Anomalias Cromossomicas
Anomalias Cromossomicas
Anomalias Cromossomicas
Síndrome de Down
A síndrome de Down ou como também é conhecida como trissomia do
cromossomo 21, é uma alteração genética causada por um erro na divisão celular
durante a divisão embrionária que é responsável pela maioria das deficiências
mentais, cerca de 18% do total de deficientes mentais em instituições
especializadas. O cromossomo 21, o menor dos autossomos humanos, contém
cerca de 255 genes, de acordo com dados recentes do Projeto Genoma Humano.
Essa síndrome pode causar atraso no desenvolvimento, em 40% dos
portadores de Down podem desenvolver cardiopatia congênita, em 100% dos casos
apresentam hipotonia, em 50% a 70% os portadores desenvolvem problemas de
audição, em 15% a 50% problemas de visão, de 1 a 10%apresentam alterações na
coluna cervical, 15% distúrbios da tireoide, 5% a 10% problemas neurológicos,
obesidade e envelhecimento precoce. O retardo mental é a característica
patognomônica na síndrome de Down, na maioria dos casos os portadores da
trissomia 21 tem seu desenvolvimento intelectual limítrofe ou mesmo normal, porem
as habilidades intelectuais dos portadores de Down são historicamente
subestimadas, apesar de estudos contemporâneos mostrarem que a maioria dos
Down tem um desempenho na faixa de retardo mental entre leve e moderado.
Tratamentos e terapias, em especial a estimulação precoce com fisioterapia e
fonoterapia, mostram uma inequívoca contribuição para melhor desenvolvimento e
desempenho social do portador da síndrome de Down.
A síndrome de Wolf Hirschhorn foi descrita pela primeira vez em 1961, pelos
Drs. Cooper e Hirschhorn. Também conhecida por monossomia do braço curto do
cromossomo 4 (4p) ou síndrome 4p-, é uma rara doença genética ainda pouco
conhecida que se apresenta com múltiplas anomalias morfológicas congênitas, além
de causar atraso neurológico e intelectual. A polimalformação ocorre devido à
microdeleção na região distal do braço curto do cromossomo 4, as manifestações
no portador podem variar de acordo com o tipo e tamanho do defeito genético.
Contudo, o padrão clássico observado nos portadores é caracterizado pelo
desenvolvimento de alterações craniofaciais significativas, que incluem ponte nasal
plana e larga, testa alta, hipertelorismo e micrognatia, além de retardo do
crescimento normal, tanto pré-natal quanto pós-natal, e comprometimento mental e
intelectual de grau variável.
A prevalência desta patologia é extremamente baixa. Ele aparece em
aproximadamente 1 em cada 50.000 nascimentos, afetando mulheres duas vezes
mais que homens. O diagnóstico pré-natal é realizado por meio de um estudo
morfológico complexo por ultrassom, contudo, o diagnóstico definitivo é dado por
meio de um estudo genético abrangente, incluindo microarranjos cromossômicos
(CMA), análise citogenética de banda G convencional e hibridização fluorescente in
situ (FISH). O tratamento é direcionado às possíveis manifestações que irão
aparecer, não há um tratamento único e eficaz para a síndrome.
Síndrome de Turner
Síndrome de Klinefelter
A síndrome de Klinefelter (SK) foi descrita pela primeira vez em 1942, pelos
Drs. Klinefelter, Reifenstein e Albright. É a anomalia cromossômica sexual mais
comum em homens, com uma prevalência de 1a cada 600 homens nascidos vivos.
Caracteriza-se pela presença de um cromossomo X extra (47,XXY), que ocorre em
cerca de 90% dos casos; porém, variantes da SK, como o mosaicismo
(46,XY/47,XXY) e outras aneuploidias mais raras (48,XXXY, 48,XXYY, 49,XXXXY)
já foram observadas.
É uma doença de curso crônico com sérias repercussões sobre o aparelho
reprodutor masculino, sendo importante causa de infertilidade em nível mundial. As
principais e mais comuns características nos portadores incluem testículos
pequenos, a azoospermia e o aumento das gonadotrofinas, em especial do follicle
stimulating hormone (FSH); porém, outros achados, como ginecomastia, atraso
puberal, pilificação pubiana e corporal diminuídas, micropênis, alta estatura,
aumento da envergadura em relação à estatura, distúrbios de aprendizado, doenças
psiquiátricas, doença venosa periférica, obesidade abdominal, síndrome metabólica,
maior risco de doenças autoimunes e câncer, podem ser observados.
O diagnóstico desta condição genética é realizado pelo estudo de testes de
cariótipo. Apesar de ter sido descrita pela primeira vez há cerca de 80 anos, a SK
continua sendo uma doença pouco diagnosticada, pois os pacientes não costumam
procurar médicos e os médicos nem sempre estão atentos ao diagnóstico. Por isso,
apenas cerca de 25% de todos os pacientes adultos com SK são diagnosticados; a
maioria durante a investigação de infertilidade e/ou hipogonadismo; e menos de
10% de todos os casos com SK são diagnosticados antes da puberdade.
referências
MAIA, Frederico F.R.; COELHO, Andréa Z.; ANDRADE, Cristina G.; et al.
Diagnóstico tardio da síndrome de Klinefelter: relato de caso. Arquivos Brasileiros de
Endocrinologia & Metabologia, v. 46, n. 3, p. 306–309, 2002. Disponível em:
<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-
27302002000300015&lang=pt>. Acesso em: 28 Oct. 2020.
INCANI, Bruna J.; MASCAGNI, Bruno R.; PINTO, Roberto D. P.; et al. Klinefelter
T
syndrome: an unusual diagnosis in pediatric patients. Jornal de Pediatria, v. 88, n. 4,
p. 323–7, 2012. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0021-75572012000400008&lang=pt>. Acesso em: 28 Oct.
2020.