Angola
era a principal fornecedora de escravos.
Sobre o fim da escravidão, um dos defensores do abolicionismo o publicista Lopes
Lima,22 a idealizava que Portugal deveria investir numa nova colonização em Angola. Em seus
textos argumentava que Brasil crescia a partir dos braços da mão de obra escrava de Angola
(FERREIRA,1999, p.14). O publicista opinava que se poderia investir em atividades agrícolas,
mencionava recursos que a província possuía que deveriam aproveitados. Tais riquezas seriam
recuperadas quando o mercado do tráfico de escravos acabasse, e aproveitar a mão dos escravos
alcançando a desejada prosperidade económica23.
Em 1858 decretou-se que dali após vinte anos poder-se-ia dar a liberdade a todos os
escravos de ambos os sexos. Mas a liberdade só seria concedida depois desses vinte anos. Em
25 de fevereiro de 1869 foram declarados “libertos” homens e mulheres sem exceção (NETO,
2017, p.112-113). Os escravos “libertos” foram sujeitados e voltavam nas unidades de
trabalhos, dito sem experiências, novamente teriam de servir aos seus senhores. 24
Várias leis e convecções em função da instalação do trabalho foram criadas, ademais,
“o alcance de muitas leis era reduzido pelas próprias limitações do domínio europeu em África,
sendo quase nulos os efeitos da legislação abolicionista.” 25 As ações das leis eram
contraditórias, mas ainda animadoras e começavam a fornecer oportunidades (LEVEJOY,
2002, p.365).
Na condição estabelecida de liberdade os funcionários estavam nos trabalhos,
incentivados segundo as ordens que vinha da metrópole. Nos meados do século XIX, noventa
por cento das exportações de Angola eram ainda compostas por escravos. Nos anos de 1840 em
diante, com frequência, as práticas de trabalho forçado, e no comércio com suas políticas no
interior (BIRMINGHAM, 2017, p.53-72 Apud CAHEN, 2018, p.533).

22
O português, em plena campanha sobre o tráfico ilegal, chegou a publicar seu texto, que fazia referência sobre
as riquezas potenciais que Angola tem e que deveriam ser bem aproveitadas com maior abundância de mão de
obra escrava.
23
O principal objetivo de Portugal era de restabelecer o comércio e estar focado prioritariamente na mão dos
escravos nas colônias em África.
24
Ibidem., 2017, p.112.
25
Ibidem., 2017, p.112.
Com o término do tráfico ilegal, o incentivo à produção agrícola cresceu ainda mais,
com investidas em produtos tropicais e matérias-primas. Os cativos que seriam embarcados
para outros territórios passaram a ser intensamente utilizados em terras africanas26
Agora os “libertos” estavam sendo recrutados, chamados agora de serviçal, que pouco
se diferenciava de escravo,27 com metas de desenvolver as plantações.28 Em fases iniciais do
desenvolvimento colonial, vimos que há uma igualdade de condições, ou seja, não havia
qualquer escolha quando a escravidão é adotada. Escreveu Gibbon Wakefield, não há
circunstâncias morais para escravidão, mas sim a econômica que se relaciona com o vício e a
virtude da produção
Nos anos de 1840 em Luanda, a condição dos trabalhadores “contratados” era
desagradável,29 via-se uma realidade perante a população que já não era tão comum
(BIRMINGHAM, 2017, p.82-83, 84 APUD CAHEN, 2018, p. 534). Uma leitura que se podia
fazer só de Luanda,30 remetia a uma cidade escravista, percebida na sua totalidade em aspetos
da vida económica, social até cultual da cidade condicionada pela escravatura. Em Angola,
durante a colonização portuguesa e em outros territórios nos finais do século XIX até 1961,
Portugal elaborou leis que justificasse o recurso aos trabalhos forçados. Regulamentava o
trabalho dos indígenas nas colônias, as legislações esteve sempre regulamentando múltiplas
conformações nos serviços e não aplicados aos cidadãos portugueses (NETO, 2017, p.112).
Promoção da Agricultura e Investidas na Província
A promoção da agricultura em Angola teria se fortalecido bem antes ainda da
independência do Brasil em 1822. Nesse momento começaria a se fortalecer as atividades
agrícolas (FERREIRA, 2014, p.4). Portugal precisava investir em atividades agrícolas para o
desenvolvimento econômico da colônia que outrora fora esquecido. O princípio da necessidade
de colonizar era seu principal projeto, sobretudo pensavam irracionalmente no progresso rápido

26
Ver OLIVEIRA.S. V. Angola e as angolanas: Memórias, Sociedade e Cultura, 2016, p.133. Mulheres e
Comércio: A participação feminina nas redes comerciais em Luanda (Século XIX). In: PANTOJA. S. BERGAMO.
A. E. SILVA, C. A. SP- editora Intermeios.2016. Angola e as angolanas: Memórias, Sociedade e Cultura 2016,
p.133.
27
Tendo voltado as práticas compulsórias de trabalho escravo, Portugal foi denunciado pelo escândalo do
recrutamento e as condições de trabalho serviçal (NEVINSON,1906; BURTT,1907; SWAN.1909;
CADBURY,1910 APUD NETO, 2017, p.122: 133.
28
Ibidem., 2017, p.112.
29
O relato do viajante Henry Nevinson sobre a situação dos escravos contratados em Luanda em relação os
coolies no Império Britânico, via-se uma realidade fora do normal no seu país.
30
Luanda além de ser uma fonte de abastecimento, a cidade se tornou um espaço de interação entre a população
local e os estrangeiros (CAHEN, 2018, p. 534).
e a expansão territorial. No ano de 1866, o periódico A Civilização da África Portuguesa relatou
informações sobre a necessidade de se desenvolver as atividades agrícolas, da mesma forma
recorrente entre os dirigentes e governadores das colônias, informações baseadas em políticas
de fomento para agricultura e incentivada pelas autoridades coloniais em Angola. Bem antes
ainda no ano 1827, o governador de Angola, Nicolau de Abreu Castelo Branco, levantava já
considerações sobre perspectivas da agricultura como fonte de rendimento (FERREIRA, 2014.
p.2), mas essas políticas coloniais só teriam começado na década de 1860 (CLARENCE-
SMITH 1985: 24-61; APUD FERREIRA, 2014, p.3), de tal forma que essas novas políticas
implementadas não teriam uma redução no trabalho.
Observe que a segurança e prosperidade da província de Angola dependiam das políticas
da metrópole. A agricultura era um dos meios principais para desenvolver a província. A
repressão do tráfico de escravos, tendo produzido uma grande paralisação no comércio, por não
haver outras mercadorias com que sustentar a importação, obrigava a olhar para a agricultura
como forma de alargar comércio e promover a exportação31. Obrigatoriamente, tinha de se
recrutar mais homens para o trabalho.
A mão de obra escrava passou a ser empregue nas fazendas, nas plantações de café,
algodão, cana de açúcar e na coleta de transporte da cera, borracha e marfim 32, para atender aos
mercados europeus e americanos (ALEXANDRE E DIAS; CLARENCE-SMITH. 1985:
HENRIQUES, 2004 Apud OLIVEIRA, 2016, p.133). De 1836 a 1860 foram feitas várias
investidas para aumentar a presença do português em Angola (FERREIRA, 1999, p.9). Ambriz
foi uma região sem soberania defina por parte dos portugueses, só começou a ter uma ocupação
efetiva a partir do ano de 1855 (FERREIRA, 1999, p.9.). Preparava-se novas investidas e
ocupações de territórios. Chegou-se a fundar uma Colônia em Moçamêdes com portugueses
que saíram de Pernambuco fugindo do clima antilusitano durante a revolução Praieira. 33 Além
das investidas no ano se 1836, houve uma aposta em milhares para submeter as regiões (a leste
o Rio Kwango). Apesar de algumas investidas não lograrem grande êxito, estava claro que era
um esforço grande em reordenar Angola nos anos de 1836 por conta fim do tráfico.34

31
A civilização da África Portuguesa, 1866.
32
Benguela foi um dos locais onde tinha um comércio integralmente e internacional em primeiro lugar do marfim
nos anos 30 depois da borracha selvagem e depois do velho comércio de trabalhores, escravos, e alguns era
enviados para ilha de São tomé para o cultivo do cacau. Benguela nos anos de 1617 tinha sido uma colônia quase
autónoma.
33
FERREIRA. R. Escravidão e revoltas de escravos em Angola (1830-1860). 1999, p.9).
34
Ibidem., 1999, p.9.
A partir da metrópole vieram instruções para a cultura e práticas de diversas plantas e
em último lugar o algodão. A cultura do algodão foi pela maior parte abandonada, o gergelim
e outras atividades, que precisavam ser reabertas pela província, apresentaram poucos
resultados em relação as outras colônias. No ano de 1866, o jornal da Civilização da África
Portuguesa relatou informações da metrópole sobre a tarefa de voltar a cultura do café e no
interior as lutas e esforços para perseverança que apresentavam resultados tristes, ao passo que
em S. Tomé, na Fazenda Monte do café, produzia-se mais com menos trabalhadores.35
Nesta corrida ao desenvolvimento rápido e ao progresso da colônia, para animar esta
cultura da agricultura, prometeu-se prêmios aos trabalhadores, para isso, tinha que reforçar no
trabalho. Com incentivos aos funcionários, teriam feito fortuna nas mãos dos cultivadores.
Houve preocupações a respeito da fertilidade dos solos, apresentado pelos dirigentes e os
trabalhadores que o clima prosperasse para ajudar os "lavradores". Nesta fase, a província de
Angola enfrentava um período difícil no cultivo dos solos. Apesar de admitirem as dificuldades,
com a seca e o solo árido da região costeira, constituíam sérios obstáculos para o
desenvolvimento da indústria do açúcar. Castelo Branco manifestou optimismo em relação ao
cultivo comercial, sem se importar com o esforço redobrados dos trabalhadores para o cultivo
do algodão e do índigo (FERREIRA, 2014, p.4). Por outra parte, falava-se sobre o aumento
para o pagamento aos empregados. O conveniente seria que todos fossem bem pagos para o
ânimo e o crescimento da agricultura, pagos em dia, a terra se faria fértil36. Outras notícias de
necessidades rápidas vinham da metrópole, de como a lavoura se desenvolveria, como a
exportação aumentaria, o crédito se estabeleceria e o país ficaria rico, ou seja, pelo trabalho dos
escravos37. Não havia condições favoráveis para se praticar o cultivo e ao mesmo tempo
medidas de segurança em Angola, e não podia existir comércio sem lavoura, nem lavoura sem
o solo fértil.
O café e a cana de açúcar foram colocados como meta a cumprir e a província produzir.
Os trabalhadores africanos na condição de escravos foram obrigados a cumprir com os
requisitos que a Coroa pretendia em prazos estabelecidos para os cultivos de solos. Os
portugueses realizaram experiências significativas de plantio em grande escala empregando
trabalho escravo como sua predominância na econômica.

35
A civilização da Áfroca Portuguesa, 1966.
36
Noticias que vinha de portugal para a provincia de Angola.
37
Jornal A Civlização Portuguesa África.
Considerações finais
Durante o século XIX, as relações sociopolíticas do colonialismo em África estavam
estreitamente envolvidas ao sistema de mão de obra livre. No segundo quartel deste século, este
sistema passou por um processo evolutivo que se dava em forma de produção. O regime
colonial tinha uma ideologia consolidada no progresso de desenvolvimento econômico, várias
veze que as elites europeias tentavam mostrar uma imagem contrária dessas práticas análoga à
escravidão, alegando os trabalhos forçados com diferentes formatos e controle sobre as pessoas
em forma de instituição, que organizavam espaços para a produção, adaptadas em políticas
conflitantes e confusas. A introdução às atividades agrícolas na província de Angola atendeu
também às preocupações e necessidades exclusivas da metrópole, provocando assim grandes
transformações sociais na vida da população. O modo de vida dos trabalhadores encontrados
nas unidades e lugares de trabalhos estavam submetidos por via do trabalho forçado e da
violência. Portanto, não podemos negar que a violência caracterizou a colonização no século
XIX até ao XX. A partir da segunda metade do XIX, Portugal e a província de Angola passaram
a estar próximos no que concerne as investidas, ações políticas que ligavam os dois territórios,
com intenso movimentos de ocupação da colônia e políticas de desenvolvimento para expansão
do território. A complexidade das relações na província de Angola foi construída com base no
processo de mão de obra escrava. O século XIX vai ser um período marcado pelo
aproveitamento dos recursos, e os territórios além-mar passaram a intensificar os trabalhos,
crescendo seguindo a lógica de um ideal econômico assente na exploração dos territórios dos
seus recursos.
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