Alanpatricio, 03 Portuguese Experiencies of Violence Among Students of Public Schools
Alanpatricio, 03 Portuguese Experiencies of Violence Among Students of Public Schools
Alanpatricio, 03 Portuguese Experiencies of Violence Among Students of Public Schools
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ARTIGO ORIGINAL
Suggested citation: Giacomozzi AI, Cardoso JL, Figueiredo CDS, Meneghetti NCO, Wiggers GA, Nunes PP, et al. Experiences
of violence among students of public schools. J Hum Growth Dev. 2020; 30(2):179-187.
DOI: https://doi.org/10.7322/jhgd.v30.10365
INTRODUÇÃO
No âmbito escolar brasileiro, foram firmadas Trevisol e Uberti4, fizeram uma pesquisa em uma
parcerias entre o Ministério da Saúde e Educação com o pequena cidade de Santa Catarina, Brasil, e um dos pontos
intuito de efetivar ações de prevenção à saúde em todas de conclusão é que a escola tem sido palco de agressões
as esferas da gestão pública, representadas pelo Projeto e conflitos, principalmente bullying. Segundo Nogueira5,
Prevenção e Saúde na Escola, no governo estadual e esse fenômeno é definido como um comportamento cruel
Programa Saúde na Escola, no município. As iniciativas e intrínseco nas relações sociais, no que os mais fortes
de ambos os programas são articuladas por abordagens tornam mais fracos seus objetos de diversão e prazer,
de promoção da saúde e prevenção de doenças, além de usando piadas que disfarçam o propósito de repetidamente
temas relacionados à saúde reprodutiva e sexual. As ações abusar e intimidar.
de saúde direcionadas aos alunos são relevantes uma vez Estudos demonstram que o assédio moral costuma
que esse público vivencia experiência significativa em sua ser direcionado a grupos com características específicas,
interação na escola. e podem ser físicas, socioeconômicas, étnicas e sexuais,
A violência tem sido destacada como um dos como por exemplo, estudantes obesos6,7 e sobrepeso8,
maiores problemas da saúde pública mundial, de forma e filhos homossexuais9-11 são mais suscetíveis a sofrer
que em 2015 foi listada como agenda prioritária pela bullying.
Organização das Nações Unidas (ONU). A Organização Considerando esses problemas, nesta pesquisa
Mundial de Saúde (OMS)1 define violência como “O uso serão discutidos os conceitos de bullying e preconceito,
intencional de força ou poder físico, ameaçado ou real, ainda que distintos, pois se observa que a definição de
contra si mesmo, outra pessoa ou contra um grupo ou bullying se aproxima do conceito de preconceito, desde
comunidade, que tem alta probabilidade de resultar em que fatores sociais determinem grupos-alvo, como
ferimento, morte, dano psicológico, mau desenvolvimento aqueles que terão o poder de assediar os outros12. Portanto,
ou privação”. o bullying é entendido como resultado de um processo de
Portanto, a violência é um fenômeno preconceito13.
multidimensional, que atinge a integridade física, psíquica, “O preconceito tem em sua essência na falta
emocional e simbólica de indivíduos ou grupos e ocorre de respeito à diferença, ou melhor, a falta de respeito
em espaços públicos ou privados. Também é importante de “eu” em relação ao “outro” e estabelece modelos de
destacar que atualmente a violência tem sido relacionada comportamento individual e social que colocam o diferente
a eventos que antes eram considerados prática normal sob a ótica de “ruim”, “inadequado “ou” inferior”. O outro
regulada nas relações sociais, como violência dentro da seria um intruso que traria o caos e, portanto, precisaria
família, contra mulheres ou crianças e violência simbólica ser calado14.
contra grupos, categorias sociais ou etnias2. Inicialmente, o preconceito foi estudado pela
Entre a violência que ocorre em um espaço psicologia como uma característica psicológica do
público, há a violência escolar. Segundo Charlot3, a indivíduo15, negligenciando fatores socioeconômicos
violência escolar pode se apresentar de várias maneiras: que muitas vezes são poderosos na determinação desse
violência na escola, violência contra a escola e violência fenômeno16. No entanto, numa perspectiva social e mais
escolar. Enquanto os dois primeiros tipos são a violência recente, que analisa as relações intergrupais, no contexto
praticada pelos estudantes, o último aponta para uma em que quando os conflitos nascem, o preconceito é
violência institucional. Segundo o autor, a violência na visto como uma forma organizada de relacionamento
escola acontece dentro desse espaço, mas não está ligada intergrupal, arredondando as relações de poder entre os
às atividades da instituição. Essa abordagem refere-se grupos. Aqui, são produzidas representações ideológicas
a várias formas de violência que são simbolicamente para justificar atitudes agressivas e negativas em relação a
determinadas no e para o ambiente escolar. Este estudo membros de grupos considerados minoritários17,18.
pretende discutir a primeira violência, violência na escola, A teoria do aprendizado social afirma que o
por meio de preconceito, bullying e violência física indivíduo tende a copiar o comportamento com base em
ocorrida entre os alunos, bem como hábitos de lazer dos modelos agressivos que observa19. Os filhos dos pais que
participantes associados à violência fora do contexto adotam castigos violentos, sejam físicos ou verbais, tendem
escolar. a usar os mesmos recursos quando interagem com outras
Tabela 1: Diferença entre as atividades relacionadas à violência, por sexo dos participantes.
Variáveis Masculino Feminino p
Assistir filmes violentos 58,9% 26,2% ,001
Jogar jogos violentos 60,4% 26,3% ,001
Envolver-se em brigas 19,5% 10,7% ,001
REFERÊNCIAS
1. World Health Organization (WHO). Prevention of violence: public health priority. Geneva: WHO, 1996.
2. Porto MSG. Crenças valores e representações sociais da violência. Sociologias. 2006;8(16):250-73.
3. Charlot B. A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam esta questão. Sociologias.
2002;4(8):432-44.
4. Trevisol MTC, Uberti L. Bullying na escola: inquirindo sobre as razões promotoras dos conflitos “entre” e
“dos” alunos. Campinas: Mercado de Letras, 2016.
5. Nogueira RMCDPA, Bueno JGS. Violência nas escolas e juventude: um estudo sobre o bullying escolar.
Tese (Doutorado) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo: 2007.
6. Griffiths LJ, Wolke D, Page AS, Horwood JP; ALSPAC Study Team. Obesity and bullying: Different
effects for boys and girls. Arch Dis Child. 2005;91(2):121-5. DOI: http://doi.org/10.1136/adc.2005.072314
7. Sjoberg RL, Nilsson KW, Leppert J. Obesity, shame and depression in school-aged children: A
population- based study. Pediatrics. 2005;116(3):389-92. DOI: http://doi.org/10.1542/peds.2005-0170
8. Janssen I, Craig WM, Boyce WF, Pickett W. Associations between overweight and obesity with bullying
behaviors in school-aged children. Pediatrics. 2004;113(5):1187-94. DOI: http://doi.org/10.1542/
peds.113.5.1187
Abstract
Introduction: School violence is a problem that involves a lot of bad consequences for the lives of
students. So preventing and researching about it is very important.
Objective: The objective of this study was identify the experiences of violence of students from public
schools participating in the PSE - School Health Program and SPE - Health and Prevention in the
Schools of Florianópolis.
Methods: Participants were 871 students from the 9th grade of elementary school to the 3rd year of
high school with an average age of 15 years and 6 months.
Results: Regarding the experiences of violence, 81.6% stated that they had already witnessed scenes
of violence, with 51.1% of these scenes occurring at school. Besides, 28% of the participants reported
having already suffered prejudice at school. There was a significant statistical association between
violent behavior and gender (being a boy), having a habit of watching movies and playing video games
with violent content, skipping classes and having a regular to bad relationship with teachers.
Conclusions: Violence is part of student’s daily activities, involving a broad context and it is pretty much
related to school.
©
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