Apostila Milagres de Jesus Final - Edicao 11

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APOSTILA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

IGREJA EVANGÉLICA DE JESUS - RJ


APOSTILA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
IGREJA EVANGÉLICA DE JESUS - RJ
Igreja Evangélica de Jesus - RJ
Av. Abílio Augusto Távora, 2912, Marco 2, Nova Iguaçu, RJ.
Tel: 3764-7641

Todos os direitos reservados a Igreja Evangélica de Jesus - RJ. Nenhuma parte da presente pu-
blicação pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida por quaisquer que sejam os meios,
mecânico, fotocópia, eletrônico, sem a prévia permissão do editor.

Bibliografia Informações da Apostila

1 - A Pedagogia dos Milagres de Jesus Título da Apostila:


Hernandes Dias Lopes Milagres de Jesus
2 - Milagres de Jesus Informação Editorial:
Simon J. Kistemaker Edição Nº 11; Ano Nº 5
3 - Os Milagres de Jesus Vol.1
Data:
Charles H. Spurgeon
Setembro de 2011
4 - Os Milagres de Jesus Vol. 2
Pastor:
Charles H. Spurgeon
Jean Coutinho
5 - Ele ainda remove pedras
Superintendente da EBD:
Max Lucado
Dc. Leandro Marques
6 - Todos os milagres da Bíblia
Herbert Lockier Colaboradores:

7 - Milagres: Um estudo preliminar Dc. Bruno Coutinho

C.S. Lewis Dc. Leandro Marques

8 - A outra face dos milagres


Luciano Subirá
Índice

Lição 1: Deus de Milagres 05

Lição 2: As Bodas de Caná 08

Lição 3: As 2 Pescas maravilhosas 11

Lição 4: Toma tua cama 14

Lição 5: O Centurião Romano 17

Lição 6: A viúva de Naim 20

Lição 7: Acalma a Tempestade 23

Lição 8: O Endemoninhado Gadareno 26

Lição 9: A Mulher do Fluxo de Sangue 29

Lição 10: As 2 multiplicações de Pães e Peixes 32

Lição 11: A Cura da Filha da Cananéia 35

Lição 12: A ressurreição de Lázaro 38


Aula dada em:
Dia Mês Ano

O porquê do milagre

João 14 : 12

gelhos mostram como Jesus usou milagres para


cumprir as profecias do Velho Testamento (Lc
24:44) e para confirmar Sua divindade (Jo
Durante seu ministério terreno, Jesus operou vá- 20:30,31). O mestre da lei, Nicodemos, também
rios milagres, mostrando assim seu poder sobre testemunha: ―Rabi, sabemos que és Mestre, vindo
as doenças, a natureza, demônios e até mesmo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais
sobre a morte. Sem dúvida alguma, os milagres
que tu fazes, se Deus não estiver com ele‖ (Jo
relatados na Bíblia não representam todas as ma-
3:2b). O Deus de Israel enviou seu messias (Is
ravilhas que Jesus realizou durante seus 3 anos e
9:6).
meio de pregação das boas novas (Jo 20:30),
mas são suficientes para demonstrar que o Reino Os mestres da atualidade, também dão teste-
de Deus é chegado no meio de nós (Mt 12:28). munho de Jesus. Segundo o pastor/escritor Her-
nandes Dias Lopes: ―Os milagres de Jesus eram
pedagógicos. O divino Mestre objetivava algo mai-
1. O que é um milagre?
or do que a simples feitura do milagre. Ele objetiva
evidenciar a fé salvadora que a pessoa precisa
Segundo o dicionário Houaiss, milagre é: 1 ato
ter, para receber a salvação, e entrar no seu ma-
ou acontecimento fora do comum, inexplicável pe-
ravilhoso Reino. ―Tua fé te salvou...‖ Quando ele
las leis naturais; 2 acontecimento formidável, estu-
multiplicou os pães, ele queria que as pessoas
pendo; 3 evento que provoca surpresa e admira-
entendessem que ele é o pão da vida. Quando
ção; 4 qualquer indicação da participação divina
Jesus curou o cego de nascença, ele queria que
na vida humana; 5 indício dessa participação, que
as pessoas entendessem que ele é a luz do mun-
se revela especialmente por uma alteração súbita
do. Quando ele ressuscitou Lázaro, ele queria que
e fora do comum das leis da natureza. Outra defi-
as pessoas entendessem que ele é a ressurreição
nição, de acordo com a Fundação de Estudos Bí-
e a vida. Os milagres de Jesus só cumprem uma
blicos é: Um milagre é um evento significante e
intenção: ―Eu (Jesus) sou o caminho, a verdade e
fora do comum (terasa) que requer um agente su-
a vida‖. Os milagres tem o propósito de despertar
pernatural (dunamis) e é executado com o propó-
em nosso coração a fé verdadeira‖.
sito de autenticar a mensagem ou mensageiro
(semeion). 2.1.) Por que Ele não fez alguns milagres?

Embora o Mestre currasse muitos daqueles que


2. Por que Jesus fazia milagres?
o procuravam, em algumas ocasiões, ao se apro-
ximar de alguns doentes e aflitos, foi sele-
. No Novo Testamento, as narrativas dos Evan-
05
Lição 1: O porquê do milagre

tivo. Por exemplo, só um homem no poço de Be- nhas contra à vida e milagres de Jesus. O registro
tesda foi curado, enquanto os outros que definha- mostra que nenhum dos líderes religiosos judeus
vam à beira da água não. Em Nazaré, Ele deixou questionaram os milagres que tinham presencia-
claro que não pôde fazer muitas grandes obras, a do. Ao contrário, eles enxergavam os milagres de
não ser curar alguns enfermos (Mc 6:6). Mateus Jesus como uma ameaça, e tentaram pôr um fim
também nos revela outra ocasião de falta de mila- ao ministério público de Jesus e Seus milagres
gres: ―Então alguns dos escribas e fariseus, to- (Mc 3:1-7).
mando a palavra, disseram: Mestre, queremos ver Com as evidências arqueológicas, históricas e
da tua parte algum sinal. Mas ele lhes respondeu: os manuscritos que temos hoje, há menos moti-
Uma geração má e adúltera pede um sinal; e ne- vos para negar a origem da Bíblia e sua autentici-
nhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jo- dade divina do que para negar a legitimidade das
nas.‖ (Mt 12:38,39). Seja por um propósito especí- obras de Homero, Platão e Aristóteles.
fico ou pela falta de fé de alguns, Deus revela a
sua soberania ao realizar ou não milagres (Ex
33:19). Os sinais de Jesus, são para aqueles que 3. Os sinais seguirão aos que crêem
querem crer, não para os que pedem sinal por
desconfiar de sua autoridade. Conforme o próprio Jesus profetizou: “E estes
sinais acompanharão aos que crerem: em meu
2.2.) A veracidade dos milagres
nome expulsarão demônios; falarão novas lín-
Como todos os eventos históricos, a credibilida- guas; pegarão em serpentes; e se beberem algu-
de de um milagre bíblico deve ser avaliada de a- ma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e
cordo com as regras da evidência, e ao mesmo porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão
tempo considerando fatores como a veracidade curados‖ (Mc 16:17,18). Alguns, nos tempos atu-
do registro da narrativa e a credibilidade das tes- ais, estão invertendo este discurso, passando a
temunhas oculares. Com um pouco de investiga- seguir os ―sinais‖, seja onde quer que eles se ma-
ção, podemos classificar as testemunhas dos mi- nifestem. Como diz o cantor, Nani Azevedo, con-
lagres de Jesus como sendo competentes e confi- cordando com Jesus e discordando destes irmãos
áveis. Primeiro, muitas das testemunhas ainda equivocados: ―...Eu não correrei atrás de bênçãos.
estavam vivas quando as narrativas bíblicas foram Sei que elas vão me alcançar...‖.
escritas e distribuídas. Também sabemos que um
período de tempo bem curto passou entre a reali-
zação dos milagres de Jesus e o seu registro es-
crito nos Evangelhos. Esse período não foi longo
o suficiente para criação de mitos fantasiosos. Jesus continua a fazer milagres hoje, ainda que
Muitas testemunhas ainda estavam vivas para não O vejamos fisicamente andando em nosso
corrigir qualquer narrativa falsas ou equivocada. meio. Você conhece alguém que tenha sido cura-
Segundo, as testemunhas desses milagres eram do ou cuja vida foi transformada por causa do seu
pessoas de caráter. O registro histórico mostra relacionamento com Cristo e com o evangelho?
que os apóstolos e muitos discípulos eram vistos Então você já viu um milagre de Jesus nos dias
como pessoas de credibilidade e segurança. Es- de hoje. Quando um sinal vem de Deus, somente
sas testemunhas estavam até mesmo dispostas Cristo é glorificado e assim o Reino é anunciado.
a sacrificarem suas vidas a ter que negar o seu Anuncie o Reino com fé e ousadia; Deus confir-
testemunho. Quem conscientemente, morreria por mará a palavra com os sinais, quando for neces-
uma mentira? Terceiro, houve muitas testemu- sário (Mc 16:20).

Vocabulário:
Credibilidade: Que se pode crer; acreditável;
Supernatural : Sobrenatural; que excede as forças da natureza; fora do natural;
06
Anotações
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07
Aula dada em:
Dia Mês Ano

A transformação da Água em Vinho

João 2 : 1 - 11

duz a resposta de Jesus à sua mãe da seguinte


maneira: ―Que temos nós em comum, mulher? A
minha hora ainda não chegou‖ (v.4). Já a ARA
O Senhor Jesus realizou muitos milagres duran- (Almeida Revista e Atualizada) diz: “Mulher, que
te o seu ministério terreno. Este, a transformação tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha
da água em vinho, foi escolhido pelo Espírito San- hora‖. Literalmente, essa frase poder ia ser tradu-
to para dar início o seu ministério. Hoje conhece- zida desta forma: ―Mulher, o que há entre mim e
remos mais sobre este milagre. ti?‖. Essa era uma expressão comum no contexto
judaico, empregada para se rejeitar uma interven-
1. Jesus, o convidado de Honra ção julgada como inoportuna. Ou seja, Jesus não
estava desrespeitando sua mãe, mas, sim, não
Jesus e seus discípulos foram convidados para aceitando a interferência dela em suas ações e
uma festa de casamento e aceitaram o convite ministério.
(Jo 2:1-2). Cristo não era alienado, ele participava
dos eventos sociais, procurando estar sempre 3. O milagre em si
com o povo. De outro modo, como poderia cum-
prir sua missão? Precisava estar perto das pesso- A transformação da água em vinho, segundo o
as para abençoá-las e salvá-las (Fp 1:19). Os apóstolo João, foi o primeiro milagre realizado por
cristãos, da mesma forma, não podem constituir Jesus (v.11). Esse milagre manifestou o poder de
um grupo isolado. Somos diferentes do mundo, Jesus sobre o mundo natural (Lc 4:14).
mas não distantes ou fora dele (Jo 17:11,15,16).
Não podemos aceitar convites para a prática pe- Quais os possíveis significados da transforma-
caminosa (Pv 1:10-15), outros, porém, podem ser ção da água em vinho?
aceitos. É necessário, contudo, que o cristão, on- 3.1.) A transição da antiga para a nova alian-
de estiver, dê um bom testemunho, sendo sal e ça, ou de uma religiosidade vazia para uma es-
luz (Mt 5:13-14), agindo em benefício do próximo. piritualidade autêntica.
Foi o que Cristo fez. Jesus foi convidado porque Ao transformar a água que estava nos potes em
sua presença é agradável. Onde ele está, o ambi- vinho, Jesus, demonstrou a transição, que estava
ente é celestial. para acontecer, da antiga aliança para a nova ali-
ança. O fato desse vinho ser chamado de
2. A resposta de Jesus à sua mãe
―melhor‖ (v.10) faz referência à superioridade da
nova aliança sobre a antiga, a qual purifi-
A versão NVI (Nova Versão Internacional) tra-
08
Lição 2: As bodas de Caná

cou a humanidade do pecado de uma vez por to- Assim, a transformação da água em vinho signifi-
das (Hb 10:1-18). Pode-se afirmar que um dos caria a restauração dessa alegria naqueles cora-
significados da transformação da água em vinho, ções (At 3:21).
na verdade, é a transição de uma religiosidade A água produziu vinho, “bom vinho”. O vinho é
vazia para uma espiritualidade autêntica (Ef 5:18). símbolo da alegria. Aqui não se refere a uma ale-
3.2.) A transformação de algo comum em al- gria produzida pelo efeito da química do vinho,
go de grande valor. nem tampouco no otimismo natural, mas como
Isso Jesus pode e quer fazer com cada um de fruto decorrente da presença de Cristo em nossos
nós, nas áreas que estão sem valor ou desacredi- corações.
tadas. Jesus iniciou seu ministério com uma ca-
racterística que marcou todo ele: A transforma- 4. O milagre da Regeneração
ção. Jesus passou toda a sua vida, transformando
pessoas: Ele transformou Pedro, rude pescador, Assim iniciaram-se os milagres de Jesus. Isto é
em pescador de homens (Lc 5:10); Transformou precisamente o que o novo nascimento é: um mi-
Saulo, religioso e cruel, em Paulo, o apóstolo da lagre. Do início até o fim. A regeneração começa
graça (At 9:1-8). Mesmo após a sua morte, o seu por um milagre, fruto da graça, e, por esta mesma
poder transformador ainda segue dia após dia nas graça, somos conduzidos dia a dia. O homem foi
nossas vidas (1 Ts 2:13). criado com o propósito de viver sob o governo da
graça, mas ele se apartou disso, saiu da sua ver-
Jesus é especialista na transformação de vidas. dadeira posição (Jo 3:3-7).
Ele atua naqueles que já foram descartados pela
sociedade. Cristo recupera o marginal, transfor- Os seus discípulos creram nele (Jo 2:11). O ho-
mando-o em cidadão de bem. Acima de tudo, ele mem morto em seus pecados não pode crer. A
nos transforma de tal maneira que possamos ser primeira reação da alma renascida é voltar-se pa-
agradáveis a Deus (Rm 12:1-2). ra Cristo. É da obra da regeneração que procede
o ato de crer em Cristo. Ser um filho de Deus é
3.3.) O suprimento de uma grande necessi- inteira e unicamente o resultado da graça de
dade Deus, graça que brota inteiramente do caráter mi-
O vinho era um dos elementos mais importantes sericordioso de Deus. (Ef 2:4-5).
de uma festa no contexto judaico (Ec 9:7; Is
22:13; Is 24:11). Assim, a falta de vinho em uma
festa de casamento era um grande constrangi-
mento para a família, seus organizadores e convi-
dados. Depois que a água foi transformada em vinho, a
A transformação da água em vinho, então, na- festa continuou, mas isso só foi possível porque
quelas circunstâncias, significou o suprimento de os noivos convidaram Jesus para aquele casa-
uma grande necessidade. mento. Todos devem convidá-lo. Nossa vida sem
3.4.) A restauração da alegria ele é vazia e inútil. Só Cristo pode nos abençoar,
nos dar uma nova motivação para viver. Com ele,
No mundo antigo, o vinho era símbolo da alegri- temos um novo começo, pois seu poder age em
a. Metaforicamente, então, o término do vinho nós, fazendo transbordar o nosso cálice.
durante aquela festa poderia significar o desapa-
recimento da alegria na vida daquelas pessoas.

Vocabulário:
Alienado: Louco; Doido; Desvairado; Fora da realidade;
Inoportuno: Que se sucede fora da ocasião conveniente;
09
Anotações
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10
Aula dada em:
Dia Mês Ano

Lucas 5 : 1 - 11; Jo 21 : 1 - 14;

Os pescadores devem partir de barco, devem


lançar a rede; e, depois de terem lançado a rede,
Nas duas pescas maravilhosas, o objetivo do devem arrastá-la para a praia, ou encher dois
milagre é a missão dos santos para pregarem o barcos com o conteúdo dela. Nesse aspecto, tudo
evangelho (a obra de pescar homens), o ministé- é feito pela intermediação humana (1 Co 4:10-13).
rio mediante o qual as almas são apanhadas na Trata-se, certamente, de um milagre, mas nem
rede do evangelho, e tiradas do elemento do pe- o pescador, nem seu barco, nem seu equipamen-
cado para sua salvação eterna. to de pesca, são desconsiderados; todos eles são
usados, todos eles são empregados.
1. O Pescador e o pregador Aprendemos que, na salvação das almas, Deus
opera através da pregação humana (Rm 10:14); e
O pregador é comparado a um pescador. A pro- que, enquanto durar a presente aliança da graça,
fissão de pescador envolve muito trabalho (2 Jo Deus se agradará em salvar aqueles que creiam
1:8); Existem ministros que não consideram traba- mediante a loucura da pregação (2 Co 4:7; Hb
lhosa a sua vocação. O pescador precisa navegar 13:17).
no mau tempo e em meio a todos os riscos; se
fosse pescar somente quando há calmaria no 2.2.) Os meios utilizados, por si mesmos, são
mar, poderia passar fome. Assim também o minis- totalmente sem proveito
tro cristão, quer os homens recebam a palavra Por ―maior‖ que seja o obreiro e possua os me-
com prazer, ou quer a rejeitem com fúria e ira, de- lhores recursos, de nada valem, se não forem a
ve estar disposto a deixar sua reputação sofrer fim de glorificar a Deus, mas visando sua própria
perigo, e colocar em risco seu próprio conforto; glória.
sim, deve ainda renunciar a sua própria vida, ou Irmãos, nós, como uma igreja, devemos sempre
não é digno do chamado celestial (2 Co 12:15). conservar em mente que, sem Cristo, nada pode-
mos fazer (Zc 4:6).
2. A uniformidade dos dois milagres
2.3.) Em terceiro lugar, nesses dois milagres,
Nestes dois milagres, há muitos aspectos de é ensinado que é a presença de Cristo que
uniformidade. Ambos têm a intenção de expor o confere o sucesso.
modo do crescimento de reino de Cristo. Cristo estava sentado no barco de Pedro. Foi
2.1.) Primeiro, percebemos que os dois mila- da vontade de Cristo que uma influência misterio-
gres nos ensinam que o trabalho deve ser feito sa atraísse os peixes até a rede, como se
11
Lição 3: As 2 pescas maravilhosas

ele tivesse colocado um anzol oculto na boca de bons para comer e todos os cento e cinqüenta e
cada peixe e feito com os peixes pulassem direta- três peixes valiam a pena guardar, e não havia
mente dentro das redes e do barco de pesca. A nenhum pequenininho que tivesse de ser jogado
chave do sucesso, foi a presença de Cristo na ter- de volta às profundezas.
ra seca, quando da praia ele falou aos seus discí- A primeira nos apresenta o efeito exterior e visí-
pulos que lançassem as redes no mar (Jo 12:32). vel do ministério. Reunimos um grande número
na igreja de Cristo. E sempre haverá nesse núme-
3. As diferenças entre os dois milagres ro alguns que não prestam, que não foram real-
mente chamados por Deus (Mt 22:14). A segunda
3.1.) Há uma diferença nas ordens dadas representa o efeito interior da igreja em nós, ou
No primeiro milagre, é: "Vá para onde as águas seja, Cristo nos chamou para crescermos sermos
são mais fundas... Lancem as redes para a pes- peixes grandes, no seu reino aguardando a sua
ca." No segundo, trata-se de: "Lancem a rede do volta, e quando Jesus voltar para buscar os seus
lado direito do barco." O primeiro revela a ordem remidos, subiremos nas redes de Jesus e não vol-
que Cristo dá a todos os ministros; o segundo re- taremos nunca mais para o mar bravio chamado
vela a obra secreta do seu Espírito na obra. (Mc ―mundo pecaminoso‖ (Rm 6:22; 1 Ts 4:7).
16:5).
Os ministros que pregam apenas aos salvos,
devem se lembrar disso. Nossa tarefa é incluir to-
dos os tipos de peixes, e não exigir onde quere-
mos estar, mas só deixar a rede cair na água. O Devemos pregar, ensinar e trabalhar em seu
que importa se estamos numa cidade grande, pe- nome, porque o ouvimos mandando que assim
quena ou numa aldeia? O que importa se estamos façamos. Devemos agir diante da sua palavra. Se
entre os ricos ou entre os pobres, entre os erudi- agíssemos dessa forma, trabalharíamos com mui-
tos ou entre os analfabetos? O que importa se es- to mais fé, com muito mais seriedade, e com mui-
tamos entre os devassos ou entre os imorais? Na- to mais probabilidade de sucesso. É uma coisa
da temos a ver com isso - nosso dever é o mes- bem-aventurada ver Cristo sentado no barco en-
mo: "Vá para onde as águas são mais fundas... quanto você lança a rede.
Lancem as redes", é só isso. Cristo achará os
peixes; (At 1:8; At 13:47) .

3.2.) Os tipos de peixes pescados


Os peixes que foram pescados na primeira oca-
sião parecem ter sido de todos os tipos. A rede se
rompeu, e, portanto, alguns peixes escaparam,
sem dúvida; os outros eram tão pequenos que
não valeria a pena serem comidos e, por certo,
foram jogados de volta às águas. "Os bons serão
recolhidos em vasilhas, e os maus, jogados fora."
Na segunda ocasião, a rede ficou cheia de peixes
grandes; todos eram peixes grandes, todos eram

Vocabulário:
Devassos: Dissoluto; Libertino; Licencioso;
Reputação: Fama, Renome;
12
Anotações
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13
Aula dada em:
Dia Mês Ano

A cura de um paralítico em Cafarnaum

Marcos 2 : 3 - 12;

do pecador em uma natureza morta (Rm 8:10)


Quando morremos espiritualmente, o pecado
Paralíticos eram muito comuns nos tempos bíbli- nos paralisa, muitos de nós que fazíamos e traba-
cos. Não havia apoio médico disponível para pes- lhávamos com ardor na obra do Senhor, quando
soas com deficiência e sua única esperança era a morremos espiritualmente, viramos ociosos espiri-
intervenção divina. Essa passagem fala sobre um tuais, o desânimo toma conta e dependemos de
paralítico e quatro amigos decididos a ter um en- outros para nos carregarem espiritualmente (Mt
contro com Deus. 10:28).
O texto diz que alguns homens foram até a casa
1. A cidade de Cafarnaum em que Jesus estava com um paralítico, o qual
era carregado por quatro deles (v.3). Entretanto,
A grande cidade de Cafarnaum, cujo nome em como havia ali muita gente, tanta que não havia
hebraico significa: Aldeia da Consolação; Faz jus lugar nem junto à porta, subiram com o paralítico
ao seu título, pois Cafarnaum era uma cidade mui- no telhado da casa e, removendo parte da cober-
to populosa e com um numero de incontáveis do- tura, fizeram uma abertura no teto pela qual baixa-
entes e deficientes físicos em busca de cura e mi- ram o paralítico até Jesus (v.4). Isso foi possível
lagre (Mt 4:13). porque, diferentemente das casas de hoje, uma
Jesus após a morte de seu primo João Batista típica casa da Palestina da época tinha telhado
plano, o qual era acessível por uma escada exter-
(Mt 4:12), decide sair de Nazaré e morar em Ca-
farnaum, onde operou diversos milagres, inclusive na. Esse telhado era feito de barro, esteiras de
o estudado nesta lição. ramos e vigas de madeira, e podia ser facilmente
removido e reparado em suas partes.
Jesus ocasionalmente pregava em casas em
Cafarnaum, nas quais ficavam abarrotadas de 2.1.) Ajudar e ser ajudado
pessoas que buscavam ouvir os ensinamentos do Assim como aqueles quatro homens, podemos
Mestre ou até mesmo buscar milagres para mui- ajudar e ser ajudados por pessoas na busca por
tos de seus problemas (Lc 4:31; Jo 6:59). soluções para os problemas da vida; que não se-
jamos egoístas ao ponto de pensar somente em
2. O paralítico e seus 4 amigos nossos problemas, mas altruístas e pensar nos
dos outros também (Gl 5:14; 6:2).
O paralítico sofria do que se chama de paralisia 2.2.) A fé alheia colabora para com a cura ou
geral ou paraplexia; este paralítico é um emblema a solução dos problemas
14
Lição 4: Toma tua cama

Isso é impactante! Jesus, vendo a fé daqueles necessidade de um homem é o perdão de seus


quatro homens, ministrou salvação e cura ao pa- pecados (Sl 25:7). Ser curado da paralisia e não
ralítico. A nossa fé pode colaborar para com a cu- ser salvo do pecado, livraria aquele homem de um
ra e a solução de problemas de outras pessoas. problema terreno e momentâneo, mas o manteria
Por outro lado, a fé de outros pode também cola- na perdição espiritual e eterna.
borar para com a cura e a solução de nossos pro- 3.2.) Jesus tem autoridade para curar enfer-
blemas. Podemos crer pelos outros. Os outros midades e perdoar pecados, isto é, salvar os
podem crer por nós. Isso é vida em comunidade! perdidos.
Isso é igreja! (1 Jo 4:12; 1 Pe 4:9,10)
Jesus Cristo, o filho de Deus, tem poder para
3. Nada é impossível para Deus solucionar qualquer problema que o ser humano
tenha, desde o maior ate o menor (Lc 4:18,19)
A expectativa dos presentes, principalmente
daqueles quatro homens e do paralítico, era a
ministração de cura da enfermidade. Jesus, entre-
tanto, ao invés de, primeiramente, ministrar cura
para a paralisia, libera perdão para os pecados do Graças a Deus pelas pessoas que estão desejo-
paralítico (v.5). Ele sabia que a principal necessi- sas de abrir ―buracos no teto‖ para ficarem mais
dade daquele homem (e a de todos) não era de próximas de Jesus. Estas pessoas são as que fa-
cura, mas, sim, de salvação. O pecado é o maior zem a diferença, as que rompem as barreiras, as
problema da humanidade (Hb 9:28; Is 45:17). que são produtores de milagres. São diferentes
Ao ouvirem a palavra de perdão de Jesus ao porque são determinadas, são criticadas porque
paralítico, os mestres da Lei que ali estavam co- estão interessadas, porem o mais importante é
meçaram a questionar, no íntimo, com que autori- que levam as pessoas a Jesus.
dade ele dizia aquilo, já que apenas Deus tem
autoridade para perdoar pecados (v.6). Eles reagi-
ram com incredulidade às palavras de Jesus (Hb
3:12).
Jesus reagiu à incredulidade dos mestres da
Lei, no sentido de lhes provar que tinha autorida-
de para perdoar pecados através da cura da en-
fermidade do paralítico. Como o perdão dos peca-
dos não tinha uma evidência física, ele demonstra
que tinha autoridade a partir de algo que todos
poderiam ver (Lc 9:1).
3.1.) A Salvação é a grande necessidade e a
maior solução que um ser humano pode rece-
ber de Jesus
A maior necessidade daquele paralítico não era
a cura da sua enfermidade. A maior necessidade
de um viciado não é a libertação do vício. A maior

Vocabulário:
Consolação: Alívio; Conforto;
Abarrotadas: Cheia em demasia;
15
Anotações
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Aula dada em:
Dia Mês Ano

A cura do criado de um centurião

Mateus 8 : 5 - 13; Lucas 7 : 2 - 10;

tamente isto agradou a Jesus (Tg 5:16).


1.2.) O segundo ponto que agradou a Jesus
Esta é uma passagem muito interessante, por- foi a humildade. As suas palavras, de que não
que um centurião – Soldado romano que coman- era digno de receber uma visita de Jesus na sua
dava uma centúria ou tropa de 100 soldados, in- casa, são um choque de realidade para todos os
tercede pelo seu criado que está doente. O pró- cristãos hoje. Se transferirmos as suas palavras
prio Jesus enaltece a fé deste homem. Por que? para a esfera espiritual, veremos que esta casa
Aprenderemos agora, com este centurião, neste somos nós (2 Co 5:1,2). Não somos dignos da
texto, qualidades importantíssimas para o nosso redenção proporcionada por Deus, nem merece-
relacionamento com Cristo. dores de tão grande salvação. Tudo foi feito pela
misericórdia de Deus, fruto do amor com que nos
1. As virtudes do Centurião amou. E se a realidade é esta, como vamos fazer
pedidos exigindo para Deus nos dar o que quere-
Quando encontramos exemplos na bíblia de mos? (Pv 16:5; Mt 11:29)
homens que agradaram a Jesus, não podemos O Senhor se agrada daqueles que possuem um
desperdiçar a chance de aprender como alcançar senso de posição adequado, isto é, que tenham
esta maravilha (Hb 11:6). consciência que somos apenas criatura, debaixo
O relato bíblico nos informa que um centurião da autoridade de Deus, e não podemos ir para a
romano, isto é, um homem separado da comuni- oração fazendo exigências. (1 Pe 5:6; Sl 138:6)
dade de Israel, líder de um pelotão militar, gentio, 1.3.) O terceiro item que agradou a Jesus foi
agradou demais a Jesus. a fé do centurião. Ele se dava por satisfeito ape-
Nesta história, podemos observar alguns aspec- nas com uma palavra de Jesus, nada mais do que
tos importantes e que servem de modelo para to- isso, crendo que apenas a palavra já seria sufici-
dos os cristãos. ente para curar seu criado (Mc 9:23; Hb 11:6). O
centurião tinha noção da autoridade da palavra de
1.1.) O primeiro deles é o amor ao próximo.
Jesus que ela não voltaria vazia, mas cumpriria a
Toda a lei de Deus se resume no amor (1 Jo sua ordem. Que fé havia neste homem! (Mt
4:16), e este centurião mostrou que amava o seu 15:28; Mc 5:34).
criado. Ele foi até Jesus interceder para que pu-
desse fazer alguma coisa. Ele não pediu algo para "Eu não sou digno de que entres em minha ca-
si mesmo, ou para beneficio próprio, mas se humi- sa. (Mt 8:8). É esta a frase que todos nós devería-
lhou, e foi até Jesus pedir por outra pessoa. Cer- mos sempre, em nossas preces, em nos-
17
Lição 5: O Centurião Romano

sas orações e de todo o coração, dizermos ao maior de todos os médicos e que ninguém foi,
Mestre, quando, todos os dias, lhe solicitamos nem é tão poderoso quanto ele. Jesus não trata-
graças e benefícios: "Senhor ! dá-nos isto ou aqui- va os doentes, Jesus curava os doentes! (Jo 6:2;
lo; faze-nos este ou aquele beneficio, mas não Lc 4:40).
venhas a nossa casa, porque não somos dignos Só ele era capaz de fazer o que fez; só ele é
capaz ainda hoje de fazer o que nós precisamos;
de que entres em nosso lar. Nossas paixões, nos-
e o fará, se, como o centurião, soubermos implo-
sos vícios, nossa inferioridade e o nosso coração rar-lhe assistência.
pequenino nos fazem envergonhar em tua presen-
ça." 2.2.) Jesus não se limita ao espaço
1.4.) O quarto item se chama: Liberalidade!
Virtude esquecida por muitos nos nossos dias Não era preciso que o Espírito Santo entrasse
na casa do centurião para que o servo desse co-
"Ele mesmo nos edificou a sinagoga" (Lc 7:4,5). mandante ficasse livre da enfermidade; assim co-
Esta frase nos mostra que o centurião era liberal mo não era preciso que o centurião fosse pessoal-
em suas contribuições para o reino de Deus. Havi- mente abrir as "portas do cárcere" para libertar
a investido recursos na edificação da "igreja" dos dele um prisioneiro que desejasse soltar.
judeus. Esta idéia, proferida pelo Centurião, faz jus ao
atributo de Deus: Onipresença! (Sl 139:7-12)
Muitos de nós esbarramos na questão do "dar", Mesmo na época em que Jesus se fez carne, o
do "contribuir". Nos esquecemos do ensino de poder de Deus pelo mistério da trindade operava
Paulo (At 20.35). Na verdade é preferível ter para Nele (Jo 10:30).
dar, do que pedir por não ter! (Hc 2:9; Lc 6:38). Jesus nunca necessitou estar presente fisica-
mente para que seu poder manifeste; e isto tam-
2. O poder de Jesus bém ocorre nos dias de hoje, quando por causa
das suas misericórdias nós somos livres de setas
O nosso Senhor Jesus é onipotente no mundo que o inimigo das nossas almas tenta nos alvejar
espiritual e também no mundo físico. Ele pode fa- diariamente (Lm 3:22).
zer o que quer, e apesar das virtudes do centuri-
ão, o protagonista da história é sempre Jesus. Vir-
tudes todos podem ter, mas poder só Jesus! (Mt
26:64).
Conheceremos agora como esse poder foi mani-
festado por Cristo para que o milagre fosse conce- Não procure maravilhas, mas experimente o
dido: poder do evangelho. Não peça ao Senhor que se
afaste do seu caminho normal, mas rogue-lhe que
2.1.) O médico dos médicos aplique a sua palavra com poder àqueles cujo
bem-estar eterno você tem no coração. Leve seus
Qual é o médico que, sem ver o doente, sem entes queridos ao som do evangelho e rogue ao
examinar; pode dizer categoricamente a qualquer Senhor que cura, para que ele assim envie o
que o chama para socorrer um sofredor: "Eu irei seu poder, e você terá seu desejo realizado.
curá-lo"?
Sabemos que todos os médicos podem dizer,
ao serem chamados para examinar um doente:
"Eu irei tratá-lo", mas só Jesus pode dizer: "eu irei
curá-lo!"
Eis porque sempre afirmamos que Jesus foi o

Vocabulário:
Liberalidade: Donativo feito por indivíduo liberal; generoso;
Protagonista: Personagem principal de uma história;
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Anotações
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Aula dada em:
Dia Mês Ano

A ressurreição do filho de uma viúva

Lucas 7 : 11 - 17

é uma vila muito pobre, esta cidade fica a cerca


de um dia de caminhada da cidade de Cafarnaum.
Pela cronologia Bíblica, este é o segundo mila- Uma mulher israelita do tempo de Jesus, era
gre do mestre Jesus, e o primeiro direcionado a alvo de grande discriminação imposta pela Velha
uma pessoa (visto que o primeiro foi na água - (Jo Lei. Em caso de falecimento do dono da casa, as
2:1-11). Neste segundo milagre, Jesus mostra o mulheres não podiam herdar os bens do seu mari-
que iria se tornar ao consumar o seu propósito na do.
terra, o Senhor sobre a morte. A viúva, se não tivesse pelo menos um filho,
que pudesse herdar as terras de seu pai, deveria
1. Ressurreição: A base da fé Cristã esperar que algum dos seus cunhados a tomasse
como mais uma de suas mulheres em respeito
De todas as religiões do mundo, só o cristianis- pela memória de seu irmão. Só depois dos seus
mo tem uma doutrina madura e completa da res- cunhados a rejeitarem é que ela poderia tentar
surreição (1 Co 15:12-40). Os apóstolos no pri- novo casamento (Dt 25:5-10).
meiro século pregavam esse princípio como a ba-
se da fé cristã. Ao longo dos séculos, esse princí- Assim, a expressão que aparece no texto de
pio bíblico tem feito que o Cristianismo seja único Lucas ―viúva pobre‖ (Lc 21:3), nesse contexto cul-
em todo o mundo. (Mt 22:23-33) tural, leva-nos a imaginar uma viúva que não ti-
vesse filhos, nem cunhados que a recebessem,
A morte sempre está a nossa volta, pois mal as nem quaisquer meios de subsistência. Então ve-
lágrimas secam em uma família e elas já come- mos que ser uma viúva naqueles tempos não era
çam a fluir em outra. Para quem não tem a certe- nada fácil. (1 Tt 5:5).
za da fé direcionada por ensinamentos bíblicos,
sempre encarará a morte como suprema. Porém 3. O encontro das duas multidões
nós que cremos nos escritos sagrados, entende-
mos, mesmo com lágrimas, que a morte só é o Aprendemos que onde há alguém necessitado
nosso último inimigo a ser derrotado antes do en- Jesus sempre aparecerá. E ali estava uma pessoa
contro definitivo com o Senhor na glória. (Ap 21:4; que com certeza necessitava da compaixão do
2 Co 1:9) nosso Senhor.

2. A viuvez nos tempos bíblicos Um dia, o qual Salomão chama de o dia mau
(Ec 12:1) chega na vida da viúva e seu filho adoe-
A cidade de Naim fica no sopé do monte Tabor; ce e morre.
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Lição 6: A viúva de Naim

O cortejo fúnebre sai da cidade no objetivo de todos. Seu nome era, é e sempre será, Jesus
enterrar o menino (pois o cemitério sempre ficava Cristo. (Is 6:9).
do lado de fora da cidade), mas ao sair da cidade (V.13). Ao chegar na presença de Jesus, aquela
uma outra multidão que chegava com Jesus se mulher colocou todas as suas necessidades, toda
depara com o cortejo. Vamos analisar as duas a sua dor, todo o seu sofrimento, ela naquele mo-
multidões: mento representava toda a multidão que a acom-
3.1.) A multidão do povo e dos discípulos - panhava; o filho estava morto, não havia motivo
Sempre que Jesus andava, uma multidão ia com para alegria, mas agora ela estava na presença
Ele, e por muitas vezes Ele os alimentou, os ensi- do Senhor e toda a sua situação poderia ser
nou, os orientou, e esta é multidão dos interessa- transformada.
dos em tirar alguma vantagem da ocasião (Mt (V.14). Quando o Senhor tocou o esquife algo
15:32). E os discípulos, amigos fiéis, São aqueles extraordinário aconteceu, céus e terra foram movi-
que em meio a tempestade não se afastam de dos naquele instante, e um grande milagre acon-
Jesus. (Mt 21:6) teceu, com apenas um toque do Senhor, a morte
3.2.) A multidão do cortejo - Esta multidão era mais uma vez não prevaleceu diante de nosso
a multidão que se compadecia da viúva. Pois sen- Mestre.
do aquela uma pequena cidade, e sendo ela uma
boa mulher, com toda certeza ela era querida pela
vizinhança do local. Então esta multidão era uma
multidão que levava consigo a dor da perda de
uma vida. Hoje ainda Jesus quer se encontrar
com essas pessoas que levam dentro de si a dor
da humilhação, do desprezo, da angústia, da soli- A partir daquele momento deixaram de existir
dão, e por que não dizer da perda, do dano. duas multidões, elas se tornaram uma apenas. A
gratidão pelo Senhor e salvador Jesus as uniu.
3.3.) O contraste das duas multidões - Existe Ali, todos puderam presenciar o poder, a miseri-
um grande contraste entre estas duas multidões; córdia, o amor do Senhor pela vida do homem e
na primeira havia alegria, festa, vida, presença de assim passaram a segui-Lo. Todos entenderam
milagres; na segunda havia tristeza, choro, pranto, que somente na presença do Pai não haverá mais
morte, sofrimento. O que havia de diferente entre tristeza, somente alegria; não haverá mais morte,
as duas multidões era a presença de Jesus, so- somente vida.
mente haverá alegria, festa, vida, presença de mi-
lagres, se Jesus fizer parte da nossa vida, se nós
estivermos caminhando junto com o Mestre (Jo
20:30; Sl 68:3); pois de outra forma, a nossa ca-
minhada será regada de sofrimento, de tristeza,
de choro e de morte.

4. O Milagre

Devido suas próprias preocupações, as multi-


dões quase não se notaram, se não fosse a pre-
sença de uma pessoa que mudaria a opinião de

Vocabulário:
Consumar: Terminar; completar; acabar;
Sopé: Parte inferior de uma encosta; base de uma montanha;
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Anotações
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Aula dada em:
Dia Mês Ano

Jesus acalma uma tempestade no mar da Galiléia

Marcos 4 : 35 - 41

ça súbita, seja um acidente trágico, ou um divórcio


traumático, ou até mesmo a morte de alguém. (Jó
Você já foi surpreendido por uma tempestade 1:13-19).
repentina? Em que situação? Qual foi sua rea- 1.3.) As tempestades da vida não são admi-
ção? nistráveis
Na lição de hoje, vamos ser ministrados por um Os discípulos conheciam o Mar da Galiléia co-
texto bíblico que nos apresenta Jesus e seus dis- mo poucos. Mas o que era tão familiar para eles,
cípulos sendo surpreendidos por uma tempestade tornou-se uma ameaça. Muitas vezes, temos a
repentina. sensação de que os problemas que nos afligem
são como essa tempestade. A situação se agrava,
1. As Tempestades (Provações) da vida perdemos o controle, o barco da nossa vida fica à
deriva, não conseguindo administrar a situação (1
1.1.) As Tempestades da vida são inevitáveis Jo 2:17).
Assim como os fenômenos da natureza aconte- 1.4.) As tempestades da vida são pedagógi-
cem com freqüência, também as tempestades da cas
vida nos atingem, mesmo quando nós não as es- Mesmo quando a tempestade foge do nosso
peramos. controle, ela está sob o controle de Jesus.
A vida não é um parque de diversões, mas a As tempestades da nossa vida não vêm para
travessia de um mar revolto. A vida cristã não é nos destruir, mas para nos ensinar. Elas não a-
um cruzeiro num confortável navio, atravessando contecem à revelia, elas são instrumentos peda-
águas calmas, mas uma viagem cheia de aventu- gógicos para nos fortalecer na fé (1 Pe 3:17,18).
ras, onde não faltam os ventos contrários e as on-
das revoltas (1 Pe 1:5-7). Nessa travessia do mar revolto da vida precisa-
mos ter fé e não medo, sabendo que Jesus é fiel
1.2.) As tempestades da vida são imprevisí- para cumprir suas promessas. A tempestade vem
veis para que vejamos o seu livramento e saibamos
As tempestades chegam de súbito, inesperada- que ele é Deus, digno de ser adorado.
mente. Elas não mandam aviso, não enviam tele-
grama, chegam repentinamente, agitando nossa 2. Verdades sobre o milagre
vida, aumentando as ondas que nos assustam e
nos assolam com muito rigor, seja com uma doen- O texto base da lição inclina a ensinar o

23
Lição 7: A Tempestade

poder da fé, pois até mesmo nas circunstâncias vida, a tempestade se transforma em bonança.
mais adversas, a fé é adequada para conferir-nos Existe um aparelho chamado giroscópio que é
o poder de Deus e trazer a vitória dentro da prova- colocado dentro de navios e aviões, ele consiste
ção. Jesus é capaz de livrar seu povo de qualquer em uma peça metálica que gira em alta rotação e
tempestade (Sl 65:7; 69:11,2; 18:16,17; 42:7). é responsável por manter o equilíbrio do navio ou
2.1.) O fato de enfrentarmos tribulações não do avião, quando estes passam por tempestades.
quer dizer que Jesus não esteja presente em Jesus em nossa vida é semelhante ao giroscó-
nossas vidas. pio: Ele não deixa que a tempestade nos derrube
Muitas vezes somos levados a crer que se esta- afim de que alcancemos a bonança que vem de-
mos em meio a uma tempestade é porque Jesus pois. Mas podemos pensar: Por que Jesus deixa
nos abandonou. A vida cristã é cheia de lutas, te- que passemos por tempestades? Porque através
mos como exemplo os grandes personagens bíbli- das tempestades, nós crescemos em fé, e nos
cos, Daniel foi jogado numa cova de leões (Dn preparamos para enfrentarmos tempestades ain-
6:16), Elias foi perseguido por Jesabel e o profe- da maiores.
tas de Baal (1 Rs 19:1,2), Paulo que sofreu várias Precisamos muito de aprender para ensinarmos
vezes nas quais ele resume em 2 Co 11:23-37. a outros sobre o seu amor e consolarmos os afli-
Quantas vezes por causa de uma ―onda‖ sopra- tos. O mais importante de tudo é que o Senhor
da por uma brisa suave, nós nos sentimos aban- quer que confiemos Nele plenamente, mesmo nas
donados por Jesus! situações mais difíceis. Dessa forma Ele nos dará
É um emprego que você perdeu, um namoro todas as ferramentas e ensinamentos necessários
que se desfez, uma dificuldade financeira, seu para que possamos realizar as suas obras (Sl
carro que pifou ou bateu, e como diz o cantor 115:9; Pv 3:5).
Thalles Roberto: ―Pensamos que o nosso proble-
ma é grande e se esquecemos da grandeza de
Deus!‖
2.2.) Nós temos autoridade no nome de Je-
sus para repreender as investidas do inimigo. Confie no Senhor Jesus, mesmo no meio de tri-
O que nos falta é fé. bulações. Tenha fé e repreenda o inimigo. Não
pense que Jesus está dormindo ou está indiferen-
Sabemos também que satanás tem poder sobre te ao seu problema. Creia no poder de DEUS. A-
a natureza, vemos por exemplo o caso de Jó, on- gradeça a DEUS por elas, de coração, por Ele es-
de satanás mandou uma tempestade sobre a ca- tar te moldando para ser um servo fiel e útil na
sa onde estavam reunidos os filhos de Jó. Mas o sua obra. Peça a DEUS perdão se em algum mo-
que é interessante neste texto, foi que Jesus dei- mento lhe faltou fé. E confie no poder de Deus.
xou claro que não era necessário acordá-lo, tanto
que diz: Onde está a vossa fé? Numa outra feita,
Jesus usou um termo semelhante: ―Ó geração in-
crédula e perversa! Até quando estarei ainda con-
vosco e vós sofrerei? Jesus espera que tenhamos
fé‖ (1 Ts 1:5).
2.3.) Quando Jesus está presente em nossa

Vocabulário:
Bonança: Estado do mar propício à navegação.; calma, sossego, tranqüilidade.
Pedagógicas: Arte de instruir, ensinar ou educar; Estudo teórico ou prático;
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Anotações
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Aula dada em:
Dia Mês Ano

A libertação de um jovem endemoninhado

Mateus 8 : 28-34; Marcos 5 : 1-20; Lucas 8 : 26-39

ao Diabo" (Ef 4:27). As pessoas podem se afun-


dar no pecado até ao ponto de se verem totalmen-
A história de um homem terrivelmente possesso te dominadas pelo mal. Aquele homem passou a
por demônios, na região de Gadara, é descrita andar nu, morava em um cemitério, tornou-se an-
nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Ape- ti-social, violento, inquieto, ansioso, angustiado,
sem afeição natural, chegando a ferir-se com pe-
sar de Mateus nos informar que eram 2 homens,
dras (Lc 8:27; Mc 5:3-5).
vamos focar a perspectiva de Marcos. Vejamos
como Jesus trata da questão da batalha espiritual 1.2.) Possessões
e como devemos agir como seus discípulos.
A possessão demoníaca pode acontecer por
1. Os Gadarenos causa de uma consagração, quando a pessoa é
entregue ao espírito mau, ou em caso de
O nome Gadara provavelmente é derivado do ―desenvolvimento‖ mediúnico, culto a espíritos,
hebraico Gader que significa "barreira" ou invocação de mortos, ―trabalhos‖ espirituais, feiti-
"fronteira". A criação de porcos, era uma atividade ços e magia. Até por brincadeira ou curiosidade,
que injetava lucro na economia local. Na verdade,
há quem se envolva com as forças das trevas.
os habitantes da cidade estavam bem mais ocu-
Quem não tem compromisso com Jesus está ex-
pados em transações financeiras e sacrifícios pa-
gãos do que em agradar a Deus. Eles há séculos posto a esse risco (Lc 11:25). A possessão demo-
vinham sendo dominados e oprimidos por uma níaca pode ser discreta ou evidente. Em suas ma-
sucessão de nações estrangeiras, inclusive as nifestações extremas, o indivíduo realiza coisas
legiões romanas. Entendemos também que eram que não faria em seu estado normal, tais como:
influenciados por demônios de toda espécie; que demonstrar violência e força descomunal, comer
buscavam afastar as pessoas da vida abundante carne humana, beber sangue, mudar o semblante
e impedir o seu progresso em direção a Deus (Mc e a voz, pronunciar adivinhações, etc. Há casos,
5:17). porém, em que os espíritos atormentam sua víti-
ma sem que as pessoas à sua volta notem algo
1.1.) Os endemoninhados de sobrenatural (At 16:17).

O gadareno não nasceu endemoninhado. Era 1.3.) Problemas mentais ou demônios?


uma pessoal normal, com mulher e filhos (Mc 5
:19). Entretanto a Bíblia adverte: "Não deis lugar Muitos negam a existência de demônios e atri-
buem aos problemas mentais quaisquer
26
Lição 8: O endemoninhado Gadareno

manifestações desse tipo. Problemas mentais re- 2.2.) O menosprezo com as coisas espirituais
almente existem e podem ser tratados por especi- Muitas pessoas vieram ver o homem liberto,
alistas, mas também é fato que inúmeras pessoas mas não glorificaram a Deus por sua libertação. A
têm sido libertas dos demônios e das doenças pe- perda financeira (porcos mortos) foi mais sentida
lo nome de Jesus. Se esse nome tem o poder que do que o ganho humano e espiritual. O materialis-
a bíblia lhe atribui, então também é verdade a mo dominava aquela gente (Mc 5:16-17). A pros-
possessão demoníaca que ela também afirma (Mc peridade é nociva quando desrespeita os princí-
16). pios do Reino de Deus, quando anestesia o cora-
ção do homem em relação ao seu semelhante.
2. Batalha espiritual Jesus permitiu todo aquele prejuízo financeiro,
para mostrar onde estava o coração daquele povo
Jesus não era um “caça-fantasmas” espiritual, (Mt 6:21).
os demônios eram sujeitos por sua autoridade,
conforme as pessoas buscavam sua presença
(Mc 1:25; 9:25). No caso do gadareno, os pró- 2.3.) A libertação do gadareno
prios demônios corriam ao seu encontro, com Depois da libertação, o gadareno parecia outro
medo de irem para o abismo antes do tempo (Mc homem. Foi encontrado assentado, vestido e em
5:10). Ele também não fez ―entrevistas‖ com de- perfeito juízo (Mc 5:15). A conversão é o início de
mônios. Em seu único e curto diálogo com o de- uma nova vida, com equilíbrio, sossego, descan-
mônio (Mc 5:9), perguntou seu nome, para de- so, paz, dignidade, ordem e decência. Além de ter
monstrar seu grande poder sobre qualquer nível sido liberto, aquele homem foi salvo (Lc 8:36).
de entidade maligna (eram 6 mil, como o número
de soldados em uma legião romana). Jesus tam- Transformado, “o novo homem” desejou seguir
bém não demonstrou preocupação em nomear a Jesus, por onde Ele fosse, mas o mestre não o
principados, potestades e nem em libertar territó- permitiu; mandado-o voltar para a sua família e
rios, como erroneamente fazem alguns hoje, mas testemunhar ao seu povo as coisas que Deus lhe
preocupou-se em libertar as pessoas (Mc 5:8). fez (Mc 5:19-20). Como missionário em Decápo-
Afinal, se os demônios fossem expulsos daquela lis, seu forte testemunho, certamente impactou
região, iriam atormentar os moradores de outros várias vidas. ―Onde abundou o pecado, supera-
lugares (Mc 5:12-13). bundou a graça de Deus‖ (Rm 5:20).

2.1.) A expulsão dos demônios

Jesus, ao expulsar a legião, permitiu que fos-


sem para os porcos, pois ainda não era o dia do Jesus subiu ao céu, mas encarregou sua igre-
juízo de Deus sobre eles (Mc 5:12). A tradição ja de continuar sua obra de libertação. Ele dis-
judaica acreditava que os porcos e outros animais se: “Em meu nome, expulsarão os demônios”
imundos eram habitação de demônios. Jesus (Mc.16:17). Assim, através de nós, Jesus continu-
mostrou que nem os animais ficam em paz, com a a libertando, não importando a condição atual do
presença de demônios. O resultado, foi catastrófi- homem, o quanto se encontra comprometido ou
co (Mc 5:13). sob o poder de demônios. Jesus pode libertá-lo
agora, creia.

Vocabulário:
Afeição: Afeto; simpatia; sentimento de amor;
Possesso: Possuído por demônio; colônia; domínio;
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Anotações
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Aula dada em:
Dia Mês Ano

A cura de uma mulher com fluxo de sangue

Mateus 9 : 20-22; Marcos 5 : 25-34; Lucas 8 : 43-48

2. Superando obstáculos

O que há de tão importante no milagre da mu- A bíblia não nos deixa ignorantes quanto as pro-
lher do fluxo de sangue que levou três evangelis- vas, tribulações e obstáculos que teríamos nesta
tas a narrarem a história? No que implicava uma vida (Jo 16:33). Doenças, catástrofes e outros
mulher sofrer hemorragia constante? Hoje vamos males podem até sobrevir sobre o povo de Deus,
entender porque alguns a chamavam de ―a sofre- mas é certo que livrando-nos ou não, Deus sem-
dora silenciosa‖ e como Jesus, milagrosamente, pre está com aqueles que nEle confia e espera
curou seu corpo, sua alma e mudou a sua história. (Dn 3:17,18). Não desista!
2.1.) O obstáculo das limitações
1. A sofredora silenciosa
Quais são as limitações que você tem enfrenta-
Em Cafarnaum habitava uma mulher que jazia do para chegar até Jesus e receber dele o mila-
de um mal incomum: hemorragia constante. Este gre? Esta mulher superou a toda multidão, pois
mal a debilitava por 12 anos, enfraquecendo seu focava o seu milagre e sabia quem a poderia cu-
corpo e entristecendo sua alma (Mc 5:25). A pali- rar (Mc 5:27,28)
dez de sua pele, graças a perda constante de
sangue, denunciava a todos, sua falta de saúde. 2.2.) O obstáculo do orgulho
Segundo a lei levítica, sua condição a tornava i- O orgulho tem sido um obstáculo para você re-
munda (Lv 15:25), agravando seu sofrimento, li- ceber de Jesus o milagre? Deus resiste aos so-
mitando suas idas a sinagoga e ao templo em Je-
berbos; dá, porém, graça aos humildes (Tg 4:6).
rusalém para cultuar a Deus (Lv 15:25-33). Tudo
que tocasse se tornava imundo; a cama em que 2.3.) O obstáculo da desesperança
dormia, a cadeira que sentasse, as roupas que
usava, tudo se tornava impróprio para uso de ou- Como está a sua esperança quanto ao milagre
tros. Até mesmo as pessoas que tocasse se tor- que você está precisando receber? Doze anos de
navam imundas (Lv 5:3). espera e muito dinheiro gasto, tentaram tirar a es-
Ela já havia tentado todos os tipos de médicos e perança de cura desta mulher; mas ela percebeu
remédios, sem sucesso algum (Mc 5:26). Sua do- que sua esperança não deveria estar firmada nos
ença a exilava, e a queria transformar em alguém homens e nem nos próprios recursos, e sim em
solitário e sem perspectivas. Mas ela não desistiu! Jesus (Mc 5:28; Hb 10:35).

29
Lição 9: A mulher do fluxo de sangue

2.4.) O obstáculo dos fracassos teza e convicção. O escritor aos Hebreus diz que
ela é: ―A certeza das coisas que se esperam, a
Você tem permitido que os fracassos te desa- convicção de fatos que não se vêem‖ (Hb 11). En-
nimem na busca pelos milagres que precisa? Os tretanto, para que venhamos ter vida plena em
diagnósticos médicos falharam (Mc 5:26), mas a Cristo, somente a fé não é suficiente, também te-
mulher não desistiu. Foi ao consultório do Dr. Je- mos que demonstrar confiança nEle (Hb 11.6). A
sus e recebeu Dele a virtude que mudou sua vida confiança em Deus é parceira da fé, na obtenção
(Mc 5:34). do milagre.
4.1.) Fé
2.5.) O obstáculo das más-notícias
Por causa da fidelidade de Cristo, que honra
Na busca pelo milagre, como você reage às aqueles que nEle confiam, a mulher foi salva, re-
más-notícias? Mesmo sendo desenganada pelos cebida por filha, curada do fluxo de sangue e des-
médicos (Lc 8:43), a mulher enferma, creu que pedida em paz. Sua fé surgiu quando ouviu falar
Jesus eram quem deveria dar a palavra final so- de Jesus (Mc 5:27). Vejamos quão grande é a
importância de anunciar as boas novas do Reino
bre sua doença (Lc 8:47,48).
para toda e qualquer criatura, pois a fé vem por
ouvir a palavra de Cristo (Rm 10:17).
2.6.) O obstáculo da incredulidade

Como está o seu coração quanto ao milagre que


4.2.) Confiança
está buscando? Está incrédulo diante da realidade
dos fatos? Ou crendo apesar das circunstâncias? A confiança não surge do sofrimento, ou das
mazelas diárias, antes tem origem na palavra da
A realidade foi dura com aquela mulher: Sua he-
verdade. Ele decidiu confiar a partir do momento
morragia não vai parar! Mesmo sendo considera- que ouviu acerca de Cristo (Mc 5:27). Quando ela
da imunda e não podendo tocar em ninguém, creu ouviu acerca dEle, refletiu e foi tomada da confi-
no seu coração e buscou a Jesus. Ela ousada- ança que superou todos os medos (Mc 5:33). Sua
mente queria tocar em Jesus, ainda que fosse nas atitude ousada de querer tocar em Cristo (Mc
vestes, para não comprometer o mestre. Jesus 5:28), mesmo com todas as limitações que lhe
porém, honrou sua fé, perante todos (Mc 5:34). eram impostas, demonstrou sua confiança no po-
der de Deus, manifesto em Jesus. Fé + Confiança
= Atitude. A fé sem atitudes, é morta (Tg 2:17).
3. Tocar ou não?

A cura vem através de objetos ou pela virtude


de Jesus? Não é o tecido e sim Jesus que cura os
A fé da mulher enferma, em Jesus, moveu as
doentes; não é o manto, mas Jesus que sara montanhas da solidão, da agonia, da preocupação
completamente o doente (Lc 8:46,48). Há uma e da pobreza. Pela confiança nEle, ela triunfou
diferença entre roupa e confiança, tecido e fé. sobre todos os obstáculos que estavam contra
ela. Se ela conseguiu, pela fé, nós também conse-
4. Fé e Confiança guiremos; em nome de Jesus!

A fé é definida pelo dicionário Aurélio como cer-

Vocabulário:
Hemorragia: Sangramento; perda de sangue do sistema circulatório;
Imunda: Impura; suja;
30
Anotações
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Aula dada em:
Dia Mês Ano

As 2 multiplicações de Pães e Peixes

Marcos 6 : 30 - 40; 8 : 1 - 10

ensinava com uma autoridade jamais vista num


homem (Mt 7:29);
Os 4 evangelhos registram Jesus alimentando, b) Outros, que vinham somente em busca de
milagrosamente, multidões por 2 vezes: cinco mil cura, de milagres, manifestações;
e quatro mil homens (fora mulheres e crianças).
Nestes 2 grandes eventos, podemos ver um Deus c) Outros movidos por curiosidade;
que se preocupa com o homem em todas as á- d) E outros, como disse o próprio Jesus: "Vós
reas de sua vida: espiritual e física. Nesta lição me procurais, não porque vistes sinais, mas por-
vamos analisar as 2 multiplicações, principalmen- que comestes dos pães e vos fartastes" (Jo 6:26);
te pelo prisma de Marcos, o primeiro evangelho a
ser escrito. 1.2.) Necessidades físicas
Para quem busca em primeiro lugar o Reino de
1. Necessidades humanas
Deus e a sua justiça, o próprio SENHOR se en-
Deus ama e se preocupa com o homem; deseja carrega de acrescentar as demais coisas neces-
alimentar o espírito, como também está conscien- sárias (necessidades básicas), com diz Mt 6:25-
te da realidade e necessidades humanas. O cris- 33. Isto não nos isenta de sermos uma benção na
tão, assim como fez Jesus, deve demonstrar com- vida dos necessitados (Rm 15:26) e também não
paixão, mas também ação para com os necessita- significa que Deus premia aquele que deixa de
dos (Mt 9:35-36). Deus quer fazer maravilhas en- buscar o sustento cotidiano com a desculpa de
tre nós (Dn 6:27). segui-lo de dia e de noite (2Ts 3:10). Como no
milagre da multiplicação, Jesus sabe identificar
1.1.) Necessidades espirituais muito bem quando e onde é necessária a sua in-
Jesus compadeceu-se das multidões. Para o tervenção sobrenatural (Mc 8:1-3).
Senhor, aquelas pessoas eram como ovelhas que
2. O milagre
não tinham pastor. Mesmo cansado (Mc 6:31),
demonstrou sua compaixão, agindo em favor de- Nenhum comentarista até hoje sabe ao certo
les: ensinando-os a palavra de Deus e curando como ocorreu exatamente a multiplicação. O que
seus enfermos (Mt 14:14). Como nos dias de ho- podemos observar é que quanto mais os discípu-
je, a multidão é composta por 4 tipos de pessoas: los compartilhavam do pão e do peixe, mais pes-
soas comiam e se fartavam (Mc 6:41-42).
a) Os que admiravam seus ensinos, porque Ele
32
Lição 10: As 2 multiplicações de Pães e Peixes

2.1.) O que temos nas mãos 5. O princípio da organização

Como os doadores dos poucos pães (5 na pri- Antes de realizar as 2 multiplicações, Jesus or-
meira e 7 na segunda multiplicação) e peixes, de- ganizou as multidões (Mc 6:39-40 e Mc 8:6), mos-
vemos entregar a Jesus o que temos e o que so- trando que Deus não se agrada em operar na de-
mos; certos que seremos usados para Sua glória sordem e na bagunça (1Co 14:33); Deus é orga-
e benção de outros. Quando não nos omitimos; nizado, coerente;
quando apresentamos nossos alimentos, roupa,
brinquedos, orações, em favor daqueles que ain- “Quando o humano se organiza, o divino se
da não conhecem Jesus como seu salvador, e manifesta” – Pr. Jean Coutinho
dons à Deus, Ele pode transformar algo pequeno
5.1.) Organização financeira
em grande; e assim muitos serem saciados.
Após saciar a fome da multidão, os apóstolos
recolheram os cestos (12 na primeira e 7 na se-
3. O propósito do milagre gunda multiplicação) com as sobras. Temos aí
uma lição importante de economia: Não desperdi-
Mesmo após alimentados, a multidão voltaria a ce no dia da fartura. Muitos crentes são desorga-
ter fome, por isso o milagre objetivava mostrar al- nizados, não sabem usar os recursos que estão
go maior que a própria multiplicação. Como disse em suas mãos e acabam por desperdiçar as ben-
Jesus: "Eu sou o pão vivo que desce dos céus, ção recebidas do Senhor. Outros sofrem em perí-
quem come desse pão jamais terá fome" (Jo odo de escassez, porque não aprenderam a pou-
6:50). Todo aquele que continuamente se alimen- par em tempos de fartura. Devemos aprender com
ta das palavras de Jesus (o pão) e se aparta do José que acumulou recursos durante os 7 anos de
mal, tem a vida eterna com Ele (Jo 6:54). fartura do Egito, para ter provisões durante os 7
anos de miséria que viriam (Gn 41:29-36). Por
fim, temos o grupo dos que nem chegam a rece-
4. O princípio da gratidão ber a benção, pois com ensina o apóstolo Tiago:
"Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para es-
Jesus agradeceu pelos pães e peixes, antes do banjardes em vossos prazeres" (Tg 4:3).
milagre acontecer (Mc 6:41 e 8:6-7). Diante das
ausências, carências e necessidades, muitas ve-
zes murmuramos, reclamando por causa das coi-
sas que nos faltam. Ser grato a Deus, no meio de
uma geração consumista e insaciável é um desa- . Seja qual for a sua necessidade: pão, recursos
fio ao cristão. Mas a gratidão, mesmo na escas- financeiros, equilíbrio emocional ou espiritual,
sez, demonstra fé. A gratidão é o reconhecimento Cristo pode saciar todas elas. "Ele veio para dar
que toda boa dádiva vem de Deus (Tg 1:17). Ela vida e vida com abundância" (Jo 10:10); apenas
deve fazer parte de nossas orações a Deus (Cl busque-O por quem Ele é não pelo que pode dar.
4:2 e 1 Tm 2:1) e para orarmos precisamos de fé Siga o exemplo do apóstolo Paulo que passou por
(Tg 1:6). Portanto, agradecer a Deus é uma mani- várias dificuldades, mas em Cristo superou todas
festação de fé. elas, sendo mais do que vencedor (Fp 4:12-13).

Vocabulário:
Compadecer: Ter compaixão de; participar dos sofrimentos alheios; condoer-se.
Prisma: Modo de ver ou considerar as coisas; ponto de vista.
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Anotações
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Aula dada em:
Dia Mês Ano

A Cura da Filha de uma Mulher Cananéia

Mateus 15 : 21-28; Marcos 7 : 24-30

de alguma forma já havia recebido as boas novas


e crido com a mente e coração. Contudo, mesmo
Vivemos em um tempo que tudo parece nos a- próxima, três fortes barreiras a afastavam daquele
tingir. Por qualquer motivo, sentimo-nos agredi- que poderia conceder-lhe o milagre da libertação:
dos. Até os pequenos problemas tem deixado al-
a) Ela era gentia e não judia;
guns desanimados, tristes, sem vontade de conti-
nuar. Se recebêssemos uma resposta como a que b) Era mulher, portanto não poderia falar
a mulher cananéia recebeu, qual seria o nosso publicamente com homens, senão parentes;
comportamento?
c) Estava vivendo em uma cultura pagã
que adorava deuses pagãos;
1. A esperança dos gentios
Superando os obstáculos e rompendo todas as
. Em uma de suas visitas à terras estrangeira, barreiras culturais, a mãe aflita clama em alta voz
Jesus vai à região de Tiro e Sidom, ao norte da pelo socorro do messias, chegando ao ponto de
Galiléia (Mt 15:21), atual Líbano. Uma terra onde perturbar os discípulos do mestre (Mt 15:23), que
grande parte das pessoas eram pagãs. Cultural- por sua vez, estavam desatentos ao verdadeiro
mente, os judeus, como forma de rejeitar um gen- propósito de seu Senhor, mas ligados à tradições
tio daquela região, chamava-o de cananeu, pois e questões meramente culturais e humanas.
os primeiros fenícios, habitantes originais desta
terra, se identificavam por este nome. Com esta 1.2.) Qualidades de um adorador
visita, a bíblia novamente nos mostra que mesmo
Muitos, ainda não cultivam as qualidades, im-
em lugares improváveis, Jesus faz sinais sobrena-
prescindíveis, apresentadas pela mulher cananéi-
turais; basta esperar e confiar nEle (Jo 1:11).
a, por isso não conseguem adorar plenamente ao
1.1.) A Cananéia Senhor Jesus e entender o seu aparente silêncio.
Esta mulher possuía qualidades dignas de admi-
Ela era uma mãe que não desistiu de sua filha ração. Certamente, como cristãos, precisamos
horrivelmente endemoninhada (Mt 15:22). Ao es- cultivar tais qualidades para que venhamos cada
cutar que Jesus estava na cidade, não hesitou em vez mais crer, confiar e receber as promessas de
procurar àquele que tudo pode resolver. Por suas Jesus. Vejamos as qualidades que marcaram a vida
atitudes de adoração (Mt 15:22), vemos que ela daquela mulher.
35
Lição 11: A Cura da Filha da Mulher Cananéia

―Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos


2. Fé genuína cachorrinhos (Mt. 15:26). Jesus, diz não ao seu
pedido e é enfático em dizer que o pão (messias)
A carta aos Hebreus nos ensina que aqueles é para os judeus (filhos); mas a mulher, com muita
que querem se aproximar de Deus, devem crer sabedoria e fé, responde que até as migalhas ser-
que ele existe e que é galardoador dos que O vem para os cachorrinhos (estrangeiros). O termo
buscam (Hb 11.6). Ao utilizar, dois títulos da tradi- grego usado aqui é kunarion que significa cachor-
ção judaica: ―Senhor‖ e ―Filho de Davi‖, a mulher rinhos de estimação; diferente do termo kuôn
cananéia demonstra ver em Jesus o que outros (cães) usados pelos judeus para insultar os genti-
sem fé não vêem; para ela, Ele não era um sim-
os. Antes, ao invés de tomar a resposta de Jesus
ples profeta, mas o Messias prometido. O próprio como ofensa, ela entendeu a vontade divina e
Jesus reconhece nela a existência de uma fé ge- com humildade e fé se propôs a receber o que
nuína (Mt 15:28). Deus proporcionava para ela naquele momento,
pois cria ser o melhor para sua vida (Jo 3:27). Di-
3. Perseverança para vencer obstáculos ante de tal atitude, Jesus louva a sua fé e cura
sua filha (Mt 15:28).
Outro ponto importante, senão o de maior desta-
que, é a incrível capacidade desta mulher em per- 4. Humildade
severar. A aparente indiferença e negação ao seu
pedido, foram meios de Jesus prová-la, antes que Através de seus atos podemos notar sinais de
pudesse enfim realizar o seu milagre. humildade; ela não veio fazer seu pedido com um
3.1.) Perseverar sobre o silêncio espírito altivo, mas "lançou-se a Seus pés" (Mc
7:25). Foi, pois, pela fé manifesta através dos
Pela fé, ela superou o “inexplicável” silêncio de
gestos humildes desta mulher que o Senhor aten-
Jesus e a incompreensão dos discípulos, queren-
deu seu clamor. Devemos ser perseverantes em
do despedi-la sem seu milagre (Mt 15:23).
buscar o Senhor sempre; com confiança, humilda-
3.2.) Perseverar sobre as frustrações de e ousadia, pois somente assim transformare-
Pela fé, ela superou a frustração, ao escutar o mos — preocupações em paz e tristezas em ale-
Mestre dizer que os filhos de Israel eram sua prio- gria. O Senhor atenta para os humildes (Sl 138:6).
ridade (Mt 15:24). Mesmo assim, como adorado-
ra, recorreu à misericórdia do Senhor: ―socorre-
me‖ (Mt 15:25). Com um coração quebrantado
buscou a Deus, assim como o salmista (Sl 51:17).
Devemos reconhecer que sem Deus não somos Assim como Jesus provou a fé daquela mulher,
nada, e que necessitamos Dele para vivermos u- Ele prova a nossa fé hoje. É por isso que, em al-
ma vida abundante e vitoriosa. guns momentos, temos a sensação de que Ele
3.3.) Perseverar sobre a indiferença não está nos ouvindo, de que está indiferente às
nossas orações. É por isso que, às vezes, ele de-
Pela fé, ela preferiu comer das “migalhas que
mora a responder, ou, até mesmo, responde não,
caem da mesa dos filhos‖ (Mt 15:27), mesmo a-
a princípio. Ele quer provar a consistência e a per-
pós a ―explícita‖ indiferença aos estrangeiros:
sistência de nossa fé nEle.

Vocabulário:
Gentios: Que segue o paganismo; que não é civilizado; não judeu;
Imprescindíveis: Necessário; indispensável;
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Anotações
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37
Aula dada em:
Dia Mês Ano

A ressurreição de Lázaro

João 11 : 1 - 40

1.2.) Deus se importa conosco

O fato de Jesus ter demorado a agir em favor de


Este é o último grande milagre público realizado
Lázaro, não significou que ele não se importava,
por Jesus e foi realizado na semana em que foi
mas, que tinha planos diferentes dos da família de
preso e morto em Jerusalém. Observando a vida
Lázaro. Jesus de maneira alguma foi irresponsá-
de Lázaro, podemos verificar que crises aconte-
vel, nem desprezou a gravidade da enfermidade
cem, até com àqueles que são amigos de Jesus.
ou a dor de Lázaro e de seus familiares. A ques-
tão era que havia um propósito divino naquela o-
1. O silêncio de Deus casião; o tempo que Deus parece demorar a agir
não significa descaso de Sua parte ou outras prio-
ridades. Há um propósito divino em nossa vida!
Lázaro, amigo intimo de Jesus, se encontrava
(Jr 29:11).
gravemente enfermo e suas irmãs enviaram men-
sageiros para chamar aquele que poderia sarar 1.3.) Transformando mal em bem
sua chaga (v.3). Paradoxalmente, mesmo saben-
do da condição de seu amigo, Jesus decide não ir Desde quando o pecado entrou no mundo, en-
ao seu encontro imediatamente, mas esperar por fermidades e problemas são motivos de tristeza
2 dias, declarando aos seus discípulos que a con- e, alguma vezes, desespero; além disso, aparen-
dição de Lázaro glorificaria a Deus (v. 4). Contrari- temente, não tem outro propósito senão o sofri-
ando toda a esperança, o amigo de Jesus morre e mento humano; entretanto Deus pode ter pro-
é sepultado (v. 14). Como explicar este quadro, pósitos específicos e bons mesmo nestas situa-
aparentemente, tão terrível? ções. Jesus disse: ―Essa doença não acabará em
morte; é para a glória de Deus, para que o Filho
1.1.) Deus sempre tem um propósito (Rm de Deus seja glorificado por meio dela‖ (v.4; 14-
8:28) 15).

Através da experiência de Lázaro e sua família,


2. O tempo de Deus
aprendemos lições preciosas sobre o silêncio de
Deus: uma delas é que a nossa vida é um projeto
de Deus e seus atos visam a Sua glória e o nosso . Deus realiza suas obras de acordo com os seus
bem (v. 4). propósitos e no tempo por ele determinado. Preci-
samos aprender a discernir a presença de
38
Lição 12: A ressurreição de Lázaro

mais estranho que possa parecer, era propósito 3.2.) Tirem a pedra (v. 39)
de Deus que Lázaro morresse. Infelizmente o ho-
mem natural não consegue discernir os pensa- A soberania de Deus não anula a responsabili-
mentos e propósito de Deus, como diz o profeta dade humana. O milagre, o impossível, fica nas
Isaías: ―Pois os meus pensamentos não são os mãos de Deus, entretanto nós devemos fazer a-
vossos pensamentos, nem os seus caminhos são quilo que está ao nosso alcance. Alguns não que-
os meus caminhos‘, declara o Senhor. ‗Assim co- rem se dar ao trabalho de mexer com algumas
mo os céus são mais altos do que a terra, também coisas do passado porque ―cheiram mal‖ ou estão
os meus caminhos são mais altos do que os seus desacreditadas. Lembre-se que não há nada tão
caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do perdido para Deus que Ele não possa achar ou
que os seus pensamentos‖, v 55:8-9. Se insistir- transformar. Creia no Milagre de Deus (v. 40).
mos em alinhar Deus com os nossos propósitos e
3.3.) O milagre (v. 43-44)
desejos ao invés de nos encaixarmos no tempo e
vontade dEle, só nos restará manifestar uma fé Surpreendendo a muitos, Jesus faz somente
―frustrada‖, com fizeram Marta e Maria na presen- uma simples oração de agradecimento e adora-
ça do Cristo que aparentemente ―chegou atrasa- ção a Deus, pois sabe que sempre é ouvido por
do‖: ―Senhor, se estivesses aqui meu irmão não Ele. Logo após, a palavra é liberada: Vem para
teria morrido‖, v. 21 e 32. fora! E o que estava morto, ressuscita. Aleluia!

3.4.) O propósito do milagre


3. Deus sempre tem a palavra final
Mesmo depois de ressurreto, Lázaro voltaria a
. Quando o mensageiro volta à Betânia com a morrer, por isso o milagre objetivava algo maior
palavra de esperança de Jesus: ―esta enfermida- que a própria ressurreição, Jesus queria que as
de não é para morte...‖ (v.4), Lázaro já tinha sido pessoas entendessem que Ele sim é a ressurrei-
sepultado. Que duro golpe na fé destas 2 servas ção e a vida, e quem nEle crer, não morrerá eter-
do Senhor. As irmãs tinham agora a difícil decisão namente (v. 25-26)
de escolher entre: a fé em Jesus ou naquilo que
os olhos podem ver. Este também foi o desafio de
Abraão (Rm 4:18).

3.1.) Os incrédulos
Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para
“Ele, que abriu os olhos do cego, não poderia ter sempre (Hb 13:8). Não há problema ou situação
impedido que este homem morresse?‖ (v.37). que Ele não possa resolver ou transformar! A pa-
Sempre haverá aqueles que, por não entenderem, lavra final sempre pertence a Ele. Lembre-se do
questionam e desafiam o propósito de Deus. Não que Ele disse a Marta: ―Eu sou a ressurreição
se deixe levar por estas pessoas ressentidas e e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que mor-
frustradas. ra, viverá; e quem crê em mim não morrerá eter-
namente. Você crê nisso?‖ (v.25-26).
“O amor de Deus por nós, não nos torna imu-
nes ao sofrimento” - Hernandes Dias Lopes

Vocabulário:
Frustrada: Não suceder o que se esperava; malograr-se, falhar.
Paradoxalmente: Opinião contrária à comum; contra-senso, contradição.
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Anotações
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