Urbanização e o Crescimento Da Criminalidade No Brasil
Urbanização e o Crescimento Da Criminalidade No Brasil
Urbanização e o Crescimento Da Criminalidade No Brasil
Belo Horizonte
2016
SÉRGIO PARANHOS FLEURY BELIZÁRIO
TEMA DO TRABALHO
Belo Horizonte
2016
Sérgio Paranhos Fleury Belizário
Aprovada em ____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Nome Completo (orientador)
Titulação-Instituição
__________________________________________________
Nome Completo
Titulação-Instituição
__________________________________________________
Nome Completo
Titulação-Instituição
Sumário
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 6
1.1 TEMA........................................................................................................................................................ 6
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................................................. 6
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ...................................................................................................... 7
1.4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................................... 7
1.6 OBJETIVO................................................................................................................................................ 9
1.7 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................................ 10
1.8 METODOLOGIA .................................................................................................................................. 14
2 TEORIAS DA ANOMIA E ECOLÓGICA DO CRIME .......................................................................... 16
2.1 TEORIA DA ANOMIA ........................................................................................................................ 16
2.2 TEORIA ECOLÓGICA DO CRIME .................................................................................................. 18
3 A BAIXA ARTICULAÇÃO DO SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL BRASILEIRO..................... 22
4 ANÁLISE DA REALIDADE BRASILEIRA ............................................................................................ 25
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................................................ 31
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 34
6
1 INTRODUÇÃO
O aumento das taxas de crimes no Brasil é um fenômeno que nos últimos anos vem
chamando a atenção da sociedade, uma vez que todas as classes sociais tem sido vitimadas
com as ações de criminosos. Importantes setores da economia vem sendo prejudicados. Não
são raros as ações de grupos organizados em roubos e receptação de cargas roubadas, furtos e
golpes de estelionatos em estabelecimentos comercias.
1.1 TEMA
O tema escolhido, a relação causal entre urbanização e o aumento nas taxas de crime
no Brasil, procura demonstrar que o fenômeno da urbanização acelerada em muito contribuiu
para aumento das taxas de criminalidade.
Como a urbanização acelerada levou o país a ser um dos mais violentos do mundo?
Como nossas taxas de homicídios superaram a de muitas nações em guerra, quanto à números
absolutos?
1.4 JUSTIFICATIVA
medo e assassinatos, uma cultura do silêncio, sendo que as pessoas não envolvidas com a
criminalidade ficam em meio a um fogo cruzado entre criminosos x criminosos, e criminosos
x policiais.
1.6 OBJETIVO
Émile Durkhein foi um dos grandes estudiosos do tema, e, em sua obra Da Divisão do
Trabalho Social, observou que os crimes, em regra, são reprovados universalmente pelos
membros da sociedade. (Durkhein. fls. 43)
De fato, a única característica comum a todos os crimes é que eles consistem – salvo raríssimas
exceções aparentes, que serão examinadas abaixo – em atos universalmente reprovados pelos
membros de cada sociedade. Muitos se perguntam hoje se essa reprovação é racional e se não seria
mais sensato considerar o crime apenas uma doença ou erro. Não temos, porém, de entrar nessas
discussões; procuramos determinar o que é ou foi, não o deve ser. Ora, a realidade do fato
acabamos de estabelecer não é contestável; isso significa que o crime melindra sentimentos que se
encontram em todas as consciências sadias de um mesmo tipo social.
Veja que a violência tem sido na atualidade um dos problemas mais discutidos na
sociedade brasileira. Alterações legislativas, v.g., lei Maria da Penha, Lei dos Crimes
Hediondos, Instituto da Delação Premiada et c. vem sendo criados, uma vez que os membros
do Poder Legislativo, visando atender o desejo social, fazem as alterações legislativas,
geralmente aumentando e agravando as penas.
Nas regiões onde a infraestrutura é precária, onde faltam saneamento básico, escolas
de qualidade e tempo integral, moradores de baixo status socioeconômico, e desconfiança
entre as pessoas, geralmente, forma-se o local ideal para o aumento da violência e do
comportamento desviante. Nessas regiões os jovens não tem um controle informal, gerando a
12
De acordo com esta teoria, o crime é um fenômeno comum nas sociedades e varia de
acordo com a distorção/tensão entre as metas culturais impostas e os meios legítimos
disponibilizados pela sociedade aos indivíduos. Quanto maior a distorção, maiores serão os
índices de crimes, ao contrário, quanto menor, menores taxas, haja vista a atenuação das
tensões.
Como explicar o aumento das taxas de crimes, quando há melhorias nas taxas de
distribuição de rendas? Este é um problema que aparentemente parece um paradoxo, mas ao
observamos mais de perto o fenômeno, veremos que a teoria da anomia e ecológica explicam
e entendem o porquê isso aconteceu no Brasil.
Em seu segundo momento, a obra de Freitas, passa a tratar, especificamente, da cidade de Chicago
- a qual, segundo o autor, foi uma das três cidades americanas (as outras são Nova Iorque e
Filadélfia) que mais sofreram o processo de urbanização acelerada. Chicago foi a que recebeu o
maior número de imigrantes, tanto externos como internos (cujo maior grupo era formado por
negros vindos do Sul). Em 1890, Chicago passou a ser a segunda mais populosa cidade dos
Estados Unidos, avultando-se a sua importância econômica graças ao seu vasto centro industrial e
comercial. Paralelo a essa expansão ocorreu o crescimento da criminalidade, que foi atacada por
uma política de repressão policial, cujo resultado apontou altos índices de encarceramento.
1.8 METODOLOGIA
Nossa abordagem quanto ao método de pesquisa será a qualitativa, uma vez que
procuraremos estudar grupos populacionais urbanos e as dinâmicas das relações sociais
desenvolvidas neste ambientes.
Nossa pesquisa quanto ao objetivo será explicativa, uma vez que procuremos
demonstrar, utilizando-se das teorias do crime (teoria da anomia e ecológica), como o
processo de urbanização acelerado está intimamente ligado ao aumento das taxas de crimes no
Brasil.
16
A teoria da anomia é uma das mais importantes e tradicional tese de explicação para a
criminalidade, sendo que, para ela, o crime é um fenômeno comum nas sociedades e varia de
acordo com a distorção/tensão entre as metas culturais impostas e os meios legítimos
disponibilizados pela sociedade aos indivíduos. Quanto maior a distorção, maiores serão os
índices de crimes, ao contrário, quanto menor, menores taxas, haja vista a atenuação das
tensões.
Mais recentemente, Agnew (1992) procurou estender a teoria da anomia para compreender – além
da frustração entre as aspirações individuais e os meios socialmente existentes para satisfazê-las - ,
adicionalmente, duas circunstâncias. Para contemplar o foco de divergências que derivam do fato
de outros terem retirado do indivíduo algo de valor (não estritamente material), em primeiro lugar,
e o fato de que as pessoas confrontadas com circunstancias negativas engendradas por
discordâncias ou divergências sociais, por último. Esse desenvolvimento, que ficou conhecido
como Teoria Geral da Anomia (General StrainTheory), foi testado por Agnew e White (1992),
Agnew (1993), Paternoster e Mazerolle (1994) e Hoffmann e Miller (1998), e todos esses
trabalhos encontraram evidências empíricas a favor. (Cerqueira e Lobão, 2003).
18
João, 17 anos, é morador de uma favela na região norte de BH, seus pais não tiveram
educação formal, são analfabetos funcionais. Seu pai trabalha como servente de pedreiro e
tem uma renda de R$ 1.000,00 para cuidar da esposa, de João e mais três filhos. João escuta
todos os dias o chamado “funk ostentação” e pretende adquirir os automóveis luxuosos de
seus ídolos, entretanto, a escola que João estuda é de péssima qualidade. João passa a se
autodenominar “Jony boy” e gosta de usar roupas e tênis caros, de marca, mas como sua
família não pode custear, e ele não tem emprego fixo e bem remunerado, João passa a
cometer assaltos e se junta a uma gangue de roubos de carros de luxo.
Através de seu comportamento desviante, João acredita que conseguiu alcançar suas
metas, pois anda em carros luxuosos e possuí roupas caras. A forma como conseguiu não faz
muita diferença, pois o que importa é a satisfação das metas consumistas e culturais. João em
seu carrão, apesar de roubado, é admirado pelas garotas do aglomerado e idolatrado pelas
crianças, as quais passam a ver nele um exemplo de “sucesso”.
A esfera privada é baseada nas relações interpessoais, onde os laços entre as pessoas
são fortes, v.g., parentes, amigos, vizinhos; a esfera paroquial são aqueles locais onde os
indivíduos da comunidade se reúnem, tais como escolas e igrejas, e os laços entre os
indivíduos são fracos; a esfera pública pode ser entendida como a capacidade da comunidade
em atrair recursos (públicos e privados) para a região. Citam-se a instalação de programas
como FICA VIVO e UPPs. A dinâmica dentro da comunidade das três esferas (privada,
paroquial e pública) é de extrema importância para o controle das taxas de crimes.
19
ALBERT HUNTER (1985) desenvolveu três níveis de abordagem do controle social que
possibilita um melhor entendimento de como as redes de relações são intrínsecas ao controle do
crime no nível comunitário. Assim, o mais básico é o controle no nível "privado", que está baseado
na intimidade informal dos grupos primários existentes na área. Dentro de tais grupos, o controle
social é geralmente conseguido através da alocação ou da retirada do sentimento de prazer, apoio
social e estima mútua. BLACK (1989: 4) teria colocado alguns mecanismos primários de controle
existentes nesse nível, como críticas a comportamentos, a ridicularizarão ou a marginalização de
grupos, o que poderia redundar em autodestruição ou violência. Contudo, segundo os autores, há
indícios de que tal controle é mais eficiente em adolescentes.
O segundo nível de controle social discutido por Hunter é chamado de"paroquial" e representa
os efeitos da rede interpessoal local e a interlocução entre instituições locais, como igrejas, escolas,
comércios e organizações voluntárias. Assim, se a ordem privada refere - se às relações entre
amigos, a ordem paroquial refere - se às relações entre grupos em que a ligação “sentimental” não
seja o instrumento principal de coesão. E esse nível paroquial pode ser entendido como “conexão
entre instituições ou grupos dentro de uma comunidade”. SPERGEL e KORBELIK (1979)
mostraram que existem contingências que mediam a capacidade das redes locais e as instituições
de controle da ameaça de crime. São algumas associações locais que se ergueram inicialmente
devido à intervenção de organizações externas à comunidade.
O ideal de uma comunidade seria aquele onde a taxa de vulnerabilidade das pessoas é
baixa, e a coesão paroquial e pública, forte. Nessas regiões a comunidade consegue se
mobilizar e atrair recursos financeiros e ações políticas para a solução das demandas locais.
Essas regiões geralmente são de classe média, e os moradores compartilham valores comuns,
bem como agem de forma à controlar as atividades locais. Cria-se um ciclo virtuoso, onde a
20
Os crimes acima citados têm seu fenômeno causal muito bem explicado e
compreendido através dos métodos e conceitos apresentados pela teoria ecológica do crime,
21
uma vez que ao se demonstrar que nas regiões de baixa infraestrutura, a coesão social e a
eficácia coletiva são baixas, o resultado é o aumento da violência e das taxas de crimes.
Muitas mulheres se tornaram mães solteiras novas, e o consumo de álcool e outras drogas
ilícitas explodiram nestas regiões. O resultado foi que os adolescentes ficaram sem um
controle informal (família) e formal (escolas em tempo integral), e, visando pertencerem a
um grupo, muitos se enturmaram em gangues, as quais tinham como padrão o
comportamento desviante.
O jovem pobre e sem perspectivas, geralmente, encontra nas gangues vantagens, haja vista
o ambiente hostil e degradado de onde ele vem. Não é somente o aspecto econômico, tem
também o sentimento de pertencer a um grupo, ter uma identidade, ser visto e respeitado na
região onde vive.
O tráfico de drogas foi outro fator que elevou as taxas de violência, uma vez que as
disputas por territórios e as cobranças de dívidas de usuários, elevaram as taxas de
homicídios. Juntamente com o tráfico, cresceu o comércio de armas de fogo, o que
aumentou o poder destrutivo e intimidador das gangues de traficantes.
22
A Constituição reza que o trabalho das polícias deveria ser integrado e colaborativo,
mas, na prática, o que aconteceu foi justamente o contrário, e o Ministério Público que tem o
dever de realizar o controle externo não exerce esta atividade adequadamente.
Um outro fator que leva à baixa articulação do sistema é uma competição entre o
poder Judiciário e o Ministério Público, uma vez que este órgão ao receber as mesmas
garantias do poder Judiciário, entende que é um quarto poder, e, muitas vezes, pretende
investigar, denunciar e condenar. Ou seja, algumas vezes o Ministério Público extrapola suas
funções.
O Brasil durante muitos séculos foi um país eminentemente rural, mas a partir da
segunda metade do século XX iniciou um processo intensivo de urbanização. Este fenômeno
ocorreu de forma acelerada e desorganizada, gerando cidades com inchaço populacional e
forte concentração de vulnerabilidades.
Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades. Foi a partir de 1950 que o
processo de urbanização se intensificou, pois com a industrialização promovida por Getúlio
Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno integrado que atraiu
milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a maior infraestrutura e,
consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias. 1
A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de
emprego e de serviços, como saúde, educação e transporte, eram maiores. Em 60 anos, a
população rural aumentou cerca de 12%, enquanto que a população urbana passou de 13 milhões
de habitantes para 138 milhões, um aumento de mais de 1.000%. 2
Fonte: IBGE
1
http://educacao.globo.com/geografia/assunto/urbanizacao/urbanizacao-brasileira.html
2
http://educacao.globo.com/geografia/assunto/urbanizacao/urbanizacao-brasileira.html
26
O gráfico acima demonstra que na década de 1990 mais de 70% dos brasileiros viviam
em áreas urbanas, e que nas décadas seguintes, tal índice de urbanização passou para mais de
80%. Ou seja, ocorreu uma transformação radical nos espaços urbanos, onde as pessoas
advindas das áreas rurais passaram a se acomodar e a ter de viver um outro estilo de vida.
Fonte: SIM/SVS/MS
Analisando-se as duas figuras, vemos que nas últimas décadas ocorreu o aumento da
taxa de urbanização da população, sendo que tal fenômeno veio acompanhado pelo aumento
das taxas de homicídios.
27
28,4% dos crimes violentos letais intencionais do O número de mortes decorrentes de intervenção
país aconteceram nas capitais ( exclusive mortes policial representa 5% do total de mortes violentas
por intervenção policial). intencionais e é 46,6% superior à quantidade
registrada de latrocínios em 2014.
Armas apreendidas Efetivo
118.379 armas de fogo foram apreendidas em O Brasil contou em 2014 com 666.479 policiais e
2014. Este número é 8,2% menor do que o de guardas municipais.
2013.Entre 2013 e 2014, a Polícia Federal reduziu 64%-PM 18%PC 15%Guardas 2%PF 1%PRF
sua participação na apreensão de armas de fogo de
12,2% para 7,5%.
Socioeducativo Estupros
O números de adolescentes cumprindo medidas 47.646 estupros foram registrados no país, em
socioeducativas privativas de liberdade cresceu 2014, redução de 6,7% em relação a 2013.
443% entre 1996 e 2013. Porém,considerando que em média apenas 35%
23.006 adolescentes cumpriam medida no último dos crimes sexuais são notificados,mais dados
ano. precisam ser acumulados para confirmar a queda.
Considerando os dados disponíveis, o percentual
de adolescentes autores de homicídios em relação
ao total de homicídios esclarecidos e/ou inquéritos
relatados é de 10,7% no Brasil.
Prisões
A população carcerária brasileira atingiu,em
2014,607.373 pessoas.
3
http://www.forumseguranca.org.br/storage/download//anuario_2015.retificado_.pdf
28
4
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2011/12/21/mais-de-11-milhoes-vivem-em-favelas-no-
brasil-diz-ibge-maioria-esta-na-regiao-sudeste.htm
29
Quanto a incidência dos crimes contra o patrimônio, uma pesquisa5 demonstrou que
no ano de 2011 o Brasil teve a terceira maior taxa de roubos da América Latina, são 572,7
roubos para casa 100.000 habitantes. Pela tabela seguinte, vemos que neste índice negativo,
estamos na frente de vários países, tais como Paraguai e Peru. A pesquisa ainda aponta a
urbanização acelerada, a expectativa de consumo e baixa mobilidade social como causas do
aumento das taxas de crimes. Vejamos um trecho:
A pobreza e o desemprego sozinhos não explicam o aumento da violência – na última década, a região
teve um crescimento econômico médio de 4,2%, segundo o relatório, mais de 70 milhões de pessoas
saíram da linha da pobreza e as taxas de desemprego caíram continuamente entre 2002 e 2009.
Entretanto, o crescimento urbano rápido, aliado a uma maior expectativa de consumo e à baixa
mobilidade social são fatores que levam muitas pessoas ao crime. E o desemprego não está diretamente
relacionado a taxas criminais mais altas.
Uma pesquisa inédita realizada com presos de seis países da região (Argentina, Brasil, Chile, El
Salvador, México e Peru) deixa clara esta questão. No Brasil, 70% dos presos entrevistados estavam
empregados quando cometeram os crimes pelos quais foram detidos – e na média, eles começaram a
trabalhar aos 13,9 anos.
Os problemas dos sistemas educacionais também influenciam diretamente nos índices criminais – sem
educação, a população tem mais dificuldades para ascender socialmente, e em alguns casos busca nos
crimes um acesso mais rápido. Nos países da região, 51% dos homens e 45% das mulheres não
completam o ensino médio.
Por fim, as instituições familiares fracas possuem seu peso – enquanto a taxa de fertilidade entre
adolescentes caiu 26% no mundo entre a década de 1970 e o período entre 2005 e 2010, na América
Latina a redução foi de apenas 5%.
5
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/11/brasil-tem-terceira-maior-taxa-de-roubos-da-america-latina-diz-
pnud.html
30
*Os dados da Argentina são de 2008; Bolívia tem dados de2000;Costa Rica e Paraguai de 2010; El
Salvador e Chile de 2012.
31
5 CONCLUSÃO
Não há apenas uma razão para o comportamento desviante, ou seja, apenas a falta de
oportunidades disponibilizadas versus metas culturais impostas. Temos de levar em conta
vários aspectos, como: baixa mobilidade social, aspectos psicológicos dos indivíduos, além da
eficácia coletiva e eficiência do sistema de justiça criminal para uma análise mais completa.
O crime é fenômeno social complexo, não podendo ser compreendido pela representação
simplória de que este ou aquele fator é sua causa determinante. A diversidade das teorias
criminológicas evidencia que é mais prudente tratar o crime como produto de múltiplas
causalidades, o que não significa ignorar a influência das condições socioeconômicas, incluindo a
pobreza e desigualdade.
Infelizmente, a sociedade brasileira está tendo altas taxas de criminalidade, uma vez
que as cidades não foram planejadas, e o aumento do PIB não foi acompanhado de políticas
públicas de segurança eficientes na prevenção e repressão aos crimes violentos. A mobilidade
social através dos meios formais é baixa, mas através de comportamentos desviantes, muitos
jovens têm ganhos elevados, fato que atraí muitos para a criminalidade.
32
O mercado ilegal de drogas é altamente lucrativo, o que faz com muitos jovens das
periferias se juntem em gangues para realizar o tráfico de drogas. Aliado a este fato, tem-se
que a impunidade é regra no ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que a taxa de resolução
de crimes é baixa.
A combinação de fatores acima, levou o Brasil a ser considerado um dos países mais
inseguros do mundo no ano de 20146. Reportagem da revista Veja listou os países que
apontou o Brasil na 11ª posição.
6
(http://veja.abril.com.br/blog/impavido-colosso/indice-aponta-brasil-como-11-pais-mais-inseguro-do-mundo)
33
6REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Kant Lima, R. O Sistema de Justiça Criminal no Brasil: Dilemas e Paradoxos. In: Fórum de
Debates: Criminalidade, Violência e Segurança Pública no Brasil. Org. Cerqueira, Daniel;
Lemgruber, Julita e Musumeci, Leonarda, IPEA, 2000.
Paixão, Antônio e Beato, Cláudio. 1997. “Crimes, Vítimas e Policiais”. In Tempo Social.
Revista de Sociologia da USP, n.9 (1), maio de 1997:233-248.
Sapori, Luís Flávio e Soares, Gláucio Ary Dillon. Por Que Cresce a Violência no Brasil?.
Editora PUC Minas. Belo Horizonte, 2014, p. 62