Balanço Orçamentario
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Embora a informação contida nas demonstrações contábeis seja relevante, é improvável que ela
satisfaça a todos os objetivos descritos, especificamente, no que diz respeito a entidades cujo objetivo
principal não seja gerar lucro. Assim, informação suplementar, incluindo demonstrativos não
financeiros, pode ser apresentada junto com as demonstrações contábeis no intuito de proporcionar
uma visão mais abrangente das atividades da entidade durante o período.
De acordo com a NBC TSP 11, compete à legislação brasileira definir a responsabilidade pela
elaboração e apresentação das demonstrações contábeis do governo e das entidades do setor público,
bem como pela elaboração das demonstrações contábeis consolidadas nacionais e por esfera de
governo. Atualmente, tais responsabilidades são definidas pela Lei nº 4.320/1964 3 e pela Lei
Complementar nº 101/2000 (LRF).
De acordo com o art. 51 da LRF compete ao Poder Executivo da União promover, até o dia 30 de
junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao
exercício anterior, bem como a sua divulgação. Atualmente essa competência é exercida pela Secretaria
do Tesouro Nacional. Para viabilizar a elaboração dos demonstrativos consolidados, a lei estabelece a
obrigatoriedade de envio das contas dos estados e municípios à União.
Quanto às demonstrações dos entes públicos, cabe à legislação local dispor sobre os
responsáveis bem como respectivos prazos de publicação, observada a obrigatoriedade constitucional
de envio das contas aos respectivos Tribunais de Contas para emissão de parecer prévio.
Ressalta-se que, em decorrência do disposto na Resolução CFC nº 560/83, a qual disciplina o
artigo 25 do Decreto-lei nº 9.295/1946, que trata sobre as prerrogativas profissionais dos contabilistas,
os demonstrativos contábeis deverão ser elaborados por contabilista, o qual deverá apor sua
assinatura, categoria profissional e número de registro no CRC respectivo.
3Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda, além de outras apurações, para fins estatísticos,
de interêsse nacional, organizará e publicará o balanço consolidado das contas da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas
autarquias e outras entidades, bem como um quadro estruturalmente idêntico, baseado em dados orçamentários.
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a. selecione e aplique políticas contábeis de acordo com orientações específicas que tratem de
políticas contábeis.
b. apresente informação, incluindo suas políticas contábeis, de forma que proporcione informação
relevante, representação fidedigna, compreensível, oportuna, comparável e verificável;
c. forneça divulgações adicionais quando o cumprimento com os requisitos específicos contidos
nas normas for insuficiente para permitir que os usuários compreendam o impacto de
determinadas transações sobre a situação patrimonial e o desempenho da entidade.
Políticas contábeis inadequadas não devem ser convalidadas em razão de sua divulgação, seja
por meio de notas explicativas ou qualquer outra divulgação explicativa.
Em circunstâncias raras, nas quais a administração conclua que a conformidade com um
requisito da norma pode distorcer as demonstrações contábeis, a entidade não deve aplicar esse
requisito, exceto se exigido pela legislação. Neste caso, ela deverá divulgar:
1.5.2. Continuidade
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menos que a administração tenha intenção de liquidar a entidade ou cessar as suas operações, ou se
não possuir alternativa realista senão a descontinuidade de suas atividades.
Quando da elaboração das demonstrações contábeis, a administração deve fazer a avaliação da
capacidade de a entidade continuar em operação. Essa avaliação deve ser feita pelos responsáveis pela
elaboração das demonstrações contábeis levando em consideração toda a informação disponível sobre
o futuro, observado o período mínimo de doze meses (mas não limitado a esse período) a partir da data
de aprovação das demonstrações contábeis.
A determinação se o pressuposto da continuidade é ou não apropriado é mais relevante para
entidades individuais do que para o governo como um todo. Para entidades individuais, os responsáveis
pela elaboração das demonstrações contábeis precisam considerar fatores relacionados (a) ao
desempenho atual e esperado, (b) às reestruturações potenciais já anunciadas de unidades
organizacionais, (c) às estimativas de receitas ou à probabilidade de financiamento contínuo do
governo e (d) a outras fontes potenciais de refinanciamento.
Deverão ser divulgados em notas explicativas:
a. for evidente, após a alteração significativa na natureza das operações da entidade ou após a
revisão das respectivas demonstrações contábeis, que outra apresentação ou classificação seja
mais apropriada tendo em vista os critérios para a seleção e aplicação de políticas contábeis
conforme norma específica; ou
b. outra norma requerer alteração na apresentação.
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Ressalta-se que um item pode não ser suficientemente material para justificar a sua
apresentação individualizada nas demonstrações contábeis, mas pode ser suficientemente material
para ser apresentado de forma individualizada nas notas explicativas.
Ativos, passivos, receitas e despesas não devem ser compensados, exceto quando exigido ou
permitido por norma específica.
A entidade deve informar separadamente os ativos e os passivos, as receitas e as despesas. A
compensação desses elementos no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado, exceto
quando refletir a essência da transação ou outro evento, prejudica a capacidade dos usuários (a) de
compreender as transações, outros eventos e condições que tenham ocorrido e (b) de avaliar os futuros
fluxos de caixa da entidade.
A mensuração de ativos líquidos de ajustes relacionados, como, por exemplo, o ajuste para
liquidação duvidosa de créditos nas contas a receber de clientes, não é considerada compensação.
São exemplos de compensações exigidas ou permitidas pelas normas contábeis:
A menos que uma norma permita ou exija de outra forma, a entidade deve divulgar informação
comparativa referente ao período anterior para todos os montantes apresentados nas demonstrações
contábeis do período corrente.
Quando a apresentação ou a classificação de itens nas demonstrações contábeis forem
modificadas, os montantes apresentados para fins comparativos devem ser reclassificados, a menos
que a reclassificação seja impraticável. Quando os montantes apresentados para fins comparativos são
reclassificados, a entidade deve divulgar:
a. a natureza da reclassificação;
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A utilidade das demonstrações contábeis é prejudicada quando não forem disponibilizadas aos
usuários dentro de período razoável.
A NBC TSP 11 estabelece que a entidade deve estar em posição de divulgar suas demonstrações
contábeis em até seis meses a partir da data-base das demonstrações contábeis e ressalta que fatores
constantemente presentes, tal como a complexidade das operações da entidade, não são razões
suficientes para deixar de se divulgarem as demonstrações contábeis dentro de prazo aceitável.
Destaca-se que este prazo se refere a um prazo máximo e não exime o ente de observar os prazos
observados pela legislação.
Desta forma, deve-se atentar aos prazos previstos no §1º do art. 51 da LRF quanto ao envio das
contas dos Estados e Municípios ao Poder Executivo Federal, para fins de consolidação:
Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e
por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público.
§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes
prazos:
I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril;
II - Estados, até trinta e um de maio.
Ressalta-se que os dados enviados para fins de consolidação não se referem às demonstrações
contábeis consolidadas do ente público, mas às informações contábeis necessárias a elaboração do
Balanço do Setor Público Nacional, observado o art. 48, §2 da LRF4.
Além disso, conforme previsão Constitucional, devem ser observados os prazos definidos nas
legislações dos entes para envio das contas aos respectivos Tribunais de Contas, com a finalidade de
emissão do parecer prévio.
2. BALANÇO ORÇAMENTÁRIO
2.1. INTRODUÇÃO
4
Art. 48.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamentários e
fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade da União, os quais deverão ser
divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público.
5 Lei nº 4.320/1964
Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas.
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4.320/1964, entende-se que o Balanço Orçamentário atende aos objetivos previstos na NBC TSP 13 e,
deve, tanto quanto possível, observar o disposto naquela norma. Desta forma, este capítulo tem por
objetivo dispor sobre a elaboração do Balanço Orçamentário, compatibilizando as disposições da NBC
TSP 11, NBC TSP 13 e a legislação aplicável.
a. Quadro Principal;
b. Quadro da Execução dos Restos a Pagar Não Processados; e
c. Quadro da Execução dos Restos a Pagar Processados.
2.2. ELABORAÇÃO
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Neste quadro, deverão ser informados os restos a pagar não processados inscritos até o
exercício anterior e suas respectivas fases de execução. Os restos a pagar inscritos na condição de não
processados que tenham sido liquidados em exercício anterior ao de referência deverão compor o
Quadro da Execução de Restos a Pagar Processados.
Neste quadro, deverão ser informados os restos a pagar processados inscritos até o exercício
anterior nas respectivas fases de execução. Deverão ser informados, também, os restos a pagar inscritos
na condição de não processados que tenham sido liquidados em exercício anterior. O ente deverá ao
final do exercício transferir os saldos de restos a pagar não processados liquidados para restos a pagar
processados.
Não se faz necessária a coluna Liquidados, uma vez que todos os restos a pagar evidenciados
neste quadro já passaram pelo estágio da liquidação na execução orçamentária.
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Os Balanços Orçamentários não consolidados (de órgãos e entidades, por exemplo), poderão
apresentar desequilíbrio e déficit orçamentário, pois muitos deles não são agentes arrecadadores e
executam despesas orçamentárias para prestação de serviços públicos e realização de investimentos.
Esse fato não representa irregularidade, devendo ser evidenciado complementarmente por nota
explicativa que demonstre o montante da movimentação financeira (transferências financeiras
recebidas e concedidas) relacionado à execução do orçamento do exercício.
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2.4. ESTRUTURA
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
BALANÇO ORÇAMENTÁRIO
ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL
Exercício: 20XX
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Dívida Mobiliária
Outras Dívidas
______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________
SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (XII) = (XI + XII)
Superávit (XIII)
______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________
TOTAL (XIV) = (XII + XIII)
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS
Exercício: 20XX
Inscritos
Em 31 de
Saldo
Em Exercícios Dezembro do
Liquidados Pagos Cancelados a
Anteriores Exercício
Pagar
Anterior
(a) (b) (c) (d) (e) (f) = (a+b-d-e)
Despesas Correntes
Pessoal e Encargos Sociais
Juros e Encargos da Dívida
Outras Despesas Correntes
Despesas de Capital
Investimentos
Inversões Financeiras
Amortização da Dívida
______________ ______________ ______________ ______________ ______________ ______________
TOTAL
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<ENTE DA FEDERAÇÃO>
EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGAR PROCESSADOS
Exercício: 20XX
Inscritos
Em Exercícios Em 31 de Pagos Cancelados Saldo
Anteriores Dezembro do a
Exercício Anterior Pagar
(a) (b) (c) (d) (e) = (a+b-c-d)
Despesas Correntes
Pessoal e Encargos Sociais
Juros e Encargos da Dívida
Outras Despesas Correntes ______________ ______________ ______________ ______________ ______________
Despesas de Capital
Investimentos
Inversões Financeiras
Amortização da Dívida ______________ ______________ ______________ ______________ ______________
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2.5. DEFINIÇÕES
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
Na coluna:
Previsão Inicial
Demonstra os valores da previsão inicial das receitas conforme consta na Lei Orçamentária Anual
(LOA).
Os valores registrados nessa coluna permanecerão inalterados durante todo o exercício, pois
refletem a posição inicial do orçamento previsto na LOA.
As atualizações monetárias autorizadas por lei, efetuadas antes a data da publicação da LOA,
também integrarão os valores apresentados na coluna.
Previsão Atualizada
Demonstra os valores da previsão atualizada das receitas, que refletem a reestimativa da receita
decorrente de, por exemplo:
Se não ocorrerem eventos que ocasionem a reestimativa da receita, a coluna Previsão Atualizada
apresentará os mesmos valores da coluna Previsão Inicial.
Receitas Realizadas
Na linha:
Receitas Correntes2
1
Lei nº 4.320/1964
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I - as receitas nêle arrecadadas; [...]
2 Lei nº 4.320/1964
Art. 11 [...]
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e,
ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a
atender despesas classificáveis em Despesas Correntes.
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Destaca-se que a nomenclatura “Receitas Tributárias” adotada anteriormente foi alterada para
“Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria” em observância à codificação da receita constante na
Portaria Conjunta STN/SOF n° 163/2001.
Receitas de Capital
Deficit
Demonstra o valor dos recursos provenientes de exercícios anteriores que serão utilizados para
custear despesas do exercício corrente. Estão compreendidos nessa rubrica:
Demonstra os valores arrecadados em exercícios anteriores que serão utilizados para custear
despesas de benefícios previdenciários do RPPS do exercício corrente, permitindo o equilíbrio na
aprovação da Lei Orçamentária.
A classificação orçamentária criada para essa finalidade é a “9990.00.00 – Recursos arrecadados
em exercícios anteriores - RPPS”, que se encontra disponível na relação de naturezas de receitas,
conforme estabelecido na Portaria Conjunta STN/SOF nº 163/2001.
3
O refinanciamento da dívida pública constitui a quitação de uma dívida anterior por meio de uma nova operação de crédito.
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Corresponde aos créditos adicionais autorizados nos últimos quatro meses do exercício anterior
que forem reabertos no exercício de referência, observado o saldo remanescente5. Somente deverão ser
levados ao balanço os valores efetivamente reabertos.
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
• Na coluna:
Dotação Inicial
Demonstra os valores dos créditos iniciais conforme consta na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Os valores registrados nessa coluna permanecerão inalterados durante todo o exercício, pois
refletem a posição inicial do orçamento previsto na LOA.
4
Lei nº 4.320/1964, art.43
5 Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente (CF/88, art. 167, §2º).
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Dotação Atualizada
Demonstra a dotação inicial somada aos créditos adicionais abertos ou reabertos durante o
exercício de referência e às atualizações monetárias efetuadas após a data da publicação da LOA,
deduzidos das respectivas anulações e cancelamentos.
Se não ocorrerem eventos que ocasionem a atualização da despesa, a coluna Dotação Atualizada
apresentará os mesmos valores da coluna Dotação Inicial.
Despesas Empenhadas
Despesas Liquidadas
Demonstra os valores das despesas liquidadas no exercício de referência, inclusive das despesas
pagas. Não inclui os valores referentes à liquidação de restos a pagar não processados.
Despesas Pagas
Demonstra os valores das despesas pagas no exercício de referência. Não inclui os valores
referentes ao pagamento de restos a pagar, processados ou não processados.
• Na linha:
Despesas Correntes
Despesas Correntes são as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou
aquisição de um bem de capital.
Despesas de Capital
Despesas de Capital são as despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição
de um bem de capital.
Reserva de Contingência
Reserva do RPPS
6
Lei nº 4.320/1964
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: [...]
II - as despesas nêle legalmente empenhadas.
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Ressalta-se que a diferença entre a reserva do RPPS e a reserva de contingência está na subfunção,
identificadas pelos códigos 997 e 999, respectivamente, conforme a Portaria Conjunta STN/SOF nº
163/2001. Ressalta-se ainda que esta rubrica se destina a evidenciar a reserva/guarda de um recurso
que será utilizado para custear despesas futuras, não havendo execução de fato (empenho, liquidação
ou pagamento) nesta rubrica.
Superávit
Compreende o valor de restos a pagar não processados relativos aos exercícios anteriores, exceto
os relativos ao exercício imediatamente anterior, que não foram cancelados porque tiveram seu prazo
de validade prorrogado.
Liquidados
Compreende o valor dos restos a pagar não processados, liquidados após sua inscrição.
Pagos
Compreende o valor dos restos a pagar não processados, liquidados após sua inscrição e pagos.
7
Para fins de aplicação deste Manual, considera-se amortização o pagamento do principal da dívida, que é classificado como
despesa de capital. O termo não abrange o pagamento dos juros e demais encargos, que são classificados como despesas
correntes.
8 Entende-se como despesa de refinanciamento da dívida o pagamento das operações de crédito anteriormente contratadas para
o refinanciamento da dívida.
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Cancelados
Saldo a Pagar
Compreende o saldo, em 31 de dezembro, dos valores inscritos e ainda não pagos. Corresponde
aos valores inscritos nos exercícios anteriores deduzidos dos valores pagos ou cancelados ao longo do
exercício de referência. Ressalta-se que a parcela do saldo que tiver sido liquidada ao longo do exercício
de referência será transferida para restos a pagar processados no início do exercício seguinte.
Compreende o valor de restos a pagar processados relativos aos exercícios anteriores, exceto os
relativos ao exercício imediatamente anterior, que não foram cancelados porque tiveram seu prazo de
validade prorrogado.
Pagos
Cancelados
Saldo a Pagar
Compreende o saldo, em 31 de dezembro, dos valores inscritos e ainda não pagos. Corresponde
aos valores inscritos nos exercícios anteriores deduzidos dos valores pagos ou cancelados ao longo do
exercício de referência.
3. BALANÇO FINANCEIRO
3.1. INTRODUÇÃO
9
Lei nº 4.320/1964 Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e
os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os
que se transferem para o exercício seguinte.
Secretaria do Tesouro Nacional – Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – 9ª Edição 505