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Curso de Desporto

Anatomia Funcional

01 Osteologia
Introdução

Pedro Miguel Queirós Pimenta de Magalhães


E-mail: [email protected]
Web: www.desporto.ese.ipb.pt
Tópicos
1. Osteologia

- Normas descritivas e sistemáticas


- O tecido ósseo
- Processos de crescimento e desenvolvimento dos ossos
- Classificação dos ossos
- Posição anatómica de referência
- Análise descritiva do esqueleto apendicular e axial

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Anatomia
É a ciência que estuda a morfologia macroscópica dos
seres vivos.

Anatomia humana
É a ciência que estuda a morfologia macroscópica do
organismo humano.

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Especialidades da anatomia

‣ Anatomia descritiva
‣ Anatomia topográfica
‣ Anatomia funcional
‣ Anatomia radiológica
‣ Etc.

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Anatomia descri8va

Faz a descrição pormenorizada dos vários órgãos e


estruturas do organismo enquanto entidades isoladas e
independentes.

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Posição anatómica de referência

Define-se como sendo a que um indivíduo assume em pé,


com o olhar fixo no infinito, com os membros superiores
estendidos ao longo do corpo, as faces palmares das mãos
viradas para a frente, com os calcanhares unidos e os pés
afastados.

Bípede; Plantigrada; Artostática; Supina

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Planos anatómicos de referência
‣ Plano frontal
É um plano vertical que divide o corpo num segmento
anterior e outro posterior (perpendicular ao solo).

‣ Plano sagital
É um plano vertical que divide o corpo num segmento direito
e outro esquerdo (é o eixo de simetria do corpo humano).

‣ Plano horizontal
É um plano horizontal que divide o corpo num segmento
superior e outro inferior.

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Planos anatómicos de referência

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Funções do esqueleto

1. Suportar os tecidos adjacentes.

2. Proteger os órgãos vitais e outros tecidos moles do corpo.

3. Auxiliar no movimento humano, fornecendo inserções aos


músculos e funcionando como um sistema de alavancas.

4. Produção de células sanguíneas (hematopoiese).

5. Constitui uma área de armazenamento para sais minerais


(fósforo, cálcio, etc.) suprindo, quando necessário, as
necessidades do organismo.

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Leonardo da Vinci

É considerado o primeiro anatomista, ilustrando


corretamente o esqueleto com os seus 206 ossos.

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Composição dos ossos

– 70% de substância inorgânica (componentes minerais)


Essencialmente fosfato de cálcio
É o que dá rigidez aos ossos

– 30% de substância orgânica (fibras de colagéneo)


É o que dá elasticidade aos ossos

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Células ósseas

Existem 3 2pos de células ósseas:


1. Osteoblastos (atuam na formação de tecido ósseo)

2. Osteoclastos (atuam na reabsorção de tecido ósseo)

3. Osteócitos (principais células do osso maduro)

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Células ósseas

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Células ósseas

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1. Osteoblastos

- Os ossos desenvolvem-se a partir de células denominadas de


osteoblastos.

- Este processo ocorre durante a formação inicial dos ossos, ou durante


a sua remodelação e reparação quando completamente formados.

- Os osteoblastos têm como função segregar os componentes da matriz


orgânica (ex. mucopolis-sacarídeos, colagéneo).

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1. Osteoblastos
Regulação da deposição óssea:

A deposição óssea é regulada parcialmente por forças de


pressão, compressão e torção exercidas sobre o osso.

Quanto maior for a ação destas forças, maior será a espessura e


a resistência dessas mesmas estruturas ósseas.

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2. Osteoclastos

- São células grandes que estão presentes em quase todas as


cavidades dos ossos.

- Têm a função de reabsorção de massa óssea.


Este processo é realizado pelas enzimas lisossómicas que, ao serem libertadas,
digerem a porção proteica dos ossos quebrando os sais de fosfato de cálcio.

- A resistência e o comprimento de alguns ossos dependem, em parte,


da atividade destas células.

O osso está num permanente processo de reposição (pelos osteoblastos) e reabsorção


óssea (pelos osteoclastos), consistindo numa estrutura viva e em constante alteração.

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Tipos de tecido ósseo

1. Tecido compacto

- É denso e forte

1. Tecido poroso (esponjoso)

- Possui muitos espaços abertos, dando


ao tecido uma aparência esponjosa

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Classificação dos ossos

1. Longos

2. Curtos

3. Planos (chatos)

4. Irregulares

5. Sesamóides

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1. Ossos longos

- Apresentam claramente uma diáfise (corpo) e duas epífises


(extremidades) (ex. úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula, etc.).

- A diáfise é formada principalmente por tecido compacto, sendo mais


espesso na parte média do osso, onde os efeitos das cargas são
maiores.

- A resistência de um osso longo é também assegurada por uma ligeira


curvatura da diáfise.

- No interior da diáfise encontra-se a cavidade medular, sendo ocupada


por uma medula gordurosa de tom amarelado.

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1. Ossos longos

- As epífises e a diáfise encontram-se separadas pelo disco epifisário


(cartilaginoso) ou zona de crescimento.

- As extremidades são geralmente largas e expandidas, quando


comparadas com a diáfise.

- As superfícies articulares são revestidas por uma camada de


cartilagem articular (cartilagem hialina).

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2. Ossos curtos

- Possuem uma forma irregular, não consistindo numa versão inferior


dos ossos longos (ex. ossos do carpo, do tarso, etc.).

- O tecido interior é esponjoso, sendo revestido apenas por uma


camada de tecido compacto.

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3. Ossos planos

- Estão presentes nas estruturas de proteção das partes moles do corpo


e onde existe a necessidade de uma extensa inserção muscular.

- Estes ossos são constituídos por duas camadas finas de tecido


compacto envolvendo uma camada de osso esponjoso (ex. costelas,
omoplata, partes da cintura pélvica, ossos do crânio).

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4. Ossos irregulares

- Possuem a mesma estrutura básica dos ossos curtos e planos.

- Têm, no entanto, uma forma peculiar (ex. vértebras, ossos do ouvido


médio).

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5. Ossos sesamóides

- São considerados separadamente dos restantes grupos, por serem


ossos pequenos e arredondados.

- Encontram-se inseridos em tendões e tecido fascial, localizando-se


em zonas adjacentes às articulações.

- Parecem funcionar de forma a aumentar a função de alavanca de


alguns músculos.

- A rótula é o maior dos ossos sesamóides, estando incluída entre os


206 ossos do esqueleto.

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Membranas ósseas

Periósteo

- É uma bainha de tecido conjuntivo que reveste a superfície externa dos


ossos, com exceção das superfícies articulares.

- A camada externa do periósteo é relativamente acelular, densa e


vascularizada.

- A camada interna é frouxa e durante o período de crescimento contém


osteoblastos.

- No adulto, a camada interna contém uma abundância de células de tecido


conjuntivo que, quando estimuladas por pressão mecânica ou lesão,
assumem a aparência de osteoblastos com atividade para formar matriz
óssea.

- O periósteo encontra-se ligado ao osso por fibras de colagéneo, as quais


penetram na matriz adjacente.
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Membranas ósseas

Endósteo

- É uma membrana fina e delicada que reveste todas as cavidades ósseas


incluindo a cavidade medular do osso longo, os espaços medulares do
osso esponjoso e os canais haversianos.

- O endósteo possui uma camada hematopoiética e osteogenica.

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Membranas ósseas
Medula óssea

- A medula óssea vermelha preenche os muitos espaços esponjosos nas


costelas, nas vértebras, no esterno e na pelve, em adultos normais.

- Esta medula é abundantemente suprida com sangue, contendo


essencialmente células sanguíneas e suas percursoras.

- A sua principal função é a hematopoiese, que consiste na formação de


eritrócitos, leucócitos e megacariócitos (os magacariócitos fragmentam-se
para formar as plaquetas).

- Durante o processo de crescimento, a medula vermelha também se


encontra nas extremidades do úmero e do fémur, diminuindo
gradualmente através dos anos.

- A medula amarela consiste num tipo de tecido conjuntivo, sendo


constituído essencialmente por células adiposas, encontrando-se
essencialmente na cavidade medular das diáfises dos ossos longos.
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Histologia do osso

- Sistema de Havers (Sir Clopton Havers) é uma característica histológica do


osso compacto.

- Permite um metabolismo efetivo das células ósseas.

- Paralelamente à superfície do osso percorrem pequenos canais contendo


vasos sanguíneos (geralmente 1 ou 2 capilares), que vão levar oxigénio e
nutrientes às células ósseas, assim como possibilitam a remoção dos
produtos resultantes do catabolismo.

- O sistema haversiano consiste de lacunas contendo os seus osteócitos,


canalículos, um canal central com vasos sanguíneos e lamelas circulares.

- Os vasos sanguíneos nos canais de Havers interligam-se por canais


transversais e oblíquos comunicando com os vasos sanguíneos da superfície
do periósteo e do endósteo através dos canais de Volkmann.

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Formação e crescimento do osso

Ossificação Intramembranosa

- É um processo que envolve a mineralização direta da membrana de


tecido conjuntivo denso que, através de uma vascularização rica, vão
formar o osso (somente os ossos do crânio se formam completamente por
este processo).

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Formação e crescimento do osso

Ossificação Endocondral

- Consiste na substituição de um “molde” de cartilagem por tecido ósseo.

- É por este processo que se formam a maioria dos ossos.

- O esqueleto cartilaginoso está completamente formado ao fim de três


meses de gestação. Durante os meses subsequentes, ocorre o seu
crescimento e ossificação.

- Nos ossos longos, a formação óssea endocondral tem início no centro da


diáfise do molde cartilaginoso.

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Formação e crescimento do osso

Ossificação Endocondral

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Formação e crescimento do osso

Ossificação Endocondral

- Toda a cartilagem em cada epífise é gradualmente substituída por tecido


ósseo, com exceção das superfícies articulares e entre as epífises e a
diáfise, num disco transversal conhecido como disco epifisário ou zona de
crescimento.

- Quando o osso é alongado, a proliferação de células cartilaginosas


aumenta a espessura do disco, sendo a cartilagem substituída por osso.

- À medida que o osso aumenta de comprimento, ocorre um aumento


proporcional no diâmetro, devido à deposição de osso compacto por baixo
do periósteo e ao aumento da cavidade medular pela reabsorção de osso.

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Formação e crescimento do osso

Notas:

- O crescimento longitudinal do osso processa-se por uma sequência bem


definida, aproximadamente até aos 15 anos na mulher, e até aos 16 anos
no homem.

- Quando o período de crescimento chega ao fim, a proliferação das células


cartilaginosas do disco epifisário diminui a sua velocidade.

- O crescimento ósseo cessa, quando se dá o fecho das epífises, ou seja,


quando termina a atividade das zonas de crescimento.

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Formação e crescimento do osso

Notas:

- A contribuição relativa do disco epifisário proximal e distal ao longo do


osso, varia de osso para osso.

- O fémur cresce em comprimento principalmente na diáfise distal. Por


outro lado, a tíbia alonga-se principalmente a partir da diáfise proximal.

- A forma inicial assumida por um osso durante a sua formação é


determinada geneticamente. No entanto, fatores extrínsecos, tais como a
resistência muscular, a pressão mecânica e o meio bioquímico assumem
a função de determinar a forma final do osso.

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Metáfise

‣ Constitui o extremo da diáfise adjacente à linha epifisária.

Raquitismo (crianças) Osteomalacia (adultos)

‣ Dificuldade do osso em ossificar

‣ Falta de vitamina D

‣ Pernas arqueadas

A fonte de prevenção do raquitismo é a vitamina D (sol, óleo de fígado de bacalhau).

Osteoporose

‣ Rarefação e enfraquecimento do osso causado pela perda anormal de


grande quantidade de cálcio.

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Diidroxivitamina D3

‣ É uma hormona segregada pelos rins, em resposta a uma carência de cálcio


pelos ossos.

Estrogénios e Androgénios

‣ As hormonas sexuais femininas e masculinas, entre outras funções,


promovem a deposição de osso durante o crescimento e são essenciais para
a manutenção do osso durante toda a vida.

‣ Uma das consequências importantes da deficiência de estrogénios na


mulher, após a menopausa, é a predisposição para o desenvolvimento de
osteoporose.

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Processo de cicatrização

- No momento da lesão, ocorre um sangramento das estruturas


atingidas, assim como a formação de um coágulo sanguíneo
formando-se entre e em volta dos fragmentos ósseos.

- O coágulo é invadido por fibroblastos e novos capilares. A mistura dos


fibroblastos e de novos capilares, formam o tecido de granulação,
transformando-se posteriormente num denso tecido fibroso compacto
que vai soldar a fratura.

- Os osteoblastos proliferam do periósteo e do endósteo, formando o


calo ósseo, que gradualmente vai substituir o calo temporário.

- O processo de cicatrização fica concluído, quando o calo ósseo é


transformado em osso compacto.

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Cons8tuição do esqueleto humano

Estrutura óssea Número

Crânio 8 ossos
Face 14 ossos
Ossos do ouvido médio 6 ossos
Osso hióide 1 osso
Vértebras 26 ossos
Costelas 24 ossos
Esterno 1 osso
Membros Superiores 64 ossos
Membros Inferiores 62 ossos
Total 206 ossos

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Organização do método descri8vo

1. Identificação

2. Classificação

3. Paridade

4. Localização

5. Orientação

6. Descrição

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