Relatório de Estágio em Saúde - Emilly Christina Damasceno de Almeida
Relatório de Estágio em Saúde - Emilly Christina Damasceno de Almeida
Relatório de Estágio em Saúde - Emilly Christina Damasceno de Almeida
Belém – PA
2022
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE PSICOLOGIA
Dados da Estagiária
Nome: Emilly Christina Damasceno de Almeida
Número de matrícula: 201910740062
Curso e Período: Psicologia, oitavo período
Belém – PA
2022
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................04
2. METODOLOGIA...............................................................................................................04
3. RESULTADOS....................................................................................................................05
4. DISCUSSÃO........................................................................................................................06
5. CONSIDERAÇÕES
FINAIS..............................................................................................08
6. REFERÊNCIAS..................................................................................................................09
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1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS
Cabe pontuar que as brincadeiras não eram realizadas de maneira individual, isto é, as
crianças ocupavam o mesmo espaço na Brinquedoteca (em média, 5 crianças por dia). De
maneira geral, havia uma interação uma com as outras, com ressalva em casos nos quais a
criança não conseguia estabelecer essa interação – aspecto ligado às próprias características
dos diagnósticos. Nesses casos, era importante que a criança não fosse segregada daquele
espaço interacional e, ao mesmo tempo, o reconhecimento de suas limitações priorizando sua
associação livre nas brincadeiras – ainda que o brincar ocorresse apenas entre ela e o
estagiário.
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Pontualmente, houve a execução de duas atividades temáticas com os usurários do
CASMUC, uma parceria entre a equipe da Brinquedoteca com os demais profissionais do
Centro. Ambas as atividades tiveram como principais objetivos a educação em e promoção de
saúde, das quais uma fez alusão ao Dia das Crianças e, a outra, ao Natal. Em relação à
primeira, realizada na semana do dia 12 de outubro, a Brinquedoteca teve como finalidade
expor à comunidade a importância terapêutica do brincar tal qual incentivá-la na relação entre
pais e filhos. Para tanto, propôs a brincadeira de mímica às crianças e aos responsáveis, para
que fizessem juntos. Posteriormente, na segunda atividade, realizada no dia 12 de dezembro, a
Brinquedoteca buscou priorizar o vínculo entre pais e filhos por meio do desenho. O foco da
dinâmica foi em possibilitar, no desenhar, uma maior troca, um maior diálogo, uma maior
disponibilidade em se fazer presente naquele ato, principalmente por parte dos cuidadores e,
assim, propôs-se aos pais e às crianças que desenhassem e pintassem juntos. Para as crianças
de uma faixa etária maior, poderia ser incentivado a criação de uma historinha, sem a
obrigatoriedade de expô-la. Já para as crianças de uma faixa etária menor, o desenho seria
mais livre e a mãe/o pai poderia pintar o desenho feito pela criança e vice-versa.
4. DISCUSSÃO
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Como pontua Dolto (1982/2013), à nível clínico tem-se revelado um significativo suporte
terapêutico, através do qual a criança pode simbolizar suas vivências. São nesses pressupostos
que a Brinquedoteca se apoia, além de se utilizar das brincadeiras espontâneas a partir da
noção freudiana de associação livre, visto que é o sujeito do inconsciente que se busca pôr em
cena. Em outras palavras, é possibilitar um espaço no qual a singularidade da criança seja
considerada, em contraponto a um saber biomédico que, em alguma medida, busca reduzi-la
ao diagnóstico. Nesse sentido, por meio das brincadeiras, a criança pode expressar seus
desejos, suas fantasias, suas frustações, o que lhe é atravessado entre a chegada ao Centro até
o atendimento propriamente dito. Quando se observa, por exemplo, a tentativa de narrar sua
percepção e seus sentimentos acerca de como é frequentar um serviço ambulatorial, vê-se a
maneira da criança em lidar com essa rotina. Ainda que não necessariamente por meio da fala,
possibilitar que expresse esses sentimentos ambivalentes – seja da rotina ambulatorial, das
avaliações pelas quais necessita passar, até mesmo da relação com os pais, a escola etc. – faz-
se imprescindível para a própria qualidade do tratamento prestado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Inicialmente, o projeto de pesquisa ao qual o estágio esteve vinculado não tinha como
objetivo a criação de uma Brinquedoteca. A demanda surge a partir do momento em que o
plano de trabalho é posto em prática, revelando-nos o quanto a pesquisa é um fazer vivo que,
por vezes, exige renunciar a certo controle. Observou-se que, para que a escuta oferecida às
mães fosse de qualidade, seus filhos deveriam ser acompanhados enquanto aguardavam o
atendimento. Posteriormente, a Brinquedoteca mostrou-se não um mero passatempo; ao
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contrário, tornou-se um suporte terapêutico fundamental no cuidado humanizado prestado
pelo Centro, ao evidenciar a necessidade de um espaço lúdico em um dispositivo de saúde
voltado para infância.
6. REFERÊNCIAS
DOLTO, F. (1982). Seminário de Psicanálise de Crianças. São Paulo: WMF Martins Fonte,
2013.
FIGUEIREDO, A. (1997). Vastas confusões e Atendimentos Imperfeitos: A Clínica
Psicanalítica no Ambulatório Público. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.
JERUSALINSKY, J. (2002). Enquanto o futuro não vem: A Psicanálise na clínica
interdisciplinar com bebês. Salvador: Ágalma, 2019.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. (2002). O Sistema Público de Saúde Brasileiro. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sistema_saude.pdf.
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