Lei #15.434 - Código Estadual Do Meio Ambiente RS
Lei #15.434 - Código Estadual Do Meio Ambiente RS
Lei #15.434 - Código Estadual Do Meio Ambiente RS
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Gabinete de Consultoria Legislativa
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Estado, aos municípios, à
coletividade e aos cidadãos o dever de defendê-lo, preservá-lo e conservá-lo para as gerações
presentes e futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e o uso racional dos recursos
ambientais, de acordo com o presente Código.
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X - áreas especiais de controle da qualidade do ar: porções de uma ou mais regiões de
controle, onde poderão ser adotadas medidas especiais, com vista à manutenção da integridade
da atmosfera;
XI - atividade sustentável: todo empreendimento capaz de gerar externalidades positivas
nos campos econômico e ambiental, cujo reconhecido valor para a economia do Estado do Rio
Grande do Sul decorra, sem prejuízo de outros elementos, da utilização racional dos recursos
naturais para o desempenho da técnica produtiva, sendo possível, via regulamento do Conselho
Estadual do Meio Ambiente, a dispensa da exigência de licenciamento ambiental;
XII - auditorias ambientais: instrumentos de gestão e controle ambiental que
compreendem uma avaliação objetiva, independente, sistemática, documentada e periódica do
desempenho ambiental de atividades e empreendimentos, com vista à obtenção de evidência das
práticas de controle ambiental adotadas, atendimento aos requisitos legais aplicáveis e a
adequação da política ambiental executada pela atividade auditada;
XIII - banhados: ecossistemas úmidos caracterizados por solos hidromórficos
naturalmente alagados ou saturados de água de forma periódica, excluídas as situações efêmeras,
onde se desenvolvem fauna e flora típicas, com características e peculiaridades definidas em
regulamento;
XIV - classes de uso: conjunto de três tipos de classificação de usos pretendidos para o
território do Estado, de modo a implementar uma política de prevenção de deterioração
significativa da qualidade do ar;
XV - conservação: utilização dos recursos naturais em conformidade com o manejo
ecológico;
XVI - conservação do solo: conjunto de ações que visam à manutenção de suas
características físicas, químicas e biológicas, e, consequentemente, a sua capacidade produtiva,
preservando-o como recurso natural permanente;
XVII - degradação: processo que consiste na alteração das características originais de
um ambiente, sejam elas de natureza física, química ou biológica, comprometendo a
biodiversidade;
XVIII - desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir as suas próprias
necessidades;
XIX - ecossistema: conjunto formado por todos os fatores bióticos e abióticos que
atuam simultaneamente sobre determinada área geográfica;
XX - ecótono: região resultante de contato entre dois ou mais ambientes distintos e
constituem áreas de transição ambiental, que se caracterizam por serem integrados por espécies
destes distintos ambientes ou espécies endêmicas destas áreas;
XXI - espaços territoriais especialmente protegidos: espaços territoriais urbanos ou
rurais de valor ambiental e cultural a serem especialmente protegidos, definidos pelo Poder
Público em instrumentos legais;
XXII - espécie exótica: aquela com ocorrência fora de sua distribuição natural;
XXIII - espécie nativa: espécie própria de uma região onde ocorre naturalmente;
XXIV - Estado: pessoa jurídica de direito público pertencente à Federação, referindo-se
ao Estado do Rio Grande do Sul e os Municípios nele sediados, devendo ser respeitadas as
competências constitucional e legalmente fixadas em relação a cada qual;
XXV - fauna: o conjunto de espécies animais;
XXVI - fauna doméstica: espécies cujas características biológicas, comportamentais e
fenotípicas foram alteradas por meio de processos tradicionais e sistematizados de manejo e
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melhoramento zootécnico, tornando-as em estreita dependência do homem, podendo apresentar
fenótipo variável e diferente da espécie que as originou;
XXVII - fauna exótica: espécies cuja distribuição geográfica original não inclui o
território brasileiro e suas águas jurisdicionais, ainda que introduzidas, pelo homem ou
espontaneamente, em ambiente natural, inclusive as espécies asselvajadas e excetuadas as
migratórias;
XXVIII - fauna silvestre: espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou
terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do
território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras;
XXIX - fauna silvestre nativa: espécies autóctones, migratórias e quaisquer outras,
aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos
limites do território do Estado;
XXX - Federação: união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
regida pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, devendo ser respeitadas a
harmonia e a autonomia de cada ente federado, nos termos da referida norma;
XXXI - flora: conjunto de espécies vegetais;
XXXII - floresta: associação de espécies vegetais arbóreas nos diversos estágios
sucessionais, onde coexistem outras espécies da flora e da fauna, que variam em função das
condições climáticas e ecológicas;
XXXIII - fonte de poluição e fonte poluidora: toda e qualquer atividade, instalação,
processo, operação ou dispositivo, móvel ou não, que independentemente de seu campo de
aplicação induzam, produzam e gerem ou possam produzir e gerar a poluição do meio ambiente;
XXXIV - lençol freático: superfície que delimita a zona de saturação e a zona de
aeração do aquífero, na qual a água está em contato com o ar e sujeita à pressão atmosférica;
XXXV - licença ambiental: ato administrativo decorrente de procedimento
administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, a concepção, a
instalação, a operação, a alteração e a ampliação de empreendimentos e atividades utilizadoras
de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso;
XXXVI - manejo ecológico: utilização dos ecossistemas conforme os critérios
ecológicos buscando a conservação e a otimização do uso dos recursos naturais de forma
sustentável, visando à conservação de biodiversidade e de funções ecossistêmicas;
XXXVII - marismas: ecossistemas úmidos litorâneos que ocorrem em terrenos baixos,
sujeitos à ação das marés, com vegetação predominantemente herbácea e típica de ambientes
estuarinos;
XXXVIII - mata atlântica: bioma cujas delimitação, proteção e utilização são
disciplinadas por legislação federal específica;
XXXIX - meio ambiente: conjunto de condições, elementos, leis, influências e
interações de ordem física, química, biológica, social e cultural que permite, abriga e rege a vida
em todas as suas formas;
XL - melhoramento do solo: conjunto de ações que visam ao aumento de sua
capacidade produtiva por meio da modificação de suas características físicas, químicas e
biológicas, sem que sejam comprometidos seus usos futuros e os recursos naturais com ele
relacionados;
XLI - nascentes: afloramento natural do lençol freático em condições de perenidade ou
intermitência, e que dá início a um curso de água;
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XLII - padrão de qualidade do ar: um dos instrumentos de gestão da qualidade do ar,
determinado como valor de concentração de um poluente específico na atmosfera, associado a
um intervalo de tempo de exposição, para que o meio ambiente e a saúde da população sejam
preservados em relação aos riscos de danos causados pela poluição atmosférica;
XLIII - padrões de emissão ou limites de emissão: quantidades máximas de poluentes
permissíveis de lançamentos;
XLIV - pampa: bioma, que no Brasil ocorre exclusivamente no Estado do Rio Grande
do Sul, composto por formações campestres, arbóreo-arbustiva e florestal, com predominância
de campos nativos;
XLV - patrimônio genético: conjunto de seres vivos que integram os diversos
ecossistemas de uma região;
XLVI - poluente: toda e qualquer forma de matéria ou energia que, direta ou
indiretamente, cause ou possa causar poluição do meio ambiente;
XLVII - poluentes atmosféricos: quaisquer formas de matéria ou energia com
intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis
estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar:
a) impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;
b) inconveniente ao bem-estar público;
c) danoso aos materiais, à fauna e à flora; ou
d) prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da
comunidade;
XLVIII - poluição: toda e qualquer alteração dos padrões de qualidade e da
disponibilidade dos recursos ambientais e naturais, resultante de atividades ou de qualquer forma
de matéria ou energia que, direta ou indiretamente, mediata ou imediatamente:
a) prejudique a saúde, a segurança e o bem-estar das populações ou que possam vir a
comprometer seus valores culturais;
b) crie condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afete desfavoravelmente a biota;
d) comprometa as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
e) altere desfavoravelmente o patrimônio genético e cultural (histórico, arqueológico,
paleontológico, turístico, paisagístico e artístico);
f) lance matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
g) crie condições inadequadas de uso do meio ambiente para fins públicos, domésticos,
agropecuários, industriais, comerciais, recreativos e outros;
XLIX - poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável
direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação ambiental;
L - pousio: prática de interrupção temporária de atividades ou usos agrícolas, pecuários
ou silviculturais, por no máximo 5 (cinco) anos, para possibilitar a recuperação da capacidade de
uso ou da estrutura física do solo;
LI - praia: área coberta e descoberta periodicamente pelas águas, acrescida da faixa
subsequente de material detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e pedregulhos, até o limite
onde se inicie a vegetação natural, ou, em sua ausência, onde comece um outro ecossistema;
LII - preservação: manutenção de um ecossistema em sua integridade, eliminando dele
ou evitando nele qualquer interferência humana, salvo aquelas destinadas a possibilitar ou
auxiliar a própria preservação;
LIII - processo ecológico: qualquer mecanismo ou processo natural, físico ou biológico
que ocorre em ecossistemas;
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LIV - recuperação do solo: conjunto de ações que visam ao restabelecimento das
características físicas, químicas e biológicas do solo, tornando-o novamente apto à utilização
agrosilvopastoril;
LV - recurso mineral: concentração ou depósito na crosta da Terra, de material natural,
sólido, em tal quantidade e tal teor e/ou tais qualidades que, uma vez pesquisado, exibe
parâmetros mostrando, de modo razoável, que seu aproveitamento pode ser factível na atualidade
ou no futuro;
LVI - recurso não renovável: recurso que não é regenerado após o uso, tais como
recursos minerais que se esgotam;
LVII - recurso natural: qualquer recurso ambiental que pode ser utilizado pelo homem,
sendo que o recurso será renovável ou não na dependência da exploração e/ou de sua capacidade
de reposição;
LVIII - recurso renovável: recurso que pode ser regenerado, ou seja, recurso que se
renova por reprodução, tais como recurso biológico, vegetação, proteína animal;
LIX - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas,
os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora;
LX - regiões de controle da qualidade do ar: áreas físicas do território do Estado do Rio
Grande do Sul, dentro das quais poderão haver políticas diferenciadas de controle da qualidade
do ar, em função de suas peculiaridades geográficas, climáticas e geração de poluentes
atmosféricos, visando à manutenção de integridade da atmosfera;
LXI - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de
tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não
apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada;
LXII - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de
atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe a proceder ou se
está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semi-sólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia disponível;
LXIII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de
atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados,
bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental
decorrentes do ciclo de vida dos produtos;
LXIV - reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua
transformação biológica, física ou físico-química, observadas as condições e os padrões
estabelecidos pelos órgãos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA –
e, se couber, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS – e do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária – SUASA;
LXV - Unidade de Conservação – UC: espaço territorial e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído
pelo Estado, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;
LXVI - uso adequado do solo: adoção de um conjunto de práticas, técnicas e
procedimentos com vista à recuperação, à conservação ou ao melhoramento do solo, atendendo a
sua função socioeconômica e ambiental.
LXVII - utilidade pública: (Incluído pela Lei n.º 16.111/24)
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a) as atividades de proteção sanitária; (Incluído pela Lei n.º 16.111/24)
b) as obras essenciais de infraestrutura destinadas aos serviços públicos de transporte,
saneamento e energia, declaradas pelo poder público estadual; e (Incluído pela Lei n.º 16.111/24)
c) as obras de infraestrutura de irrigação e dessedentação animal, vinculadas às
atividades agrossilvipastoris, para garantir a segurança alimentar e a segurança hídrica,
respeitados os regulamentos de recursos hídricos, quando couber; (Incluído pela Lei n.º
16.111/24)
LXVIII - interesse social: (Incluído pela Lei n.º 16.111/24)
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais
como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e
proteção de plantios com espécies nativas, conforme resoluções expedidas pelos órgãos
ambientais competentes; (Incluído pela Lei n.º 16.111/24)
b) as atividades de manejo agroflorestal sustentável praticadas na pequena propriedade
ou posse rural familiar que não descaracterizem a cobertura vegetal e não prejudiquem a função
ambiental da área; (Incluído pela Lei n.º 16.111/24)
c) as demais obras, planos, atividades ou projetos definidos em resolução do Conselho
Estadual do Meio Ambiente; e (Incluído pela Lei n.º 16.111/24)
d) as áreas destinadas ao plantio irrigado, desde que comprovada a outorga do direito de
uso da água, quando couber; (Incluído pela Lei n.º 16.111/24)
LXIX - obras de infraestrutura de irrigação: conjunto de estruturas e equipamentos de
captação, adução, distribuição ou drenagem de água, estradas, redes de distribuição de energia
elétrica e barramentos ou represamentos de cursos d’água; (Incluído pela Lei n.º 16.111/24)
LXX - barramento ou represamento de curso d’água: estrutura física construída, de terra
ou obra civil, transversalmente ao curso de água utilizada para a formação de lago artificial.
(Incluído pela Lei n.º 16.111/24)
Art. 4º Todos são responsáveis pela manutenção de um meio ambiente sadio que
propicie qualidade de vida para as presentes e futuras gerações, sendo as pessoas físicas e
jurídicas responsáveis pela reparação integral dos danos que causarem ao meio ambiente, assim
como corrigir ou fazer corrigir, às suas expensas, os efeitos da atividade degradadora ou
poluidora por elas desenvolvidas.
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§ 1º É dever de todo cidadão informar ao Estado sobre atividades poluidoras ou
degradadoras de que tiver conhecimento, sendo-lhe garantido o sigilo de sua identidade, quando
assim o desejar.
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Art. 9º Os órgãos e as entidades integrantes da administração pública estadual deverão
colaborar com os órgãos ambientais do Estado quando da solicitação de recursos humanos,
técnicos, materiais e logísticos.
Art. 10. O órgão ambiental competente deverá coletar, processar, analisar, armazenar e
divulgar dados e informações referentes ao meio ambiente, de acordo com o que dispõe a
legislação pertinente de acesso à informação.
Art. 12. Compete ao Estado adotar políticas para a proteção e a recuperação dos
processos ecológicos essenciais para a reprodução e manutenção do meio ambiente equilibrado e
da qualidade de vida.
TÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE
CAPÍTULO I
DOS INSTRUMENTOS E DO PLANEJAMENTO
Art. 14. São instrumentos da Política Estadual do Meio Ambiente, dentre outros:
I - acordos, convênios, consórcios e outros mecanismos associativos para gestão de
recursos ambientais;
II - análise de riscos;
III - avaliação de impactos ambientais;
IV - fiscalização;
V - audiências públicas;
VI - auditoria ambiental;
VII - cadastro ambiental rural;
VIII - cadastro técnico estadual de atividades potencialmente poluidoras;
IX - educação ambiental;
X - estímulos e incentivos;
XI - fundos ambientais;
XII - licenciamento ambiental, revisão e sua renovação e autorização;
XIII - lista de espécies da fauna silvestre e da flora nativa ameaçadas de extinção;
XIV - padrões de qualidade ambiental;
XV - pesquisa e monitoramento ambiental;
XVI - plano(s) e programa(s) de conservação, recuperação e uso sustentável dos
recursos ambientais;
XVII - Plano Estadual de Resíduos Sólidos;
XVIII - Plano Estadual de Saneamento;
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XIX - Programa Estadual de Gerenciamento Costeiro;
XX - sanções administrativas;
XXI - Sistema Estadual de Gestão Integrada de Monitoramento e Alerta de Desastres;
XXII - Sistema Estadual de Recursos Hídricos;
XXIII - Sistema Estadual de Unidades de Conservação ‒ SEUC;
XXIV - Sistemas de Informações Ambientais do Estado;
XXV - zoneamento ecológico-econômico e demais zoneamentos específicos aprovados
por regulamentação específica;
XXVI - gerenciamento de áreas potencialmente contaminadas, contaminadas e
reabilitadas;
XXVII - gerenciamento de risco tecnológico;
XXVIII - plano de emergência para episódios críticos de poluição do ar.
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X - estimular a proteção ambiental por meio de incentivos, como por meio de
Pagamento por Serviços Ambientais ‒ PSA.
CAPÍTULO II
DOS ESTÍMULOS E INCENTIVOS
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Art. 20. O Estado fomentará a proteção do meio ambiente por meio de incentivos e
mecanismos econômicos e a utilização sustentável dos recursos ambientais.
Art. 21. O Pagamento por Serviços Ambientais será disciplinado por regulamento,
sendo de natureza voluntária, mediante a qual um pagador de serviços ambientais transfere a um
provedor desses serviços recursos financeiros ou outra forma de remuneração, nas condições
acertadas, respeitadas as disposições legais e regulamentares pertinentes.
Art. 22. O Poder Público Estadual poderá fomentar a proteção do meio ambiente e a
utilização sustentável dos recursos ambientais por meio da criação de linhas especiais de crédito
no seu sistema financeiro.
Art. 23. O Poder Público Estadual poderá criar mecanismos de compensação financeira
aos municípios que possuam espaços territoriais especialmente protegidos e como tal
reconhecidos pelo órgão estadual competente.
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 24. Compete ao Poder Público promover a educação ambiental em todos os níveis
de sua atuação e a conscientização da sociedade para a preservação, conservação e recuperação
do meio ambiente, considerando:
I - a educação ambiental sob o ponto de vista interdisciplinar;
II - o fomento, junto a todos os segmentos da sociedade, da conscientização ambiental;
III - a necessidade das instituições governamentais estaduais e municipais de realizarem
ações conjuntas para o planejamento e a execução de projetos de educação ambiental,
respeitando as peculiaridades locais e regionais;
IV - o veto à divulgação de propaganda danosa ao meio ambiente e à saúde pública;
V - capacitação dos recursos humanos para a operacionalização da educação ambiental,
com vista ao pleno exercício da cidadania.
CAPÍTULO IV
DO ESTUDO CIENTÍFICO E DA COLETA
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II - coleta e transporte de fezes, regurgitações, pelos, penas e dentes, quando não
envolver a captura de espécime.
Art. 27. A coleta e o transporte de flora nativa para fins científicos, visando ao seu
conhecimento e consequente proteção, requer autorização prévia do órgão ambiental competente,
em conformidade com a legislação.
Art. 28. A coleta, o transporte e o estudo de fósseis serão fiscalizados pelo órgão
ambiental competente, em conformidade com a legislação, respeitadas as competências da
União.
Art. 30. A coleta para as espécies constantes em listas oficiais de espécies ameaçadas
de extinção só será autorizada pelo órgão competente para fins de pesquisa que venha
comprovadamente em benefício da sobrevivência da espécie em questão, mediante justificativa
da necessidade de coleta.
Art. 31. Amostras e exemplares das espécies coletadas por cientistas nacionais e
estrangeiros deverão ser depositadas em coleção científica do órgão estadual competente ou
noutro reconhecido por este, localizadas no território estadual, bem como deverá ser apresentado
ao órgão concedente da autorização um relatório de suas atividades.
Art. 32. A utilização indevida da licença de coleta implicará cassação da licença, sem
prejuízo das demais sanções cabíveis.
CAPÍTULO V
DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
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Art. 35. O SEUC é constituído pelo conjunto de Unidades de Conservação federais,
estaduais, municipais e particulares criadas no território do Estado.
Art. 36. O SEUC será composto por um órgão coordenador, um órgão executor e pelos
órgãos estaduais, municipais e entidades, públicas ou privadas, responsáveis pela administração
das UCs.
Art. 38. As UCs integrantes do SEUC serão reunidas em categorias de manejo com
características distintas, conforme os objetivos e caráter de proteção dos seus atributos naturais e
culturais, definidas em legislação específica.
Art. 39. As UCs serão criadas por lei, sendo prioritária a criação daquelas que
contiverem ecossistemas ainda não representados no SEUC, ou em iminente perigo de
eliminação ou degradação, ou, ainda, pela ocorrência de espécies endêmicas ou ameaçadas de
extinção e não poderão ser suprimidas ou diminuídas em suas áreas, exceto por meio de lei.
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§ 1º O órgão responsável pela administração da unidade estabelecerá normas
específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da ZA e dos corredores ecológicos
de uma Unidade de Conservação.
Art. 43. A pesquisa científica no interior das UCs será autorizada pelo órgão
responsável pela administração, visando ao conhecimento sobre a biodiversidade e demais
atributos preservados e à consequente adequação dos Planos de Manejo, não podendo colocar em
risco a sobrevivência das suas populações.
Art. 44. As atividades de educação ambiental nas UCs devem ser estimuladas pelo
Poder Público e podem ser desenvolvidas em qualquer das categorias de proteção integral ou de
uso sustentável, desde que autorizadas pelo órgão responsável pela respectiva administração e de
acordo com o Plano de Manejo sempre que este existir.
Art. 45. A visitação pública será permitida no interior das UCs dotadas de
infraestrutura adequada e nas categorias que a permitam, ficando restrita às áreas previstas no
Plano de Manejo.
§ 3º A exploração da UCs na forma disciplinada pelo “caput” e pelo § 1.º deste artigo
poderá ser feita por instituições públicas ou privadas, mediante previsão expressa em contrato,
convênio ou outro instrumento legalmente admitido.
Art. 46. O Estado deverá destinar, anualmente, recursos orçamentários específicos para
implantação, manutenção e uso adequado das UCs públicas estaduais.
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aqueles necessários à sua implementação e manutenção ou à consecução de seus objetivos de
criação, conforme a categoria e Plano de Manejo.
Art. 50. Deverá ser criado um Plano Operacional de Controle nas UCs, com atribuições
específicas de fiscalização, de maneira a fazer cumprir a proteção e a repressão aos crimes
ambientais, podendo ainda ser firmados convênios com outras entidades que prestem auxílio à
execução dessa atividade.
CAPÍTULO VI
DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
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I - Licença Prévia ‒ LP ‒, na fase preliminar, de planejamento do empreendimento ou
da atividade, contendo requisitos básicos a serem atendidos, nas fases de localização, instalação
e operação, observadas as diretrizes do planejamento e zoneamento ambientais e demais
legislações pertinentes, atendidos os planos municipais, estaduais e federais, de uso e ocupação
do solo;
II - Licença de Instalação ‒ LI ‒, autorizando o início da implantação do
empreendimento ou da atividade, de acordo com as condições e restrições da LP e, quando
couber, as especificações constantes no Projeto Executivo aprovado, e atendidas as demais
exigências do órgão ambiental;
III - Licença de Operação ‒ LO ‒, autorizando, após as verificações necessárias, o início
do empreendimento ou da atividade e, quando couber, o funcionamento dos equipamentos de
controle de poluição exigidos, de acordo com o previsto nas LP e LI, e atendidas as demais
exigências do órgão ambiental competente;
IV - Licença Única ‒ LU ‒, autorizando atividades específicas que por sua natureza ou
peculiaridade poderão ter as etapas de procedimento licenciatório unificadas;
V - Licença de Operação e Regularização ‒ LOR ‒, regularizando o empreendimento ou
a atividade que se encontra em operação e que não cumpriu o rito ordenado e sucessivo dos
pedidos de licenciamento ambiental, ou, que por razão diversa, não obteve regularidade nos
prazos adequados, avaliando suas condições de instalação e funcionamento e permitindo a
continuidade de sua operação mediante condicionantes de controle ambiental e sem prejuízo das
penalidades previstas;
VI - Licença Ambiental por Compromisso ‒ LAC ‒, procedimento eletrônico
autorizando a localização, a instalação e a operação da atividade ou do empreendimento,
mediante Declaração de Adesão e Compromisso ‒ DAC ‒ do empreendedor aos critérios, pré-
condições, documentos, requisitos e condicionantes ambientais estabelecidos pela autoridade
licenciadora e respeitadas as disposições definidas pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente.
§ 2º As licenças indicadas nos incisos I, II e III do “caput” deste artigo poderão ser
expedidas de forma sucessiva, aglutinadas ou isoladamente, conforme a natureza, características
e fase do empreendimento ou da atividade.
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§ 6º O Estado poderá elaborar norma supletiva e complementar aos padrões
relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo órgão nacional
competente.
§ 8º Para a concessão da licença de que trata o inciso VI do “caput” deste artigo será
exigido do solicitante que firme a DAC, documento a ser apresentado no procedimento de
licenciamento ambiental por adesão e compromisso, com informações técnicas sobre a instalação
e operação de atividade ou empreendimento e a identificação e a caracterização dos impactos
ambientais e das medidas preventivas, mitigadoras e compensatórias, conforme definido pelo
Conselho Estadual do Meio Ambiente.
§ 9º A licença indicada no inciso VI do “caput” não poderá ser expedida nas hipóteses
que envolvam a conversão de áreas de remanescentes de ambientes naturais, a intervenção em
Áreas de Preservação Permanente e atividades sujeitas a EIA/RIMA.
§ 10. As licenças ambientais, cuja renovação for protocolada com antecedência mínima
de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,
ficam automaticamente prorrogadas até a manifestação definida do órgão competente ambiental.
§ 2º Os prazos estipulados no “caput” deste artigo poderão ser alterados desde que
justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.
§ 3º Não se aplicam os prazos previstos para licenciamento neste Código à LAC, que
terá rito próprio e com expedição da licença imediatamente após satisfazer todos os requisitos
previstos em regramento.
Art. 56. As pessoas jurídicas que possuam certificação conforme norma nacional ou
internacional e que não tenham contra si ou seus sócios sanções administrativas ambientais
transitadas em julgado nos últimos 5 (cinco) anos ou, nos casos de pessoas físicas e jurídicas,
tenham boas práticas de proteção e conservação ambiental certificadas pelo órgão ambiental
estadual competente terão prazos diferenciados para análise de processos de obtenção e/ou
renovação de licenças ambientais.
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§ 1º As disposições previstas no “caput” deste artigo serão regulamentadas pelo Estado.
§ 5º A contagem dos prazos previstos nos §§ 2.º, 3.º e 4.º deste artigo será suspensa
durante a elaboração dos estudos ambientais complementares, preparação de esclarecimento pelo
empreendedor ou suspensão do processo devidamente justificado e a pedido do interessado.
§ 6º Os prazos previstos nos §§ 2.º, 3.º e 4.º deste artigo poderão ser alterados desde
que justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.
Art. 57. Para cumprimento dos prazos definidos neste Código, o órgão ambiental
competente poderá contratar pessoas físicas ou jurídicas capacitadas ou realizar convênios,
parcerias ou outros instrumentos de cooperação, sendo sua a responsabilidade de ratificar os
resultados obtidos dos objetos contratados.
§ 1º O prazo estipulado no “caput” deste artigo poderá ser prorrogado por igual
período, desde que justificado e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental
competente.
Art. 59. O não cumprimento dos prazos estipulados nos arts. 55 e 56 deste Código
sujeitará o licenciamento à ação e execução do órgão que detenha competência para atuar
supletivamente.
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Art. 60. Tanto o deferimento quanto o indeferimento das licenças ambientais deverão
basear-se em parecer técnico que deverá fazer parte do corpo da decisão.
Art. 62. O órgão ambiental competente, diante das alterações ambientais ocorridas em
determinada área, deverá exigir dos responsáveis pelos empreendimentos ou atividades já
licenciados as adaptações ou correções necessárias a evitar ou diminuir, dentro das
possibilidades técnicas comprovadamente disponíveis, os impactos negativos sobre o meio
ambiente decorrentes da nova situação.
Art. 63. A regularidade perante os órgãos ambientais competentes deve ser exigida em
licitações para a contratação de serviços e obras públicas sujeitos a licenciamento ambiental.
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pelo órgão ambiental competente quanto aos aspectos de localização e implantação, além dos
que serão estabelecidos para o seu funcionamento e que constarão da Licença de Operação e
Regularização.
Art. 66. A expedição das licenças previstas no art. 54 deste Código fica sujeita ao
pagamento dos custos de licenciamento ao órgão ambiental competente, dos custos operacionais
e de análise do licenciamento ambiental.
CAPÍTULO VII
DO ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL
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§ 2º Baseado nos critérios a que se refere o “caput” deste artigo, o órgão ambiental
competente deverá realizar uma avaliação preliminar dos dados e informações exigidos do
interessado para caracterização do empreendimento ou da atividade, a qual determinará,
mediante parecer técnico, a necessidade ou não da elaboração do EIA/RIMA, que deverá fazer
parte do corpo da decisão.
Art. 71. O EIA deverá atender à legislação, em especial os princípios e objetivos deste
Código, seu regulamento e os expressos na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente.
Art. 72. O EIA e o RIMA serão realizados por equipe multidisciplinar habilitada, que
será responsável técnica, administrativa e civilmente pelos resultados apresentados, não podendo
assumir o compromisso de obter o licenciamento do empreendimento.
Art. 75. O EIA/RIMA será acessível ao público, respeitada a matéria referente ao sigilo
industrial, assim expressamente caracterizado a pedido do empreendedor e fundamentado pelo
órgão licenciador.
Art. 76. Ao estar à disposição dos interessados o RIMA, por meio da rede mundial de
computadores, o órgão ambiental competente determinará prazo, nunca inferior a 30 (trinta) dias,
para recebimento de apontamentos a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados.
CAPÍTULO VIII
DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
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Art. 77. O órgão ambiental competente convocará audiências públicas, nos termos
deste Código e demais legislações, para avaliação do impacto ambiental de empreendimentos ou
atividades utilizadoras de recursos ambientais considerados de significativo potencial de
degradação ou poluição, caso em que a audiência pública constituirá etapa do licenciamento
prévio.
Art. 78. A convocação e a condução das audiências públicas obedecerão aos seguintes
preceitos:
I - divulgação da convocação no sítio virtual do órgão ambiental licenciador, com
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias;
II - garantia de manifestação a todos os interessados devidamente inscritos;
III - garantia de tempo suficiente para manifestação dos interessados que oferecerem
aportes técnicos inéditos à discussão;
IV - não votação do mérito do empreendimento do EIA/RIMA, restringindo-se a
finalidade das audiências à escuta pública;
V - comparecimento obrigatório de representante do órgão licenciador, bem como de
representantes do empreendedor que tenham pleno conhecimento do conteúdo em discussão; e
VI - desdobramento em 3 (três) etapas, sendo a primeira para abertura do evento e
exposição de fatos relevantes do processo administrativo, a segunda para exposição das teses do
empreendedor e da equipe multidisciplinar ou consultora e a terceira para opiniões do público a
serem debatidas, bem como resposta às questões levantadas.
CAPÍTULO IX
DO MONITORAMENTO
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Art. 80. As instituições de ensino e pesquisa que detenham dados sobre contaminação
ambiental, agravos à saúde humana por efeito da poluição e similares, deverão cedê-las ao órgão
ambiental a fim de integrarem o Sistema Estadual de Informações Ambientais.
CAPÍTULO X
DAS AUDITORIAS AMBIENTAIS
Art. 83. A auditoria ambiental será realizada por equipe multidisciplinar habilitada,
cadastrada no órgão ambiental competente, não dependente direta ou indiretamente do
proponente do empreendimento ou atividade, que não tenha grau de parentesco com o
empreendedor, e que será responsável tecnicamente pelos resultados apresentados.
Art. 84. No caso dos auditores ambientais constatarem uma situação de risco ambiental
iminente, de dano ou de irregularidade normativa, eles devem notificar imediatamente o
responsável da atividade ou empreendimento, registrar este fato em seu relatório e dar
conhecimento ao órgão fiscalizador.
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Art. 86. Não haverá descontinuidade nas renovações da LO do empreendimento ou da
atividade durante a análise da auditoria ambiental, até a emissão do parecer técnico final do
mesmo, salvo na constatação de dano ambiental.
Art. 88. O período entre cada auditoria ambiental será aquele fixado nas licenças
ambientais.
CAPÍTULO XI
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
Art. 90. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole
as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
Art. 91. Aquele que causar dano ao meio ambiente será responsabilizado
administrativamente, sem prejuízo das responsabilidades cíveis e criminais, nos termos da
legislação.
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Art. 92. As infrações às disposições deste Código, seus regulamentos, às normas,
critérios, parâmetros e padrões estabelecidos em decorrência dele e das demais legislações
ambientais, serão punidas com as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos,
petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total das atividades; e
X - restritiva de direitos.
§ 2º A advertência será aplicada aos infratores não reincidentes, nas infrações de menor
lesividade, conforme dispuser em regulamento.
§ 7º Os custos resultantes dos incisos IV, V, VII e VIII previstos no “caput” deste
artigo serão ressarcidos pelo infrator após encerrado o processo administrativo, quando
comprovada a prática da infração.
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§ 8º A penalidade prevista no inciso IX do “caput” deste artigo será imposta nos casos
de perigo à saúde pública ou grave risco ao meio ambiente, podendo, também, ser aplicada a
critério da autoridade competente, nos casos de infração continuada.
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administração pública, doados ou vendidos, garantida a sua descaracterização, neste último caso,
por meio da reciclagem quando o instrumento puder ser utilizado na prática de novas infrações; e
IX - mediante a autorização da autoridade competente, é permitida a transferência a
terceiros, a qualquer título, dos animais, produtos, subprodutos, instrumentos, petrechos,
equipamentos, veículos e embarcações de que trata este artigo.
Art. 94. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento deste
Código e corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente,
sendo o mínimo de 2,5 (dois vírgula cinco) Unidades Padrão Fiscal ‒ UPF’s ‒ e o máximo de
5.000.000 (cinco milhões) de UPF’s, ou outra unidade que venha a substituí-la.
Art. 95. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra
medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.
Art. 97. Para o efeito do disposto no inciso III do art. 96 deste Código, serão atenuantes
as seguintes circunstâncias:
I - menor grau de compreensão e escolaridade do infrator;
II - arrependimento eficaz do infrator manifestado pela espontânea reparação do dano
ou limitação da degradação ambiental causada;
III - comunicação imediata do infrator às autoridades competentes, em relação a perigo
iminente de degradação ambiental; e
IV - colaboração com os agentes encarregados da fiscalização e do controle ambiental.
Art. 98. Para o efeito do disposto no inciso III do art. 96 deste Código, serão
agravantes as seguintes circunstâncias:
I - a reincidência;
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II - a extensão e gravidade da degradação ambiental quantificada pelos critérios de risco
à saúde humana, destruição da flora e fauna;
III - a infração atingir um grande número de vidas humanas, direitos difusos ou
transindividuais;
IV - a infração causar danos permanentes à saúde humana;
V - a infração atingir área sob proteção legal e/ou especialmente protegida;
VI - a infração ter ocorrido em Unidades de Conservação;
VII - impedir ou causar dificuldades ou embaraço à fiscalização;
VIII - o autor da infração se utilizar da condição de agente público para a prática de
infração;
IX - o autor da infração tentar se eximir da responsabilidade, atribuindo a causa do dano
a outrem;
X - a ação sobre espécies raras, endêmicas, ameaçadas, vulneráveis ou em perigo de
extinção ou em período defeso;
XI - ter o agente cometido a infração para obter vantagem pecuniária;
XII - concorrendo para danos à propriedade alheia;
XIII - atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
XIV - em domingos ou feriados;
XV - à noite;
XVI - em épocas de seca ou inundações;
XVII - com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
XVIII - mediante fraude ou abuso de confiança;
XIX - no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas
públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
XX - atingindo sítios de reprodução de espécies da fauna nativa, ou atingindo suas rotas
migratórias;
XXI - atingindo área de especial interesse cultural ou paisagístico; e
XXII - atingindo fisionomias de vegetação parque de espinilho, butiazais e matas de
pau-ferro.
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§ 3º É considerado vulnerável economicamente o infrator que apresente 2 (duas) ou
mais das seguintes condições:
I - possuir ou ocupar empreendimento ou estabelecimento rural afetado pela infração
com área total inferior a 4 (quatro) módulos fiscais definidos na legislação em vigor;
II - possuir renda familiar monetária bruta anual inferior a 12 (doze) vezes o Piso
Salarial definido pela legislação estadual, excluídos os benefícios recebidos do Sistema Público
de Seguridade Social;
III - obtiver sua renda familiar predominantemente da atividade econômica relacionada
à infração;
IV - destinar sua produção vinculada à infração predominantemente para a subsistência
do núcleo familiar;
V - utilizar, na atividade vinculada à infração, exclusivamente o trabalho do próprio
núcleo familiar empreendedor, sem emprego de trabalhadores assalariados, mesmo que eventuais
ou informais;
VI - compuser núcleo familiar formado majoritariamente por menores de 16 (dezesseis)
anos, mulheres maiores de 55 (cinquenta e cinco) anos e homens maiores de 60 (sessenta) anos;
VII - compuser núcleo familiar formado por pessoas portadoras de necessidades
especiais;
VIII - possuir bens móveis e imóveis no valor total inferior a 10 (dez) vezes o valor da
multa;
IX - não utilizar, individualmente ou em grupo, recursos ao amparo do crédito rural
oficial; e
X - não ter acesso regular, individualmente ou em grupo, aos serviços públicos de
saúde, educação, saneamento, eletrificação, assistência técnica e extensão rural.
Art. 100. O cometimento de nova infração ambiental pelo mesmo infrator, no período
de 3 (três) anos, contados da lavratura de auto de infração anterior devidamente confirmado no
julgamento, implica:
I - aplicação da multa em triplo, no caso de cometimento da mesma infração; ou
II - aplicação da multa em dobro, no caso de cometimento de infração distinta.
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II - notificar o autuado para que se manifeste sobre o agravamento da penalidade no
prazo de 10 (dez) dias; e
III - julgar a nova infração considerando o agravamento da penalidade.
§ 5º O disposto no § 3.º deste artigo não se aplica para fins de majoração do valor da
multa, conforme previsto neste Código.
Art. 101. Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste Código, o infrator,
independentemente da existência de culpa, é obrigado a reparar os danos causados ao meio
ambiente por sua atividade.
Art. 102. Além das penalidades que lhe forem impostas, o infrator será responsável
pelo ressarcimento à administração pública das despesas que esta vier a fazer em caso de perigo
iminente à saúde pública ou ao meio ambiente.
Art. 103. O servidor público que por erro grosseiro ou dolosamente concorra para a
prática de infração às disposições deste Código e de seu regulamento, ou que facilite o seu
cometimento, fica sujeito às cominações administrativas e penais cabíveis, inclusive à perda do
cargo, sem prejuízo da obrigação solidária com o autor de reparar o dano ambiental a que deu
causa.
CAPÍTULO XII
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
Art. 104. Constatada a infração ambiental, o agente autuante poderá adotar as seguintes
medidas administrativas:
I - apreensão;
II - embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas;
III - suspensão de venda ou fabricação de produto;
IV - suspensão parcial ou total de atividades;
V - destruição ou inutilização dos produtos, subprodutos e instrumentos da infração; e
VI - demolição.
§ 1º As medidas de que trata este artigo têm como objetivo prevenir a ocorrência de
novas infrações, resguardar a recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo
administrativo.
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§ 2º A aplicação de tais medidas será lavrada em formulário próprio, sem emendas ou
rasuras que comprometam sua validade, e deverá conter, além da indicação dos respectivos
dispositivos legais e regulamentares infringidos, os motivos que ensejaram o agente autuante a
assim proceder.
Parágrafo único. Os veículos de qualquer natureza que forem apreendidos poderão ser
utilizados pela administração pública estadual para realizar o deslocamento do material
apreendido até local adequado ou para promover a recomposição do dano ambiental.
Art. 107. Os órgãos de fiscalização ambiental, suas autoridades e seus agentes poderão,
para a respectiva atuação, convocar e solicitar o apoio de qualquer força policial, caso
necessário, resguardando-se as devidas cautelas e não ensejando abuso ou excesso de poder.
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CAPÍTULO XIII
DO TERMO DE COMPROMISSO AMBIENTAL
Art. 108. Por meio do Termo de Compromisso Ambiental ‒ TCA ‒, firmado entre o
órgão ambiental e o infrator, serão ajustadas as condições e obrigações a serem cumpridas pelos
responsáveis pelas fontes de degradação ambiental, visando a cessar os danos e a recuperar o
meio ambiente.
§ 4º Os valores apurados nos §§ 1.º e 3.º deste artigo serão recolhidos ao fundo estadual
competente, no prazo de 5 (cinco) dias do recebimento da notificação.
Art. 110. As penalidades de multa aplicadas a infratores não reincidentes poderão ser
substituídas, a critério da autoridade coatora, pela execução de programas e ações de educação
ambiental destinadas à área afetada pelas infrações ambientais que originaram as multas, desde
que os valores se equivalham e que haja aprovação dos programas e ações pelo órgão autuante.
CAPÍTULO XIV
DOS PROCEDIMENTOS
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Art. 112. A constatação é o ato pelo qual o servidor público registra de forma
completa, clara e objetiva os fatos que possam constituir infração administrativa ambiental.
§ 2º O edital referido no inciso III do “caput” deste artigo será publicado uma única vez
na imprensa oficial, considerando-se efetivada a autuação 5 (cinco) dias após a publicação.
§ 1º No caso do inciso I do “caput” deste artigo, o pagamento deve ser feito em até 10
(dez) dias úteis após a notificação de que trata o art. 113 deste Código, sob pena de renúncia a tal
direito, não podendo ele ser exercido em outro momento.
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§ 5º O envio das comunicações processuais ao endereço indicado presume de modo
absoluto a ciência do autuado ou do interessado do conteúdo da comunicação.
TÍTULO III
DA GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS E
DA QUALIDADE AMBIENTAL
CAPÍTULO I
DA ÁGUA E DO SANEAMENTO
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Art. 118. O ponto de lançamento de efluente industrial em cursos hídricos será
obrigatoriamente situado à montante da captação de água do mesmo corpo d’água utilizado pelo
agente de lançamento, ressalvados os casos de impossibilidade técnica, que deverão ser
justificados perante o órgão licenciador.
Art. 119. Para efeitos de aplicação das disposições deste Código referentes à outorga,
licenciamento, autorização, monitoramento, fiscalização, estudo, planejamento e outras
atividades de competência do Estado na gestão das águas, os recursos vivos dos corpos d’água
naturais e os ecossistemas diretamente influenciados por este serão considerados partes
integrantes das águas.
Art. 121. O Estado manterá Sistema de Previsão, Prevenção, Alerta e Combate aos
Incidentes e Acidentes Hidrológicos e Ecológicos, tais como secas, cheias, derrames de
substâncias tóxicas, radiações e outros, garantindo a ampla informação, prioritariamente às
comunidades atingidas, sobre seus efeitos e desdobramento.
Art. 123. Nenhum descarte de resíduo poderá conferir ao corpo receptor características
capazes de causar efeitos letais ou alteração de comportamento, reprodução ou fisiologia da vida.
Art. 125. A diluição de efluentes de uma fonte poluidora por meio da importação
intencional de águas não poluídas de qualquer natureza, estranhas ao processo produtivo da fonte
poluidora, não será permitida para fins de atendimento a padrões de lançamento final em corpos
d’água naturais.
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Art. 127. Os poços jorrantes e quaisquer perfurações de solo que coloquem a superfície
do terreno em comunicação com aquíferos ou com o lençol freático deverão ser equipados com
dispositivos de segurança contra vandalismo, contaminação acidental ou voluntária e
desperdícios, nos termos do regulamento.
Art. 128. Incumbe ao Estado manter programas permanentes de proteção das águas
subterrâneas, visando ao seu aproveitamento sustentável e a privilegiar a adoção de medidas
preventivas em todas as situações de ameaça potencial à sua qualidade.
§ 4º Toda pessoa jurídica pública ou privada, ou física, que perfurar poço profundo no
território estadual deverá providenciar seu cadastramento junto aos órgãos competentes,
mantendo completas e atualizadas as respectivas informações.
§ 5º O cadastramento referido no § 4.º deste artigo deverá ser comprovado para fins de
licenciamento ambiental, ou para atividade de comércio ou serviço que utilize água subterrânea.
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§ 1º Nas regiões sujeitas à intrusão salina, é obrigatória a adoção de medidas
preventivas de longo prazo contra esse fenômeno, às expensas dos empreendedores.
Art. 131. Todos os esgotos deverão ser tratados previamente quando lançados no meio
ambiente.
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III - qualquer que seja o processo de tratamento adotado, deverão ser previamente
definidos todos os critérios e procedimentos necessários ao seu correto funcionamento, em
especial:
a) localização;
b) responsabilidade pelo projeto;
c) operação; e
d) controle e definição do destino final dos resíduos sólidos gerados no processo;
IV - as bocas de lobo e outras singularidades da rede condutora da mistura de esgotos
deverão possuir dispositivos que minimizem o contato direto da população com o líquido
transportado; e
V- em regiões urbanas cujo adensamento e/ou tipo de solo inviabilizem tecnicamente a
implantação de soluções individuais de esgotamento sanitário, a rede de esgotos pluviais poderá
ser utilizada para transporte de esgotos sanitários em estado bruto até a estação de tratamento de
esgoto, desde que essa situação esteja prevista no plano de saneamento municipal como
alternativa provisória, com planejamento para a solução técnica, econômica e ambientalmente
definitiva.
Art. 133. A utilização das redes de esgoto pluviais, cloacais ou mistas para lançamento
de efluentes industriais “in natura” ou semi-tratados só será permitida mediante licenciamento
pelo órgão ambiental e cumpridas as seguintes exigências:
I - as redes deverão estar conectadas a um sistema adequado de tratamento e disposição
final; e
II - os despejos deverão estar isentos de materiais ou substâncias tóxicas, inflamáveis,
interferentes ou inibidoras dos processos de tratamento, danificadoras das instalações das redes
ou sistemas de tratamento, produtoras de odores ou obstrutoras de canalizações, seja por ação
direta, seja por combinação com o líquido transportado.
Art. 134. O Estado deverá prever critérios e normas para o gerenciamento dos resíduos
semilíquidos e pastosos, nos termos deste Código ou da legislação vigente sobre resíduos
sólidos, quando couber, e respectivos regulamentos.
Parágrafo único. O não cumprimento das disposições do “caput” deste artigo será
considerado infração grave para fins de aplicação das penalidades previstas neste Código, sem
prejuízo das sanções penais cabíveis.
Art. 136. Nos projetos de licenciamento ambiental de obra, quando couber, deverão ser
obrigatoriamente indicadas fontes de utilização de água subterrânea.
CAPÍTULO II
DO SOLO
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Art. 137. Na utilização do solo, para quaisquer fins, deverão ser adotadas técnicas,
processos e métodos que visem à sua conservação, melhoria e recuperação, observadas as
características geomorfológicas, físicas, químicas, biológicas, ambientais e suas funções
socioeconômicas.
§ 2º O Estado do Rio Grande do Sul e os municípios, por meio dos órgãos competentes,
e conforme regulamento, elaborarão planos e estabelecerão normas, critérios, parâmetros e
padrões de utilização adequada do solo, cuja inobservância, caso caracterize degradação
ambiental, sujeitará os infratores às penalidades previstas nesta Lei e seu regulamento, bem
como a exigência de adoção de todas as medidas e práticas necessárias à recuperação da área
degradada.
CAPÍTULO III
DA UTILIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO AR
Art. 140. A gestão dos recursos atmosféricos será realizada com a adoção de ações
gerenciais específicas e diferenciadas, se necessário, de modo a buscar o equilíbrio entre as
atividades vinculadas ao desenvolvimento socioeconômico e à manutenção da integridade da
atmosfera, e compreenderá:
I - o monitoramento da qualidade do ar;
II - o licenciamento e o controle das fontes poluidoras atmosféricas fixas e móveis;
III - a vigilância e a execução de ações preventivas e corretivas;
IV - a adoção de medidas específicas de redução da poluição, diante de episódios
críticos de poluição atmosféricas; e
V - a execução de ações integradas aos Programas Nacionais de Controle da Qualidade
do Ar, dentre outros.
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§ 2º O somatório das emissões atmosféricas poluentes não poderá ultrapassar a
capacidade global de suporte da qualidade do ar.
CAPÍTULO IV
DA FLORA E DA VEGETAÇÃO
Art. 143. A vegetação nativa, assim como as espécies da flora que ocorrem
naturalmente no território estadual, elementos necessários do meio ambiente e dos ecossistemas,
são considerados bens de interesse comum a todos e ficam sob a proteção do Estado, sendo seu
uso, manejo e proteção regulados por este Código e demais documentos legais pertinentes.
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Parágrafo único. Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de
reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos
d’água naturais.
Art. 145. Ato do Chefe do Poder Executivo poderá declarar de preservação permanente
ou de uso especial a vegetação e as áreas destinadas a:
I - proteger o solo da erosão;
II - formar faixas de proteção ao longo de rodovias, ferrovias e dutos;
III - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, histórico, cultural e
ecológico;
IV - asilar populações da fauna e flora ameaçadas ou não de extinção, bem como servir
de pouso ou reprodução de espécies migratórias;
V - assegurar condições de bem-estar público;
VI - proteger paisagens notáveis;
VII - preservar e conservar a biodiversidade; e
VIII - proteger as zonas de contribuição de nascentes.
Art. 147. O Estado promoverá a elaboração de listas de espécies da flora nativa, cuja
sobrevivência esteja sendo ameaçada nos limites do território estadual.
§ 1º As listas referidas no “caput” deste artigo deverão ser divulgadas por intermédio
de ato específico do Chefe do Poder Executivo e publicadas no sítio eletrônico do órgão
responsável devendo ser amplamente divulgadas à sociedade e mantidas atualizadas, contendo
medidas necessárias à sua proteção.
Art. 149. A utilização de recursos provenientes de flora nativa será feita de acordo com
projeto que assegure manejo sustentável do recurso.
Art. 150. Na construção de quaisquer obras, públicas ou privadas, devem ser tomadas
medidas para evitar a destruição ou degradação da vegetação original, ou, onde isto for
comprovadamente inviável, é obrigatória a implementação de medidas compensatórias definidas
em regulamento.
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Art. 151. A exploração, o transporte, o depósito, a comercialização e o beneficiamento
de produtos florestais da flora nativa dependerão de prévia autorização do órgão ambiental
competente, salvo situações já previstas na legislação.
CAPÍTULO V
DA FAUNA SILVESTRE E EXÓTICA
Art. 152. As espécies da fauna silvestre nativa, bem como seus ninhos, abrigos,
criadouros naturais, “habitats” e ecossistemas necessários à sua sobrevivência são bens públicos
de uso restrito, sendo sua utilização a qualquer título ou sob qualquer forma estabelecida pelo
presente Código.
Art. 153. A política sobre a fauna silvestre do Estado tem por fim a sua preservação e a
sua conservação com base nos conhecimentos taxonômicos, biológicos e científicos.
§ 1º As listas referidas no “caput” deste artigo deverão ser divulgadas por intermédio
de ato específico do Chefe do Poder Executivo e publicadas no sítio eletrônico do órgão
responsável devendo ser amplamente divulgadas à sociedade e mantidas atualizadas, contendo
medidas necessárias à sua proteção.
http://www.al.rs.gov.br/legis 42
§ 2º A publicação e as alterações das listas serão precedidas de consulta pública.
Art. 156. É proibido utilização, perseguição, destruição, caça, pesca, apanha, captura,
coleta, extermínio, depauperação, mutilação, manutenção em cativeiro e em semi-cativeiro de
exemplares da fauna silvestre, bem como o seu comércio e de seus produtos e subprodutos, a
menos que autorizado na forma da lei.
Art. 159. Todas as derivações de águas superficiais deverão ser dotadas de dispositivos
que evitem danos irreversíveis à fauna silvestre.
§ 3º O Estado poderá firmar parcerias e acordos com entidades públicas e privadas para
finalidade de que estas recebam, reabilitem e alberguem animais silvestres vivos, provenientes
de apreensões, conflitos ou entregas voluntárias.
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Art. 162. A reintrodução e recomposição de populações de animais silvestres no
Estado, inclusive aqueles apreendidos pela fiscalização, só poderão ser efetuadas com o aval do
órgão estadual competente.
Art. 164. Poderá ser autorizada a criação de espécies silvestres exóticas ou daquelas
com modificações genotípicas e fenotípicas fixadas por força de criação intensiva em cativeiro,
obedecidos os dispositivos legais, em ambiente rigorosamente controlado, comprovado seu
benefício social, garantindo-se mecanismos que impeçam sua interferência sobre o ambiente
natural, o ser humano e as espécies silvestres, cumpridos os requisitos sanitários concorrentes.
Art. 166. Os animais nascidos nos criadouros comerciais e seus produtos poderão ser
comercializados, tomadas as precauções para que isso não seja prejudicial à fauna silvestre
nacional ou àquela protegida por tratados internacionais.
CAPÍTULO VI
DO PATRIMÔNIO AMBIENTAL ESTADUAL
CAPÍTULO VII
DO PATRIMÔNIO GENÉTICO
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Art. 170. Para garantir a proteção de seu patrimônio genético, compete ao Estado:
I - manter um sistema estadual de áreas protegidas representativo dos diversos
ecossistemas ocorrentes no seu território; e
II - garantir a preservação de amostras dos diversos componentes de seu território
genético e de seus habitantes.
CAPÍTULO VIII
DO PATRIMÔNIO PALEONTOLÓGICO E ARQUEOLÓGICO
CAPÍTULO IX
DO PARCELAMENTO DO SOLO
Art. 175. As normas para parcelamento do solo urbano estabelecem diretrizes para
implantação de loteamentos, desmembramentos e demais formas que venham a caracterizar um
parcelamento, respeitando a legislação pertinente.
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Parágrafo único. A infraestrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas
habitacionais declaradas por lei como de interesse social ‒ ZHIS ‒ consistirá, no mínimo, de:
I - vias de circulação;
II - escoamento das águas pluviais;
III - rede para o abastecimento de água potável; e
IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar.
Art. 177. O parcelamento do solo de uso rural deverá atender, além das demais
disposições legais, ao disposto neste Código.
Art. 179. Não será permitido o parcelamento do solo em terrenos sujeitos a inundações,
antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas, providências essas que
não poderão gerar ou ampliar impactos a outros terrenos, e também não poderão implicar
investimentos públicos para implantação de infraestrutura ou respectiva manutenção, salvo
regularizações de áreas ocupadas cuja desocupação seja ainda mais onerosa para o Poder
Público.
CAPÍTULO X
DA PROTEÇÃO DO SOLO AGRÍCOLA
Art. 180. São consideradas de interesse público, na exploração do solo agrícola, todas
as medidas que visem a:
I - manter, melhorar ou recuperar as características biológicas, físicas e químicas do
solo;
II - controlar a erosão em todas as suas formas;
III - evitar assoreamento de cursos de água e bacias de acumulação, bem como a
poluição das águas subterrâneas e superficiais;
IV - evitar processos de degradação, arenização e desertificação;
V - fixar dunas e taludes naturais ou artificiais;
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VI - evitar o desmatamento de áreas impróprias para a exploração agropastoril;
VII - impedir a lavagem, o abastecimento de pulverizadores e a disposição de
vasilhames e resíduos de agrotóxicos diretamente no solo, nos rios, seus afluentes e demais
corpos d’água;
VIII - adequar a locação, construção e manutenção de barragens, estradas, canais de
drenagem, irrigação e diques aos princípios conservacionistas;
IX - promover o aproveitamento adequado e conservação das águas em todas as suas
formas; e
X - impedir que sejam mantidas inexploradas ou subutilizadas as terras com aptidão à
exploração agrosilvopastoril, exceto os ecossistemas naturais remanescentes, as Áreas de
Preservação Permanente e as disposições previstas em lei, de acordo com o manejo sustentável.
Art. 181. É dever do Estado do Rio Grande do Sul e dos municípios estimular,
incentivar e coordenar a geração e difusão de tecnologias apropriadas à recuperação e à
conservação do solo, segundo a sua capacidade de produção.
§ 1º Não haverá nenhum tipo de indenização pela área ocupada pelos canais de
escoamento previsto neste artigo.
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I - prover de meios e recursos necessários os órgãos e entidades que desenvolvam
políticas de uso do solo agrícola, de acordo com este Código;
II - cumprir e fazer cumprir todas as deliberações do Sistema Estadual do Meio
Ambiente no que se refere à utilização de quaisquer produtos que possam prejudicar as
características do solo agrícola;
III - coparticipar com a União de ações que venham ao encontro da Política de Uso do
Solo, estabelecida neste Código; e
IV - elaborar planos regionais e municipais de uso adequado do solo.
Art. 185. Fica vedada a utilização dos leitos e faixas de domínio de estradas e rodovias
como canais de escoadouro do excedente de águas advindas de estradas internas e divisas de
imóveis rurais.
CAPÍTULO XI
DA MINERAÇÃO
Art. 189. Será objeto de licenciamento ambiental a pesquisa com extração mineral
antes da outorga do respectivo título minerário pela União, a lavra ou o beneficiamento de
recursos minerais de qualquer natureza, inclusive a lavara garimpeira, nos casos regulados pelo
Conselho Estadual do Meio Ambiente, ficando seu responsável obrigado a cumprir as exigências
determinadas pelo órgão ambiental.
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§ 1º O órgão ambiental poderá exigir do interessado a contratação de seguro de
responsabilidade civil de riscos ambientais, ou outra forma de garantia, conforme
regulamentação.
CAPÍTULO XII
DOS RESÍDUOS
§ 1º A legislação pertinente deve priorizar critérios que levem, pela ordem, a evitar,
minimizar, reutilizar, reciclar, tratar e, por fim, dispor adequadamente os rejeitos.
§ 2º O Estado deverá prever, nas suas diversas regiões, locais e condições de disposição
final ambientalmente adequada dos rejeitos referidos no “caput” deste artigo, mantendo cadastro
que os identifique.
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Art. 196. São responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos
de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, devendo ser respeitadas as seguintes
diretrizes:
I - os consumidores são obrigados, sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva
pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou quando instituídos sistemas de
logística reversa, a acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos
gerados e a disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para
coleta ou devolução;
II - todos os envolvidos no processo produtivo são obrigados a investir no
desenvolvimento, na fabricação e na colocação no mercado de produtos que sejam aptos, após o
uso pelo consumidor, à reutilização, à reciclagem ou a outra forma de destinação ambientalmente
adequada e/ou cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de resíduos sólidos possível;
III - todos os envolvidos no processo produtivo ficam obrigados, ainda, a divulgar
informações relativas às formas de evitar, reciclar e eliminar os resíduos sólidos associados a
seus respectivos produtos, bem como ao recolhimento dos produtos e dos resíduos
remanescentes após o uso, assim como sua subsequente destinação final ambientalmente
adequada, no caso de produtos objeto de sistema de logística reversa;
IV - o Estado deverá articular de forma a:
a) adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis
oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
b) estabelecer sistemas de coleta seletiva;
c) articular medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos
reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos;
d) implantar o sistema de logística reversa caso assim seja definido por acordo setorial
ou termo de compromisso, mediante a devida remuneração pelo setor empresarial;
e) implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e articular com os
agentes econômicos e sociais formas de utilização do composto produzido; e
f) dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos oriundos dos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
Art. 198. Os produtos resultantes das unidades de tratamento de gases, águas, efluentes
líquidos e resíduos deverão ser caracterizados e classificados, sendo passíveis de projetos
complementares que objetivem reaproveitamento, tratamento e disposição final sob as condições
referidas nos arts. 194 e 195 deste Código.
Art. 199. É vedado o transporte de resíduos para dentro ou fora dos limites geográficos
do Estado sem o prévio licenciamento do órgão ambiental.
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Art. 200. A recuperação de áreas degradadas pela ação da disposição de resíduos é de
inteira responsabilidade técnica e financeira da fonte geradora ou, na impossibilidade de
identificação desta, do proprietário da terra responsável pela degradação, cobrando-se destes os
custos dos serviços executados quando realizados pelo Estado em razão da eventual emergência
de sua ação.
CAPÍTULO XIII
DOS BIOMAS MATA ATLÂNTICA E PAMPA
Art. 205. O Bioma Mata Atlântica é considerado patrimônio nacional e estadual, nos
termos da legislação.
CAPÍTULO XIV
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DO GERENCIAMENTO COSTEIRO
Art. 208. Na Zona Costeira, deverão ser protegidas as seguintes áreas, onde somente
serão permitidos usos que garantam a sua conservação:
I - a zona de dunas frontais do Oceano Atlântico;
II - os campos de dunas móveis de significativos valor ecológico e paisagístico, assim
definidos pelo órgão estadual ambiental competente;
III - os capões de mata nativa ainda existentes na Planície Costeira, especialmente os
localizados às margens de lagoas;
IV - os banhados e várzeas utilizados significativamente como áreas de alimentação,
reprodução, abrigo e refúgio para espécies de fauna nativa, assim definidos pela Fundação
Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler ‒ FEPAM;
V - as áreas cobertas por vegetação primária e secundária em estágio médio e avançado
de regeneração da Floresta Atlântica;
VI - as áreas onde ocorrem monumentos históricos, artísticos e paisagísticos
significativos, assim definidos em lei;
VII - as áreas de sítios arqueológicos e paleontológicos antes da realização de
levantamento e classificação, e as áreas de sítios arqueológicos que, após o levantamento, forem
classificados como relevantes, conforme legislação pertinente;
VIII - as áreas que tenham a função de proteger espécies da flora e fauna silvestres
ameaçadas de extinção;
IX - as áreas de drenagem naturais preferenciais de maior importância, localizadas na
Planície Costeira, assim definidas pelo órgão estadual ambiental competente, e suas faixas
marginais de largura mínima de 50m (cinquenta metros) considerando o eixo preferencial de
escoamento.
CAPÍTULO XV
DA POLUIÇÃO SONORA
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diretrizes e normas estabelecidas pelos órgãos estaduais e municipais competentes, em
observância aos programas nacionais em vigor.
Parágrafo único. Todas as providências previstas no “caput” deverão ser tomadas pelo
empreendedor, às suas expensas, e deverão ser discriminadas nos documentos oficiais de
licenciamento da atividade.
§ 2º A infração aos arts. 1.º a 3.º da Lei n.º 15.364, de 5 de novembro de 2019, sujeitará
o infrator às sanções do Capítulo XI do Título II desta Lei.
CAPÍTULO XVI
DA POLUIÇÃO VISUAL
Art. 214. São objetivos do Sistema do Uso do Espaço Visual entre outros:
I - ordenar a exploração ou utilização dos veículos de divulgação;
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II - elaborar e implementar normas para a construção e instalação dos veículos de
divulgação;
III - proteger a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
IV - estabelecer o equilíbrio entre o direito público e privado, visando ao bem da
coletividade.
CAPÍTULO XVII
DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS DE ESTIMAÇÃO
Art. 216. É instituído regime jurídico especial para os animais domésticos de estimação
e reconhecida a sua natureza biológica e emocional como seres sencientes, capazes de sentir
sensações e sentimentos de forma consciente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas sanções a que se refere o “caput” deste artigo
quem abandona animais domésticos de estimação em via ou praça pública, com intenção de pôr
fim a sua guarda.
CAPÍTULO XVIII
DA AUTORIZAÇÃO PARA CONVERSÃO DO CAMPO NATIVO
Art. 218. A supressão da vegetação nativa para uso alternativo do solo dependerá do
cadastramento do imóvel no Cadastro Ambiental Rural ‒ CAR ‒ e de autorização prévia do
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órgão estadual competente do SISNAMA, conforme o disposto no art. 26 da Lei Federal n.º
12.651, de 25 de maio de 2012.
Parágrafo único. A atividade referida no inciso III do “caput” deste artigo não importa
em reposição florestal.
CAPÍTULO XIX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
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Art. 220. No âmbito do exercício das competências ambientais estaduais, o agente
público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas apenas em caso de dolo
ou erro grosseiro.
Art. 222. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na
aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas, orientações
gerais e respostas a consultas.
Art. 224. Na Lei nº 14.961, de 13 de dezembro de 2016, que dispõe sobre a Política
Agrícola Estadual para Florestas Plantadas e seus Produtos, altera a Lei nº 10.330, de 27 de
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dezembro de 1994, que dispõe sobre a organização do Sistema Estadual de Proteção Ambiental,
a elaboração, implementação e controle da política ambiental do Estado e dá outras providências,
e a Lei nº 9.519, de 21 de janeiro de 1992, que institui o Código Florestal do Estado do Rio
Grande do Sul e dá outras providências, altera o inciso I do § 1º, o § 2º e inclui o § 4º, ambos do
art. 14, com a seguinte redação:
“Art. 14. ............................
............................................
§ 1º ...................................
I - os empreendimentos constantes na alínea “a” dos incisos I e II do “caput” deste
artigo estarão isentos de licenciamento mediante cadastro florestal;
............................................
.............................................
Art. 227. Para fins de aplicação da presente Lei, são adotadas as delimitações e
conceitos estabelecidos no mapa referido no art. 2º da Lei Federal nº 11.428, de 22 de dezembro
de 2006, e considerando os seguintes conceitos:
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I - campo antrópico: vegetação de campo formada em áreas originais de floresta, devido
à intervenção humana e ações para uma maior produtividade de espécies forrageiras,
principalmente com a introdução de espécies nativas ou exóticas, não considerada remanescente
de campo de altitude;
II - vegetação primária: vegetação de máxima expressão local, com grande diversidade
biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar
significativamente suas características originais de estrutura e de espécies;
III - vegetação secundária ou em regeneração: vegetação resultante dos processos
naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações antrópicas
ou causas naturais, podendo ocorrer espécies remanescentes da vegetação primária.
Art. 229. Serão objeto de consulta pública, previamente à publicação pelo Conselho
Estadual do Meio Ambiente e pelos órgãos de fiscalização ambiental do Estado do Rio Grande
do Sul, a criação ou alteração de atos normativos que imponham obrigações de ordem técnica às
atividades sujeitas a licenciamento ambiental, inclusive quanto à determinação de padrões de
emissão e qualidade ambiental, sendo disponibilizada a respectiva minuta na rede mundial de
computadores, em sítio específico, quando do início da consulta pública.
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MAPA –, e sua instalação deverá ser aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil –
ANAC;
IV - para efeito de segurança operacional, a aplicação aeroagrícola fica restrita à área a
ser tratada, respeitando as diretrizes da legislação federal que rege a aviação agrícola;
V - cumprir os polígonos de exclusão da aplicação aérea para cada Unidade de
Conservação de uso sustentável, definidos por ato de Estado, e a vedação de aplicação aérea de
agrotóxicos em áreas situadas a uma distância mínima de:
a) 500m (quinhentos metros) de povoações, cidades, vilas, bairros, de mananciais de
captação de água para abastecimento de população;
b) 250m (duzentos e cinquenta metros) de recursos hídricos; 500m (quinhentos metros)
de águas superficiais para abastecimento público, povoações, cidades, vilas, bairros, moradias
isoladas e agrupamentos de animais;
VI - as aeronaves agrícolas, que contenham produtos químicos, ficam proibidas de
sobrevoar as áreas povoadas, as moradias e os agrupamentos humanos, ressalvados os casos de
controle de vetores, observadas as normas legais pertinentes;
VII - as aeronaves aeroagrícolas devem:
a) ser equipadas com tecnologia de embarcação como: DGPS, “lightbar”, fluxômetro,
válvula “by-pass”, válvulas de segurança individuais;
b) estar cadastradas no Sistema Nacional de Documentação da Aviação Agrícola –
SISVAG;
c) capacitar os operadores para a realização da pulverização nos limites de segurança e
em condições meteorológicas adequadas para evitar deriva;
d) estar com a atividade aeroagrícola previamente licenciada junto ao órgão ambiental
competente.
Art. 233. Ficam revogados o art. 6º; art. 7º; parágrafo único do art. 8º; art. 9º; art. 11;
art. 13; art. 19; art. 22; art. 23; art. 33; art. 34; art. 38; art. 40 e o art. 41 da Lei nº 9.519, de 21 de
janeiro de 1992; o art. 20 da Lei nº 10.330, de 27 de dezembro 1994; a Lei nº 11.520, de 3 de
agosto de 2000; a Lei nº 11.877, de 26 de dezembro de 2002; e a Lei nº 12.995, de 24 de junho
de 2008.
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