3 Ética e Formação Docente Formação Na Perspectiva Da Teoria Crítica Da Sociedade
3 Ética e Formação Docente Formação Na Perspectiva Da Teoria Crítica Da Sociedade
3 Ética e Formação Docente Formação Na Perspectiva Da Teoria Crítica Da Sociedade
da Sociedade.
Objetivos:
3 Ética
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Desde que surgiu, na Grécia Antiga, a ética consagrou-se como reflexão sobre a
conduta humana. Os gregos cunharam termos, conceitos e palavras nos seus significados,
que fazem referência os estudos do mundo ocidental e a palavra ética associava-se às
virtudes que norteavam a vida humana.
O exercício da ética atrela-se ao campo da moral, e por mais que ética e moral se
relacione, cada termo tem a sua própria definição e cumpre seu papel nas estruturas social,
política e cultural.
Em sentido amplo, a palavra “ética” (do grego ethos), refere-se a um modo de viver
em todas as esferas sociais. Na língua grega antiga, escrevia-se de duas formas: êthos (o
sentido era de caráter ou morada) e éthos (refere-se a hábitos e costumes).
Sobre êthos, temos morada no sentido de habitação, de permanência, foi muito
utilizada na poesia grega e se referia a pastos e abrigos para animais, mas logo passou-se
a usá-la para se referir ao lugar onde os humanos moram. Subjetivamente, morada é o lugar
onde o “eu” se constitui, constrói hábitos e comportamentos, transmite valores e crenças. Já
o termo caráter aproxima-se mais do que se entende como ética na tradição filosófica, é o
modo como as pessoas são e vivem seu cotidiano, que envolve a moral de cada um. Sobre
éthos, temos a hábitos e costumes, que se referem ao caráter mais universal da ética,
considerando o caráter prático das ações (FIGUEIREDO, 2008).
Nossas ações relacionam-se com o nosso projeto de vida, com a nossa identidade
em relação às tradições em que estamos inseridos. A união entre esses sentidos caráter,
morada, hábitos e costumes dá origem ao conceito de ética.
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Nas pólis não existia separação entre as áreas rural e urbana, nem existiam relações
de dependência. Muitos de seus habitantes, principalmente da nobreza, habitavam em casas
de campo. De um lado estavam as comunidades aldeãs e de outro, a aristocracia que
possuía a maioria do monopólio religioso. Surgiu, portanto o consenso de manter a ordem
social a reflexão moral e política. Essa capacidade reflexiva recebeu o nome sophia,
sabedoria (JAEGER, 2013).
A sophia está associada às questões éticas e morais e tem como objeto o mundo dos
humanos. A reflexão filosófica passou a orientar o pensamento de forma racional, colocando-
o sob o julgamento do logos, ou seja, do que é pensado e tornou-se uma fundamental
conduta de vida.
Na pólis grega, inaugura-se a reflexão que tem o humano como ponto de partida,
seus valores, sua capacidade intelectiva e a noção de verdade, surgem questionamentos
sobre as esferas do saber e da conduta questão a ser resolvida. Estabeleceu-se a relação
entre conhecimento e ética. Nesse palco, Sócrates, Platão e Aristóteles ganharam espaço
para desenvolverem suas “filosofias de vida” (JAEGER, 2013).
Destaca-se também Sófocles, um dos maiores dramaturgos do teatro grego clássico.
Amigo de Péricles, um importante político grego na época. Viveu durante o período de maior
efervescência cultural e política da Grécia, foi um dos responsáveis pelo crescimento
econômico, político e militar da cidade de Atenas e defensor da democracia, que sempre
ajudou a fortalecer.
Dentre as suas obras, destaca-se “Édipo Rei” na qual Sófocles mostra um homem de
ação e persistência que representava muitas das ideias da liderança ateniense. O desejo de
Édipo de descobrir a verdade, admirada pelo público de Sófocles, o leva a sua própria
destruição.
A origem da ética, tanto etimológica quanto epistemológica, foi, portanto, um processo
de transformações sociais, culturais e econômicas que contribuíram para o desenvolvimento
de uma filosofia preocupada com as ações humanas.
Nesse meio social, o educador comprometido com a práxis educativa precisa assumir a
responsabilidade como tarefa e desafio, e participar da construção. Nesse processo, educar
é fundamentalmente humanizar o homem, pois ele precisa edificar, por si mesmo ou por um
outro, o seu ‘estar sendo’ no mundo.
Pode-se percebe que mais do que um ser no mundo, o ser humano se tornou uma
Presença no mundo, com o mundo e com os outros. Presença que, reconhecendo a outra
presença como um “não-eu” se reconhece como “si própria”, por isso:
[...] presença que se pensa si mesma, que se sabe presença, que intervém,
que transforma, que fala do que faz mas também do que sonha, que constata,
comprar, avalia, valora, que decide, que rompe. E é no domínio da decisão,
da avaliação, da liberdade, da ruptura, da opção, que se instaura a
necessidade da ética e se impõe a responsabilidade. A ética se torna
inevitável e sua transgressão possível é um desvalor, jamais uma virtude
(FREIRE, 1997, p. 18).
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Se a escola é parte integrante do todo social, agir dentro dela é também agir
no rumo da transformação da sociedade. Se o que define uma pedagogia
crítica é a consciência de seus condicionantes histórico-sociais, a função da
pedagogia "dos conteúdos" é dar um passo à frente no papel transformador
da escola, mas a partir das condições existentes (LIBÂNEO, 1992, p. 14).
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997, 54p.
ISBN:8521902433. Disponível em:
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omia.pdf
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 45 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
JAEGER, W. Paideia. A formação do homem grego. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes,
2013