Ciclo de Vida Da Brita

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DA BRITA PARA A


CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO

EFIGÊNIA ROSSI

São Carlos
2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DA BRITA PARA A


CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO

EFIGÊNIA ROSSI

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-Graduação em Engenharia Urbana
da Universidade Federal de São Carlos,
como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em
Engenharia Urbana.

Orientação: Prof. Dr. Almir Sales

São Carlos
2013
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária da UFSCar

Rossi, Efigênia.
R831ac Avaliação do ciclo de vida da brita para a construção civil :
estudo de caso / Efigênia Rossi. -- São Carlos : UFSCar,
2013.
131 f.

Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São


Carlos, 2013.

1. Construção civil. 2. Avaliação do ciclo de vida dos


produtos. 3. Brita. 4. Impacto ambiental. I. Título.

CDD: 690 (20a)


Aos meus pais,
eternos professores.
Agradecimentos

A Deus, por ser o artífice que trabalha no silêncio e nos precede em todos os momentos e
ocasiões.
Aos meus pais, por me apoiarem e acompanharem meus dias de luta, fracassos e vitórias.
À Isadora, minha irmã e melhor amiga, por ser a companheira fiel de meus passos.
Ao meu namorado Salomão, pelo incentivo e amor constantes em minha vida.
À minha comunidade, por ser apoio, compreensão e caridade.
Aos meus padrinhos e toda a minha família.
A todos os meus amigos, especialmente à Julia, à Michelly e ao Fernando Silva por me
ajudarem acadêmica e pessoalmente.
Ao meu orientador Prof. Dr. Almir Sales, pela dedicação, incentivo e disposição na orientação
deste trabalho e pela amizade e confiança construídos durante esses anos.
Aos colegas de laboratório, em especial, Juliana e Fernando Almeida, por sempre estarem
dispostos a me auxiliarem.
Ao CNPq/CAPES pela concessão da bolsa de mestrado.
À Universidade Federal de São Carlos e ao Programa de Pós Graduação em Engenharia
Urbana.
À Secretaria do PPGEU, em especial Antônio Carlos e Tiago, pelo suporte acadêmico.
Aos colegas do PPGEU, pela amizade e conhecimentos compartilhados.
Aos professores do PPGEU pelos ensinamentos passados ao longo desses anos, que me
acompanharão por toda a vida.
Ao Prof. Dr. Aldo Roberto Ometto por permitir a realização de sua disciplina na EESC/USP,
possibilitando um auxílio incontável para a realização desse trabalho.
Aos funcionários da mineradora estudada, Gláucia, Bruno, Alain e Ronaldo, por incentivarem
a pesquisa, permitindo a realização da visita técnica e a disponibilização dos dados
necessários.
A todos sem os quais seria impossível a realização dessa dissertação.
“Por esse tempo, pôs-se Jesus a dizer: Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e
da terra, porque ocultaste estas coisas dos sábios e doutores e as revelaste
aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.”
(Mateus 11, 25-26)
RESUMO
A construção civil é uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico
e social, entretanto comporta-se também como uma grande geradora de impactos ambientais.
Os agregados da construção civil perfazem os insumos minerais mais consumidos no mundo,
dentre eles enquadram-se a brita, a areia e o cascalho. Cerca de 60 a 80% do volume de
concreto é composto pelos agregados e a brita destaca-se devido à sua extensa utilização. Este
trabalho tem por objetivo realizar a Avaliação do Ciclo de vida (ACV) da brita na produção
de concretos para a construção civil, por meio da identificação e discussão de indicadores
quantitativos das etapas de extração, beneficiamento, armazenagem, transporte, uso e
disposição final. No desenvolvimento da metodologia foram utilizadas as recomendações
normativas das NBR 14040 e 14044, em que há a divisão do estudo em quatro partes:
Definição de objetivo e escopo; Análise de inventário do ciclo de vida (ICV); Avaliação do
impacto do ciclo de vida (AICV) e Interpretação. Os maiores impactos correspondem às
seguintes categorias: Toxicidade humana (solo), Acidificação, Eutrofização e Aquecimento
Global. Os resultados permitem afirmar que as etapas críticas de todo o ciclo de vida da brita
são, em ordem decrescente: Extração, Transporte do beneficiamento aos caminhões e
Disposição final. As emissões provenientes dessas etapas críticas correspondem àquelas de
maior consumo de combustível. Como alternativas para mitigar e minimizar esses impactos
propõe-se a manutenção preventiva dos equipamentos e o investimento em tecnologias que
permitam a utilização de combustíveis menos poluentes, tais como o S50, S10, biodiesel e
outros biocombustíveis.

Palavras chave: Avaliação do ciclo de vida; Brita; Construção Civil; Impactos Ambientais.
ABSTRACT
The civil construction is one of the most important activities for the economic and social
development, however it also behaves as a major generator of environmental impacts. The
aggregates for construction include crushed stone, sand and gravel and they are the most
consumed inputs in the world. About 60 to 80% of the volume of concrete is composed by
them and crushed stone has an extensive use. This study aims to wage the Life Cycle
Assessment (LCA) of crushed stone in the production of concrete applied in civil
construction, through the identification and discussion of quantitative stages of extraction,
processing, storage, transport, use and final disposal. In the developing of the methodology
we used the standard recommendations of ISO 14040 and 14044, where the study is divided
in four parts: Definition of goal and scope, Life Cycle Inventory Analysis (LCI), Life Cycle
Impact Assessment (LCIA) and Interpretation. The largest impacts related to the following
categories: Human toxicity (soil), Acidification, Nutrient enrichment and Global Warming.
The results indicate that the critical steps of the whole life cycle of gravel are, in descending
order: Extraction, Transportation from processing to trucks and Final disposal. The emissions
from these critical stages correspond to those of higher fuel consumption. As alternatives to
mitigate and minimize these impacts we proposed preventive maintenance of equipment and
investment in technologies that allow the use of less polluting fuels, such as S50, S10,
biodiesel and other biofuels.

Key words: Life Cycle Assessment; Crushed stone; Civil Construction, Environmental
impacts.
Lista de Figuras
Figura 1 – Evolução da demanda de agregados e projeções para 2022, em milhões de

toneladas 23

Figura 2 – Consumo de brita e cascalho nos diversos setores com referência para o ano de

2009 24

Figura 3 – Distribuição espacial da unidade geológico-ambiental formadora do domínio DVM

no estado de São Paulo 25

Figura 4 – Dimensões da sustentabilidade 27

Figura 5 – Metodologia PDCA 30

Figura 6 – Exemplo de sistema de produto 31

Figura 7 – Processos elementares 31

Figura 8 – Fases da ACV 34

Figura 9 – Alocação 37

Figura 10 – Passos para a ICV 40

Figura 11 – Elementos obrigatórios e opcionais da AICV 42

Figura 12 – Exemplo de classificação 44

Figura 13 – Abordagem midpoint e endpoint 46

Figura 14 – Etapas da ICV 54

Figura 15 – Fluxograma das etapas 60

Figura 16 – Extração a céu aberto 61

Figura 17 – Detalhe da perfuratriz e do compressor 62

Figura 18 – Transporte ao beneficiamento 63

Figura 19 – Esquema de beneficiamento com setas indicando o sentido do processo 64


Figura 20 – Detalhe do caminhão descarregando o material no início do processo de

beneficiamento 66

Figura 21 – Britador primário com detalhe do uso de água 66

Figura 22 – Correia transportadora T04 67

Figura 23 – Detalhes das pilhas de diferentes granulometrias 67

Figura 24 – Pilha de armazenamento 68

Figura 25 – Transporte aos caminhões 69

Figura 26 – Transporte final 70

Figura 27 – Resultado da caracterização para a categoria de eutrofização 84

Figura 28 – Resultado da caracterização para a categoria de formação de ozônio

fotoquímico 84

Figura 29 – Resultado da caracterização para a categoria de aquecimento global 85

Figura 30 – Resultado da caracterização para a categoria de toxicidade humana (ar) 85

Figura 31 – Resultado da caracterização para a categoria de toxicidade humana (água) 86

Figura 32 – Resultado da caracterização para a categoria de toxicidade humana (solo) 86

Figura 33 – Resultado da caracterização para a categoria de ecotoxicidade aguda (água) 87

Figura 34 – Resultado da caracterização para a categoria de ecotoxicidade crônica (água) 87

Figura 35 – Resultado da caracterização para a categoria de ecotoxicidade crônica (solo) 88

Figura 36 – Resultado da caracterização para a categoria de acidificação 88

Figura 37 – Normalização das categorias de impacto contempladas 89

Figura 38 – Correspondência entre as etapas e as categorias críticas do ciclo de vida da brita

90

Figura 39 – Resultado da caracterização para a categoria de consumo de recursos energéticos

91
Figura 40 – Resultado da caracterização para a categoria de consumo de recursos materiais 92

Figura 41 – Resultado da caracterização para a categoria de resíduos perigosos 93

Figura 42 – Resultado da caracterização para a categoria de resíduos de construção civil 93

Figura 43 – Resultado do uso de combustível no ciclo de vida 94

Figura 44 – Resultado do uso da água no ciclo de vida 95

Figura 45 – Emissões atmosféricas totais do ciclo de vida, excetuando-se o CO2 96


Lista de Tabelas

Tabela 1 – Resultados da ICV: extração 74

Tabela 2 – Resultados da ICV: transporte ao beneficiamento 75

Tabela 3 – Resultados da ICV: beneficiamento 76

Tabela 4 – Resultados da ICV: transporte do beneficiamento aos caminhões 77

Tabela 5 – Resultados da ICV: transporte aos centros consumidores 78

Tabela 6 – Resultados da ICV: uso 79

Tabela 7 – Resultados da ICV: disposição final 80

Tabela 8 – Legenda das fontes 81

Tabela 9 – Legenda das etapas 83

Tabela 10 – Verificação de sensibilidade de alguns dados 98


Lista de Quadros

Quadro 1 – Classificação e uso das britas 26

Quadro 2 – Exemplo dos conceitos 43

Quadro 3 – Relação de alguns métodos de AICV 47

Quadro 4 – Enquadramento da escala geográfica nas categorias de impacto 48

Quadro 5 – Lista dos equipamentos do beneficiamento 65

Quadro 6 – Relação entre atividades e impactos ambientais 82

Quadro 7 – Parâmetros adotados do EDIP 1997 89

Quadro 8 – Extrapolação de dados para o edifício-exemplo 97


Lista de abreviaturas e siglas

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ACV Avaliação do Ciclo de Vida

AICV Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida

ANEPAC Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para


Construção Civil

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CPRM Serviço Geológico do Brasil

DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral

DTU Universidade Técnica da Dinamarca

DVM Domínio do Vulcanismo Fissural Mesozóico do tipo plateau

EDIP Environmental Development of Industrial Products

FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

GEE Gases de Efeito Estufa

GHG Greenhouse Gases

IBRAM Instituto Brasileiro de Mineração

IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change

IPL Instituto de Desenvolvimento de Produto

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas

ISO International Organization for Standardization

ICV Análise de Inventário do Ciclo de Vida

MCT Ministério da Ciência e Tecnologia

MDL Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

NBR Norma Brasileira


LCA Life Cycle Assessment

LCI Life Cycle Inventory Analysis

LCIA Life Cycle Impact Assessment

PDCA Plan Do Check Act


Sumário

1 INTRODUÇÃO 19
2 JUSTIFICATIVA 20
3 OBJETIVOS 20
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 21
4.1 Agregados para a construção civil 21

4.2 Produção de brita 24

4.3 Avaliação do Ciclo de Vida 26

4.4 Procedimentos metodológicos da ACV 33

4.4.1 Definição de objetivo e escopo 34

4.4.1.1 Função, unidade funcional e fluxo de referência 36

4.4.1.2 Fronteira do sistema e critérios de corte 36

4.4.1.3 Modelagem para ICV 36

4.4.1.4 Tipos e fontes de dados 37

4.4.1.5 Representatividade dos dados da ICV 38

4.4.1.6 Comparações entre sistemas 38

4.4.1.7 Bases para a AICV 38

4.4.1.8 Considerações quanto à revisão crítica 39

4.4.2 Análise de inventário do ciclo de vida (ICV) 39

4.4.2.1 Coleta de dados 40

4.4.2.2 Validação dos dados 41

4.4.2.3 Correlação dos dados e agregação 41

4.4.2.4 Refinamento da fronteira do sistema 41

4.4.3 Avaliação do impacto do ciclo de vida (AICV) 41


4.4.3.1 Seleção das categorias de impacto, indicadores de categoria e modelos de

caracterização 42

4.4.3.2 Classificação 43

4.4.3.3 Caracterização 44

4.4.3.4 Normalização 44

4.4.3.5 Agrupamento 45

4.4.3.6 Ponderação 45

4.4.3.7 Análise da qualidade dos dados 45

4.4.4 Métodos específicos para AICV 46

4.4.5 Interpretação do ciclo de vida 52

5 METODOLOGIA APLICADA AO ESTUDO 53


5.1 Definição de objetivo e escopo 53

5.2 ICV 53

5.3 AICV 55

5.4 Interpretação 57

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 58
6.1 Definição de objetivo e escopo 58

6.1.1 Objetivo 58

6.1.2 Escopo 58

6.2 ICV 73

6.3 AICV 81

6.3.1 Resultados da AICV 83

6.3.2 Extrapolação dos resultados 96

6.4 Interpretação 97

6.4.1 Verificação de completeza 97


6.4.2 Verificação de sensibilidade 97

6.4.3 Verificação de consistência 98

7 CONCLUSÃO 98
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 99
REFERÊNCIAS 100
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO NA MINERADORA 107
APÊNDICE B – CÁLCULOS PARA A OBTENÇÃO DA ICV 112
APÊNDICE C – CÁLCULOS PARA A OBTENÇÃO DA AICV 121
19

1 INTRODUÇÃO
Em termos de volume utilizado, o concreto é o material mais consumido no mundo,
sendo que a cada ano é produzido mais de um metro cúbico por pessoa (SCRIVENER;
KIRKPATRICK, 2008). Para a utilização do concreto são comumente empregados agregados
e água, em proporções devidamente ajustadas. Os agregados são compostos por areia, brita e
cascalho. Esses materiais são muito abundantes na natureza, mas possuem o menor valor
unitário de todos os bens minerais industriais.
A produção de brita no Brasil, de acordo com Luz e Almeida (2012) envolve
oficialmente 600 empresas, gerando cerca de 21.000 empregos diretos. Sabe-se que 60% das
empresas produzem menos de 240.000 toneladas por ano, 30% entre 240.000 e 480.000
toneladas por ano e 10% produzem mais do que 480.000 toneladas por ano. Geralmente é
necessária uma proximidade da jazida com o mercado consumidor, o que constitui
característica fundamental para sua valorização econômica.
Tendo em vista os impactos ambientais associados à produção, utilização e descarte da
brita destaca-se a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Seu princípio consiste em analisar os
aspectos e impactos ambientais de um produto ou atividade por meio de um inventário de
entradas e saídas do sistema considerado. Os limites da análise devem considerar as etapas de
extração de matérias-primas, transporte, fabricação, uso e descarte, ou seja, todo o ciclo de
vida do produto ou processo (SOARES; SOUZA; PEREIRA, 2006).
O conceito de ciclo de vida de um produto surge para incorporar produtos e processos
anteriormente desprezados e tratados de forma linear à perspectiva ambiental. Nesse sentido a
produção não é vista como apenas um fim, mas sim como uma parte essencial da composição
do produto e que deve estar condizente às etapas anteriores de extração e posteriores de
disposição final. O ciclo de vida pode ser visto segundo a ótica cradle to grave, ou seja, do
berço ao túmulo, mas muitas práticas de reciclagem, reuso e remanufatura implicam na
necessidade da ótica cradle to cradle, do berço ao berço, exprimindo a máxima eficiência
ambiental do sistema de produto (COSTA, 2007).
As normas brasileiras que regulamentam a ACV são as ABNT NBR 14.040 e 14.044
(ABNT, 2009b; ABNT, 2009c). Elas dividem o estudo em quatro fases: Definição de objetivo
e escopo; Análise de inventário do ciclo de vida (ICV); Avaliação de impacto do ciclo de vida
(AICV) e Interpretação. Essas fases ocorrem de maneira iterativa e contínua, favorecendo
com que o estudo seja sempre aprimorado, tendo em vista o objetivo e os propósitos
almejados.
20

A ACV, no âmbito das organizações e do mercado consumidor, pode ser aplicada em


várias situações: no planejamento estratégico de novos produtos ou aprimoramento dos
existentes, técnica ambiental de suporte para tomadas de decisão, afirmações comparativas
divulgadas publicamente a cerca da viabilidade ambiental de um produto, escolhas de tipos de
processos produtivos e matérias-primas menos impactantes, rotulagem e declarações
ambientais, entre outros (RAMÍREZ, 2007).

2 JUSTIFICATIVA
A relevância do presente estudo está na necessidade de se estabelecer critérios
ambientais mensuráveis para avaliar os principais impactos no ciclo de vida da brita, tendo em
vista sua ampla utilização na construção civil. A ACV torna-se então uma técnica de suporte à
tomada de decisão acerca de melhorias no sistema de produto, principalmente por meio da
disponibilização de dados. Estes poderão contribuir para a compilação de um inventário
brasileiro de produtos, tendo em vista esforços iniciais contemplados no projeto Inventário do
Ciclo de Vida para a Competitividade Ambiental da Indústria Brasileira (SICV-Brasil)
(IBICT, 2012).
Esse projeto tem como uma de suas ações, propor uma metodologia de
Desenvolvimento de Inventário. Os estudos iniciais no setor de óleo diesel podem ser vistos
em IBICT (2009). Entretanto são projetos que ainda não estão disponíveis ao público,
enfatizando a necessidade de gerar informações científicas que os auxiliem. Salienta-se a
necessidade da conjunção de Universidades, Instituições brasileiras (como ABCV, 2013),
iniciativas privadas, entre outros, para a promoção da ACV, como já existe em outros países
do mundo.
Outro aspecto importante é que a partir da revisão sistemática do tema, por meio da
base Web of Science (WEB OF KNOWLEDGE, 2013) demonstrou-se que a ACV da brita
aplicada na construção civil é um tema inédito. Alguns artigos científicos apresentam o tema
tratando-o apenas por meio de dados secundários. Dessa forma, ressalta-se a necessidade de
estudos de ACV voltados para os agregados da construção civil, tendo em vista sua ampla
utilização mundial, os impactos ambientais associados e a aplicabilidade no Brasil.

3 OBJETIVOS
O objetivo geral é avaliar o ciclo de vida da brita para sua utilização na produção de
concretos para a construção civil, por meio da aplicação de indicadores quantitativos de
20
21

impacto ambiental das etapas de extração, beneficiamento, armazenagem, transporte, uso e


disposição final. Os objetivos específicos são:

 Identificar as principais entradas e saídas do sistema de produto;


 Apontar as etapas críticas do ciclo de vida da brita;
 Analisar os principais impactos do ciclo de vida;
 Propor melhorias ambientais para mitigar os impactos;
 Gerar informações científicas para fomentar a vertente ambiental do uso da brita na
produção de concretos para a construção civil.

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A seguir está apresentada a revisão bibliográfica dos principais elementos do estudo.

4.1 Agregados para a construção civil


Como afirmado anteriormente, devido ao seu uso em concretos e argamassas, os
agregados para a indústria da construção civil são os insumos mais consumidos no mundo e
são essenciais para a maioria das obras de construção, incluindo edificações e infraestruturas.
Eles são materiais granulares e de dimensões e propriedades adequadas para a construção civil
(BAUER, 2008; IBRAM, 2010; VALVERDE, 2001).
Além disso, apresentam custos relativamente baixos e não entram em complexas
reações químicas com a água, como ocorre com o cimento. Estudos indicam que a brita
representa em média, 2% do custo global de uma edificação e 60% do seu volume. Ela é
extraída diretamente das jazidas por meio de explosivos e após isso, é beneficiada e
transportada aos centros consumidores (LUZ; ALMEIDA, 2012).
A visão tradicional de que são materiais inertes está sendo discutida, pois esses
materiais desempenham muitas propriedades importantes. Dentre suas características estão:
porosidade, composição ou distribuição granulométrica, absorção de água, forma e textura
superficial, resistência à compressão, módulo de elasticidade e tipo de substâncias deletérias
presentes, no caso de agregados artificiais como escórias de alto forno, rejeitos industriais,
entre outros (MEHTA; MONTEIRO, 2008).
Os agregados podem ocupar de 60 a 80% do volume total do concreto. Cerca de 90%
dos agregados utilizados na construção civil são do tipo mineral natural, que incluem areia,
22

brita e cascalho originários de jazidas naturais. Portanto, a função do agregado, dependendo


de sua dimensão e propriedade intrínseca de cada tipo de agregado é de exercer grande
influência na resistência, estabilidade dimensional e durabilidade do concreto. E, além disso,
desempenha papel relevante na determinação do custo e a trabalhabilidade das misturas
(Mehta; Monteiro, 2008)
Tendo em vista que esses bens minerais proporcionam os principais elementos para a
sustentação básica, a comodidade e a qualidade de vida da população, o consumo de
agregados per capita denota um importante indicador da situação econômica e social de um
país, de acordo com o seu nível de desenvolvimento. Em relação a esse indicador, o Brasil
apresentou 3,31 toneladas por habitante no ano de 2010. Este valor está abaixo dos Estados
Unidos, que para o ano de 2009 apresentou 6,3 toneladas por habitante (ANEPAC, 2010;
TANNO; SINTONI, 2003).
De acordo com IBRAM (2011), a previsão é que a produção de agregados no Brasil
cresça 56% entre 2007 e 2016. Isso se deve ao fato do aumento dos investimentos nacionais
em infraestrutura para que o Brasil sedie a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas em 2016
garantirão que a demanda por agregados continue em alta até 2022, como pode ser observado
na Figura 1. Deve-se ressaltar que o estado de São Paulo, em 2009, foi responsável por 55,4%
da demanda de agregados, sendo o maior consumidor do país.

22
23

Figura 1 – Evolução da demanda de agregados e projeções para 2022, em milhões de


toneladas

Fonte: IBRAM (2011)

Os agregados podem ser classificados quanto à origem em naturais ou artificiais, à


densidade em leves, normais e pesados e ao tamanho dos fragmentos em miúdo ou graúdo.
Dentre eles, a brita é classificada como artificial, pois é extraída na forma de blocos e precisa
passar por fragmentação (MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2001). Quanto à
densidade é normal e em relação ao tamanho dos fragmentos é graúda, com dimensões entre
4,8 mm a 100 mm (ABNT NBR 7225: 1993). De acordo com o Ministério de Minas e Energia
a participação dos tipos de rocha utilizados na produção de brita, no Brasil, é a seguinte:
granito e gnaisse – 85%; calcário e dolomito – 10%; e basalto e diabásio – 5%.
Ainda no que diz respeito à produção de brita, de acordo com o Ministério de Minas e
Energia (2001) o Estado de São Paulo responde por cerca de 30% da produção nacional.
Outros importantes estados produtores são Minas Gerais (12%), Rio de Janeiro (9%), Paraná
(7%), Rio Grande do Sul (6%) e Santa Catarina (4%). E no que tange aos seus setores de
consumo, o DNPM (2010) mostra claramente que o consumo de brita e de cascalho é
destinado predominantemente à construção civil, como mostra a Figura 2.
24

Figura 2 – Consumo de brita e cascalho nos diversos setores com referência para o ano de
2009

Fonte: adaptado de DNPM (2010)

De acordo com o DNPM (2010) não há dados disponíveis que quantifiquem as


reservas brasileiras desse tipo de rocha, entretanto pode-se citar que para o ano de 2009 a
produção bruta de brita e cascalho foi de 166 milhões de toneladas, atingindo o segundo lugar
no ranking de minerais não metálicos, ficando logo atrás da areia. Mesmo tendo essa posição,
esses materiais possuem alto valor agregado, pois a produção vendida, consumida ou
transferida para industrialização corresponde à aproximadamente cinco bilhões de reais,
primeiro lugar no ranking dos não metálicos.

4.2 Produção de brita


Como especificado anteriormente, a brita pode ser proveniente de diversos tipos de
rochas. Geralmente as rochas provenientes da Formação Serra Geral, como basalto, diabásio,
riolito, andesito e riodacito são mais indicadas para o uso por possuírem boas qualidades
físicas e químicas. Esses tipos de rochas são encontrados no Domínio do Vulcanismo Fissural
Mesozóico do tipo plateau (DVM), correspondendo a 13,5 % do território total do estado de
São Paulo. A unidade geológico ambiental que compõe o domínio DVM é denominada por
DVMb que é formada por extensos e espessos pacotes de sucessivos derrames de lavas

24
25

efusivas, principalmente de composição básica, cristalizadas em basaltos e, cuja ocorrência


encontra-se na Figura 3(CPRM, 2010).

Figura 3 – Distribuição espacial da unidade geológico-ambiental formadora do domínio


DVM no estado de São Paulo

Fonte: CPRM (2010)

A produção de brita proveniente do basalto pode ser simplificadamente dividida em


quatro etapas: extração, beneficiamento, armazenagem e transporte. Em relação à extração, a
brita é obtida por lavra a céu aberto, com avanço de meia encosta e desmonte por explosivos.
Primeiramente realiza-se uma operação de decapeamento do maciço que consiste na retirada
de solo e demais materiais que constituem o estéril. Secundariamente há o desmonte por
explosivos, com o auxílio de uma perfuratriz pneumática ou hidráulica, segundo plano de
fogo previamente definido. Se necessário, pode-se utilizar técnicas como o fogo secundário,
os martelos rompedores ou o drop ball, com o objetivo de adequar o material a uma dimensão
compatível para o britador (FIESP, 2006).
O material desmontado é carregado por pás carregadeiras ou escavadeiras – shovel ou
retro – e transportado por caminhões para a usina de beneficiamento para a britagem. No
beneficiamento há uma sequência de operações unitárias de peneiramento e britagem que
26

consistem na redução dimensional dos blocos e segregação dos mesmos em diversas


granulometrias. Após isso, o material é então armazenado provisoriamente em pilhas ou a céu
aberto para ser destinado aos centros consumidores por meio de transporte rodoviário
(ARAUJO NETO, 2006).
Segundo a ABNT NBR 7211: 2009 (ABNT, 2009a) a brita é classificada entre 4,75 a
75 mm, sendo que cada faixa granulométrica está devidamente descrita nessa norma.
Entretanto, comercialmente ainda utiliza-se a denominação antiga, proposta pela ABNT NBR
7225: 1993 (ABNT, 1993), como ilustra o Quadro 1.

Quadro 1 – Classificação e uso das britas


Nomenclatura Faixa granulométrica (mm) Finalidades
Pó de pedra < 0,075 Concreto asfáltico, artefatos de concreto,
Pedrisco 0,075-4,8 blocos e guias
Brita 1 4,8-12,5
Brita 2 12,5-25 Estruturas de concreto armado
Brita 3 25-50
Pavimentação, macadames hidráulicos e
Brita 4 50-76
gabiões
Lastro para estrutura de concreto armado,
Brita 5 76-100 preenchimento de gabiões, concreto
ciclópico
Fonte: adaptado de ABNT (1993); Tanno e Sintoni (2003)

O transporte é uma etapa crítica da produção, pois influi com cerca de 1/3 a 2/3 do
custo final do produto. Como o transporte é comumente o rodoviário, há uma indução à
formação de micromercados regionalizados separados por um raio de até 150 km. Essa
restrição imposta pela distância mostra-se como uma barreira importante à entrada desses
produtos no mercado (SERNA; REZENDE, 2009).

4.3 Avaliação do Ciclo de Vida


A evolução da problemática ambiental, aliada à superação do modelo linear e mecanicista
do pensamento científico ocidental pelas teorias sistêmicas, representou uma profunda
revolução na sociedade. Essas teorias sistêmicas, que surgiram a partir da primeira metade do
século XX, são pautadas em termos de conectividade, de relações entre as partes, de contextos
e de sistemas propriamente ditos. Dessa forma, tal como ocorre com os organismos e sistemas
vivos, embora se possa discernir as partes individuais e reconhecer sua importância, as
propriedades essenciais dos mesmos surgem das relações e interações entre as partes. Ou seja,

26
27

a natureza do todo é sempre superior à mera soma de suas partes (CAPRA, 1996; CAPRA,
2006).
Aliado a essa mudança de paradigma e observando que as ações corretivas ou end-of-
pipe aplicadas aos problemas ambientais entre os anos de 1960 e 1970, não atingiam o
objetivo de garantir a qualidade ambiental, surge a Gestão Ambiental. Segundo Almeida
(2010) a Gestão Ambiental é um processo que objetiva o cumprimento de ações dos mais
diversos setores da sociedade buscando garantir a adequação dos meios de exploração dos
recursos naturais às especificações ambientais, de acordo com princípios e diretrizes
claramente definidos e acordados entre os setores. Dessa forma, a gestão ambiental integra a
política, o planejamento e o gerenciamento ambiental, visando à sustentabilidade.
A sustentabilidade é pautada em três dimensões, quais sejam: meio ambiente,
economia e sociedade, além de suas intersecções, ilustradas na Figura 4. A ecoeficiência
busca mitigar e/ou minimizar os impactos ambientais para não comprometer as necessidades
humanas nem o meio ambiente. O aspecto socieconômico permeia a justificação ambiental da
funcionalidade do produto para a sociedade. E por fim, o aspecto socioambiental congrega as
relações sociais acerca da indústria e da sociedade (HAUSCHILD; JESWIET; ALTING,
2005).
Figura 4 – Dimensões da sustentabilidade

Fonte: adaptado de Hauschild, Jeswiet e Alting (2005)

A Gestão Ambiental pode ser aplicada em âmbito público ou privado, dependendo de


sua abrangência (SANCHES, 2011). A pública estará alicerçada mais fortemente à política e
ao planejamento ambiental, enquanto que a privada ou empresarial será voltada para o
28

gerenciamento ambiental. Como exemplo de um instrumento da Gestão Ambiental pública


pode-se citar a Avaliação de Impacto Ambiental que é reconhecida como “um mecanismo
potencialmente eficaz de prevenção ao dano ambiental” (SÁNCHEZ, 2006, p.46).
A Gestão Ambiental empresarial se insere no conceito de ecologia industrial. A
ecologia industrial surge por volta de 1980 com o intuito de introduzir o conceito de
metabolismo, originalmente aplicado na biologia, no âmbito do desenvolvimento industrial.
Sendo assim, haverá uma analogia entre os processos de internos dos organismos vivos, tais
como suas funções vitais de ingestão de alimentos, excreção, reprodução e crescimento com o
contexto industrial de consumo de materiais e energia para a transformação em produtos e a
geração de resíduos, passando de uma baixa para uma alta entropia. Vale salientar que ao
realizar essa analogia há algumas similaridades entre os sistemas, mas também limites
importantes e um deles é a entropia (GONZÁLEZ, 2009).
A entropia é uma quantidade física associada à Segunda lei da Termodinâmica, que
encerra: “[...] ao produzir trabalho em um processo cíclico, não é suficiente apenas absorção
de calor pela máquina térmica, porque também é necessário que a máquina emita alguma
quantidade de calor” (REIS; BASSI, 2012, p.1057). Ou seja, a partir da realização de um
processo biológico ou industrial haverá a eliminação de calor e/ou resíduos, denotando uma
entropia positiva. Visto isso, a questão fundamental é centrada na busca de alternativas que
minimizem a geração de calor e resíduos nos sistemas industriais, maximizando sua
ecoeficiência.
Dentre essas alternativas, podem-se citar as ferramentas da ecologia industrial. De
acordo com Despeisse et al. (2012) elas podem ser agrupadas em quatro categorias:

1) Avaliação, monitoramento e inventário;


2) Engenharia, design e melhoria;
3) Políticas ambientais e suas aplicações; e
4) Definição de prioridades, gestão e tomada de decisões.

No que diz respeito à primeira categoria, destaca-se a Avaliação do Ciclo de Vida


(ACV), que será descrita posteriormente. Em relação à sua normalização, a ACV esta está
inserida na série de normas International Organization for Standardization (ISO) 14.000 que
agrega além da ACV outras normas referentes à Gestão Ambiental, tais como: os Sistemas de
Gestão Ambiental, as Auditorias Ambientais, a Rotulagem Ambiental, a Avaliação de
28
29

Desempenho Ambiental e os Aspectos Ambientais em Normas de Produtos. É importante


destacar que estas normas foram criadas no Comitê Técnico TC207 – Gestão Ambiental da
ISO, criado em 1993. No Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) e o comitê com estrutura semelhante ao TC207 é denominado por CB38
(ABNT, 2012; SANCHES, 2011).
Visto o estreitamento entre a Gestão Ambiental e a ACV, as organizações dos mais
diversos setores estão buscando um desempenho ambiental adequado à legislação ambiental
vigente, para almejar o controle dos impactos de suas atividades, produtos e serviços como
forma também de reduzir os custos desnecessários provenientes da degradação do meio
ambiente. Para isso, baseiam-se no princípio do PDCA (Plan, Do, Check e Act ou Planejar,
Executar, Verificar e Agir), aplicado continuamente, vide Figura 5. Sendo que (ABNT, 2004):

1. Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir os


resultados em concordância com a política ambiental da organização;
2. Executar: Implementar os processos;
3. Verificar: Monitorar e medir os processos em conformidade com a política
ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e outros, e relatar os
resultados;
4. Agir : Agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema da gestão
ambiental.
(ABNT, 2004, p.6)
30

Figura 5 – Metodologia PDCA

Fonte: ABNT (2004)

A ACV implica na análise dos aspectos1 e impactos2 ambientais potenciais de um


produto ao decorrer de todo o seu ciclo de vida, ou seja, desde a extração de matérias-primas,
produção, uso, pós-uso, reciclagem e disposição final. O ciclo de vida dos produtos é
modelado pela ACV por meio de um sistema de produto exemplificado na Figura 6, que é
caracterizado por sua função e não meramente por seu produto final. Esse sistema é composto
por um conjunto de processos elementares, conectados uns aos outros por fluxos de produtos
intermediários e ao meio ambiente por fluxos elementares de entrada e saída, como consta na
Figura 7(ABNT, 2009b).

1
aspecto ambiental: “elemento das atividades ou produtos ou serviços de uma organização que pode interagir
com o meio ambiente” (ABNT, 2004, p.10).
2
impacto ambiental: “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em
parte, dos aspectos ambientais da organização” (ABNT, 2004, p.10).
30
31

Figura 6 – Exemplo de sistema de produto

Fonte: ABNT (2009b)

Figura 7 – Processos elementares

Fonte: adaptado de ABNT (2009b)

A aplicabilidade da ACV situa-se nos mais diversos aspectos, citados a seguir (ABNT,
2009b):
32

 Sistema de Gestão Ambiental e Avaliação de Desempenho Ambiental;


 Rótulos e declarações ambientais;
 Desenvolvimento e normas de produtos;
 Comunicação ambiental;
 Quantificação, monitoramento e elaboração de relatórios de emissão de
poluentes.

Outras aplicações também podem ser encontradas (ABNT, 2009b), entre as quais:

 Avaliação de Impacto Ambiental;


 Contabilidade da Gestão Ambiental;
 Avaliação de políticas;
 Avaliação da sustentabilidade, incluindo aspectos sociais e econômicos;
 Análise de fluxo de materiais e substâncias;
 Avaliação, análise e gestão de risco e perigo de produtos e instalações;
 Gestão de produtos e da cadeia de fornecedores (stakeholders);
 Gestão do Ciclo de Vida.

Como a ACV demanda uma grande quantidade de dados, podem-se utilizar softwares
que permitem principalmente a execução das fases de ICV e AICV, baseadas em um banco de
dados. Deve-se salientar, no entanto, que o Brasil não possui um banco de dados público
disponível para ACV. Para tanto, é importante avaliar se a perspectiva tecnológica, geográfica
e temporal do banco de dados do software pode se enquadrar nos objetivos previstos devido
às peculiaridades do país (PEREIRA, 2004).
Por fim, deve-se salientar que todas as técnicas possuem limitações e é importante
compreender aquelas associadas à ACV. A ABNT (2001) caracteriza as seguintes:

 A natureza das escolhas e suposições feitas na ACV (por exemplo, estabelecimento


das fronteiras do sistema, seleção das fontes de dados e categorias de impacto) pode
ser subjetiva;
 Os modelos usados para a análise do inventário ou para avaliar impactos ambientais
são limitados pelas suas suposições e podem não estar disponíveis para todos os
impactos potenciais ou aplicações;

32
33

 Os resultados de estudos as ACV enfocando questões globais ou regionais podem


não ser apropriados para aplicações locais, isto é, as condições locais podem não ser
adequadamente representadas pelas condições globais ou regionais;
 A exatidão dos estudos de ACV pode ser limitada pela acessibilidade ou
disponibilidade de dados pertinentes, ou pela qualidade dos dados, por exemplo,
falhas, tipos de dados, agregação, média, especificidades locais;
 A falta de dimensões espaciais e temporais dos dados do inventário usados para
avaliar o impacto introduz incerteza nos resultados dos impactos. Esta incerteza
varia de acordo com as características espaciais e temporais de cada categoria de
impacto.
(ABNT, 2001, p.2)

4.4 Procedimentos metodológicos da ACV


A ACV está normalizada, no contexto brasileiro, segundo ABNT em duas normas: a
ABNT/NBR 14040 (ABNT, 2009b) e a ABNT/NBR 14044 (ABNT, 2009c). Dessa forma, a
metodologia que a norma propõe, estabelece a divisão do estudo em quatro fases: Definição
de objetivo e escopo; Análise de inventário do ciclo de vida (ICV); Avaliação de impacto do
ciclo de vida (AICV) e Interpretação, cuja relação está exemplificada na
Figura 8Figura 8. Devido a sua natureza iterativa, nota-se que as fases podem ser
continuamente ajustadas ao longo do estudo. A seguir é feita uma descrição de cada uma
dessas fases, elencando suas principais características.
Como dito anteriormente, a realização de um estudo de ACV pode ser feita com o
auxílio de softwares, como o Gabi. Esse software permite desde a realização do ICV a alguns
aspectos da Interpretação. No caso específico do Gabi, sua versão educacional gratuita pode
ser obtida através de GABI (2013), além de tutoriais e manuais de utilização. Mas vale
ressaltar que os softwares devem ser utilizados como ferramentas de apoio às tomadas de
decisão, sendo imprescindível a análise crítica dos resultados e cálculos dos usuários.
34

Figura 8 – Fases da ACV

Fonte: adaptado de ABNT (2009b)

4.4.1 Definição de objetivo e escopo


A definição do objetivo é a primeira fase da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) e,
portanto, será decisiva para as demais fases do estudo. O desempenho da ACV e os requisitos
de qualidade do estudo são definidos no objetivo. Por esse motivo ele deverá orientar o
escopo, que por sua vez, servirá para a Análise de Inventário do Ciclo de Vida (ICV), a
Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida (AICV) e a fase de Interpretação. E como se trata de
uma técnica iterativa, o objetivo poderá sofrer alterações ao longo do desenvolvimento da
ACV (EUROPEAN COMMISSION, 2010a).
Seis aspectos devem ser previstos na definição do objetivo:

1) Definição da aplicação e dos propósitos do estudo;


2) Limitações do método, suposições e abrangência;
3) Razões da realização do estudo e contexto da decisão;
4) Público alvo;
5) Afirmações comparativas a serem divulgadas publicamente; e
6) Responsabilidade e financiamento do estudo e demais atores envolvidos.

O primeiro aspecto deve indicar qual será a finalidade do estudo. O segundo aspecto
permeia a avaliação de quais etapas do ciclo de vida deverão ser utilizadas na análise e quais
34
35

as unidades de processo irão regê-las, verificando se há superposição de processos. O terceiro


denota a necessidade de apontar as razões para o desenvolvimento do estudo, incluindo suas
motivações principais e especificando o contexto da decisão. O público alvo do estudo indica
quais são as intenções da comunicação dos relatórios finais da ACV. Esse aspecto auxilia na
identificação de necessidades e nível de detalhamento técnico almejado (EUROPEAN
COMMISSION, 2010a).
O aspecto cinco permeia um tipo específico de ACV, denotada quanto à
comparabilidade de produtos concorrentes possuidores da mesma função. Esse aspecto possui
um conjunto de procedimentos especiais, já que será alvo de comparações entre os
consumidores finais. Por fim, o último aspecto deve indicar as organizações responsáveis pela
autorização e/ou financiamento do estudo, incluindo a disponibilidade de especialistas para a
realização da ACV (EUROPEAN COMMISSION, 2010a).
De acordo com European Commission (2010a), após essas definições haverá a
realização do escopo que pode ser delineado pelos seguintes itens:

 O sistema ou processo de estudo e sua função, unidade funcional e fluxo de referência;


 O tipo e as fronteiras do estudo de ICV/ACV, juntamente com a aplicação;
 A modelagem para a ICV e como lidar com os problemas de multifuncionalidade de
processos e produtos;
 O tipo, qualidade e fonte dos dados e informações e especialmente requisitos de
precisão quanto ao máximo de incertezas permitidas;
 Os limites do sistema, requerimentos de completeza, e critérios de corte;
 Os requisitos de qualidade dos dados em relação aos aspectos tecnológicos,
representatividade espacial e temporal e adequações;
 Os requisitos especiais no caso de afirmações comparativas;
 As categorias de impacto e a seleção e/ou especificação de metodologia para a AICV,
incluindo os critérios de normalização e ponderação;
 A identificação de necessidade de revisão crítica e o planejamento do relatório dos
resultados.
36

4.4.1.1 Função, unidade funcional e fluxo de referência


A função e a unidade funcional denotam respectivamente, qualitativa e
quantitativamente, o objeto alvo de uma ACV. A função do produto demonstra suas
características de desempenho. A unidade funcional é uma grandeza necessária para
normalizar os fluxos de entrada e de saída do sistema de produto, claramente definida e
mensurável e aliada à sua função. Após a definição da unidade funcional, haverá a definição
do fluxo de referência3, que é a medida da saída de um processo necessária para realizar sua
função expressa pela unidade funcional (ABNT, 2009c; EUROPEAN COMMISSION,
2010a).

4.4.1.2 Fronteira do sistema e critérios de corte


A definição da fronteira do sistema implica em eleger quais processos elementares
serão incluídos no estudo. A supressão de algum estágio do ciclo de vida deve ser
devidamente justificada e só é permitido se não provocar uma mudança significativa nas
conclusões gerais do estudo. Existem algumas fronteiras usualmente utilizadas: gate to gate
(estudo de uma corporação); cradle to gate (da extração à produção) e cradle to grave (da
extração à disposição final). É definido também o critério de corte, em que os processos são
analisados segundo sua contribuição quantitativa ao ciclo de vida. Sendo assim, se algum
processo não influencia relevante e quantitativamente o sistema, esse deverá ser cortado da
ACV (ABNT, 2009c; EUROPEAN COMMISSION, 2010a).

4.4.1.3 Modelagem para ICV


Uma importante decisão que fundamentará a ICV é a modelagem do sistema, podendo
ser: atribucional ou consequente, com ou sem o uso de alocação do sistema. Essa decisão
deverá estar atrelada ao objetivo da ACV implicará em vários aspectos, incluindo como os
dados do inventário serão obtidos (EUROPEAN COMMISSION, 2010a).
O modelo atribucional remete a uma ACV descritiva, mensurável, com dados
históricos e que perpassa a descrição de impactos potenciais atribuídos a um produto ou
sistema de produtos. Já o modelo consequente remete a uma ACV prospectiva, passível de
decisões, com dados baseados em cadeias produtivas genéricas e/ou hipotéticas e perpassa a

3
fluxo de referência: “medidas das saídas de processos em um dado sistema de produto requeridas para realizar
a função expressa pela unidade funcional”. (ABNT, 2009b, p. 5)

36
37

interação com demais sistemas de produtos para providenciar mecanismos para tomadas de
decisão a cerca do mercado consumidor, mudanças dos perfis de consumidores, etc
(EUROPEAN COMMISSION, 2010a).
A alocação é um procedimento adotado quando há o problema da multifuncionalidade,
ou seja, quando uma mesma entrada ou saída é compartilhada por dois sistemas de produtos.
A alocação atua dividindo os valores das entradas e saídas individuais entre as cofunções de
acordo com algum critério estabelecido, podendo ser uma das propriedades das cofunções,
por exemplo, o conteúdo do elemento, o conteúdo de energia, a massa, o preço de mercado,
com consta a Figura 9. Mas quando possível, para evitar a alocação, sugere-se a subdivisão do
processo multifuncional em processos monofuncionais ou unitários (EUROPEAN
COMMISSION, 2010a).

Figura 9 – Alocação

Fonte: adaptado de EUROPEAN COMMISSION (2010a)

4.4.1.4 Tipos e fontes de dados


No escopo da ACV deve-se determinar qual é a qualidade almejada de todos os dados.
A qualidade dos dados é composta por: acurácia, precisão/incerteza e completeza do
inventário. Dois tipos de dados podem ser encontrados: específicos e genéricos, ou em uma
outra denominação, primários e secundários. Os dados primários referem-se àqueles
adquiridos diretamente na fonte, por isso são específicos para a ACV. Dados secundários são
obtidos na literatura e geralmente são mais genéricos. Entretanto, ambos são utilizados e
devem ser documentados e justificados em qual situação serão utilizados (EUROPEAN
COMMISSION, 2010a).
38

4.4.1.5 Representatividade dos dados da ICV


A representatividade indica o quão verdadeiros são os dados do processo em relação
três perspectivas: tecnológica, geográfica e temporal. A adequação indica o grau que um
processo utilizado pode representar efetivamente um processo verdadeiro do sistema
analisado. A representatividade tecnológica está relacionada ao processo e ao produto e
identifica o quão verdadeiros são os dados do inventário em relação à sua documentação e/ou
especificações descritivas. A representatividade geográfica identifica o quão verdadeiros são
os dados do inventário em relação à localização, esse aspecto é muito importante devido às
alterações de dados segundo as peculiaridades de cada local. E a representatividade temporal
identifica se os dados da ICV são coerentes com a atualidade (EUROPEAN COMMISSION,
2010a).

4.4.1.6 Comparações entre sistemas


Em estudos comparativos, deve-se avaliar primeiramente se há equilavência entre os
sistemas de produto principalmente no que tange a suas funções. Para realizar estudos
comparativos é necessário haver a mesma unidade funcional e considerações metodológicas
equivalentes, tais como desempenho, fronteiras do sistema, qualidade dos dados,
procedimentos de alocação, regras para decisão quanto à avaliação de entradas e saídas e
avaliação de impacto (ABNT, 2009c).

4.4.1.7 Bases para a AICV


Deve-se planejar o tipo de metodologia de AICV que será utilizado, tendo em vista as
categorias de impacto previstas no estudo. Estas devem sempre estar consistentes aos
objetivos, sendo que a exclusão e/ou inclusão de alguma categoria deve ser documentada e
justificada. Na AICV poderá haver as etapas opcionais de normalização e ponderação que
oferecem suporte à etapa de interpretação (EUROPEAN COMMISSION, 2010a).
Na normalização os resultados da ICV são expressos por base em um sistema comum
de referência, de maneira que os valores da ICV sejam divididos pelo respectivo valor de
referência. Geralmente é utilizado o valor de referência conhecido por per capita. Na
ponderação, o resultado da ICV é multiplicado por um fator com o objetivo de refletir a
relevância do impacto (EUROPEAN COMMISSION, 2010a).

38
39

4.4.1.8 Considerações quanto à revisão crítica


A revisão crítica4 deve ser realizada por especialistas que não foram envolvidos na
execução do estudo de ACV. Isto é geralmente benéfico para a qualidade, credibilidade e o
valor do estudo. O tipo de revisão crítica (revisão interna independente, revisão externa
independente, revisão do painel) depende da aplicação da ACV e deve ser documentada,
justificada e prevista no escopo do estudo (ABNT, 2009c; EUROPEAN COMMISSION,
2010a).
O relatório é um documento essencial para a ACV. A forma e o nível de detalhamento
do relatório dependem primariamente de três aspectos: o tipo de entrega do estudo, o
propósito e a aplicação do estudo e o público alvo. A forma do relatório pode ser (ABNT,
2009c; EUROPEAN COMMISSION, 2010a).

 Clássica com detalhamento, constando um texto detalhado com gráficos e tabelas;


 Mais condensada e formal, constando o banco de dados;
 Muito condensada, como um sumário executivo, constando uma linguagem simples e não
técnica.

4.4.2 Análise de inventário do ciclo de vida (ICV)


A ICV é uma fase importante, pois gera informações que servirão de input para a fase
de AICV. A ICV deve estar consistente às definições de escopo e de objetivo, sendo também
um feedback da fase anterior de definição de objetivo e escopo, pois é devidamente
interpolada pela interpretação visando melhorias e ajustes. Tipicamente, as etapas da ICV
permeiam a coleta de dados, aquisição e modelagem. Na Figura 10 nota-se a iteratividade
dessa fase (EUROPEAN COMMISSION, 2010a).
Os dados são requisitados para os fluxos dos processos (fluxos elementares, de
produtos e de resíduos) e outras informações importantes relativas ao sistema em análise. A
finalidade da ICV depende primordialmente do tipo da entrega, além de: identificar processos
requeridos para o sistema; planejar a coleta de dados e informações, além de fontes
secundárias; coletar dados em sistemas que sofrem interferência do sistema em estudo;
desenvolver dados genéricos para ICV; coletar dados para os sistemas de base que interferem

4
revisão crítica: “processo que visa a assegurar a consistência entre uma avaliação do ciclo de vida e os
princípios e requisitos das Normas Brasileiras sobre avaliação do ciclo de vida”. (ABNT, 2009b, p.6)
40

no sistema em estudo; observar dados entre processos e produtos; modelar o sistema


conectando os dados e a unidade funcional; resolver os problemas da multifuncionalidade; e
calcular os resultados da ICV (EUROPEAN COMMISSION, 2010a).

Figura 10 – Passos para a ICV

Fonte: ABNT (2009c)

4.4.2.1 Coleta de dados


Haverá a coleta de dados qualitativos e quantitativos, para cada processo elementar
dentro das fronteiras do sistema. Para isso é conveniente que haja o conhecimento e a
descrição de cada processo elementar estudado, além da realização de folhas e/ou
questionários que orientem a obtenção dos dados (ABNT, 2009c).
No que tange aos dados primários e secundários incluídos em um mesmo estudo, é
conveniente que haja também a realização de: fluxogramas, descrições de entradas e saídas,
desenvolvimento de listas, descrições dos tipos de coletas de dados e disponibilização de
instruções para documentar casos especiais e irregularidades (ABNT, 2009c).
40
41

4.4.2.2 Validação dos dados


De acordo com ABNT (2009c), a validação dos dados é importante para verificar se a
qualidade dos dados é consistente com a aplicação requerida. Dessa forma, como cada
processo elementar obedece às leis de conservação de massa e energia, os balanços de massa
e energia figuram como recursos úteis para a validação dos dados.

4.4.2.3 Correlação dos dados e agregação


Deve-se definir um fluxo apropriado para cada processo elementar, com base no
fluxograma e nessas informações, os fluxos de todos os processos elementares devem ser
relacionados ao fluxo de referência. Além disso, é conveniente que os cálculos com todos os
dados de entrada e saída sejam referenciados à unidade funcional estabelecida. A agregação
deve ser feita apenas quando os dados estiverem relacionados às substâncias equilaventes e a
impactos ambientais semelhantes (ABNT, 2009c).

4.4.2.4 Refinamento da fronteira do sistema


Por meio da análise de sensibilidade5 pode-se determinar a significância dos dados por
meio da aplicação pretendida e delineada. Essa análise permite a exclusão de estágios do ciclo
de vida não significativos, exclusão de entradas e saídas ou inclusão de novos processos
elementares, devidamente justificados (ABNT, 2009c).

4.4.3 Avaliação do impacto do ciclo de vida (AICV)


Pode-se dizer que a AICV permite avaliar os resultados da análise do inventário de
acordo com a significância dos impactos ambientais potenciais do sistema de produto. Dessa
maneira, transforma os dados coletados e relatados na ICV em resultados segundo as
categorias de impacto selecionadas (ABNT, 2009c; EUROPEAN COMMISSION, 2010a).
Essa fase é caracterizada por elementos obrigatórios e opcionais, como denota a
Figura 11. Os elementos obrigatórios são: seleção das categorias de impacto, indicadores de
categoria e modelos de caracterização, classificação e caracterização e os elementos opcionais
são: normalização, agrupamento, ponderação e análise da qualidade dos dados. Devido a sua

5
análise de sensibilidade: “procedimentos sistemáticos para estimar os efeitos das escolhas feitas em termos de
métodos e dados nos resultados de um estudo.” (ABNT, 2009c, p.5)
42

natureza iterativa, vale salientar que a AICV estará sujeita à interpretação a fim de que os
dados sejam suficientes para atenderem aos critérios estabelecidos e definidos pelas etapas
anteriores (ABNT, 2009c).

Figura 11 – Elementos obrigatórios e opcionais da AICV

Fonte: adaptado de ABNT (2009c)

4.4.3.1 Seleção das categorias de impacto, indicadores de categoria e modelos de


caracterização
A seleção de categorias de impacto6 implica na escolha de um conjuto abrangente de
questões ambientais relacionadas ao sistema de produto e definidas no objetivo e escopo. Os
indicadores de categoria7 refletem de maneira quantificável os impactos de cada categoria, de
acordo com sua relevância ambiental. Os modelos de caracterização implicam na relação
entre os resultados da ICV, os indicadores de categoria e, em alguns casos, no ponto final de

6
categoria de impacto: “classe que representa as questões ambientais relevantes às quais os resultados da análise
do inventário do ciclo de vida podem ser associados”. (ABNT, 2009b, p. 6)
7
indicador de categoria: “representação quantificável de uma categoria de impacto”. (ABNT, 2009b, p.6)

42
43

categoria8. O fator de caracterização9 é um parâmetro necessário para converter os resultados


da ICV no indicador de categoria. Um exemplo desses conceitos consta no Quadro 2 (ABNT,
2009c).

Quadro 2 – Exemplo dos conceitos


Termo Exemplo
Categoria de impacto Mudança climática
Resultado da ICV Quantidade de gás metano por unidade funcional (kg)
Modelo da linha de base para 100 anos do Painel
Modelo de caracterização
Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC)
Indicador de categoria Forçamento radioativo infravermelho (W/m2)
Potencial de aquecimento global (kg CO2 – equilavente/ kg
Fator de caracterização
gás)
Resultado do indicador de categoria kg CO2 – equilavente/unidade funcional
Pontos finais da categoria Recifes de coral, florestas, plantações
O forçamento radioativo infravermelho representa os efeitos
potenciais sobre o clima, dependendo da adsorção
Relevância ambiental
cumulativa de calor pela atmosfera causada por emissões e
da distribuição da adsroção do calor ao longo do tempo
Fonte: adaptado de ABNT (2009c)

4.4.3.2 Classificação
A fase de classificação propõe a correlação entre os resultados da ICV, que permeiam
os aspectos ambientais, com as categorias de impacto selecionadas anteriormente. Deve-se
atentar para os aspectos que fazem parte de mais de uma categoria de impacto e àqueles que
se enquadram exclusivamente em uma única, levando em consideração os critérios
estabelecidos quanto aos indicadores de categorias e modelos de caracterização. Pode-se
observar um exemplo na Figura 12 (ABNT, 2009c).

8
ponto final de categoria: “atributo ou aspecto do ambiente natural, saúde humana ou recurso que identifica uma
questão ambiental merecedora de atenção”. (ABNT, 2009b, p.5)
9
fator de caracterização: “fator derivado da um modelo de caracterização que é aplicado para converter o
resultado da análise do inventário do ciclo de vida na unidade comum do indicador de categoria” (ABNT, 2009b,
p.5)
44

Figura 12 – Exemplo de classificação

Fonte: adaptado de Passuello (2007)

4.4.3.3 Caracterização
Costa (2007) ressalta que cada intervenção ambiental contribui com diferentes
intensidades de impactos ambientais, sendo assim, o resultado de contribuições em cada
categoria não é a simples soma de quantidades individualizadas. Nesse sentido, mostra-se a
necessidade da fase de caracterização.
Essa etapa permeia a análise da contribuição quantitativa de cada aspecto ambiental à
sua categoria de impacto, estabelecendo bases comparativas padronizadas, por meio do fator
de caracterização, citado anteriormente e exemplificado pelo Quadro 2. No caso em que se
observar que a qualidade dos dados não foi suficiente para atingir o objetivo proposto e
delineado pelo escopo, sugere-se uma coleta de dados iterativa e/ou um ajuste do objetivo e
do escopo (ABNT, 2009c).

4.4.3.4 Normalização
Essa fase é opcional e corresponde ao cálculo da magnitude dos resultados dos
indicadores de categorias em relação a um referencial ou uma base de referência. Os
resultados normalizados do estudo são obtidos a partir da divisão dos resultados da ICV pela

44
45

normalização de base, isso deve ser realizado separadamente por cada categoria de impacto
(EUROPEAN COMMISSION, 2010a).

4.4.3.5 Agrupamento
O agrupamento preconiza a aglomeração e/ou hierarquização de categorias de
impacto. Ele sugere dois procedimentos possíveis: agrupar as categorias em uma base
nominal, como por exemplo, escala global, regional e local ou classificar as categorias de
acordo com uma hierarquia, como por exemplo, alta, média e baixa. A aplicação desse
método é qualitativa e baseada na subjetividade e, portanto, poderá variar de acordo com o
autor e a finalidade do estudo (ABNT, 2009c).

4.4.3.6 Ponderação
A ponderação corresponde ao o processo de conversão dos resultados dos indicadores
de diferentes categorias por meio do uso de fatores numéricos baseados na escolha de valores.
A decisão do uso ou não desse passo deve estar bem sinalizada no escopo e deve ser
precedida pela etapa de normalização anteriormente citada. Para o cálculo desse passo é
geralmente realizada a multiplicação dos diferentes resultados da ICV normalizados pelos
pesos a eles atribuídos segundo critérios subjetivos. Vale acrescentar que a ponderação não é
aplicada em afirmações comparativas10 a serem divulgadas publicamente (ABNT, 2009c;
EUROPEAN COMMISSION, 2010a).

4.4.3.7 Análise da qualidade dos dados


Essa fase opcional consiste nas técnicas de contribuição, incerteza e de sensibilidade
para avaliar a qualidade dos dados. A técnica de contribuição permeia um procedimento
estatístico, como exemplo, a análise de Pareto. A técnica de incerteza é um procedimento para
identificar as incertezas nos dados e pressupostos. Ao final desta fase, pode-se utilizar a
técnica de sensibilidade, que corresponde a um procedimento para avaliar como modificações
nos dados e escolhas afetam a AICV (ABNT, 2009c).

10
afirmação comparativa: “reivindicação ambiental quanto à superioridade ou equivalência de um produto frente
a um produto concorrente que desempenha a mesma função”. (ABNT, 2009b, p.2)
46

4.4.4 Métodos específicos para AICV


O método de AICV referido pela ABNT pode ser considerado de acordo com Sanches
(2011) como uma estrutura genérica adotada internacionalmente. Entretanto, existem vários
métodos para a realização da AICV, desenvolvidos em várias partes do mundo e com o intuito
de atenderem as especificações de cada local. Segundo Humbert, Margni e Jolliet (2005) esses
métodos podem ser classificados entre duas formas, os métodos clássicos e os métodos
orientados para os danos, que se diferenciam preponderantemente pelo tipo de abordagem das
categorias de impacto selecionadas.
Os métodos clássicos restringem modelos quantitativos para limitar incertezas,
classificar e caracterizar os resultados da ICV em categorias de impacto na abordagem
midpoint. Os métodos orientados para os danos modelam os impactos segundo a abordagem
endpoint. A abordagem midpoint é caracterizada por impactos primários e a endpoint por
impactos secundários, vide Figura 13. Mouette e Fernandes (1996) definem que os impactos
primários ocorrem como consequência direta da intervenção humana e os secundários devido
ao desencadeamento de ações e reações (EUROPEAN COMISSION, 2010a; EUROPEAN
COMISSION, 2010b).

Figura 13 – Abordagem midpoint e endpoint

Fonte: adaptado de European Comission (2010a)

A fim de ilustrar alguns métodos de AICV, foi construído o Quadro 3 a seguir. Dentre
eles destaca-se o EDIP (Environmental Development of Industrial Products), de acordo com

46
47

Wenzel, Hauschild e Alting (1997). O EDIP foi desenvolvido em quatro anos com a
cooperação entre o Instituto de Desenvolvimento de Produto (IPL), a Universidade Técnica da
Dinamarca (DTU), a Confederação das Indústrias Dinamarquesas, a agência de proteção
ambiental dinamarquesa, o Ministério do Meio Ambiente da Dinamarca e cinco indústrias
dinamarquesas. Esse método é científica e tecnicamente comprovado, além de ser
internacionalmente aceito, sendo o método de referência do Ministério do Meio Ambiente da
Dinamarca, reconhecido pelos profissionais de ACV de todo o mundo (OMETTO, 2005).

Quadro 3 – Relação de alguns métodos de AICV


Método Origem Abordagem
CML 2001 Holanda Midpoint
E-I 99 Holanda Endpoint
EDIP1997 Dinamarca Midpoint
EDIP2003 Dinamarca Midpoint
EPS2000d Suécia Endpoint
IMPACT2002+ Suíça Midpoint
TRACI Estados Unidos Midpoint
LIME Japão Midpoint e Endpoint
LUCAS Canadá Midpoint
SALCA África do Sul Midpoint
Fonte: adaptado de Sousa (2008)

Pode-se observar que a maioria dessas metodologias está inserida no contexto


europeu, não existindo uma específica para o Brasil. Segundo Bueno et al. (2012) a
metodologia EDIP apresenta validade global para todos os impactos em sua primeira versão
de 1997. Na versão de 2003, a maioria das categorias se apresenta com aplicabilidade
direcionada à Europa, mostrando regionalização da AICV. Dessa forma, os mesmos autores
afirmam que o EDIP 1997 é um bom exemplo a ser seguido para o contexto brasileiro, pois
esta metodologia sofreu uma transformação na abrangência de aplicação de suas categorias de
impacto de global para regional.
Para o presente trabalho, devido à aplicabilidade, validade científica e abordagem
global, a metodologia selecionada foi o EDIP 1997 (WENZEL; HAUSCHILD; ALTING,
1997). Entretando ressalta-se a importância da criação de uma metodologia
predominantemente brasileira para promover um cenário mais regionalizado do país e atender
as demandas existentes.
48

 EDIP 1997
O método EDIP (WENZEL; HAUSCHILD; ALTING, 1997) possui diversas
categorias de impacto, citadas a seguir: aquecimento global; depleção de ozônio
estratosférico, formação fotoquímica de ozônio; acidificação; eutrofização; ecotoxicidade;
toxicidade humana; e resíduos.
Como estas categorias de impacto se remetem à sua escala geográfica, convém
diferenciá-las em escalas de abrangência: local, regional ou global. Wenzel, Hauschild e
Alting (1997) citam que a aplicação local é aquela em que os efeitos dos impactos ambientais
ocorrem sobre fontes individuais significativas, limitados à vizinhança imediata.
A regional causa efeito em uma área com raio de 100 a 1000 km e também dependerá
da fragilidade e/ou potencialidade do meio ambiente. A global é aquela em que os efeitos
perfazem todo o planeta. Dessa forma, no Quadro 4 encontram-se as categorias de impacto
selecionadas para o presente estudo.

Quadro 4 – Enquadramento da escala geográfica nas categorias de impacto


Escala geográfica
Categoria de impacto
Local Regional Global
Aquecimento Global X
Formação fotoquímica de Ozônio X X
Acidificação X X
Eutrofização X X
Ecotoxicidade X X
Toxicidade humana X X
Resíduos X X
Fonte: Wenzel, Hauschild e Alting (1997)

Vale salientar que o presente estudo também incluiu as seguintes categorias: Consumo
de recursos energéticos e Consumo de recursos materiais. Essas categorias são muito
importantes para o tema em estudo devido ao grande impacto ambiental que exercem. Ambas
enquadram-se em impactos regionais/globais, já que o consumo de diesel e de demais
materiais afetam a disponibiliadade global desses recursos. A criação de novas categorias de
impacto está prevista no método EDIP, que orienta a descrição e justificação das mesmas.
A seguir, serão descritos os aspectos de cada categoria selecionada.

 Aquecimento Global
Segundo Wenzel, Hauschild e Alting (1997) a atmosfera terrestre absorve parte da
energia emitida como radiação infravermelha e isso provoca o seu aquecimento. Esse efeito
pode ser considerado natural e é o responsável pela manutenção da vida no planeta.
48
49

Entretanto, na medida em que as atividades antrópicas possibilitaram a emissão acentuada de


gases de efeito estufa, esse efeito agrava-se e traz o aumento da temperatura média global e
demais variações climáticas repentinas.
Dentre alguns desses gases de efeito estufa (GEEs), estão (STRANDDORF;
HOFFMANN; SCHMIDT, 2003): dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso
(N2O), clorofluorcarbonos (CFCs), hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), hidrofluorcarbonos
(HFCs), halogênios associados a cadeias carbônicas, tetraclorometano (CCl4), 1,1,1-
tricloroetano (CCl3CH3) e monóxido de carbono (CO). Salienta-se que o CO2 e o CH4
contribuem com mais de 80% com o aquecimento global.
O aquecimento global é considerado um impacto global e o resultado da ICV deve ser
expresso em termos de dióxido de carbono equivalente (CO2 eq), correspondendo ao fator de
caracterização da categoria (OMETTO, 2005).

 Formação fotoquímica de ozônio


Quando solventes e outros componentes orgânicos voláteis são emitidos para a
atmosfera e geralmente são degradados em poucos dias por meio de sua oxidação. Na
presença de óxidos de nitrogênio (NOx), essa reação pode resultar na formação de ozônio
(O3) e é denominada por formação fotoquímica de ozônio por ocorrer com o auxílio da luz
solar. O O3 é um gás benéfico na estratosfera por proteger a terra da radiação ultravioleta
(UV), entretanto, na troposfera pode causar muitos problemas aos seres vivos (WENZEL;
HAUSCHILD; ALTING, 1997).
Essa categoria de impacto enquadra-se na escala regional/local foi escolhida por ser
resultante da combustão incompleta de combustíveis fósseis. O fator de caracterização perfaz
o eteno (C2H2), representando o potencial de formação fotoquímica de ozônio que seria
causado pelo eteno (OMETTO, 2005). O método EDIP divide essa categoria em duas: alto
NOx e baixo NOx. No presente estudo adotou-se os valores para alto NOx.

 Acidificação
Quando compostos podem ser emitidos e convertidos em ácidos na atmosfera, devido
ao ciclo hidrológico, estes poderão ser depositados novamente na água e no solo, ocasionando
baixa de pH e favorecendo a acidificação do meio. Como consequência poderá ocorrer o
desaparecimento de florestas, declínio da população de peixes, corrosão de monumentos
arquitetônicos, entre outros (WENZEL; HAUSCHILD; ALTING, 1997).
50

Essa categoria enquadra-se na escala regional/local e está atrelada ao estudo pelos


compostos potenciais de geração da acidificação também serem resultantes da queima
incompleta de combustíveis fósseis. O fator de caracterização perfaz o dióxido de enxofre
(SO2).

 Eutrofização
A eutrofização é o enriquecimento de nutrientes na água ou no solo principalmente por
compostos de fósforo e nitrogênio. Ela impacta os ecossistemas, preferencialmente os
ambientes aquáticos, pois a diminuição da concentração de oxigênio nas águas, devido à
decomposição desses nutrientes, poderá levar a extinção de peixes e demais organismos. O
fator de caracterização utilizado no EDIP 1997 é kg NO3-eq (SILVA, 2012).

 Ecotoxicidade
As atividades antrópicas podem emitir substâncias químicas que contribuem para a
ecotoxicidade se elas alterarem a estrutura dos ecossistemas e causarem efeitos tóxicos nos
organismos vivos. A ecotoxicidade é uma categoria de impacto regional/local e está inserida
no contexto devido à emissão de substâncias como hidrocarbonetos, metais, poluentes
orgânicos persistentes (POPs), etc no ciclo de vida da brita.
O fator de caracterização permeia o volume do compartimento ambiental afetado
(água ou solo) necessário para neutralizar ou diluir a substância tóxica a fim de que seus
efeitos não causem danos toxicológicos (OMETTO, 2005; WENZEL; HAUSCHILD;
ALTING, 1997).

 Toxicidade humana
Especificamente para a toxicidade humana avalia-se a contribuição das substâncias
químicas ocasionadas pelas atividades antrópicas via exposição do ser humano ao meio. A
toxicidade humana é uma categoria de impacto regional/local e insere-se pelo ciclo de vida da
brita emitir substâncias que podem influenciar negativamente a saúde humana. Como ocorre
semelhantemente à categoria anterior, o fator de caracterização corresponde ao volume do
compartimento ambiental afetado (ar, água ou solo) necessário para neutralizar ou diluir a
substância tóxica a fim de que seus efeitos não causem danos ao homem (OMETTO, 2005;
WENZEL; HAUSCHILD; ALTING, 1997).

50
51

 Resíduos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) no texto da lei, já inclui o
conceito de ciclo de vida em suas definições iniciais, tendo em vista a importante relação
entre a destinação final dos produtos e seus processos de obtenção. Dessa forma, define-se
também o conceito de resíduos sólidos:

material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em


sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado
a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica
ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.
(BRASIL, 2010, p.2)

Segundo Brasil (2010), os resíduos provenientes da ACV da brita são classificados,


quanto sua origem, em dois tipos: resíduos de mineração e resíduos da construção civil. O
primeiro tipo refere-se àqueles gerados na extração e beneficiamento da brita, que nesse
estudo estará restrito ao pó de brita. E o segundo refere-se à brita propriamente dita pós uso
nas construções, reformas, reparos e demolições.
O método EDIP (WENZEL; HAUSCHILD; ALTING, 1997) indica que os resíduos
devem ser classificados em: resíduos sólidos, resíduos perigosos, resíduos radioativos e
resíduos de incinerações (cinzas e escórias). O método não cita fatores de caracterização a
essa categoria, mas descreve alguns parâmetros para normalização e ponderação.

 Consumo de recursos energéticos


Essa categoria foi dividida em duas: Consumo de recursos energéticos renováveis e
Consumo de recursos energéticos não renováveis. O fator de caracterização utilizado é a
quantidade de energia em kWh.

 Consumo de recursos materiais


Essa categoria foi dividida em duas: Consumo de recursos materiais renováveis e
Consumo de recursos materiais não renováveis. O fator de caracterização utilizado é a
quantidade de material em kg.
52

4.4.5 Interpretação do ciclo de vida


Essa fase inclui alguns elementos, como a identificação de questões significativas com
bases nos resultados das fases de ICV, AICV da ACV, a avaliação do estudo perante a
verificação de completeza11, sensibilidade12 e consistência13 (ABNT, 2009c). A interpretação
interage com as outras três fases da ACV, como pode ser observado na Figura 8. Portanto, se
os resultados pretendidos da ICV ou da AICV não alcançarem os requisitos do objetivo e
escopo, deverão ser realizadas ações que alterem as fronteiras do sistema, proporcionem nova
coleta de dados, e abranjam outra metodologia para a AICV. Segundo Jensen et al. (1997)
esse processo interativo se repetirá até que se alcance os requisitos propostos, ou seja, o item
3:

1) Identificar as questões ambientais significativas;


2) Avaliar a metodologia e os resultados, de acordo com a integridade, sensibilidade
e consistência;
3) Verificar se as conclusões estão consistentes com os requisitos do objetivo e
escopo do estudo, incluindo em particular, os requisitos de qualidade dos dados, a
predefinição de valores e os requisitos das aplicações;
4) Se o item anterior for concluído, o estudo está finalizado, se não, retornar aos
itens 1 e 2.
(JENSEN et al., 1997, p.70)

De acordo com European Comission (2010a) a fase de interpretação possui dois


objetivos fundamentais, bem distintos. O primeiro denota que a interpretação é realizada na
medida em que as fases iterativas da ACV se desenvolvem, com o intuito de alinhar o
objetivo com os resultados da ICV e AICV. O segundo refere-se ao resultado final, em que a
interpretação é aplicada para promover conclusões mais robustas e recomendações,
principalmente no caso de afirmações comparativas que serão disponibilizadas ao público.

11
verificação de completeza: “processo para verificar se as informações derivadas das fases precedentes de uma
avaliação do ciclo de vida são suficientes para se chegar a conclusões de acordo com a definição do objetivo e
escopo”. (ABNT, 2009b, p.6)
12
verificação de sensibilidade: “processo para verificar se as informações obtidas através de uma análise de
sensibilidade são relevantes para se chegar às conclusões e emitir recomendações”. (ABNT, 2009b, p.6)
13
verificação de consistência: “processo para verificar, antes de se consolidarem as conclusões do estudo, se os
pressupostos, métodos e dados são aplicados de forma consistente ao longo do estudo e se estão de acordo com a
definição do objetivo e do escopo”. (ABNT, 2009b, p.6)

52
53

5 METODOLOGIA APLICADA AO ESTUDO


A metodologia aplicada no presente trabalho foi desenvolvida obedecendo às
recomendações das normas brasileiras que regulamentam a ACV, nas suas quatro fases.

5.1 Definição de objetivo e escopo


Inicialmente foi realizado um plano de trabalho contendo as especificações iniciais do
estudo, as principais recomendações, os pressupostos e as aplicações pretendidas. No
desenvolvimento do presente estudo, esses aspectos iniciais de objetivo e escopo foram sendo
alterados. Também nessa fase de planejamento foi realizado um cronograma de estudo e
planejada uma visita técnica a uma mineradora de brita.
Além disso, foi criado um banco de dados que consta de artigos científicos, teses,
dissertações e demais publicações que tratam sobre o tema a fim de estabelecer bases para a
revisão bibliográfica da ACV. Sendo assim, buscou-se o conhecimento do sistema de produto
analisado e a descrição de cada processo elementar dentro das fronteiras do sistema
estabelecidas. Foi discutida e definida a metodologia específica para a AICV e demais
critérios que orientaram a coleta de dados da ICV. Foi definida também a unidade funcional e
posterior bases de cálculos, valores de referência, categorias de impacto e demais
considerações para a AICV.

5.2 ICV
A ICV foi realizada conforme a Figura 14. Inicialmente deu-se a preparação para a
coleta de dados que correspondeu à formulação de um questionário, constante no Apêndice A
que contemplou um universo amplo de dados, desde quantidade de combustível utilizada nos
caminhões até dados referentes à geologia do local.
54

Figura 14 – Etapas da ICV

Fonte: adaptado de ABNT (2009c)

Após isso realizou-se a coleta de dados propriamente dita, por meio de uma visita
técnica junto a uma mineradora no município de Limeira – SP, na qual foi aplicado o
questionário elaborado, realizou-se um acervo fotográfico e entrevistas com os profissionais
da área.
Realizou-se a partir disso, validação dos dados que consistiu em separar os dados
realmente necessários ao estudo dos demais dados. De acordo com ABNT (2009c), é
importante para verificar se a qualidade dos dados é consistente com a aplicação requerida.
A etapa de correlação dos dados permitiu que os dados fossem ajustados na unidade
dimensional comum de kg de substância por m2 de edificação no que diz respeito à unidade
funcional estabelecida. Todos esses cálculos foram realizados por meio do software Microsoft
Excel 2010.
Os dados brutos, provenientes de diferentes unidades dimensionais foram traduzidos
primeiramente em quantidade de substância por m3 de brita. Após isso, os dados foram
ajustados para o equivalente em m3 de concreto e multiplicados pela quantidade total de
concreto do edifício, obtendo assim a quantidade total de cada substância utilizada para a
construção da edificação.

54
55

Por fim, para que os dados fossem ajustados na unidade funcional estabelecida, foi
necessário dividir esses valores pela quantidade total de brita utilizada no edifício e
multiplicar pela taxa de consumo estabelecida de brita por m2 de edificação, para exemplificar
o disposto, encontra-se em anexo o Apêndice B.
Aplicou-se também a fase de Interpretação, que permeou toda a ACV. Assim a
verificação de sensibilidade das entradas e saídas, permitiu a exclusão de um estágio do ciclo
de vida não significativo e a inclusão de dados referentes aos processos de beneficiamento
que não foram contemplados na visita técnica por necessitarem de maiores especificações
técnicas.
Dessa forma notou-se a necessidade de incrementação e aquisição de novos dados, a
fim de suprir necessidades não identificadas inicialmente. Para isso, o contato com os
profissionais da mineradora via e-mail e telefone foi essencial para suprimir essas
necessidades e completar o estudo, pois foram enviadas planilhas de gastos com diesel, óleos
lubrificantes, fluxogramas do processo de beneficiamento, entre outros dados. Esse processo
iterativo permite atingir a qualidade e quantidade de dados desejados e inseridos na finalidade
do estudo. Após todas essas definições e cálculos, o inventário foi finalizado.

5.3 AICV
Primeiramente foi realizado um quadro que exemplifica qualitativamente os impactos
ambientais associados ao ciclo de vida da brita. Esse quadro foi realizado com o auxílio da
revisão bibliográfica e visitas técnicas a outras minerações de brita, com o intuito de elencar
os principais aspectos relevantes à extração, uso e disposição final desse material.
Foram realizados todos os elementos obrigatórios da AICV quais sejam: seleção das
categorias de impacto, classificação e caracterização. Inicialmente, após a realização da ICV,
as categorias de impacto foram ampliadas devido à grande quantidade de dados obtida. Para
critérios relevantes obtidos no estudo, foi adicionada a categoria de Consumo de recursos
energéticos (renováveis e não renováveis), que não consta no EDIP 1997, porém é muito
importante para a presente ACV. A categoria de recursos energéticos renováveis indicou
todos aqueles conseguidos por meio de usinas hidrelétricas, biomassa da cana e biomassa
tradicional e outras renováveis, como eólicas e solares.
E a categoria de recursos energéticos não renováveis correspondeu àqueles obtidos por
usinas movidas a petróleo, gás natural, carvão mineral e urânio. O mix energético adotado
56

para a geração de energia elétrica foi de 88,8% proveniente de fontes renováveis e 11,2% de
fontes não renováveis (BRASIL, 2012).
Vale salientar que a categoria de Consumo de recursos materiais foi subdividida em:
Consumo de recursos materiais renováveis, correspondente ao consumo de água e Consumo
de recursos materiais não renováveis, correspondentes ao consumo de basalto, aditivos, óleos
e diesel.
Sendo assim, as categorias de impacto selecionadas foram: Eutrofização; Formação de
ozônio fotoquímico; Consumo de recursos energéticos não renováveis; Consumo de recursos
energéticos renováveis; Consumo de recursos materiais renováveis; Consumo de recursos
materiais não renováveis; Aquecimento global; Toxicidade humana (ar); Toxicidade humana
(água); Toxicidade humana (solo); Ecotoxicidade aguda (água); Ecotoxicidade crônica (água);
Ecotoxicidade crônica (solo); Acidificação; Resíduos perigosos e Resíduos de construção
civil. Cada substância constante no ICV foi classificada em uma dessas categorias, como
consta no Apêndice C.
Por meio do método EDIP 1997, foram obtidos os fatores de caracterização de cada
categoria de impacto, que também está apresentado no Apêndice C. Esses valores estavam
representados em termos das unidades das categorias de impacto por quantidade da
substância, ou seja, para a obtenção dos valores de caracterização foi necessário dividir os
resultados da ICV pelos fatores de caracterização mencionados.
Dentre os elementos opcionais foi realizada apenas a normalização para se estabelecer
critérios comuns para a comparação entre as categorias. Para isso, os valores de cada
categoria (exceto as categorias de Consumo de recursos materiais e Consumo de recursos
energéticos, por não possuírem valores de normalização) foram divididos pelos valores de
normalização constantes no EDIP 1997. Após a realização desse elemento opcional foram
hierarquizadas as etapas críticas do ciclo de vida da brita e demais análises específicas das
categorias de impacto importantes.
As etapas críticas foram selecionadas por meio da realização de um diagrama de
Pareto. Nesse diagrama optou-se por considerar as categorias de impactos que se encaixam no
Princípio de Pareto que rege o diagrama, sendo que 80% das consequências advêm de 20%
das causas. Dessa maneira, foram selecionadas as categorias de impacto e foram identificadas
as etapas críticas em que elas possuem os maiores valores quantitativos.
Como o método EDIP não contempla todas as categorias foram realizadas também
algumas análises específicas sobre o consumo de recursos materiais, recursos energéticos e
56
57

resíduos. E também análises especiais que contemplaram a realização de gráficos sobre o


consumo de diesel, água e emissão de gases.
Por fim, fez-se também a extrapolação dos resultados que consistiu na obtenção da
emissão de gás carbônico para um novo edifício-exemplo, com o mesmo padrão da unidade
funcional. Essa extrapolação serve de base para a utilização desses dados em qualquer tipo de
edifício, respeitando o mesmo padrão, apenas variando a quantidade de pavimentos e área
construída.

5.4 Interpretação
Essa fase que permeou todo o estudo foi essencial e caracterizada pelas verificações
de: completeza, sensibilidade e consistência. Essa fase, juntamente com as anteriores
possibilitou as considerações finais do estudo e as recomendações para trabalhos futuros,
sendo condizentes com os objetivos propostos.
Segundo a ABNT (2009c), a verificação de completeza “busca assegurar que todas as
informações e dados requeridos de todas as fases foram utilizados e estão disponíveis para a
interpretação”. Dessa maneira, essa informação pode ser um valor empírico, para assegurar
que nenhuma informação importante tenha sido esquecida. A norma sugere a utilização de
listas de verificação para avaliar se todos os parâmetros do inventário, como emissões,
energia, recursos, resíduos, etc., foram atendidos.
A verificação de sensibilidade “busca determinar a influência de variações nos
pressupostos” (ABNT, 2009c). Dessa forma, essa análise pode ser muito bem considerada no
critério de corte utilizado e influenciará os parâmetros adotados. Essa verificação foi realizada
para alguns parâmetros e consta nos resultados.
A verificação da consistência busca “determinar se os pressupostos, métodos, modelos
e dados são consistentes ao longo do ciclo de vida de um produto ou entre diversas opções”.
Em relação ao presente estudo, considerou-se o método EDIP 1997, como consta na
justificativa possui uma abordagem mais ampla e é comumente utilizado na comunidade
acadêmica.
Consequentemente, os modelos utilizados são cientificamente aceitos e toda a base
matemática está descrita em Wenzel, Hauschild e Alting (1997). Os principais dados
utilizados, como descritos anteriormente, são primários e condizentes com a realidade
brasileira. Entretanto, para a quantificação de alguns indicadores foram utilizados dados
secundários, como valores de referência, de fontes secundárias internacionais e literatura
58

científica. Vê-se dessa maneira, a necessidade da realização de uma base de dados nacional,
condizentes com a realidade local e que possa auxiliar no desenvolvimento de novas
pesquisas.

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da aplicação da metodologia no presente estudo da ACV da brita foi possível
obter os resultados, os quais estão concatenados nos seguintes itens: Definição de objetivo e
escopo, ICV, AICV e Interpretação.

6.1 Definição de objetivo e escopo


Nesse item foram tratados o objetivo e escopo do estudo da ACV da brita.

6.1.1 Objetivo
O propósito do estudo é o desenvolvimento de informações científicas acerca da brita
para ser aplicada em estudos que visem a sustentabilidade desse material. A principal razão
para a realização do estudo é a verificação de impactos ambientais desde a extração da
matéria-prima até a disposição final do produto, denotada por grandes modificações e
degradações do meio ambiente. O estudo é classificado como ACV não comparativa e o
público alvo é a comunidade acadêmica e demais interessados no setor da construção civil.

6.1.2 Escopo
De acordo com European Comission (2010a) o escopo foi dividido nas seções que se
seguem.

 Função
A brita serve como material de suporte e enchimento do concreto com a função
principal de dar volume e resistência ao mesmo.

 Unidade funcional
A unidade funcional definida foi a de um edifício padrão multifamiliar R8 - B (Padrão
baixo), composto por um pavimento térreo e sete pavimentos tipo e cujas demais

58
59

especificações constam na norma ABNT (2005). Os cálculos se restringiram ao projeto


estrutural do edifício, cuja resistência do concreto definida foi de 25 MPa.

 Fluxo de referência
Por meio da unidade funcional, foi definida também a quantidade total de brita
utilizada que é de 394,09 m3 sendo constante a taxa de 0,19 m3 de brita por m2 de edificação.
A especificação da brita é correspondente à zona granulométrica 9,5/25 (ABNT, 2009a), ou
comercialmente denominada por brita 1 (ABNT, 1993).
Além disso, adotou-se que para cada m3 de concreto utilizou-se 0,8360 m3 de brita
(TCPO, 2003). A quantidade total de concreto utilizada para a construção da unidade
funcional foi de 471,4 m3, cuja massa específica adotada foi de 2379,85 kg/m3 (BESSA,
2011). O parâmetro adotado de consumo de concreto em m3 por m2 de construção foi de 0,23
m3/ m2 de edificação.
Dessa forma, o fluxo de referência adotado foi definido por: quantidade da substância
em kg por m2 de edificação.

 Sistema de produto
O sistema de produto analisado permeia as seguintes etapas: extração, beneficiamento,
armazenagem, transporte, uso e disposição final. Vale acrescentar que na etapa de
armazenagem (Etapa 4) não foi considerado nenhum fluxo de entrada e de saída, pois é uma
etapa temporária. As seis primeiras etapas foram verificadas em campo por meio de uma
visita técnica realizada no dia 20 de junho de 2012, junto a uma mineradora no município de
Limeira – SP. Para orientar a obtenção de dados foi aplicado um questionário, que consta no
Apêndice A. O fluxograma do sistema de produto pode ser visto na Figura 15.
60

Figura 15 – Fluxograma das etapas

Etapa 1 - Extração
Na etapa de extração a brita é extraída a céu aberto por meio do desmonte por
explosivos, Figura 16. De acordo com Ferreira, Daitx e Dallora Neto (2006), esse tipo de
desmonte pode gerar além de poeira e materiais particulados, gases que incluem o CO2, N2,
vapor d’água e alguns gases tóxicos, como o CO e o NOx. Esses gases tóxicos são gerados
quando há uma dosagem inadequada dos explosivos.

60
61

Figura 16 – Extração a céu aberto

O tipo de explosivo utilizado é por emulsão, conhecido comercialmente como ANFO,


do inglês ammonium nitrate e fuel oil, ou seja, uma mistura de nitrato de amônio (NH4NO3) e
um combustível adequado (CH2) (BRITANITE, 2010). A seguir, tem-se a Equação 1, que
representa a decomposição do ANFO em um sistema equilibrado em oxigênio (TORRES;
GAMA, 2005):

3NH4NO3 + CH2 → 3N2 + CO2 + 7H2O + energia (1)

Dados da mineradora indicam que para cada m3 de brita extraída são necessários cerca
de 700 g de explosivos. Para haver a colocação do explosivo, há a utilização de uma
perfuratriz (PW 5000), movida por um compressor (CPB101) como indica a Figura 17, que
consome aproximadamente 35,12 L/h de diesel. Vale destacar que todo o diesel consumido
pela empresa é do tipo S500 e os dados referentes às propriedades do diesel foram obtidos por
Braun, Appel e Schmal (2003), Castellanelli et al. (2008) e Longhi et al. (2004).
62

Figura 17 – Detalhe da perfuratriz e do compressor

É importante destacar que os impactos visuais e de modificação do uso do solo


relativos à extração e o passivo ambiental referente à cava não foram contemplados no
presente estudo, nem inseridos nas categorias de impacto constantes no método de avaliação
utilizado.

Etapa 2 - Transporte da extração ao beneficiamento


Para transportar o material da jazida ao beneficiamento, há a utilização de
escavadeiras, consumindo 9,07 L/h de diesel, que transferem o material para caminhões 6x4,
consumindo 1,07 km/L, como ilustra a Figura 18. Os caminhões percorrem cerca de 1 km até
o beneficiamento. Outro aspecto importante é que há a geração de poeiras devido a
movimentação dos veículos, para isso, é necessário aproximadamente 60.000 L de água por
dia para a nebulização das vias, essa água é proveniente de caminhões pipa.
De acordo com a mineradora estudada a distância média percorrida pelos caminhões
da extração ao beneficiamento é de 1km. Vale notar também que o material particulado
proveniente dessa movimentação dos veículos não foi contemplado no estudo, por não ter
sido quantificado.

62
63

Figura 18 – Transporte ao beneficiamento

Etapa 3 - Beneficiamento
A etapa de beneficiamento corresponde à adequação granulométrica do basalto nas
faixas comerciais desejadas. Para isso há vários processos de peneiramento e fragmentação da
rocha também conhecida por britagem. No presente estudo todos os equipamentos são
movidos à energia elétrica e há consumo de água no processo da ordem de 10.000 litros por
dia. Vale salientar que as perdas materiais da brita no processo que correspondem à eficiência
do mesmo não foram consideradas.
Na Figura 19 e no Quadro 5 estão descritos e tipificados os equipamentos adotados
nesse processo. Os dados das propriedades dos óleos lubrificantes foram obtidos por Petrobras
(2013a, 2013b, 2013c e 2013d) e West Chemical (2013), sendo que não foi considerado a
combustão desses óleos, por ser um maquinário relativamente recente e passível de
manutenção.
64

Figura 19 – Esquema de beneficiamento com setas indicando o sentido do processo

64
65

Quadro 5 – Lista dos equipamentos do beneficiamento


Item Equipamento Código
01 Alimentador EBB037
02 Britador primário de mandíbula EBB409
03 Correia transportadora TC00 TC00
04 Material Refugo
05 Correia transportadora TC1 TC01
06 Material Pedra rachão n.1
07 Calha vibratória EBB161
08 Correia transportadora TC2 TC02
09 Grelha EBB243
10 Britador secundário EBB002
11 Correia transportadora TC3 TC03
12 Correia transportadora TC4 TC04
13 Material Rachão classificado
14 Correia transportadora TC5 TC05
15 Peneira vibratória EBB124
16 Correia transportadora TC6 TC06
17 Britador EBB174
18 Correia transportadora TC7 TC07
19 Correia transportadora TC8 TC08
20 Britador Renco EBB163
21 Peneira vibratória EBB356
22 Correia transportadora TC9 TC09
23 Correia transportadora TC10 TC11
24 Correia transportadora TC11 TC10
25 Correia transportadora TC12 TC12
26 Correia transportadora TC13 TC13
27 Material Brita n.3
28 Correia transportadora TC14 TC14
29 Peneira vibratória EBB057
30 Correia transportadora TC15 TC15
31 Correia transportadora TC16 TC16
32 Correia transportadora TC17 TC17
33 Material Brita n.1
34 Material Pedrisco
35 Material Pó de pedra
36 Material Bica corrida
37 Material Brita n.2

Após ser transportada pelos caminhões, a brita passa ao processo de beneficiamento,


que se inicia no alimentador (item 01 do Quadro 5, Figura 20) passando ao britador de
mandíbula (item 02 do Quadro 5, Figura 21).
66

Figura 20 – Detalhe do caminhão descarregando o material no início do


processo de beneficiamento

Figura 21 – Britador primário com detalhe do uso de água

Como visto anteriormente, a pedra passará por sucessivos estágios de fragmentação,


peneiramento e transporte por correias, Figura 22, até que se atinja a granulometria almejada,
como visto na Figura 23.

66
67

Figura 22 – Correia transportadora T04

Figura 23 – Detalhes das pilhas de diferentes granulometrias

Foi quantificado todo o consumo em kWh de energia nessa etapa, considerando os


dados da mineradora estudada e suas correções quanto à unidade funcional adotada.
68

Etapa 4 - Armazenagem
Nessa etapa a brita é armazenada temporariamente, em pilhas a céu aberto e não há
utilização de materiais ou energia, Figura 24.

Figura 24 – Pilha de armazenamento

Nota-se na Figura 24 a emissão de material particulado, denotado pela poeira. A


quantificação desse material particulado pode ser objeto de futuras pesquisas relacionadas aos
seus impactos.

Etapa 5 - Transporte do beneficiamento aos caminhões


Após o armazenamento temporário, a brita é transportada por meio de pás
carregadeiras (Figura 25), que consomem 10,1 L/h de diesel, aos caminhões que levarão o
produto ao consumidor final.

68
69

Figura 25 – Transporte aos caminhões

Etapa 6 - Transporte aos centros consumidores


O transporte aos centros consumidores é terceirizado, portanto há uma grande
variedade de tipos de caminhões que o realizam. Para simplificar o estudo, convencionou-se a
utilização de um caminhão (Figura 26) com potência 250 CV, ano 2010, com a capacidade de
12 m3 ou 14 a 15 toneladas de brita, fazendo 3,4 km/L, utilizando diesel S500.
A distância média aos centros consumidores é de 50 km, a mínima é de 1 km e a
máxima 150 km. Distâncias maiores inviabilizam economicamente o processo. Para o
presente estudo adotou-se a distância média de 50 km.
70

Figura 26 – Transporte final

Etapa 7 – Uso
Após ser beneficiada e levada aos centros consumidores, a brita é incorporada no
concreto em usinas. Nesse processo, foi considerada a quantidade de água necessária para a
obtenção do concreto e a energia elétrica gasta em uma usina de concreto para a obtenção do
mesmo. Vale salientar que para obter o fluxo de referência em questão realizou-se a alocação,
considerando que todas as entradas e saídas baseadas no concreto foram ajustadas em 83,6%
que corresponde ao volume de brita no mesmo.
Não foi considerado o transporte da usina aos locais de edificação e suas entradas não
foram quantificadas. No que tange à edificação em si, a durabilidade adotada para o edifício
foi de 75 anos, contemplada em ABNT (2013). Além disso, de acordo com Agopyan et al.
(2003), foi adotada a perda de 9% em volume de concreto na construção.
Após determinado tempo de uso da edificação, foi considerada também a realização de
uma reforma com aquisição de 5% em volume de concreto, definida por ABNT (2013) e
ABNT (1998). Para essa nova aquisição, foi apenas considerada a obtenção de recursos
materiais, não sendo contemplados os impactos desde o início do ciclo de vida.

Etapa 8 – Disposição final


O presente estudo adotou que depois de transcorridos os 75 anos, o edifício em sua
totalidade, no que tange a sua estrutura, seria demolido e os resíduos seriam dispostos em um
aterro de inertes. Como após a realização do concreto não é possível a separação da brita, foi

70
71

necessário realizar novamente a alocação para atribuir os valores das entradas e saídas. A
distância da edificação ao aterro foi estimada em 50 km e o caminhão adotado o mesmo da
Etapa 6.

 Fronteiras do sistema e critérios de corte


Adotou-se a fronteira cradle to grave, ou seja, do berço ao túmulo considerando todas
as etapas do ciclo de vida da brita. O critério de corte adotado foi de 5% em massa de cada
substância em relação ao total do fluxo de entrada de cada etapa. Vale salientar que se a
substância for considerada impactante ambientalmente ela será computada na ICV, mesmo
não se enquadrando nesse critério de corte referido por sua massa.
Outro aspecto importante considerado é a reabsorção de gás carbônico com o decorrer
da construção da estrutura. Entretanto, como a etapa de fabricação do cimento está fora do
escopo do estudo, não se considerou essa reabsorção (SHAO; MIRZA; WU, 2006).
Posto isso, como foram utilizados alguns dados de Sheehan et al. (1998) é necessário
dizer que estes não consideram relevantes as emissões da combustão do diesel para a água ou
para o solo. Mais precisamente voltado ao critério de corte, não considerou-se a emissão de
naftalenos, por serem inferiores ao valor considerado (PETROLEUM HPV TESTING
GROUP MEMBER COMPANY, 1997).

 Modelagem para ICV


A modelagem utilizada é do tipo atribucional. De acordo com European Comission
(2010a) o modelo atribucional remete a uma ACV descritiva, mensurável, com dados
históricos e que perpassa a descrição de impactos potenciais atribuídos a um produto ou
sistema de produtos.

 Representatividade e adequação dos dados da ICV


A representatividade geográfica dos dados primários remete à região do município de
Limeira-SP, a representatividade tecnológica remete ao processo do produto, que é
comumente utilizado em minerações de brita e a representatividade temporal identifica que os
dados primários foram obtidos no ano de 2012.
72

No que tange aos dados secundários, estes são variáveis em relação à


representatividade geográfica, pois há uso de dados nacionais e internacionais. A
representatividade tecnológica e a temporal também sofrem variações.
Vale acrescentar que a durabilidade adotada da estrutura foi de 75 anos, de acordo
com a ABNT (2013). De acordo com Mehta e Monteiro (2008), a representatividade temporal
global do estudo é de 35 anos tendo em vista que até 2050 haverá intenso uso do concreto nos
moldes tradicionais da construção civil.

 Bases para AICV


A AICV teve por método o EDIP 1997 (WENZEL; HAUSCHILD; ALTING, 1997)
com as seguintes categorias de impacto, citadas a seguir: Eutrofização; Formação de ozônio
fotoquímico; Consumo de recursos energéticos não renováveis; Consumo de recursos
energéticos renováveis; Consumo de recursos materiais renováveis; Consumo de recursos
materiais não renováveis; Aquecimento global; Toxicidade humana (ar); Toxicidade humana
(água); Toxicidade humana (solo); Ecotoxicidade aguda (água); Ecotoxicidade crônica (água);
Ecotoxicidade crônica (solo); Acidificação; Resíduos perigosos e Resíduos de construção
civil. Estes correspondem aos impactos do tipo midpoint.

 Tipo, qualidade e fontes de dados e informações


Os dados utilizados na ICV foram de fontes primárias obtidas em campo, secundárias
obtidas na literatura, através também de estimativas e demais dados oferecidos pela
mineradora.

 Revisão crítica
A revisão crítica foi feita pelos especialistas da banca, sendo que esta fase é muito
benéfica para a qualidade, credibilidade e o valor do estudo. Assim, o tipo de revisão crítica
foi do tipo interna independente.

 Relatório da ACV
O relatório da ACV compôs a dissertação de mestrado, enquadrando-se na forma
clássica, com detalhamento, constando um texto detalhado com gráficos, quadros e figuras,
sendo preferencialmente de uso interno.

72
73

6.2 ICV
Após a Definição de obteivo e escopo, foi realizada a etapa de ICV, previamente
descrita na metodologia.

 Preparação e coleta de dados


Na etapa de preparação para a coleta de dados foi realizado um questionário para
orientar a coleta de dados. Após isso, foi feita uma visita técnica a uma mineradora de basalto
na região de Limeira – SP, com a finalidade de coletar dados primários e realizar um acervo
fotográfico das etapas que perfazem o sistema de produto. Além disso, foram utilizados
também dados secundários, provenientes de literatura específica e alguns dados estimados e
orientados para os devidos fins do estudo.

 Validação e correlação dos dados


O inventário permeou a quantificação de entradas e saídas dos fluxos de materiais e
energia incluídos na fronteira do estudo, a fim de estabelecer bases concretas para a
quantificação e interpretação dos impactos do ciclo de vida decorrentes do produto em estudo.
Dessa forma, foram feitos ajustes nas entradas e saídas quanto à unidade dimensional
adequada para se enquadrarem na unidade funcional estabelecida.

 Refinamento das fronteiras do sistema


Houve o refinamento do sistema, denotado pelos critérios de corte e pela exclusão de
da etapa de armazenagem. Vale salientar que por se tratar de um processo iterativo, novas
aquisições de dados foram necessárias, por meio do contato com a mineradora.

 Inventário completado
A seguir, encontra-se a Análise de Inventário do Ciclo de Vida, que é denotada pelas
Tabelas 1 a 7, mostrando todas as etapas do sistema de produto envolvidas e a legenda das
fontes das informações consta na Tabela 8.
74

Tabela 1 – Resultados da ICV: extração


1. EXTRAÇÃO
1.1 Fluxos de entrada Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

1.1.1 Consumo de recursos materiais não renováveis


Basalto 5,58E+02 kg/m2 de edificação 1
- Explosivos
Nitrato de amônio 1,33E-04 kg/m2 de edificação 1
Metileno 7,75E-06 kg/m2 de edificação 2
- Perfuratriz
Diesel 2,69E-02 kg/m2 de edificação 1
- Escavadeira 954 Liebherr
Diesel 9,75E-03 kg/m2 de edificação 1
Aditivo para radiador 2,14E-04 kg/m2 de edificação 1
- Óleos lubrificantes dos equipamentos
Óleo de transmissão - SAE 90 9,32E-04 kg/m2 de edificação 1
2
Óleo 15W40 1,61E-03 kg/m de edificação 1
Óleo lubrificante - 220 2,29E-03 kg/m2 de edificação 1
1.1.2 Consumo de energia
- Proveniente do consumo total de diesel
Energia 9,87E-02 kWh/m2 de edificação 1
2
TOTAL DOS FLUXOS DE ENTRADA 5,58E+02 kg/m de edificação
1.2 Fluxos de saída Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

1.2.1 Emissões atmosféricas


- Provenientes do explosivo
Nitrogênio 4,66E-05 kg/m2 de edificação 2
Gás carbônico 2,43E-05 kg/m2 de edificação 2
- Provenientes do consumo de diesel
Gás carbônico 1,23E-01
Monóxido de carbono 2,65E-03 kg/m2 de edificação 3
2
Metano 7,98E-06 kg/m de edificação 3
Óxido de nitrogênio 3,40E-03 kg/m2 de edificação 3
2
Óxido nitroso 9,65E-07 kg/m de edificação 3
2
Benzeno 7,87E-09 kg/m de edificação 4
2
Formaldeído 1,05E-07 kg/m de edificação 4
Material Particulado 1,56E-05 kg/m2 de edificação 4
2
Ácido clorídrico 5,87E-07 kg/m de edificação 4
2
Ácido fluorídrico 7,35E-08 kg/m de edificação 4
2
Amônia 5,84E-12 kg/m de edificação 4
Óxido sulfúrico 1,72E-04 kg/m2 de edificação 4
2
Compostos orgânicos voláteis não metanos 6,46E-04 kg/m de edificação 3
1.2.2 Resíduos sólidos
Aditivo de descarte 2,14E-04 kg/m2 de edificação 1
Óleo de descarte 4,85E-03 kg/m2 de edificação 1
2
TOTAL DOS FLUXOS DE SAÍDA 1,35E-01 kg/m de edificação

74
75

Tabela 2 – Resultados da ICV: transporte ao beneficiamento


2. TRANSPORTE AO BENEFICIAMENTO
2.1 Fluxos de entrada Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

2.1.1 Consumo de recursos não renováveis


- Caminhão Scania VPB 373 P400
Diesel 2,62E-03 kg/m2 de edificação 1
Aditivo para radiador 1,43E-04 kg/m2 de edificação 1
2.1.2 Consumo de recursos renováveis
- Nebulização de vias
Água 7,73E+00 kg/m2 de edificação 1
2.1.3 Consumo de energia
- Proveniente do consumo total de diesel
Energia kWh/m2 de edificação 1
2
TOTAL DOS FLUXOS DE ENTRADA 7,73E+00 kg/m de edificação
2.2 Fluxos de saída Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

2.2.1 Emissões atmosféricas


- Provenientes do consumo de diesel
Gás carbônico 8,80E-03 kg/m2 de edificação 3
2
Monóxido de carbono 1,90E-04 kg/m de edificação 3
2
Metano 5,72E-07 kg/m de edificação 3
2
Óxido de nitrogênio 2,44E-04 kg/m de edificação 3
Óxido nitroso 6,91E-08 kg/m2 de edificação 3
2
Benzeno 5,64E-10 kg/m de edificação 4
2
Formaldeído 7,55E-09 kg/m de edificação 4
2
Material Particulado 1,12E-06 kg/m de edificação 4
Ácido clorídrico 4,21E-08 kg/m2 de edificação 4
2
Ácido fluorídrico 5,26E-09 kg/m de edificação 4
2
Amônia 4,19E-13 kg/m de edificação 4
2
Óxido sulfúrico 1,23E-05 kg/m de edificação 4
Compostos orgânicos voláteis não metanos 4,63E-05 kg/m2 de edificação 3
2.2.2 Resíduos sólidos
Aditivo de descarte 1,43E-04 kg/m2 de edificação 1
2
TOTAL DOS FLUXOS DE SAÍDA 9,43E-03 kg/m de edificação
76

Tabela 3 – Resultados da ICV: beneficiamento


3. BENEFICIAMENTO
3.1 Fluxos de entrada Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

3.1.1 Consumo de recursos não renováveis


- Equipamentos de britagem
Aditivo para radiador 1,43E-04 kg/m2 de edificação 1
2
Óleo 15W40 3,08E-03 kg/m de edificação 1
Óleo T50 4,58E-03 kg/m2 de edificação 1
2
Óleo 85W140 4,69E-04 kg/m de edificação 1
2
Óleo 90 LS 1,50E-02 kg/m de edificação 1
2
Óleo AT 2,30E-04 kg/m de edificação 1
Óleo SAE 90 6,99E-04 kg/m2 de edificação 1
3.1.2 Consumo de recursos renováveis
Água 1,29E+00 kg/m2 de edificação 1
3.1.3 Consumo de energia
- Equipamentos de britagem
Energia elétrica 2,05E+00 kWh/m2 de edificação 5
2
TOTAL DOS FLUXOS DE ENTRADA 1,31E+00 kg/m de edificação
3.2 Fluxos de saída Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

3.2.1 Resíduos sólidos


Óleo de descarte 2,41E-02 kg/m2 de edificação 1
Aditivo de descarte 1,43E-04 kg/m2 de edificação 1
2
TOTAL DOS FLUXOS DE SAÍDA 2,43E-02 kg/m de edificação

76
77

Tabela 4 – Resultados da ICV: transporte do beneficiamento aos caminhões


5. TRANSPORTE DO BENEFICIAMENTO AOS
CAMINHÕES
5.1 Fluxos de entrada Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

5.1.1 Consumo de recursos não renováveis


- Pá carregadeira - Caterpillar 950 F - Série II
Diesel 1,45E-02 kg/m2 de edificação 1
5.1.2 Consumo de energia
- Proveniente do consumo total de diesel
Energia 4,57E-02 kWh/m2 de edificação 1
2
TOTAL DOS FLUXOS DE ENTRADA 1,45E-02 kg/m de edificação
5.2 Fluxos de saída Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

5.2.1 Emissões atmosféricas


- Provenientes do consumo de diesel
Gás carbônico 4,85E-02 kg/m2 de edificação 3
2
Monóxido de carbono 1,05E-03 kg/m de edificação 3
2
Metano 3,16E-06 kg/m de edificação 3
Óxido de nitrogênio 1,35E-03 kg/m2 de edificação 3
2
Óxido nitroso 3,82E-07 kg/m de edificação 3
2
Benzeno 3,11E-09 kg/m de edificação 4
2
Formaldeído 4,17E-08 kg/m de edificação 4
Material Particulado 6,17E-06 kg/m2 de edificação 4
2
Ácido clorídrico 2,32E-07 kg/m de edificação 4
2
Ácido fluorídrico 2,90E-08 kg/m de edificação 4
2
Amônia 2,31E-12 kg/m de edificação 4
Óxido sulfúrico 6,79E-05 kg/m2 de edificação 4
2
Compostos orgânicos voláteis não metanos 2,55E-04 kg/m de edificação 3
TOTAL DOS FLUXOS DE SAÍDA 5,13E-02 kg
78

Tabela 5 – Resultados da ICV: transporte aos centros consumidores


6. TRANSPORTE AOS CENTROS
CONSUMIDORES
6.1 Fluxos de entrada Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

6.1.1 Consumo de recursos não renováveis


- Caminhão Mercedes 250 CV
Diesel 1,58E-03 kg/m2 de edificação 1
6.1.2 Consumo de energia
- Proveniente do consumo total de diesel
Energia 4,99E-03 kWh/m2 de edificação 1
TOTAL DOS FLUXOS DE ENTRADA 1,58E-03 kg/m2 de edificação
6.2 Fluxos de saída Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

6.2.1 Emissões atmosféricas


- Provenientes do consumo de diesel
Gás carbônico 5,30E-03 kg/m2 de edificação 3
Monóxido de carbono 1,15E-04 kg/m2 de edificação 3
2
Metano 3,45E-07 kg/m de edificação 3
2
Óxido de nitrogênio 1,47E-04 kg/m de edificação 3
2
Óxido nitroso 4,17E-08 kg/m de edificação 3
Benzeno 3,40E-10 kg/m2 de edificação 4
2
Formaldeído 4,55E-09 kg/m de edificação 4
2
Material Particulado 6,73E-07 kg/m de edificação 4
2
Ácido clorídrico 2,53E-08 kg/m de edificação 4
Ácido fluorídrico 3,17E-09 kg/m2 de edificação 4
2
Amônia 2,52E-13 kg/m de edificação 4
2
Óxido sulfúrico 7,42E-06 kg/m de edificação 4
2
Compostos orgânicos voláteis não metanos 2,79E-05 kg/m de edificação 3
TOTAL DOS FLUXOS DE SAÍDA 5,60E-03 kg/m2 de edificação

78
79

Tabela 6 – Resultados da ICV: uso


7. USO
7.1 Fluxos de entrada Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

7.1.1 Consumo de recursos renováveis


- Água utilizada na produção de concreto
Água 5,32E+01 kg/m2 de edificação 1
7.1.2 Consumo de energia
- Equipamentos da usina de concreto
Energia elétrica 2,96E-01 kWh/m2 de edificação 1
2
TOTAL DOS FLUXOS DE ENTRADA 5,32E+01 kg/m de edificação

7.2 Fluxos de saída Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

7.2.1 Resíduos sólidos


- Total de resíduos em reformas e perdas
Resíduos de construção e demolição 7,81E+01 kg/m2 de edificação 6
2
TOTAL DOS FLUXOS DE SAÍDA 7,81E+01 kg/m de edificação
80

Tabela 7 – Resultados da ICV: disposição final


8. DISPOSIÇÃO FINAL
8.1 Fluxos de entrada Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

8.1.1 Consumo de recursos não renováveis


- Caminhão para transporte final
Diesel 1,94E-01 kg/m2 de edificação 7
- Volume total de concreto levado ao aterro
Resíduos 4,80E+02 kg/m2 de edificação 7
8.1.2 Consumo de energia
- Proveniente do consumo total de diesel
Energia 6,13E-01 kWh/m2 de edificação 1
2
TOTAL DOS FLUXOS DE ENTRADA 4,80E+02 kg/m de edificação

8.2 Fluxos de saída Unidade funcional Unidade dimensional Fonte

8.2.1 Emissões atmosféricas


- Provenientes do consumo de diesel
Gás carbônico 6,52E-01 kg/m2 de edificação 3
2
Monóxido de carbono 1,41E-02 kg/m de edificação 3
2
Metano 4,24E-05 kg/m de edificação 3
Óxido de nitrogênio 1,81E-02 kg/m2 de edificação 3
2
Óxido nitroso 5,12E-06 kg/m de edificação 3
2
Benzeno 4,18E-08 kg/m de edificação 4
2
Formaldeído 5,59E-07 kg/m de edificação 4
Material Particulado 8,28E-05 kg/m2 de edificação 4
2
Ácido clorídrico 3,12E-06 kg/m de edificação 4
2
Ácido fluorídrico 3,90E-07 kg/m de edificação 4
2
Amônia 3,10E-11 kg/m de edificação 4
Óxido sulfúrico 9,12E-04 kg/m2 de edificação 4
2
Compostos orgânicos voláteis não metanos 3,43E-03 kg/m de edificação 3
2
TOTAL DOS FLUXOS DE SAÍDA 6,88E-01 kg/m de edificação

80
81

Tabela 8 – Legenda das fontes


FONTE
1 Primário
2 Calculado de Torres e Gama (2005)
Calculado de Ministério da Ciência
3 e Tecnologia (BRASIL, 2006)
Calculado de Braun, Appel e Schmal (2003);
Castellanelli et al. (2008);
4 Longhi et al. (2004);
Sheehan et al. (1998) e Souza (2012)
5 Primário e Sampaio, Carvalho e Piquet (2002)
6 Calculado de Agopyan et al. (2003)
7 Estimado

Analisando quantitativamente os fluxos de entrada e saída, pode-se notar que a etapa


de extração possui o maior valor de fluxo de entrada, devido à quantificação do volume total
de basalto. Entretanto, qualitativamente, nota-se que a emissão de poluentes atmosféricos e
demais substâncias, exercem impactos significativos no meio ambiente, mesmo que em
menores proporções. Além disso, há um expressivo consumo de recursos em todo o ciclo de
vida da brita, destacando-se os não renováveis e o consumo de energia.

6.3 AICV
Primeiramente é importante a descrição qualitativa dos impactos ambientais
associados ao ciclo de vida da brita. Para isso, construiu-se o Quadro 6 apresentado a seguir.
Nesse quadro há a atribuição qualitativa de dois valores, sendo 1 (baixa relevância) ou 2 (alta
relevância) no que diz respeito à relação entre atividades antrópicas e impactos ambientais,
divididos entre os três meios: físico, biótico e antrópico. Dessa forma, a soma final de cada
impacto demonstrou que os críticos foram: alteração da qualidade do solo, do ar e das águas
superficiais e impacto visual.
82

Quadro 6 – Relação entre atividades e impactos ambientais


Meio Físico Meio Biótico Meio Antrópico

Alteração da qualidade das águas subterrâneas

Diminuição da produtividade de ecossistemas


Alteração da qualidade das águas superficiais

Diminuição da disponibilidade de nutrientes

Alteração dos modos de vida tradicionais


Sobrecarga da infraestrutura de serviços
Substituição de atividades econômicas

Limitações das opções de uso do solo


Alteração ou destruição de habitats
Alteração do regime hidrológico

Aumento do tráfego de veículos


Alteração da qualidade do solo

Redução da produção primária


Alteração da qualidade do ar

Perda de patrimônio cultural

Perda de qualidade de vida


Alteração do microclima
Atividades

Alteração da topografia

Deslocamento da fauna

Riscos à saúde humana


Proliferação de vetores
Perda de espécies

Impacto visual
Remoção da cobertura vegetal 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2
Implantação de sistema de drenagem na mineração 1 2 1 1 1 1 1 1
Remoção da camada superficial do solo 2 2 1 2 2 2 1 2
Estocagem de camada de solo 1
Decapeamento da camada estéril 2 2 2
Modificação das formas de uso do solo 2 2 2 2 1 2 2
Extração do minério por explosivos 2 2 2 2 2 2 1
Bombeamento de água subterrânea 2 1
Carregamento em caminhões basculantes até o beneficiamento 2 2
Beneficiamento 2 2 2 1
Manutenção de máquinas e caminhões 2 2 2 2
Geração de resíduos, efluentes e emissões atmosféricas 2 2 2 2 1 2 2 2 1
Armazenagem 1 2
Transporte aos caminhões 1 2 1 2 2
Transporte aos centros consumidores 1 2 1 2 2
Indução de fluxos migratórios humanos 2 1 2
Alteração ou destruição de sítios de interesse cultural ou artístico 2
Aumento da oferta de empregos 2
Uso 1 1 2 1 2 2 1
Disposição final 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Total 14 8 2 16 17 8 8 4 4 6 5 9 2 4 14 10 2 8 12 3 2 4 7
Fonte: adaptado de Sánchez (2006)

82
83

O Quadro 6 foi construído por meio de revisão bibliográfica e uma visita técnica a
outra mineração de basalto. E teve o intuito de elencar os principais impactos decorrentes
principalmente das etapas iniciais de extração do basalto. Nota-se que o impacto
correspondente à alteração da qualidade do solo e o impacto visual não estão previstos como
categorias de impacto constantes no EDIP, implicando em uma limitação desse método.
Entretanto, os demais impactos encontrados constam no EDIP e foram quantificados.

6.3.1 Resultados da AICV


Após a quantificação dos fluxos de entrada e saída de cada etapa, tendo em vista as
unidades funcionais, calculou-se por meio dos fatores de caraterização de cada categoria de
impacto, apresentados no Apêndice C, os respectivos valores dos potenciais impactos. Nas
Figuras 27 a 36 estão apresentados todos os resultados obtidos para essa etapa. Esses dados
também foram submetidos à normalização e na Tabela 9 consta a legenda e descrição das
etapas do sistema de produto. Vale acrescentar que cada categoria de impacto é possuidora de
uma unidade dimensional diferente, e dessa forma não é adequada a comparação entre as
mesmas se não forem transformadas para uma base comum. Para isso, a AICV deverá
também ser composta pela fase de normalização para se obter as etapas críticas da ACV da
brita.

Tabela 9 – Legenda das etapas


Etapas Descrição
1 Extração
2 Transporte ao beneficiamento
3 Beneficiamento
4 Armazenagem
5 Transporte do beneficiamento aos caminhões
6 Transporte aos centros consumidores
7 Uso
8 Disposição final
84

Figura 27 – Resultado da caracterização para a categoria de eutrofização

Figura 28 – Resultado da caracterização para a categoria de formação de ozônio


fotoquímico
85

Figura 29 – Resultado da caracterização para a categoria de aquecimento global

Figura 30 – Resultado da caracterização para a categoria de toxicidade humana (ar)


86

Figura 31 – Resultado da caracterização para a categoria de toxicidade humana


(água)

Figura 32 – Resultado da caracterização para a categoria de toxicidade humana


(solo)
87

Figura 33 – Resultado da caracterização para a categoria de ecotoxicidade aguda


(água)

Figura 34 – Resultado da caracterização para a categoria de ecotoxicidade crônica


(água)
88

Figura 35 – Resultado da caracterização para a categoria de ecotoxicidade crônica


(solo)

Figura 36 – Resultado da caracterização para a categoria de acidificação

Pode-se notar que as Figuras 27 a 36 apresentaram o mesmo comportamento de


resultados. Isso pode ser explicado, pois os dados provenientes para a obtenção desses
parâmetros foram calculados de acordo com a quantidade de diesel utilizada em cada etapa.
Esse fato poderá ser comprovado pelo consumo de diesel ilustrado na Figura 43.

 Normalização
89

Como afirmado anteriormente, a normalização mostra-se uma ferramenta importante


para transformar os impactos em uma unidade dimensional comum, que no caso é dada em
equivalente em pessoas/ano. Dessa forma, os resultados finais contemplam a Figura 37 e os
parâmetros adotados no Quadro 7 utilizando os valores de referência citados em Wenzel,
Hauschild e Alting (1997). Vale acrescentar que para a normalização, o método EDIP 1997
não contempla as categorias de consumo de recursos energéticos e consumo de recursos
materiais, sendo analisados posteriormente no presente estudo, juntamente com a categoria de
resíduos.
Figura 37 – Normalização das categorias de impacto contempladas

Quadro 7 – Parâmetros adotados do EDIP 1997


Normalização
Categoria de impacto Referência Unidade de referência
Aquecimento global 8,70E+03 kg de CO2 eq /pessoa/ano
Formação de ozônio fotoquímico 2,00E+01 kg de C2H4 eq/pessoa/ano
Acidificação 1,24E+02 kg de SO2 eq/pessoa/ano
Eutrofização 2,98E+02 kg de NO3- eq/pessoa/ano
Toxicidade humana (ar) 9,20E+09 m3 de ar/pessoa/ano
Ecotoxicidade aguda (água) 4,80E+04 m3 de água/pessoa/ano
Toxicidade humana (água) 5,90E+04 m3 de água/pessoa/ano
Toxicidade humana (solo) 3,10E+02 m3 de solo/pessoa/ano
Ecotoxicidade crônica (água) 4,70E+05 m3 de água/pessoa/ano
Ecotoxicidade crônica (solo) 3,00E+04 m3 de solo/pessoa/ano
90

A análise dos resultados da normalização permite observar que 90% dos valores totais
atribuídos pela normalização correspondem às seguintes categorias: Toxicidade humana
(solo), Acidificação, Eutrofização e Aquecimento Global. Essas categorias contemplam as
categorias críticas de todo o ciclo de vida da brita. A partir desses dados, pode-se construir a
Figura 38, que apresenta as etapas críticas do ciclo de vida da brita, em relação às categorias
citadas anteriormente, sendo: Extração (1), Transporte do beneficiamento aos caminhões (5) e
Disposição final (8).

Figura 38 – Correspondência entre as etapas e as categorias críticas do ciclo de vida da


brita

 Análises específicas
Como algumas categorias não foram contempladas no método EDIP 1997, e são muito
importantes, foram analisadas de maneira separada a fim de deixar o estudo coerente e coeso.
É o caso das categorias de Consumo de recursos energéticos e materiais e Resíduos. Além
disso, avaliou-se pertinente também a realização de algumas análises especiais para o
consumo de diesel, de água e emissões atmosféricas totais.

Consumo de recursos energéticos


Dentre os recursos energéticos utilizados no ciclo de vida citam-se a energia elétrica e
diesel. Como o EDIP não contempla um mix de energia para a obtenção da energia elétrica,
91

por meio de BRASIL (2012) foram considerados, 88,8% proveniente de fontes renováveis e
11,2% proveniente de fontes não renováveis, para o ano base de 2011.
Na Figura 37 notou-se um elevado valor de recursos energéticos renováveis na etapa
de beneficiamento, isso deu-se pela elevada utilização de energia elétrica, que no Brasil em
sua maioria é proveniente de fontes renováveis. Um elevado valor de recursos energéticos não
renováveis foi obtido na etapa de disposição final devido ao fato de que todos os resíduos
foram encaminhados para um aterro de inertes por meio de um caminhão movido à diesel.

Figura 39 – Resultado da caracterização para a categoria de consumo de recursos


energéticos

Consumo de recursos materiais


Na Figura 38 notou-se um elevado valor na etapa de extração devido à obtenção do
basalto e este foi considerado um recurso não renovável tendo em vista que o presente estudo
utilizou uma abordagem convencional, ou seja, houve a inexistência da reintrodução da brita
no ciclo de vida após sua incorporação no concreto. Existem tecnologias que permitem o
reuso desse tipo de material como agregado reciclado e podem diminuir esses impactos.
92

Figura 40 – Resultado da caracterização para a categoria de consumo de recursos


materiais

Outro aspecto importante é o uso da água na produção do concreto, denotado pelo


valor elevado desse recurso renovável na etapa de uso, denotada na mesma figura. Como esse
valor é muito elevado, optou-se por tratar da questão da água na parte de análises especiais.

Resíduos
A questão dos resíduos foi tratada em duas classes: resíduos perigosos (Figura 39) e
resíduos de construção civil (Figura 40). Vale salientar que a segunda classe contém um
grande volume, pois foram consideradas as britas já incorporadas ao concreto, não sendo
possível uma segregação. Dentre os resíduos perigosos estão: óleos lubrificantes de descarte e
aditivos usados.
Na Figura 39 observou-se que o maior valor de geração de resíduos perigoso
encontrou-se na etapa de beneficiamento. Isso é explicado pelo alto consumo de óleos
lubrificantes e aditivos nessa etapa que são descartados. Como dito anteriormente, não foi
considerada a combustão desses óleos lubrificantes. Na Figura 40 observou-se uma grande
geração de resíduos devido à demolição da estrutura do edifício.
93

Figura 41 – Resultado da caracterização para a categoria de resíduos perigosos

Figura 42 – Resultado da caracterização para a categoria de resíduos de


construção civil

Análises especiais
Dentre as análises especiais, observou-se a importância de ser tratar as questões
referentes ao consumo de diesel, de água e emissões atmosféricas totais. O consumo de diesel
mostra valores elevados para as etapas 1, 5 e 8, como denota a Figura 43. Isso se deve ao fato
de que na extração, a perfuratriz e a escavadeira utilizam grande quantidade desse recurso. Na
etapa de transporte do beneficiamento aos caminhões há também um grande consumo devido
94

ao uso de pás carregadeiras. Na etapa final, os caminhões que fazem a disposição dos resíduos
de construção civil denotam também um elevado consumo.

Figura 43 – Resultado do uso de combustível no ciclo de vida

Em relação ao consumo de água, na Figura 44, nota-se três etapas críticas: 2, 3 e 7. A


etapa 2, corresponde ao transporte ao beneficiamento. Esse consumo de água se dá pela
nebulização de vias, sendo necessário importar água com caminhões pipa. Na etapa 3,
correspondente ao beneficiamento, o consumo de água se dá para melhorar o desempenho da
britagem e para não promover o acúmulo de pó nas britas para fabricação de um concreto de
qualidade. Na etapa 7 há um elevado consumo devido a produção do concreto, que caracteriza
a etapa de maior valor. Vale salientar que os consumos de água dos caminhões e demais
consumos humanos foram excluídos da análise, devido ao critério de corte adotado.
95

Figura 44 – Resultado do uso da água no ciclo de vida

Por fim, no que tange as emissões atmosféricas, deve-se salientar que correspondem
ao resultado da combustão do diesel utilizado em máquinas e caminhões, ou seja, permeiam o
setor de transporte. Segundo o IPCC (2006), o dióxido de carbono é responsável por mais de
90% de todas as emissões provenientes desse setor. No caso do presente estudo, as emissões
de CO2 totalizaram 94,79%. As demais emissões correspondentes a 5,21% foram
estatisticamente representadas pela Figura 45, de acordo com o diagrama de Pareto.
96

Figura 45 – Emissões atmosféricas totais do ciclo de vida, excetuando-se o CO2

A partir dos valores apresentados no diagrama de Pareto, é possível afirmar que a


magnitude desses valores está condizente com Souza (2012), denotando correspondência às
substâncias emitidas.

6.3.2 Extrapolação dos resultados


Para o cálculo da extrapolação dos resultados foi utilizado um edifício-exemplo de
cinco pavimentos, sendo cada um com 175 m2 (totalizando quatro apartamentos de 40 m2
cada e 15 m2 de hall). A área total da edificação será de 875 m2, e adotando o mesmo
parâmetro de consumo de concreto (0,23 m3/ m2) haverá um total de concreto de 201,25 m3.
Tendo isso, o parâmetro de emissão de gás carbônico de todo o inventário foi recalculado no
sentido de nortear futuros estudos para a utilização dos dados no presente trabalho. O
resultado está descrito no Quadro 8.
97

Quadro 8 – Extrapolação de dados para o edifício-exemplo


Resultado do ICV (kg de CO2/m2 Resultado da extrapolação (kg de
Etapas edificação) CO2)
1 1,23E-01 1,07E+02
2 8,80E-03 7,70E+00
5 4,85E-02 4,25E+01
6 5,30E-03 4,64E+00
8 6,52E-01 5,70E+02
A partir dos valores apresentados no Quadro 8 é possível afirmar que a emissão de
CO2 não ocorre em todas as etapas. Observa-se também que os valores calculados apresentam
os dados totais de emissão de CO2 e não por m2 de edificação. Vale salientar ainda que esses
resultados devem ser utilizados com os mesmos critérios adotados no presente estudo.
De acordo com Stripple (2001), a geração de gás carbônico no ciclo de vida da brita é
de 1,42.10-3 kg de CO2/kg de brita. Considerando os dados do presente estudo o valor
encontrado foi de 1,68.10-3 kg de CO2/kg de brita. Esse dado é importante para caracterizar a
similaridade do estudo, principalmente quanto a ordem de grandeza dessa substância.

6.4 Interpretação
A interpretação foi realizada nas três fases que se seguem: verificação de completeza,
sensibilidade e consistência. Vale salientar que essas verificações são mais amplamente
empregadas em estudos comparativos.

6.4.1 Verificação de completeza


Essa verificação foi empírica e baseada na verificação de alguns parâmetros
importantes, como: emissões, energia, recursos, resíduos, etc. No presente estudo, todos esses
parâmetros foram abrangidos, sendo que houve a necessidade de aquisição de novos dados,
como consta na metodologia empregada no ICV.

6.4.2 Verificação de sensibilidade


Conforme foi realizado o estudo, algumas verificações de sensibilidade foram
utilizadas, porém para não tornar esse estudo exaustivo, optou-se por descrever alguns
exemplos a seguir, compostos na Tabela 10.
Tabela 10 – Verificação de sensibilidade de alguns dados
98

Dado Dado de Sensibilidade


Categoria Aspecto Resultado Diferença
bruto referência (%)
88,8% (BRASIL,
3,77E+03
Consumo de 2012, ano base
kWh
recursos Energia 4,24E+03 2011)
1,06E+02 2,90
energéticos elétrica kWh 86,3% (BRASIL,
3,66E+03
renováveis 2012, ano base
kWh
2012)
0,04 kg/kg de
CO2 eq - GWP 1,32E-01 kg
100 anos de CO2 eq
Aquecimento 1,66E-02 (EDIP,1997)
Metano 2,82E-01 212,50
global kg 0,125 kg/kg de
CO2 eq - GWP 4,14E-01 kg
500 anos (EDIP, de CO2 eq
1997)
33,33 kg/kg
1,65E-01 kg
C2H2 – alto NOx
Formação de C2H2
Monóxido 5,51E+00 (EDIP,1997)
ozônio 5,50E-02 33,32
de carbono kg 25 kg/kg C2H2 –
fotoquímico 2,20E-01 kg
alto NOx
C2H2
(EDIP,1997)
Nota-se que no primeiro caso, como o critério de corte é 5%, o dado mais antigo
poderia ser utilizado, porém preferiu-se utilizar o dado mais recente. No segundo e terceiros
casos, nota-se que a sensibilidade é maior que 5%, sobretudo no segundo caso, por isso, esses
dados devem ser utilizados com critério, pois são altamente significativos e alterarão o
resultado final.

6.4.3 Verificação de consistência


A verificação da consistência do estudo foi dada pela justificativa do uso do método
EDIP 1997. Esse método é utilizado na comunidade acadêmica brasileira e internacional,
devido a sua aplicabilidade e base concreta de dados matemáticos devidamente descritos.
Sendo assim, por não haver um método específico brasileiro, foi utilizado esse método
europeu. A verificação de consistência pautou-se na comprovação desses fatos por meio da
revisão bibliográfica.

7 CONCLUSÃO
O estudo apresentou um panorama geral do ciclo de vida da brita, de forma a mostrar
qualitativamente e quantitativamente os principais impactos relativos às etapas do sistema de
produto em questão. É importante destacar que a alteração da qualidade do solo, incluindo o
impacto visual são importantes, entretanto não foram analisados por não constarem como
categorias de impacto no método EDIP 1997 utilizado.
99

A realização da ICV e da AICV da brita demonstrou a aplicação dos indicadores


quantitativos de impacto ambiental, constantes no método EDIP e ampliados por meio da
adição das categorias de Consumo de recursos energéticos, de todas as etapas do ciclo de
vida, a saber: extração, beneficiamento, armazenagem, transporte, uso e disposição final.
Para a quantificação desses impactos foram identificadas as principais entradas e
saídas do sistema de produto, e por meio da normalização e realização do diagrama de Pareto
elencou-se as etapas críticas do ciclo de vida da brita. Os principais impactos obtidos foram:
Toxicidade humana (solo), Acidificação, Eutrofização e Aquecimento Global.
Como são poucos os estudos de ACV voltados estritamente para a brita, os dados
referentes à emissão de gás carbônico de Stripple (2001) auxiliaram na comparação dos
resultados obtidos no presente estudo e demonstraram equivalência quanto à sua ordem de
grandeza. Dados de Souza (2012) referentes à ACV da areia também denotaram
correspondência nos valores de emissão de gases, principalmente por utilizar os mesmos
parâmetros de emissão de adotados de Sheehan et al. (1998).
Como alternativas para mitigar e minimizar os impactos críticos provenientes da ACV
da brita propõe-se a manutenção preventiva dos equipamentos e o investimento em
tecnologias que permitam a utilização de combustíveis menos degradantes ao meio ambiente,
tais como o S50, S10, biodiesel e outros biocombustíveis. Dessa forma haverá menos
emissões e consequentemente menos impactos ao meio. Essa diminuição de emissões também
pode gerar lucros, já que a utilização de projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo
(MDL) podem financiar esses investimentos.
Por fim, vale acrescentar que essas melhorias visam à sustentabilidade do setor,
principalmente tendo em vista a ampla utilização desse material na construção civil do país.
Os dados apresentados poderão auxiliar a realização de um inventário nacional de produtos
que nortearão outros trabalhos de ACV e se possível, a realização de uma metodologia de
AICV específica para o Brasil.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS


Sugere-se para futuros trabalhos a realização da quantificação da alteração da
qualidade do solo e impacto visual para o ciclo de vida da brita, utilizando outros métodos de
AICV. Além disso, pode-se utilizar os dados do presente trabalho, com critério, para a
realização de outros estudos de ACV, utilizando outras unidades funcionais, porém seguindo
um padrão habitacional similar ao definido pela ABNT (2005).
100

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107

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO NA MINERADORA


1) EXTRAÇÃO

a) Método de extração
Extração por ____________________________
Utilizam explosivos? S ( ) N ( ) Se sim....Qual é o tipo?______________
E a marca? __________________________
Qual é a quantidade utilizada? ______________________(g/m3 de brita extraída)
Há plano de fogo? S ( ) N ( ) Por quê? _____________________________

No caso de outros métodos


Extração por ____________________________
Descrição__________________________________________________________
__________________________________________________________________

b) Custo
Qual é o processo mais custoso? ____________________________
E o menos custoso?___________________________________

2) BENEFICIAMENTO

a) Qual é o fluxograma do processo de beneficiamento?


b) Qual é a classificação das britas produzidas?

Brita Faixa granulométrica Usos Densidade média


(no.) (mm) (g/cm3)

c) Produção
Qual é a quantidade de brita (para utilização em concretos) produzida por dia?
___________(ton)
108

d) Equipamentos
Nome do equipamento ______________________________
Código ______________________
Modelo _____________________
Fabricante _______________________
Dimensões ___________x_____________ (m)
Regime de trabalho _____________________ (h)
Capacidade _______________________________ (m3/h)
Granulometria da alimentação _____________________ (mm)
Granulometria do produto ____________________________ (mm)
Consumo de revestimento ____________________________ (g/m3)
Tipo de revestimento __________________________
Potência _____________________ (CV) ou ____________________ (kW)
Gasto energético_______________ (L de diesel/h) ou______________ (kWh)
Qual é o tipo de diesel utilizado? ( ) S1800 ( ) S500 ( ) S50 ( ) S10
Razão de redução ____________________
Custo aproximado do equipamento ___________________ (mil reais)
Manutenção do equipamento ________________________ (mil reais)
Depreciação ________________________ (ano)
No caso de peneiras: Ângulo de inclinação ____________________ (o)
No caso de rebritadores: Carga circulante __________________ (%)
Há certificação ambiental? S( ) N( ) Se sim.... Qual?
____________________
(repete-se esse item até a descrição total dos equipamentos)

3) TRANSPORTE

a) Extração
Há uso de escavadeiras ou retroescavadeiras? S( ) N( )
Em caso negativo: Como é feito o transporte na extração?
_____________________________________________________________
Em caso afirmativo:
Tipo _____________ (E - escavadeira ou R - restroescavadeira)
Modelo ______________
Marca __________________
Ano _____________________
Capacidade ___________________ (m3 de brita / h)
Consumo de combustível ____________________ (L de diesel / h)
Qual é o tipo de diesel utilizado? ( ) S1800 ( ) S500 ( ) S50 ( ) S10
Há certificação ambiental? S( ) N( ) Se sim....Qual?
____________________
109

b) Transporte até o beneficiamento


Há uso de caminhões? S( ) N( )
Em caso negativo: Como é feito o transporte até o beneficiamento?
__________________________________________________________________
Em caso afirmativo:
Tipo _____________ (eixos/tração)
Modelo ______________
Potência _______________ (CV)
Marca __________________
Ano _____________________
Capacidade ___________________ (m3 de brita)
Qual é a quilometragem média da extração ao beneficiamento?________ (km)
Consumo de combustível ____________________ (L de diesel / km)
Qual é o tipo de diesel utilizado? ( ) S1800 ( ) S500 ( ) S50 ( ) S10
Há certificação ambiental? S( ) N( ) Se sim....Qual?
____________________

c) Transporte do beneficiamento aos caminhões


Há uso de escavadeiras ou retroescavadeiras? S( ) N( )
Em caso negativo: Como é feito o transporte na
extração?__________________________________________________________
Em caso afirmativo:
Tipo _____________ (E - escavadeira ou R - restroescavadeira)
Modelo ______________
Marca __________________
Ano _____________________
Capacidade ___________________ (m3 de brita / h)
Consumo de combustível ____________________ (L de diesel / h)
Qual é o tipo de diesel utilizado? ( ) S1800 ( ) S500 ( ) S50 ( ) S10
Há certificação ambiental? S( ) N( ) Se sim....Qual?
____________________
110

d) Transporte aos centros consumidores


Há uso de caminhões? S( ) N( )
Em caso negativo: Como é feito o transporte até os centros
consumidores?______________________________________________________
Em caso afirmativo:
Tipo _____________ (eixos/tração)
Modelo ______________
Potência _______________ (CV)
Marca __________________
Ano _____________________
Capacidade ___________________ (m3 de brita)
Qual é a quilometragem média da mineração aos centros consumidores?________
(km)
Consumo de combustível ____________________ (L de diesel / km)
Qual é o tipo de diesel utilizado? ( ) S1800 ( ) S500 ( ) S50 ( ) S10
Há certificação ambiental? S( ) N( ) Se sim....Qual?
____________________
Qual é a distância mínima até os centros consumidores? ___________ (km)
Qual é a distância máxima até os centros consumidores (consumidor mais
distante)? ___________ (km)

4) JAZIDA E ENTORNO

a) Qual era o antigo uso da área? ________________________


b) Quais foram as atividades para início da mineração? ( ) decapeamento ( )
desmatamento ( ) retirada de fauna ( ) outros,
especificar:__________________________
c) Se houve decapeamento, qual foi a quantidade de material retirado?
_____________ (m3) ou ___________(ton)
Qual foi a destinação desse material? ( ) aterros ( ) armazenamento para
recuperação da cava ( ) outros, especificar:
_________________________________
d) Em qual bacia hidrográfica está inserida? ____________________________
e) Qual é a distância até o curso d’água mais próximo? _______________________
f) Qual é o nível do lençol freático (n.a.) ? ________________________
g) Qual é a vida útil da área? ___________________________ (anos)
h) Qual é a quantidade estimada de brita na jazida? ________________________
i) Qual é o tamanho da área titulada? ____________________ (m2)
j) Qual é o tamanho da área lavrada? ______________________ (m2)
k) Qual é a relação estéril/minério? ____________________
l) O que é feito com os resíduos (estéril)?__________________________________

5) EMISSÕES, ÁGUA E MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO


(MDL)
111

a) Há quantificação das emissões de gases de efeito estufa em todo o processo


produtivo? S( ) N( ) Se sim...., qual a normatização utilizada? _________
b) Há média de emissão de gás carbônico? S( ) N( ) Se sim.... Quanto?
________ (g)
c) Em quais processos há utilização de água?______________________
d) Qual é o consumo de água? __________________ (L/ton de brita produzida)
e) Há umedificação das vias? S( ) N( ) Se sim....Quanto é o
consumo?____________________ (L/dia)
f) Há bombeamento de água pluvial da cava? S( ) N( ) Se sim.... Qual é o
consumo de energia? ________ (kWh) ou _____ (L de diesel/m3 bombeado)
Qual é a potência do equipamento? _______ (CV) ou ______ (kW)
Há reuso dessa água? S( ) N( ) Se sim....especificar:________________
g) Há alguma medida para neutralizar as emissões de gás carbônico (MDL)? S( )
N( ) Se sim....especificar:______________________________________

6) OUTROS

a) Há algum departamento ou setor de gestão ambiental? S( ) N( ) Se


sim....Qual? __________________________________________
b) Comentários adicionais
_____________________________________________________________________
APÊNDICE B – CÁLCULOS PARA A OBTENÇÃO DA ICV
Ajuste Correção
Ajuste Ajuste Ajuste
para a final
Entrada Unidade Unidade para 1 para 1 Unidade para Unidade
Processo Substância Fórmula quantidade para Observações
/ Saída Original dimensional m3 de m3 de dimensional unidade dimensional
total de unidade
brita concreto funcional
concreto funcional
kg/m2 Basalto
Basalto Basalto 4,49E+02 m3 x x 4,40E+02 m3 1,16E+06 5,58E+02
edificacao extraído
Nitrato de g/m3 de kg/m2
NH4NO3 7,00E-01 7,00E-01 5,85E-01 2,76E+02 g 2,76E-01 1,33E-04 Explosivo
amônio brita edificacao
g/m3 de kg/m2
Metileno CH2 4,08E-02 4,08E-02 3,41E-02 1,61E+01 g 1,61E-02 7,75E-06 Explosivo
brita edificacao
kg/m2 Combustível da
Diesel Hidrocarboneto 2,50E+01 L/h 1,69E-01 1,42E-01 6,68E+01 L 5,58E+01 2,69E-02
edificacao perfuratriz
Óleo de
kg/m2 Óleo
transmissão Hidrocarboneto 8,00E+00 L/dia 5,42E-03 4,53E-03 2,14E+00 L 1,93E+00 9,32E-04
edificacao lubrificante
- SAE 90
Entrada
Aditivo para
Aditivo para kg/m2
Hidrocarboneto 1,50E+00 L/dia 1,02E-03 8,50E-04 4,01E-01 L 4,45E-01 2,14E-04 radiador da
radiador edificacao
escavadeira
Combustível da
kg/m2
Diesel Hidrocarboneto 9,07E+00 L/h 6,15E-02 5,14E-02 2,42E+01 L 2,02E+01 9,75E-03 escavadeira 954
edificacao
Liebherr
Extração
Óleo kg/m2 Óleo
Hidrocarboneto 1,42E+01 L/dia 9,62E-03 8,05E-03 3,79E+00 L 3,35E+00 1,61E-03
15W40 edificacao lubrificante
Óleo
kg/m2 Óleo
lubrificante Hidrocarboneto 2,00E+01 L/dia 1,36E-02 1,13E-02 5,34E+00 L 4,76E+00 2,29E-03
edificacao lubrificante
- 220
g/m3 de kg/m2 Emissão do
Nitrogênio N2 2,45E-01 2,45E-01 2,05E-01 9,66E+01 g 9,66E-02 4,66E-05
brita edificacao explosivo
Gás g/m3 de kg/m2 Emissão do
CO2 1,28E-01 1,28E-01 1,07E-01 5,04E+01 g 5,04E-02 2,43E-05
carbônico brita edificacao explosivo
Emissões do
Gás kg/m2 diesel total
Saída CO2 2,80E+03 g/L de diesel 6,46E+02 5,40E+02 2,55E+05 g 2,55E+02 1,23E-01
carbônico edificacao consumido na
extração
Emissões do
Monóxido kg/m2 diesel total
CO 6,05E+01 g/L de diesel 1,40E+01 1,17E+01 5,51E+03 g 5,51E+00 2,65E-03
de carbono edificacao consumido na
extração

112
113

Continuação
Emissões do
kg/m2 diesel total
Metano CH4 1,82E-01 g/L de diesel 4,20E-02 3,51E-02 1,66E+01 g 1,66E-02 7,98E-06
edificacao consumido na
extração
Emissões do
Óxido de kg/m2 diesel total
NOx 7,76E+01 g/L de diesel 1,79E+01 1,50E+01 7,06E+03 g 7,06E+00 3,40E-03
nitrogênio edificacao consumido na
extração
Emissões do
Óxido kg/m2 diesel total
N2O 2,20E-02 g/L de diesel 5,08E-03 4,25E-03 2,00E+00 g 2,00E-03 9,65E-07
nitroso edificacao consumido na
extração
Emissões do
kg/m2 diesel total
Benzeno C6H6 1,79E-04 g/L de diesel 4,14E-05 3,46E-05 1,63E-02 g 1,63E-05 7,87E-09
edificacao consumido na
extração
Emissões do
kg/m2 diesel total
Formaldeído H2CO 2,40E-03 g/L de diesel 5,55E-04 4,64E-04 2,19E-01 g 2,19E-04 1,05E-07
edificacao consumido na
extração
Emissões do
Material kg/m2 diesel total
MP 10 3,56E-01 g/L de diesel 8,21E-02 6,87E-02 3,24E+01 g 3,24E-02 1,56E-05
Particulado edificacao consumido na
extração
Emissões do
Ácido kg/m2 diesel total
HCl 1,34E-02 g/L de diesel 3,09E-03 2,58E-03 1,22E+00 g 1,22E-03 5,87E-07
clorídrico edificacao consumido na
extração
Emissões do
Ácido kg/m2 diesel total
HF 1,67E-03 g/L de diesel 3,87E-04 3,23E-04 1,52E-01 g 1,52E-04 7,35E-08
fluorídrico edificacao consumido na
extração
Emissões do
kg/m2 diesel total
Amônia NH3 1,33E-07 g/L de diesel 3,08E-08 2,57E-08 1,21E-05 g 1,21E-08 5,84E-12
edificacao consumido na
extração
Emissões do
Óxido kg/m2 diesel total
SOx 3,92E+00 g/L de diesel 9,05E-01 7,56E-01 3,56E+02 g 3,56E-01 1,72E-04
sulfúrico edificacao consumido na
extração
Continuação
Compostos Emissões do
orgânicos kg/m2 diesel total
NMVOC 1,47E+01 g/L de diesel 3,40E+00 2,84E+00 1,34E+03 g 1,34E+00 6,46E-04
voláteis não edificacao consumido na
metanos extração
Aditivo L/ m3 de kg/m2 Aditivo de
Hidrocarboneto x 1,02E-03 8,50E-04 4,01E-01 L 4,45E-01 2,14E-04
usado brita edificacao descarte
L/ m3 de kg/m2 Óleo de
Óleo usado* Hidrocarboneto x 2,86E-02 2,39E-02 1,13E+01 L 1,01E+01 4,85E-03
brita edificacao descarte
kg/m2 Nebulização de
Água H2O 6,00E+04 L/dia 4,07E+01 3,40E+01 1,60E+04 L 1,60E+04 7,73E+00
edificacao vias
Aditivo para
Aditivo para kg/m2
Hidrocarboneto 1,00E+00 L/dia 6,78E-04 5,67E-04 2,67E-01 L 2,96E-01 1,43E-04 radiador do
radiador edificacao
Entrada caminhão
Combustível
kg/m2 caminhão
Diesel Hidrocarboneto 9,30E-01 km/L 1,65E-02 1,38E-02 6,52E+00 L 5,44E+00 2,62E-03
edificacao Scania VPB
373 P400
Emissões do
Gás kg/m2 diesel total
CO2 2,80E+03 g/L de diesel 4,63E+01 3,87E+01 1,82E+04 g 1,82E+01 8,80E-03
carbônico edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Monóxido kg/m2 diesel total
CO 6,05E+01 g/L de diesel 1,00E+00 8,37E-01 3,94E+02 g 3,94E-01 1,90E-04
de carbono edificacao consumido no
Transporte ao
transporte
beneficiamento
Emissões do
kg/m2 diesel total
Metano CH4 1,82E-01 g/L de diesel 3,01E-03 2,52E-03 1,19E+00 g 1,19E-03 5,72E-07
edificacao consumido no
transporte
Saída
Emissões do
Óxido de kg/m2 diesel total
NOx 7,76E+01 g/L de diesel 1,28E+00 1,07E+00 5,06E+02 g 5,06E-01 2,44E-04
nitrogênio edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Óxido kg/m2 diesel total
N2O 2,20E-02 g/L de diesel 3,64E-04 3,04E-04 1,43E-01 g 1,43E-04 6,91E-08
nitroso edificacao consumido no
transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Benzeno C6H6 1,79E-04 g/L de diesel 2,97E-06 2,48E-06 1,17E-03 g 1,17E-06 5,64E-10
edificacao consumido no
transporte

114
115

Continuação
Emissões do
kg/m2 diesel total
Formaldeído H2CO 2,40E-03 g/L de diesel 3,97E-05 3,32E-05 1,57E-02 g 1,57E-05 7,55E-09
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Material kg/m2 diesel total
MP 10 3,56E-01 g/L de diesel 5,88E-03 4,92E-03 2,32E+00 g 2,32E-03 1,12E-06
Particulado edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Ácido kg/m2 diesel total
HCl 1,34E-02 g/L de diesel 2,21E-04 1,85E-04 8,72E-02 g 8,72E-05 4,21E-08
clorídrico edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Ácido kg/m2 diesel total
HF 1,67E-03 g/L de diesel 2,77E-05 2,32E-05 1,09E-02 g 1,09E-05 5,26E-09
fluorídrico edificacao consumido no
transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Amônia NH3 1,33E-07 g/L de diesel 2,20E-09 1,84E-09 8,68E-07 g 8,68E-10 4,19E-13
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Óxido kg/m2 diesel total
SOx 3,92E+00 g/L de diesel 6,48E-02 5,42E-02 2,55E+01 g 2,55E-02 1,23E-05
sulfúrico edificacao consumido no
transporte
Compostos Emissões do
orgânicos kg/m2 diesel total
NMVOC 1,47E+01 g/L de diesel 2,44E-01 2,04E-01 9,60E+01 g 9,60E-02 4,63E-05
voláteis não edificacao consumido no
metanos transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Naftalenos g 1,91E-01 9,19E-05
edificacao consumido no
transporte
Aditivo L/ m3 de kg/m2 Aditivo de
Hidrocarboneto x 6,78E-04 5,67E-04 2,67E-01 L 2,96E-01 1,43E-04
usado brita edificacao descarte
kg/m2 Beneficiamento
Água H2O 1,00E+04 L/dia 6,78E+00 5,67E+00 2,67E+03 L 2,67E+03 1,29E+00
edificacao da brita
Aditivo para
Aditivo para kg/m2
Beneficiamento Entrada Hidrocarboneto 1,00E+00 L/dia 6,78E-04 5,67E-04 2,67E-01 L 2,96E-01 1,43E-04 radiador -
radiador edificacao
britagem
Óleo kg/m2
Hidrocarboneto 2,71E+01 L/dia 1,84E-02 1,53E-02 7,23E+00 L 6,39E+00 3,08E-03 Óleo - britagem
15W40 edificacao
Continuação
kg/m2
Óleo T50 Hidrocarboneto L/dia 2,68E-02 2,24E-02 1,06E+01 L 9,49E+00 4,58E-03 Óleo - britagem
3,95E+01 edificacao
Óleo kg/m2
Hidrocarboneto 4,00E+00 L/dia 2,71E-03 2,27E-03 1,07E+00 L 9,72E-01 4,69E-04 Óleo - britagem
85W140 edificacao
kg/m2
Óleo 90 LS Hidrocarboneto 1,29E+02 L/dia 8,74E-02 7,31E-02 3,45E+01 L 3,12E+01 1,50E-02 Óleo - britagem
edificacao
kg/m2
Óleo AT Hidrocarboneto 2,00E+00 L/dia 1,36E-03 1,13E-03 5,34E-01 L 4,77E-01 2,30E-04 Óleo - britagem
edificacao
Óleo SAE kg/m2
Hidrocarboneto 6,00E+00 L/dia 4,07E-03 3,40E-03 1,60E+00 L 1,45E+00 6,99E-04 Óleo - britagem
90 edificacao
Energia Energia kWh/m3 kWh/m2
1,08E+01 1,08E+01 9,00E+00 4,24E+03 kWh 4,24E+03 2,05E+00 Energia elétrica
elétrica elétrica brita edificacao
L/ m3 de kg/m2 Óleo de
Óleo usado* Hidrocarboneto x x x 5,54E+01 L 5,00E+01 2,41E-02
brita edificacao descarte
Saída
Aditivo L/ m3 de kg/m2 Aditivo de
Hidrocarboneto x x x 2,67E-01 L 2,96E-01 1,43E-04
usado brita edificacao descarte
kg/m2
Entrada x x x x x x x x x x x
edificacao
Armazenagem
kg/m2
Saída x x x x x x x x x x x
edificacao
Combustível da
kg/m2 pá carregadeira
Entrada Diesel Hidrocarboneto 1,35E+01 L/h 9,13E-02 7,63E-02 3,60E+01 L 3,00E+01 1,45E-02
edificacao - Caterpillar
950 F - Série II
Emissões do
Gás kg/m2 diesel total
CO2 2,80E+03 g/L de diesel 2,56E+02 2,14E+02 1,01E+05 g 1,01E+02 4,85E-02
carbônico edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Transporte do
Monóxido kg/m2 diesel total
beneficiamento CO 6,05E+01 g/L de diesel 5,52E+00 4,62E+00 2,18E+03 g 2,18E+00 1,05E-03
de carbono edificacao consumido no
aos caminhões
transporte
Saída
Emissões do
kg/m2 diesel total
Metano CH4 1,82E-01 g/L de diesel 1,66E-02 1,39E-02 6,55E+00 g 6,55E-03 3,16E-06
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Óxido de kg/m2 diesel total
NOx 7,76E+01 g/L de diesel 7,08E+00 5,92E+00 2,79E+03 g 2,79E+00 1,35E-03
nitrogênio edificacao consumido no
transporte

116
117

Continuação
Emissões do
Óxido kg/m2 diesel total
N2O 2,20E-02 g/L de diesel 2,01E-03 1,68E-03 7,91E-01 g 7,91E-04 3,82E-07
nitroso edificacao consumido no
transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Benzeno C6H6 1,79E-04 g/L de diesel 1,64E-05 1,37E-05 6,45E-03 g 6,45E-06 3,11E-09
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Formaldeído H2CO 2,40E-03 g/L de diesel 2,19E-04 1,83E-04 8,64E-02 g 8,64E-05 4,17E-08
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Material kg/m2 diesel total
MP 10 3,56E-01 g/L de diesel 3,25E-02 2,71E-02 1,28E+01 g 1,28E-02 6,17E-06
Particulado edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Ácido kg/m2 diesel total
HCl 1,34E-02 g/L de diesel 1,22E-03 1,02E-03 4,81E-01 g 4,81E-04 2,32E-07
clorídrico edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Ácido kg/m2 diesel total
HF 1,67E-03 g/L de diesel 1,53E-04 1,28E-04 6,03E-02 g 6,03E-05 2,90E-08
fluorídrico edificacao consumido no
transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Amônia NH3 1,33E-07 g/L de diesel 1,22E-08 1,02E-08 4,79E-06 g 4,79E-09 2,31E-12
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Óxido kg/m2 diesel total
SOx 3,92E+00 g/L de diesel 3,58E-01 2,99E-01 1,41E+02 g 1,41E-01 6,79E-05
sulfúrico edificacao consumido no
transporte
Compostos Emissões do
orgânicos kg/m2 diesel total
NMVOC 1,47E+01 g/L de diesel 1,34E+00 1,12E+00 5,30E+02 g 5,30E-01 2,55E-04
voláteis não edificacao consumido no
metanos transporte
Combustível do
Transporte aos
km/L de kg/m2 caminhão
centros Entrada Diesel Hidrocarboneto 3,40E+00 9,97E-03 8,33E-03 3,93E+00 L 3,28E+00 1,58E-03
diesel edificacao Mercedes 250
consumidores
CV
Continuação
Emissões do
Gás kg/m2 diesel total
CO2 2,80E+03 g/L de diesel 2,79E+01 2,33E+01 1,10E+04 g 1,10E+01 5,30E-03
carbônico edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Monóxido kg/m2 diesel total
CO 6,05E+01 g/L de diesel 6,03E-01 5,04E-01 2,38E+02 g 2,38E-01 1,15E-04
de carbono edificacao consumido no
transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Metano CH4 1,82E-01 g/L de diesel 1,81E-03 1,52E-03 7,15E-01 g 7,15E-04 3,45E-07
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Óxido de kg/m2 diesel total
NOx 7,76E+01 g/L de diesel 7,73E-01 6,47E-01 3,05E+02 g 3,05E-01 1,47E-04
nitrogênio edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Óxido kg/m2 diesel total
N2O 2,20E-02 g/L de diesel 2,19E-04 1,83E-04 8,64E-02 g 8,64E-05 4,17E-08
nitroso edificacao consumido no
transporte
Saída
Emissões do
kg/m2 diesel total
Benzeno C6H6 1,79E-04 g/L de diesel 1,79E-06 1,49E-06 7,04E-04 g 7,04E-07 3,40E-10
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Formaldeído H2CO 2,40E-03 g/L de diesel 2,39E-05 2,00E-05 9,43E-03 g 9,43E-06 4,55E-09
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Material kg/m2 diesel total
MP 10 3,56E-01 g/L de diesel 3,54E-03 2,96E-03 1,40E+00 g 1,40E-03 6,73E-07
Particulado edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Ácido kg/m2 diesel total
HCl 1,34E-02 g/L de diesel 1,33E-04 1,11E-04 5,26E-02 g 5,26E-05 2,53E-08
clorídrico edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Ácido kg/m2 diesel total
HF 1,67E-03 g/L de diesel 1,67E-05 1,40E-05 6,58E-03 g 6,58E-06 3,17E-09
fluorídrico edificacao consumido no
transporte

118
119

Continuação
Emissões do
kg/m2 diesel total
Amônia NH3 1,33E-07 g/L de diesel 1,33E-09 1,11E-09 5,23E-07 g 5,23E-10 2,52E-13
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Óxido kg/m2 diesel total
SOx 3,92E+00 g/L de diesel 3,90E-02 3,26E-02 1,54E+01 g 1,54E-02 7,42E-06
sulfúrico edificacao consumido no
transporte
Compostos Emissões do
orgânicos kg/m2 diesel total
NMVOC 1,47E+01 g/L de diesel 1,47E-01 1,23E-01 5,78E+01 g 5,78E-02 2,79E-05
voláteis não edificacao consumido no
metanos transporte
L/m3 de kg/m2
Água H2O 2,80E+02 2,34E+02 2,34E+02 1,10E+05 L 1,10E+05 5,32E+01 x
concreto edificacao
Entrada
Energia Energia kWh/m3 de kWh/m2
1,56E+00 1,30E+00 1,30E+00 6,15E+02 kWh 6,15E+02 2,96E-01
Uso elétrica elétrica concreto edificacao
Resíduos de Desperdícios na
% da perda kg/m2
Saída construção RCC 1,40E+01 x x 4,61E+01 m3 1,21E+05 7,81E+01 obra e na
de concreto edificacao
civil reforma
Combustível do
km/L de kg/m2
Diesel Hidrocarboneto 3,40E+00 x 1,23E+00 5,39E+02 L 4,50E+02 1,94E-01 caminhão para
diesel edificacao
destinação final
Entrada
Resíduos de Volume total de
% kg/m2
construção RCC 1,00E+02 x x 4,40E+02 m3 1,16E+06 4,80E+02 concreto levado
demolição edificacao
civil ao aterro
Emissões do
Gás kg/m2 diesel total
CO2 2,80E+03 g/L de diesel x 3,43E+03 1,51E+06 g 1,51E+03 6,52E-01
carbônico edificacao consumido no
transporte
Disposição Emissões do
final Monóxido kg/m2 diesel total
CO 6,05E+01 g/L de diesel x 7,41E+01 3,26E+04 g 3,26E+01 1,41E-02
de carbono edificacao consumido no
transporte
Saída
Emissões do
kg/m2 diesel total
Metano CH4 1,82E-01 g/L de diesel x 2,23E-01 9,82E+01 g 9,82E-02 4,24E-05
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Óxido de kg/m2 diesel total
NOx 7,76E+01 g/L de diesel x 9,51E+01 4,19E+04 g 4,19E+01 1,81E-02
nitrogênio edificacao consumido no
transporte
Continuação
Emissões do
Óxido kg/m2 diesel total
N2O 2,20E-02 g/L de diesel x 2,70E-02 1,19E+01 g 1,19E-02 5,12E-06
nitroso edificacao consumido no
transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Benzeno C6H6 1,79E-04 g/L de diesel x 2,20E-04 9,67E-02 g 9,67E-05 4,18E-08
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Formaldeído H2CO 2,40E-03 g/L de diesel x 2,94E-03 1,30E+00 g 1,30E-03 5,59E-07
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Material kg/m2 diesel total
MP 10 3,56E-01 g/L de diesel x 4,36E-01 1,92E+02 g 1,92E-01 8,28E-05
Particulado edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Ácido kg/m2 diesel total
HCl 1,34E-02 g/L de diesel x 1,64E-02 7,22E+00 g 7,22E-03 3,12E-06
clorídrico edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Ácido kg/m2 diesel total
HF 1,67E-03 g/L de diesel x 2,05E-03 9,03E-01 g 9,03E-04 3,90E-07
fluorídrico edificacao consumido no
transporte
Emissões do
kg/m2 diesel total
Amônia NH3 1,33E-07 g/L de diesel x 1,63E-07 7,19E-05 g 7,19E-08 3,10E-11
edificacao consumido no
transporte
Emissões do
Óxido kg/m2 diesel total
SOx 3,92E+00 g/L de diesel x 4,80E+00 2,11E+03 g 2,11E+00 9,12E-04
sulfúrico edificacao consumido no
transporte
Compostos Emissões do
orgânicos kg/m2 diesel total
NMVOC 1,47E+01 g/L de diesel x 1,80E+01 7,94E+03 g 7,94E+00 3,43E-03
voláteis não edificacao consumido no
metanos transporte

120
121

APÊNDICE C – CÁLCULOS PARA A OBTENÇÃO DA AICV


Fator de Unidade por m2 de
Fórmula Unidade funcional Unidade dimensional Classificação Caracterização
caracterização edificação
Basalto 5,58E+02 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis calculado 5,58E+02 kg
NH4NO3 1,33E-04 kg/m2 edificacao Eutrofização 1,00E+00 1,33E-04 kg NO3 eq
CH2 7,75E-06 kg/m2 edificacao Formação de ozônio fotoquímico 1,00E+02 7,75E-08 kg C2H2 eq
Energia 7,25E-02 kWh/m2 edificacao Consumo de recursos energéticos não renováveis calculado 7,25E-02 kWh
Hidrocarboneto 2,69E-02 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 2,69E-02 kg CO2 eq
Hidrocarboneto 9,32E-04 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 9,32E-04 kg CO2 eq
Hidrocarboneto 2,14E-04 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 2,14E-04 kg CO2 eq
Energia 2,63E-02 kWh/m2 edificacao Consumo de recursos energéticos não renováveis calculado 2,63E-02 kWh
Hidrocarboneto 9,75E-03 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 9,75E-03 kg CO2 eq
Hidrocarboneto 1,61E-03 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 1,61E-03 kg CO2 eq
Hidrocarboneto 2,29E-03 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 2,29E-03 kg CO2 eq
N2 4,66E-05 kg/m2 edificacao Eutrofização 7,41E-01 6,28E-05 kg de NO3 eq
CO2 2,43E-05 kg/m2 edificacao Aquecimento global 1,00E+00 2,43E-05 kg CO2 eq
CO2 1,23E-01 kg/m2 edificacao Aquecimento global 1,00E+00 1,23E-01 kg CO2 eq
Aquecimento global 5,00E-01 5,31E-03 kg CO2 eq
CO 2,65E-03 kg/m2 edificacao Formação de ozônio fotoquímico 3,33E+01 7,96E-05 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 1,20E-06 2,21E+03 m3 de ar
Formação de ozônio fotoquímico 1,43E+02 5,59E-08 kg C2H2 eq
CH4 7,98E-06 kg/m2 edificacao
Aquecimento global 4,00E-02 2,00E-04 kg CO2 eq
Eutrofização 7,41E-01 4,60E-03 kg NO3 eq
Acidificação 1,43E+00 2,38E-03 kg SO2 eq
NOx 3,40E-03 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (ar) 1,16E-07 2,93E+04 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 1,35E+02 2,53E-05 m3 de água
Toxicidade humana (solo) 3,42E-01 9,97E-03 m3 de solo
Continuação
Aquecimento global 3,13E-03 3,09E-04 kg CO2 eq
N2O 9,65E-07 kg/m2 edificacao Eutrofização 3,55E-01 2,72E-06 kg de NO3 eq
Toxicidade humana (ar) 5,00E-07 1,93E+00 m3 de ar
Formação de ozônio fotoquímico 5,00E+00 1,57E-09 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 1,00E-10 7,87E+01 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 4,44E-04 1,77E-05 m3 de água
C6H6 7,87E-09 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (solo) 6,90E-05 1,14E-04 m3 de solo
Ecotoxicidade aguda (água) 1,00E-04 7,87E-05 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (água) 2,50E-04 3,15E-05 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (solo) 2,78E-04 2,83E-05 m3 de solo
Formação de ozônio fotoquímico 2,50E+00 4,22E-08 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 8,00E-11 1,32E+03 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 9,03E+00 1,17E-08 m3 de água
H2CO 1,05E-07 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (solo) 1,73E-01 6,08E-07 m3 de solo
Ecotoxicidade aguda (água) 1,67E-05 6,31E-03 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (água) 4,18E-05 2,52E-03 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (solo) 4,93E-06 2,14E-02 m3 de solo
MP 10 1,56E-05 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (ar) 5,00E-08 3,12E+02 m3 de ar
HCl 5,87E-07 kg/m2 edificacao Acidificação 1,14E+00 5,17E-07 kg SO2 eq
HF 7,35E-08 kg/m2 edificacao Acidificação 6,25E-01 1,18E-07 kg SO2 eq
Eutrofização 2,75E-01 2,13E-11 kg de NO3 eq
NH3 5,84E-12 kg/m2 edificacao
Acidificação 5,32E-01 1,10E-11 kg SO2 eq
Acidificação 1,54E+00 1,12E-04 kg SO2 eq
SOx 1,72E-04 kg/m2 edificacao
Toxicidade humana (ar) 7,80E-07 2,20E+02 m3 de ar

122
123

Continuação
Ecotoxicidade crônica (solo) 1,67E-01 3,88E-03 m3 de solo
Ecotoxicidade crônica (água) 1,24E+00 5,23E-04 m3 de água
Toxicidade humana (ar) 1,65E-04 3,91E+00 m3 de ar
NMVOC 6,46E-04 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (água) 1,35E+04 4,80E-08 m3 de água
Toxicidade humana (solo) 8,86E+01 7,29E-06 m3 de solo
Aquecimento global 6,67E-01 9,69E-04 kg CO2 eq
Formação de ozônio fotoquímico 4,64E+02 1,39E-06 kg C2H2 eq
Hidrocarboneto 2,14E-04 kg/m2 edificacao Resíduos perigosos calculado 2,14E-04 kg
Hidrocarboneto 4,85E-03 kg/m2 edificacao Resíduos perigosos calculado 4,85E-03 kg
H2O 7,73E+00 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais renováveis calculado 7,73E+00 kg
Hidrocarboneto 1,43E-04 kg/m2 edificacao Aquecimento global 1,00E+00 1,43E-04 kg CO2 eq
Energia 7,07E-03 kWh/m2 edificacao Consumo de recursos energéticos não renováveis calculado 7,07E-03 kWh
Hidrocarboneto 2,62E-03 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 2,62E-03 kg CO2 eq
CO2 8,80E-03 kg/m2 edificacao Aquecimento global 1,00E+00 8,80E-03 kg CO2 eq
Aquecimento global 5,00E-01 3,80E-04 kg CO2 eq
CO 1,90E-04 kg/m2 edificacao Formação de ozônio fotoquímico 3,33E+01 5,70E-06 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 1,20E-06 1,58E+02 m3 de ar
Formação de ozônio fotoquímico 1,43E+02 4,00E-09 kg C2H2 eq
CH4 5,72E-07 kg/m2 edificacao
Aquecimento global 4,00E-02 1,43E-05 kg CO2 eq
Eutrofização 7,41E-01 3,29E-04 kg NO3 eq
Acidificação 1,43E+00 1,71E-04 kg SO2 eq
NOx 2,44E-04 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (ar) 1,16E-07 2,10E+03 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 1,35E+02 1,81E-06 m3 de água
Toxicidade humana (solo) 3,42E-01 7,14E-04 m3 de solo
Continuação
Aquecimento global 3,13E-03 2,21E-05 kg CO2 eq
N2O 6,91E-08 kg/m2 edificacao Eutrofização 3,55E-01 1,95E-07 kg de NO3 eq
Toxicidade humana (ar) 5,00E-07 1,38E-01 m3 de ar
Formação de ozônio fotoquímico 5,00E+00 1,13E-10 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 1,00E-10 5,64E+00 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 4,44E-04 1,27E-06 m3 de água
C6H6 5,64E-10 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (solo) 6,90E-05 8,17E-06 m3 de solo
Ecotoxicidade aguda (água) 1,00E-04 5,64E-06 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (água) 2,50E-04 2,25E-06 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (solo) 2,78E-04 2,03E-06 m3 de solo
Formação de ozônio fotoquímico 2,50E+00 3,02E-09 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 8,00E-11 9,44E+01 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 9,03E+00 8,36E-10 m3 de água
H2CO 7,55E-09 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (solo) 1,73E-01 4,35E-08 m3 de solo
Ecotoxicidade aguda (água) 1,67E-05 4,52E-04 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (água) 4,18E-05 1,81E-04 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (solo) 4,93E-06 1,53E-03 m3 de solo
MP 10 1,12E-06 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (ar) 5,00E-08 2,24E+01 m3 de ar
HCl 4,21E-08 kg/m2 edificacao Acidificação 1,14E+00 3,70E-08 kg SO2 eq
HF 5,26E-09 kg/m2 edificacao Acidificação 6,25E-01 8,42E-09 kg SO2 eq
Eutrofização 2,75E-01 1,52E-12 kg de NO3 eq
NH3 4,19E-13 kg/m2 edificacao
Acidificação 5,32E-01 7,87E-13 kg SO2 eq
Acidificação 1,54E+00 8,00E-06 kg SO2 eq
SOx 1,23E-05 kg/m2 edificacao
Toxicidade humana (ar) 7,80E-07 1,58E+01 m3 de ar

124
125

Continuação
Ecotoxicidade crônica (solo) 1,67E-01 2,78E-04 m3 de solo
Ecotoxicidade crônica (água) 1,24E+00 3,74E-05 m3 de água
Toxicidade humana (ar) 1,65E-04 2,80E-01 m3 de ar
NMVOC 4,63E-05 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (água) 1,35E+04 3,44E-09 m3 de água
Toxicidade humana (solo) 8,86E+01 5,22E-07 m3 de solo
Aquecimento global 6,67E-01 6,94E-05 kg CO2 eq
Formação de ozônio fotoquímico 4,64E+02 9,97E-08 kg C2H2 eq
Hidrocarboneto 1,43E-04 kg/m2 edificacao Resíduos perigosos calculado 1,43E-04 kg
H2O 1,29E+00 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais renováveis calculado 1,29E+00 kg
Hidrocarboneto 1,43E-04 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 1,43E-04 kg CO2 eq
Hidrocarboneto 3,08E-03 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 3,08E-03 kg CO2 eq
Hidrocarboneto 4,58E-03 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 4,58E-03 kg CO2 eq
Hidrocarboneto 4,69E-04 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 4,69E-04 kg CO2 eq
Hidrocarboneto 1,50E-02 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 1,50E-02 kg CO2 eq
Hidrocarboneto 2,30E-04 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 2,30E-04 kg CO2 eq
Hidrocarboneto 6,99E-04 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 6,99E-04 kg CO2 eq
Consumo de recursos energéticos renováveis calculado 1,82E+00 kWh
Energia elétrica 2,05E+00 kWh/m2 edificacao
Consumo de recursos energéticos não renováveis calculado 2,29E-01 kWh
Hidrocarboneto 2,41E-02 kg/m2 edificacao Resíduos perigosos calculado 2,41E-02 kg
Hidrocarboneto 1,43E-04 kg/m2 edificacao Resíduos perigosos calculado 1,43E-04 kg
x x x x x x x
x x x x x x x
Energia 4,57E-02 kWh/m2 edificacao Consumo de recursos energéticos não renováveis calculado 4,57E-02 kWh
Hidrocarboneto 1,45E-02 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 1,45E-02 kg CO2 eq
CO2 4,85E-02 kg/m2 edificacao Aquecimento global 1,00E+00 4,85E-02 kg CO2 eq
Continuação
Aquecimento global 5,00E-01 2,10E-03 kg CO2 eq
CO 1,05E-03 kg/m2 edificacao Formação de ozônio fotoquímico 3,33E+01 3,15E-05 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 1,20E-06 8,74E+02 m3 de ar
Formação de ozônio fotoquímico 1,43E+02 2,21E-08 kg C2H2 eq
CH4 3,16E-06 kg/m2 edificacao
Aquecimento global 4,00E-02 7,89E-05 kg CO2 eq
Eutrofização 7,41E-01 1,82E-03 kg NO3 eq
Acidificação 1,43E+00 9,42E-04 kg SO2 eq
NOx 1,35E-03 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (ar) 1,16E-07 1,16E+04 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 1,35E+02 9,99E-06 m3 de água
Toxicidade humana (solo) 3,42E-01 3,94E-03 m3 de solo
Aquecimento global 3,13E-03 1,22E-04 kg CO2 eq
N2O 3,82E-07 kg/m2 edificacao Eutrofização 3,55E-01 1,08E-06 kg de NO3 eq
Toxicidade humana (ar) 5,00E-07 7,63E-01 m3 de ar
Formação de ozônio fotoquímico 5,00E+00 6,22E-10 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 1,00E-10 3,11E+01 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 4,44E-04 7,00E-06 m3 de água
C6H6 3,11E-09 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (solo) 6,90E-05 4,51E-05 m3 de solo
Ecotoxicidade aguda (água) 1,00E-04 3,11E-05 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (água) 2,50E-04 1,24E-05 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (solo) 2,78E-04 1,12E-05 m3 de solo

126
127

Continuação
Formação de ozônio fotoquímico 2,50E+00 1,67E-08 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 8,00E-11 5,21E+02 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 9,03E+00 4,61E-09 m3 de água
H2CO 4,17E-08 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (solo) 1,73E-01 2,40E-07 m3 de solo
Ecotoxicidade aguda (água) 1,67E-05 2,49E-03 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (água) 4,18E-05 9,98E-04 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (solo) 4,93E-06 8,45E-03 m3 de solo
MP 10 6,17E-06 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (ar) 5,00E-08 1,23E+02 m3 de ar
HCl 2,32E-07 kg/m2 edificacao Acidificação 1,14E+00 5,43E-06 kg SO2 eq
HF 2,90E-08 kg/m2 edificacao Acidificação 6,25E-01 9,87E-06 kg SO2 eq
Eutrofização 2,75E-01 8,41E-12 kg de NO3 eq
NH3 2,31E-12 kg/m2 edificacao
Acidificação 5,32E-01 4,34E-12 kg SO2 eq
Acidificação 1,54E+00 4,42E-05 kg SO2 eq
SOx 6,79E-05 kg/m2 edificacao
Toxicidade humana (ar) 7,80E-07 8,71E+01 m3 de ar
Ecotoxicidade crônica (solo) 1,67E-01 1,53E-03 m3 de solo
Ecotoxicidade crônica (água) 1,24E+00 2,07E-04 m3 de água
Toxicidade humana (ar) 1,65E-04 1,55E+00 m3 de ar
NMVOC 2,55E-04 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (água) 1,35E+04 1,90E-08 m3 de água
Toxicidade humana (solo) 8,86E+01 2,88E-06 m3 de solo
Aquecimento global 6,67E-01 3,83E-04 kg CO2 eq
Formação de ozônio fotoquímico 4,64E+02 5,50E-07 kg C2H2 eq
Energia 4,99E-03 kWh/m2 edificacao Consumo de recursos energéticos não renováveis calculado 4,99E-03 kWh
Hidrocarboneto 1,58E-03 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 1,58E-03 kg CO2 eq
CO2 5,30E-03 kg/m2 edificacao Aquecimento global 1,00E+00 5,30E-03 kg CO2 eq
Continuação
Aquecimento global 5,00E-01 2,29E-04 kg CO2 eq
CO 1,15E-04 kg/m2 edificacao Formação de ozônio fotoquímico 3,33E+01 3,44E-06 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 1,20E-06 9,55E+01 m3 de ar
Formação de ozônio fotoquímico 1,43E+02 2,41E-09 kg C2H2 eq
CH4 3,45E-07 kg/m2 edificacao
Aquecimento global 4,00E-02 8,62E-06 kg CO2 eq
Eutrofização 7,41E-01 1,98E-04 kg NO3 eq
Acidificação 1,43E+00 1,03E-04 kg SO2 eq
NOx 1,47E-04 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (ar) 1,16E-07 1,27E+03 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 1,35E+02 1,09E-06 m3 de água
Toxicidade humana (solo) 3,42E-01 4,30E-04 m3 de solo
Aquecimento global 3,13E-03 1,33E-05 kg CO2 eq
N2O 4,17E-08 kg/m2 edificacao Eutrofização 3,55E-01 1,17E-07 kg de NO3 eq
Toxicidade humana (ar) 5,00E-07 8,33E-02 m3 de ar
Formação de ozônio fotoquímico 5,00E+00 6,79E-11 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 1,00E-10 3,40E+00 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 4,44E-04 7,65E-07 m3 de água
C6H6 3,40E-10 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (solo) 6,90E-05 4,92E-06 m3 de solo
Ecotoxicidade aguda (água) 1,00E-04 3,40E-06 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (água) 2,50E-04 1,36E-06 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (solo) 2,78E-04 1,22E-06 m3 de solo

128
129

Continuação
Formação de ozônio fotoquímico 2,50E+00 1,82E-09 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 8,00E-11 5,69E+01 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 9,03E+00 5,04E-10 m3 de água
H2CO 4,55E-09 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (solo) 1,73E-01 2,62E-08 m3 de solo
Ecotoxicidade aguda (água) 1,67E-05 2,72E-04 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (água) 4,18E-05 1,09E-04 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (solo) 4,93E-06 9,23E-04 m3 de solo
MP 10 6,73E-07 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (ar) 5,00E-08 1,35E+01 m3 de ar
HCl 2,53E-08 kg/m2 edificacao Acidificação 1,14E+00 2,23E-08 kg SO2 eq
HF 3,17E-09 kg/m2 edificacao Acidificação 6,25E-01 5,07E-09 kg SO2 eq
Eutrofização 2,75E-01 9,18E-13 kg de NO3 eq
NH3 2,52E-13 kg/m2 edificacao
Acidificação 5,32E-01 4,74E-13 kg SO2 eq
Acidificação 1,54E+00 4,82E-06 kg SO2 eq
SOx 7,42E-06 kg/m2 edificacao
Toxicidade humana (ar) 7,80E-07 9,51E+00 m3 de ar
Ecotoxicidade crônica (solo) 1,67E-01 1,67E-04 m3 de solo
Ecotoxicidade crônica (água) 1,24E+00 2,26E-05 m3 de água
Toxicidade humana (ar) 1,65E-04 1,69E-01 m3 de ar
NMVOC 2,79E-05 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (água) 1,35E+04 2,07E-09 m3 de água
Toxicidade humana (solo) 8,86E+01 3,15E-07 m3 de solo
Aquecimento global 6,67E-01 4,18E-05 kg CO2 eq
Formação de ozônio fotoquímico 4,64E+02 6,01E-08 kg C2H2 eq
H2O 5,32E+01 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais renováveis calculado 5,32E+01 kg
Consumo de recursos energéticos renováveis calculado 2,63E-01 kWh
Energia elétrica 2,96E-01 kWh/m2 edificacao
Consumo de recursos energéticos não renováveis calculado 3,32E-02 kWh
RCC 7,81E+01 kg/m2 edificacao Resíduos de construção civil calculado 7,81E+01 kg
Energia 6,13E-01 kWh/m2 edificacao Consumo de recursos energéticos não renováveis calculado 6,13E-01 kWh
Continuação
Hidrocarboneto 1,94E-01 kg/m2 edificacao Consumo de recursos materiais não renováveis 1,00E+00 1,94E-01 kg CO2 eq
RCC 4,80E+02 kg/m2 edificacao Resíduos de construção civil calculado 4,80E+02 kg
CO2 6,52E-01 kg/m2 edificacao Aquecimento global 1,00E+00 6,52E-01 kg CO2 eq
Aquecimento global 5,00E-01 2,82E-02 kg CO2 eq
CO 1,41E-02 kg/m2 edificacao Formação de ozônio fotoquímico 3,33E+01 4,23E-04 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 1,20E-06 1,17E+04 m3 de ar
Formação de ozônio fotoquímico 1,43E+02 2,97E-07 kg C2H2 eq
CH4 4,24E-05 kg/m2 edificacao
Aquecimento global 4,00E-02 1,06E-03 kg CO2 eq
Eutrofização 7,41E-01 2,44E-02 kg NO3 eq
Acidificação 1,43E+00 1,26E-02 kg SO2 eq
NOx 1,81E-02 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (ar) 1,16E-07 1,56E+05 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 1,35E+02 1,34E-04 m3 de água
Toxicidade humana (solo) 3,42E-01 5,29E-02 m3 de solo
Aquecimento global 3,13E-03 1,64E-03 kg CO2 eq
N2O 5,12E-06 kg/m2 edificacao Eutrofização 3,55E-01 1,44E-05 kg de NO3 eq
Toxicidade humana (ar) 5,00E-07 1,02E+01 m3 de ar
Formação de ozônio fotoquímico 5,00E+00 8,35E-09 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 1,00E-10 4,18E+02 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 4,44E-04 9,40E-05 m3 de água
C6H6 4,18E-08 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (solo) 6,90E-05 6,05E-04 m3 de solo
Ecotoxicidade aguda (água) 1,00E-04 4,18E-04 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (água) 2,50E-04 1,67E-04 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (solo) 2,78E-04 1,50E-04 m3 de solo

130
131

Continuação
Formação de ozônio fotoquímico 2,50E+00 2,24E-07 kg C2H2 eq
Toxicidade humana (ar) 8,00E-11 6,99E+03 m3 de ar
Toxicidade humana (água) 9,03E+00 6,19E-08 m3 de água
H2CO 5,59E-07 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (solo) 1,73E-01 3,22E-06 m3 de solo
Ecotoxicidade aguda (água) 1,67E-05 3,35E-02 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (água) 4,18E-05 1,34E-02 m3 de água
Ecotoxicidade crônica (solo) 4,93E-06 1,13E-01 m3 de solo
MP 10 8,28E-05 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (ar) 5,00E-08 1,66E+03 m3 de ar
HCl 3,12E-06 kg/m2 edificacao Acidificação 1,14E+00 2,74E-06 kg SO2 eq
HF 3,90E-07 kg/m2 edificacao Acidificação 6,25E-01 6,24E-07 kg SO2 eq
Eutrofização 2,75E-01 1,13E-10 kg de NO3 eq
NH3 3,10E-11 kg/m2 edificacao
Acidificação 5,32E-01 5,83E-11 kg SO2 eq
Acidificação 1,54E+00 5,93E-04 kg SO2 eq
SOx 9,12E-04 kg/m2 edificacao
Toxicidade humana (ar) 7,80E-07 1,17E+03 m3 de ar
Ecotoxicidade crônica (solo) 1,67E-01 2,06E-02 m3 de solo
Ecotoxicidade crônica (água) 1,24E+00 2,77E-03 m3 de água
Toxicidade humana (ar) 1,65E-04 2,08E+01 m3 de ar
NMVOC 3,43E-03 kg/m2 edificacao Toxicidade humana (água) 1,35E+04 2,55E-07 m3 de água
Toxicidade humana (solo) 8,86E+01 3,87E-05 m3 de solo
Aquecimento global 6,67E-01 5,14E-03 kg CO2 eq
Formação de ozônio fotoquímico 4,64E+02 7,38E-06 kg C2H2 eq

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