Apostila 04 - Termodinâmica 2024 - 2
Apostila 04 - Termodinâmica 2024 - 2
Apostila 04 - Termodinâmica 2024 - 2
APOSTILA DE FÍSICA
ASSUNTO: TERMODINÂMICA
PROF. CLAUDIO FERRETTI
Nome: _____________________________________ turma: ____________ data: ____ / _____ / __________
4. Termodinâmica
4.1. Introdução
A Termodinâmica estudo as relações entre a energia térmica e a mecânica. É possível
converter movimento em calor, por exemplo ao esfregar fortemente uma mão contra a outra. Joule
conseguiu estabelecer esta relação e determinar que 1 cal = 4,18 J, revelando que calor e energia
mecânica são apenas formas diferentes de energia.
4.2. Nascimento da Termodinâmica
Desde a antiguidade o homem tenta dominar as forças da natureza, dentre
elas o fogo. Na Grécia, Heron de Alexandria inventou a eolípila, uma esfera metálica
oca montada sobre eixos conectados a uma câmara de vapor, do qual adquiria
movimento circular com a saída rápida do vapor. É considerada a primeira invenção
que transformava energia térmica em mecânica.
Se o volume do gás permanecer constante, o gás não troca trabalho com o meio e τ = 0
Quanto há troca de calor entre o gás e o meio ambiente, utilizaremos a mesma convenção
antes empregada onde a quantidade de calor é positiva quando recebida e negativa quando cedida
2
Por se tratar de um movimento periódico podemos encontrar a frequência com que a partícula colide
com a face A1, na unidade de tempo será:
v
f=
2L
A variação da quantidade de movimento transmitida à face A1 pela molécula na unidade de tempo é
dada por:
∆p v m0 v 2
= . 2m0 v =
∆t 2L L
Lembrando que, em média, na face A1 age 1/3 do número total das N moléculas, resulta que a
variação da quantidade de movimento transmitida à face A1 na unidade de tempo será:
∆pT N m0 v2
= .
∆t 3 L
Pelo teorema do Impulso, a variação da quantidade de movimento no tempo é a força média exercida
sobre a face A1. Disto resulta que
N m0 v 2
F= .
3 L
Assim a pressão do gás sobre a face A1 será:
𝐹𝐹 𝐍𝐍 𝐦𝐦𝟎𝟎 𝐯𝐯𝟐𝟐
𝑝𝑝 = 2 → 𝒑𝒑 = . 𝟑𝟑
𝐿𝐿 𝟑𝟑 𝐋𝐋
Sendo V = L o volume do gás e m = N.m0 sua massa, concluímos que
3
𝟏𝟏 𝐦𝐦 𝟐𝟐
𝐩𝐩 = . . 𝐯𝐯
𝟑𝟑 𝐕𝐕
A partir desta relação podemos concluir:
1) Como a energia cinética do gás é a soma das energias cinéticas de suas moléculas obtemos:
mv2 1 𝑚𝑚 3
EC = mas 𝑝𝑝 = . . 𝑣𝑣 2 → EC = pV
2 3 V 2
Utilizando a equação de Clapeyron resulta que:
𝟑𝟑
𝐄𝐄𝐂𝐂 = 𝐧𝐧𝐧𝐧𝐧𝐧
𝟐𝟐
Esta equação mostra que a velocidade média das moléculas é diretamente proporcional apenas à sua
temperatura absoluta.
2) A partir da energia cinética do gás podemos deduzir a velocidade média de cada molécula:
3 mv2 3m 𝟑𝟑𝟑𝟑𝟑𝟑
EC = nRT = RT 𝐯𝐯𝟐𝟐 =
2 2 2M 𝐌𝐌
Isto significa que a velocidade média das partículas de um gás depende da sua natureza específica, ou
seja, se dois gases estiverem dentro do mesmo volume e a mesma temperatura, terão a mesma
“agitação térmica” com velocidades diferentes, pois esta velocidade depende de sua massa.
À grandeza “energia cinética de um gás” damos o nome de energia interna (U), do qual advém
expressão matemática:
𝟑𝟑
𝐔𝐔 = . 𝐧𝐧. 𝐑𝐑. 𝐓𝐓
𝟐𝟐
onde R = constante universal dos gases, T = temperatura absoluta e n = número de mols.
Esta relação é conhecida como Lei de Joule, assim expressa:
A energia interna de um dado número de mols de um gás ideal é
diretamente proporcional à sua temperatura absoluta
3
A variação da energia interna (∆U) é a variação de dois estados do gás onde ocorre variação
de temperatura. Continuando com a mesma convenção adotada anteriormente teremos:
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4.7. Transformação isocórica
Trabalho realizado
Como não ocorre variação de volume o trabalho τ=0
Em uma transformação isocórica o
trabalho realizado é nulo
Calor trocado
A quantidade de calor trocada pelo gás a volume
constante pode ser dada por
QV = m . cV . ∆T
onde QV = quantidade de calor à volume constante
cP = calor específico a volume constante.
De forma semelhante à transformação anterior, massa m do gás, massa molar M, número de mols
podem ser substituídos como m = n . M:
QV = n . M . cV . ∆T .
Como M . cV é o calor específico para um mol à volume constante, substituiremos este valor por
CV recebendo o nome de calor molar a volume constante. Logo:
QV = n . CV . ∆T
Variação de energia interna
Nas transformações isocórica o trabalho é nulo, sendo que todo o calor trocado se transforma
em variação de energia interna.
∆U = QV - τ ⇒ ∆U = QV ∆U = n . CV . ∆T
5
4.10. Transformação adiabática
Um gás sofre uma transformação adiabática quando não troca calor com o meio exterior:
Q=0
Essa transformação pode ocorrer quando o gás está contido no interior de um recipiente
termicamente isolado do ambiente ou quando o gás sofre expansões e compressões suficientemente
rápidas para que a troca de calor com o ambiente possam ser consideradas desprezíveis.
Pela primeira lei da termodinâmica teremos:
∆U = Q - τ se Q = 0 ⇒ ∆U = - τ
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3. Uma transformação é dada pelo gráfico ao lado: Qual o trabalho
realizado por este gás, dado em 105 J?
a) 4
b) 5
c) 9
d) 18
e) 20
O gráfico abaixo ilustra uma transformação 100 mols de gás ideal monoatômico recebem do meio exterior
uma quantidade de calor 1,8 X 106 J.
Dado R = 8,32 J/mol.K. Determine:
4. O trabalho realizado pelo gás, em 105 J;
a) 1,5;
b) 2,5.
c) 4,5;
d) 45,5;
e) 65,5.
5. A variação da energia interna do gás, dada em 105 J;
a) 13,5;
b) 23,5.
c) 45,5;
d) 53,3;
e) 66,3.
6. A temperatura do gás no estado A, dada em Kelvin.
a) 235;
b) 246.
c) 293;
d) 303;
e) 361.
7. A respeito da primeira lei da Termodinâmica, marque a alternativa incorreta:
a) Em uma transformação isotérmica, a variação da energia interna é nula.
b) A primeira lei da Termodinâmica trata da conservação da energia.
c) Em uma transformação isocórica, não haverá realização de trabalho.
d) Em uma transformação adiabática, o trabalho será realizado pelo gás quando a variação
da energia interna é positiva.
e) A primeira lei da Termodinâmica diz que o calor fornecido a um gás é igual à soma do
trabalho realizado pelo gás e a sua variação da energia interna.
8. Um cilindro com êmbolo móvel contém 100mL de CO2 a 1,0 atm. Mantendo a temperatura constante,
se quisermos que o volume diminua para 25 mL, teremos que aplicar uma pressão igual a:
a) 5 atm.
b) 4 atm.
c) 2 atm.
d) 0,4 atm.
e) 0,1 atm.
7
9. De acordo com a lei de Robert Boyle (1660), para proporcionar um aumento na pressão de uma
determinada amostra gasosa numa transformação isotérmica, é necessário:
a) aumentar o seu volume.
b) diminuir a sua massa.
c) aumentar a sua temperatura.
d) diminuir o seu volume.
e) aumentar a sua massa.
10. Determine o volume ocupado por 1 mol de substância gasosa a 10 atm de pressão e 25oC.
a) 22,4 L.
b) 2,44 L.
c) 20,5 L.
d) 0,205 L.
e) 244,36 L
11. Uma transformação é dada pelo gráfico ao lado: Qual o
trabalho realizado por este gás, dado em 105 J?
a) 4
b) 5
c) 9
d) 18
e) 20
12. À que temperatura se deveria elevar certa quantidade de um gás ideal, inicialmente a 300 K, para
que tanto a pressão como o volume se duplicassem?
a) 1200 K
b) 1100 K
c) 900 K
d) 800 K
e) 700 K
13. A garrafa térmica é um reservatório utilizado na maioria das residências, escritórios, etc. Sua
função é o de conservar líquidos frios ou quentes, impedindo ou, pelo menos, diminuindo as trocas
térmicas entre o líquido e o meio exterior. O processo físico que melhor explica a conservação
térmica dos líquidos dentro da garrafa térmica é o
a) isotérmico.
b) isobárico.
c) isométrico.
d) adiabático.
e) isotérmico e o isobárico.
14. Um gás ideal que apresente 11,2 litros a 00C e 1 atmosfera de pressão apresentará:
a) 6 x 1023 moléculas.
b) 0,5 mols;
c) 273 gramas.
d) 20 cal de energia interna.
e) 22,4 litro na CNTP.
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15. Um gás é aquecido a volume constante. A pressão exercida pelo gás sobre as paredes do recipiente
aumenta porque:
a) a distância média entre as moléculas aumenta.
b) a massa específica das moléculas aumenta com a temperatura.
c) as moléculas passam a se chocar com maior frequência com as paredes do recipiente.
d) a perda de energia cinética das moléculas nas colisões com a parede aumenta.
e) o número de partículas por unidade de volume aumenta.
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20. Qual é o volume ocupado por 1,00 mol de um gás ideal nas condições normais de temperatura e
pressão (CNTP), ou seja, 1,00 atm (= 1,01 × 105 Pa) e 273 K? (b) Mostre que o número de moléculas
por metro cúbico nas CNTP é 2,69 × 1025. (Esse número é chamado de número de Loschmidt.)
21. Um cano de comprimento L = 25,0 m, aberto em uma das extremidades,
contém ar à pressão atmosférica. O cano é introduzido verticalmente em um
lago de água doce até que a água atinja metade da altura do tubo. Qual é a
profundidade h da extremidade inferior do tubo? Suponha que a
temperatura da água é a mesma do ar e não varia quando o cano é
introduzido na água.
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23. Quando um gás perfeito descreve um ciclo, sua energia interna:
a) aumenta
b) diminui
c) varia, mas o valor final é igual ao valor inicial.
d) não pode ser determinada.
e) permanece constante.
24. Numa transformação de um gás perfeito, os estados final e inicial acusaram a mesma energia
interna. Certamente:
a) a transformação foi cíclica.
b) a transformação isométrica.
c) não houve troca de calor entre o gás e o ambiente.
d) são iguais as temperaturas dos estados inicial e final.
e) não houve troca de trabalho entre o gás e o meio.
27. Sobre transformações cíclicas, são feitas algumas afirmações, determine quais estão corretas.
I – A variação de energia interna em uma transformação cíclica é nula;
II – O trabalho, em uma transformação cíclica, é sempre positivo;
III – Ao completar um ciclo, o gás tem a mesma temperatura com a qual começou a
transformação;
IV – Uma transformação cíclica é, obrigatoriamente, composta de transformações conhecidas,
como adiabática, isocórica, etc;
a) I e III
b) I e II
c) II e III
d) I e IV
e) III e IV
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28. O diagrama pressão × volume abaixo ilustra a
transformação cíclica que 1,0 mol de gás ideal sofre.
Analisando o gráfico, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
(__) A variação da energia interna do gás quando passa do
estado A para o estado C seguindo o caminho ABC é
maior do que quando segue o caminho ADC, em um
processo inverso.
(__) A pressão em B é 6·105 Pa.
(__) O trabalho realizado no ciclo fechado é 8·105 J.
(__) A variação da energia interna para ir de D para A se deve à variação da quantidade de calor.
29. O gráfico da pressão p em função do volume V de um gás
ideal representa uma transformação cíclica ocorrida em três
fases. Inicia-se o ciclo por uma transformação isobárica,
seguida de uma transformação isovolumétrica e,
finalmente, de uma transformação isotérmica. Sejam T1, T2
e T3 as temperaturas do gás nos pontos 1, 2 e 3,
respectivamente. Em relação a essas temperaturas, pode-se
afirmar que
a) T1 = T2 = T3.
b) T1 = T2 e T1 > T3.
c) T1 = T3 e T1 > T2.
d) T1 = T3 e T1 < T2.
e) T1 = T2 e T1 < T3.
30. Um gás ideal sofre as transformações AB, BC, CD e DA, de
acordo com o gráfico a seguir. Através da análise do
gráfico, assinale adiante a alternativa correta.
a) Na transformação CD, o trabalho é negativo.
b) A transformação AB é isotérmica.
c) Na transformação BC, o trabalho é negativo.
d) A transformação DA é isotérmica.
e) Ao completar o ciclo, a energia interna aumenta.
31. No diagrama PV, a seguir, está representada uma série de
processos termodinâmicos. No processo ab, 250 J de calor
são fornecidos ao sistema, e, no processo bd, 600 J de calor
são fornecidos ao sistema. Analise as afirmações que se
seguem.
I. O trabalho realizado no processo ab é nulo.
II. A variação de energia interna no processo ab é 320 J.
III. A variação de energia interna no processo abd é 610 J.
IV. A variação de energia interna no processo acd é 560 J.
É CORRETO afirmar que apenas as(a) afirmações(ão)
a) II e IV estão corretas.
b) IV está correta.
c) I e III estão corretas.
d) III e IV estão corretas.
e) II e III estão corretas.
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32. Uma amostra de gás ideal sofre as transformações mostradas no diagrama
pressão x volume, ilustrado a seguir. Observe-o bem e analise as afirmativas
abaixo, apontando a opção correta:
a) A transformação AB é isobárica e a transformação BC, isométrica.
b) O trabalho feito pelo gás no ciclo ABCA é positivo.
c) Na etapa AB, o gás sofreu compressão, e na etapa BC, sofreu expansão.
d) O trabalho realizado sobre o gás na etapa CA foi de 8 J.
e) A transformação CA é isotérmica.
33. Um gás ideal, confinado numa câmara, é submetido ao ciclo
termodinâmico ABCA indicado na figura abaixo. A curva BC é uma
isoterma. Verifique se as proposições a seguir são corretas ou incorretas.
I. Na etapa BC, calor flui do gás para a vizinhança;
II. Na etapa BC, a energia interna do gás aumenta;
III. Na etapa AB, a energia interna do gás fica constante;
IV. Na etapa AB, o gás recebe calor e realiza trabalho sobre a vizinhança;
V. Num ciclo ABCA, a energia interna do gás aumenta e este aumento é igual à área delimitada pelo ciclo;
13
36. Determinada massa de gás ideal sofre a transformação cíclica
ABCDA mostrada no gráfico. As transformações AB e CD são
isobáricas, BC é isotérmica e DA é adiabática. Considere que, na
transformação AB, 400 kJ de calor tenham sidos fornecidos ao
gás e que, na transformação CD, ele tenha perdido 440 kJ de
calor para o meio externo. Calcule o trabalho realizado pelas
forças de pressão do gás na expansão AB e a variação de energia
interna sofrida pelo gás na transformação adiabática DA.
1
Texto adaptado de Fundamentos da Física Vol 2, Halliday e Resnick, 10ª edição, LTC
14
Vamos definir o que significa
variação de entropia através da expansão
livre de um gás ideal.
A figura ao lado mostra o gás no
estado de equilíbrio inicial i, confinado por
uma válvula fechada ao lado esquerdo de
um recipiente termicamente isolado. Quando abrimos a válvula, o gás se expande para ocupar todo
o recipiente, atingindo, depois de certo tempo, estado de equilíbrio final f. Trata-se de um processo
irreversível; as moléculas do gás jamais voltam a ocupar apenas o lado esquerdo do recipiente.
O diagrama p-V do processo mostra a pressão e o volume do gás no
estado inicial i e no estado final f. A pressão e o volume são propriedades de
estado, ou seja, propriedades que dependem apenas do estado do gás e não da
forma como chegou a esse estado. Vamos agora supor que o gás possui mais
uma propriedade de estado: a entropia.
Além disso, vamos definir a variação de entropia Sf – Si do sistema durante um processo que
leva o sistema de um estado inicial i para um estado final f pela equação 2:
∆𝑸𝑸
∆𝑺𝑺 = 𝑺𝑺𝒇𝒇 − 𝑺𝑺𝒊𝒊 =
𝑻𝑻
A variação de entropia depende não só da energia transferida na forma de calor, mas também
da temperatura na qual a transferência ocorre. Como T é sempre positiva, o sinal de ΔS é igual ao
sinal de Q. A unidade de entropia e de variação de entropia no SI é o joule por kelvin.
Enquanto o gás se expande para ocupar todo o recipiente, a pressão, a temperatura e o
volume do gás flutuam de forma imprevisível. Não podemos descrever uma trajetória pressão-volume
da expansão livre no diagrama p-V e, consequentemente, não podemos escrever uma relação entre
Q e T que nos permita realizar calcular a entropia.
Em uma expansão livre a temperatura de um gás ideal
não varia. Assim os pontos i e f devem estar em uma isoterma.
Se substituirmos a expansão irreversível por uma expansão
isotérmica reversível, poderemos resolver mais facilmente o
problema. Os dois processos são fisicamente bastante
diferentes, mas possuem o mesmo estado inicial e final e,
portanto, a variação de entropia é a mesma nos dois casos.
Mantendo a temperatura constante teremos:
𝑸𝑸
∆𝑺𝑺 = 𝑺𝑺𝒇𝒇 − 𝑺𝑺𝒊𝒊 = (variação de entropia no processo isotérmico)
𝑻𝑻
2 𝑓𝑓 𝑑𝑑𝑑𝑑
De forma mais precisa seria dado pela soma das variações infinitesimais de troca de calor ∆𝑆𝑆 = 𝑆𝑆𝑓𝑓 − 𝑆𝑆𝑖𝑖 = ∫𝑖𝑖
𝑇𝑇
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Não, porque o postulado é válido somente para processos irreversíveis que ocorrem em sistemas
fechados. O processo que acabamos de descrever não satisfaz esses requisitos. O processo não é
irreversível e (como energia é transferida do gás para a fonte na forma de calor) o sistema (que é
apenas o gás) não é fechado.
Por outro lado, quando consideramos a fonte como parte do sistema, passamos a ter um
sistema fechado. Nesse processo reversível, energia é transferida, na forma de calor, do gás para a
fonte, ou seja, de uma parte do sistema ampliado para outra. Seja |Q| o valor absoluto desse calor.
Podemos calcular separadamente as variações de entropia do gás (que perde |Q|) e para a fonte (que
ganha |Q|). Obtemos ∆𝑆𝑆𝑔𝑔á𝑠𝑠 = −|𝑄𝑄 |/𝑇𝑇 e ∆𝑆𝑆𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 = +|𝑄𝑄 |/𝑇𝑇. A variação da entropia do sistema
fechado é a soma dos dois valores, ou seja, zero.
Podemos enunciar a Segunda Lei da Termodinâmica como:
Se um processo ocorre em um sistema fechado, a entropia do sistema aumenta se o processo
for irreversível e permanece constante se o processo for reversível.
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4.18. O ciclo de Carnot
Apesar do rendimento térmico ser limitado, menor que
1, deve haver um rendimento máximo a ser atingido. Carnot
demonstrou teoricamente que existe uma sequência específica
de transformações em que a máquina térmica obtém o máximo
rendimento. Esse ciclo, ciclo de Carnot, é realizado por uma
máquina ideal, ao qual também recebe o nome de máquina de
Carnot.
Este ciclo é constituído por duas transformações
isotérmicas e duas adiabáticas, como no gráfico ao lado.
O sistema passa do estado A para B por meio de uma transformação isotérmica reversível; de
B para C por meio de uma transformação adiabática reversível; de C para D, novamente uma
transformação isotérmica reversível e fechando o ciclo, passa de D para A em uma nova
transformação adiabática reversível. A quantidade de calor Q1 é absorvida pelo gás de uma fonte
quente a temperatura T1 e, depois de uma transformação adiabática, cede a quantidade de calor Q2
a uma fonte fria de temperatura T2.
Note que, como T2 < T1, temos |Q2| < |Q1|, ou seja, mais energia é extraída na forma de calor da
fonte quente do que é fornecida à fonte fria.
A partir destas considerações e da expressão do rendimento das máquinas térmicas visto
|𝑄𝑄2 |
anteriormente 𝜂𝜂 = 1 − 𝑄𝑄1
, podemos concluir que o rendimento da máquina de Carnot,
funcionando entre duas fontes a temperatura T1 e T2 é:
𝐓𝐓𝟐𝟐
𝛈𝛈 = 𝟏𝟏 −
𝐓𝐓𝟏𝟏
Uma máquina térmica perfeita, teria |Q1| zero e |Q2| seria convertido totalmente em
trabalho. Se fosse instalada em um navio, por exemplo, uma máquina desse tipo poderia extrair o
calor da água e usá-lo para acionar as hélices, sem nenhum consumo de combustível. Um automóvel
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equipado com um motor desse tipo poderia extrair calor do ar e usá-lo para
movimentar o carro, novamente sem nenhum consumo de combustível. Para
isso, essa máquina teria que trabalhar com 100% de eficiência (ou seja, com η =
1) se
T2 = 0 ou T1 = ∞, condições impossíveis de conseguir na prática. Na verdade, a
experiência levou à seguinte versão alternativa da segunda lei da
termodinâmica, que, em última análise, equivale a dizer que nenhuma máquina
térmica é perfeita:
Não existe uma série de processos cujo único resultado seja a conversão
total em trabalho da energia contida em uma fonte de calor.
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42. O rendimento de uma máquina térmica de Carnot é de 25% e a fonte fria é a própria atmosfera a
270C. A temperatura da fonte quente neste caso é de:
a) 3270C
b) 1270C
c) 5270C
d) 2270C
e) 270C
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