Doenças Cotovelo, Punho e Mãos

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Dayana Mara

PATOLOGIAS COTOVELO, PUNHOS E MÃOS MEDICINA-M1

1. Epicondilite Lateral - Testes específicos

É uma afecção degenerativa que compromete os tendões extensores


originários do epicôndilo lateral, com extensão pouco frequente à articulação. Embora os
termos epicondilite e tendinite sejam utilizados para descrever o "cotovelo do tenista",
estudos histopatológicos, como os demonstrados por Nirschl, caracterizam essa afecção
não como uma condição inflamatória e sim como uma tendinose, com resposta
fibroblástica e vascular, denominada degeneração angiofibroblástica da epicondilite.
Apesar da descrição clássica relacionada à prática esportiva do tênis, apenas
5 a 10% dos pacientes que apresentam a epicondilite praticam este esporte(4). Sendo
assim, a tendinose do cotovelo é mais comum em não atletas, principalmente na quarta
e quinta décadas de vida, com acometimento semelhante em ambos os sexos e com
mais frequência no braço dominante.
Além dos tenistas, pode ocorrer em outros esportes e também está
relacionada a atividades laborativas variadas(3). A epicondilite lateral ocorre inicialmente
por microlesões na origem da musculatura extensora do antebraço, sendo mais
frequente o acometimento do tendão extensor radial curto do carpo (ERCC), que se
localiza abaixo do extensor radial longo do carpo (ERLC) (Figura 1). Segundo Nirschl(5),
em sua série, além do ERCC, em 35% dos pacientes tratados cirurgicamente existia
acometimento de 10% da face anterior da aponeurose extensora.
A queixa principal é a dor na região do epicôndilo lateral estendendo-se ao
dorso do antebraço e a incapacidade para a prática esportiva, atividades laborativas e
da vida diária. Em geral, a dor surge com atividades que envolvem extensão ativa ou
flexão passiva do punho com o cotovelo em extensão.

TESTES ESPECÍFICOS:
 COZEN
 MILL

2. Dedo em gatilho

A tenosinovite estenosante, também conhecida como “dedo em gatilho”, é


uma condição caracterizada por dor no trajeto dos tendões flexores, na região do túnel
osteofibroso, associada à dificuldade ou travamento do movimento dos dedos ou
polegar, que podem permanecer em posição de flexão.
O paciente, ao realizar a extensão do dedo ou polegar, apresenta um ressalto
semelhante ao disparo de um gatilho, que é pressionado até o disparo. Nas tenosinovites
estenosantes graves o dedo pode permanecer travado em posição de flexão.
A tenosinovite estenosante é causada por um estreitamento relativo do
sistema de polias e túneis, que abrigam os tendões flexores na região distal da palma da
mão e região palmar dos dedos em atividades manuais de esforço ou em atividades que
exijam atividade manual de preensão repetitiva são mais susceptíveis a desenvolverem
essa afecção.
A causa do dedo em gatilho é o estreitamento relativo do túnel osteofibroso
(bainha flexora) que circunda os tendões no dedo afetado. Há um processo inflamatório
ou proliferativo da sinóvia que reveste o sistema de polias do túnel osteofibroso e tendões
flexores. Essa tenosinovite provoca uma alteração na relação conteúdo (continente no
túnel osteofibroso que gera atrito, perpetuação do processo inflamatório, dificuldade de
deslizamento dos tendões flexores no túnel osteofibroso, travamento, dificuldade de
movimentação, dor e incapacidade funcional. O atrito piora e mantém o quadro
inflamatório e gera o aparecimento do nódulo tendinoso.

AVALIADO NA INSPEÇÃO DA MÃO


3. Contratura de Dupuytren

A contratura de Dupuytren é uma fibromatose benigna que acomete a fáscia


palmar e digital, com a formaçaão de nódulos e cordas, e pode progredir para contratura
dos espaços interdigitais e deformidade em flexão das articulações metacarpofalângicas
(MF), interfalângicas proximais (IFP) e, mais raramente, interfalângicas distais (IFD).
Inicialmente há um espessamento e retração da pele, que adquire um aspeto
enrugado, com reentrâncias, o que não deve ser confundido com calosidades.
Posteriormente os doentes podem notar o surgimento de nódulos. Estes são
habitualmente distais à prega de flexão distal da palma e indolores, embora alguns
doentes refiram sensibilidade ao toque, sensação de prurido ou queimor. Com o
desenrolar da doença os nódulos podem progredir para cordas estáticas, contraídas e
fixas à pele subjacente podendo lembrar o aspeto de tendões flexores, e nos estádios
mais avançados da doença conduzir à flexão, por vezes incapacitante, dos dedos. O
doente pode ser incapaz de colocar a mão reta sobre uma mesa – “table top test”/teste
de Hueston.
Por ordem decrescente de frequência, o dedo mais atingido é: anelar, 5º dedo,
3º dedo, 2º dedo, e por fim 1ºdedo. A flexão da articulação MCF normalmente precede a
flexão da articulação IFP. Geralmente a doença inicia-se na palma e propaga-se para os
dedos, mas é possível estar apenas na palma ou apenas nos dedos ou em locais
ectópicos como nódulos de Garrod IFP (dorsal) ou no punho.
Na maioria a doença progride lentamente, durante anos. Cerca de 50% dos
doentes com nódulos desenvolvem cordas, e destes apenas alguns necessitam de
tratamento cirúrgico. A bilateralidade está presente em aproximadamente 59% dos
homens e 43% das mulheres com a doença.
4. Tenossinovite de De Quervain - Testes específicos

A tenossinovite do primeiro túnel extensor - Doença De Quervain


caracteriza-se por ser a inflamação da bainha do abdutor longo e extensor curto do
polegar, no primeiro compartimento dorsal do punho, acometendo mais frequentemente
as mulheres na faixa etária entre 30 e 50 anos. Essa doença está associada
principalmente a trauma crônico secundário e sobrecarga das atividades diárias das
mãos e punho, podendo também ser causada por outros fatores, mas em muitos casos
não há uma causa bem definida.
A tenossinovite de De Quervain caracteriza-se pela irritação ou tumefação dos
tendões no lado do punho referente ao polegar. A inflamação espessa a bainha
tendinosa e promove a constrição do tendão, em seu deslizamento na bainha. Isso pode
causar um fenômeno.
Esta doença é decorrente de espessamento do ligamento anular do carpo, no
primeiro compartimento dorsal do punho. Sob a bainha sinovial trafegam os tendões dos
músculos abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar, que, com o tempo,
apresentam um processo inflamatório local, que atinge os tecidos sinoviais
peritendinosos e os tecidos próprios dos tendões. Sendo assim, a tenossinovite de De
Quervain é uma das doenças mais frequentes que acomete o punho.

TESTE ESPECÍFICO: Teste de Finkelsten

5. Síndrome do Túnel do Carpo – Testes específicos

A síndrome do túnel do carpo é um conjunto de sinais e sintomas ocasionados


pela compressão do nervo mediano no punho. É a síndrome compressiva mais frequente
no organismo e foi descrita, em 1854, por Sir James Paget. 5
O túnel do carpo é um espaço anatômico na face anterior do punho,
constituído no seu assoalho côncavo pelos ossos do carpo, como uma canaleta, e
fechado acima pelo forte e inextensível “ligamento carpal transverso” (FIG. 7.14). Ele é
limitado radialmente pelo tubérculo do escafoide e pela crista do trapézio e ulnarmente
pelos pisiforme e hâmulo do hamato. Pelo interior do túnel, passam nove tendões e suas
bainhas sinoviais (quatro flexores superficiais, quatro flexores profundos dos dedos e o
flexor longo do polegar) e o nervo mediano. A pressão no interior do túnel aumenta com
a flexão ou com a extensão do punho. Ainda que possam existir diversas causas para a
síndrome do túnel do carpo, a maioria é de natureza idiopática e afeta com mais frequên-
cia as mulheres entre 40 e 60 anos. É bilateral em mais da metade dos pacientes.

Quadro clínico
A queixa principal é dormência seguida de dor e fraqueza na mão. A
dormência tem característica de ser noturna e, em geral, é o sintoma inicial da patologia.
É comum o paciente acordar do sono muitas vezes à noite com parestesia. A dormência
é localizada no território do nervo mediano, isto é, na face palmar dos dedos polegar,
indicador, médio e metade radial do anular.
Com a progressão da compressão, a dormência passa a ocorrer também
durante o dia, em atividades que requeiram segurar objetos a certa altura, como volante
de automóvel, revistas, telefone e secador de cabelo. É frequente a queixa de coceira
na palma da mão. Em etapas mais tardias, podem ocorrer alterações motoras, como
fraqueza de oponência do polegar e hipotrofia tenar por comprometimento do ramo motor
do mediano para o músculo abdutor curto do polegar.
No exame físico, dois testes são típicos para o diagnóstico clínico da síndrome
do túnel do carpo: a percussão do nervo mediano na face volar do punho (teste de Tinel),
cuja resposta é a sensação de choque elétrico irradiada até os dedos, e o teste de
Phalen.
TESTES ESPECÍFICOS:
 PHALEN: “amém invertido”
 TINEL: percussão do nervo mediano

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