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Medidas Preventivas de Seg Trabalho em Alturas

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FACULDADE FASIPE CUIABÁ

GEOVANY ALVES NERY

MEDIDAS PREVENTIVAS DE SEGURANÇA: NO TRABALHO


EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

CUIABÁ – MT
2022
FACULDADE FASIPE CUIABÁ

GEOVANY ALVES NERY

MEDIDAS PREVENTIVAS DE SEGURANÇA: NO TRABALHO


EM ALTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso


de Engenharia Civil FACULDADE FASIPE CUIABÁ
como parte dos requisitos necessários para obtenção do
Título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Bruno Rodrigues dos Santos

CUIABÁ – MT
2022
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar [...]

Composição: Lucio Barbosa Dos Santos


4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos àqueles que diretamente ou indiretamente,


colaboraram na participação da elaboração deste trabalho, assim sendo
expressamos aqui os nossos sinceros agradecimentos:
Agradecer a Deus pelo dom da vida, pela saúde, pela paz, pela força a
nós concedida.
Agradecemos a nossa família pelos incentivos, apoio, amor, carinho e
presença constante em nossa caminhada.
Agradecemos ao nosso orientador por doar seu tempo, seus
conhecimentos, orientações recebidas e pelo profissionalismo e respeito com
que nos tratou, contribuiu em muito para chegarmos até aqui.
Agradecemos à FACULDADE FASIPE Cuiabá por nos acolher como
acadêmicos. A todos os professores do curso de Engenharia Civil que nos
repassaram suas experiências na área e conhecimento profissional.
NERY, Alves Geovany. Medidas Preventivas De Segurança: No Trabalho em
Altura na Construção Civil. 2022. 69p. Trabalho de Conclusão. Bacharel em
Engenharia Civil – Faculdade FASIPE, Cuiabá, 2022.

RESUMO

Os avanços tecnológicos incorporados aos novos empreendimentos imobiliários


e ao sistema como um todo nas últimas décadas aumentaram expressivamente
os níveis de complexidades e interdependências de cada elemento presente nos
espaços construídos. O objetivo deste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
é tratar da importância das medidas preventivas de segurança nos trabalhos em
alturas, segundo nas normas de segurança do trabalho, definida pela NR-35
como a atividade exercida com diferença de nível maior que 2,00 metros. Na
construção civil os trabalhos são realizados em diferença de nível ou em altura,
dessa forma é grande o risco de acidentes por queda de pessoas ou matérias.
O canteiro de obras é um ambiente de trabalho que apresenta riscos que variam
conforme a execução e etapa da obra, trata-se de um setor da economia como
um dos maiores números de ocorrência de acidentes de trabalho. A queda de
altura na construção civil caracteriza-se como um problema grave de saúde
pública. Os acidentes de trabalho ocasionados por queda em altura relacionam-
se a falta da utilização de equipamentos de proteção individual (EPI’s) e
equipamento de proteção coletivos (EPC’s), falta de capacitação e treinamentos
dos trabalhadores para a realização das tarefas. Para a realização desse
relatório de pesquisa bibliográfica buscou-se embasamento na literatura
acadêmica, com consulta a livros, monografias e em artigos científicos
relacionados a essa temática e selecionados através de busca em bases de
dados confiáveis e ao final foram referenciados na bibliografia

Palavras-chave: Trabalhos em altura. Construção Civil. Acidentes de trabalho.


6

NERY, Alves Geovany. Preventive Safety Measures: Working at Heights in Civil


Construction. 2022. 69p. Completion Work. Bachelor of Civil Engineering –
FASIPE Faculty, Cuiabá, 2022.

ABSTRACT

Technological advances incorporated into new real estate developments and the
system as a whole in recent decades have significantly increased the levels of
complexity and interdependence of each element present in built spaces. The
objective of this Course Completion Work (TCC) is to address the importance of
preventive safety measures in working at heights, according to the work safety
standards, defined by NR-35 as the activity carried out with a difference of level
greater than 2, 00 meters. In civil construction, works are carried out at different
levels or heights, so there is a great risk of accidents due to falling people or
materials. The construction site is a work environment that presents risks that
vary according to the execution and stage of the work, it is a sector of the
economy with one of the highest numbers of occurrences of work accidents.
Falling from heights in civil construction is characterized as a serious public health
problem. Work accidents caused by falls from a height are related to the lack of
use of personal protective equipment (PPE) and collective protective equipment
(EPC's), lack of qualification and training of workers to perform the tasks. In order
to carry out this bibliographic research report, a basement was sought in the
academic literature, with consultation of books, monographs and scientific
articles related to this theme and selected through a search in reliable databases
and at the end they were referenced in the bibliography.

Keywords: Work at height. Construction. Work accidents.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1. SPC – Contra quedas em altura.................................................. 45


Figura 2. Sistema de barreira com rede (GcR)........................................... 46
Figura 3. Cercado de proteção por GcR e cancela..................................... 47
Figura 4. Cercado de proteção removível................................................... 47
Figura 5. Sistema de proteção por GcR de madeira................................... 48
Figura 6. Sistema de proteção por painel inteiriço...................................... 48
Figura 7. Sistema de proteção por tela metálica......................................... 48
Figura 8. Proteção por soalho de madeira, fixado em peças metálicas...... 49
Figura 9. Proteção por meio de soalho de madeira, fixado em peças de
madeira....................................................................................................... 49
Figura 10. Plataformas e tela...................................................................... 50
Figura 11. Plataforma de Proteção............................................................. 52
Figura 12. Plataformas de proteção de edifício com pavimentos em
subsolo........................................................................................................ 52
Figura 13. Detalhe do Projeto de Plataforma Secundária........................... 53
Figura 14. Imagem das Plataformas de Segurança.................................... 54
Figura 15. Montagem das estruturas de aço.................................................. 56
Figura 16. Montagem das Estruturas de Aço na Parte Superior .................... 57
Figura 17. Montagem das Estruturas de Aço na Parte Superior................... 57
Figura 18. Soldagem de Aço ......................................................................... 58
Figura 19. Estaladas Placas na Lateral da Estrutura de Aço ........................59
Figura 20. Estaladas Placas na Lateral da Estrutura de Aço ........................59
LISTA DE TABELA

Tabela 1. Referente a mortalidade de acordo com CNAE....................... 24


Tabela 2. Referente a Tabela dos dias de Acompanhamento em Obra... 55
LISTA DE SIGLAS

AT – Acidente de trabalho
AEAT – Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho
AEPS – Anuário Estatístico de Previdência Social
CA – Certificado de aprovação
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidente
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas
ICC – Indústria da Construção Civil
INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
NR – Norma Regulamentadora
OHSAS - Occupational Health and Safety Assessment Series
PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção (A Norma NR – 18 substituí PCMAT por PGR Programa de
Gerenciamento de Riscos)
PDCA - Plan (Planejar), Do (Fazer), Check (Checar) e Action (Agir novamente,
corrigir)
RTPs – Recomendações Técnicas de Procedimentos
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina
SGSST – Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho
SGSSO – Sistema de Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional
SST – Saúde e Segurança do Trabalho
SINMETRO – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 14
2.1 Segurança do trabalho ............................................................................... 14
2.1.1 Higiene Ocupacional ............................................................................... 22
2.2 Saúde e segurança do trabalhador na construção civil .............................. 23
2.3 Acidente de trabalho ................................................................................ 26
2.3.1 Definição ................................................................................................. 26
2.3.2 Causas para ocorrência de acidentes de trabalho .................................. 28
2.3.3 Prevenção de Acidentes.......................................................................... 29
2.3.4 Consequências dos acidentes de trabalho .............................................. 30
2.4 Dados estatísticos sobre acidentes de trabalho ......................................... 31
2.5 Normas regulamentadoras ......................................................................... 33
2.5.1 Principais normas de segurança do trabalho........................................... 33
2.6 NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual ............................................ 34
2.6.1 Equipamentos de Proteção Individual ..................................................... 37
2.6.2 EPI para proteção da cabeça .................................................................. 37
2.6.3 EPI para proteção contra quedas com diferença de nível ....................... 37
2.7 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
Civil .................................................................................................................. 38
2.7.1 Aberturas em Pisos ................................................................................. 39
2.7.2 Proteção na periferia da edificação ......................................................... 39
2.7.3 Andaimes ................................................................................................ 40
2.8 NR 35 – Trabalho em altura ....................................................................... 43
2.10 Sistema de gestão da segurança e da saúde do trabalho Norma OHSAS
18001 ............................................................................................................... 47
2.11 Recomendação Técnica de Procedimentos (18.35) ................................. 50
2.12 Dispositivos de proteção coletiva de plano vertical .................................. 51
2.12.1 Sistema de Guarda-corpo-Rodapé (GcR) ............................................. 51
2.12.2 Sistema de Barreira com Rede.............................................................. 53
2.12.3 Proteção de aberturas no piso por cercados, barreiras com cancelas ou
similares ........................................................................................................... 53
2.13 Dispositivos Protetores de Plano Horizontal ............................................. 55
11

2.14 Dispositivos de Proteção para Limitação de Quedas ............................... 56


CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 61
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 63
12

INTRODUÇÃO

Os avanços tecnológicos incorporados aos novos empreendimentos


imobiliários e ao sistema como um todo nas últimas décadas aumentaram
expressivamente os níveis de complexidades e interdependências de cada elemento
presente nos espaços construídos. Parâmetros que medem qualidade e
desempenhos passaram a integrar o mundo de exigência imposta à edificação,
impondo aos mesmos, níveis cada vez mais altos de confiabilidade e flexibilidade.
Desta forma, projeto bem gerenciado, independente do ramo de atuação
organizacional contribui para uma execução isenta de prejuízos e segura. Na
construção civil essa filosofia não é diferente, sobretudo se considerar que num
empreendimento imobiliário, administra-se um montante considerável de recursos, ou
seja, o orçamento gerido em uma obra é naturalmente um dos maiores de que
qualquer outro negócio, além de envolver outros aspectos como mão de obra,
impactos econômicos e ambientais (MIARA & SCHEER, 2020).
Um dos termômetros que medem os índices de crescimento de um país é a
indústria da construção civil. Este setor representa para a economia nacional uma
parcela extraordinária de todas as riquezas produzidas no país. E sabe-se que o
produto interno bruto estando em alta é sinal de empregabilidade, renda e
prosperidade (LIMA E MELO, 2021).
Vários aspectos relacionados a um eficiente gerenciamento de projetos em
empreendimentos construtivos justificam este trabalho, embora não seja intenção do
autor esgotar as discussões sobre esse tema, obras de construção civil são realidades
presentes em qualquer lugar, desta forma, abordar esse tema é sempre oportuno, pois
visa, dentre outras finalidades a de disponibilizar às empresas, profissionais do ramo
de construção e pesquisadores sobre formas gerencias no ramo da construção civil.
Em qualquer ação tomada na atividade humana é imprescindível que se aplique
conhecimentos sólidos e seguros, a fim de que se possa ter uma gestão de despesas
e pessoal de forma eficaz. Em relação à construção civil, quais são os aspectos
relevantes a serem observados numa boa gestão pra se evitar acidentes desse setor?
Entre os objetivos desse estudo procurou-se no objetivo geral: compreender as
vantagens das medidas de segurança previstas para construções em verticais. Por
sua vez, nos objetivos específicos como maneira de explicar o objetivo geral,
descrever a importância da construção civil para o desenvolvimento social brasileiro;
13

demonstrar a importância do gerenciamento de riscos de acidades de trabalho na


indústria da construção civil e; conceituar a importância dos EPI’s na indústria da
construção civil
Para a realização desse relatório de pesquisa bibliográfica buscou-se
embasamento na literatura acadêmica, com consulta a livros, monografias e em
artigos científicos relacionados a essa temática e selecionados através de busca em
bases de dados confiáveis e ao final foram referenciados na bibliografia. Foi utilizada
para buscas de artigos científicos as ferramentas de buscas do Google Acadêmico. A
fim de uma busca por informações mais recentes, foram priorizadas as publicações
mais atualizadas dos últimos 30 anos contudo, sabe-se que existem informações
consideradas relevantes para o corpo do trabalho que foram publicadas fora desse
período de prioridade e que farão parte do mesmo.
14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO

A construção civil sem dúvidas está entre os setores que mais geram mão de
obra no país, empregando funcionários de várias especialidades. Dentre essas frentes
de trabalhos grande parte delas possuem áreas que oferecem risco a saúde, seja por
meios de acidente, ou áreas insalubres, por isso faz-se necessário o uso de
Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s).
Desde os primórdios o homem está sujeito a riscos para sua segurança e
integridade física, sempre foi um desafio garantir o seu bem estar, mesmo com a
evolução e suas tecnologias ainda é algo do qual não se pode ter total controle sobre
todo tipo de acidente (ANDRADE; BASTOS, 2009).
O mesmo acontece quando se trata de ambiente de trabalho e a preocupação
com a saúde do trabalhador data-se desde a Antiguidade, é possível observar em
algumas bibliografias que os primeiros relatos de preocupação e criação de normas
que visam proteger contra acidentes e doenças decorrentes do trabalho surgem desde
a Grécia Antiga, Hipócrates (considerado o pai da medicina) já fazia menção sobre
mineiros que sofriam exposição excessiva a elementos como o chumbo (ROSSO,
2008).
Assim como a sociedade, as relações de trabalhos, e a preocupação com a
saúde dos trabalhadores vem evoluindo ao longo dos anos, evolução na qual de mera
preocupação passou a ser regulamentada e normatizada. Juntamente com revolução
industrial período no qual se teve grandes transformações, sejam elas tecnológicas,
sociais ou econômicas, teve-se um grande aumento de mortes ou doenças por conta
de situações precárias na qual os trabalhadores eram submetidos, em virtude de tal
situação foi onde/período que se teve mais ênfase em desenvolver normas que
garantisse a saúde do trabalhador (COUTO, 2008).
Tais normas tem por objetivo garantir que o ambiente de trabalho fornecido pelo
empregador seja o menos nocivo possível a saúde do operário, são medidas que
atuam em diversos pontos, seja como uma simples sinalização indicando um local de
perigo, ou recomendações mínimas de higiene no local de trabalho, ou até mesmo
qualificar o trabalhador para desempenhar determinadas funções que a falta de
preparo ocasionaria danos a sua saúde (ROSSO, 2008).
15

Assim como no restante do mundo o Brasil foi ao longo dos anos adequando
normas de segurança no trabalho, tais normas só realmente tiveram alguma
expressão e visibilidade no país com a consolidação da CLT, no dia 1º de maio de
1943, foi criada pelo decreto de lei n° 5.452, no qual foi sancionada pelo presidente
Getúlio Vargas, com o objetivo de unificar todas as legislações trabalhistas existentes
no país (GONÇALVES, 2000).
Posteriormente houve o surgimento da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA). Órgão que teve seu surgimento em 1944 durante o governo do
presidente do então presidente Getúlio Vargas, apesar de já existir alguns esforços
nesse sentido somente com o surgimento da CIPA, é que se teve mais ênfase na
implementação de diretrizes e estratégias para a prevenção e segurança no trabalho
em nosso país (MICHEL, 2008).
Com base nas informações do Tribunal Superior do Trabalho, no Brasil o setor
da construção civil lidera o ranking de acidentes de trabalho com mortes, no ano de
2010 foram aproximadamente 55 mil ocorrências, sendo que 36.379 registros foram
classificados como “acidentes típicos”, como por exemplo, quedas em altura, que é a
causa comum de lesões e mortes no Brasil (ALVES, 2010).
O trabalho em altura é uma atividade que faz parte da rotina de uma edificação
vertical, sendo inevitável na indústria da construção civil, incidindo em um fator de
risco quase que constante. De acordo com a NR 35 (Trabalho em Altura), em seu item
35.1.2, considera-se trabalho em altura toda a atividade executada acima de 2,00 m
(dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda pelo trabalhador (ALMEIDA,
2004).
Portanto, o trabalho em altura é uma atividade que existe riscos de acidentes,
as quedas, sendo que as fatalidades ocasionadas pelas quedas são um problema
grave de saúde pública.
As quedas com diferença de nível apresentam variadas causas como o contato
acidental com redes de energia elétrica, perda de equilíbrio em beirada de lajes sem
a devida proteção; obstrução de áreas de circulação, obrigando o trabalhador a
deslocar-se em locais perigosos; falha em algum dispositivo de proteção, como
guarda-corpo frágil e mal instalado; utilização de método de trabalho inapropriado
(DEL MAR, 2006).
A falta de conhecimento acerca da cautela de acidentes e a negligência da
necessidade e da dimensão dos artigos de segurança do trabalho, especialmente os
16

EPI’s (Equipamento de Proteção Individual), são o que ocasionam essa situação


(SCHRAMM FILHO, 2018).
A Engenharia de Segurança é a responsável por descrever as Normas
Regulamentadoras, adotar medidas de segurança a partir dos riscos mapeados e
elaborar o manual de Boas Práticas de Fabricação (FRANCISCO et al, 2020).
Com a publicação da NR-35, todo trabalho em altura deve ser planejado,
organizado e executado por trabalhador capacitado e autorizado (MENDES, 2013). A
Norma NR-35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o
trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma
a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente
com esta atividade. Essa norma, portanto, destina-se à gestão de Segurança e Saúde
no trabalho em altura, estabelece os requisitos necessários para a proteção dos
trabalhadores aos riscos em trabalhos com diferenças de níveis, nos aspectos da
prevenção dos riscos de queda, assim de acordo com a complexidade e riscos destas
tarefas (SBRUZZI, 2012).
Este trabalho tem por objetivo tratar da importância das medidas preventivas
de segurança nos trabalhos em alturas, definida pela Norma Regulamentadora NR-
35: Trabalho em Altura e NR-18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho a Indústria
da Construção, recomendações técnicas, assim como os dispositivos de segurança
obrigatórios.
São muitos os meios que a segurança do trabalho atua dentro de uma empresa,
sempre com o intuito de fazer com que o ambiente dos operários seja o máximo
possível adaptado ao trabalhador, deste modo são desenvolvidas ações
administrativas, técnicas e médicas, listou-se abaixo alguns dos principais itens, a
saber.
Aspectos fundamentais das funções dos Técnicos de Segurança do Trabalho
expressos na NR27. Vistoriar lugares, acomodações e aparelhamentos das
empresas, analisando as qualidades laborais, para definir fatores e precipitações de
incidentes; estabelecer regulamentos e aparelhos de proteção, sugerir ocasionais
transformações nos equipamentos para precaver imprevistos; examinar o posto de
combates a incêndios, analisando as saídas de água, extintor e equipamento de
proteção contra fogo; comunicar o resultado de suas vistorias, organizando
notificações, para recomendar a reparos de ferramentas que diz respeito a
manutenção e proteção de segurança (ABNT, 2001).
17

Averiguar acidente ocorrido, analisando a condição do episódio, para localizar


os motivos e recomendar a providência cabível; anotar anormalidades sucedidas,
organizar estatísticas de incidentes, para obter elementos propostos à melhora dos
alcances de proteção; ensinar aos empregados das empresas sobre princípios de
proteção e combates a incêndios bem como outros conceitos de segurança; preparar
programas e norteando orientativo a organização de avisos e avisos, para noticiar e
ampliar hábitos de precaução de acidente; informar os encontros sobre segurança no
ambiente de trabalho, municiando subsídios respectivos ao tema, expondo sugestões
e avaliando suas viabilidades (PACHECO, 2005).
Posto isso, o ramo da construção civil no país é o setor no qual apresenta o
maior índice de acidente por atividades laborais, e são péssimas as condições de
segurança do trabalho, setor que tem por característica uma baixa qualificação de
funcionários, grande rotatividade pelos trabalhadores, e pouquíssimo investimento por
parte das empresas em treinamento de seus operários (ANDRADE; BASTOS, 1999).
Acidentes decorrentes do trabalho estão diretamente ligados a custos, seja com
encargos previdenciários, despesas hospitalares, sofrimento gerando para as vítimas
e também para seus familiares. Surte impacto direto no desenvolvimento das
empresas em questão, pois geram aumento de custo, baixa produtividade, e atraso
de cronogramas de entrega de serviços/produtos (FIALHO; SANTOS, 2007).
De acordo com a NR-6, é considerado Equipamento de Proteção Individual
(EPI), “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho”. Os EPI´s tem grande papel na redução de acidentes de trabalho, bem como
leões decorrentes do mesmo. Não só na construção civil, mas em todas as frentes de
trabalho sempre foi um desafio fazer o uso adequado de equipamentos de proteção,
muitas vezes por funcionários nos quais já possuem uma bagagem erronia de não
fazer necessário o uso, ou até mesmo pela falta de um acompanhamento ou
fiscalização adequada por profissionais da área (SAMPAIO, 2008).
Porém, vale ressaltar que a implementação de Equipamentos de Proteção
Individual (EPI´s) só se faz necessário quando não é possível adequar ou eliminar
todo e qualquer tipo de risco que o ambiente de trabalho possa oferecer a saúde dos
operários, ou seja, se faz necessário a implantação de Equipamentos de Proteção
Individual somente quando tomada todas as medidas no que diz respeito Proteção
18

Coletiva e as mesmas não foram suficientes para atender e garantir a integridade e


saúde dos profissionais que ali desempenham alguma atividade (ZOCCHIO, 2012).
É de suma importância que todos os funcionários da obra sejam orientados e
capacitados para que possam utilizar de maneira adequada os EPI´s, e não menos
importante todos os EPI´s necessários para sua atividade em questão, de acordo com
a CLT, Capitulo V, Seção IV, “A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito
estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não
ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos
empregados” (VIEIRA, 2008).
O ramo da construção civil por vários motivos é um setor que apresenta uma
grande rotatividade em seu quadro de funcionários, essa alta rotatividade de mão-de-
obra, representa um retrabalho em qualificar novos funcionários bem como a
reposição de novos Equipamentos de Proteção Individual, de tal modo que muitas
vezes são negligenciados pelos empregadores por apresentam custo exta.

Se tratando de EPI´s, todos os Equipamentos de Proteção Individual, só podem


ser distribuídos e utilizados se os mesmos possuírem de forma impressa no
equipamento o Certificado de Aprovação, certificado que somente o Ministério do
Trabalho e Emprego pode fornecer, assim garantindo a qualidade dos equipamentos
fornecidos aos funcionários, muitos empregadores com intuito de evitar gastos
fornecem equipamentos de baixo custo e sem o Certificado de Aprovação colocando
com isso a segurança de seus operadores em risco.
Segundo a NR-6 os EPI´s utilizados na construção civil são separados em
grupos, dispostos da seguinte maneira, Proteção da Cabeça, Proteção dos Olhos e
Face, Proteção Auditiva, Proteção Respiratória, Proteção Tronco, Proteção dos
Membros Superiores, Proteção dos Membros Inferiores, Proteção do Corpo Inteiro,
Proteção Contra Quedas com Diferenças de Nível (SAMPAIO, 2008).
Os EPI’s destinados a proteção de membros superiores são compostos por
equipamentos que protegem o crânio contra impactos, agentes químicos ou até
mesmo choques elétricos, nesta categoria os capacetes estão entre os itens mais
comum, esses dispositivos em questão são utilizados de maneira suspensa em
relação ao crânio, assim permitindo o ajuste de maneira à amenizar impactos,
normalmente são feitos de plástico rígido de alta resistência (PADRÃO, 2004).
19

Esta categoria está presente os EPI´s quem tem por finalidade proteger a face
e olhos de agentes químicos, exposição térmica, radiação, intensa luminosidade bem
como evitar impacto de partículas provenientes do local de trabalho. Item muito
comum desta categoria são os óculos de proteção, equipamentos normalmente
usados em locais onde os operários fazem o uso de furadeiras, ou equipamentos que
normalmente geram detritos que possam colidir com o rosto ou olhos. Outro item muito
comum são os protetores faciais usado em equipamentos de solda, protege o operário
a exposição ultravioleta gerada pelos equipamentos em questão (OPITZ, 2008).
Segue a baixo conforme a norma (NR-6): Protetor auditivo; protetor auditivo
circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora
superiores aos níveis estabelecidos; protetor auditivo de inserção para proteção do
sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores aos níveis estabelecidos;
e protetor auditivo semi-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de
pressão sonora superiores aos níveis estabelecidos (SAMPAIO, 2008).
Como pode ser visto, esta é uma categoria ampla, pois são inúmeras as
possibilidades e situações das quais se prevê e regulamenta o uso de equipamentos,
equipamentos que de uma forma geral tem por objetivo proteger os trabalhadores e
fazer com que os mesmos possam respirar normalmente, sem riscos ao seu
organismo. Esses equipamentos são inúmeros, podendo variar qual equipamento ser
empregado conforme a necessidade do ambiente de trabalho.
Conforme a NR-6, é considerado EPI todo equipamento de utilização pessoal,
de produção brasileira ou de outro país, proposto a proteção a integridade e saúde e
física do empregado. Todas as vezes que possível, é prudente preferir a proteção
coletiva. A proteção individual só deve ser usada como derradeira solução de proteção
nas situações em que: em atendimentos às situações críticas, se os alcances de
proteção coletiva constituir tecnicamente sem viabilidade ou não proporcionarem
amplo abrigo a risco de acidente para o trabalhador e doença oriunda da profissão
e/ou enquanto os alcances coletivos de proteção ao trabalhador estiverem sendo
implantados (SAMPAIO, 2008).
Sob a ótica da prevenção os EPI’s não têm a função de impedir que acidentes
aconteçam, como alguns acreditam. A utilização no ambiente de trabalho tem a função
de impedir prejuízos ou danos à integridade física ou para amortecer a sua seriedade
do impacto caso haja um acidente.
20

A utilização dos EPI’s Baseiam-se em Três Pontos Fundamentais: Obrigação,


Utilização e Seleção. (ABNT, 2001). Não existem meios de abolir os perigos
proporcionados por maquinários. Impossível efetivar o controle das possibilidades de
acidentes a que o empregado permanecerá exposto. Promover adequado amparo
desses possíveis riscos em que o empregado permanecerá sob exposição.
proporcionar confortos e procurar ser o mais leve imaginável, permitindo que o
empregado fique livre em seus movimentos de descanso. Aconselha-se que ao
comprar os EPI’s, os empregadores exijam dom fabricantes cópias do Certificado de
aprovação - C.A da aquisição, emitidos pelo Ministério do trabalho e Emprego - MTE,
juntamente com cópia do Certificado de registro de importador – CRI ou Certificado
de registro do fabricante - CRF. (COUTO, 1998).
A utilização adequada de EPI’s - Equipamentos de Proteção Individual pelos
empregados nas indústrias da construção civil resulta-se em iniciativa de extrema
relevância, pois ao mesmo em que se preserva a saúde e integridade física dos
funcionários garante igualmente o andamento da obra, diminuindo as estatísticas
oficiais de acidentes durante a prática laboral. Entretanto, ainda que conhecida a sua
relevância envolvendo os usos apropriados dos EPI’s, é comum encontrar
profissionais que tenham certa resistência à aderência dessa prática nos canteiros de
obras em algumas empresas, pois, tem, entre muitos, a cultura do excesso de
confiança (SALIBA, 2008).
Assim sendo, para que de fato os meios de prevenções de acidentes laborais
ocorram de modo efetivo precisa existir, mais que apenas a coparticipação dos
empregados, o planejamento e organização do gerenciamento das corporações no
intuito de mapear os riscos que podem ser evitados no dia a dia desses empregados,
bem como as proporções que eles se deparam, para que possa serem estabelecidas
propostas de segurança e determinar qual equipamento de proteção deve ser utilizado
e em que situação laboral, para que certos riscos possam ser minimizados (MORILHA,
2011).
Desta forma, para impedir incidentes é imprescindível que as indústrias da
construção civil invistam mais em aperfeiçoamento profissional dos trabalhadores do
setor, além disso recomenda-se que se diminua o rodízio de operários, pois ao fim da
obra geralmente são demitidos, mesmo que a empresa tenha outra obra em
andamento em local diferente.
21

Para Oliveira et al. (s/d, p. 6) a segurança do trabalho, adota medidas de


proteção, visando à minimização dos acidentes diários, doenças ocupacionais, bem
como proteger a integridade física e mental do trabalhador. A adoção de medidas e
ações preventivas em qualquer grupo profissional é fundamental à saúde do
trabalhador.
Dessa forma, existe uma correlação direta entre um ambiente de trabalho
seguro e o clima de segurança, que incluem compromisso da administração,
comunicação, envolvimento de colaboradores e atitudes proativas (MOHAMED, 2002
apud OLIVEIRA et al. 2010, p. 484).
De acordo com Barsano (2018) a segurança do trabalho é a ciência que estuda
as possíveis causas dos acidentes e incidentes durante a atividade laboral do
trabalhador. Seu principal objetivo é a prevenção de acidentes, doenças ocupacionais
e outras formas de agravos à saúde do profissional. Ela atinge sua finalidade quando
consegue proporcionar a ambos, empregados e empregador, um ambiente de
trabalho saudável e seguro [...].

Cabe à segurança do trabalho, junto com outros conhecimentos afins


(medicina do trabalho, ergonomia, saúde ocupacional, segurança
patrimonial), identificar os fatores de risco que levam à ocorrência de
acidentes e doenças ocupacionais, avaliar seus efeitos na saúde do trabalho
e propor medidas de intervenção técnica a serem instituídas nos ambientes
de trabalho (MATTOS et al. 2011 apud BARSANO, 2018, p. 21).

Para Oliveira & Mendes (2014, p. 4631-4632) as empresas deixam de cumprir


diversas disposições legais sobre segurança e saúde, iniciando por deixar de informar
aos trabalhadores os riscos que possam originar-se nos locais de trabalho, as
desconformidades com as normas brasileiras vão desde questões ligadas à
segurança nas máquinas, passando pelas ligadas à higiene e chegando àquelas
vinculadas à organização do trabalho e do processo produtivo, notadamente a
cadência elevada da produção, que leva ao ritmo muito acelerado, acima da
capacidade humana de recuperação fisiológica e psicológica.
22

2.1.1 Higiene Ocupacional

O estudo do ambiente de trabalho e sua relação com as doenças causadas é


uma característica da higiene ocupacional, fundamental para o planejamento da
segurança no trabalho.
A higiene ocupacional, com seu caráter prevencionista, tem como objetivo
principal agir nos ambientes de trabalho (e em ambientes afetados), aplicando
princípios administrativos, de engenharia e de medicina do trabalho para controlar e
prevenir as doenças ocupacionais, bem como detectar os agentes nocivos,
quantificando sua intensidade ou concentração e assim propor medidas de controle
necessárias para garantir condições seguras para realização de atividades laborais
(PEIXOTO & FERREIRA, 2012).
Catai (2014) apud Machado et al. (2016, p. 4) ressalta que o ambiente físico
exerce enorme influência acerca dos acidentes, podendo ser uma fonte constante de
estresse dos trabalhadores como por exemplo ruído indesejado ou um ofuscamento
visual, são fatores podem alterar o comportamento do trabalhador e favorecer os
acidentes.
O Ministério de Trabalho e Emprego – MTE, criou normas regulamentadoras
(NR) referentes à Segurança e Medicina do Trabalho, entre as quais se pode destacar
a NR-18 – Obras de construção, demolição e reparos, dirigidos exclusivamente aos
empregadores da construção civil. Esta norma tem como objetivo e campo de
aplicação “a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de
segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria
da Construção” (BRASIL, 2014 apud MACHADO et al. 2016, p. 4).
O trabalho na construção civil é considerado perigoso, devido as suas
características, o trabalhador é exposto a variados riscos. Rinaldi (2007) apud
Machado et al. (2016, p. 4) define riscos do trabalho ou riscos profissionais, os agentes
presentes nos locais de trabalho decorrentes de precárias condições que afetam a
saúde, segurança e o bem-estar do trabalhador, podendo ser relativos ao processo
operacional (riscos operacionais) ou ao local de trabalho (riscos ambientais).
O gestor de segurança poderá analisar os riscos, as ameaças e impactos, a
probabilidade de ocorrência, as perdas que poderão ocorrer na possibilidade de
ocorrência de acidentes, as medidas preventivas e os valores de investimentos para
a prevenção (MACHADO et al. 2016, p. 20).
23

Os riscos de acidentes são todos os eventos que coloquem em perigo o


trabalhador ou afetem sua integridade física ou moral. Os riscos físicos estão incluídos
os ruídos, vibração, radiações, umidade, calor e frio. Os riscos químicos
compreendem os agentes que interagem com tecidos humanos, provocando
alterações na sua estrutura e que podem penetrar no organismo pelo contato com a
pele, ingestão e inalação de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases e vapores (SESI,
2008 apud MACHADO, 2016, p. 20)
Segundo Fernandes (2006) apud Machado et al. (2016, p. 20) os riscos
ergonômicos são gerados em função da desarmonia entre o trabalhador e seu
ambiente de trabalho. Dizem respeito ao conforto, à segurança e à eficiência em uma
atividade.
Nos riscos de acidente entram os agentes decorrentes das situações adversas
nos ambientes e nos processos de trabalho que envolve arranjo físico, uso de
máquinas, equipamentos e ferramentas, condições das vias de circulação,
organização e asseio dos ambientes, métodos e práticas de trabalhadores, entre
outros (SESI, 2008 apud MACHADO et al. 2016, p. 20).

2.2 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Para Côrtes et al. (2019, p. 109) a construção é um dos ramos mais antigos do
mundo, e que desde que o homem morava em cavernas até os dias de hoje, a
indústria da construção civil vem passando por várias mudanças, seja na área de
projetos, de equipamentos e na área de pessoal. E ao observar a história do mundo
nota-se que a construção civil sempre existiu para atender as necessidades básicas
e imediatas do homem sem preocupação com a técnica aprimorada em um primeiro
momento.
O Brasil apresentou um excelente crescimento no setor da construção civil
especialmente nos últimos anos, sendo que o motivo desse crescimento ocorreu por:
maior oferta de crédito pelos bancos, economia mais estável, taxa básica de juros
mais barata, real mais forte e principalmente pela desoneração na taxa tributaria de
alguns itens da cesta de matérias da construção civil. Todos estes fatores
proporcionaram que a classe alta e média adquirissem e reformassem mais imóveis.
Com esse aumentou houve uma demanda muito grande de mão de obra, o mercado
24

também passou a exigir profissionais mais qualificados como azulejista e assentador


de mármores (VENTURA; ARAÚJO, 2007 apud CÔRTES et al, 2019, p. 109).
Diante da importância da Indústria da Construção na geração de empregos e
composição do Produto Interno Bruto (PIB), que segundo o Banco de Dados da
Câmara Brasileira da Indústria da Construção, em 2019, atingiu o percentual de 6,2%
do PIB nacional (CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - CBIC,
2019), atenção especial deve ser dada para implantação de tecnologias capazes de
reduzir ou eliminar os acidentes do trabalho, que acarretam em impactos sociais,
econômicos e organizacionais (BANSIA et al., 2012 apud SANTOS et al. 2021, p.
1651).
Entre as estratégias para redução dos acidentes do trabalho na construção civil,
aumentar a adesão ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e realizar
treinamentos são fundamentais, como destaca Dalcul (2011) apud p. Santos et al.
(2021, p. 1651-1652) diz que a inexperiência do ofício, o desconhecimento dos riscos
ao quais os trabalhadores estão expostos, a baixa conscientização dos empresários,
a ausência de treinamentos e de uma fiscalização mais atuante e rígida e o baixo
comprometimento do trabalhador em usar o EPI, podem elevar o número de
acidentes.
A baixa qualificação, a elevada rotatividade e o reduzido investimento por parte
das empresas em treinamento e desenvolvimento costumam ser algo característico
da indústria da construção civil. Todos esses fatores tornam a construção civil um dos
setores que ofertam os piores salários e as condições de trabalho mais insalubres no
mercado de trabalho (SILVEIRA et al., 2005 apud CÔRTES et al, 2019, p. 109).
Houve uma modernização em todos os setores industriais e na construção civil
não foi diferente, houve mudanças principalmente na gestão da produção, o que levou
a exigência de maior produtividade e qualidade do produto. Com isso as empresas
passaram a se preocupar com os funcionários, no sentido de treiná-los, capacitá-los
e fazê-los criar vínculos de fidelidade com as mesmas (SILVEIRA et al., 2005 apud
CÔRTES et al, 2019, p. 109).
A construção civil possui certas particularidades, apresentando certas
diferenças em relação aos outros setores industriais, uma dessas diferenças é a
pouca importância das máquinas e tecnologias para a obtenção da qualidade do
produto. Isso acontece porque a qualidade depende basicamente da mão de obra
utilizada. A grande dependência que a construção civil tem da mão de obra que utiliza
25

deveria contribuir para que este fosse um setor desenvolvido no aspecto de segurança
no trabalho, porém o que se nota é uma situação totalmente oposta (GROHMANN,
1997 apud CÔRTES et al, 2019, p. 110).
É evidente que o setor da construção civil é responsável pela maior parte do
emprego das camadas pobres da população masculina, pois se trata de trabalhos
árduos que exigem grande esforço físico. Esse setor também é considerado um dos
mais perigosos, conseguindo altas taxas de acidentes de trabalho fatais, não fatais e
anos de vida perdidos. Todos esses fatores estão ligados direta e indiretamente a
questão da Segurança do Trabalho dentro das Empresas (SANTANA; OLIVEIRA,
2004 apud CÔRTES et al, 2019, p. 110).
A Indústria da Construção Civil (ICC) infelizmente é uma das que apresenta as
piores condições de segurança, em nível mundial (CÔRTES et al, 2019, p. 110). A
construção civil, em função das características das atividades desenvolvidas, é um
ambiente de trabalho que oferece consideráveis riscos ao trabalhador, como a
ocorrência de acidentes e óbito (CAVALCANTE et al. 2015, CAMPOS & GURGEL,
2016, HENRIQUES et al. 2016 apud ZACK et al. 2020, p. 1046).
De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS), que em
todos os setores da ICC, o acidente típico é o predominante, ou seja, o que ocorre no
ambiente de trabalho. Cabe ressaltar também, que do número total de acidentes
contabilizados, a indústria da construção de edifícios é a que mais possui acidentes
de trabalho, totalizando 13286 acidentes em 2016, apesar da redução do número de
acidentes, com relação a 2014 e 2015, ela corresponde a aproximadamente 42,57%
dos acidentes totais na ICC, em 2016 (AEPS, 2016 apud RIBEIRO, 2018, p. 17).
Filgueiras (2015) apud Ribeiro (2018, p. 17), destaca a importância da saúde e
segurança do trabalho na ICC, ao mostrar que a construção civil é a atividade
econômica que mais mata trabalhadores no Brasil, e que os itens mais elementares
das normas reguladoras, são os mais flagrados sendo descumpridos.
26

2.3 ACIDENTE DE TRABALHO

2.3.1 Definição

Para Areosa & Sznelwar (2019, p. 56) acidente é um acontecimento súbito,


repentino, involuntário e inesperado no qual a ação ou a reação de um objeto,
substância, indivíduo ou radiação resulta num dano pessoal ou material.
Etimologicamente, o acidente significa um qualquer evento não planeado,
fortuito, imprevisto ou fruto do acaso. Na linguagem do senso comum, um acidente é
entendido como algo nefasto, maléfico e aleatório que resulta em danos ou prejuízos.
A partir desta definição percebemos a existência de uma impossibilidade empírica
para controlar e prever todas as situações passíveis de causar acidentes. Os
acidentes são eventos localizados no tempo e no espaço e que surgem a partir de um
contexto “histórico” específico no momento da sua ocorrência (AREOSA &
SZNELWAR 2019, p. 57).
O acidente do trabalho pode ser definido como um acontecimento não
intencionalmente provocado (ao menos pela vítima), de carácter anormal e
inesperado, gerador de consequências danosas no corpo ou na saúde, imputável ao
trabalhador, no exercício de uma atividade profissional, ou por causa dela, de que é
vítima um trabalhador. (ALEGRE, 2001, p. 35 apud AREOSA & SZNELWAR 2019, p.
57).
Conforme a Lei 8.213 de 1991, o acidente de trabalho ocorre pelo exercício do
trabalho e pode provocar lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte,
a perda ou a redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária
(BRASIL, 1991 apud MALTA et al. 2017, p. 176).
A Lei nº 8.213/1991 é referência comum para as três instituições; outros atos
legais normativos são específicos no âmbito de cada instituição: as Normas
Regulamentadoras do Trabalho (SESMT); a Instrução Normativa 31 (INSS) e o
Código Civil (Justiça do Trabalho) (CABRAL et al. 2018, p. 1)
Assim sendo, apenas os acidentes que causam lesão no trabalhador a serviço
da empresa são considerados pela lei para fins de benefício da Previdência Social.
Ciampi (2013) apud Servidone (2017, p. 15) afirma que o ponto de vista
prevencionista, além de englobar todos os acidentes considerados do ponto de vista
27

legal, também considera os acidentes que não provocam lesões, como a perda de
tempo e os danos materiais.

A lei nº 8.213 de 1991, em seu Art. 20, estabelece o seguinte:

I – Doença profissional, assim entendida a produzida ou


desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e
constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social;
II – Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou
desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é
realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação
mencionada no inciso I (BRASIL, 2016, p. 14).

De acordo com o art. 20, §1º, da mesma Lei, não são consideradas como
doença do trabalho a doença:

a) a doença degenerativa;
b) a inerente à grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em
que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição
ou contato direto determinado pela natureza do trabalho (BRASIL, 2014, p.
14)

Brasil (2014) lista os casos que são de acordo com o art. 21, de algumas
situações que se equiparam a acidente de trabalho:

I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou
perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação; II – o acidente sofrido pelo segurado
no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão,
sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
15Normas correlatas b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por
motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de
negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato
de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e
outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III – a doença
proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade; IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e
horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob
a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à
empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a
serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro
de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do
segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de
propriedade do segurado. § 1o Nos períodos destinados a refeição ou
28

descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas,


no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício
do trabalho. § 2o Não é considerada agravação ou complicação de acidente
do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe
ou se superponha às consequências do anterior (BRASIL, 2014, p. 14-15).

De acordo com Pereira et al. (2021, p. 19535) para fins de concessão de


benefícios acidentários pelo INSS, os acidentes de trabalho são divididos em:
Acidentes Típicos: são os acidentes decorrentes da característica da atividade
profissional desempenhada pelo acidentado; Acidentes de Trajeto: são os acidentes
ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa;
Acidentes Devidos à Doença do Trabalho: são os acidentes ocasionados por qualquer
tipo de doença profissional peculiar a determinado ramo de atividade constante na
tabela da Previdência Social.

2.3.2 Causas Para Ocorrência De Acidentes De Trabalho

Os acidentes ocorrem por várias causas, sendo resumidas em dois grandes


grupos: atos inseguros e condições inseguras.
1. Atos inseguros: É todo ato, consciente ou não, realizado pelo trabalhador ou
empresa, capaz de provocar danos ao trabalhador, a seus companheiros ou a
máquinas, materiais e equipamentos. Está diretamente relacionado a falha humana.
Os atos inseguros são cometidos por imprudência, imperícia ou negligência. Exemplo:
a falta de treinamento, excesso de trabalho, pressa, teimosia, curiosidade,
improvisação e autoconfiança (RUPPENTHAL, 2013, p. 25).
2. Condições inseguras: Consiste em irregularidades ou deficiências existentes
no ambiente de trabalho que constituem riscos para a integridade física do trabalhador
e para a sua saúde, bem como para os bens materiais da empresa. A falta de limpeza
e ordem no ambiente de trabalho, assim como máquinas e equipamentos sem
proteção ou a segurança improvisada, são fatores que produzem a condição insegura
(RUPPENTHAL, 2013, p. 25).
Para Costa & Costa (2009) dentre as causas possíveis, podem-se destacar:
mau planejamento de atividades; a não observância de normas; práticas de trabalho
inadequadas; o mal-uso de equipamentos de proteção; uso de materiais de origem
desconhecidas; falta de organização e limpeza; excesso de confiança, negligência;
desconhecimentos dos riscos inerentes ao processo de trabalho.
29

2.3.3 Prevenção De Acidentes

Para Rodrigues & Jahesch (2009, p. 31) a implantação de um sistema de saúde


e segurança do trabalho torna-se cada vez mais incorporada ao dia-a-dia das
organizações, uma vez que estas começam a perceber as vantagens desta prática,
inclusive como diferencial frente à sociedade. Os processos de desenvolvimento e
manutenção das unidades que constituem o sistema de saúde e segurança do
trabalho acontecem lentamente, por meio de muitas lutas e conquistas.
Entretanto, de acordo com Rodrigues & Jahesch (2009, p. 31) observa-se um
grande avanço na permanência da saúde e segurança do trabalho como uma função
das organizações, uma vez que este interesse cresce por iniciativa das organizações,
sendo controlado com base no aperfeiçoamento dos documentos legais que objetivam
a garantia dos direitos e as condições de trabalho dos trabalhadores.
A higiene é uma técnica que considera a presença de agentes que possam
denegrir a saúde do trabalhador, sendo assim necessário avaliar a presença de
agentes químicos, físicos, além da presença de estresse ambiental e social no
ambiente de trabalho (COSTA & COSTA, 2009).
Já a, Ergonomia é a disciplina que aborda toda a relação do homem com o seu
trabalho, sendo que o profissional deverá aplicar teorias, dados, métodos, princípios
e projetos que visem melhorar o bem-estar físico e mental do trabalhador, priorizando
também o desempenho geral de todo o sistema ocupacional (LIDA, 2016
RODRIGUES & LIMA, 2020, p. 366).
A Ergonomia pode ainda ser considerada como o estudo científico que avalia a
relação existente entre o homem e o ambiente de trabalho em que atua. O termo
ambiente envolve todo o meio de atuação e também os métodos e instrumentos
utilizados, a organização do trabalho e seu campo de abrangência. A melhor maneira
de evitar e/ou diminuir os riscos ergonômicos é optar por medidas de precaução
simples; como a adaptação dos trabalhadores aos postos de trabalho, a prática de
ginástica laboral antes, durante ou depois do trabalho, a adaptação às tarefas
realizadas e a educação dos trabalhadores para posicionamentos mais funcionais e
menos agressivos à sua saúde (SOUZA; SCUSSIATO, 2015 apud RODRIGUES &
LIMA, 2020, p. 366).
A Psicossociologia tem como seu material de trabalho as crises que aparecem
no contexto organizacional e institucional e as implicações que elas ocasionam nos
30

sujeitos. Trata-se, portanto, de compreender o indivíduo em uma dada situação, não


separando o coletivo e o individual, o afetivo e o institucional, os processos
inconscientes e os sociais. Deste modo a Psicossociologia se ocupa de investigar as
reciprocidades entre o individual e o coletivo, o psíquico e o social (AMADO;
ENRIQUEZ, 2011; BENDASSOLLI; SOBOLL, 2011; GAULEJAC, 2001 apud
RABELLO, 2020, p. 15).
De acordo com Silva (2014, p. 6): “[...] a prevenção é a chave de sucesso para
um local de trabalho saudável e consequentemente um contributo significativo para a
sua competitividade”. Uma das formas de prevenção é a realização de avaliações de
risco periódicas, tendo como primeira etapa a identificação de perigo, visando a
implementação de medidas que eliminem ou corrijam os riscos a que os trabalhadores
estão expostos. A avaliação de riscos, portanto é um processo dinâmico que
possibilita às organizações a implementação de uma política pró-ativa de gestão dos
riscos no local de trabalho.

2.3.4 Consequências Dos Acidentes De Trabalho

Os acidentes de trabalho (AT) representam importante problema de saúde


pública no Brasil, devido aos prejuízos econômicos e sociais que impactam na vida
da população trabalhadora. Diferentemente do que o termo “acidente” sugere, esses
eventos são previsíveis e evitáveis no ambiente de trabalho. A despeito disso, os
dados registrados pelo Ministério da Saúde, Previdência Social e Ministério do
Trabalho e Emprego apontam números significativos de acidentes e doenças
relacionados ao trabalho quando analisados (BRASIL, 2020).
Para a Previdência Social, acidente do trabalho é definido como aquele que
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho
dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional,
permanente ou temporária, que cause a morte, a perda ou a redução da capacidade
para o trabalho (BRASIL, 2011 apud BRASIL, 2020). Para o Ministério da Saúde, o
acidente de trabalho é o evento súbito ocorrido no exercício de atividade laboral,
independentemente da situação empregatícia e previdenciária do trabalhador
acidentado, e que acarreta danos à saúde, potencial ou imediato, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que causa direta ou indiretamente (concausa) a
31

morte, ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o


trabalho (BRASIL, 2006 apud BRASIL, 2020).
A Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, considera que acidente de trabalho é o
que se acarreta através da atividade profissional desempenhada pelo empregado ou
empregado doméstico, isto é, um acontecimento súbito no local de trabalho que
acarretou uma lesão corporal redução ou perda da disposição laboral ou morte
(ABREU & COSTA, 2018, p. 294).

2.4 Dados Estatísticos Sobre Acidentes De Trabalho

Trunckle et al. (2020, p. 24) através de análise do Anuário Estatístico de


Acidentes do Trabalho de 2017 (AEAT), constatou variações interessantes de óbitos
em relação aos registros de acidentes de trabalho, de acordo com os variados (CNAE)
Classificação Nacional de Atividades Econômicas das empresas. Obtém-se para o
ano de 2015, 3,9% de mortalidade (2.546 mortes relativas a 639.113 acidentes de
trabalho liquidados).
No que diz respeito ao ano de 2016, houve uma leve redução, com 3,7% (2.288
mortes em relação aos 603.768 casos de acidente de trabalho). Em 2017 por sua vez,
observa-se redução ainda maior em comparação a 2015, com 3,6% de mortalidade,
uma vez que a Norma NR – 35 foi criada em 2012, estabelecendo as medidas de
proteção em atividades em alturas, provavelmente indica que essa redução nesse
período esteja relacionada ao surgimento desta norma1.
Dentre os CNAE com maior quantidade de mortalidade temos:
 1.071: Fabricação e refino de açúcar;
 4.120: Construção civil;
 4.711: Supermercados;
 4.744: Comércio varejista;
 4.930: Transporte rodoviário;
 8.011: Atividades de vigilância, segurança e investigação.

1 NR 35 – Trabalho em Altura. Disponível em https://blog-pt.checklistfacil.com/normas-


regulamentadoras/. Acesso em 14/09/2021.
32

Na Tabela a seguir, apresentamos os números referentes a estes CNAE e a


mortalidade de acordo com os anos, sendo que em 2017 houve leve diminuição em
relação aos anos anteriores.

Tabela 1 Referente a mortalidade de acordo com CNAE

Fonte: Trunckle et al. (2020, p. 25)

Segundo o AEAT de 2017, óbitos relacionados ao trabalho são definidos como


falecimento do segurado ocorrido em função do acidente do trabalho durante o
exercício laboral. Essas informações são obtidas através do registro da CAT por morte
em decorrência de acidente de trabalho e habilitação de pensão por morte devido a
acidente de trabalho, quando há óbito em segurado em gozo de benefício acidentário
(BRASIL, 2017 apud TRUNCKLE et al. 2020, p. 25).
Em segundo lugar, na incidência de acidentes fatais no trabalho, temos a
construção civil. O elevado risco de acidentes durante o trabalho nessa atividade tem
relação direta com os dados obtidos no AEAT de 2017, repercutindo nos desfechos
potencialmente fatais que podem ser atingidos. Esse ramo tem, consequentemente,
elevados índices de acidentes de trabalho registrados bem como implicações diretas
em litigâncias pleiteando indenizações trabalhistas ou mesmo contra a Previdência
Social (CADERNO INFORMATIVO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, 1995;
CADERNO INFORMATIVO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, 1997 apud
TRUNCKLE et al. 2020, p. 25).
Tais aspectos devem ser levados em conta, já que as implicações pecuniárias
desses acidentes são, portanto, de grande impacto na sociedade, além das taxas de
óbito que, como discutido anteriormente, implicam em redução da mão de obra e do
potencial econômico no país (TRUNCKLE et al. 2020, p. 25).
Silveira et al. (2005) apud Trunckle et al. (2020, p. 25) fizeram uma análise de
acidentes envolvendo trabalhadores da construção civil em um hospital universitário
33

do interior do estado de São Paulo, mostrando números elevados. Foram levantados


14.873 registros de prontuário no período referente a dois anos, relacionados a 6.122
prontuários de trabalhadores atendidos. Destes, 618 eram relacionados a acidentes
de trabalho e 24,27% de trabalhadores desse ramo.
Tais números tornam evidente a necessidade de maior atenção a esse ramo
da indústria, visto que há um elevado potencial de repercussões fatais e mórbidas
nessa população de trabalhadores. A mortalidade é reflexo direto de medidas ainda
insuficientes de prevenção de acidentes e medidas profiláticas pouco eficientes na
educação desses trabalhadores frente aos riscos a que estão expostos (TRUNCKLE
et al. 2020, p. 25).

2.5 NORMAS REGULAMENTADORAS

2.5.1 Principais Normas De Segurança Do Trabalho

O Ministério do Trabalho criou as Normas Regulamentadoras a partir da Lei nº


6.514 (Brasil, 1977) com o objetivo de estabelecer condições mínimas para o
ambiente de trabalho, a fim de promover a segurança e a saúde do trabalhador. Não
obstante, o cumprimento destas normas é obrigatório e pode gerar faltas graves
passíveis de multas para empresas (MIRANDA, 2020, p. 1).
As normas regulamentadoras (NR) de segurança e saúde no trabalho são
obrigatórias para empresas privadas e públicas, instituições públicas administradas
direta e indiretamente, bem como autoridades legislativas e judiciais, cujos
empregados estão sujeitos à Lei (CLT).
O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança
e saúde no trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas
na legislação pertinente, como por exemplo: Responsabilidade administrativa,
trabalhista, previdenciária, civil, tributária e criminal. A responsabilidade civil alcança
não somente o real empregador, bem como todos aqueles que, de alguma forma,
possa ter contribuído para a ocorrência do acidente (SENA, 2019, p. 13).
De acordo com a legislação brasileira, as empresas são obrigadas a adotar
medidas de prevenção e controle de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.
Portanto, os empregadores devem buscar orientação técnica específica sobre
34

segurança e saúde ocupacional nos escritórios regionais do trabalho ou empresas de


consultoria para atender aos requisitos das normas regulamentadoras.
No Brasil as ações de segurança e medicina do trabalho são regidas pela
Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, que aprovou as Normas Regulamentadoras
(NR). Atualmente existem 38 NR’s. Serão abordadas as principais NR’s relacionadas
à construção civil e o tralho em altura.

2.6 NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual

Conforme a Norma Regulamentadora (NR-6), do Ministério do Trabalho, o


Equipamento de Proteção Individual (EPI) é considerado todo dispositivo ou produto
de uso individual utilizado pelos trabalhadores, determinado a proteger de riscos
suscetíveis que possam ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Por meio dessa
norma, tornou-se obrigatório que toda empresa forneça, gratuitamente, EPI’s
adequados ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, a todos os
colaboradores e que se faça a substituição imediata caso estes estejam danificados
ou tenham sido extraviados, além de cumprir e fazer cumprir as normas de segurança
oficiais (BRASIL, 2001 apud PICCH et al. 2019, p. 131).
Cabe ao trabalhador ter conhecimento sobre as referidas normas de segurança
e fazer uso, obrigatório, dos EPI’s sempre que a atribuição designada ofereça
possíveis riscos à sua integridade física. É necessário garantir a conservação e, ainda,
a imprescindível comunicação à Segurança do Trabalho sempre que os EPIs
apresentem alterações ou danos em sua funcionalidade (BRASIL, 2001 apud PICCH
et al. 2019, p. 131).
De acordo com o Item 6.2 da norma, o equipamento de proteção individual,
somente poderá ser colocado à venda ou utilizado com indicação do Certificado de
Aprovação (CA), que será expedido pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
De acordo com a referida norma, a empresa tem por obrigação o fornecimento
gratuito do EPI adequado aos empregados, tal EPI deverá estar bem conservado e
funcionando perfeitamente e atender as seguintes circunstâncias:
• Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra riscos de acidentes de trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
35

• Para atender as situações de emergência.


O item 6.5 da norma, atribui competência ao Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), ouvida a Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e trabalhadores usuários, recomendar ao
empregador o EPI adequado ao risco que existe durante a atividade.
Em empresas desobrigadas por constituir SEMST, cabe ao empregador
selecionar o EPI adequado conforme orientação de profissional tecnicamente
habilitado, ouvida a CIPA ou, na falta desta, o designado e trabalhadores usuários.
O item 6.6 da norma elenca as obrigações do empregador. Sendo assim cabe
ao empregador quanto ao EPI:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao Ministério do Trabalho em Emprego (TEM) qualquer
irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros,
fichas ou sistema eletrônico.
Dessa forma, o empregador terá que atentar para o EPI adequado exigindo seu
uso durantes as atividades que expõem o trabalhador ao risco. Este terá que ser
orientado adequadamente quanto ao uso, guarda e a conservação do EPI.
Sempre que forem observados danos o EPI deverá ser substituído. O
fornecimento do EPI poderá ser registrado em livros, fichas ou sistema eletrônico, e
dessa maneira o empregador possuirá um controle rigoroso de todos os equipamentos
de proteção fornecidos durante todas as atividades, podendo rastreá-lo com maior
facilidade.
De acordo com o item 6.7 da norma em questão o empregado possui
obrigações que deverão ser cumpridas em relação ao EPI.
6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
36

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;


e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
De acordo com o item citado, o empregado é responsável pela comunicação
ao empregador de qualquer dano ou alteração que venha a ocorrer no equipamento
de proteção individual, tornando inapropriado ao uso e incapaz de proteger o usuário.
O empregador deve ter a consciência de que o uso do EPI deve ser feito somente
para a finalidade que o destina, e dessa forma, deve-se utilizá-lo de forma correta e
atentar para sua conservação e guarda de forma a manter a integridade do material.
O fabricante nacional do EPI ou o importador, segundo o item 6.8 é responsável
pela realização dos itens abaixo elencados:
a) cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança
e saúde no trabalho;
b) solicitar a emissão do CA;
c) solicitar a renovação do CA quando vencido o prazo de validade estipulado
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do trabalho;
d) requerer novo CA quando houver alteração das especificações do
equipamento aprovado;
e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao
Certificado de Aprovação - CA;
f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;
g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde
no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando
sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;
i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,
j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO,
quando for o caso;
k) fornecer as informações referentes aos processos de limpeza e higienização
de seus EPI, indicando quando for o caso, o número de higienizações acima do qual
é necessário proceder à revisão ou à substituição do equipamento, a fim de garantir
que os mesmos mantenham as características de proteção original.
Segundo a NR 6, O Certificado de Aprovação – CA deverá ter validade de 5
anos para os equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua conformidade
37

avaliada no âmbito do SINMETRO. Ou terá validade do prazo vinculado à avaliação


da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o caso. Todo EPI deverá
apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis os seguintes itens:
• Nome comercial da empresa fabricante;
• Lote de fabricação e o número do CA;
• Nome do importador, lote de fabricação e o número do CA.

2.6.1 Equipamentos de Proteção Individual

O anexo I da NR 6 lista os equipamentos de proteção individuais que o


empregador deve fornecer aos trabalhadores em de acordo com a exposição e o tipo
de trabalho realizado.
A seguir alguns EPI’S utilizados em trabalhos em altura na construção civil.

2.6.2 EPI para proteção da cabeça

A NR - 6, em seu anexo I, ressalta que a proteção da cabeça é feita através do


uso de capacetes, capuz ou bala clave. Sendo utilizados em obras de pequeno porte
apenas os que protegem o crânio contra impactos (CISZ, 2015, p. 19).
Nascimento et al. (2009) apud Cisz (2015, p. 20) menciona que o dispositivo
que protege o crânio contra impactos é utilizado com suspensão, pois permite o ajuste
mais exato à cabeça e amortece os impactos, e que o mesmo foi projetado para
rebater o material em queda, evitando lesões no pescoço do trabalhador. De acordo
com Rosso & Oliveira (2005) apud Cisz (2015, p. 20) o casco do capacete para
proteção contra impactos de objetos sobre o crânio deve ser feito de material plástico
rígido, de alta resistência à penetração e impacto.

2.6.3 EPI para proteção contra quedas com diferença de nível

Para Silva (2015, p. 9) os trabalhos realizados em altura, a NR-6 estabelece


que os EPI’s adequados são: a) Cinturão de segurança com dispositivo trava-queda
para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou
horizontal; b) Cinturão de segurança com talabarte para proteção do usuário contra
riscos de queda em trabalhos em altura; c) Cinturão de segurança com talabarte para
38

proteção do usuário contra riscos de queda no posicionamento em trabalhos em


altura.

2.7 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da


Construção Civil

A NR-18 é a principal das normas de segurança do trabalho que regulamentam


as atividades da construção civil. Estabelece as diretrizes de ordem administrativa, de
planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de
controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no
meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção (ALMEIDA et al. 2018, p. 10).
A mesma proíbe a entrada ou a permanência de trabalhadores no canteiro de
obras, sem que estejam assegurados pelas medidas previstas nessa NR no item
18.3.1 (NR 18). Também dispõe sobre o item 18.4 - Programa de Gerenciamento de
Riscos (PGR) e o ítem 18.4.1 tornando obrigatórias a elaboração e a implementação
do PGR nos canteiros de obras, contemplando os riscos ocupacionais e suas
respectivas medidas de prevenção2.
Essa norma, portanto, traz regulamentações acerca das áreas de vivência,
determinando que os canteiros de obras disponham de instalações sanitárias,
vestiários, alojamento, local de refeições, cozinha (quando houver preparo de
refeições), lavanderia, área de lazer e ambulatório, quando se tratar de frentes de
trabalho com 50 (cinquenta) ou mais trabalhadores (ALMEIDA et al. 2018, p. 10).
A NR-18 tem como principais objetivos: garantir plenamente a saúde e a
integridade física dos trabalhadores da construção civil; definir quais são as
atribuições e as responsabilidades dos administradores de obras; criar e operar
mecanismos para prever riscos que derivam do processo de execução de obras em
canteiros; determinar medidas de proteção e prevenção que sejam capazes de evitar
ações e situações de risco; aplicar as técnicas de execução pertinentes a cada
atividade e que reduzam riscos de doenças e acidentes (BARSANO, 2015; BRASIL,
1978; COELHO & GHISI, 2016; FIESP, 2003 apud ALMEIDA et al. 2018, p. 10).

2 PORTARIA Nº 3.733, DE 10 DE FEVEREIRO DE 2020. Disponível em


https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-3.733-de-10-de-fevereiro-de-2020-242575828. Acesso em
14/09/2021.
39

2.7.1 Aberturas em Pisos

No item 18.13, a NR-18 apresenta medidas de proteção contra quedas de


altura, estipulando a obrigatoriedade de instalação de EPC, tratando das proteções
em aberturas de pisos, de beirada de lajes, das dimensões para GcR e das
plataformas de limitação de quedas de materiais (MENDES, 2013, p. 34).
Ainda nesse item da NR 18, as aberturas utilizadas para o transporte vertical
de equipamentos e materiais de ver ser protegida com guarda-corpo no ponto de saída
e entrada.
As caixas de elevadores devem possuir fechamento provisório com no mínimo
1,20m de altura constituído de material resistente.

2.7.2 Proteção na periferia da edificação

Em seu item 18.13.4, a norma obriga o uso e instalação de proteção contra


queda de trabalhadores na periferia da edificação a partir do início dos serviços de
concretagem da primeira laje. Devendo ser constituída de anteparos rígidos, em
sistema de guarda corpo e rodapé, e possuir altura de 1,20m para o travessão superior
e 0,70m para o intermediário. O rodapé desse dispositivo deve possuir 0,20 m de
altura e seus vãos entre travessas deve ser preenchido com tela ou qualquer outro
dispositivo que mantenha a abertura devidamente fechada.
No item 18.13.6, a Norma obriga o uso e instalação de plataforma principal de
proteção na altura da primeira laje que esteja a um pé-direito acima do nível do
terreno, em construções de edifícios com mais de 4 pavimentos ou altura equivalente.
Dessa maneira, queda de materiais são impedidos durante as atividades nas lajes
superiores evitando possíveis acidentes como queda de trabalhadores. Com relação
às dimensões dessas plataformas, elas devem ter no mínimo 2,50m de projeção
horizontal da face externa da construção e um complemento de 0,80 m com inclinação
de 45 graus. Deve ser instalada logo após a concretagem da primeira laje e retirada
quando o revestimento do prédio acima dessa plataforma for concluído. A NR18 exige
o uso de plataformas secundárias de 3 em 3 lajes com no mínimo 1,40 m e
complemento de 0,80m com inclinação de 45 graus. Além desses dispositivos, deve
ser usada tela para o fechamento do perímetro da construção de edifícios.
40

Essa tela constitui uma barreira protetora contra queda de objetos como
ferramentas e materiais. Deve ser instalada entre as extremidades de duas
plataformas de proteção consecutivas, sua retirada só deverá ocorrer após a vedação
de toda a periferia do edifício.

2.7.3 Andaimes

Na construção civil, para a execução de atividades em alturas elevadas,


deverão ser construídas ou montadas plataformas temporárias em altura, que
permitam o acesso de pessoas e equipamentos aos locais de trabalho, denominadas
de andaimes. No canteiro de obras, o andaime é muito utilizado para melhores
condições de segurança em serviços de execução de revestimentos externos, pintura
interna e externa, serviços elétricos, trabalhos na cobertura e limpeza. Na NR 18, em
seu item 18.15, determinam-se os requisitos mínimos de segurança para utilização
dos andaimes; como devem ser confeccionados; e, suas especificações técnicas.
Também se apresenta diretrizes de como utilizar o andaime, e de como evitar
condições inseguras no canteiro de obras (HENNEBERG, 2016, p. 72)
De acordo com Rodrigues (2013) apud Henneberg (2016, p. 73), há três tipos
de andaimes, classificados de acordo com o seu tipo de montagem e fixação. Na
construção civil, utilizam-se com maior frequência os andaimes com suportes
apoiados, que se classificam como plataformas rigidamente fixadas, podendo suportar
pessoas e materiais, cuja estrutura de trabalho é somente apoiada, sendo
independente da edificação. Há também os andaimes suspensos, por cordas ou
cabos, presos em geral em pontos elevados; e, as plataformas elevadas, geralmente
sustentadas por caminhões especiais.
Ainda, entre os tipos de andaimes existentes, destacam-se os andaimes
fachadeiros, muito utilizados na construção civil em serviços de execução de fachadas
e de construção, quando não é possível o acesso pela parte interna da obra. Sampaio
(1998b) apud Henneberg (2016, p. 73), destaca que os andaimes fachadeiros são
aqueles constituídos de quadros vertical e horizontal, placa de base, travessa
diagonal, guarda corpo, tela e escada. Para a montagem devem-se seguir as
instruções dos fabricantes e utilizar as conexões e acessório de maneira correta.
De acordo com Sampaio (1998b) apud Henneberg (2016, p. 73), o fato dos
andaimes serem construídos no próprio canteiro de obras, assim como as escadas,
41

rampas e passarelas, podem gerar improvisações que conduzam a situações de risco.


Destaca-se a negligência dos trabalhadores com relação à utilização do cinto de
segurança com trava quedas, preso à estrutura da edificação, como causa de
acidentes.
Diante das inúmeras ocorrências de acidentes na utilização de andaimes, o
Ministério do Trabalho e Emprego emitiu uma portaria em 2011, em complementação
ao item 18.15 da NR 18, onde se deve dar destaque à exigência de projeto elaborado
por profissional legalmente habilitado, para montagens de andaimes dos tipos
fachadeiros, suspenso e em balanço, e da entrega em conjunto com a Anotação de
Responsabilidade Técnica.
Desta forma, os andaimes devem ser dimensionados corretamente para cada
canteiro de obras, considerando in loco as necessidades de resistência e as estruturas
de fixação disponíveis, de acordo com as características da obra. Rodrigues (2013)
apud Henneberg (2016, p. 73), destaca que os principais riscos para trabalhadores
em andaimes são as quedas, causadas por escorregões, acesso inseguro e falta de
proteção; golpes e pancadas, por queda de objetos e ferramentas; eletrocussão, por
contato com linhas ou fios energizados; e, colapso do andaime, em geral causado por
instabilidade da fixação, ou sobrecarga. Destaca-se a importância fundamental,
quando da utilização dos andaimes, a utilização de cinto tipo paraquedista com
talabarte duplo em qualquer atividade.
Rousselet e Falcão (1999) Henneberg (2016, p. 73), ainda demonstram que os
materiais utilizados na construção de andaimes devem ser de boa qualidade, não
sendo permitido o uso de madeira ou metal que apresentem sinais de deterioração,
rachaduras, ou qualquer defeito que possa comprometer a sua resistência.
O item 18.15 sobre andaimes, regulamenta os requisitos e as principais
restrições de uso dos variados tipos de andaimes, a seguir elencados alguns subitens:
Andaimes simplesmente apoiados
18.15.12. É proibido o trabalho em andaimes na periferia da edificação sem que
haja proteção adequada fixada à estrutura da mesma.
18.15.13. É proibido o deslocamento das estruturas dos andaimes com
trabalhadores sobre os mesmos.
18.15.17. A estrutura dos andaimes deve ser fixada à construção por meio de
amarração e entroncamento, de modo a resistir aos esforços a que estará sujeita.
42

18.15.18. As torres de andaimes não podem exceder, em altura, 4 (quatro)


vezes a menor dimensão da base de apoio, quando não estaiadas.

Andaimes Fachadeiros

18.15.19. Os andaimes fachadeiros não devem receber cargas superiores às


especificadas pelo fabricante. Sua carga deve ser distribuída de modo uniforme, sem
obstruir a circulação de pessoas e ser limitada pela resistência da forração da
plataforma de trabalho.
18.15.20. Os acessos verticais ao andaime fachadeiro devem ser feitos em
escada incorporada a sua própria estrutura ou por meio de torre de acesso.
18.15.23. Os painéis dos andaimes fachadeiros destinados a suportar os pisos
e/ou funcionar como travamento, após encaixados nos montantes, devem ser
contrapinados ou travados com parafusos, braçadeiras ou similar.
18.15.25. Os andaimes fachadeiros devem dispor de proteção com tela de
arame galvanizado ou material de resistência e durabilidade equivalentes, desde a
primeira plataforma de trabalho até pelo menos 2,00m (dois metros) acima da última
plataforma de trabalho.
Andaimes Móveis
18.15.26. Os rodízios dos andaimes devem ser providos de travas, de modo a
evitar deslocamentos acidentais.
18.15.27. Os andaimes móveis somente poderão ser utilizados em superfícies
planas. Andaimes em Balanço.
18.15.28. Os andaimes em balanço devem ter sistema de fixação à estrutura
da edificação capaz de suportar 3 (três) vezes os esforços solicitantes.
18.15.29. A estrutura do andaime deve ser convenientemente contraventada e
ancorada, de tal forma a eliminar quaisquer oscilações.
Um dos serviços que oferecem alto risco de acidente em função de quedas são
os serviços que ocorrem em telhados ou laje. Muitas obras não seguem as
recomendações das normas quanto a esses serviços e proporcionam o surgimento
de riscos à integridade física e à vida do profissional da construção. A Norma
Regulamentadora 18, em seu item 18.18 que trata de serviços em telhados, exige
dispositivos que permitam a movimentação segura dos trabalhadores e obriga a
instalação e o uso correto de cabo guia (linha de vida) para a fixação do cinto de
43

segurança tipo paraquedista. Esses cabos guias devem ser fixados à estrutura
definitiva da edificação.

2.8 NR 35 – Trabalho em altura

A Norma Regulamentadora 35 (NR 35) estabelece as medidas de proteção e


os requisitos mínimos para o trabalho em altura, envolvendo desde o planejamento, a
organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Considera-se
trabalho em altura toda atividade executada acima de dois metros do nível inferior,
onde haja risco de queda. Esta norma se complementa com as normas técnicas
oficiais estabelecidas pelos Órgãos competentes e, na ausência ou omissão dessas,
com as normas internacionais aplicáveis (AZEVEDO, 2017 apud BENDER &
SILVEIRA, 2020, p. 23).
A NR 35 em seu item 35.1.3 permite o amparo de trabalhos através de normas
técnicas internacionais quando não existirem normas nacionais equivalentes
(BRASIL, 2014 apud NASCIMENTO, 2018, p. 25).
A NR 35 estabelece as responsabilidades dos empregadores e dos
funcionários (BRASIL apud NASCIMENTO, 2018, p. 24):

35.2.1 Cabe ao empregador:


a) garantir a implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta
Norma;
b) assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando aplicável, a
emissão da Permissão de Trabalho - PT;
c) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de
trabalho em altura;
d) assegurar a realização de avaliação prévia das condições no local do
trabalho em altura, pelo estudo, planejamento e implementação das ações e
das medidas complementares de segurança aplicáveis;
e) adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das
medidas de proteção estabelecidas nesta Norma pelas empresas
contratadas;
f) garantir aos trabalhadores informações atualizadas sobre os riscos e as
medidas de controle;
g) garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois de adotadas
as medidas de proteção definidas nesta Norma;
h) assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando verificar situação
ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata
não seja possível;
i) estabelecer uma sistemática de autorização dos trabalhadores para
trabalho em altura;
44

j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão, cuja
forma será definida pela análise de riscos de acordo com as peculiaridades
da atividade;
k) assegurar a organização e o arquivamento da documentação prevista
nesta Norma.
35.2.2 Cabe aos trabalhadores:
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho em altura,
inclusive os procedimentos expedidos pelo empregador;
b) colaborar com o empregador na implementação das disposições contidas
nesta Norma;
c) interromper suas atividades exercendo o direito de recusa, sempre que
constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e
saúde ou a de outras pessoas, comunicando imediatamente o fato a seu
superior hierárquico, que diligenciará as medidas cabíveis;
d) zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam
ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho.

Em relação à Capacitação e o Treinamento do Trabalhador a NR 35 propõe no


item 35.3, que o empregador deva promover programas para a realização de trabalho
em altura. Para ser capacitado em trabalho em altura, o trabalhador deve ser
submetido e aprovado em treinamento, teórico e prático, com carga horária mínima
de oito horas, cujo conteúdo programático deve, no mínimo, incluir (BRASIL, 2014
apud NASCIMENTO, 2018, p. 26):

a) normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;


b) análise de Risco e condições impeditivas;
c) riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção
e controle;
d) sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;
e) equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção,
inspeção, conservação e limitação de uso;
f) acidentes típicos em trabalhos em altura;
g) condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de
resgate e de primeiros socorros.

O empregador de acordo com esta norma deve realizar treinamento periódico


bienal, no horário de trabalho com carga horária mínima de oito horas, e sempre que
ocorrer quaisquer das seguintes situações (BRASIL, 2014 apud NASCIMENTO, 2018,
p. 26): mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho; evento que
indique a necessidade de novo treinamento; retorno de afastamento ao trabalho por
período superior a noventa dias; mudança de empresa.
O treinamento deve ser ministrado por instrutores com comprovada proficiência
no assunto, sob a responsabilidade de profissional qualificado em segurança no
trabalho. Ao término do treinamento deve ser emitido certificado contendo o nome do
trabalhador, conteúdo programático, carga horária, data, local de realização do
45

treinamento, nome e qualificação dos instrutores e assinatura do responsável


(BRASIL, 2014 apud NASCIMENTO, 2018, p. 26).
Para NR 35, todo trabalho em altura deve ser planejado, organizado e
executado por trabalhador capacitado e autorizado (BRASIL, 2014 apud
NASCIMENTO, 2018, p. 27).
Quando se fala em planejar o que será feito e como será feita a análise de risco
exigida conta com uma forte orientação através do item 35.4.2, que descreve um modo
de interpretação para o trabalho em altura, atendendo a uma hierarquia de grau de
exposição controlada do trabalhador, sendo que o auge da hierarquia é a possibilidade
de se evitar o risco trazendo o trabalho em altura para o chão literalmente, ou seja, ao
invés de deslocar um trabalhador para realizar o trabalho na altura este será realizado
no nível solo ou a partir do nível do solo, esta é uma ideia que deve ser sempre levada
em consideração. Nem sempre evitar a altura é possível, mas já existem sistemas
para baixar luminárias e assim realizar a troca de lâmpadas sem sair do chão ou
câmeras instaladas em hastes com vários metros podem auxiliar uma inspeção de
locais altos (BRASIL, 2014 apud NASCIMENTO, 2018, p. 27).
Os trabalhos em altura precisam ser realizados sob supervisão, cuja forma será
definida pela análise de risco de acordo com as peculiaridades da atividade. A
execução do serviço deve considerar as influências externas que possam alterar as
condições do local de trabalho (BRASIL, 2014 apud NASCIMENTO, 2018, p. 27).
Conforme exposto p. 52 no item 35.4.5.1, a Análise de Risco deve, além dos
riscos inerentes ao trabalho em altura, considerar (BRASIL, 2014 apud
NASCIMENTO, 2018, p. 27):

a) o local em que os serviços serão executados e seu entorno;


b) o isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;
c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;
d) as condições meteorológicas adversas;
e) a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas
de proteção coletiva e individual, atendendo às normas técnicas vigentes, às
orientações dos fabricantes e aos princípios da redução do impacto e dos
fatores de queda;
f) o risco de queda de materiais e ferramentas;
g) os trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;
h) o atendimento aos requisitos de segurança e saúde contidos nas demais
normas regulamentadoras;
i) os riscos adicionais;
j) as condições impeditivas;
k) as situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros
socorros, de forma a reduzir o tempo da suspensão inerte do trabalhador;
l) a necessidade de sistema de comunicação;
46

m) a forma de supervisão.

Esta Norma considera que para os trabalhos rotineiros a análise de risco pode
estar comtemplada no procedimento operacional. Já para as atividades não rotineiras,
as medidas de controle devem ser evidenciadas na Análise de Risco e na Permissão
de Trabalho, a qual deve ser emitida e aprovada pelo responsável pela autorização
da permissão, disponibilizada no local de execução da atividade e, ao final, encerrada
e arquivada de forma a aprovar sua rastreabilidade. (BRASIL, 2014 apud
NASCIMENTO, 2018, p. 28).
Conforme expõe o item 35.5.2 da norma, devem ser efetuadas inspeções nos
equipamentos que compõem o sistema de segurança, a periodicidade das inspeções
vai depender do grau de exigência solicitado do equipamento e do nível de agressão
do ambiente em que está sendo utilizado. O registro deve ser feito a cada inspeção e
em situações de desgaste ou dúvidas quanto à resistência, o equipamento deverá ser
descartado e inutilizado, evitando assim usos indevidos (BRASIL, 2014 apud
NASCIMENTO, 2018, p. 28).
Existem dois tipos de inspeções: a periódica e a rotineira e fazendo uma
comparação com a segurança de um veículo é possível dizer que a inspeção periódica
pode ser comparada à revisão de um carro. Já a inspeção rotineira deve ser uma
constante como no carro são as avaliações no veículo com relação a: luzes, nível do
óleo, calibração dos pneus, água do radiador, dentre outros detalhes. Assim
verificamos diariamente itens isoladamente e, de forma preventiva, verificamos todos
os itens juntos durante a inspeção periódica (BRASIL, 2014 apud NASCIMENTO,
2018, p. 28).
A inspeção rotineira deve ser diária, antes e depois da utilização, e a qualquer
momento em que o trabalhador suspeitar de que algo que afete seu sistema de
trabalho possa estar comprometido. Esta inspeção diária não precisa de registro, mas,
é de suma importância que ela seja inserida na rotina de trabalho, ela deve ser feita
de forma rápida visualmente e através do tato. Quem realiza esta inspeção é o próprio
trabalhador que deve ser capacitado para isto durante o seu treinamento obrigatório
e sempre que for utilizar equipamentos diferentes do que está acostumado (BRASIL,
2014 apud NASCIMENTO, 2018, p. 28-29).
Com relação ao cinto de segurança, esta Norma observa no item 35.3 que o
mesmo deve ser do tipo paraquedista e dotado de dispositivo para conexão em
47

sistema de ancoragem. Ela propõe ainda que o trabalhador deva permanecer


conectado ao sistema de ancoragem durante todo o período de exposição ao risco de
queda e que o talabarte e o dispositivo trava-quedas devem estar fixados acima do
nível da cintura do trabalhador, ajustados de modo a restringir à altura de queda e
assegurar que, em caso de ocorrência, minimize as chances do trabalhador colidir
com estrutura inferior (BRASIL, 2014 apud NASCIMENTO, 2018, p. 28-29).
Esta norma contempla informações a respeito da Emergência e Salvamento.
Sendo assim, estabelece que o empregador deva: disponibilizar equipe para
respostas em caso de emergências para trabalho em altura; assegurar que a equipe
possua os recursos necessários para as respostas a emergências. Esta Norma
aborda ainda que as pessoas responsáveis pela execução das medidas de
salvamento devem estar capacitadas a executar o resgate, prestar primeiros socorros
e possuir aptidão física e mental compatível com a atividade a desempenhar (BRASIL,
2014 apud NASCIMENTO, 2018, p. 29)
É necessário ressaltar que a pressão psicológica para um resgate em altura é
muito grande e a norma prevê isto em 35.6.4, buscando evitar que a pessoa
despreparada atue ou pode acabar por gerar uma nova vítima. A prática de resgate
deve ser uma constante e o momento correto para este treinamento não deve ser
quando o acidente acontecer. Acionar os bombeiros não deve ser a estrutura do plano
de resgate (BRASIL, 2014 apud NASCIMENTO, 2018, p. 29).

2.10 Sistema de gestão da segurança e da saúde do trabalho Norma OHSAS


18001

A OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series é um conjunto


de normas que visa a realização de auditorias e certificação de programas de gestão
de segurança, saúde e meio ambiente. Foi influenciada pela norma britânica BS 8800,
que já estava bem difundida ao final da década de 90, e foi a pioneira na criação de
modelos pré-estabelecidos para o Sistema de Segurança e Saúde do Trabalho
(MEDEIROS, 2019, p. 22).
Esse sistema de normatização teve o intuito de integrar e substituir todas as
normas e guias desenvolvido pelas entidades participantes na sua criação, e ser
utilizada em nível internacional, a partir de um embasamento teórico da norma BS
8800 (MEDEIROS, 2019, p. 220).
48

A OHSAS 18001:2007 é uma norma internacional que define um conjunto de


requisitos referentes a boas práticas em gestão de SST para organizações de
qualquer porte, promovendo diretivas para dar suporte ao empregador para criar sua
própria estrutura de saúde e segurança, de forma a possibilitar a inclusão de todos os
setores, controles e processos necessários a SST em um único sistema integrado de
gestão (MEDEIROS, 2019, p. 22).
A OHSAS 18001 foi desenvolvida a partir da inexistência de uma norma
internacional que servisse de suporte para certificação de sistema de gestão de saúde
e segurança, garantindo elementos de um sistema eficiente, permitindo-se uma
integração planejada, com outros ambientes da gestão administrativa. (LACERDA,
2009 apud MEDEIROS, 2019, p. 23). Uma vez que sua antecessora, a norma BS
8800, funcionava apenas como um guia de diretrizes e orientações genéricas para a
área, não podendo ser utilizados para fins de certificação, porém, aplicável para
organizações de grande e pequeno porte e altos e baixos riscos (MEDEIROS, 2019,
p. 23).
Os aspectos chave da norma são: identificação de perigos; avaliação dos
riscos; determinação, priorização e adoção de controles; monitoramento e análise da
efetividade dos controles e a melhoria contínua (MEDEIROS, 2019, p. 23)
A OHSAS 18001:2007 especifica que o SGSST é uma parte do sistema de
gestão geral da organização, objetivando facilitar o gerenciamento de riscos de saúde
e segurança do trabalho associados aos setores da organização, isto é, incluindo a
estrutura organizacional, as atividades de planejamento, as responsabilidades, as
práticas, os procedimentos, os processos e os recursos para desenvolver,
implementar, atingir, analisar e manter a política de saúde e segurança do trabalho da
organização (MEDEIROS, 2019, p. 24)
A adoção de boas práticas de higiene, segurança e saúde, além da
conscientização de todas as partes envolvidas na gestão da segurança e saúde do
trabalho, contribui para o cumprimento dos requisitos legais, contratuais, sociais e
financeiros relativos à segurança e saúde ocupacional (MEDEIROS, 2019, p. 24).
Seguindo o modelo padrão da ISO 14001, a estrutura da norma OHSAS 18001
também está baseada no ciclo PDCA. O modelo de certificação da norma envolve
ações específicas dentro do ciclo PDCA descrito que são exigidos como padrões para
a certificação da organização nos parâmetros visados. A sua estrutura inclui:
49

I. Política de SST da organização;


II. Planejamento;
III. Implementação e Operação;
IV. Verificação e Ações corretivas;
V. Análise crítica da administração;
VI. Melhorias contínuas.

Para garantir a certificação perante a OHSAS 18001, a organização deverá ter


bem definida e de forma clara a sua política em relação a SST. Isto é, as suas
intenções devem incluir o comprometimento com a prevenção de danos e doenças
ocupacionais, a melhoria contínua da gestão e desenvolvimento da SST, o
cumprimento de regras e requisitos legais, e a comunicação perante todos os
colaboradores envolvidos no funcionamento da organização de forma que sejam
cientes de suas obrigações individuais dentro da gestão de SST (MEDEIROS, 2019,
p. 25).
A organização deverá ter seus objetivos referentes a SST bem definidos,
documentados, mensuráveis, praticáveis nas funções pertinentes da organização e
de acordo com a política de SST previamente estabelecida, assim como os programas
previstos para que sejam alcançados. Inclui-se o comprometimento com a prevenção
de danos e doenças ocupacionais, considerando opções tecnológicas, requisitos
financeiros, operacionais e administrativos (MEDEIROS, 2019, p. 25-26).
A organização é responsável por estabelecer procedimentos de controle de
todos os documentos relacionados a gestão de SST; identificar as operações e
atividades que estão associadas aos perigos identificados, onde a implementação de
controles seja necessária para gerenciar os riscos e; implementar procedimentos para
identificação de potenciais situações de emergência, e sua devida pronta resposta
(MEDEIROS, 2019, p. 27).
O desempenho da Segurança e Saúde do Trabalho deve ser monitorado pela
organização por meio de procedimentos, incluindo registro de dados e resultados
suficientes para ditar futuras análises de ações corretivas e preventivas. A
organização deverá também implementar procedimentos de avaliação periódica do
atendimento de todos os requisitos legais aplicáveis e tratar da manutenção de
registros de seus resultados (MEDEIROS, 2019, p. 27).
50

Os procedimentos para registrar, investigar e analisar incidentes e os


resultados das investigações devem ser estabelecidos, documentados e mantidos. As
não conformidades reais e potenciais são tratadas para que ações corretivas e
preventivas sejam executadas adequadamente à magnitude dos problemas e
proporcional aos riscos encontrados. Além do mais, tais registros devem ser mantidos
e documentados a fim de demonstrar a conformidade com os requisitos de um sistema
de gestão de SST e com a norma certificadora, assegurando que as auditorias
internas do sistema sejam realizadas em intervalos planejados (MEDEIROS, 2019, p.
27).
A alta administração é responsável pela análise crítica de forma coerente com
o comprometimento da organização e com a melhoria contínua, e deve incluir
qualquer decisão e ação relacionada a possíveis adequações no sistema, nos
recursos, na política e objetivos da SST, visando uma adequação do desempenho aos
padrões planejados e certificados pela norma OHSAS 18001:2007 (MEDEIROS,
2019, p. 27).

2.11 Recomendação Técnica de Procedimentos (18.35)

As Recomendações publicadas pela Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de


Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO com o objetivo de subsidiar o
cumprimento da NR18. Estas RTPs, em formato de cartilha, com detalhamentos e
ilustrações podem ser muito úteis para o treinamento dos trabalhadores (ELEUTÉRIO,
2019, p. 16).
As Recomendações Técnicas objetivam dar subsídios para empresas,
profissionais, governo e trabalhadores para o cumprimento da norma. É uma
ferramenta que auxilia na execução das determinações das normas regulamentadoras
e detalha as disposições técnicas relacionadas à segurança em canteiros de obras. A
Recomendação Técnica de Procedimentos – Medidas de Proteção Contra Quedas de
Altura RTP Nº 01 tem por objetivo fornecer embasamento técnico e procedimentos
sobre medidas de proteção contra riscos de quedas de pessoas e materiais na
construção civil (BAALBAKI & LOHN, 2020, p. 34-35).
Para o FUNDACENTRO (2003) apud Mendes (2013, p. 35) é necessária a
instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda. Esse é o princípio básico
de segurança adotado pela Recomendação Técnica de Procedimentos.
51

A proteção coletiva prioriza a adoção de medidas que tem por objetivo evitar
acidentes causados por quedas de altura. Quando não é possível implementar essas
medidas, deve-se utilizar recursos que limitarão as quedas (RECOMENDAÇÃO
TÉCNICA DE PROCEDIMENTO, 2003).

2.12 Dispositivos de proteção coletiva de plano vertical


2.12.1 Sistema de Guarda-corpo-Rodapé (GcR)

Entre os Sistema de Proteção Coletiva (SPC) usualmente empregados contra


os riscos de queda em altura nos canteiros de obra estão os sistemas de guarda-
corpos rodapé (GcR) e sistemas de plataforma de proteção coletiva (bandejas)
(OLIVEIRA & SERRA, 2017, p. 65).

Figura 1. SPC – Contra quedas em altura

Fonte: (OLIVEIRA & SERRA, 2017, p. 65).

De acordo com a Recomendação Técnica de Procedimento (2003), o espaço


compreendido entre os travessões e o rodapé deve ser fechado com tela com
resistência de 150 Kgf/metro linear, constituída por malha de abertura com intervalo
entre 20 mm e 40 mm e fixadas no lado interno dos montantes.
Os travessões do GcR, quando de madeira, devem ter largura mínima de 0,20
m para compensado de 0,01m ou de 0,15m para tabuas de 0,025m e ser fixadas na
face interna dos montantes.
52

2.12.2 Sistema de Barreira com Rede

Segundo Vieira (2001) apud Souza et al. (2015, p. 2) barreiras verticais com
rede, distingue-se do GcR por ser composto por dois elementos horizontais,
rigidamente fixados em seus extremos à estrutura, sendo o vão entre os elementos
superior e inferior é coberto por rede de resistência de 150 Kgf/metro linear com malha
de abertura de intervalo entre 20 mm e 40 mm ou de material com características de
durabilidade e resistência equivalentes (RECOMENDAÇÃO TÉCNICA DE
PROCEDIMENTO, 2003).

Figura 2. Sistema de barreira com rede (GcR)

Fonte Recomendação Técnica de Procedimento (2003, p. 17)

De acordo com a Recomendação Técnica de Procedimento (2003) o sistema


de barreira com rede possui as seguintes características:
• O elemento horizontal superior constitui-se por cabo de aço ou tubo metálico,
instalado a uma altura de 1,20 m do piso ou plataforma de trabalho, funcionando como
parapeito.
• Quando se utiliza o cabo de aço, este deve ser tracionado por meio de
dispositivos tensores.
• O elemento inferior é composto por cabo de aço ou tubo metálico instalado
junto ao piso, fixado no espaçamento uniforme de 0,50m, de forma que não haja
abertura superior a 0.03 m na parte inferior.
• A fixação é feita na estrutura definitiva do edifício em construção por meio de
dispositivos que garantam a resistência a esforços de impacto transversais de 150
Kgf/metro linear.
• A tela tem amarração contínua e uniforme nos elementos superior e inferior,
cobrindo todo o vão e na sua extremidade e fixada em toda a dimensão vertical.
53

2.12. Proteção de aberturas no piso por cercados, barreiras com cancelas ou


similares

De acordo com a Recomendação Técnica de Procedimento (2003), as


aberturas no piso devem ser protegidas por cercado rígido composto de travessa
intermediaria, rodapé e montantes de características idênticas ao GcR. Deve existir
um fechamento tipo cancela ou similar no ponto de entrada e saída de material (Figura
3). Quando não é possível este tipo de cercado, utiliza-se o cercado removível com
as devidas sinalizações (Figura B).

Figura 3. Cercado de proteção por GcR e cancela

Fonte: Recomendação Técnica de Procedimentos, (2003, p. 18)

Figura 4. Cercado de proteção removível

Fonte: Recomendação Técnica de Procedimentos (2003, p. 19)

Os vãos de acesso às caixas dos elevadores devem ter fechamento


vertical provisório, através de sistema de GcR ou painel inteiriço com altura mínima
de 1,20m, composto por material resistente e fixado à estrutura até a colocação
definitiva das portas. Tais dispositivos devem ser instalados em todos os níveis das
edificações que serão servidos por elevadores (Figuras 5,6,7).
54

Figura 5. Sistema de proteção por GcR de madeira

Fonte: Recomendação Técnica de Procedimentos (2003, p. 20)

Figura 6. Sistema de proteção por painel inteiriço

Fonte: Recomendação Técnica de Procedimentos


Figura 7. Sistema de proteção por tela metálica

Fonte: Recomendação Técnica de Procedimentos (2003, p. 21)

Toda a periferia da construção deverá ser dotada de dispositivos de proteção


contra quedas desde o início da concretagem da primeira laje. É recomendado prever
suportes de fixação para montantes de sistema de guarda-corpo e rodapé a ser
instalado no piso de trabalho durante a colocação das formas de lajes e pilares
inferiores. A proteção periférica só poderá ser retirada após a execução de toda a
vedação do perímetro da construção.
55

2.13 Dispositivos Protetores de Plano Horizontal

De acordo com a Recomendação Técnica de Procedimento (2003), todas as


aberturas nas lajes e pisos, que não são utilizadas para transporte de material e
equipamento, deverão ter fechamento provisoriamente fixo de maneira a evitar seu
deslizamento ou por sistema de GcR, conforme as figuras 8 e 9.

Figura 8. Proteção por soalho de madeira, fixado em peças metálicas

Fonte: Recomendação Técnica de Procedimentos (2003, p. 22)

Figura 9. Proteção por meio de soalho de madeira, fixado em peças de


madeira

Fonte: Recomendação Técnica de Procedimentos

A proteção deve ser inteiriça, sem apresentar frestas ou falhas, fixada em peças
de perfil metálico ou de madeira, projetada e instalada de forma a impedir a queda de
materiais, ferramentas ou outros objetos. A resistência desse dispositivo dever ser no
mínimo de 150 Kgf/metro linear, no centro da estrutura, quando se destinar,
exclusivamente, à proteção de quedas de pessoas (RECOMENDAÇÃO TÉCNICA DE
PROCEDIMENTO, 2003).
Em todo o perímetro e nas proximidades de vãos e aberturas das superfícies
de trabalho devem ser previstos e instalados elementos de fixação ou apoio para
56

cabo-guia/cinto de segurança, que serão utilizados em atividades junto ou nessas


áreas expostas de trabalho, possibilitando aos trabalhadores, alcance seguro de todos
os pontos da superfície de trabalho (RECOMENDAÇÃO TÉCNICA DE
PROCEDIMENTO, 2003).

2.14 Dispositivos de Proteção para Limitação de Quedas

De acordo com Rosa (2015) nas construções com mais de 4 (quatro)


pavimentos ou altura equivalente, é obrigatório a instalação de proteção contra
quedas de trabalhadores e projeção de materiais na periferia da edificação (NR
18.13).
Essa proteção é realizada com a instalação de uma plataforma principal e de
plataformas secundarias, que precisam ser rígidas e dimensionadas para resistir aos
possíveis impactos a qual estarão sujeitos. A instalação de plataformas secundarias
depende do número de pavimento ou altura da edificação (GRANDES
CONSTRUÇÕES, 2014 apud ROSA, 2015, p. 21).

Figura 10. Plataformas e tela

Fonte ROSA (2015, p. 21)

Em todo perímetro da construção de edifícios com mais de 4 (quatro)


pavimentos ou altura equivalente, é obrigatória a instalação de uma plataforma
principal de proteção na altura da primeira laje que esteja, no mínimo, um pé-direito
acima do nível do terreno. Essa plataforma deve ter, no mínimo, 2,50m (dois metros
e cinquenta centímetros) de projeção horizontal da face externa da construção e 1
(um) complemento de 0,80m (oitenta centímetros) de extensão, com inclinação de 45º
(quarenta e cinco graus), a partir de sua extremidade. (RTP - RECOMENDAÇÕES
TÉCNICAS DE PROCEDIMENTOS, 2003).
57

Conforme a (RTP) Recomendação Técnica de Procedimento (2003), a


Plataforma Principal de Proteção deve ser instalada após a concretagem da primeira
laje. É necessário que sejam previstos e instalados meios de fixação ou apoio para as
vigas, perfis metálicos ou equivalentes, para serem utilizados na Plataforma. Esta
somente será retirada posteriormente a finalização de todo o revestimento externo de
edificação acima dela.
É recomendado que a instalação de Plataformas Secundarias de 3 em 3 lajes,
contadas a partir da Plataforma Principal. Aquelas devem possuir no mínimo 1,40 m
de balanço e um complemento de 0,80m de extensão a 45º da sua extremidade.
Devem ser instaladas da mesma maneira como a principal e retirada após a conclusão
da vedação da periferia acima dela (RTP - RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS DE
PROCEDIMENTOS, 2003).
O perímetro da edificação dever ser fechado entre as plataformas com tela com
resistência de 150 Kgf/metro linear, de malha de abertura de intervalo entre 20 mm e
40 mm ou material equivalente fixadas nas extremidades dos complementos da
edificação (RTP - RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS DE PROCEDIMENTOS, 2003).
Em construções em que os pavimentos mais altos forem recuados, deve ser
considerada a primeira laje do corpo recuado para a instalação de plataforma principal
de proteção e aplicar o disposto nos subitens. As plataformas de proteção devem ser
construídas de maneira resistente e mantidas sem sobrecarga que prejudique a
estabilidade de sua estrutura.
No corpo principal é preciso que sejam instaladas Plataformas Terciárias de
Proteção na altura da primeira laje e de duas em duas a partir da primeira plataforma.

Figura 11. Plataforma de Proteção

Fonte: Recomendações Técnicas de Procedimentos (2001) apud GRIBELER (2012, p. 22)


58

Na construção de edifícios com pavimentos no subsolo, devem ser instaladas,


ainda, plataformas terciárias de proteção, de 2 (duas) em 2 (duas) lajes, contadas em
direção ao subsolo e a partir da laje referente à instalação da plataforma principal de
proteção. Essas plataformas devem ter, no mínimo, 2,20 m (dois metros e vinte
centímetros) de projeção horizontal da face externa da construção e um complemento
de 0,80 m (oitenta centímetros) de extensão, com inclinação de 45º (quarenta e cinco
graus) (CAMBRI JÚNIOR, 2017).

Figura 12. Plataformas de proteção de edifício com pavimentos em subsolo

Fonte: Recomendação Técnica de Procedimentos apud SOUZA (2017, p. 56)

A Bandeja Secundária tem sua instalação recomendada pela NR-18 (item


18.13.7) para edificações verticais a cada 3 (três) pavimentos, a contar a partir da laje
aonde estiver instalada a plataforma principal.
Essas plataformas devem ter 1,40m (um metro e quarenta centímetros) de
balanço horizontal, além de um complemento de 0,80m (oitenta centímetros) de
extensão com inclinação de 45 graus, a partir de sua extremidade (item 18.13.7.1).
59

Figura 13. Detalhe do Projeto de Plataforma Secundária

Fonte Oliva 92018, p. 18)

Esta plataforma tem a função de proteção de todas as atividades realizadas


desde a montagem da estrutura até o fechamento da vedação da periferia (alvenaria
externa). O número de plataformas secundárias que são exigidos para o atender os
requisitos de segurança precisa ser dimensionado em conformidade com o
planejamento das atividades da obra. Deste modo, em outras obras da construtora
existem dois jogos de plataformas secundárias.

Figura 14. Imagem das Plataformas de Segurança

Fonte OLIVA (2018, p. 19)

Os suportes instalados para as Plataformas Secundárias precisam ter


intervalos máximos de 2 metros. No caso de suporte metálico, as peças precisam ser
dimensionadas e sua conservação não pode comprometer a segurança da estrutura
das Plataformas de Proteção, desse modo são indispensáveis as inspeções nos
vários elementos e componentes metálicos (OLIVA, 2018).
60

Durante a utilização de plataformas secundárias a norma estabelece a


utilização de tela de proteção em todo o perímetro da edificação, para evitar que
materiais e ferramentas sejam projetados para além das bandejas (itens 18.13.9 e
18.13.9.1). Esta tela precisa ser instalada entre bandejas, interligando suas
extremidades (OLIVA, 2018, p. 19).
61

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Segurança do Trabalho é um tema frequente na área da construção civil, que


apresenta índices altos de acidentes. Os equipamentos de proteção individual são
ferramentas importantes na garantia da segurança do trabalhador, mas, deve ser
utilizado de modo correto e com frequência durante as atividades que requer a
utilização desses dispositivos.
A utilização adequada de EPI’s - Equipamentos de Proteção Individual pelos
empregados nas indústrias da construção civil resulta-se em iniciativa de extrema
relevância, pois ao mesmo em que se preserva a saúde e integridade física dos
funcionários garante igualmente o andamento da obra, diminuindo as estatísticas
oficiais de acidentes durante a prática laboral.
Entretanto, ainda que conhecida as importâncias que envolvem os usos
adequados dos EPI’s, ainda existe certa resistência à aderência dessa prática nos
canteiros de obras em algumas empresas, pois, tem entre muitos a cultura do excesso
de confiança.
Dando especial atenção a classe operária da construção civil, este ensaio
monográfico procurou focar em sua particularidade, já que se trata de um expediente
muito flexível que o assunto é local fixo de trabalho, pois num único dia o empregado
pode percorrer toda a extensão da obra e isso equivale a mais exposição a acidentes,
quer seja provocado por ele ou terceiros.
Assim sendo, para que de fato os meios de prevenções de acidentes laborais
ocorram de modo efetivo precisa existir, mais que apenas a coparticipação dos
empregados, o planejamento e organização do gerenciamento das corporações no
intuito de mapear os riscos que podem ser evitados no dia a dia desses empregados,
bem como as proporções que eles se deparam, para que possa serem estabelecidas
propostas de segurança e determinar qual equipamento de proteção deve ser utilizado
e em que situação laboral, para que certos riscos possam ser minimizados.
Este trabalho não teve a pretensão de esgotar o tema ora abordado, mesmo
porque, em razão de inovações da engenharia moderna, a construção civil é um setor
muito dinâmico, sendo desta forma necessário que novos métodos de proteção sejam
certificados e implementados.
62

Entretanto, acredita-se que os objetivos propostos inicialmente no referido


trabalho de pesquisa foram alcançados, pois, através das análises da revisão de
diferentes teóricos pode-se evidenciar aquilo que empiricamente já se sabia sobre a
segurança dos empregados na construção civil. Ficou claro nas análises realizadas
que o bom e correto uso dos EPI’s são, para além de obrigatórios, devem fazer parte
das boas práticas de segurança e saúde no trabalho e não deve ser uma iniciativa
restrita às empresas, os profissionais devem se conscientizar de necessidade de seu
uso.
Por ser um setor que apresenta uma dinâmica no sentido de rotatividade de
profissionais, muitos empregados, ao término de uma obra, perde o vínculo
empregatício, se realocando em outro empreendimento que pode deixar de
desenvolver as boas práticas de uso dos EPI’s. Portanto, fica como sugestão para
futuros trabalhos, que as empresas possam, através de cursos de rotina promover a
conscientização pessoal do empregado quanto à necessidade do uso, que esse possa
ver na utilização dos EPI’s um escudo de proteção durante sua jornada de trabalho.
A utilização correta e frequente deve ser entendida como essencial pelo
trabalhador de forma a garantir sua segurança. Por vezes, o trabalhador não o utiliza
por negligência e como consequência gera riscos à sua integridade e a de seus
companheiros de trabalho. É necessário orientar o trabalhador acerca dos riscos
relacionados da não utilização dos EPI’s.
O presente trabalho destacou a utilização dos dispositivos de proteção coletiva
e de proteção individual obrigatórios na realização das atividades a mais de 2,00 m
(dois metros) de altura, em conformidade com o que estabelece as normas
regulamentadoras. E com a NR-35, o planejamento e a gestão adquirem mais
importância na realização destas atividades.
63

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69

ANEXO 1 - RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO EM OBRA

Estagiário: Geovany Alves Nery

Datas Início do acompanhamento 25/10/2021

Datas do término do acompanhamento 01/11/2021

Período: 6 Dias

Endereço: Loja 91 Av. Miguel Sutil, N 300 – SENHOR DOS PASSOS, Cuiabá - MT, 78048-
700

Objetivo da visita em obra, é acompanhar como os procedimentos de segurança em


alturas estão sendo executado, assim podemos ter uma análise praticas das normas
e da fiscalização no dia a dia de uma obra.

TABELA. 2

Tabela dos dias de Acompanhamento em Obra


Horas Dias Serviços acompanhados
de visitas de visitas
08:00h 25/10/2021 Montagem das estruturas de aço
12:00h
08:00h 26/10/2021 Montagem das estruturas de aço
12:00h
08:00h 27/10/2021 Montagem das estruturas de aço na parte superior da
12:00h estrutura
08:00h 28/10/2021 Montagem das estruturas de aço na parte superior da
12:00h estrutura
08:00h 29/10/2021 Soldagem nos pilares de aço
12:00h
08:00h 01/11/2021 Soldagem nos pilares de aço
12:00h
08:00h 02/11/2021 Estaladas placas na lateral da estrutura de aço
12:00h

Primeiro dia de visitas, datas 25/10/2021 e 26/10/2021


70

Ouve montagem das estruturas de aço na parte inferior da estrutura,


para esse serviço foi necessário equipes para fazer a soldagem nas barras de aços.

(Figura 15 ) Como podemos ver na figura 1 uma equipe fez estalagem de algumas
barras e assim foi ultilizado um caminhão munck, essa equipe fez ultilizagem de EPIS
acompanhado de sinto de seguranças

Figura 15

Fonte: Fotos retiradas em obra.

Nos dias 27/10/2021 e 28/10/2021


71

Ouve montagem das estruturas de aço na parte superior da estrutura,


para adequar de forma correta os telhados, e soldagem de pontos da estrutura.

(Figura 16 e Figura 17 ) Como podemos ver na figura 2 e na Figura 3 uma outra


equipe faz soldagem de algumas barras, todo o serviço sobre as vigas da estruturas
assim ultilizamos outro metodo de segurança usando EPIS acompanhado de Cinturão
de segurança tipo paraquedista é um sistema de proteção contra queda, constituído
por um dispositivo preso ao corpo, destinado a deter queda.

Trava queda, esse equipamento permite que o trabalhador tenha uma movimentação
maior e mais precisa. Sua finalidade é travar o cinturão para conter deslocamentos
bruscos ou quedas. Existem dois tipos de trava queda:

Figura 16 Figura 17

Fonte: Fotos retiradas em obra.

Nos dias 29/10/2021 e 01/11/2021.


72

Como podemos ver na Figura 18 uma equipe fez soldagem nos pilares
de aço, em alguns ponto mais altos foram ultilizados andaimes.

Metodos de segurança ultilazado são as verificaçoes da montagem dos andames, e


EPIS.

Figura 18

Fonte: Fotos retiradas por mim.

Último dia de acompanhamento 02/11/2021


73

Como podemos ver na Figura 19 e Figura 20 foi estaladas placas na


lateral da estrutura de aço, para esse serviço foi necesario uso do caminhão munck,
ultilizagem EPIS acompanhado de Cinturão de segurança tipo paraquedista é um
sistema de proteção contra queda, constituído por um dispositivo preso ao corpo,
destinado queda, mas podemos observa que na figura 5 e 6 alguns itegrantes da
equipe não fazia uso do capacete, logo fizemos inteversoes com os profissionaes para
fazer o uso do capacete durante o serviço, para sua melhor segurança.

Figura 19 Figura 20

Fonte: Fotos retiradas em por mim.

Visão geral do Relatro da obra


74

Podemos observar que em todo periodo de serviços em altura, todos os


metodos de seguranças foram realizados com sucesso, com eseção do dia
30/10/2021 que alguns entegrantes da equipe não estava fezedo uso do capacete,
logo esobendecendo a normativas NR 6 Equipamento de Proteção Individual,
observado esse erro nos entramos em contado com o profissional e fizemos a
solicitação do uso do capacete para sua segurança, a assim a quipe fez ultilizagem
de todos os mecanismos de seguranças corretamente durante todo o serviço, com
isso obtemos com exito nenhum acidente em altura entodo perido da obra já que todas
as nomartivas de seguranças foram respeitadas e executadas com sucesso, podemos
concluir que quando todos os processo preventivo de segurança é realizado com
claresa e responsabilidade a taixas de acidente são todas anuladas.
75

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