Guia de Emergências Endocrinológicas - Endocrinologia 2024
Guia de Emergências Endocrinológicas - Endocrinologia 2024
Guia de Emergências Endocrinológicas - Endocrinologia 2024
Editores:
Elisa Moura Madella Ramos
Isabela Mota Sales
Victoria Verissimo Santos
Laiza Silva Alves
ORGANIZADORA
Larissa Paixão Batista
Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal
EDITORES
Elisa Moura Madella Ramos
UNICAMP
SUMÁRIO 04
SUMÁRIO
SUMÁRIO 05
1. Crise adrenal aguda da Costa AJK, da Silva APT, da Silva LO, de Araújo LR, de Rezende
IO, de Sá SVM, de Souza RVP, Nascimento JPG, Ferreira PHR.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
A crise adrenal é potencialmente fatal e requer
Hidrocortisona IV em bolus de 100mg + 200mg a cada 24
tratamento imediato e adequado, que deve ser
horas em infusão contínua ou 50mg IM a cada 6 horas.
feito antes mesmo dos resultados dos exames
Outras opções IV: dexametasona 4mg a cada 24 horas,
laboratoriais em caso de suspeita, melhorando,
metilprednisolona 40mg a cada 24 horas, prednisolona
assim, o prognóstico.
25mg em bolus + 2 doses de 25mg nas primeiras 24 horas +
Os seus principais sinais (hipoglicemia e
50mg a cada 24 horas.
hipotensão) levam à possibilidade de choque
Infusão de 1000ml de solução salina isotônica com ou sem
hemodinâmico, trazendo riscos graves ao
glicose 5% na primeira hora conforme as condições do
paciente.
paciente.
A condição de pior prognóstico é a resultante
Paciente clinicamente estável: doses devem ser reduzidas
de hemorragia adrenal bilateral, sendo muitas
gradualmente durante 24-72 horas até atingir a de
vezes fatal nesses casos.
manutenção.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Manutenção das vias respiratórias pérvias; Melhoria Com Tratamento Adequado: Com o
Correção do equilíbrio ácido-básico; manejo rápido e adequado, incluindo reposição
Correção da desidratação, com infusão de cloreto de sódio de fluidos, insulina e correção de eletrólitos, a
a 0,9%, a fim de restabelecer a volemia e a perfusão maioria dos pacientes pode se recuperar
periférica; totalmente.
Reposição de eletrólitos com infusão de cloreto de potássio Risco Aumentado em Populações Vulneráveis:
a 19,1% por hora, principalmente visando manter o potássio Pacientes com diabetes tipo 1, crianças e
sérico entre 4 e 5 mEq/L; idosos têm um risco maior de complicações
Manutenção da glicemia e osmolaridade por insulinoterapia graves e mortalidade.
com uso de doses baixas e regulares de 0,1 unidades/kg por Recorrência em Pacientes com Controle
hora; Glicêmico Insuficiente: A falta de aderência ao
Identificação e tratamento do fator precipitante. tratamento e episódios repetidos de
cetoacidose aumentam o risco de recorrência.
CETOACIDOSE DIABÉTICA 07
3. Hipoglicemia grave Almeida KY, Ceretta CFB, de Mello VR, Lopes LG,
Nascimento LMLO, Pastor MCVA, Tonon IW.
Etiologia/Fisiopatologia
Causas Exógenas:
Insulina por uso excessivo ou erro na dosagem
Antidiabéticos orais
Álcool, consumo excessivo pode inibir a gliconeogênese hepática
Medicamentos não diabéticos podem induzir hipoglicemia
Ingestão inadequada de carboidratos ou jejum prolongado
Causas endógenas:
Insulinoma: Tumor produtor de insulina no pâncreas.
Insulinoma factício pelo uso inapropriado de insulina ou secretagogos por pessoas sem diabetes
Insuficiência adrenal
Hipopituitarismo
Insuficiência hepática pela incapacidade de produzir glicose
Gliconeogênese deficiente devido a distúrbios genéticos ou adquiridos
Glicogenose afetam o armazenamento e mobilização de glicogênio
Sepse e doenças críticas podem levar à disfunção hepática e renal e ao aumento da utilização de glicose
Tumores não pancreáticos secretam fatores semelhantes à insulina (IGF-II)
A glicose é utilizada como substrato energético para os tecidos através de 3 fontes possíveis: a absorção intestinal, a glicogenólise e a
gliconeogênese.
A glicemia é mantida entre 70 e 110 mg/dL, exceto por mudanças agudas em estado pós-prandial e em jejum, devido ao controle neuro-
endócrino exercido pelos hormônios insulina e glucagon, principalmente.
A hipoglicemia indica que a glicose consumida pelos tecidos está sendo superior às concentrações plasmáticas.
Esse desbalanço pode ser resultado de um consumo excessivo de glicose ou pode resultar de um aporte inadequado de glicose.
A epinefrina, o cortisol e o GH são hormônios que também auxiliam na resposta do organismo à hipoglicemia.
HIPOGLICEMIA GRAVE 08
Caetano LM, de Oliveira BMMR, dos Passos AM, Garcia
MCF, Kreutz ALB, Milhor MVL, Miranda MVW, Santos AS. 4. Tireotoxicose grave
Etiologia/Fisiopatologia Diagnóstico Diferencial
A tireotoxicose grave, conhecida como tempestade tireoidiana, é uma Doença de Graves;
condição rara, mas potencialmente fatal, caracterizada por uma Tireoidite subaguda;
manifestação dos sintomas da hipertireoidismo. Tireoidite silenciosa.
A fisiopatologia e etiologia da tireotoxicose grave estão relacionadas,
principalmente, à hiperatividade da glândula tireoide e a liberação
elevada de hormônios tireoidianos (T3 e T4) no sangue.
A etiologia da tireotoxicose grave geralmente está relacionada a um
evento desencadeante, como infecções, cirurgias, trauma, carga aguda
do iodo, parto, ou interrupção abrupta do tratamento do hipertireoidismo.
A tireotoxicose associada à amiodarona e a doença de Graves
representaram as principais etiologias da tempestade tireoidiana
Outros distúrbios da tireoide, como bócio multinodular tóxico e adenoma
tóxico, podem desencadear tireotoxicose grave.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
A primeira linha de tratamento consiste em A crise tireotóxica é responsável por 1% a 2% das internações
Propiltiouracil 500 a 1000 mg, seguido de 250 mg hospitalares por tireotoxicose. Sua taxa de mortalidade ultrapassa
a cada 4 horas, ou Metimazol, 60 a 80 mg/dia, 10% dos casos, podendo chegar a 30%.
visando bloquear a síntese de novos hormônios As complicações mais frequentes consistem em Hipercalcemia,
tireoidianos; Abdômen Agudo, Insuficiência Hepática Aguda,
Soluções de iodo são indicadas para bloquear a Glomeruloesclerose, Proteinúria Maciça, Coma, Estado Epiléptico,
liberação dos hormônios tireoidianos já formados; Infarto Cerebral não-embólico,, Bloqueio atrio-ventricular total, ICC,
Recomenda-se altas doses de Glicocorticóides para Edema Agudo de Pulmão, Disfunção Diafragmática e Eventos
reduzir a conversão periférica de T4 em T3; Tromboembólicos.
Indica-se Beta-bloqueadores para controle
sintomático;
Em pacientes não responsivos, considerar
tireoidectomia total.
TIREOTOXICOSE GRAVE 09
5. Coma mixedematoso Botelho LMAM, Caetano LM, da Silva SM, Farias AMJ,
Grando JCG, Morán DCPU, Ramos AFB.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
A primeira linha de tratamento consiste em administrar Sem tratamento adequado: O coma mixedematoso pode ser
200 a 400 mcg de Levotiroxina EV, com subsequente fatal, cursando com insuficiência de múltiplos órgãos devido à
dose de 1,6 mcg/kg/dia, reduzindo-a em 75%, se diminuição da função metabólica, levando à hipotermia,
utilizada via endovenosa. Em conjunto, administrar bradicardia, depressão respiratória e coma.
Liotironina de 5 a 20 mcg EV, seguida de 2,5 a 10 mcg Com tratamento adequado: Com diagnóstico precoce e tratado
EV a cada 8 horas. de maneira correta, o prognóstico pode ser melhorado
Recomenda-se administrar Hidrocortisona 50 a 100 mg progressivamente, porém, deve-se atentar para possíveis
EV, anterior a Levotiroxina, para prevenir insuficiência complicações à longo prazo.
adrenal. Insuficiência respiratória.
Outras medidas incluem ventilação mecânica, Insuficiência Cardíaca.
hidratação venosa e aquecimento passivo. Hipotermia.
Hipotensão e choque.
Hipoglicemia.
Disfunção renal.
Distúrbios hidroeletrolíticos: hiponatremia, hipercalcemia,
hipomagnesemia e hiperpotassemia.
Distúrbios de coagulação: hipofibrinogemia.
Danos neurológicos.
Morte.
COMA MIXEDEMATOSO 10
Carvalho LM, Santos ALF, Martins JCN, Cavalcante NLM,
Barcellos BVR, Miguel APR, Machado HRA. 6. Hipocalcemia Grave
Etiologia/Fisiopatologia Diagnóstico Diferencial
Hipoparatireoidismo pós cirúrgico
A Hipocalcemia grave é caracterizada pela concentração de cálcio
ou congênito
plasmático < 7 mg/dL (<1,75 mmol/L).
A disfunção é resultado do desequilíbrio da interação do PTH e da
Deficiência de vitamina D
vitamina D sobre o osso, rim e o intestino por conta de tireoidectomias, Pancreatite por ação enzimática
nefropatias, pancreatites, alterações do metabolismo da vitamina D, necrótica do pâncreas
hiperfosfatemia ou sepse. Tumor cerebral com edema de
Essa deficiência metabólica pode apresentar manifestações neurológicas papila e quadro convulsivo
como hiper-reflexia, laringoespasmo e convulsões. A tetania é um dos Doenças cardiovasculares
sinais característicos agregados ao quadro grave. Estridor após tireoidectomia em
Classificada em hipocalcemia com baixo PTH e com alto PTH. pacientes com laringoespasmos
Na hipocalcemia com baixo PTH, há menor secreção do hormônio, devido Neuromiopatias mitocondriais
a destruição ou anormalidade nas glândulas paratireoides ou a alterações Uso de medicamentos como
na produção e secreção do PTH.
ketoconazol, cisplatina,
Na hipocalcemia com alto PTH, há aumento do PTH circulante com ações
asparginase e nitrato de gálio
inadequadas para restaurar os níveis séricos de cálcio.
Sindrome de DiGeorge
HIPOCALCEMIA GRAVE 11
7. Hipercalcemia grave da Silva GML, Habowski IC, Duarte SIA, Silva MA, Santana
LHL, Marques TVS, Mello LM, Perondi LL, Melo CAB.
HIPERCALCEMIA GRAVE 12
Santana DSL, da Silva AAR, Louvain ABG, da Silva
JMT, Souza NM, da Silva PEDA, Júnior HAM. 8. Crise hipofisária
Etiologia/Fisiopatologia Diagnóstico Diferencial
Sua ocorrência geralmente está relacionada a Cisto da fissura de Rathke
uma hemorragia ou infarto hipofisário Arterite temporal
Em situações clínicas de apoplexia hipofisária Aneurisma
não costumam ser estranhos achados como Craniofaringioma
adenoma hipofisário Hemorragia subaracnóidea
Geralmente os tumores não são de Meningite, encefalite
conhecimento dos pacientes em situações Trombose do seio cavernoso
clínicas como essas Infarto da artéria basilar
A obstrução direta dos nervos ópticos Encefalopatia hipertensiva
costumam acarretar em sintomas visuais Enxaqueca oftalmoplégica
Neurite retrobulbar
Quadro Clínico/Sinais e Sintomas
A apoplexia pituitária é caracterizada por uma síndrome Avaliação Diagnóstica
clínica que consiste em cefaléia súbita, vômitos e perda Os fatores precipitantes mais comuns são
visual aguda, causada por hemorragia ou infarto agudo ou
hipertensão arterial e terapia crônica com agonistas
subagudo que ocorrem devido a outra patologia.
de dopamina
O sintoma mais comum é a cefaléia frontal ou retro-orbital.
Pode também ocorrer paralisia de nervos cranianos, sendo Maior prevalência em associação com
a paralisia do terceiro par craniano a mais comum. macroadenomas hipofisários, em pacientes homens,
O comprometimento do nervo óptico pode acontecer, entre a quinta e a sétima década de vida
levando a hemianopsia bitemporal. A ressonância magnética é mais sensível no
Náuseas, vômitos e fotofobia, simulando sintomas de diagnóstico de alterações estruturais da hipófise
meningite, também podem estar presentes. Apenas 21-28% dos casos são detectados por meio
Outros sintomas incluem: ptose, alteração de estado da tomografia computadorizada, mais útil em fase
mental e disfunção hormonal. aguda de hemorragia pituitária
A disfunção endócrina ocorre devido a diminuição da
Devido a raridade da doença, os diagnósticos
secreção do ACTH, que, consequentemente, leva à
diferenciais devem ser descartados cuidadosamente
redução dos níveis de cortisol, provocando uma crise
adrenal. antes de confirmar o diagnóstico de crise hipofisária
Essa crise adrenal se apresenta com náuseas, vômitos, dor A apoplexia hipofisária é um diagnóstico clínico com
abdominal, bradicardia, hipotensão, hipotermia, letargia e uma combinação de fortes dores de cabeça, perda
pode levar ao coma. Além disso, também há distúrbios de visão, visão dupla e/ou hipopituitarismo,
metabólicos como a hiponatremia e hipoglicemia aguda. juntamente com uma lesão hipofisária hemorrágica
ou infartada
Tratamento/Administração
Adenomas hipofisários: Radioterapia por Prognóstico/Complicações
radiocirurgia estereotáxica espinhal(SRS), uma Campo visual alterado ou acuidade visual por
alta e única dose ou radioterapia fracionada, compressão dos nervos ópticos.
múltiplas doses. Hemorragia subaracnóidea.
Cirurgia: ressecção transesfenoidal, terapia Insuficiência adrenal levando a hipotensão
definitiva. arterial e hipoglicemia e compressão
Adenoma hipofisário secretor de TSH: análogos hipotalâmica múltiplas.
da somatostatina de curta ação para ↓ de TSH Deficiências hormonais adeno-hipofisárias.
antes da neurocirurgia: 50 mcg/SC/2x dia - 3x
O tratamento imediato é essencial envolvendo
dia, depois 100 mcg/SC/3x dia, e adicional de
a reposição hormonal adequada e, em alguns
50mcg/SC por injeção conforme necessário.
Caso tolerado, trocar para somatostatina de casos, intervenção cirúrgica, os pacientes
ação prolongada: 20 mg/IM a cada quatro devem ser acompanhados regularmente para
semanas. monitorar a função hormonal.
CRISE HIPOFISÁRIA 13
9. Hiponatremia Grave Souza NM, Jacinto SG, Gonçalves LL, Barbosa MBN,
da Costa KVFM, Rodrigues SLB, Sartori EM.
HIPONATREMIA GRAVE 14
Eneias YF, dos Santos ND, da Silva IHF, Filho EACW,
de Mello VR, Sousa ALM, Ribeiro JBR. 10. Hipernatremia grave
Etiologia/Fisiopatologia Diagnóstico Diferencial
“Hipernatremia” denomina quando a concentração plasmática de sódio se encontra maior
que 145 mmol/L. Hipervolêmica (ganho de sódio e
Indicativo de hiperosmolaridade e hipertonicidade do plasma água, com maior aumento do íon)
Classificações:
Excesso de solução salina 3% ou
Quanto à duração do quadro:
a. Aguda bicarbonato de sódio 8,4%
b. Crônica Isovolêmica (sódio total inalterado,
Quanto à gravidade: com perda de água)
c. Leve Perdas insensíveis, como: febre,
d. Moderada infecções respiratórias, ventilação
e. Grave (níveis séricos > 190 mEq/l)
mecânica ou lesões cutâneas
Quanto à patogenia:
extensas
f. Hipervolêmica
g. Hipovolêmica Diabetes insipidus: Central ou
h. Euvolêmica nefrogênica
Íon K+ também contribui para a concentração corporal e tonicidade, regulada pelo Hormônio Hipovolêmica (perda de sódio e água,
Anti-Diurético (ADH). com maior diminuição do solvente)
O ambiente extracelular hipertônico induz a internalização dos osmorreceptores Perda extrarrenal: Sudorese
hipotalâmicos.
excessiva, queimaduras e diarreia
Abertura dos canais de cálcio inativados por estiramento induz a despolarização da
osmótica
membrana, sinalização intracelular e liberação do ADH da glândula pituitária posterior na
circulação sistêmica. Perda renal: Diurese osmótica,
Atua no ducto coletor do néfron visando aumentar a reabsorção hídrica e diminuir a diurese pós -desobstrução do trato
tonicidade sérica urinário e uso de diuréticos de alça
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Está relacionada com altas a taxas de
Iniciar com fluidos hipotônicos: 5% dextrose e 0,2 ou
mortalidade
0,45% cloreto de sódio
Se hipovolemia associada: 0,9% solução salina normal Mais comum acontecer nas UTI’s, estando
ou cristaloides balanceados associada ao tempo de permanência nessa
Se hipervolemia associada: 5% dextrose e diuréticos unidade hospitalar
Calcula-se o déficit de água para determinação da Pacientes em pré-dialise com lesão renal
dose a ser reposta, considerando perdas urinárias em aguda são mais propícios à disnatremia, em
curso
ênfase a hipernatremia grave
Em casos agudos, a normalização do sódio deve
Hipernatremia pré-operatória é diretamente
ocorrer em 24 horas, já em crônicos, a velocidade de
redução deve ser entre 0,25 e 0,5 mmol/L/h ligada com maior morbidade e mortalidade
Tratar a diabetes insipidus quando presente Sequelas neurológicas em tratamentos
(tiazídicos, amilorida, AINEs) falhos na redução de natremia
HIPERNATREMIA GRAVE 15
11. Adenoma hipofisário com
Barbosa TLS, Carvalho PM, Dalchiavon GG, Fernandes
MIHM, Filho EACW, Marcellino PTCL, Silva FRC.
Avaliação Diagnóstica
Anamnese: história clínica, fatores de risco (idade >
Quadro Clínico/Sinais e Sintomas 30 anos), história da doença atual, sintomas, sinais
de distúrbios endócrinos, comorbidades.
O comprometimento visual é comum devido à compressão do
Exame físico neurológico: acuidade visual, campo
nervo óptico.
visual e motricidade ocular.
As dores de cabeça são frequentes e variadas.
Exame físico endócrino: alterações cutâneas,
Alterações hormonais, como hipersecreção ou hipopituitarismo,
pilosas, oculares, no tórax, no abdômen, genitais e
afetam hormônios como prolactina e ACTH.
comportamentais.
Os sintomas de compressão incluem paralisia de nervos
Imagens radiológicas: ressonância magnética (RM)
cranianos e sinais de compressão do tronco cerebral.
com contraste de gadolínio, mas também podem
Além disso, podem ocorrer sintomas neurológicos diversos,
ser usadas RM sem contraste e/ou tomografia
como convulsões, mudanças de personalidade, problemas de
computadorizada em casos de disfunção renal /
coordenação e até coma, por invasão ou compressão cerebral.
gravidez.
Exames endocrinológicos: avaliar os eixos
hipofisários
Tratamento/Administração
A principal escolha de tratamento é a ressecção cirúrgica.
Prognóstico/Complicações
Esse procedimento invasivo visa a remoção do máximo Diminuição da acuidade visual.
possível de massa sem prejudicar as estruturas adjacentes. Diplopia.
Todavia, pode apresentar ineficácia na cura, sendo Atrofia do nervo óptico.
necessário o complemento do tratamento com radioterapia Paralisia do nervo oculomotor.
ou medicamentos específicos, como agonistas Nistagmo.
dopaminérgicos. Proptose.
A terapia complementar é indicada especialmente em casos Por ser um tumor majoritariamente benigno, o
de contraindicação cirúrgica, quando essa não se apresentar risco de ocorrer metástase é muito baixa.
como opção curativa ou em casos de indisponibilidade Quanto mais cedo diagnosticado, melhor é o
medicamentosa. prognóstico de recuperação das alterações
visuais
Tratamento/Administração
Prognóstico/Complicações
Esse quadro é potencialmente fatal,
dependendo dos fatores de riscos
associados ao paciente
Suspensão ou Redução dos Corticosteroides: Nos casos em que a síndrome
Testes laboratoriais que identificam a
de Cushing é induzida por medicamentos, ajustar ou descontinuar a
insuficiência suprarrenal com
medicação sob supervisão médica.
antecedência junto com o controle
Cirurgia para Tumores: Para Cushing endógeno causado por tumor
dos sintomas são formas de melhorar
hipofisário ou adrenal, a ressecção cirúrgica é o tratamento primário.
o prognóstico
Medicamentos Inibidores da Síntese de Cortisol: Uso de agentes como
cetoconazol e metirapona para controlar a produção de cortisol em casos
não operáveis ou temporários.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Reparar o fator que gerou a alcalose.
Caso seja identificado o motivo da alcalose e
Administrar mais soluções isotônicas para normalizar o pH
feita a sua reversão em tempo hábil, haverá um
extracelular, a absorção de sal e inibir a absorção de cálcio.
bom prognóstico.
Usar NaCl para restaurar o volume e reduzir o HCO3-.
Acerca das complicações da alcalose
Se a correção não for possível, opte por:
metabólica, é possível citar a compensação
Cloreto de amônio oral.
respiratória através da hipoventilação, levando
Inibidores da anidrase carbônica.
a uma elevação da PCO2 arterial, juntamente
Diuréticos de alça com NaCl.
com a resposta renal, que por sua vez, pode
Infusão de ácido clorídrico 0,15-0,25 em soro fisiológico.
levar a um aumento da excreção de ácido na
urina e um aumento da quantidade sérica de
HCO3.
FISIOPATOLOGIA:
A gravidez é marcada por um aumento dos níveis séricos de hCG
(hormônio placentário).
Esse hormônio vai apresentar duas subunidades: a subunidade beta
e a alfa, a qual a beta apresenta uma homologia estrutural com os
receptores de TSH, sendo capaz de aumentar a concentração de T4
pela estimulação desses receptores e diminuir a de TSH por um
feedback negativo.
Essa atividade estabelece um hipertireoidismo gestacional.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
O propiltiouracil e o metimazol são utilizados para inibir
Presença transitória de hipertireoidismo subclínico no
a produção de T4 livre. A dosagem inicial de PTU é de
primeiro trimestre pode ser considerada fisiológica.
300 mg/dia, que deve ser reduzida gradualmente de
Gestantes com hipertireoidismo mal
acordo com os níveis alvo de T4 livre ou total. Em
controlado,observa-se um aumento no risco de
alguns casos, é necessário associar betabloqueadores
complicações,como trabalho de parto prematuro,baixo
para inibir a conversão de T4 em T3 nos tecidos
peso de nascimento,aborto espontâneo,pré
periféricos.
eclampsia, insuficiência cardíaca e natimorto.
A cirurgia de remoção parcial tireoide é considerada
Grávidas com hipertireoidismo subclínico,não mostram
uma medida secundária durante a gestação, devido
evidências de efeitos adversos
aos riscos associados e é preferível realizá-la entre a
significativos.Porém,nas semanas 4-8,houve aumento
14ª e a 22ª semana de gestação.
do risco de pré-eclâmpsia.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Deve ocorrer de forma multidisciplinar em ambiente Pode levar a um desequilíbrio eletrolítico (ex:
hospitalar11. hipocalemia, alcalose metabólica e
Para o tratamento farmacológico destacam-se o uso de hiponatremia), deficiências nutricionais e perda
Ondansetrona por via EV 8,0mg a cada 6 horas e de peso superior a 5% do peso corporal antes
Metoclopramida EV 10mg a cada 6 horas 11,12,13. da gravidez.
No tratamento de reposição hídrica e iônica deve-se utilizar Sendo uma condição de hipertireoidismo
2.000ml a 4.000ml por dia de solução glicofisiológica11. transitório gestacional, ele se resolve
Quanto à alimentação, é necessário jejum por 1 a 2 dias, naturalmente com a melhora da hiperemese no
devendo retomar, inicialmente, ingesta hídrica, seguida da início da gestação.
ingesta sólida 11,12. As anormalidades eletrolíticas podem levar a
Deve-se ofertar apoio psicológico à paciente e à família 12. mortalidade
Grávidas com hiperemese podem apresentar
maiores quadros de ansiedade durante a
gestação.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
É muito importante a identificação do fator O prognóstico da hiperglicemia hiperosmolar não cetótica é
desencadeante da condição, mas isso não pode muito diverso e pode estar relacionado a diversos fatores, como
atrasar o tratamento. a origem da doença e o estado geral de saúde do paciente.
Além disso, o primeiro passo inclui a estabilização da A hiperglicemia hiperosmolar não cetótica está relacionada a
situação do indivíduo. uma elevada taxa de mortalidade.
Nesse sentido, deve ser feita a administração A HHS ocorre, em grande parte dos casos, em idosos.
intravenosa de fluidos, para repor os eletrólitos Devido ao aumento da hiperglicemia e à consequente
necessários. Uso de 1000 mL de solução de cloreto desidratação, crescem também as chances de um problema
de sódio a 0,9% durante 1 hora. cardiovascular.
Depois dessa primeira hora, de acordo com o estado
hemodinâmico e eletrolítico do paciente, as taxas de
fluídos intravenosos devem ser ajustadas para se
manterem entre 250 e 500 mL/h.
A reposição de potássio é essencial.
Também pode ser feito tratamento com insulina.
Caso o potássio sérico seja menor que 3mEq/L, não
se deve iniciar o uso da insulina, para evitar a piora da
hipocalemia.
FISIOPATOLOGIA:
A hiponatremia é uma condição de baixa concentração de sódio no no meio
extracelular.
Na hiponatremia ocorre um distúrbio na concentração de sódio, podendo ser por
perda volúmica, por alta excreção de água e sódio pelos rins causadas por
distúrbios renais.
Ocorre um excesso de h20 no organismo diluindo a quantidade de sódio no meio
extracelular. Sendo o sódio o íon com grande importância no meio extracelular.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
ESTABILIZAÇÃO E REPOSIÇÃO DE VOLUME: Pode ser determinado a partir de fatores como:
Infundir solução salina isotônica (0,9% NaCl) ou ringer lactato. idade, grau de desidratação, estado comatoso e
Choque hipovolêmico: 20-30 mL/kg imediatamente. presença de comorbidades como a obesidade
Hipovolêmicos sem choque: 15-20 mL/kg/h. Bom prognóstico a partir do manejo adequado da
Euvolêmicos: ajustar taxa clinicamente. doença que desencadeou a crise hiperglicêmica
Checar sódio após 2-3h. Mortalidade pode alcançar mais de 10%
CORREÇÃO DA CALEMIA: Complicações
Corrigir potássio se ≤ 5,3 mEq/L e débito urinário > 50 mL/h. Anormalidades eletrolíticas: hipocalemia e
Potássio < 3,3 mEq/L: infundir 20-40 mEq/h de KCl, administrar hipoglicemia
insulina após 3,3 mEq/L. Edema cerebral
Potássio 3,3-5,3 mEq/L: 20-30 mEq/h por litro de solução salina. Trombose venosa
Não repor se potássio > 5,3 mEq/L. Rabdomiólise, mais comum em crianças.
ADMINISTRAÇÃO DE INSULINA: Falência renal aguda
Iniciar se potássio ≥ 3,3 mEq/L. Crianças podem apresentar síndrome de
Bolus IV de insulina regular (0,1 UI/kg) seguido por infusão hipertermia maligna
contínua (0,1 UI/kg/h) ou infusão direta a 0,14 UI/kg/h.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
A IA aguda é uma emergência. O consenso é tratar a As complicações de uma insuficiência adrenal
hipotensão ou o choque, corrigir a hipoglicemia e o aguda são uma hipotensão que pode evoluir
desequilíbrio eletrolítico. para uma hipovolemia levando ao choque;
Inicia-se com a administração imediata de 100mg de desidratação e redução da consciência.
hidrocortisona endovenosa, seguido de 200mg da droga ao Após feita a reposição hormonal adequada o
longo de 24 horas, de preferência por infusão endovenosa prognóstico é bom, desde que o paciente
contínua. continue com o tratamento.
Para correção da hipovolemia, administração de soro
fisiológico 0,8% 1000 ml na primeira hora.
Dependendo da doença que precipitou a crise adrenal, a
administração de antibióticos e profilaxia de trombose serão
necessárias.
HIPOGLICEMIA NEONATAL 27
23. Pan hipopituitarismo agudo Paixão L, Huber G, Fernandes CCS,
Corrêa JBR, Barbosa RC, Fonseca AMG.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
O tratamento é a soma dos tratamentos de cada uma das Colapso vascular
deficiências hormonais hipofisárias individuais detectadas. Hipotensão postural e taquicardia.
As pessoas tratadas para pan-hipopituitarismo geralmente Diminuição da libido, hipoglicemia e eosinofilia.
devem tomar os medicamentos de reposição hormonal pelo hiponatremia
resto da vida. Deficiência de TSH
É necessária a realização de exames de sangue regulares Secreção deficiente de gonadotrofinas,
para verificar os níveis hormonais. hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio
Pessoas que têm um tumor ou crescimento na glândula luteinizante (LH)
pituitária também podem precisar de cirurgia ou outros Anovulação e diminuição da secreção de
tratamentos (como radioterapia) para remover ou destruir o estradiol
tumor ou crescimento. Insuficiência ovariana prematura
O tecido mamário diminui e a densidade
mineral óssea (DMO) diminui
Hipofunção testicular
Diminuição da espermatogênese e diminuição
da secreção de testosterona
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