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UNIDADE 8
SOCIEDADE, POLÍTICA E DEMOCRACIA NO BRASIL
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------------- 5
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REFERÊNCIAS ------------------------------------------------------------------------------------------- 18
1. INTRODUÇÃO
Chegamos à reta final de nosso curso de Sociologia, abordando algumas questões mais práticas que se fazem
presente em nossa vida social. Estudamos a temática da diversidade cultural e analisamos o conceito de es-
tratificação social, bem como o fato marcante da desigualdade no Brasil. Nesta última unidade, vamos nos
concentrar em um campo da vida coletiva essencial para a compreensão de nossa convivência conjunta – o
campo político. Para que possamos analisar esse campo, precisamos desenvolver um debate teórico e prático
a respeito da democracia em nossas sociedades modernas, visto que essa é a forma de governo amplamente
Um dos mais importantes historiadores do século XX, Eric Hobsbawn apontou em seu famoso livro A era dos
extremos (1994) que após a Segunda Guerra Mundial as nações ao redor do mundo foram, gradativamente,
sendo levadas (por caminhos mais pacíficos ou mais turbulentos) a adotarem sistemas políticos abertos, re-
presentativos e participativos. Não é exagero afirmar que com o passar do tempo, a discussão a respeito das
melhores formas de governo - debate este clássico no pensamento político clássico - foi perdendo muito de
seu sentido, já que a democracia consolidou-se de maneira quase que inquestionável como o sistema mais
adequado para a organização política de nossas modernas sociedades. Atualmente, na teoria e na prática polí-
tica ocidental é muito difícil encontrar um princípio tão aceito e disseminado como a ideia de que a democra-
cia é a melhor forma de governo. A ausência dela é algo reconhecido amplamente como um grave problema,
o que, em consequências mais extremas, já foi, inclusive, justificativa para conflitos entre países.
Mas, se há consenso sobre a importância e o valor da democracia, não há igual acordo sobre o significado
desse sistema político. Ao longo do século XX, alguns importantes pensadores e, mesmo, várias lideranças
políticas, enxergavam a democracia como um sistema cuja função era estritamente promover uma alternân-
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cia de poder entre as elites políticas. O povo, nesse sentido, era concebido como um ator que só deveria exer-
cer sua participação no momento do voto. No entanto, outras pessoas perceberam que a democracia poderia
ser compreendida para além desse sentido minimalista, integrando aos objetivos desse sistema os ideais de
justiça social e igualdade de direitos civis, itens que não seriam alcançados apenas pelo voto e pela alternância
das elites políticas no poder. Assim, os princípios de igualdade, participação e cidadania vão, pouco a pouco,
consolidando-se como aspectos centrais para pensarmos o aprofundamento democrático. Por essa razão,
No século XVIII, o grande pensador francês Barão de Montesquieu formulou as bases daquilo que seriam as
diretrizes fundamentais na organização dos sistemas democráticos modernos. O autor propõe que as repú-
blicas deveriam instituir um arranjo institucional equilibrado e capaz de afastar a possibilidade de governos
absolutistas e evitar a produção de normas tirânicas. Para ele, o ponto a ser valorizado e perseguido é a ga-
rantia de que as nações ao redor do mundo pudessem ser capazes de instituírem sistemas políticos nos quais
os indivíduos teriam suas liberdades asseguradas, mas sem perder a eficiência e organização do Estado e seus
processos. Assim, o autor propõe uma tripartição de poderes , divisão essa que pudesse estabelecer tanto
as funções específicas das diversas esferas do poder que compõem o Estado, bem como a garantia da autono-
Tripartição de Poderes: Montesquieu analisa as relações que as leis têm com a natureza
e a violência. Tais ideias se encaminham para a melhor definição da separação dos poderes,
ainda hoje um dos pilares do exercício do poder democrático. Ele descreveu cuidadosamente
Refletindo sobre o abuso do poder real, Montesquieu conclui que “só o poder freia o poder”,
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Os três poderes propostos por Montesquieu seriam, portanto, o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o
Poder Judiciário. O Legislativo apresenta, como função fundamental, a criação e a produção de leis para a
regulamentação do convívio social. O Executivo, pois, é a esfera do poder estatal com o papel de garantir a
plena execução das leis, através do planejamento e da efetivação de políticas públicas. Por fim, o Judiciário
tem como atribuição principal o julgamento das transgressões às leis, bem como as punições a esses atos. É
importante ressaltar que tanto Legislativo, quanto o Executivo e o Judiciário apresentam mais uma atribui-
ção fundamental em comum: todos eles devem se empenhar na fiscalização dos outros poderes. Isso ocor-
re para assegurar o equilíbrio entre eles. Montesquieu aponta essa dinâmica como um sistema de freios e
contrapesos, ou seja, a contenção do poder pelo poder, de modo que cada um deve ser autônomo e exercer
determinada função, porém, o exercício desta função será controlado pelos outros poderes. Assim, pode-se
dizer que os poderes são independentes, porém harmônicos entre si. Atualmente, a maioria absoluta das de-
Embora a tripartição de poder seja um princípio consolidado como fundamental para as democracias ao
redor do mundo, ela não é condição suficiente para propiciar um contexto de efetiva igualdade e liberdade
entre os cidadãos – princípios esses fundamentais para a realização do sistema democrático. De fato, não é
exagero dizer que o maior desafio de qualquer democracia moderna é o de alcançar o delicado equilíbrio en-
tre os ideais da igualdade e da liberdade na convivência política coletiva. Tal objetivo da política democrática
moderna aparece desde o século XVIII na Revolução Francesa (1789) através da Declaração dos homens e
Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem funda-
Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescri-
tíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.
liberdade e da igualdade são compreendidos pelos revolucionários como direitos inatos e inalienáveis de
todo e qualquer ser humano. Para eles, o papel da esfera política seria o de garantir que tais direitos fossem
Já em meados do século XX, a filósofa alemã Hannah Arendt também desenvolve uma reflexão sobre o papel
Os homens não nascem iguais, mas tornam-se iguais como membros de uma coletividade, em
virtude de uma decisão conjunta que garante a todos direitos iguais. A igualdade não é um dado,
é construída, elaborada convencionalmente pela ação dos homens, enquanto cidadãos, na comu-
nidade política.
Existe uma diferença fundamental entre a reflexão de Arendt e aquela da Declaração dos Homens e dos Ci-
dadãos no contexto da Revolução francesa. Para a filósofa, os princípios da “igualdade” e da “liberdade” não
seriam inatos ao ser humano, mas sim construções possíveis apenas no contexto de uma comunidade polí-
tica. Isso significa que a garantia de direitos é o papel, por excelência, da esfera pública democrática. Dentro
da comunidade política, os indivíduos passam a alcançar a garantia mais fundamental para sua existência: o
Dessa forma, consolida-se a concepção de que, no contexto da política democrática moderna, não há maneira
mais efetiva de se aproximar dos horizontes da igualdade e da liberdade que através da conquista dos direi-
tos de cidadania. Na década de 60, o sociólogo britânico T.H. Marshall analisou o processo histórico de
consolidação da cidadania moderna a partir de três aspectos distintos: a cidadania civil, a cidadania política
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e a cidadania social. Cada uma dessas categorias abrange um conjunto de direitos específicos, referentes a
campos distintos da convivência social. Cabe, portanto, definirmos cada uma delas.
tos: a cidadania civil, a cidadania política e a cidadania social. Cada uma dessas categorias
social. Cidadania Civil se refere aos direitos e liberdades individuais. A cidadania política
social aponta a questão das garantias de qualidade de vida para os cidadãos assegurada pelo
Estado nacional.
Essa categoria diz respeito ao conjunto de direitos necessários para o estabelecimento das liberdades indivi-
• Direito de ir e vir
• Direito à propriedade
• Acesso à justiça
Figura 1: Martin Luther King Jr. Lutou pela conquista de direito civis
dos negros nos Estados Unidos
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Cidadania Política
Essa categoria está inevitavelmente relacionada à consolidação da forma de governo democrática. Represen-
ta o acesso dos indivíduos à participação e à integração do indivíduo no espaço político. Os dois principais
Essa categoria de cidadania diz respeito à garantia da qualidade de vida da população, aceita com um mínimo
admissível de bem-estar social e econômico. Para a consolidação dos direitos de cidadania social torna-se
essencial a participação ativa do Estado como promotor desses direitos. São eles:
• Direito à educação;
• Direito à saúde;
• Direito ao trabalho;
De acordo com T.H Marshall, cada um desses segmentos de cidadania é central no processo de constituição
das sociedades democráticas na modernidade. Algumas nações, como a Inglaterra, conquistaram cada um
desses conjuntos de direitos de forma gradual: começando pelos direitos civis, passando pelos direitos po-
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líticos para, por fim, alcançarem os direitos sociais. Outras nações como os EUA garantiram direitos civis e
políticos ao mesmo tempo. O Brasil, por sua vez, ainda luta para a conquista plena de muitos desses direitos,
especialmente aqueles referentes à cidadania social. Porém, não é exagero afirmar que um grande passo nes-
sa direção foi dado com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Cabe agora analisarmos a constru-
Cem anos após a independência do Brasil, nos anos 1920, o legado colonial, principalmente da escravidão,
sociedade escravocrata e pouco significavam para a maioria da população. De fato, alguns direitos civis até
já estavam na constituição, mas não eram efetivados na prática. Somente no final da década de 1920, em
decorrência da imigração e da luta dos trabalhadores nas grandes cidades do país, algumas conquistas foram
alcançadas, como os direitos de organização, de manifestação, de escolha do trabalho e de se fazer greve. Mas,
o Estado ainda atuava sobre a população com atitudes frequentemente repressoras e, além disso, as oligar-
quias regionais constantemente ignoravam que tais direitos eram garantias de todos.
Os direitos políticos no Brasil também foram, durante muito tempo, restritos. Na constituição de 1881 só
podiam votar homens, alfabetizados com renda acima de 200 mil réis. Em decorrência disso, nas eleições
parlamentares de 1886, por exemplo, só puderam votar pouco mais de 100 mil eleitores, ou seja, 0,8% da
população brasileira da época. Se os direitos civis e políticos eram tão restritos, os direitos sociais no Brasil
até a década de 1930 eram quase inexistentes. A assistência social estava nas mãos de irmandades religiosas
ou sociedade de auxílios fora do Estado. Apenas com a chegada do governo de Getúlio Vargas os trabalha-
dores conseguiram conquistar alguns desses direitos. Um dos primeiros atos desse governo foi a criação de
um Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, ideia completada em 1943 com a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT). Inédita no Brasil, essa legislação continua vigente com poucas alterações importantes. As
disposições mais significativas dessa lei foram a jornada de trabalho de 8h para os trabalhadores da indústria
A chegada da ditadura militar no Brasil pôs a perder todo esse conjunto de direitos que haviam sido tão len-
tamente conquistados por nossa população. Por essa razão, houve, nas décadas de 1960 a 1980, uma grande
mobilização e organização dos movimentos sociais dos mais diversos tipos com os mais diversos objetivos,
por exemplo, o movimento operário, movimento negro, movimento feminista, movimento dos estudantes,
etc. Embora gestados em um contexto de plena repressão das liberdades de cidadania, esses movimentos
buscaram se fortalecer na sociedade civil, estabelecendo alianças entre si, pressionando o Estado brasileiro e
inestimáveis de cidadania.
Com a Constituição de 1988 foi possível haver, pela primeira vez, na história brasileira, uma legislação demo-
crática capaz de assegurar uma plenitude importante dos direitos civis, políticos e sociais no Brasil. Um dos
aspectos mais marcantes da Carta é que os direitos e garantias fundamentais são explicitados e enumerados
antes da própria disposição sobre o funcionamento dos poderes políticos! Isso significa que a garantia dos di-
reitos de cidadania são, enfim, consolidados como marcos primários e indispensáveis para nossa democracia.
Ainda assim, há muito por fazer para que as pessoas possam, de fato, viver dignamente.
do Brasil. Foi elaborada no espaço de 20 meses por 558 constituintes entre deputados e
senadores à época, e trata-se da sétima na história do país desde sua independência. Promulgada
no dia 5 de outubro de 1988, ganhou quase que imediatamente o apelido de constituição ci-
dadã, por ser considerada a mais completa entre as constituições brasileiras, com destaque
para os vários aspectos que garantem o acesso à cidadania. A constituição está organizada em
nove títulos que abrigam 245 artigos dedicados a temas como os princípios fundamentais,
direitos e garantias fundamentais, organização do estado, dos poderes, defesa do estado e das
conquistas trazidas pela nova carta, destacam-se o restabelecimento de eleições diretas para
de voto para os analfabetos, o fim à censura aos meios de comunicação, obras de arte, músicas,
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Analise no quadro abaixo uma série de conquistas inéditas que passam a estar garantidas em nossa atual
constituição:
Uma das principais conquistas da Constituição de 1988 foi lançar as bases para o renascimento da democra-
cia brasileira após mais de 20 anos de ditadura militar. Desde a independência brasileira, o país carecia da
os poucos momentos de governos democráticos no Brasil. Assim, a partir de 1988, ficou estabelecido que a
democracia no Brasil seria consolidada através da fundamentação dos três poderes de Estado (tal como pro-
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posto por Montesquieu) e funcionaria por meio das seguintes instituições políticas (Figura 3):
Apesar do importante avanço nessa institucionalização da democracia, com o tempo foi possível notar algu-
O fato de haver inúmeros partidos sendo representados no Legislativo, isso acaba impedindo que o presiden-
te consiga aprovar sua agenda de propostas e políticas públicas no Congresso. O sistema político brasileiro
possui tantos partidos e eles são tão fragmentados ideologicamente entre si que a prática de governo, por
parte do presidente da República, é tarefa quase impossível, pois a formação de maioria na Câmara dos Depu-
tados é processo de extrema complexidade (Figura 4). Dessa forma, encontrou-se uma saída, nesse contexto
político brasileiro, o chamado presidencialismo de coalizão. Esse termo indica a prática de formação de
vínculos e alianças entre partidos em troca de apoio no Congresso. Por meio de tais coalizões – que ocorrem
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ainda no período eleitoral - o presidente e seu partido conseguem efetivar suas propostas e projetos.
• Intensa prática de migração partidária. As coalizões, por vezes, são realizadas durante o mandato e
não nas eleições, o que confunde os eleitores e os fazem sentir-se menos representados por aqueles
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No Brasil, a representação política é proporcional. Isso significa que as cadeiras no Congresso são distri-
buídas a partir do número de votos nos partidos de cada estado da federação, ou seja, o objetivo do sistema
proporcional é garantir um grau de correspondência entre votos e cadeiras recebidas pelos partidos em uma
eleição. Por exemplo, um partido que tenha recebido 15% dos votos teria direito a aproximadamente 15% das
cadeiras. Porém, a incongruência ocorre pelo fato de que, na hora dos eleitores votarem, eles escolhem as
pessoas e não consideram os partidos nos quais estão votando. Os brasileiros costumam votar sem se aten-
tar aos partidos de seus candidatos porque nosso sistema eleitoral baseia-se na chamada “lista aberta”. Isso
significa que o eleitor pode escolher votar no candidato que quiser, independente de seu partido. Em outros
países, como a Inglaterra, os eleitores não votam diretamente em seus candidatos, mas escolhem um partido
de preferência, a partir de uma lista pré-ordenada de candidatos selecionados pelas organizações partidárias.
O problema da Lista Aberta, associada ao sistema proporcional, é que ela enfraquece os partidos e fortalece
os candidatos, fazendo com que os partidos percam sua referência e base popular. Mas, ao mesmo tempo, os
partidos continuam sendo a base para a ocupação do Congresso, o que gera uma enorme contradição. A gran-
de consequência dessa contradição é dada pelo contexto exposto pelo sociólogo francês Bernard Manin. Para
ele, quando a população escolhe candidatos sem se atentarem a seus partidos os resultados são os seguintes:
• O candidato deixa de ser avaliado por sua competência, mas pela capacidade de comunicação
e oratória;
O Financiamento Privado das campanhas eleitorais diz respeito ao fato de que, no período de campanha
eleitoral, os partidos e os candidatos podem receber quantias em dinheiro de pessoas físicas e jurídicas, com
limites muito altos nos valores permitidos para doação (Figura 5). Essa regra possibilita às grandes empresas
financiarem os candidatos, criando uma viabilidade recorrente de que os grupos do grande capital financeiro
atuem diretamente na operação dos governantes que foram financiados por elas. Essa situação gera, frequen-
temente, a distorção na representação democrática, já que muitos dos candidatos financiados pelas grandes
empresas acabam por abrirem mão da representação de causas políticas em detrimento do favorecimento
daqueles que doam dinheiro para suas campanhas. Além disso, privilegia os candidatos ricos em detrimento
Essa é uma questão apropriada para nossa reflexão tanto como estudantes do ensino superior, mas princi-
palmente como cidadãos. Em setembro de 2014, algumas organizações não-governamentais se uniram para
realizar um plebiscito popular sobre a possibilidade do Estado brasileiro instaurar uma constituinte exclusiva
para tal objetivo. Mais de 7 milhões de pessoas votaram na consulta. As manifestações favoráveis à convo-
cação de uma assembleia exclusiva para reforma política somaram 97,05% do total, as contrárias, 2,57% e
0,38% foram votos brancos e nulos. Quando se falar em reforma política, deve-se refletir sobre tudo que ela
poderá representar para uma sociedade. O desenho do sistema político e eleitoral é que determinará, entre
outras coisas, a organização do estado republicano, a natureza do processo político decisório, as funcionali-
dades dos poderes públicos, o tamanho de estado e a qualidade da representação democrática. É com essa
perspectiva que se poderá calcular o tamanho da conta que a população terá de pagar, e assim desenhar um
modelo tributário, ou a sua reforma. E, como foi dito, as demais reformas naturalmente nascerão a partir daí.
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Cabe agora, um aprofundamento do debate público a esse respeito. Finalizamos, portanto, essa unidade com
REFERÊNCIAS
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3.ed. São Paulo: Moderna, 2010.
T.H. MARSHALL. Cidadania, Classe Social e Status. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967.
TOMAZI, Nelson D. Sociologia para o ensino médio. São Paulo: Atual, 2007.
GLOSSÁRIO
Segunda Guerra Mundial: O marco inicial ocorreu no ano de 1939, quando o exército alemão invadiu a
Polônia. De imediato, a França e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha. De acordo com a política de
alianças militares existentes na época, formaram-se dois grupos : Aliados (liderados por Inglaterra, URSS,
França e Estados Unidos) e Eixo (Alemanha, Itália e Japão ). O período de 1939 a 1941 foi marcado por vi-
tórias do Eixo, lideradas pelas forças armadas da Alemanha, que conquistou o Norte da França, Iugoslávia,
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Polônia, Ucrânia, Noruega e territórios no norte da África. O Japão anexou a Manchúria, enquanto a Itália
conquistava a Albânia e territórios da Líbia. Em 1941 o Japão ataca a base militar norte-americana de Pearl
Harbor no Oceano Pacífico (Havaí). Após este fato, considerado uma traição pelos norte-americanos, os es-
tados Unidos entraram no conflito ao lado das forças aliadas. De 1941 a 1945 ocorreram as derrotas do Eixo,
iniciadas com as perdas sofridas pelos alemães no rigoroso inverno russo. Neste período, ocorre uma regres-
são das forças do Eixo que sofrem derrotas seguidas. Com a entrada dos EUA, os aliados ganharam força nas
frentes de batalhas.
O Brasil participa diretamente, enviando para a Itália (região de Monte Cassino) os pracinhas da FEB, Força
Expedicionária Brasileira. Os cerca de 25 mil soldados brasileiros conquistam a região, somando uma impor-
Este importante e triste conflito terminou somente no ano de 1945 com a rendição da Alemanha e Itália. O
Japão, último país a assinar o tratado de rendição, ainda sofreu um forte ataque dos Estados Unidos, que
despejou bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagazaki. Uma ação desnecessária que provocou
a morte de milhares de cidadãos japoneses inocentes, deixando um rastro de destruição nestas cidades.
Revolução Francesa: Considera-se a Revolução Francesa de 1789 o acontecimento político e social mais
espetacular e significativo da história contemporânea. Foi o maior levante de massas até então conhecido que
fez por encerrar a sociedade feudal, abrindo caminho para a modernidade. A Revolução Francesa trata de
acontecimentos que acontecerem e mudaram a política do país entre 5 de maio de 1789 e 9 de novembro de
Neste intervalo de tempo, houve a convocação dos Estados Gerais, juntamente com a queda de Bastilha, além
do golpe de estado de Napoleão Bonaparte, mais conhecido como 18 de Brumário. Foi a Revolução Fran-
cesa que estimulou o início da Idade Contemporânea e seu principal benefício foi a eliminação da escravidão,
a servidão e os direitos feudais, a promoção da liberdade e dos direitos individuais e da sociedade que foram
conquistados.
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